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Agremiação Página
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G.R.E.S.
SÃO CLEMENTE
PRESIDENTE
RENATO ALMEIDA GOMES
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“E o samba sambou”
Carnavalesco
JORGE LUIZ SILVEIRA
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Abre-Alas – G.R.E.S. São Clemente – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Enredo
Enredo
“E o samba sambou”
Carnavalesco
Jorge Luiz Silveira
Autor(es) do Enredo
Jorge Luiz Silveira (Versão original de 1990: Carlinhos D’Andrade, Roberto Costa e César
D’Azevedo)
Autor(es) da Sinopse do Enredo
Jorge Luiz Silveira
Elaborador(es) do Roteiro do Desfile
Jorge Luiz Silveira
Ano da Páginas
Livro Autor Editora
Edição Consultadas
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Abre-Alas – G.R.E.S. São Clemente – Carnaval/2019
HISTÓRICO DO ENREDO
“E o Samba Sambou”
No jogo do amor e do samba não tem regras: ou se tem, depende. Cartas na mesa, mesa
virada. E o amor ao samba? Ah, camarada... Tudo tem seu preço e seu apreço. Quem tem
padrinho não morre pagão! O brado retumbante de 90 ecoou com tanta força que se fez
profecia: E o Samba Sambou...
Da mesma forma que disse em 90, não sou dono da verdade. Também cometi meus pecados.
A mesa virada tem lá minha digital. Assumida. Mas peixe pequeno frita mais rápido que
peixe graúdo. Tá dado meu recado. Porém, jocoso que sou, faço piada de mim mesmo.
Aliás, tenho isso correndo nas veias: meu DNA foi construído apontando o dedo em riste e
sambando na cara da sociedade. Meu histórico me credencia. Basta olhar meu manancial.
Esse de 90 tem um molho especial. Nunca antes na história dessa república se fez tão
necessário reviver esse discurso. O planeta samba virou de ponta cabeça, inverteu a ordem,
subverteu a lógica. Infelizmente, tudo que foi dito, de fato aconteceu (quiçá piorou!). E não
tem jeito, tá na minha raiz primeira. No meio desse turbilhão, eu não podia faltar ao
enfrentamento. Já que o recado não foi ouvido da outra vez, vamos novamente ser “fiéis” à
nossa conduta e largar o chumbo grosso!
Já começa errado quando a autoridade não reconhece que no carnaval quem manda é Momo!
Não entregar a chave a Sua Majestade é um pecado mortal pros súditos da folia. Na pista,
ganha o interesse: nossos símbolos culturais são substituídos pelo estrangeirismo barato. E
como tem gringo no samba! Camarada, você não imagina o poder de uma credencial: é tanto
aspone na avenida que parece que tem duas escolas desfilando ao mesmo tempo. No ritmo
do samba moderno, uma correria contra o relógio; um verdadeiro “coopersamba”! E o
povão...? É, esse ficou de fora da jogada. Nem lugar na arquibancada ele tem mais pra ficar.
A grana entope os camarotes de sertanejo, música eletrônica e de todo tipo de som, menos o
próprio dono da festa: o samba. Que mico minha gente... Olha o que o dinheiro faz!
E por falar na grana, hoje a rainha paga pra sambar. Um verdadeiro dote de privilégios. Cadê
as meninas da comunidade riscando o asfalto? Tudo tem seu preço e seu apreço camarada...
Elas fazem tudo para aparecer na tela da TV, no meio desse povo! E a mídia “toda
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Abre-Alas – G.R.E.S. São Clemente – Carnaval/2019
poderosa” controla tudo a seu bel-prazer. Até mesmo a opinião pode ser comprada! Como
não? Até o samba é dirigido com sabor comercial. Tem que ser registrado, carimbado,
protocolado no escritório: uma verdadeira exportadora de “bois-com-abóbora”.
E o samba vai se vendendo às vaidades, sendo usado como plataforma pra fulano, beltrano e
quem mais quiser seus 15 minutos de fama. Que covardia... Carnavalescos e destaques
vaidosos transformam a Sapucaí num verdadeiro ringue aos seus insaciáveis egos. E o
samba vai perdendo a tradição...
Mas eu sempre avisei. Eu sempre falei. E você sabe disso: o boi voou e denunciou a
roubalheira, a galhofa, a bandalheira. Era profecia de uma chacota nacional. Eu, pequenino,
quase rodei esse ano, triste feito um cão sem dono. Mas como “quem casa quer casa”, tô
apaixonado pelo lugar que conquistei. “Não adianta jogar água malandragem”, “eu mato a
saúva antes dela me matar”.
Temos que cuidar do samba. Segurar essa mesa no lugar. Caso contrário, nem povão na
arquibancada vamos ter mais pra nos aguardar, afinal “Quem avisa amigo é”.
Temos que segurar firme essa onda. Pelo amor que temos ao samba, vamos preservar esse
“antigo reduto de bambas”, para que as gerações futuras possam ainda curtir o verdadeiro
samba.
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Abre-Alas – G.R.E.S. São Clemente – Carnaval/2019
JUSTIFICATIVA DO ENREDO
Cada escola de samba no Rio de Janeiro tem uma alma, uma identidade. Cada uma delas tem
uma marca pessoal, desenvolvida ao longo de sua trajetória através dos enredos que leva pra
avenida, da energia de cada comunidade representada. Essa incrível diversidade é um dos
elementos mais ricos do carnaval carioca. Uma marca que o classifica como a maior
manifestação da cultura popular do nosso país.
A São Clemente trás consigo a marca histórica da irreverência. Nos anos 80, a escola da
Zona Sul se consolidou através de uma sequência incrível de enredos críticos e divertidos.
Oriunda de Botafogo, do carnaval de rua, do futebol, a preta e amarela absorveu no seu
espírito a face mais gaiata do carioca. Seus desfiles se firmaram através de uma linguagem
que sempre falou direto ao povo. Defender as causas da massa passou a ser a bandeira da
São Clemente. Assim foi quando falou sobre o problema social dos menores abandonados
nas ruas; sobre os problemas do trânsito; das maldades que assolavam a população; se
rebelando contra o estrangeirismo cultural. Sua opção natural passou a ser o porta-voz de
causas relevantes que incomodavam a população.
Com o passar dos anos, as distorções cantadas em verso e prosa pelo desfile de 1990 se
confirmaram. O poder econômico ganhou ainda mais força no carnaval, se tornando o fiel da
balança da folia. Sambistas trocam de agremiação como jogadores trocam de time: o passe é
negociado em cifras astronômicas. A festa popular ganha contornos de mega espetáculo,
cercado pela mídia e pelos efeitos especiais. As tradições do samba vão sendo substituídas
por parafernálias tecnológicas e subvertem a lógica. E o principal artista da festa, o sambista,
vai tendo cada vez menos espaço diante da feroz competição. São tantos descaminhos na
Passarela que chegamos a uma gigantesca crise de representatividade junto à população:
dois anos seguidos sem rebaixamento por força de decisão dos dirigentes, contrariando a
opinião pública. Pela primeira vez na história, até mesmo a prefeitura da cidade realiza
severos cortes no orçamento das agremiações. De fato, “o samba sambou”.
Diante desse cenário crítico que se desenhou ao longo dos anos, a São Clemente se sentiu
chamada à sua responsabilidade. Os fatos que se avolumaram, mexeram profundamente com
os pilares mais profundos do amor que temos pelo samba. O discurso de 1990 se tornou
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Abre-Alas – G.R.E.S. São Clemente – Carnaval/2019
extremamente atual e necessário. Dessa forma, se tornou imperativo reviver esse momento e
dizer novamente, em alto e bom som, que precisamos refletir sobre o futuro das escolas de
samba. É necessário repensar a maneira como o dinheiro toma as decisões do carnaval.
Mas, é preciso que se faça isso sem esquecer que é carnaval! É preciso fazer isso da melhor
maneira possível: com alegria e irreverência, no melhor estilo São Clemente. Trazer esse
tema novamente à Sapucaí se transformou numa grande celebração à alma Clementiana.
Resgataremos o espirito crítico e alegre dos seus desfiles mais antológicos através desse
momento. Naturalmente, o discurso terá fortes referências ao trabalho original apresentado
pela tríade de carnavalescos de 1990. Mas, faremos isso contextualizando o tema aos
problemas do momento contemporâneo. Estabelecer uma ponte no tempo, fazendo uma nova
reflexão sobre as distorções da nossa festa. Não se trata de contradizer a importância das
inovações, mas pensar sobre até onde elas modificam a essência das escolas de samba: uma
festa do povo, para o povo.
Convidamos então todos a cantar junto com a São Clemente! Num desfile que se propõe a
levantar a bandeira da cultura popular mais uma vez: em defesa do verdadeiro samba.
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ROTEIRO DO DESFILE
Comissão de Frente
“E O SAMBA SAMBOU”
Guardiões do
1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira
“PAPARAZZI”
Alegoria 01 – Abre-Alas
“É FANTÁSTICO!
VIROU HOLLYWOOD ISSO AQUI!”
Ala 01 – Comunidade
“FECHANDO AS PORTAS PRA FOLIA”
Ala 02 – Comunidade
“PIERROT HEAVY METAL”
Ala 03 – Comunidade
“COOPER-SAMBA”
Ala 04 – Comunidade
“CARA-CRACHÁ”
Ala 05 – Comunidade
“TEM GRINGO NO SAMBA”
Ala 06 – Comunidade
“CAMARÃO NO CAMAROTE”
Alegoria 02
“NOSSO POVÃO FICOU FORA DA JOGADA”
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Ala 07 – Comunidade
“DIRIGENTES PODEROSOS”
Ala 08 – Comunidade
“QUER PAGAR QUANTO?”
Ala 09 – Baianas
“ALUGA-SE BAIANA”
Ala 10 – Comunidade
“FILHOS DA PAUTA”
Ala 11 – Comunidade
“RAMBO-SITORES”
Ala 12 – Comunidade
“BOI COM ABÓBORA”
Destaque de Chão
Bruna Almeida
“CARTOLA DO SAMBA”
Alegoria 03
“HOJE O SAMBA É DIRIGIDO COM SABOR
COMERCIAL”
Ala 13 – Comunidade
“A RAINHA PAGA PRA REINAR”
Rainha da Bateria
Raphaela Gomes
“FLASH”
Ala 14 – Bateria
“PAPARAZZI DO SAMBA”
Ala 15 – Comunidade
“ME DÁ UM LIKE AÍ!”
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Ala 16 – Comunidade
“TODA PODEROSA”
Ala 17 – Comunidade
“FUÊ E MATELASSÊ”
Ala 18 – Comunidade
“EU SÓ QUERO APARECER”
Alegoria 04
“CARNAVALESCOS E DESTAQUES
VAIDOSOS”
Ala 19 – Comunidade
“E O BOI VOOU”
Ala 20 – Comunidade
“YES, NÓS TEMOS BANANAS”
Ala 21 – Comunidade
“QUEM AVISA AMIGO É”
Ala 22 – Comunidade
“TRISTE, FEITO UM CÃO SEM DONO”
Ala 23 – Comunidade
“MATE A SAÚVA ANTES DELA TE
MATAR”
Ala 24 – Comunidade
“QUEM CASA QUER CASA”
Destaque de Chão
“ANTIGOS CARNAVAIS”
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Alegoria 05
“QUE SAUDADE DA PRAÇA XI E DOS
GRANDES CARNAVAIS”
Ala 25 – Passistas
“QUE SAUDADE DA PRAÇA XI E DOS
GRANDES CARNAVAIS”
Ala 26 – Comunidade
SETOR ZERO
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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Abre-Alas – G.R.E.S. São Clemente – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Alegorias
Local do Barracão
Cidade do Samba – Rua Rivadávia Correa, nº. 60 – Barracão nº. 09 – Gamboa – RJ
Diretor Responsável pelo Barracão
Roberto Almeida Gomes
Ferreiro Chefe de Equipe Carpinteiro Chefe de Equipe
João da Silva Futica
Escultor(a) Chefe de Equipe Pintor Chefe de Equipe
Ronildo Rafael Vieira
Eletricista Chefe de Equipe Mecânico Chefe de Equipe
Minibrut e Sidnei José
Outros Profissionais e Respectivas Funções
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
08 “Quer Pagar Hoje tudo tem preço! Você paga para Comunidade Direção de
Quanto?” desfilar, paga para assistir, paga para (2018) Carnaval
comer, paga para se divertir! Se não
tiver ingresso, não tem problema: o
cambista já superou o velho fax,
aceita débito e crédito! Parcela no
cartão! Paga-se até pelo que não devia
estar à venda (mas tudo tem seu
preço!) “...E muita gente ainda pode
faturar...”
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
Raphaela
Gomes
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
Thaynã Freitas
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
26 “Setor Zero” “Nosso povão ficou fora da jogada, nem Comunidade Direção de
lugar na arquibancada eles tem mais pra (2018) Carnaval
ficar”. O valor dos ingressos infelizmente
criou uma realidade cruel com os amantes
das escolas de samba que não podem
pagar pelos preços da Sapucaí. Eis que
nasce o “setor zero”: antes da curva da
entrada, o povo se aglomera no viaduto e
nas arquibancadas gratuitas diante do
Canal do Mangue na concentração para
ver de perto suas escolas. Gente simples,
mas rica de emoção. Verdadeiros
apaixonados pelo samba. Hoje, na São
Clemente, esse povão não vai ficar fora da
jogada: vai ganhar a avenida e fazer um
grande bloco de alegria e amor ao
carnaval. Um verdadeiro arrastão.
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
Local do Atelier
Cidade do Samba – Rua Rivadávia Correa, nº. 60 – Barracão nº. 09 – Gamboa – RJ
Diretor Responsável pelo Atelier
Thiago Martins
Costureiro(a) Chefe de Equipe Chapeleiro(a) Chefe de Equipe
Sheila Martonelli Diversos
Aderecista Chefe de Equipe Sapateiro(a) Chefe de Equipe
Diversos Washington
Outros Profissionais e Respectivas Funções
Almir - Arame
Vitor - Vime
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FICHA TÉCNICA
Samba-Enredo
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FICHA TÉCNICA
Samba-Enredo
Em 2019 a São Clemente irá reeditar na Marquês de Sapucaí um dos sambas mais importantes da
sua trajetória. Na ocasião, a crítica especializada o classificou como melhor samba daquele ano.
Nomes respeitados da cultura nacional como Fernando Pamplona, Paulinho da Viola, Leci
Brandão, Aldir Blanc, Bezerra da Silva e Manuel da Conceição documentaram em jornais suas
opiniões a respeito da obra, destacando suas qualidades:
29 anos depois a escola da Zona Sul trás de volta essa crítica na forma de poesia. Quando
executado pela primeira vez, ele foi marcado por um forte tom profético, anunciando inúmeras
distorções do samba e anunciando onde esses problemas poderiam levar. O intuito de trazer este
samba mais uma vez à avenida é mostrar que, infelizmente, ele se mantém atual. Os problemas
ora anunciados se confirmaram após quase três décadas. As escolas de samba chegaram a uma
profunda crise de valores.
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FICHA TÉCNICA
Samba-Enredo
A avenida se transforma num palco para as vaidades: celebridades tomam o lugar dos verdadeiros
artistas. “Luzes, câmeras e som”: a Sapucaí ganha contorno de Hollywood!
A quadra se transforma num verdadeiro ringue, onde times de compositores disputam o samba
com unhas e dentes, armados feito “Rambo”: “Rambo-Sitores”, mente artificial”. Tudo isso
alimenta cada vez mais a desconfiguração do samba e vai matando sua essência tradicional. Tudo
controlado por “dirigentes poderosos” que “criam tanta confusão”!
Por fim a letra ressalta a saudade da Praça XI, “antigo reduto de bambas, onde todos curtiam o
verdadeiro samba”. Fica registrado o sentimento que guarda na lembrança os tempos gloriosos de
um carnaval menos monetarizado, mais espontâneo e natural. Do povo para o povo. Em 2019
destacaremos no final da nossa narrativa a nossa saudade de antigos desfiles emblemáticos da São
Clemente, nossos “grandes carnavais”.
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FICHA TÉCNICA
Bateria
A bateria da São Clemente se diferencia das demais por ser a única entre as escolas de samba do Rio
a não usar apito, somente conduzir a regência com gestos.
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FICHA TÉCNICA
Harmonia
A harmonia da São Clemente tem como objetivo levar a técnica e a alegria para todos os seus
componentes, fazendo com que a escola cante e encante a todos com amor, garra e muita vontade
de vencer.
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FICHA TÉCNICA
Evolução
A São Clemente trabalhou intensamente nos ensaios técnicos todas as terças e sábados, buscando
aperfeiçoar o samba no pé, a garra e a vibração dos nossos componentes.
