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ÍNDICE
Uma agulha imantada (bússola) é usada para a determina- Linhas de campo magnético e o vetor campo magnético
ção da direção e do sentido do vetor campo magnético. Em um campo magnético as linhas de cam-
Representamos o campo magnético em cada po são tais que o vetor campo magnético apresen-
ponto de uma região pelo vetor campo magnético ta as seguintes características:
( B ). Para determinar a direção e o sentido do ve- A sua direção é sempre tangente a cada linha de
tor B , usamos uma agulha magnética. O pólo nor- campo em qualquer ponto dentro do campo
MAGNETISMO 5
Existe uma classe de substâncias da qual fa- ao magnetismo original do corpo, ou ainda pelo
zem parte os elementos ferro, níquel e cobalto, aquecimento do corpo. A temperatura mínima
que têm como propriedade o fato de possuírem em que a magnetização é desfeita é chamada
domínios magnéticos. temperatura Curie do material, tendo valores di-
Normalmente, esses domínios estão orienta- ferentes para cada substância. Para o ferro essa
dos ao acaso, não resultando em um magnetismo temperatura é em torno de 770 °C.
global. Porém, na presença de um campo magné- Em relação ao magnetismo, podemos dividir
tico externo, os domínios tendem a se alinhar com as substâncias em três grupos:
o campo, tornando-se o corpo, globalmente, um ferromagnéticas - sob presença de um campo
ímã. magnético, imantam-se intensamente por influ-
ência, resultando numa força de atração. Como
principais exemplos temos os elementos ferro,
níquel, cobalto e alguns compostos e ligas des-
ses elementos. Os elementos ferro, cobalto e ní-
quel são a matéria-prima dos ímãs permanentes.
paramagnéticas - imantam-se fracamente sob
presença de campo magnético externo, resul-
tando numa força de atração muito fraca. São
(a) Corpo distante de um ímã e (b) o corpo é colocado exemplos: alumínio, cromo, platina, manganês,
próximo ao ímã: ocorre imantação por influência e (c) o estanho, ar etc.
corpo e o imã se atraem. diamagnéticas - essas substâncias interagem
Observações: com o campo magnético com uma fraca repul-
são. São exemplos: prata, ouro, mercúrio,
Para desmagnetizar um corpo, podemos fazê-lo chumbo, zinco, cobre, antimônio, bismuto, água
por meio de pancadas que provocarão o desali- etc.
nhamento dos domínios magnéticos, ou pela
ação de um campo magnético externo, oposto
MAGNETISMO 6
Até o começo do século XIX, não se conhe- percorridos por corrente elétrIca.
cia uma relação entre a eletricidade e o magnetis-
mo. Os ímãs não interagem com corpos eletriza-
dos em repouso. Assim, o Magnetismo e a Eletri-
cidade eram dois ramos estudados separadamente
dentro da Física.
Em 1820, Hans Christian Oersted deixou,
em uma de suas aulas, uma pequena bússola abai-
xo de um circuito elétrico e verificou que ela era
defletida quando se ligava o circuito. Oersted re-
A bússola se orienta de acordo com o campo magnético
petiu várias vezes a experiência concluindo que gerado pela corrente elétrica. Com essa constatação,
toda corrente elétrica gera ao redor de si um cam- ficaram relacionados dois ramos da Física, antes estudados
po magnético. separadamente, a Eletricidade e o Magnetismo, dando
Vamos, agora, analisar o campo magnético origem ao Eletromagnetismo.
gerado por condutores com diferentes geometrias
1.9 - SOLENÓIDE
Chamamos de solenóide um enrolamento de Vamos considerar a situação em que o com-
fio que acompanha a superfície lateral de um ci- primento do tubo predomina em relação ao seu di-
lindro. âmetro (l > 10 d). Nesse caso, o campo magnético
MAGNETISMO 8
7 - (Unirio) Dois ímãs estão dispostos em cima de uma mesa a) Andréa e Carlos. c) Beatriz e Carlos.
b) Andréa e Daniel. d) Beatriz e Daniel.
de madeira, conforme figura. F1 é o módulo da força que
o ímã II exerce sobre o ímã I e F2 é o módulo da força
10 - (Vuneçp) Um cientista da área de Biomagnetismo pro-
que o ímã I exerce sobre o ímã II. Podemos afirmar que:
jetou uma experiência que consistia em aplicar um
campo magnético diretamente sobre a cabeça de uma
ave, usando uma bobina circular de 100 espiras, cujo
diâmetro era de 2,0 cm. O fio era suficientemente fino
a) F1 = F2 > 0
para se poder utilizar a expressão do campo de uma es-
b) F1 = F2 = 0
pira. A corrente era fornecida por uma bateria de 1,5 V,
c) F2 < F1, pois o pólo norte atrai o pólo sul.
tendo no circuito um resistor de 150 . Desprezando a
d) F2 > F1 < pois o pólo sul atrai o pólo norte.
resistência do fio da bobina e admitindo-se a permeabi-
e) As forças são diferentes, embora não se possa afirmar
lidade magnética como 0 = 4. .10-7 TmA-1 e que 1 T
qual é a maior.
