Você está na página 1de 2

MICHAEL DOS SANTOS RM 22145

HOBSBAWN, Eric. A Era das Revoluções. Cap. 5-6.

TEXTO CRÍTICO

O período pós-Napoleônico foi marcado por uma grande tensão internacional, onde as
nações procuraram anexar territórios e fazer alianças que pudessem surtir efeitos contra a
imensa onda revolucionária que estava se abatendo pela Europa.

O Congresso de Viena seria o resultado desse esforço de repressão do impulso


revolucionário dos povos. A Santa Aliança tinha poder de intervenção em qualquer estado
europeu que estivesse envolvido em qualquer processo revolucionário. Inevitável, uma vez
que uma das atribuições deste congresso era a de redesenhar o mapa da Europa, coisa
que foi muito problemática, pois as anexações ou rupturas no território europeu não
foram feitas com base nas afinidades nem nas nacionalidades dos povos, mas apenas no
proveito e interesse das grandes potências da Santa Aliança. Isso foi causa de muitas
sublevações e revoltas, na medida em que essa política e todo um conjunto de políticas foi
implementada sem a consideração dos problemas locais.

A primavera dos povos começou sob a insígnia da Revolução Francesa, movimento


inspirador de todos os demais. Na França, por exemplo, depois do fracassado reinado de
Felipe de Orleans, uma junta revolucionária tomará, por pouco tempo, o poder e tentará
implantar uma República, em 1830.
Pela Europa inteira estouraram revoltas e lutas por independência: a Bélgica, por
exemplo, se libertou da Holanda. A Grécia da dominação turca. Na Polônia, os russos vão
ter problemas com os nacionalistas. Agitações na Espanha e em Portugal. No Sacro
Império Germânico, movimentos liberais agitavam a paisagem.

Todos estes movimentos insurgentes, de libertação, foram insuflados pelas ideologias


nacionalistas, pelos ideáis liberais ou pelos novíssimos movimentos proletários, ou
socializantes. As nações fizeram muitas anexações sem o devido respaldo popular ou a
anexação de territórios cujas pessoas não partilhavam de mesmo costume, língua, origem.
Muito dos movimentos de insurreição se deveram a essa má política.

Os ideais liberais lutavam contra o poder absolutista, ainda predominante, na Europa.


Lutavam também pelos direitos individuais, pelo fim da influência da Igreja na política ou
no comércio e lutavam pelo esclarecimento do povo.

Os movimentos socialistas estouraram no séc. XIX com o aumento das fábricas e a


criação de uma grande massa operária que trabalhava em condições precárias, com
baixíssimos salários, sob jornadas de trabalho longuíssimas. Embalados pelas teorias de
pensadores socialistas, principalmente Proudhon, Marx, e Bakunin, o proletariado
europeu começou a se engajar politicamente, e, a partir das diretrizes tomadas nas
Internacional Comunista, passaram a reivindicar maior participação no poder e nas
decisões das nações.

Foi a primavera dos povos, por toda a Europa, que acabou por redesenhar,
posteriormente, o mapa europeu.

Você também pode gostar