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FICHA TÉCNICA
Informações Complementares
Vice-Presidente de Carnaval
Roberto Gomes
Diretor Geral de Carnaval
Roberto Gomes
Outros Diretores de Carnaval
Thiago Almeida
Responsável pela Ala das Crianças
-
Total de Componentes da Quantidade de Meninas Quantidade de Meninos
Ala das Crianças
- - -
Responsável pela Ala das Baianas
Caetano e Mamusca
Total de Componentes da Baiana mais Idosa Baiana mais Jovem
Ala das Baianas (Nome e Idade) (Nome e Idade)
70 Maria José Bianca
(setenta) 82 anos 29 anos
Responsável pela Velha-Guarda
Luiza Carvalho
Total de Componentes da Componente mais Idoso Componente mais Jovem
Velha-Guarda (Nome e Idade) (Nome e Idade)
20 Lizete José Jorge
(vinte) 81 anos 64 anos
Pessoas Notáveis que desfilam na Agremiação (Artistas, Esportistas, Políticos, etc.)
-
Outras informações julgadas necessárias
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FICHA TÉCNICA
Comissão de Frente
O elemento cenográfico trazido pela Comissão de Frente representa a “Sala de Reunião” da Liga,
onde os líderes se reúnem para juntos decidirem os rumos do carnaval. Alegoricamente, o elemento
é guardado por peças de xadrez, que sintetizam o controle que os cartolas têm sobre o “tabuleiro” e
as regras do jogo carnavalesco.
Sobre o elemento os bailarinos encenam as discussões entre dirigentes em torno das decisões que
envolvem o futuro das escolas de samba.
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Abre-Alas – G.R.E.S. São Clemente – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
1º Mestre-Sala Idade
Fabricio Pires 36 anos
1ª Porta-Bandeira Idade
Giovana Justo 44 anos
2º Mestre-Sala Idade
Marcelo Tchetchelo 45 anos
2ª Porta-Bandeira Idade
Bárbara Falcão 24 anos
Outras informações julgadas necessárias
O QUE REPRESENTA: Diante das luzes da passarela, os artistas do samba são colocados de
lado: abram alas para os ícones da cultura pop! “Luzes, câmeras, ação!”: ai vem as celebridades!
Nosso primeiro casal faz uma crítica direta a substituição dos nossos ícones culturais por ídolos
estrangeiros. Eles personificam as estrelas internacionais Michael Jackson e Madonna, figuras
emblemáticas da cultura pop mundial.
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Abre-Alas – G.R.E.S. São Clemente – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O QUE REPRESENTA: o segundo casal rende homenagem ao desfile de 1984 da São Clemente:
“Não corra, não mate, não morra: o Diabo está solto no asfalto”, o primeiro desfile em tom crítico
da escola.
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G.R.E.S.
UNIDOS
DE VILA ISABEL
PRESIDENTE
FERNANDO FERNANDES
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“Em nome do Pai, do Filho e
dos Santos, a Vila canta a
cidade de Pedro”
Carnavalesco
EDSON PEREIRA
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Enredo
Enredo
“Em nome do Pai, do Filho e dos Santos, a Vila canta a cidade de Pedro”
Carnavalesco
Edson Pereira
Autor(es) do Enredo
Edson Pereira
Autor(es) da Sinopse do Enredo
Edson Pereira – Prof. Dr. Clark Mangabeira – Prof. Ms. Victor Marques
Elaborador(es) do Roteiro do Desfile
Edson Pereira – Flávio Magalhães
Ano da Páginas
Livro Autor Editora
Edição Consultadas
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Enredo
Ano da Páginas
Livro Autor Editora
Edição Consultadas
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Enredo
Ano da Páginas
Livro Autor Editora
Edição Consultadas
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Enredo
http://blogdeheraldica.blogspot.com/2008_10_26_archive.html
https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_saints_named_Peter
https://www.crisismagazine.com/1993/the-idler-p-is-for-peter
http://observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal12/Geografiasocioeconomica/Geografia
urbana/277.pdf
http://franciscanos.org.br/?p=23189
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/27070/27070_3.PDF
http://ihp.org.br/26072015/lib_ihp/docs/casl20090618.htm
Setor 03 – No Fiar do Destino, o Progresso Como Tino: a Cidade de Pedro Faz Avançar Sua
Majestade
https://www.infoescola.com/historia/barao-de-maua/
http://www.pcvb.com.br/perfil-mantenedores/perfil/casa-do-barao-de-maua/
https://oglobo.globo.com/rio/rio-petropolis-ate-seculo-xix-subida-da-serra-era-feita-cavalo-
2928357
https://followthecolours.com.br/gotas-de-cor/roxo-50-curiosidades-que-voce-nao-sabia-sobre-cor/
http://www.miniweb.com.br/cidadania/personalidades/imigrantes10.html
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/27070/27070_5.PDF
https://www.terra.com.br/noticias/educacao/historia/o-barao-de-maua-e-sua-estrada-de-
ferro,4a1fa 96138533410VgnVCM4000009bcceb0Arcrd.html
http://ahistoriadepetropolis.blogspot.com/2013/04/a-estrada-de-ferro-de-petropolis.html
http://ihp.org.br/?p=939
http://ihp.org.br/?p=1106
http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2012/04/o-pioneirismo-do-barao-de-maua-traz-
modernidade-ao-pais-sobre-trilhos.html
http://www.estacoesferroviarias.com.br/efl_rj_petropolis/efl_petropolis.htm
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Enredo
Prof. Ms. Victor Marques – Mestre em Antropologia Social na Universidade Federal de Mato
Grosso com uma dissertação sobre o carnaval cuiabano. Professor do Ensino Médio e
Fundamental II do Colégio Notre Dame de Lourdes e do Colégio Plural. Pesquisador do Instituto
Brasil Plural/UFSC/UFMT. Possui graduação em Letras - licenciatura em Língua Portuguesa e
Literatura Brasileira pelas Faculdades Integradas Simonsen. Enredista desde 2017.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
HISTÓRICO DO ENREDO
Petrópolis é o tema central do enredo da Unidos de Vila Isabel para o Carnaval 2019. A
Cidade de Pedro tem sua história especialmente vinculada ao período imperial da história
brasileira, motivo pelo qual recebeu a alcunha de Cidade Imperial. Explorando tal noção de
“imperialidade”, e associando-a ao símbolo da Coroa do Pavilhão da Unidos de Vila Isabel,
o enredo propõe uma leitura da história de Petrópolis a partir, primeiro, do encontro da
Coroa da Vila Isabel com a Coroa Imperial, e, segundo, destacando personagens importantes
desta história, como São Pedro de Alcântara, Dom Pedro I, Dom Pedro II, a Princesa Isabel,
e, obviamente, a própria Escola de Noel.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
Contudo, seu sonho foi adiado e por outro realizado, devido à abdicação do trono e retorno a
Portugal, em 1831, e sua morte, em 1834. Coube a seu filho, Dom Pedro II, com apoio
Mordomo da Casa Imperial, Paulo Barbosa da Silva, dar prosseguimento ao sonho do Pai:
“Data de 16 de março de 1843, o decreto n° 155 que estabelece a criação da cidade de
Petrópolis, situada na Região Serrana do estado do Rio de Janeiro (Brasil), a partir do
arrendamento das terras da fazenda Córrego Seco ao Major Julio Frederico Koeler. A
designação do engenheiro alemão, Major Koeler, foi requerida em função da elaboração do
plano denominado "Povoação-Palácio de Petrópolis" do Imperador Dom Pedro II. A partir
deste plano se inicia o desenvolvimento de plantas históricas que visavam o planejamento
da cidade que se baseava na construção de um palácio de verão para a corte imperial, nos
moldes das cortes europeias, e como suporte a este palácio uma colônia agrícola, que com o
passar do tempo foi se moldando ao longo das encostas íngremes e vales encaixados da
paisagem petropolitana” (LAETA, 2015).Vale ressaltar que a beleza do local, a fauna e a
flora únicas das terras que viriam a abrigar Petrópolis, foram sempre um dos enormes
atrativos daquelas encostas íngremes. Ambos os imperadores, desde o sonho do primeiro à
realização do segundo, atraíram os olhares não só da Casa Real, mas de todos do litoral até
os dias de hoje...
Vale destacar que, desde o primeiro momento, a construção de uma igreja para o padroeiro
São Pedro de Alcântara estava prevista nos documentos oficiais, de maneira que, além da
imperialidade, a trajetória da família imperial e da própria cidade reveste-se da santidade
inerente ao próprio período monárquico, afinal os nomes dos imperadores são homenagens
ao santo de devoção da família. Assim, também aqui a Vila Isabel encontra-se com
Petrópolis na medida em que, enquanto São Pedro costuma abençoar a nossa escola com
chuvas em desfiles importantes, como nosso primeiro, e a Cidade de Pedro com as límpidas
águas que descem suas encostas, São Pedro de Alcântara está no centro da história de
Petrópolis, havendo, portanto, conexões entre os dois santos no enredo e no desfile.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
Fundada, portanto, a cidade, seu desenvolvimento inicial é realizado basicamente pelas mãos
de imigrantes e, ao longo dos períodos imperial e republicano da história brasileira,
Petrópolis vai se desenvolvendo cada vez mais. Se, por um lado, sua construção e
desenvolvimentos primários, nos moldes das cortes europeias, dão o tom imperial do enredo
e a alcunha de Cidade Imperial à Petrópolis, por outro, a cidade insere-se na história
brasileira de outras maneiras, como, por exemplo, sendo palco de decisões políticas
importantes, tal qual o Tratado de Petrópolis de 1903, e de conquistas de negros e negras
antes da Lei Áurea: “em primeiro de abril de 1888, portanto a quarenta e dois dias da
assinatura da Lei Áurea, da abolição geral, Petrópolis, em um domingo de festa: “... as
duas horas da tarde no Pavilhão Hortícola (Palácio de Cristal), tem uma promoção dos
Augustos Príncipes. A Princesa Imperial Regente, junto ao Conde D’Eu, seus filhos, o
presidente do conselho e distintos membros do Ministério e de delegações estrangeiras,
além da Imprensa em geral promulga a libertação dos escravos em Petrópolis” (SILVEIRA
FILHO, 1984).
Nesse sentido, nosso enredo busca atrelar a imperialidade intrínseca da cidade de Petrópolis
à Coroa da Vila, destacando alguns momentos, características, histórias e personagens que
são fundamentais à cidade, e retomando a imperialidade da própria Vila, enquanto celeiro de
bambas e Corte do Samba, glorificando-se o Morro dos Macacos na aventura que é descobrir
a Serra da Estrela e sua joia lá no alto, bem como destacando a cidade que foi palco da vida
da Princesa que nos nomeia e que ajudou a construir a trajetória da nossa Escola,
emprestando o brilho da nossa Coroa.
Sinopse:
Que rufem os bumbos! No repicar dos tamborins, pede passagem a Branco e Azul cuja força
provém do samba, eterna nossa tradição! É a comunidade que vem resgatar o império da
Coroa do nosso pavilhão, herança da Isabel princesa, marca da nossa história gloriosa de
emoção! Bate forte a bateria para marcar o tempo, o tempo novo da majestade Vila Isabel, o
tempo de exaltar a nossa Coroa, na festa do povo, celebrando os corações do bairro de Noel,
encontrando-se com outra Coroa, a da Casa Real, destinada a criar uma Cidade Imperial.
Vibra uma Vila que se reencontra com as origens, com a sua negritude, com a sua raça! São
através dos pés aguerridos das negras e negros que sambam e honram a história que vem a
Vila louvar os louros de sonhos de outrora e dos de agora, mostrando a toda essa gente que
samba de verdade é tradição do nosso sangue rubro e, em um gingado incomparável, quente.
“Sou da Vila não tem jeito; comigo eu quero respeito!”. Portanto, encantem-se com a
história que vamos contar, pois ela começa com Pedros, dos céus à terra, para criar uma
cidade em uma serra.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
O Santo. São Pedro que, desde o primeiro desfile da Branco e Azul, costuma lavar nossa
alma e lustrar com seu sagrado encanto a Coroa da Escola, símbolo da força da gente que dá
o sangue na avenida. O Santo que deu nome a tantos outros santos e homens. O Padroeiro do
Brasil e da futura cidade. Santo Pedro de Alcântara, em adoração ao Altíssimo, homônimo
do primeiro e inspiração para nomear os senhores do Reino. O Pai Pedro de Alcântara, Rei
Soldado Dom Pedro I, quem sonhou com a cidade no alto. E o Filho Pedro de Alcântara,
Magnânimo Dom Pedro II, que realizou o legado. E são os batuques da Vila que contarão a
estória, com o fervor da seiva das suas raízes. Em nome do Pai, do Filho e dos Santos, vem a
Vila celebrar a Cidade de Pedro e sua glória.
Lá, onde o céu toca a terra, acharam o crepúsculo de um mundo habitado pelos astros e seus
donos: na Serra da Estrela, seus reis, os Índios Coroados, e um paredão, a ponte com o
firmamento que transformava o fogo em relento. Lá, os mistérios atraíam os olhares
castigados do calor que nem o mar aliviava, e as bocas secas que encontrariam as águas
cristalinas que talhavam a dura rocha, a água pura dos mistérios da Estrela Serra.
Avançando os anos, a ocupação lenta de uma serra a ser desbravada e, enfim, trilhas para as
Minas, ouro para a Casa. Depois que a Coroa se instalou, subindo as tais trilhas tortuosas,
outros caminhos pelos arcanos da serra passaram a encantar o Império à beira-mar. Partiu
então o Pai para viajar e, lá, ao pernoitar, ao esquecer o sol inclemente, sonhou com ares
mais amenos para corpos ainda não acostumados com o calor da vida que fervilha cá
embaixo, ardente. Veio, após o peregrinar da carruagem, o sonho – uma cidade nunca vista
nas terras quentes! Uma cidade que brilharia do cume daquela Estrela: do que esta, ainda
mais imponente.
Mas quis a vida que o Filho realizasse o sonho-desejo. Pai morto, Filho imperador, e a
Cidade de Pedro a ser erguida. Nos projetos, com o incentivo do mordomo e com o plano do
major, foram idealizados, primeiro, um palácio e uma igreja para o Padroeiro: reinava a
santidade da cidade a ser imperial, que começava a crescer, maravilhando os olhos
acalorados do povo suado do litoral.
Nascia e vivia Petrópolis, com os exuberantes ares que, do alto, iluminaram todo um
Império. Uma cidade moldada pelas mãos dos imigrantes, uma das primeiras planejadas.
Destinada, pelos sonhos e vontades de Pai e Filho, a ser muito! Casa de Veraneio, um
império no Império Brasileiro, uma Versalhes de refúgio abrasileirada, na verdade quase
sempre ocupada – passou, o Filho, ali, quarenta verões, na cidade encantada. Para toda a
gente da Corte, a vida embalada no colo de uma Estrela, onde Princesa Isabel, a filha
Redentora, não se cansava de descansar para, mais tarde, ser a inspiração do nosso sambar,
dando-nos a Coroa para embelezar a realeza do Escola de Noel, aqui perto do mar.
Mas Petrópolis encontrava-se com a história e com o tempo e, balançando no fiar do fado,
um Barão iniciou o guino: estradas de ferro e novas rotas. O progresso! Com a pulsação dos
avanços, o projeto de um trem a subir uma montanha! Nessa leva, outros gênios, e uma das
estradas levou o nome do seu tino: União e Indústria, a primeira macadamizada, o futuro
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
promissor. E além dos avanços, com o tempo que não para, o prenúncio de novas eras. Um
baile de cristal que comungava e anunciava o futuro sem o terror da escravidão – dali a
pouco, liberdade, e, após muita luta, abolição como canção!
Passou o Império, mas nunca a imperialidade. E, aguerrida, até uma capital Petrópolis se
tornou quando, com a Armada, a então jovem República cambaleou. Brilhariam para sempre
os palácios, mas, também, o triunfo de uma polis que progredia, soberana, namorando a
abóboda celeste. Dos encantos de Petrópolis, convenções internacionais e um Brasil que se
ampliava: veio o Acre, que passou a ser mais um aposento da nossa casa. Avançava e eis o
novo símbolo da cidade: um Hotel-Cassino, de onde o mundo pôde admirar a Cidade
Imperial na sua plenitude de norte a sul, de leste a oeste. Reina, ontem e hoje, a natural
beleza das acolhedoras terras frias e das águas puras e límpidas, cujos encantos competiram
apenas com os das musas que passaram pelos festivais, enchendo-nos de alegria!
Sempre em frente, caminha. Dobra-se o mundo que se encanta com sua real e avançada
realidade. Luxo das vestimentas, delícias da cevada e frutífera imponência, pois, do passado
ao presente, eis o Laboratório Nacional de Computação Científica: tecnologia e ciência. E
futuro não lhe falta enquanto, daqui de baixo, a Vila lhe presta, enfim, esta respeitosa
reverência.
Assim, São Pedro, que sempre abençoa nossa realeza e os tambores da Swingueira de Noel...