(tesla) = 104 G (gauss), pode-se afirmar que o campo
magnético, em gauss, resultante no centro da bobina é:
8 - (Mackenzie-SP) Os fenômenos físicos observados na na-
tureza são estudados por meio de modelos criados pelo
homem, com o objetivo de uma interpretação sobretudo
analítica. O vetor campo elétrico e o vetor indução mag-
nética são exemplos disso, pois tais grandezas nos aju-
dam a traduzir vários fenômenos. Baseados em seus res-
pectivos conceitos, afirmamos:
I. Somente uma carga elétrica fixa gera ao seu redor
um campo elétrico.
II. Somente um ímã natural e em repouso gera ao seu
a) 3,14.10-4 G d) 12,6.101 G
redor um campo de indução magnética.
b) 6,28.10-1 G e) 0,314.10-1 G
III. Uma carga elétrica em movimento gera ao seu redor
c) 9,42.10-1 G
tanto um campo elétrico quanto um campo de indu-
ção magnética.
11 - (Faap-SP) O condutor retilíneo muito longo indicado na
Nessas condições:
figura é percorrido pela corrente i = 62,8 A. O valor da
a) I e II são corretas. d) somente III é correta.
corrente i na espiral circular de raio R, para que seja
b) somente I é correta. e) todas são falsas.
nulo o campo magnético resultante no centro O, será
c) somente II é correta.
igual a:
9 - (UFMG) Um professor apresenta a figura abaixo aos
seus alunos e pede que eles digam o que ela representa.
a) nulo c) 1.000 A e) 10 A
b) 1 A d) 100 A
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2 - ELETROMAGNETISMO
No começo do século XIX, verificou-se que era possível obter o magnetismo a partir da eletrodinâ-
mica. Daí a pergunta que se colocava: Não seria então possível, a partir dos ímãs, obter-se uma corrente
elétrica? Em outras palavras, se com a eletrodinâmica obtiveram-se ímãs artificiais, não sena possível,
com o magnetismo, obterem-se geradores artificiais de eletricidade, sem o uso de processos químicos?
Em 1831, Michael Faraday resolveu essa questão com a descoberta do fenômeno da indução ele-
tromagnética.
É com a exploração desse fenômeno que se produz a energia elétrica nas grandes usinas, que fun-
cionam os motores elétricos, as telecomunicações e as gravações magnéticas.
Ilustração, em perspectiva, do movimento de uma carga Nos dedos da mão esquerda, vinculamos
elétrica em um campo magnético uniforme. três vetores. A força corresponde ao polegar, o
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campo magnético ao indicador e o dedo médio ao tiva, basta inverter o sentido do vetor que se quer
vetor velocidade. Caso a carga de prova seja nega- determinar.
ta um movimento retilíneo e uniforme. Compon- calculamos pela componente vy. A curva descrita
do-se os dois movimentos, pois eles acontecem é denominada hélice cilíndrica e não deve ser con-
simultaneamente, obtemos uma trajetória que a- fundida com a espiral, que é uma curva plana.
companha a superfície de um cilindro, cujo raio
Observação:
Se os fios forem percorridos por correntes que
têm o mesmo sentido, a força magnética será de
atração e, se as correntes têm sentidos opostos,
a força será de repulsão.
Dois fios paralelos percorridos por correntes elétricas
interagem com uma força magnética.
