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ASPECTOS JURÍDICOS DO ATIVISMO JUDICIAL JUNTO AOS HONORÁRIOS

SUCUMBENCIAIS NA ADVOCACIA BRASILEIRA

KAIQUE REGIS SANTOS DE FIGUEIREDO.

O fenômeno do ativismo judicial sempre está em cheque nos bastidores do


mundo jurídico, desta forma, não é um coisa da imaginação de alguns, e sim, a falta
da interpretação segundo os textos legais por parte do judiciários brasileiro, assim
sendo, falta-se a tão esperada cristalinidade e coerência nas decisões judiciais.
Neste trabalho veremos como este fenômeno é enfrentado por diferentes autores.

De acordo com dicionário Michaelis: “ativismo quer dizer: ação intencional


que decorre de uma grande variedade de motivações políticas”, já no artigo escrito
ao site ConJur, o professor Lenio Streck (2020), relata que o ativismo é
simplesmente quando a razão (o Direito) é superada pela vontade, em outras
palavras, é famoso jargão “Decido Conforme Minha consciência”, disto isto,
podemos perceber que as características de sentenciar conforme a lei estão
indiferentes.

No que se refere ao nosso ordenamento jurídico, em se falando de


honorários sucumbenciais, temos vários entendimentos, o STJ já fixou 11
entendimentos diferentes sobre essa temática conforme publicou no dia 02/07/2019,
pelo site ConJur, desta maneira, se é obrigado ter 11 entendimentos sobre
honorários sucumbenciais no STJ, isto significa a tamanha vulnerabilidade nas
decisões. O Tribunal de Justiça do Paraná, em um caso especial, fez a redução da
verba sucumbencial de 15% a 0,44% do valor da causa, soube a argumento que a
“causa era de baixa complexidade”, os honorários neste caso, deveriam ser no
montante de 39,8 mil (15%) e passaram a ser 1.200 (0,44%); com o mesmo
entendimento em um caso de “Agravo Interno no Recurso Especial” (AREsp
987.886/SP), desta maneira, adotou novamente este aspecto subjetivo: “baixa
complexidade”, o que resultou na redução considerável nos honorários
sucumbeicias de procuradores do caso em questão.
Em meados do dia 30/07/2020, um juiz da Comarca de São Paulo, indeferiu
embargos de declaração, oposto pela parte demandada, indo além de tudo, na
decisão proferiu a inconstitucionalidade dos honorários sucumbenciais. Em parte da
fundamentação da sua decisão o magistrado salienta que: “se o advogado pretende
ter para si os honorários sucumbenciais, deverá antes de tudo, contratar a
titularidade desse direito ou obter sobre cessão, do contrário, o patrono será
remunerado duplamente, ou seja, caracteriza enriquecimento sem causa. Dito isto,
o magistrado entende que depois de pactuado os honorários contratuais com seu
cliente, não teria direito, o advogado, de ser remunerado pela parte vencida, sob os
argumentos de enriquecimento ilícito. Desta forma, os art. 22, 23, da lei 8.906
(Estatuto da OAB), e o art. 85, Código de Processo Civil seriam inválidos ao caso
em questão.

Segundo Lenio Streck, Jurista e professor, assegura em umas de suas


publicações no site Conjur que: “Ninguém se acerta” diante dos honorarios
sucumbencias por detrimento do ativismo judicial praticado no judiciário, além do
mais, ele descreve que tais decisões de cunho ativista vem sendo combatido,
porém, neste sentido, pode-se dizer que no CPC/2015, não há espaço para
decisões personalistas com que estivesse criando o direito a partir de um grau zero,
o que ele chama de “O livre convencimento”, se as decisões não obedecerem à
coerência e à integridade, não teremos segurança jurídica e a proteção da confiança
das decisões,

O fato é que estudos do ativismo Judicial sobre Honorários Sucumbenciais,


explicita a grande fragilidade no nosso ordenamento jurídico, seja no âmbito
doutrinário discutido pelo renomado autor Lenio streck, seja nos bastidores do
judiciário na prática forense, neste aspecto vem a mente a célebre frase dita por
Hamlet, na magnífica peça de William Shakespeare “Há mesmo algo de podre no
reino da Dinamarca. Por outro lado, em nossas terras tupiniquins, a uma mensagem
que talvez demonstre melhor essas discussão, afinal, por várias vezes nos
inquietamos, e a algo em nós, que parece nos alertar que: “Tem caroço nesse
angu”.
REFERÊNCIAS:

Dicionário Michaelis: “ativismo”:


https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-
brasileiro/ativismo/ >. Acesso em: 05/agosto/2020.

ConJur, o professor Lenio Streck (2020):


https://www.conjur.com.br/2020-ago-04/streck-giannakos-ativismo-
honorarios-ninguem-acerta >. Acesso em: 05/agosto/2020.

https://www.conjur.com.br/2020-mai-15/streck-giannakos-juiz-dispensar-
prova-reduzir-aluguel >. Acesso em: 05/agosto/2020.

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