E Santo Pedro de Alcântara, padroeiro do nosso chão e que não deixa na mão quem Lhe é
fiel... Façam, através desta história, brilhar o ouro da tradição da Vila, da nossa negritude e
da nossa Coroa Real, enquanto cantamos a plenos pulmões, admirados (e, com seus
fantasmas, assustados!), outra Coroa, a de Petrópolis, a Cidade Imperial.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
JUSTIFICATIVA DO ENREDO
O enredo da Unidos de Vila Isabel para o Carnaval 2019 justifica-se a partir de uma leitura
interpretativa conforme diagramada pela sinopse: em um primeiro momento, celebram-se as
majestades da própria Vila e da Cidade de Pedro no viés de uma relação ficcional no qual a
Escola de Noel sobe a serra para assistir ao desenrolar da história de Petrópolis, partindo do
sonho de Dom Pedro I, da realização da cidade pelo Filho, Dom Pedro II, da religiosidade da
Família Imperial associada a São Pedro de Alcântara, e da ação de São Pedro que sempre faz
chover em desfiles importantes da Vila, destacando-se, assim, os quatro Pedros que são
estruturantes da estória da Cidade de Pedro em coincidência com aspectos da própria Vila
Isabel, fazendo relacionar duas Coroas no desenrolar do enredo, e culminando em uma
celebração à Versalhes Brasileira: “o lugar foi batizado de Petrópolis, por sugestão de
Paulo Barbosa, inspirado, por sua vez, na russa Petrogrado: ‘Lembrei-me de Petersburgo,
cidade de Pedro, recorri ao grego e achei a cidade com esse nome no arquipélago e sendo o
Imperador D. Pedro, julguei que lhe caberia bem o nome’” (SCHWARCZ, 1998).
Nesse contexto, o primeiro setor, “Na subida da Estrela, um sonho a desbravar: a aventura
de duas Coroas com a benção dos Santos”, apresentará a fanfarra de Noel anunciando a
subida à Serra da Estrela para reencontrar-se com sua história em Petrópolis. Paralelamente,
mostrará as duas Coroas em sua glória: a Coroa do Brasil Império e a da própria Unidos de
Vila Isabel, destacando a majestade de ambas na Sapucaí e a festa deste encontro, a fim de
desfiar as estórias da e sobre a cidade.
da tua Vila Isabel e não falar de chuva é o mesmo que falar de ti e não citar teu violão. A
trajetória da branco e azul está recheada de interferências de São Pedro, e os memoráveis
temporais aparecerão em quase todas as cartas que te enviarei. Assim como no Carnaval de
estreia, em 1947, o desfile de 1951 foi marcado por uma chuvarada que caiu no momento
em que os componentes da Vila se encontraram no bairro, para sair em direção à Praça
Onze”. Assim, em tantos carnavais, lá São Pedro estava encharcando-nos de felicidade.
Já São Pedro de Alcântara, homônimo do apóstolo São Pedro, santo de devoção da família
imperial – ambos os imperadores possuem o mesmo nome do santo – e o Padroeiro do
Brasil, pedido feito logo após a independência por Dom Pedro I: “Desde que Sua Majestade
Real e Imperial recebeu, sob o nome de Pedro I, ... a missão de governar e dirigir este povo
... esteve convencido ... e se persuadiu de que não poderia reger e administrar os negócios
desta Nação, sem que antes se interessasse em ter um Padroeiro celestial que, por sua
intercessão junto de Deus, lhe assegurasse os meios de bem agir, de bem dirigir e de bem
administrar. Não foi necessária longa reflexão. Já pela devoção especial que ele tinha por
São Pedro de Alcântara ... já por trazer, como imperador, o próprio nome do santo, ele
decidiu escolhê-lo como padroeiro principal de todo o Império ... (e) suplica a S.S. o Papa
Leão XII que se digne com sua benevolência apostólica, confirmar a escolha” (JOSÉ PIAT,
1962). Assim, os dois santos, na subida, viajam com as Coroas santificadas, majestosas, pela
história de Petrópolis.
No segundo momento da viagem sobre e para Petrópolis, o segundo setor, “Mata Verde,
Mata Atlântica, Mata Coroada: no caminho da subida, naturalmente belo”, abriga a
exuberante fauna e flora que, desde os tempos das primeiras colonizações, encantaram a
todos, prevalecendo a Serra da Estrela e seu enorme paredão de pedras, bem como os seus
legítimos reis, os Índios Coroados. Encontram-se uma terceira Coroa, a indígena, e a Mata
Atlântica, com suas belezas naturais, fauna e flora, e águas cristalinas do caminho serra
acima que até hoje fazem a subida ser naturalmente bela. Borboletas, ipês, macacos, todos
estão presentes nesse lugar mágico, desde o começo, fazendo necessária inclusive a
preservação da Mata Atlântica em todos os seus aspectos. Historicamente, “A Serra da
Estrela, onde se encontra Petrópolis, era praticamente desconhecida pelos colonizadores
portugueses nos primeiros 200 anos de colonização, salvo por alguma expedição
exploratória para tomar posse de sesmarias. Isso, por causa do enorme paredão
montanhoso de mais de 1000m de altura que tinha que ser vencido para se chegar até lá; e,
também, pela presença dos bravios índios Coroados que habitavam serra acima” (IBGE).
Novo momento de nossa viagem, o terceiro setor, “No fiar do destino, o progresso como
tino: a Cidade de Pedro faz avançar sua majestade”, faz resplandecer a construção inicial
da cidade e sua evolução durante o Império, a partir dos planos já previstos pelo Major
Koeler e postos em execução pelas mãos de imigrantes, basicamente de alemães, que
imprimem sua marca na essência da Cidade de Pedro. Já em 1845, consubstanciava-se, de
fato, o processo de imigração, com a vinda, a pedido de Koeler, de mais de dois mil
imigrantes germânicos para trabalharem e executarem seu projeto de construção da cidade
(ALCÂNTARA DE OLIVEIRA, 2014). E, assim, germanizada desde o começo, vale
ressaltar que os alemães, pelo caminhar do destino da história, encontraram-se com São
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
Paralelamente, além da imigração alemã, ao longo dos anos, Petrópolis também recebeu
italianos, ingleses, franceses e até árabes, todos ajudando a sedimentar a cultura
petropolitana. Por exemplo, já em 1846, havia alguns italianos em Petrópolis, chegando a
quarenta famílias em 1862 (MARTINS DE OLIVEIRA, ihp.org.br), e consolidando-se a
imigração italiana ao longo das décadas subsequentes, especialmente com a instalação da
Companhia Petropolitana de Tecidos, em 1873, com mão-de-obra majoritariamente italiana
(AIELLO MESQUITO, 2012).
Nossa próxima parada, o quarto setor, destaca outra temporalidade de Petrópolis, a Cidade
de Pedro caminhando República adentro: “Passou o Império, mas nunca a imperialidade:
na virada da República, Petrópolis em novos tempos”. Aqui, focar-se-á Petrópolis na
história republicana, destacando-se alguns momentos centrais da sua trajetória. Justifica-se o
setor na medida em que Petrópolis, no período republicano, assume novos ares de
imponência e importância, permanecendo como um dos fios condutores vivos da história
brasileira. Trataremos de elementos centrais que ocorreram na cidade em relação à História
do Brasil como um todo, destacando eventos e momentos – culturais e políticos –,
construções e personagens que são fundamentais para a cidade.
Por exemplo, logo após a virada do Império para a República, a Revolta da Armada (1891 a
1894) foi central para a história de Petrópolis, justificando-se devido a como a cidade se
destacava, historicamente, no cenário brasileiro. Assim, “A Revolta da Armada, deflagrada
por Custódio José de Melo, em 6 de setembro de 1893, foi causa da mudança da capital
fluminense para Petrópolis” (ALVES NETTO, ihp.org.br), entre 1894 e 1903
(memoria.uff.br). “Conforme noticiou a Gazeta de Petrópolis, em 24 de fevereiro de 1894,
“o governo do Estado do Rio foi solenemente instalado em Petrópolis em 24 de fevereiro de
1894, numa cerimônia simples, sem os festejos usuais em tais ocasiões” (ALVES NETTO,
ihp.org.br).
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
Com a proibição dos jogos em 1946, o Quitandinha rumou para novos caminhos. O período
coincide com Petrópolis começando a não ser mais o destino favorito das férias de verão
(NEVES, 2009), de maneira que os verões nunca mais foram os mesmos... Contudo,
permanece para sempre a imperialidade da Cidade de Pedro, tendo recebido oficialmente o
título de Cidade Imperial em 26 de março de 1981 (Decreto n.º 85.849), durante o governo
João Baptista de Figueiredo (SILVA LOPES, ihp.org.br).
Por fim, a viagem da Vila Isabel, tendo alcançado a Cidade Imperial lá no alto da Serra, duas
Coroas em comunhão, festeja e destaca dois dos seus momentos marcantes. Tal qual no
começo da viagem, quando o sonho do Pai e o desejo-realidade do Filho levaram à
construção da cidade, no quinto setor aparecem o futuro realizado e os novos possíveis
sonhos, e a realidade de um momento do passado que merecem exaltação. A partir dos
avanços e voltas do relógio do tempo da memória da nossa viagem, nesse setor, intitulado
“Batidas do relógio e o tempo de dois triunfos de Petrópolis”, vemos o futuro, a tecnologia
e a ciência que possui lugar no solo petropolitano, onde se encontra o supercomputador
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
Por outro lado, o relógio do tempo marca o desfile da Vila Isabel destacando um momento
do passado de Petrópolis que deve servir, ele próprio, de inspiração para o futuro,
enaltecendo-se a liberdade, a negritude, o protagonismo do povo negro na sua luta pela a
abolição e a Princesa Isabel, festeja-se a abolição geral da escravatura em Petrópolis,
quarenta e dois dias antes da assinatura da Lei Áurea. O processo de abolição, protagonizado
pelos escravos ao longo da história, cujo sangue derramado serviu de tinta à assinatura de
diversas leis – como a Lei do Ventre Livre (1871, assinada pela Princesa Isabel) e a Lei dos
Sexagenários (1885) –, e cuja força de fato empunhou a mão da Princesa, conhecida como A
Redentora, na abolição da escravatura na cidade de seu Pai e, posteriormente, no Brasil todo,
é o festejar que será replicado na avenida, a vitória da negritude contra a escravidão!
Liberdade, enfim, como canção! Celebra o Morro dos Macacos a negritude de sua gente em
comunhão com os negros de Petrópolis (e do Brasil), agora, livres. É uma festa da raça!Uma
explosão de confluências, conjunções que fundem as duas coroas em uma festa da gratidão,
que por um lado revela a beleza da Cidade de Pedro em seu caminhar, e, por outro, a Vila
Isabel, como herdeira de uma de suas filhas mais ilustres, Princesa Isabel. Na fluência do
caminhar, o empoderamento do Morro dos Macacos é reflexo da liberdade vinda pelas mãos
de seus ancestrais e de Isabel que nos empresta seu nome tendo sua nobreza representada
pelo azul de nosso pavilhão. Celebramos este encontro e duas Famílias Reais, uma do
Samba, outra Imperial.
Finalizamos, assim, a viagem da Vila Isabel pela Cidade Imperial. Duas Coroas para sempre
girando que se encontraram na Sapucaí para fazer valer a força da história de uma cidade
fundamental para o Brasil. O tambor nunca se calará e que ecoem as histórias da Cidade de
Pedro.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
ROTEIRO DO DESFILE
Comissão de Frente
UM DEVANEIO REAL
Guardiões do
1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira
BALÉ DAS ÁGUAS
Ala 01 – Abertura
O CORTEJO DE NOEL SOBE A SERRA
Destaque de Chão
Tati Minerato
A CAPITÃ DA FANFARRA DE NOEL
Alegoria 01 – Abre-Alas
CORSO IMPERIAL SOB A SAGRAÇÃO DA FÉ
Destaque de Chão
Vera
VILA PRINCESA E
O RESGATE DAS MEMÓRIAS
Ala 02 – Baianas
AO GIRAR DA COROA, SUA ALTEZA
VILA ISABEL
Ala 03 – Comunidade
ARAUTOS DE PEDRO
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
Ala 04 – Comunidade
O PONTÍFICE DO PADROEIRO
Ala 05 – Comunidade
UM SONHO A DESBRAVAR
Destaque de Chão
Thiago Avancci
SONHA, DOM PEDRO I
Ala 06 – Comunidade
NO IMPÉRIO, A CIDADE! UMA
VERSALHES BRASILEIRA!
Destaque de Chão
Paula Bergamini
PROTETORA DE RARO ESPLENDOR
Alegoria 02
PARAÍSO COROADO
Ala 07 – Comunidade
NO CAMINHO, OS ÍNDIOS COROADOS
Ala 08 – Comunidade
AO IMPÉRIO, ÁGUA IMPERIAL!
Ala 09 – Comunidade
FAUNA REAL
Ala 10 – Comunidade
AMARELO-OURO, DAS MATAS UM
TESOURO!
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
Ala 11 – Comunidade
REVOADA DAS PANAPANÃS
Destaque de Chão
Tamara Justen
ASAS DO PROGRESSO PETROPOLITANO
Alegoria 03
NOS TRILHOS DA MODERNIDADE
Ala 12 – Comunidade
IMPERIAL COLÔNIA ALEMÃ
Ala 13 – Passistas
A LUZ ASSENTOU O DORMENTE
Rainha de Bateria
Sabrina Sato
A BARONEZA: MARIA-FUMAÇA
Ala 14 – Bateria
SOM DO PROGRESSO
Ala 15 – Comunidade
UMA PONTE ENTRE DOIS REINOS
Ala 16 – Comunidade
FLORES DA PRIMAVERA FRANCESA
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
Ala 17 – Comunidade
QUARTEIRÃO ITALIANO
Ala 18 – Comunidade
ATÉ, DOS ÁRABES, MISTÉRIOS PARA
PETRÓPOLIS!
Ala 19 – Velha-Guarda
ELEGÂNCIA NO FUTURO DO
PRETÉRITO
Destaque de Chão
Janaina Santucci
BAILE DOS NAIPES
Alegoria 04
PALÁCIO HOLLYWOODIANO
Ala 20 – Compositores
O CANTO DOS MARINHEIROS DA
ARMADA
Ala 21 – Comunidade
QUANDO A REPÚBLICA CAMBALEOU
Ala 22 – Comunidade
ETERNA PETRÓPOLIS
Ala 23 – Comunidade
NOS IDOS DA HISTÓRIA –
PETRÓPOLIS E SEU JOGO DE
GLAMOUR
Ala 24 – Comunidade
MAIS UM APOSENTO PARA NOSSA
CASA: NAS LETRAS DO TRATADO,
VEIO O ACRE
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Ala 25 – Comunidade
SANTOS EM PETRÓPOLIS: DUMONT E
SUA ENCANTADA
Destaque de Chão
Arícia Silva
SOBERANA DO TEMPO
Ala 26 – Comunidade
TECNOPETRÓPOLIS
Destaque de Chão
Thais Bianca
ASAS DA LIBERDADE
Alegoria 05
LIBERDADE ENFIM RAIOU!
Ala 27 – Comunidade
LIBERDADE COMO CANÇÃO:
VOZES DO BRASIL
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
Alegoria 01 (Abre-Alas)
Bete Floris – Central (Cavalos) Empresária
Alegoria 02
Manoella Coutinho – Central Baixo Médica
Alegoria 03
Paulo Robert – Frontal Visagista
Alegoria 04
Leticia Viana – Frontal Apresentadora e Fisioterapeuta
Tripé 02
Dill San (Relógio) Empresário
Alegoria 05
Camila Morgado – Personagem Frontal Atriz
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
Local do Barracão
Rua Rivadavia Corrêa, nº. 60 – Barracão nº. 05 – Gamboa – Rio de Janeiro – Cidade do Samba
Diretor Responsável pelo Barracão
Moisés Carvalho
Ferreiro Chefe de Equipe Carpinteiro Chefe de Equipe
Joãozinho Juracir
Escultor(a) Chefe de Equipe Pintor Chefe de Equipe
Alex Salvador Leandro Assis
Eletricista Chefe de Equipe Mecânico Chefe de Equipe
Moisés Carvalho Paulo Ferraz
Outros Profissionais e Respectivas Funções
Nino - Fibra
Hildenberg - Engenheiro
Rogério Kennedy (Fuca) - Iluminação
Sandro Marcio e Filhos - Vidraceiros
Alex Salvador - Movimentos
Adriano Cavalcante - Almoxarife de Alegorias
Marcio Moura - Direção Artística
Alessandra Reis - Atelier de Composições
André Rodrigues - Figurinos e Projetos Gráficos
Flávio Magalhães e Leandro Santos - Assistentes de Carnavalesco
Clark Mangabeira e Victor Marques - Pesquisadores
Luiz Martins e Jaison Duarte - Compradores
Cristina Pinto - Técnica de Segurança do Trabalho
Jussiara Rodrigues - Recepção do 3º Andar
Wenderson Santos, Wallace Santos e Rellyson - Serviços Gerais
Rodrigues
Adilson e Sr. Batista - Portaria
As imagens dos croquis reproduzidas nas fichas são originais e servem apenas como referência
pois foram realizadas modificações de estética e de cor na execução das Alegorias e dos
Elementos Cenográficos (Tripés).