ELETROMAGNETISMO 13
Da mesma forma que uma carga puntiforme Modos de um elétron originar um campo magnético
q, colocada em um campo elétrico, está sujeita à
força elétrica Fel , cada pólo de um ímã ficaria su- No primeiro caso, o movimento do elétron é
equivalente a uma espira circular percorrida por
jeito à força magnética Fm . O pólo norte corres-
corrente; esse movimento origina um campo mag-
ponderia a uma carga puntiforme positiva, en- nético semelhante ao da espira.
quanto o pólo sul corresponderia a uma carga pun- No segundo caso, o elétron pode ser visuali-
tiforme negativa. zado como uma pequena nuvem esférica de carga
Inicialmente, essa idéia pareceu muito lógi- negativa, girando ao redor de um eixo, tal como o
ca e deu origem à Teoria do Magnetismo, que é eixo AB na figura (b) acima. Esse efeito determi-
baseada na interação entre pólos isolados. De a- na um campo magnético novamente semelhante
cordo com essa teoria, a intensidade da força ao de uma espira circular percorrida por corrente.
magnética entre dois pólos p1 e p2, separados pela A maioria das substâncias não apresenta fe-
p .p nômenos magnéticos externos, porque, para cada
distância r, seria Fm k m 1 2 2 , onde km é uma
r elétron girando ao redor de um núcleo em deter-
constante de proporcionalidade. A semelhança minado sentido, existe outro elétron efetuando gi-
dessa expressão com a intensidade da força elétri- ro idêntico em sentido oposto, o que determina a
ca entre duas cargas puntiformes q1 e q2, distanci- anulação dos efeitos magnéticos. Por outro lado,
q .q para cada elétron com o spin em determinado sen-
adas de r Fel k 0 1 2 2 , sugeriu muitas analo- tido, há um outro com spin em sentido oposto, de
r modo que os efeitos magnéticos são novamente
gias. anulados.
Entretanto, na realidade, não existem pólos
norte e sul isolados, nem é verdade que todas as
ELETROMAGNETISMO 14
2.9 - ELETROÍMÃ
dução, em 1834 Heinnch Friednch Lenz enunciou tando para a espira, há a indução de um pólo
a lei para a determinação do sentido da corrente norte, opondo-se ao afastamento.
induzida numa espira:
Uma outra forma de entender a lei de Lenz é
O sentido da corrente induzida em uma espi-
que: O sentido da corrente induzida deve ser tal
ra condutora é tal que tende a manter constante o
que não viole o princípio da conservação da e-
fluxo do campo magnético através dessa espira.
nergia.
Com base na figura a seguir, à medida que o
condutor XY se desloca sobre os trilhos conduto- A figura a seguir apresenta quatro casos de
res, observamos um aumento na área da espira e, um ímã movimentando-se em relação a uma espi-
portanto, um aumento no fluxo de linhas de cam- ra circular.
po que atravessam a espira de baixo para cima. A
corrente induzida deve ser tal que tende a manter
o fluxo constante. Para isso, a corrente induzida
deve induzir linhas de campo que atravessem a
espira de cima para baixo. Esse é o campo magné-
tico induzido. Pela regra da mão direita, conhe-
cendo o sentido do campo induzido, concluímos
que a corrente induzida terá sentido horário.
2.15 - TRANSFORMADOR
2.16 - AUTO-INDUÇÃO
Considere o circuito da figura a seguir, onde auto-indução.
circula a corrente i, que origina o campo B . Esse Pela Lei de Lenz, a fem auto-induzida age
campo determina o fluxo magnético a, através da sempre em sentido oposto ao da variação da pró-
espira, denominado fluxo auto-induzido. pria corrente no circuito. Por isso, ao se fechar a
chave Ch do circuito, a corrente não se estabelece
imediatamente com a intensidade prevista pela Lei
de Ohm, mas cresce gradativamente, conforme o
gráfico abaixo. O intervalo de tempo para a inten-
sidade se manter constante depende da indutância
L e da resistência elétrica do circuito. Ao se abrir
a chave Ch, a corrente não cai imediatamente para
zero, mas verifica-se, nos terminais da chave, uma
faísca que ainda mantém uma circulação de cor-
rente por breve intervalo de tempo.
Até agora consideramos apenas condutores rentes induzidas em condutores maciços. O cubo
em forma de fio, mas podem-se também obter cor- de cobre fixo, na figura a seguir, está submetido a
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um campo magnético variável. Dentro desse cubo tuadamente amortecidas. As forças magnéticas,
podemos encontrar grande número de percursos agindo sobre as correntes de Foucault, freiam o
fechados, como aquele que se destaca na figura. pêndulo.
Em cada percurso fechado, o fluxo magnético va-
ria com o tempo e, portanto, fems induzidas fazem
circular, no interior do cubo, correntes induzidas,
chamadas correntes parasitas ou correntes de Fou-
cault.
As ondas de rádio e televisão são produzidas oscilações que ocorrem em nível atômico ou pela
em circuitos elétricos oscilantes; as microondas, desaceleração brusca de elétrons. Finalmente, os
em pequenas cavidades; já os raios X, que com- raios gama são produzidos em nível nuclear.
preendem freqüências muito altas, são obtidos por