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FICHA TÉCNICA
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FICHA TÉCNICA
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FICHA TÉCNICA
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FICHA TÉCNICA
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FICHA TÉCNICA
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13 A Luz Assentou Luz que assentou o dormente brilha Passistas Gabriel Castro
o Dormente em amarelo ouro e firma os trilhos (2018) e Dandara
do progresso no repicar da Oliveira
Swingueira de Noel. O brilho
daqueles que riscam o chão de
poesia marca hoje o caminho para
que os maquinistas do ritmo subam
a serra ao som do progresso que
veio pelas mãos do Barão e de
outros gênios.
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18 Até, dos Árabes, Mais mãos imigrantes para fazer a Comunidade Harmonia
Mistérios para cidade progredir. Além das europeias, (2018)
Petrópolis! até árabes estabeleceram-se em
Petrópolis. Já no século XIX, Dom
Pedro II, em visita ao Líbano,
estimulou a imigração para o Brasil.
Com ela, os mistérios, cultura e
criação árabes também aportaram em
Petrópolis: “Um dos marcos
consensuais da presença árabe no Rio
de Janeiro é o nascimento do
gramático Manuel Said Ali, em 1861,
de pais já estabelecidos em
Petrópolis”. Riquezas e mais riquezas
culturais para a Cidade de Pedro.
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Fantasias
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Fantasias
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Fantasias
Local do Atelier
Rua Rivadávia Correa, 60 – Barracão 05 – Gamboa – Rio de Janeiro – Cidade do Samba
Diretor Responsável pelo Atelier
Alessandra Reis
Costureiro(a) Chefe de Equipe Chapeleiro(a) Chefe de Equipe
Alessandra Reis Alessandra Reis
Aderecista Chefe de Equipe Sapateiro(a) Chefe de Equipe
Alessandra Reis Gomes
Outros Profissionais e Respectivas Funções
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Samba-Enredo
Autor(es) do Samba- André Diniz, Evandro Bocão, Professor Wladimir, Júlio Alves,
Enredo Marcelo Valência, Dedé Augusto e Ivan Ribeiro.
Presidente da Ala dos Compositores
Marcelo Pedrosa
Total de Componentes da Compositor mais Idoso Compositor mais Jovem
Ala dos Compositores (Nome e Idade) (Nome e Idade)
70 Machadinho Thalles Henrique
(setenta) 81 anos 26 anos
Outras informações julgadas necessárias
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Samba-Enredo
A parceria mais vencedora e premiada do carnaval do Rio voltou a arrebatar a disputa da Escola
do bairro que exala liberdade. Para isso fizeram a Princesa Isabel, que empresta o nome e alma ao
chão e à agremiação da Vila, ciceronear a viagem à cidade imperial.
Conclamando seus súditos, a princesa apela, sob sequência requintada de acordes, para que a
Escola volte a honrar suas tradições. Ainda na primeira parte, já em tom menor, ela abusa das
imagens ao subir a montanha. Emociona-se lembrando do pai, nomeia os guardiões da serra e não
consegue conter as lágrimas, puras como as águas que banharam a criação da cidade. A melodia
segue caminhos harmônicos sinuosos e divisões inesperadas, em especial no refrão central.
A segunda parte começa melodicamente vanguardista, desafiando a métrica e o tempo, em
encontro perfeito com a letra que retrata da inspiração de Versalhes à luz da modernização que
chegava em trilhos a Petrópolis. Reencontra o lirismo ao falar do baile da abolição pra voltar a
ganhar força ao abordar o século XX. A princesa admite que não vivenciou tantas inovações, mas
admira do infinito o brotar da semente científica lançada por seu pai, “segundo, o Dom (Pedro)
que teceu seu destino”.
No fim do delírio dos poetas, o sangue azul da princesa tinge um manto branco, formando o
pavilhão da Escola. Isabel se emociona ao ouvir tanto tempo depois um canto de “Viva a
Princesa”! Percebe então que é a gente do bairro mais fiel aos seus ideais. Lugar em que negros,
mestiços e brancos, de todas as classes sociais, do morro e do Boulevard, se misturam na vida e na
Escola. O coro ecoa até a serra trazendo pra avenida outros que também se intitulam seus
herdeiros, o povo da nobre Petrópolis.
Unidos, escutam o batuque e o canto das senzalas que em sentido histórico anti-horário se
reabrem para agradecer por tudo que ela representa.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Bateria
Xequerês – 05 Componentes
Bateria
Fantasia: Som do Progresso
O que representa: Pelos devaneios de um Barão, em 1852, foi idealizada a primeira estrada de
ferro, inaugurada posteriormente no Brasil. A primogênita Estrada de Ferro Mauá, é símbolo de uma
Petrópolis que se encontrava com o fiar do destino, com o progresso que vinha pelas mãos de
maquinistas habilidosos, dando o tom da batida da locomotiva do desenvolvimento que nunca para e
sempre avança. A imperialidade brilhava ainda mais ao se encontrar com a modernidade! E no bate-
bate da evolução da cidade, a música parecia sair das mãos dos maquinistas que comandaram o
caminhar daquelas locomotivas do destino e do desenvolvimento. Aqui na avenida, é a Locomotiva
da Vila que, em ritmo acelerado, põe o público para viajar ao som da batida retumbante celebrando
o pioneirismo petropolitano. Se o apito anunciava que o trem estava chegando, hoje ele avisa que
quem chega é a Swingueira de Noel a todo vapor!
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Bateria
Diretor Geral de Bateria – Mestre Macaco Branco: o percussionista Anderson Andrade, mais
conhecido como “Macaco Branco”, nasceu em Vila Isabel, e como bom representante do bairro
de Noel, começou ainda criança a frequentar a escola de samba. O amor pela música vem desde
então, quando a latinha de refrigerante e o palito de churrasco formavam o tamborim
improvisado. Seu interesse e vocação eram notórios e por isso ganhou de presente um instrumento
de verdade. Logo começou a desfilar na bateria de escolas mirins, como a Herdeiros da Vila e
Aprendizes do Salgueiro. Aos 14 anos fez sua estreia na bateria da escola de samba G.R.E.S.
Unidos de Vila Isabel, e um ano mais tarde já era o responsável pela ala de tamborins, além de dar
aulas de percussão no projeto desenvolvido pela agremiação. Macaco Branco deu, aos 18 anos,
um importante passo em sua carreira quando conheceu Márcia Alvarez, empresária, que
reconheceu seu talento e o convidou para fazer parte da nova banda da cantora Martnália.
Trabalhando ao lado da cantora, aprendeu a tocar outros instrumentos de percussão que
ampliaram seu horizonte para além do universo das escolas de samba. Tal vivência foi
fundamental para aprimoramento e lhe permitiu fazer shows ao lado de artistas como Alcione,
Celso Fonseca, Emílio Santiago, Luiz Melodia, Márcia Castro, Maria Rita, Paulinho Moska e
Zélia Duncan. Também participa de gravações de trilhas sonoras e do CD das Escolas de Samba
do Rio de Janeiro. Atualmente o percussionista faz parte da banda do cantor Dudu Nobre, Pedro
Luis, Hamilton de Holanda e Mart’nália, além de tocar junto à equipe do Samba de Santa Clara.
Na carreira profissional, Macaco também atua dando aulas e workshops pelo Brasil a fora. O
músico já ministrou cursos de percussão na Colômbia e ocupou o posto de diretor musical da
Unidos de Vila Isabel e da Acadêmicos do Sossego, onde também atuou como mestre de bateria.
Atualmente, Macaco ocupa o posto de mestre de bateria da Unidos de Vila Isabel. Sua estreia no
cargo ocorrerá no Carnaval de 2019 tendo, antes disso, já atuado em diversas funções dentro da
bateria, como ritmista, diretor de tamborim e diretor de marcação. Na nova função, coordenará os
275 ritmistas da agremiação.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Harmonia
Cantores de Apoio: Gera, Rafael Tinguinha, Tem Tem Jr, Juan Briggs, Breno e Henrique
Diretor Geral de Harmonia – Marcelinho Emoção: Começou na Tupy de Brás de Pina. Passou
pela Harmonia do GRES Imperatriz Leopoldinense, nos tempos áureos da escola. Foi para o
GRES Beija-Flor, no ano em que a agremiação conquistou seu bicampeonato. A seguir, passou
pelo GRES Unidos da Tijuca, onde vivenciou duas conquistas. No GRES Estação Primeira de
Mangueira, no início da atual gestão, foi campeão. Em 2019, lidera pelo segundo ano consecutivo
a Harmonia do GRES Unidos de Vila Isabel.
Intérprete Oficial – Tinga: Anderson dos Santos, o Tinga, é oriundo do GRCESM Herdeiros da
Vila. De 2002 a 2004, fez parte do carro de som do GRES Unidos da Tijuca. Morador da
comunidade do Morro dos Macacos, atuou como primeiro intérprete do GRES Unidos de Vila
Isabel durante 10 anos, entre 2004 e 2013. Em 2014, Tinga tornou-se a voz oficial do GRES
Unidos da Tijuca e em 2019 retorna para defender com sua voz marcante sua escola de origem.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Evolução
Coordenadora da Ala de Passistas: Dandara Oliveira – Oriunda de uma família de sambistas iniciou
sua trajetória no mundo do samba aos 7 anos, sendo Princesinha da Bateria, Passista e Destaque de Chão
até chegar ao atual posto, de Musa e Diretora da Ala de Passistas (em 2017 com Edson Cunha e, em 2018,
com Gabriel Castro), na sua escola de coração: o GRES Unidos de Vila Isabel. Durante sua trajetória
também esteve à frente do Bloco Sorri pra Mim e da Banda de Vila Isabel por alguns anos. Em 2005,
recebeu o Estandarte de Ouro de Melhor Passista Feminino. Dandara une a arte aos conhecimentos da sua
faculdade de fisioterapia, enriquecendo suas aulas de samba no pé dadas a personalidades como Sabrina
Sato, Thaila Ayala, Natalia Guimarães, Yasmin Brunet e Gisele Bündchen. No carnaval de 2015 foi
comentarista especialista de alas de passistas, musas e rainhas de bateria do site SRZD durante os ensaios
técnicos. Para 2016, completou seus 20 anos de Marquês de Sapucaí e de Vila Isabel, tendo o
reconhecimento da escola e amigos. Atualmente ministra aulas em domicílios, academias de ginástica, no
Espaço Múltiplo Chateau Rouge e no projeto existente na quadra da Vila Isabel de Samba no Pé para
crianças e adultos com o objetivo de compreensão e o respeito aos limites do corpo de cada um, atrelados
ao conhecimento do samba, da postura e do condicionamento físico. Dandara ressalta para seus alunos que
cada um constrói o seu samba, pois ele é subjetivo. As técnicas posturais e respiratórias se atrelam à
personalidade de cada pessoa. Com esta história no mundo do samba, nada mais adequado que realizar
trocas repassando o que sabe e agregando a si as experiências construídas com seus alunos e fazer destes
encontros fontes de aprendizagem para todos os envolvidos.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Evolução
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Informações Complementares
Vice-Presidente de Carnaval
Luiz Guimarães
Diretor Geral de Carnaval
Moisés Carvalho e Wilsinho Alves
Outros Diretores de Carnaval
-
Responsável pela Ala das Crianças
-
Total de Componentes da Quantidade de Meninas Quantidade de Meninos
Ala das Crianças
- - -
Responsável pela Ala das Baianas
Vera
Total de Componentes da Baiana mais Idosa Baiana mais Jovem
Ala das Baianas (Nome e Idade) (Nome e Idade)
80 Luzinete Taparica Geisa Anacleto
(oitenta) 83 anos 22 anos
Responsável pela Velha-Guarda
Cheila Rangel
Total de Componentes da Componente mais Idoso Componente mais Jovem
Velha-Guarda (Nome e Idade) (Nome e Idade)
74 Terezinha de Jesus Cardoso Marco Antônio da Silva
(setenta e quatro) 86 anos 56 anos
Pessoas Notáveis que desfilam na Agremiação (Artistas, Esportistas, Políticos, etc.)
Martinho da Vila (Cantor), Sabrina Sato (Apresentadora), Camila Morgado (Atriz), Tati Minerato
(Modelo), Mayara Costa (Miss RJ) e Família da ex-Vereador Marielle Franco (Marinete Franco –
Mãe, Antônio Franco – Pai, Luyara Franco – Filha e Anielle Franco – Irmã)
Outras informações julgadas necessárias
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Comissão de Frente
Sobre o Coreógrafo
Patrick Carvalho: o carioca de 34 anos é coreógrafo de comissão de frente no carnaval carioca
há 9 anos. Patrick começou sua carreira na função atuando no GRES Alegria do Zona Sul, tendo
passagens por escolas como o GRES Unidos de Vila Isabel, GRES União da Ilha do Governador,
GRES Unidos do Porto da Pedra e GRES Inocentes de Belford Roxo. Premiado como melhor
coreógrafo pelo Tamborim de Ouro, Plumas e Paetês, Estrelas do Carnaval, entre outros, Patrick é
uma das grandes referências do nosso país quando se trata de coreografias impactantes,
expressivas e técnicas. O profissional viajou o mundo com o espetáculo “Brasil Brasileiro”,
atuando ainda como coreógrafo nas cerimônias de abertura e encerramento das Paraolimpíadas do
Rio de Janeiro em 2016, além de ser professor e coreógrafo do quadro “Dança dos Famosos” do
Programa Domingão do Faustão da Rede Globo de Televisão.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
1º Mestre-Sala Idade
Raphael Rodrigues 34 anos
1ª Porta-Bandeira Idade
Denadir Garcia 40 anos
2º Mestre-Sala Idade
Jackson Senhorinho 33 anos
2ª Porta-Bandeira Idade
Bárbara Dionísio 19 anos
Outras informações julgadas necessárias
O que representa: Os céus são testemunhas da pureza das águas da Cidade de Pedro, que brotam
do solo para a Vila bem-fadar. Gotículas preciosas que locupletam o manto branco e azul no
balançar dos ventos e no girar da coroa. Estas, abrem caminho para que, no redemoinho do tempo,
a majestade do povo de Noel veja sua felicidade em azul, preciosa, metáfora da abóboda celeste
que chora emocionada de orgulho ao ver sua gente bailar, em noite estrelada, em louvor à
magnificência petropolitana.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
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Abre-Alas – G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O que representa: Nos bosques da história da Cidade de Pedro, entre ipês e manacás da serra; no
fiar das cores que invadiam e invadem as idas e vindas à Petrópolis, o rodopiar dos rei e rainha de
sua fauna acalantam a essência exuberante da natureza local, que, em si traduz, a Grandeza Real
da Serra da Estrela. A natureza que colore e enobrece é marca petropolitana.
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G.R.E.S.
PORTELA
PRESIDENTE
LUIS CARLOS MAGALHÃES
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“Na Madureira moderníssima,
hei sempre de ouvir cantar uma
Sabiá”
Carnavalesca
ROSA MAGALHÃES
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Enredo
Enredo
“Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma Sabiá.”
Carnavalesca
Rosa Magalhães
Autor(es) do Enredo
Rosa Magalhães
Autor(es) da Sinopse do Enredo
Fábio Pavão e Rogério Rodrigues
Elaborador(es) do Roteiro do Desfile
Rosa Magalhães
Ano da Páginas
Livro Autor Editora
Edição Consultadas
01 Tarsila: sua obra e AMARAL, Aracy Perspectiva 1975 Todas
seu tempo Abreu.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Enredo
Ano da Páginas
Livro Autor Editora
Edição Consultadas
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Enredo
Ano da Páginas
Livro Autor Editora
Edição Consultadas
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Enredo
Ano da Páginas
Livro Autor Editora
Edição Consultadas
Periódicos:
Sites:
https://sambaderaiz.org/albuns/clara-nacao-1982/
http://museudacancao.blogspot.com/2012/11/portela-na-avenida.html
http://elekomulheresguerreiras.blogspot.com/2012/10/um-pouco-sobre-oya-iansa-e-danca.html
http://www.gresportela.org.br/Historia/DetalhesAno?ano=1972
http://www.gresportela.org.br/Historia/DetalhesAno?ano=1975
http://www.gresportela.org.br/Historia/DetalhesAno?ano=1983
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-69091998000300004
http://tarsiladoamaral.com.br/obra/pau-brasil-1924-1928/
http://www.caetanopolis.mg.gov.br/
https://www.mg.gov.br/conheca-minas/folclore
http://caetanopolis.blogspot.com/p/festival-cultural-clara-nunes.html
http://jongodaserrinha.org/mestres-e-mestras-do-jongo/
https://www.iquilibrio.com/blog/espiritualidade/umbanda-candomble/tudo-sobre-iansa-oya/
https://ocandomble.com/2008/09/11/qualidades-de-oya-iansa/
https://www.juntosnocandomble.com.br/2011/03/iansa-onira-oia-onira.html
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
HISTÓRICO DO ENREDO
Embora os debates sobre a identidade brasileira, ou, como alguns preferem chamar,
brasilidade, datem da primeira metade do século XX, desde que os europeus pisaram em
nossas terras se encantaram pela natureza paradisíaca. Começando pela carta de Pero Vaz de
Caminha, ao longo dos séculos a visão edênica sempre foi ressaltada na construção de nosso
imaginário nacional. As densas florestas que se espraiavam pela vastidão de nosso território,
repletas de exóticas aves coloridas, inevitavelmente permitiam sugerir associações com o
bíblico jardim do Éden. A riqueza de nossas fauna e flora sempre fascinou o olhar
estrangeiro, e, a partir do momento em que se formou a nação brasileira, a beleza da
natureza, vista muitas vezes como uma dádiva divina, destacou-se entre os elementos usados
para nos representar.
Assim, o primeiro elemento que podemos mencionar como componente de uma ideia de
brasilidade é a natureza exótica. O povo é deixado de lado, e, durante séculos, por
influência do romantismo, o indígena idealizado cumpriu o papel de personagem principal
do imaginário nacional. É ele quem habita, de forma pura e ingênua, na melhor tradução do
“bom selvagem”, o luxuriante verde de nossas matas. Mesmo os artistas da Semana de Arte
Moderna paulista, em 1922, ao proporem uma ruptura com o passado, não conseguiram
enxergar as classes populares em formação nos centros urbanos. De forma paradoxal, apesar
de apontarem para o futuro, seus olhos permaneciam atados à valorização do indígena,
buscando novas formas de representá-lo.
Quem começa a mudar este panorama é Tarsila do Amaral. Em 1924, ou seja, dois anos
após a Semana de Arte Moderna, juntamente com alguns amigos, entre os quais se destacava
o poeta francês Blaise Cendrars, a pintora passa o carnaval no Rio de Janeiro e a Semana
Santa em Minas Gerais. Desta experiência, surgiria uma série de telas que passariam a
ilustrar o movimento Pau-brasil, permitindo um novo olhar sobre a brasilidade. No Rio, mais
especificamente em Madureira, a pintora encontra uma Torre Eifell construída em pleno
subúrbio carioca. O símbolo parisiense fora apropriado e carnavalizado pela população local,
o que servirá de inspiração para a tela “Carnaval em Madureira”. Sobre essa obra, Coelho
escreveu:
“Tarsila consegue, nessa obra, transpor não apenas essa festa popular para uma
pintura, como também provocar uma reflexão sobre a própria cultura brasileira. O
negro representado de forma não idealizada, com formas explorando os extremos,
indica o primitivismo, o passado brasileiro, ao mesmo tempo em que a alegoria da
torre metálica indica o moderno. Temos aqui o discurso da identidade nacional,
formada a partir da assimilação do moderno”. (COELHO, 2018, P.10)
117
Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
Aliando técnica cubista e uma explosão de cores vibrantes, Tarsila retrata um país que estava
em transformação, se modernizando. Para além do passado indianista, as grandes cidades
presenciavam o aumento do fluxo migratório, vendo suas periferias crescerem, sobretudo,
pela chegada de ex-escravos e seus descendentes. Sobre a sua experiência no interior de
Minas Gerais, Tarsila escreveu: “Encontrei em Minas as cores que adorava em criança.
Ensinaram-me depois que eram feias e caipiras... Vinguei-me da opressão, passando-as para
as minhas telas”.
Em busca das raízes brasileiras, além da população suburbana, Tarsila resolveu pintar o que,
desde a infância, sempre lhe foi ensinado que seria “feio e caipira”. Sua obra mostra o povo
simples do interior, em telas que retratam, por exemplo, a religiosidade, a simplicidade da
família e a bucólica paisagem interiorana. A técnica cubista e as cores vibrantes permanecem
se destacando, mantendo uma unidade, ou seja, compondo um estilo que completa a fase de
sua carreira associada ao movimento Pau-brasil.
Quando a cantora Clara Nunes veio ao mundo, em 1942, os debates sobre a brasilidade já
haviam incorporado a necessidade de se retratar o povo, incluindo tanto expressões culturais
quanto a sua produção musical. É como se a futura estrela tivesse emergido de uma das telas
produzidas por Tarsila do Amaral, tal a sua identificação com a essência da brasilidade
encontrada pela pintora. Mineira, nascida no que é hoje o município de Caetanópolis, as
paisagens, a religiosidade e a simplicidade da população local poderiam ter inspirado uma
bela obra de arte genuinamente brasileira. Desde menina, ela teve contato com o rico acervo
cultural que fervilhava ao seu redor, unindo elementos das três raças nas Folias de Reis,
Congadas, Pastorinhas ou mesmo nos rituais religiosos.
Ao tentar a sorte como cantora, durante muitos anos Clara Nunes teve dificuldades para
alavancar sua carreira, buscando trilhar o caminho do sucesso em diferentes gêneros
musicais. Ela demorou a entender que deveria seguir sua vocação popular, isto é, estava
destinada a cantar o povo. Quando percebeu, encontrou no mesmo povo negro e suburbano
um dia retratado por Tarsila, na mesma negritude cuja arte popular aflorava nos carnavais e
nos quintais, o sentido único de sua brasilidade. “Sou porta-voz do povo, sou uma cantora do
povo, sou essencialmente povo”, ela declarou certa vez. Finalmente, sua estrela brilhou de
forma intensa, reverberando a energia das ruas e terreiros de Madureira.
Ao nos lembrarmos de Clara Nunes, mesmo trinta e cinco anos após sua morte, a imagem da
cantora vestida de branco, inspirada na religiosidade afro-brasileira, é tão viva e presente
quanto sua musicalidade mestiça. Ela era filha de Ogum com Iansã, tinha orgulho em saudar
seus “Orixás de cabeça”, mas, na verdade, a Guerreira vivia sua espiritualidade de forma tão
intensa que se torna difícil defini-la usando as categorias normalmente disponíveis. “Deus é
um só para todos”, ela costumava repetir quando questionada sobre esse assunto. Vagner
Fernandes, biógrafo da artista, é quem nos esclarece:
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
“Clara se dizia umbandista, mas sua ligação com os cultos afros era tão forte e
singular que, por várias vezes, ela própria se via confusa diante da definição de sua
religiosidade. Vinha do Kardecismo, denominava-se umbandista, mas flertava com
o candomblé. Clara era tudo. Era uma espiritualista por natureza. Acreditava no
poder dos orixás, mas não deixava de lado as orações do catolicismo, e gostava de
ir a missas. Clara era um caldeirão espiritual. Era a legítima brasileira,
absolutamente sincrética, que “batia cabeça” e cantava ponto em terreiro, acendia
velas para as almas, tomava passe em centro de mesa branca, comungava em igreja
católica e se ajoelhava para rezar o Pai-Nosso ou a Ave-Maria diante da imagem de
Nossa Senhora”. (FERNANDES, 2007, p. 119)
A procissão do samba é sagrada. Tão sagrada quanto qualquer reza. Tão sagrada quanto um
ritual. É possível que os intelectuais - ou mesmo os artistas - que procuram compartimentar
o saber popular, classificando-os de acordo com os seus próprios critérios pessoais, tenham
dificuldades para compreender a riqueza do simbolismo construído pelo povo. Só ele é
capaz de transformar uma Águia no Divino Espírito Santo. Só ele é capaz de transformar o
manto azul de Nossa Senhora nas vestes de um Orixá, ou numa bandeira de escola de samba.
Só ele pode dar um novo significado para a Torre Eifell, transformando-a em um coreto
carnavalesco, como poderia ter sido num altar. E de certa forma foi exatamente isso que o
povo fez. Transformou o símbolo parisiense em um altar popular. Um palco no meio da rua
para festejar o carnaval e louvar o samba. Viva o povo de Madureira e sua criatividade! Viva
Clara Nunes, e sua capacidade de representar a brasilidade!
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
Para nós, que trazemos em nossa memória coletiva as marcas da escravidão e da exploração
em suas mais variadas faces, a busca pela “brasilidade” sempre foi um elemento central nos
debates acerca de nossa identidade. Na segunda década do século XX, os artistas
modernistas, inspirados, sobretudo, pela nova arte produzida na França, irão se esforçar para
romper com a estética do século anterior e buscar uma identidade própria. Em outras
palavras, nossos artistas de vanguarda queriam uma arte livre do conservadorismo que os
prendiam às amarras do passado. É neste contexto que fomentam o nacionalismo e a ideia de
repensar o Brasil e sua cultura, e, como resultado, ao longo das décadas seguintes o
modernismo seguiu inspirando movimentos que igualmente buscaram captar a essência
brasileira. É o caso, por exemplo, do tropicalismo, incorporado por Elifas Andreato para
ilustrar a já mencionada capa do álbum “Nação”.
Entretanto, até pelo seu caráter heterogêneo, caracterizado por diversas fases e,
naturalmente, pelas idiossincrasias de cada um dos artistas envolvidos, faz-se necessário
relativizar a ação do movimento modernista. Mesmo buscando uma ruptura com o passado
romântico, a Semana de Arte Moderna, considerada um marco não apenas para as artes
brasileiras, mas também para a forma de pensar o Brasil, basicamente se atém à valorização
do indígena como símbolo nacional, apenas reduzindo sua idealização. Desta maneira, passa
ao largo deste movimento de vanguarda as classes populares que já inchavam nossos
maiores centros urbanos, habitando as periferias, subúrbios ou as franjas dos morros. Esta
população, até então invisível, mexia um verdadeiro caldeirão cultural em ebulição,
aguardando, podemos assim dizer, o momento certo para se tornar protagonista dos debates
políticos e culturais. Neste sentido, quem encontra o povo, dando-lhe visibilidade como
elemento central da brasilidade, é a pintora Tarsila do Amaral.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
De uma forma geral, podemos dizer que a obra de Tarsila do Amaral encontra a brasilidade
em sua fase Pau-brasil, ou seja, após a experiência no carnaval carioca e no interior de
Minas Gerais. É neste ponto que podemos estabelecer uma ponte que nos ajude a entender a
presença desta brasilidade na obra da cantora Clara Nunes. Nascida no interior mineiro, em
Paraopeba, numa região que, a partir de 1954, passou a ser o município de Caetanópolis,
Clara teve uma infância tipicamente interiorana, vivenciando no dia a dia os folguedos
populares. Seu pai, Manoel Pereira de Araújo, mais conhecido como Mané Serrador,
participava de Folia de Reis. Ele morreu quando Clara ainda era uma criança de dois anos de
idade, tão Jovem que não conseguiu registrar em sua mente nenhuma lembrança de seu
progenitor, o que não a impediu de incorporar a herança cultural por ele deixada. Pouco
depois, aos seis anos, a futura estrela perdeu também sua mãe, Amélia Gonçalves Nunes.
Nada foi fácil para a jovem Clara, mas ela e seus irmãos mais velhos, que assumiram a
responsabilidade de completar a criação da menina, perseveraram e superaram as muitas
adversidades que surgiram. No dia em que completou quatorze anos de idade, ela ganhou
como presente um emprego na fábrica de tecidos da cidade.
Fundada em 1872, a Fábrica de Tecidos Cedro & Cachoeira, a mais antiga de Minas Gerais
e a segunda do país, era a principal fonte de emprego para os moradores da região. A própria
chegada de seus pais ao então município de Paraopeba, anos antes de Clara nascer, foi
motivada pela disponibilidade de uma vaga na unidade fabril. Praticamente todos os parentes
de Clara trabalhavam nos teares da Cedro, o que também se estendia para os vizinhos e
amigos. A lucratividade deste setor da economia estava em alta, de forma que, mesmo
quando chegou a Belo Horizonte, com quinze anos, a futura estrela se sustentou exercendo a
profissão que havia aprendido em sua cidade natal, trabalhando em outra fábrica de tecidos.
Foi lá que Clara Nunes começou a trilhar o sonho de fazer sucesso cantando.
Como toda criança do interior mineiro, Clara teve uma forte educação católica, frequentando
a igreja durante os rituais sagrados e festividades religiosas. Contudo, ela sempre teve a
espiritualidade exacerbada, tendo seu primeiro contato com o Kardecismo ainda em Minas
Gerais. Já no Rio de Janeiro, ela começa a frequentar terreiros de Umbanda, na verdade
vários ao mesmo tempo, de diferentes vertentes religiosas, em diversas partes do Brasil. Ela
ansiava por respostas espirituais para apaziguar suas incertezas diante dos problemas da vida
cotidiana. Por intermédio de Pai Edu, de Olinda, Pernambuco, ela chegou a se assumir como
filha de Oxum e Xangô, e, usando fios de conta dourados, passou a saudar a Rainha das
águas doces. Todavia, na periferia do Rio de Janeiro, mais precisamente no alto do morro da
Serrinha, na região de Madureira, Clara conhece Vovó Maria Joana. A identificação foi
imediata. A presença da artista passaria a ser cada vez mais frequente naquele terreiro de
Umbanda, sobretudo nas datas festivas. A velha mãe-de-santo não titubeou em afirmar:
Clara era filha de Ogum com Iansã, promovendo uma nova reviravolta na vida espiritual da
cantora. Nos anos seguintes, Clara continuou visitando outros pais e mães-de-santo, como
Mãe Nitinha, no interior do Estado do Rio de Janeiro, mas jamais abandonou Vovó Maria
Joana e o terreiro de Madureira.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
Não é exagero dizermos que o contato com Madureira, ou, mais precisamente, com o povo
de Madureira, muda a vida de Clara Nunes. Após chegar ao Rio de Janeiro para tentar a
sorte como cantora, ela custou a se afirmar no cenário musical. Durante anos, o risco de ver
seu sonho se desintegrar na dura realidade do mercado fonográfico, assim como o de
inúmeras meninas que tentam a sorte na cidade grande, era uma angustiante possibilidade.
Praticamente ao longo de toda década de 1960, seu gênero musical característico
permaneceu indefinido, enquanto ela flertava com a jovem guarda e participava ativamente
dos festivais de canção, acumulando seguidos fracassos. Em mais uma tentativa, ela resolve
investir no samba do morro, e, com o aval da gravadora, convida Adelzon Alves para
assumir a produção de seu novo álbum.
Tendo como referência o sucesso de Carmem Miranda, Adelzon percebeu que era
importante ir além dos aspectos musicais da cantora. Elaborado por Geraldo Sobreira, o
novo visual de Clara inspirava-se nas vestes das religiões afro-brasileiras. A mineira passou
a usar vestidos longos, rendas brancas, colares, fios de conta, pulseiras e turbantes, o que, no
conjunto, seriam o equivalente aos “balangandãs” da pequena notável, mas construído a
partir da imagem do “povo de Santo”. No tocante aos aspectos musicais, o “amigo da
madrugada” leva Clara para conhecer as rodas de samba suburbanas, especialmente de
Oswaldo Cruz e Madureira. Assim como os modernistas algumas décadas antes, é com o
povo do subúrbio carioca que ela conhece a força da negritude. Em pouco tempo, torna-se
amiga de compositores importantes, como Candeia, e, definitivamente, apaixona-se pela
Portela.
Fundada em abril de 1923, o primeiro carnaval da história da Portela foi o de 1924, o mesmo
em que Tarsila do Amaral visitou Madureira. Embora não haja registros, como centro das
atividades carnavalescas de toda região, certamente nossos fundadores se fizeram presentes
no coreto do bairro. Esses fundadores possuíam origens e histórias de vida distintas, alguns
vindos das regiões centrais da cidade, fugindo das reformas urbanas, como foi o caso de
Paulo da Portela, o mais famoso deles. Outros eram migrantes do interior do Estado do Rio
ou de outras regiões do Sudeste, como Antônio Rufino dos Reis, natural do interior mineiro.
Assim, nossa escola sempre foi uma genuína expressão desta brasilidade. Protegida por
Santos e Orixás, o sincretismo sempre pulsou na mente e no coração de nossos
componentes. A Portela, em suma, sempre reverberou a energia imanada por Clara Nunes. O
enlace era inevitável.
Em 1972, Clara incluiu no álbum “Clara Clarice Clara”, o quinto de sua carreira, mas o
primeiro produzido por Adelzon Alves, o samba-enredo Ilu Ayê, com o qual a Portela
desfilou no carnaval daquele ano. O enredo, idealizado pelo amigo Candeia, juntamente com
o Departamento Cultural da Portela, fazia uma bela exaltação à negritude. Nada mais
adequado ao novo estilo que a artista pretendia emplacar. Nos anos seguintes, atendendo aos
pedidos de Natal, Clara interpretou sambas-enredos na avenida. Foi o caso, por exemplo, do
ano de 1975, em que a mineira cantou o empolgante “Macunaíma, herói de nossa gente”, de
David Corrêa e Norival Reis, ao lado de Silvinho do Pandeiro e do próprio David. Em outras
oportunidades, como na última vez em que brincou carnaval, em 1983, Clara foi apenas mais
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
uma entre tantas portelenses, desfilando orgulhosa na avenida. Até hoje ela é exaltada como
madrinha da Velha Guarda da Portela, ratificando os sólidos laços que unem a cantora e
todos os segmentos de nossa escola. Após seu passamento, uma multidão de portelenses
ocupou a cidade para saudá-la. A rua em que nossa quadra de ensaios está localizada passou
a ser conhecida como “Rua Clara Nunes”, unindo para sempre a Águia e a Sabiá.
Sem dúvida, o símbolo mais forte desta união é a música “Portela na Avenida”, de Paulo
Cesar Pinheiro e Mauro Duarte, sucesso na voz de Clara Nunes. Inspirada no altar que a
cantora mantinha em casa para sua devoção pessoal, o manto azul de Nossa Senhora
Aparecida, Padroeira do Brasil, funde-se à bandeira da Portela e desfila sobre o altar do
carnaval. Os sambistas são como fieis numa missa, fazem parte de uma procissão. A pomba
branca do Espírito Santo se metamorfoseia na Águia altaneira. É feito uma reza. Um ritual.
“Portela na Avenida” é uma síntese da devoção da Portela e de seus torcedores, mas também
é um espelho da religiosidade da própria Clara Nunes. Mais que isso, é a brasilidade que
pulsa tanto na alma da cantora quanto na dos portelenses. A música evoca a mais pura
expressão do sincretismo, a maleabilidade da fé popular, a mistura de elementos
aparentemente díspares, mas que ganham significado nas ruas de Madureira, como um dia,
de forma perspicaz, Tarsila do Amaral percebeu. A vocação de Madureira para representar a
brasilidade é eterna, assim como a obra plural de Clara Nunes se perpetuará através dos
anos. E assim não importa o tempo, não importa quantas décadas se passaram, ou quantas
ainda passarão. Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma Sabiá.
Sinopse
A Portela vai apresentar no carnaval de 2019 uma homenagem à cantora Clara Nunes,
ressaltando a diversidade e a atualidade de sua trajetória biográfica e seu vasto e plural
repertório musical, constituído de sambas-canção, sambas-enredo, partidos-altos, marchas-
rancho, forrós, xotes, afoxés, repentes e canções de influência dos pontos de umbanda e do
candomblé. Para isso, pretende sair do lugar-comum das narrativas sobre sua vida ou de uma
colagem de títulos de sua discografia. Nossa escola exalta a importância cultural de
Madureira, das festas, terreiros e do contagiante carnaval popular, enfatizando a contribuição
do bairro para a formação da identidade que caracterizou Clara Nunes: a brasilidade.
“O meu lugar,
tem seus mitos e seres de luz.
É bem perto de Oswaldo Cruz”*
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
que parece ter emergido de uma obra modernista, como se fosse uma tela da Tarsila: a
Mineira representa a mais plural expressão da brasilidade. Morena. Mestiça.
Clara nasceu no interior mineiro, num lugar que hoje se chama Caetanópolis. Ainda menina,
trabalhou numa fábrica de tecidos para conseguir sobreviver, mas seu destino já estava
traçado. Tinha como missão cantar o Brasil! Ao longo da infância, conheceu de perto as
tradições culturais e as festas folclóricas interioranas, certamente recebendo influência de
seu pai, Mané Serrador, mestre de canto de Folia de Reis e violeiro dos sertões das Gerais.
Sua brasilidade, como herança de sua origem, sempre valorizou a diversidade regional de
nosso país. A voz de Clara fez ecoar os ritmos do povo, na saborosa confusão dos mercados
populares, seja do nordeste ou de qualquer outro recanto desta nação.
Alçando voos mais ousados, Clara mudou-se para Belo Horizonte, onde participou de
concursos, realizou os primeiros trabalhos artísticos e conquistou espaço nos meios de
comunicação. Chegando ao Rio de Janeiro, seguiu fazendo sucesso e conheceu o misticismo
que aflorava em Madureira, incorporando-o à sua identidade.
Até então, a artista cantava principalmente boleros e sambas-canções. Após ter contato com
o ancestral universo afro-brasileiro de Madureira, a mineira se transformou igual ao céu
quando muda de cor ao entardecer. E nunca mais foi a mesma: visitou os terreiros, quintais e
morros de Oswaldo Cruz e Madureira, vestiu-se de branco, incorporou colares, turbantes e
contas, cantou sambas e pontos de macumba. Seu repertório se expandiu. A imagem de
Clara evocando os Orixás, irmanada ao povo de Santo, eternizou-se na memória de seus fãs.
Ela se tornou a Guerreira que não temia quebrantos, dançando feliz pelas matas e
bambuzais, sambando descalça nas areias da praia, unindo a essência negra de Angola ao
subúrbio carioca. E assim, sua voz rapidamente se espalhou. Seu canto correu chão, cruzou o
mar, foi levado pelo ar e alcançou as estrelas. Uma força da natureza que brilhou como um
raio nos palcos e terreiros, iluminando o coração dos portelenses. Nada disso foi por acaso.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
Desde que foi fundada, a Portela tem uma presença significativa de elementos típicos do
mundo rural, trazidos pelo povo simples do interior, sobretudo do interior de Minas Gerais,
mesclados à negritude que vibrava em Madureira. Talvez tenha sido por isso que a
identificação de Clara com a Portela foi imediata. Ela sempre ocupou posição de destaque
nos desfiles, é madrinha da Velha Guarda e até puxou sambas-enredos na avenida. Ela e os
portelenses, famosos e anônimos, sempre caminharam de mãos entrelaçadas, voando nas
asas da Águia.
Um dia, inesperadamente ela partiu. Trinta e cinco anos se passaram desde então. A dor da
saudade sempre reverberou no coração de todos, tornando-a uma estrela ainda mais
cintilante.
Agora está na hora de a Guerreira reencontrar seu povo mestiço, para mais uma vez brilhar
na avenida. Vestida com o manto azul e branco e a Águia a lhe guiar, voa minha Sabiá.
Até um dia!
____________________________________________
* O Meu Lugar – Arlindo Cruz e Mauro Diniz
** Feira de Mangaio – Glorinha Gadelha e Sivuca
*** Guerreira – João Nogueira e Paulo Cesar Pinheiro
**** Portela na Avenida – Paulo Cesar Pinheiro e Mauro Duarte
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JUSTIFICATIVA DO ENREDO
No segundo setor, a Portela mostra como a brasilidade, traço marcante para a identidade da
cantora Clara Nunes, sempre esteve presente no subúrbio de Madureira. A referência que
utilizamos é o universo retratado pela pintora Tarsila do Amaral. Em 1924, o quadro
“Carnaval em Madureira” traz para as telas modernistas a presença do povo negro e
suburbano. Juntamente com as paisagens de Minas Gerais, é o carnaval popular que faz
aflorar a essência desta brasilidade nas obras da pintora. Assim, as primeiras alas da Portela
retratam algumas fantasias típicas do carnaval de rua daquele ano, como “Pierrôs” (Ala 01),
“Colombinas” (Ala 02), “Baianinhas e Malandros” (Ala 03) e “Palhaços” (Ala 04). Fundada
em abril de 1923, o carnaval de 1924 é o primeiro da história da Portela, ainda como um
bloco carnavalesco. Não há registros oficiais sobre a apresentação de nossa escola, mas,
certamente, o coreto de Madureira fazia parte da rotina carnavalesca de nossos fundadores e
primeiros sambistas, pois, com sua sempre inovadora arquitetura, aquela construção era o
palco popular para onde convergiam os foliões suburbanos, atraindo as atenções de todos
que habitavam ao seu redor. Esse fato é lembrado pela presença de nosso segundo casal de
Mestre-sala e Porta-bandeira, com uma fantasia que representa “O primeiro carnaval da
Portela”.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
Durante muitos anos, a criação de uma tela que retratava uma Torre Eifell no coração do
subúrbio carioca sempre intrigou aos críticos de arte. Contudo, hoje se sabe que não se
tratava de uma divagação da mente criativa de Tarsila do Amaral. A pintora esteve em
Madureira, acompanhada de amigos franceses, para ver a engenhosidade do povo suburbano
e seu carnaval. A ala 05, “franceses em Madureira”, representa exatamente a presença dos
franceses que acompanharam a pintora ao subúrbio em pleno carnaval. Contagiados pela
folia suburbana, eles trajam cocares indígenas e roupas de marinheiro, entrando no clima da
festa. Diante da Torre Eifell ressignificada pelos moradores da Zona Norte carioca, temos a
certeza de que Madureira sempre foi um bairro verdadeiramente moderno. Na sequência, a
ala “mulheres de Madureira” (Ala 06) remete às personagens retratadas no quadro, a
representação da população local, negra e suburbana, pelos traços de Tarsila. Ela antecede à
segunda alegoria, “Carnaval em Madureira”, que, reproduzindo a citada tela, promove um
grande baile de carnaval com a presença de várias fantasias típicas da década de 1920. Nesta
alegoria também estão os franceses que acompanharam a pintora, promovendo um
verdadeiro choque entre culturas. Todo este setor compõe o que chamamos de “A
brasilidade de Madureira”, mostrando que, de uma forma geral, o bairro contribuiu para que
o movimento modernista definisse seus conceitos sobre a brasilidade, encontrando o povo
negro, o carnaval e a capacidade popular de ressignificar o mundo ao seu redor. O que, como
vamos ver mais adiante, muda a vida e a carreira da cantora Clara Nunes.
Desde a infância Clara Nunes incorporou elementos que compõe a brasilidade buscada pelos
modernistas. Vale destacar que Tarsila do Amaral, além de pintar o carnaval e a população
negra do subúrbio, também se inspirou no povo e nas paisagens do interior mineiro,
mercados e feiras livres. A futura cantora nasceu em Paraopeba, em um distrito chamado de
Cedro. Um lugar que, emancipado em 1º de Janeiro de 1954, passou a ser o município de
Caetanópolis. As festas populares típicas do interior de Minas Gerais, folguedos que
influenciaram Clara Nunes ao longo de toda sua vida, estão representadas pelas alas 07, 08,
10 e 11, respectivamente, “Folia de Reis”, “Burrinhas”, “Congada” e “Pastorinhas”. A
mesma temática é abordada pelo terceiro casal de Mestre-Sala e Porta-bandeira e pela ala 09,
esta última reunindo nossos Compositores e o Departamento Feminino. Eles representam os
“cantadores mineiros”, figuras importantes para o folclore local. O próprio pai de Clara,
Mané Serrador, foi mestre de canto numa Folia de Reis. Foram nestas festas, sincréticas em
sua essência, que Clara Nunes teve seu primeiro contato com a miscigenação cultural entre
as três raças que compõem o povo brasileiro.
Na sequência, com a presença de um tripé, o grupo “Operárias”, complementado pela ala 12,
“Tecelagem”, fazem referência ao primeiro emprego de Clara Nunes, ainda uma menina de
14 anos, que labutou numa fábrica de tecidos. Por sinal, esta fábrica, a Companhia Cedro &
Cachoeira, surgida em 1872, era a principal fonte de emprego e renda da região. Seu pai
havia nela trabalhado como marceneiro, e, de certa forma, este era o destino de todo jovem
morador daquele pequeno munícipio. Todavia, os sonhos de Clara eram bem maiores. Os
sonhos e a fé. Ao longo de sua infância e adolescência, ela recebeu grande influência da
religiosidade católica, que tem fortes raízes no interior mineiro. Isso é retratado pelas alas 13
e 14, respectivamente, “Folia do Divino” e “Sagrado Coração”, e pela terceira alegoria, que,
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
Com as bênçãos de Oxalá, o “pai de todos os Orixás”, representado pela ala 15, a Portela
começa a mostrar a influência da religiosidade afro-brasileira sobre Clara Nunes. Após
seguidos fracassos, Clara, tendo Adelzon Alves como produtor, investe na musicalidade do
povo negro do subúrbio. Juntamente com um novo repertório, a mineira incorpora em seu
visual elementos dos trajes usados pelo “povo de santo”, o que, aos poucos, passariam a
compor a imagem da cantora que ficou eternizada na memória dos brasileiros: vestidos
brancos, fios de conta, conchas e diversos outros elementos culturais afro-brasileiros. As alas
16 (Baianas) e 17, respectivamente, Yalorixás e Ekedis, mostram as duas principais figuras
femininas em um terreiro, cujas vestimentas tradicionais inspiraram as criações de Geraldo
Sobreira, estilista responsável pelo visual que Clara Nunes passaria a adotar. As Yalorixás,
também conhecidas como Mães-de-Santo, são as sacerdotisas dos terreiros, e, entre outras
funções espirituais, guiam a vida de seus filhos e filhas, orientando os caminhos a serem
seguidos. As Ekedis, “zeladoras dos Orixás”, precisam atender as necessidades das
entidades, por isso não entram em transe.
Ao longo de sua vida, Clara Nunes frequentou diversos terreiros, nas mais variadas partes do
Brasil. Em Olinda, Pai Edu afirmou que a mineira era filha de Oxum com Xangô. Clara
mudou sua forma de devoção, passando a usar fios de conta dourados e a entoar saudações
para a Deusa das águas doces. Nossos passistas (ala 18) rendem homenagem exatamente a
Oxum, Orixá associada à beleza e ao amor, que também ocupa o posto de protetora da
Portela. Eles são seguidos pela ala 19, a nossa bateria, representando o Ijexá, ritmo que
marca o toque festivo para Oxum nos carnavais de rua. Decerto, para muito além das
festividades do “povo de santo”, Clara Nunes ajudou a tornar o Ijexá um ritmo conhecido,
transformando-o em canções de enorme sucesso.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
nosso desfile, todo este setor compõe o que definimos como “A brasilidade de raiz africana”,
a mais forte identificação entre Clara Nunes e a negritude, a fé compartilhada junto ao povo
de Madureira.
Em suas idas e vindas a Madureira, criando laços de amizade e participando de várias rodas
de samba em quintais, Clara Nunes se apaixona pela Portela. Ela gravou sambas-enredos que
nossa escola levou para a avenida, cantou ao lado dos intérpretes oficiais, e, muitas vezes,
foi apenas mais uma portelense desfilando feliz, despreocupada, brincando carnaval e
lutando pela conquista do campeonato. Destacando os motivos africanos, a ala 22, “Ilu-
Ayê”, assim como o grupo “Africanos”, que vem na sequência, fazem referência ao carnaval
da Portela de 1972, cujo enredo foi desenvolvido por Candeia e pelo Departamento Cultural.
O desfile foi uma homenagem à força da negritude, sendo o samba-enredo, composto por
Cabana e Norival Reis, incluído pela cantora no álbum “Clara Clarice Clara”, lançado no
mesmo ano. Trazendo motivos Indígenas, a ala 23, “Macunaíma, herói de nossa gente”, faz
referência ao carnaval de 1975 da Portela, em que a cantora interpretou o samba-enredo na
avenida. A ala 24, “Ressurreição das coroas – reisado, reino e reinado”, faz referência ao
desfile de 1983, última aparição de Clara no carnaval. Na sequência, nossa Galeria da Velha
Guarda (Ala 25) desfila prestando homenagem a sua eterna madrinha, ratificando os laços
que os unirão para sempre.
E quando de repente, num breve instante inesperado, a Sabiá alçou voo rumo ao infinito, um
verdadeiro “mar azul portelense” tomou as ruas da cidade em forma de devoção, o que é
representado pela ala 26. Clara Nunes deixou o plano terreno e virou mais uma estrela,
representada pela ala 27, “Onde canta a Sabiá”. Na vastidão da eternidade, será mais um
corpo brilhante na “Constelação Portelense” (ala 28), que faz alusão aos grandes nomes de
nossa escola que para sempre estarão em nossa memória.
Por fim, nossa quinta alegoria é uma homenagem ao altar sincrético que Clara Nunes
mantinha em sua casa, o que serviu de inspiração para o samba “Portela na Avenida”, de
Paulo Cesar Pinheiro, marido da cantora, e Mauro Duarte. O manto azul de Nossa Senhora
Aparecida simbolicamente se une à bandeira da Portela, na forma de devoção popular. A
Águia altaneira e o Divino Espírito Santo se tornam um só. As fronteiras entre “sagrado” e o
“profano” se misturam, como foi ao longo de toda vida de Clara. Nas laterais, estão os
componentes da Velha Guarda show e da Galeria da Velha Guarda, pastores que defendem
as cores da Portela. No Centro, os “amigos de Clara Nunes”, pessoas importantes para a
história da cantora, ao lado de sambistas que seguiram os passos da artista. É a procissão do
samba, que reúne gente da cidade e da favela, encerrando o desfile da majestade do samba.
A Sabiá partiu em direção as estrelas, onde continuará eternamente a nos iluminar. Todo
este último setor, intitulado “Portela, sob a sua bandeira o divino manto”, apresenta a forte
relação entre Clara Nunes e a Portela, uma devoção mútua que se perpetuará através dos
anos. A Sabiá será eterna na memória do povo de Madureira, que para sempre a ouvirá
cantar.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
ROTEIRO DO DESFILE
1º SETOR - NAÇÃO
Comissão de Frente
RITUAL DO ENTARDECER
(com elemento cenográfico)
Guardiões do 1º Casal de
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
A EXUBERÂNCIA DAS AVES TROPICAIS
Guardiões do 1º Casal de
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
A EXUBERÂNCIA DAS AVES TROPICAIS
Alegoria 01 – Abre-Alas
AS FORÇAS DA NATUREZA
Ala 01 – Comunidade 01
PIERRÔS
Ala 02 – Comunidade 02
COLOMBINAS
Ala 03 – Comunidade 03
BAIANINHAS E MALANDROS
Ala 04 – Comunidade 04
PALHAÇOS
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
Ala 05 – Comunidade 05
FRANCESES EM MADUREIRA
Ala 06 – Comunidade 06
MULHERES DE MADUREIRA
Alegoria 02
CARANAVAL EM MADUREIRA
Ala 08 – Comunidade 07
BURRINHA
Tripé
TECELAGEM
Grupo Operárias
OPERÁRIAS
Ala 12 – Coreografada 01
TECELAGEM
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
Ala 13 – Comunidade 08
FOLIA DO DIVINO
Ala 14 – Comunidade 09
SAGRADO CORAÇÃO
Alegoria 03
MINAS DE TODOS OS SANTOS
Ala 16 – Baianas
YALORIXÁS
Ala 18 – Passistas
OXUM
Rainha de Bateria
Bianca Monteiro
OYÁ ONIRA
Ala 19 – Bateria
IJEXÁ
Ala 20 – Sambart
OGUM
Ala 21 – Impossíveis
YANSÃ
Alegoria 04
CONTO DE AREIA
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
Grupo Africanos
AFRICANOS
Ala 23 – Comunidade 10
MACUNAÍMA, HERÓI DE NOSSA
GENTE
Ala 24 – Mocotó
RESSURREIÇÃO DAS COROAS –
REISADO, REINO E REINADO
Ala 25 – Velha-Guarda
ALMA E CORAÇÃO PORTELENSE
Ala 26 – Comunidade 11
MAR AZUL PORTELENSE
Ala 27 – Comunidade 12
ONDE CANTA A SABIÁ
Ala 28 – Comunidade 13
CONSTELAÇÃO PORTELENSE
Alegoria 05
ALTAR DO SAMBA
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Alegorias
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Alegorias
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Alegorias
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Alegorias
Composições: Iaôs
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Alegorias
Composições: Sincretismo
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Alegorias
Alegoria 01
Carlos Reis (Central) Hair Stylist
Fantasia: O Canto da Natureza
Alegoria 02
Carlos Ribeiro (Central) Advogado
Fantasia: Arlequim
Tripé: Tecelagem
Paulo Brito (Direita) Empresário
Fantasia – A Arte de Tecer
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
Alegoria 03
Rosane Figueiredo (Central alto) Atriz
Fantasia: Arte Sacra
Alegoria 04
Nil de Yomonjá (Central) Pai de Santo
Fantasia: Oxalá
Alegoria 05
Yolanda Bastos (Central baixo) Atriz
Fantasia: Clara Nunes
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Alegorias
Alegoria 05 (Continuação)
Rogéria Meneguel (Central alto) Ator
Fantasia: O Brilho das Estrelas
Neide Chaves (Lateral direito) Autônoma
Fantasia: Simbologia das Conchas
Carlos Martins (Lateral esquerdo) Cabelereiro
Fantasia: A Magia do Mar
Eliane (Semidestaque esquerdo) Empresária
Fantasia: O Mistério do Mar
Geruza (Semidestaque direito) Empresária
Fantasia: O Canto das Ondas
Local do Barracão
Rua Rivadávia Corrêa, 60. Galpão 06 – Cidade do Samba
Diretor Responsável pelo Barracão
Higor Machado
Ferreiro Chefe de Equipe Carpinteiro Chefe de Equipe
Roberto Romário Fábio Cristiano
Escultor(a) Chefe de Equipe Pintor Chefe de Equipe
Jucelino, Andrea e Glinston Gilmar
Eletricista Chefe de Equipe Mecânico Chefe de Equipe
Mario Sérgio Cal
Outros Profissionais e Respectivas Funções
Luis - Borracheiro
Mauro - Geradores
Nino - Fibra e Empastelação
Sandro - Vidraceiro
Thiago - Decoração
Alex - Espuma
Carlos Henrique - Placas
Serginho - Equipe de Motoristas
João Batista e Dani Cavanellas - Coreógrafos do Carro 01
Diretores de carro: Elisa Fernandes, Val Gomes, Ricardo Costa, Luciano, Fábio Loyo e
Elisabeth Sá.
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
* Fantasia em cinco
cores diferentes:
amarelo, rosa, azul,
vermelho e verde.
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Fantasias
16 Yalorixás Nossa tradicional ala das baianas faz Baianas Jane Carla
referência às mães-de-santo, a líder (1932)
espiritual nos terreiros de Umbanda
e Candomblé. De todas as Yalorixás
que influenciaram Clara Nunes, a
mais representativa foi Vovó Maria
Joana, do morro da Serrinha, em
Madureira.
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
24 Ressurreição das Com uma coroa em destaque, esta Mocotó Sergio Santana
Coroas – fantasia faz referência ao carnaval (1972)
Reisado, Reino e de 1983 da Portela, “Ressurreição
Reinado das coroas – reisado, reino e
reinado”, que marcou o último
desfile de Clara Nunes. Um trabalho
inesquecível de Edmundo Braga e
Paulino Espírito Santo.
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Fantasias
Local do Atelier
Rua Rivadávia Correa, 60 – Barracão 06 – 4º andar
Diretor Responsável pelo Atelier
Nívea Martini e Alessandra Cadore
Costureiro(a) Chefe de Equipe Chapeleiro(a) Chefe de Equipe
Vânia Luciano Costa
Aderecista Chefe de Equipe Sapateiro(a) Chefe de Equipe
Luciano Costa, Vera, Proença, Paulinha, Washington
Rogério, Robinho, Wagner, Luis Claudio, Luis
Cavalcanti, Luciano Almeida e Anthony
Outros Profissionais e Respectivas Funções
Vitor - Vime
Almir e Junior - Arame
Carlos Henrique - Placas
Gilmar e Gilberto - Sublimação
Guilherme - Sapato
Guilherme Camilo - Maquiagem
Alex - Espuma
Gilmar - Pintura
Devilson - Corte
As imagens dos croquis reproduzidas nas fichas são originais e servem apenas como referência,
pois foram realizadas modificações na execução das fantasias, de acordo com materiais
disponíveis no mercado.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Samba-Enredo
Autor(es) do Samba- Jorge do Batuke, Valtinho Botafogo, Rogério Lobo, Beto Aquino,
Enredo Claudinho Oliveira, José Carlos, Zé Miranda, D´Souza e
Araguaci
Presidente da Ala dos Compositores
Jane Garrido, Valter Alverca e Arlindão Matias
Total de Componentes da Compositor mais Idoso Compositor mais Jovem
Ala dos Compositores (Nome e Idade) (Nome e Idade)
100 Noca da Portela Thiago na Fé
(cem) 86 anos 26 anos
Outras informações julgadas necessárias
Axé... sou eu
Mestiça, morena de Angola, sou eu
No palco, no meio da rua, sou eu
Mineira, faceira, sereia a cantar, deixa serenar
Que o mar... de Oswaldo Cruz a Madureira
Mareia... a brasilidade do “Meu lugar”
Nos versos de um cantador
O canto das raças a me chamar
De pé descalço no templo do samba estou
É rosa, é renda, pra Águia se enfeitar
Folia, furdunço, ijexá
Na festa de Ogum Beira-Mar
É ponto firmado pros meus orixás
Eparrei Oyá, Eparrei...
Sopra o vento, me faz sonhar
Deixa o povo se emocionar (refrão)
Sua filha voltou, minha mãe
Pra ver a Portela tão querida
E ficar feliz da vida
Quando a Velha Guarda passar
A negritude aguerrida em procissão
Mais uma vez deixei levar meu coração
A Paulo, meu professor
Natal, nosso guardião
Candeia que ilumina o meu caminhar
Voltei à Avenida saudosista,
Pro Azul e Branco modernista... eternizar
Voltei, fiz um pedido à Padroeira
Nas Cinzas desta Quarta-feira... comemorar
Nossas estrelas no céu estão em festa
Lá vem Portela com as bênçãos de Oxalá
No canto de um Sabiá (refrão)
Sambando até de manhã
Sou Clara Guerreira, a filha de Ogum com Iansã
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Samba-Enredo
"Axé... sou eu
Mestiça, morena de Angola, sou eu..."
O samba da Portela para o carnaval de 2019 é cantado na primeira pessoa, ou seja, pela própria
Clara Nunes. Na visão de nossos compositores, ela retorna à Terra, em pleno carnaval, e se
apresenta aos portelenses para acompanhar o desfile em sua homenagem.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Samba-Enredo
"Voltei
Fiz pedido à Padroeira
Nas Cinzas desta Quarta-feira... comemorar..."
Seguindo sua fé sincrética, ela fez um pedido a Padroeira para ganhar o carnaval!
158
Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Bateria
Bateria
Fantasia: Ijexá
Nilo Sérgio - Herdeiro de Mestre Marçal, Nilo Sérgio é três vezes vencedor do prêmio Estandarte de
Ouro de Melhor Bateria, em 2010, 2012 e 2013, além de ter ganhado o prêmio de Revelação em sua
estreia. Desde o carnaval de 2006 é Mestre de bateria da Portela, sagrando-se campeão em 2017.
159
Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Harmonia
Locutor: Boca
Gilsinho: Filho de Jorge do Violão, músico da Velha-Guarda da Portela, Gilsinho começou sua
carreira em São Paulo, passando por escolas como Vai-Vai, Barroca da Zona Sul e Vila Maria. No
Carnaval carioca, estreou na Portela, em 2006, permanecendo como primeiro intérprete de nossa
agremiação até 2013. Nesse período, além de conseguir forte identificação com a Escola, foi
agraciado, em 2012, com o prêmio Estandarte de Ouro. Após breve passagem pela Unidos de Vila
Isabel, retornou para a Portela no Carnaval de 2016, contribuindo para a conquista do título
portelense de 2017.
160
Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Evolução
Nilce Fran: Passista consagrada na Portela, com passagem pela Estação Primeira de Mangueira,
em 2012 foi vencedora do prêmio Estandarte de Ouro de Melhor Passista Feminino.
161
Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Informações Complementares
Vice-Presidente de Carnaval
-
Diretor Geral de Carnaval
Fábio Pavão, Claudinho Portela, Marcos Aurélio Fernandes e Junior Schal
Outros Diretores de Carnaval
-
Responsável pela Ala das Crianças
-
Total de Componentes da Quantidade de Meninas Quantidade de Meninos
Ala das Crianças
- - -
Responsável pela Ala das Baianas
Jane Carla
Total de Componentes da Baiana mais Idosa Baiana mais Jovem
Ala das Baianas (Nome e Idade) (Nome e Idade)
80 Dulcinea Oliveira Lívia Cardoso
(oitenta) 81 anos 32 anos
Responsável pela Velha-Guarda
Roberto Camargo
Total de Componentes da Componente mais Idoso Componente mais Jovem
Velha-Guarda (Nome e Idade) (Nome e Idade)
100 Sebastião José de Lima Dayse Lúcia Jermias
(cem) 91 anos 62 anos
Pessoas Notáveis que desfilam na Agremiação (Artistas, Esportistas, Políticos, etc.)
Monarco, Surica, Mariene de Castro, Carlinhos de Jesus, Marisa Monte, Paulinho da Viola,
Sheron Menezes, Maria Rita, Glória Pires e Orlando Moraes
Outras informações julgadas necessárias
Almoxarifado: Ed e Dudu
162
Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Comissão de Frente
Ritual do entardecer
É cheiro de mato! É terra molhada! É o horizonte rajado de vermelho e laranja colorindo o pôr do
sol.
Uma cena litúrgica, um ritual ancestral de renascimento para evocar a essência da filha de Oya. A
filha que fazia da sua voz uma oblação aos ancestrais quando batia no peito, opulenta e orgulhosa,
para declarar o sagrado nome e a força dos seus pais. Teve como crisma o título de Guerreira,
concedido apenas aos fortes e sem temores. É um título da bravura, porém, com graça e ternura.
São essas mesmas características que constroem as “Guerreiras de Iansã”, mulheres destemidas e
respeitosas, guardiãs do sagrado altar e do etéreo nele guardado. É lá que está, sob a égide da
Deusa dos ventos, toda a essência dessa voz que era iluminada por um sorriso que cantou o amor,
a religiosidade e a paz.
Em respeito e devoção à Sabiá, as Guerreiras, no êxtase profundo do seu ritual, curvam-se para a
cantora Mariene de Castro, que surge vestida nas cores que deu origem ao nome Yansã, “mãe do
entardecer”. A Orixá que tem o poder da transformação e do renascimento das borboletas, que são
o encantamento da magia e do amor. Ela reverencia e canta com louvor, para o público da
Sapucaí, a frase que definiu Clara Nunes: “Sou Clara Guerreira, a filha de Ogum com Iansã.”. Sua
voz é o sopro que transcende o plano terreno. O seu cantar é a comunicação com o sagrado. É a
Portela chamando sua filha para ser celebrada. Canta meu sabiá, a Sapucaí é sua!
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Comissão de Frente
Em um respeitoso show, Mariene de Castro trouxe a musicalidade de Clara. Hoje, traz o sorriso
iluminado, o rodopiar da saia e as coisas da terra. Ela traz consigo todas as vozes que já
interpretaram a mineira para mantê-la viva. Tons e timbres diferentes que se unem ao canto de
Mariene, transformando-o em prece para reverenciar Clara Nunes.
Mariene é a imagem em movimento da alegria, que tem como inspiração a explosão de vida que
foi Clara Nunes. Os Ogans, em respeito ao seu pai Ogum, saúdam o manto azul da Portela que se
estende pela avenida. Emanam energia, fé e força para que a lembrança da Guerreira inunde a
Marques de Sapucaí, fazendo nossa emoção transbordar de lembranças desse ser de Luz.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
1º Mestre-Sala Idade
Marlon Lamar 24 anos
1ª Porta-Bandeira Idade
Lucinha Nobre 43 anos
2º Mestre-Sala Idade
Yuri Souza 24 anos
2ª Porta-Bandeira Idade
Camylla Nascimento 30 anos
3º Mestre-Sala Idade
Emanuel Lima 26 anos
3ª Porta-Bandeira Idade
Rosilaine Queiroz 34 anos
Outras informações julgadas necessárias
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Abre-Alas – G.R.E.S. Portela – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
166
G.R.E.S.
UNIÃO DA ILHA DO
GOVERNADOR
PRESIDENTE
DJALMA CARNEIRO LEÃO FALCÃO
167
“A Peleja Poética entre Rachel
e Alencar no Avarandado do
Céu”
Carnavalesco
SEVERO LUZARDO FILHO
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Abre-Alas – G.R.E.S. União da Ilha do Governador – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Enredo
Enredo
“A Peleja Poética entre Rachel e Alencar no Avarandado do Céu”
Carnavalesco
Severo Luzardo Filho
Autor(es) do Enredo
Severo Luzardo Filho
Autor(es) da Sinopse do Enredo
Severo Luzardo Filho e Daniel Targueta
Elaborador(es) do Roteiro do Desfile
Severo Luzardo Filho
Assistentes do Carnavalesco: Guilherme Estevão e Juanjo Caballero
Dudu Azevedo
Ano da Páginas
Livro Autor Editora
Edição Consultadas
171
Abre-Alas – G.R.E.S. União da Ilha do Governador – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Enredo
Ano da Páginas
Livro Autor Editora
Edição Consultadas
172
Abre-Alas – G.R.E.S. União da Ilha do Governador – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Enredo
AZEVEDO, Sânzio de. Rachel de Queiroz e a poesia. In: COUTINHO, Fernanda (org.). Rachel de
Queiroz: uma escrita no tempo. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2010. p. 87-98.
BARBOSA, Lourdinha L. Protagonistas de Rachel: caminhos e descaminhos. 2ªed. Fortaleza:
SECULT/CE, 2011. 120p.
BEHR, Miguel von. Quixadá: terra dos monólitos. São José dos Campos: Somos Editora, 2007. 303p.
BEZERRA, Valéria Cristina. “A recepção crítica de José de Alencar: a avaliação de seus romances e a
representação de seus leitores”. 2012. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Estudos da Linguagem,
Unicamp, Campinas, 2012.
BOSI, Alfredo. História concisa da Literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1994.
BUENO, Eduardo. "Náufragos, traficantes e degradados: as primeiras expedições no Brasil”. RJ:
Objetiva, 1998.
CANDIDO, Antonio. Formação da Literatura Brasileira. Belo Horizonte: Itatiaia,
1981. ______________. Literatura e Sociedade. São Paulo: Nacional, 1967.
CASCUDO, Luís da Câmara. 1955. “O folclore na obra de José de Alencar. In: ALENCAR, José de.
Til. Romance brasileiro. 3ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, p. 3-10. V. XI.
CORDEIRO, Celeste. Antigos e modernos no Ceará Provincial. São Paulo: Annablume, 1997.
COUTINHO, Afrânio. A Literatura no Brasil vol. 5. 4. ed. São Paulo: Global, 1997.
FARIA, João Roberto. José de Alencar e o teatro. São Paulo: Perspectiva; Editora da Universidade de
São Paulo, 1987.
HALLEWEL, Laurence. O livro no Brasil: sua história. São Paulo: Edusp, 2005.
MENESES, Antonio Bezerra de. "Notas de viagem". Imprensa Universitária do Ceará. Fortaleza, 1965
ROCHA, Delfina. Sabores e Saberes do Ceará: Arte Culinária e Fotografia. Fortaleza: editora D. M.
Rocha, 2003. 1° Edição.
SILVA, Cristina M. da. Entre exílios, veredas e aventuras: o romance da vida social em Rachel de
Queiroz. 2005. 197p. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais). Programa de Pós-Graduação em
Ciências Sociais. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, 2005.
SCHWARZ, Roberto. Ao vencedor as batatas. São Paulo: Duas cidades, 1988.
TROIGROS, Claude. Prefácio. In: SENAC. Culinária Nordestina: encontro de mar e sertão. São
Paulo: Editora SENAC, 1998.
173
Abre-Alas – G.R.E.S. União da Ilha do Governador – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Enredo
SITES VISITADOS:
SETOR 1:
http://cearaemfotos.blogspot.com/
http://eelepe.blogspot.com/p/igreja-matriz-de-almofala-completa-300.html
http://www.ao.com.br/download/urutau.pdf
http://www.oestadoce.com.br/arteagenda/historias-e-lendas-universais
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/regional/monolitos-sao-a-sintese-do-semi-arido-
1.14175
http://www.seer.ufu.br/index.php/caminhosdegeografia/article/viewFile/26924/15966
SETOR 2:
http://cearanordeste.blogspot.com/2011/07/sao-jose-do-porto-dos-barcos.html
https://revistas.ufrj.br/index.php/diadorim/article/download/3903/2881
https://www.youtube.com/watch?v=M93zWe4kbZQ
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4308131/mod_resource/content/1/Geografia%20dos%20sabor
es%20ensaio%20sobre%20a%20din%20-%200.pdf
http://www.uece.br/mpgnt/dmdocuments/MARQUES,T.M.P.pdf
SETOR 3:
http://memoriaglobo.globo.com/programas/jornalismo/telejornais/jornal-nacional/festas-juninas.htm
https://g1.globo.com/ceara/sao-joao/2017/noticia/ceara-entra-no-calendario-nacional-de-festejos-
juninos-do-ministerio-do-turismo.ghtml
https://g1.globo.com/ceara/sao-joao/2017/noticia/ceara-entra-no-calendario-nacional-de-festejos-
juninos-do-ministerio-do-turismo.ghtml
http://tvbrasil.ebc.com.br/expedicoes/conteudo/reisados-do-sertao-do-ceara
http://blogs.diariodonordeste.com.br/cariri/cultura/professor-explica-tradicao-do-reisado-no-cariri/
http://blogs.diariodonordeste.com.br/cariri/cultura/folia-de-reis-toma-conta-das-ruas-do-cariri-
cearense/
http://www.labpac.faed.udesc.br/e%20festa%20de%20boi_izaura%20lila%20l%20ribeiro.pdf
http://tribunadoceara.uol.com.br/diversao/musica-2/um-pingo-de-historia-do-maracatu-de-fortaleza/
http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2016/02/milhares-de-fieis-homenageiam-padre-cicero-em-
juazeiro-do-norte-ce.html
https://www.ico.ce.gov.br/informa.php?id=208
https://www.fortaleza.ce.gov.br/noticias/tag/Festa%20De%20S%C3%A3o%20Pedro%20Dos%20Pesc
adores
http://www.arquidiocesedefortaleza.org.br/atualidades/noticias/arquidiocese/missa-e-procissao-
maritima-marcam-o-encerramento-de-festa-no-mucuripe/
http://www.arquidiocesedefortaleza.org.br
http://www.opovo.com.br/app/acervo/entrevistas/2014/03/05/noticiasentrevistas,3197472/rachel-de-
queiroz-veno-ao-sertao-para-ser-feliz.shtml
174
Abre-Alas – G.R.E.S. União da Ilha do Governador – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Enredo
SETOR 4:
https://oglobo.globo.com/boa-viagem/na-literatura-brasileira-um-guia-das-belezas-de-norte-sul-
do-pais-22581417
http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/04/primeiro-acude-do-pais-cedro-busca-titulo-de-
patrimonio-mundial.html
http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2016/09/maior-plantacao-de-rosas-do-brasil-fica-no-
ceara-na-serra-de-ibiapaba.html
https://www.youtube.com/watch?v=u0mJ31eQW1U
http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2016/09/trilha-no-parque-de-ubajara-no-ceara-leva-
rios-cachoeiras-e-gruta.html
http://www.ufc.br/cultura-e-arte/equipamentos-culturais/2040-casa-de-jose-de-alencar
https://lidesealgomais.wordpress.com/2013/02/25/um-olhar-sobre-a-iracema-e-outros-
monumentos-da-av-beira-mar-2/
http://www.ctac.gov.br/tdb/portugues/teatro_josedealencar1.asp
SETOR 5:
http://hotsite.diariodonordeste.com.br/especiais/fios-de-tradicao/rendas-do-mar/origem
http://www.nayanerodrigueslingerie.com.br/quem-somos/
https://www.lilianpacce.com.br/marca/lindebergue-fernandes/
http://linovillaventura.com.br/villaventura/?page_id=2
http://www.dfhouse.com.br/gallery/almerinda-maria/
http://www.artesol.org.br
https://especiais.opovo.com.br/industriatextil/
http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/6267/1/2013_dis_jljsoares.pdf
175
Abre-Alas – G.R.E.S. União da Ilha do Governador – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Enredo
Severo Luzardo
Assinou diversos trabalhos na TV Globo, incluindo novelas de sucesso como "Flor do Caribe", a
minissérie "O Tempo e o Vento" e participou da equipe de figurino de "Laços de Sangue",
novela na qual recebeu o Prêmio EMMY.
No cinema nacional, seu premiado "Pequeno Segredo", foi escolhido para concorrer ao Oscar de
melhor filme estrangeiro. Participou de produções internacionais como Robot, ganhando vários
prêmios em festivais ao redor do mundo.
Seu trabalho meticuloso, emergindo na essência dos personagens, nos revelam figurinos que
encantam e traduzem a brasilidade no fazer característico de sua trajetória.
Novelas como "Terra Prometida", "O Rico e o Lazaro", "Escrava Mãe", "Belaventura" e
"Jesus", hoje fazem sucesso em diversos países, mostrando a diversidade e o fazer artístico de
Luzardo.
Como carnavalesco atinge 42 anos de profissão, coroando desfiles memoráveis com mais de 13
campeonatos e 50 prêmios.
— "É um dos carnavalescos mais talentosos. Tem uma capacidade de expressão plástica
formidável e trabalha muito bem com cores e volumes — destaca o professor e autor do “Livro de
ouro do carnaval brasileiro”.
No seu terceiro ano na escola de samba União da Ilha do Governador, Severo Luzardo Filho
conseguiu traduzir os anseios e desejos da comunidade, aliando sua plástica e estética refinada ao
brincar descontraído e irreverente do folião insulano.
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Abre-Alas – G.R.E.S. União da Ilha do Governador – Carnaval/2019
HISTÓRICO DO ENREDO
INTRODUÇÃO
A União da Ilha do Governador partilha o desejo de levar para a Avenida em 2019 uma
proposta lúdica e prazerosa que aproxima cultura popular e educação. Bordaremos com
palavras, versos e memórias a celebração do encontro entre dois expoentes da literatura
brasileira no enredo “A PELEJA POÉTICA ENTRE RACHEL E ALENCAR NO
AVARANDADO DO CÉU”.
O Ceará está intimamente fincado no chão de Rachel e Alencar, lugar por onde andaram e de
onde extraíram elementos essenciais para a construção de seus escritos. Pisaduras na história
com prosa, crônicas e lirismo. Um emaranhado de conhecimentos e sabores, desde o litoral
até o sertão.
As linhas que tramam seus livros revelam saberes passados de pai para filho e assombrações
que povoam o imaginário popular dessa terra cercada de mar, mas com o chão emoldurado
pela seca. Fé embalada em oração e festejada ao som da sanfona e do cordel.
A Ilha vai desfilar “causos” aninhados nas páginas amareladas pelo tempo. Cenas de uma
terra ornada pelas várzeas da caatinga ou por imensas campinas que se dilatam por
horizontes infindo.
Ceará vem de “cemo” que, nos ensina Alencar, significa “cantar forte, clamar”. A jandaia
faz ecoar nosso canto rumo aos verdes mares e borda no azul do firmamento o matiz de um
encontro inédito.
Em cada brincante, cores que pincelam os sonhos, com o sotaque próprio de um povo que
luta pelo sorriso e pela felicidade. Alegria compartilhada -- “Sou brasileiro, sou cabra da
peste, sou do Nordeste, sou do Ceará”.
SINOPSE
Era uma vez o desejo de contar histórias. Histórias únicas, impregnadas de sorrisos e
abraços. Histórias que trouxessem notícias do Brasil e sua gente.
Esse universo múltiplo, de caras e figuras em constante movimento, passeia pelo sertão
afora, percorre caminhos e lendas, conhece outros lugares, experimenta sabores
diferentes, voa nas asas das palavras e, ao som do sanfoneiro, dança as cirandas da
vida.
177
Abre-Alas – G.R.E.S. União da Ilha do Governador – Carnaval/2019
Assim foram surgindo as primeiras narrativas de uma peleja poética entre Rachel e
Alencar. Personagens vivos numa folia colorida, contadas no avarandado do céu.
Quem quiser escutar, que se aprochegue, se assim lhe agradar.
- Rachel, nobre escritora. Sensível como uma flor. Você ficará sabendo o peso de um
escritor. Remexa todos os livros e conhecerá meu valor.
- Oh, ilustre menestrel, cujo nome é Alencar. Que às tradições é fiel e faz o baú do
imaginário desabrochar, um universo de lendas, magia entre o homem e seu lugar.
- "Em frente, todos os novos caminhos para mim eram um mistério." (RACHEL DE
QUEIROZ, "Memorial de Maria Moura")
Personagens lendários desviando caminhos para seguir em frente. Uma linda princesa
(transformada numa serpente de escamas de ouro), esquecida em seu castelo com
torres douradas, guardando joias, pedrarias, barras de prata e moeda aos montes para
o herói audacioso que resolva lhe “quebrar” o encanto. Nas asas do vento criador, a
esfinge de Quixadá e o velho Guajará passeiam, ao som do Urutaú, por trilhas nunca
antes descobertas. Sons de tambores permeiam os contos do Dragão e o tesouro
enterrado em Ipu.
- "O Urutaú no fundo da mata solta as suas notas graves e sonoras, que, reboando pelas
longas crastas de verdura, vão ecoar ao longe como o toque lento e pausado do ângelus"
(ALENCAR, ”O Guarani”)
- “Iam para o destino, que os chamara de tão longe, das terras secas e fulvas de Quixadá, e
os trouxera entre a fome e mortes, e angústias infinitas, para os conduzir agora, por cima
da água do mar, às terras longínquas onde sempre há farinha e sempre há inverno...”
(RACHEL, "O Quinze")
- "Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu"
(ALENCAR,”O Guarani”)
- Rachel, doce menina, se entendes de comidas, do sertão não faça rolo. Eu gosto de
macaxeira, pamonha de milho e bolo. Buchada, sarapatel, batida, alfenim e tijolo.
- "Compunha-se esta de uma naca de carne de vento e alguns punhados de farinha, que
trazia no alforje. De postres um pedaço de rapadura, regado com água da
borracha." (ALENCAR - "O Sertanejo")
- "Só comparo o Nordeste à Terra Santa. Homens magros, tostados, ascéticos. A carne de
bode, o queijo duro, a fruta de lavra seca, o grão cozido em água e sal. Um poço, uma
lagoa é como um sol líquido, em torno do qual gravitam as plantas, os homens e os bichos."
(RACHEL, "O Não me deixes: suas histórias e sua cozinha")
"Pegamos os fardos de pano, o sal que dura sem fim. E os sacos com os mantimentos dos
comboieiros comerem em caminho: feijão, farinha, e meia manta de carne
seca." (QUEIROZ, "Memorial de Maria Moura")
- Alencar, o Mestre Noza, era um artista fiel, fazendo a literatura, cumprir social papel.
Inter-relacionou xilogravura e cordel.
- “Às vezes sobe aos ramos da árvore e da lá chama a virgem pelo nome; outras remexe o
uru de palha matizada, onde traz a selvagem seus perfumes, os alvos fios de crautá, as
agulhas de juçara com que tece a renda...” (ALENCAR, “Iracema”)
- “No bolso, pouco dinheiro e um pedaço de fumo. Um chapelão de palha bem trançado e
fino, que era a especialidade do mulherio do lugar, mas nenhuma delas se apurava no
tecido dos chapéus para vender em quantidade, em alguma feira."[...]"Encomendei à nossa
velha louceira, toda a louça de barro, as panelas, potes e alguidares.”(RACHEL DE
QUEIROZ, "Memorial de Maria Moura")
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Abre-Alas – G.R.E.S. União da Ilha do Governador – Carnaval/2019
Setor 3 – “Fica então um bom desejo, que seja lindo seu festejo”
- Rachel dama de fé, as festas folclóricas que tanto animam o sertão são feitas no
Ceará, incluindo as do chitão. Reisado e maracatu e Padim Ciço Romão.
- Alencar, meu bom senhor, quadrilhas, cirandas e boi de chifre dourado, são festas
bem conhecidas de meu povo rogado. Procissão de São Pedro com barcos enfeitados.
“Logo depois vinham os Reis com as suas cantigas, as suas romarias noturnas, as suas
coletas para o jantar do dia seguinte[...] Ao Espírito Santo armavam-se as barraquinhas, e
faziam-se leilões de frutos e de aves.“(ALENCAR, “Ao correr da pena”)
"Alguns dizem que o padre está debaixo do chão: os incréus, os materialistas. Porque a
gente que tem fé conta que Meu Padrinho, vendo a choradeira do povo, ressuscitou ali
mesmo, sentou-se no caixão, sorriu, deu bênção, depois deitou-se outra vez e seguiu viagem
dormindo, até à igreja do Perpétuo Socorro." (RACHEL, "O Padre Cícero Romão Batista")
"Então entraram, cada uma de seu lado, duas quadrilhas adereçadas com roupas muito
lindas, uma de verde e amarelo, que era a dos pernambucanos, e outra de encarnado e
branco, que era a dos lusitanos. Correram primeiro as lanças; depois jogaram as canas e
alcanzias, fazendo várias sortres como costumam." (ALENCAR, “O sertanejo”)
“Lá pela minha zona, que já é sertão autêntico, o único festejo popular que apaixona e
consome dinheiro e energias é o boi. Essa sim, tem ainda muita força no coração do povo.
Tem burrinhas com saia de rendas, tem bois com chifre dourado, babaus enfeitados com
fitas de gorgorão, e os trajos dos velhos são quase tão caprichados quanto os cordões de
carnaval dos cariocas." (QUEIROZ, "O Senhor São João")
180
Abre-Alas – G.R.E.S. União da Ilha do Governador – Carnaval/2019
São tantas horas de sertão rachado, tantos mares desbravados, tantos caminhos
trilhados para conhecer novos mundos. A beleza encanta nas trilhas onde tudo leva
para qualquer lugar. Florestas enfeitiçadas pela lua, águas doces cristalinas pelos raios
do sol ardente, mares verdes como joias de pedras raras. Natureza generosa que nos
convida a dar a volta ao mundo girando o globo na própria mão. Viajar de barco, de
avião, de ônibus, de trem para desvendar os mistérios durante o percurso.
- Rachel que orgulho tenho, dos fósseis de Cariri ao pé da Ibiapaba. Bichos, flores e
frutos, tantas belezas raras. Grande Açude do Cedro, queda d'água abençoada.
- Gosto também, Alencar, de balonismo nos céus, com cores agigantadas. Famosa do
litoral, a bela Canoa Quebrada. Parque de Água doce, praias de água salgada.
“Esta imensa campina, que se dilata por horizontes infindos, é o sertão de minha terra
natal. Aí campeia o destemido vaqueiro cearense, que à unha de cavalo acossa o touro
indômito no cerrado mais espesso, e o derriba pela cauda com admirável destreza...”
(ALENCAR, “O sertanejo”)
“Eu também me fazia contar coisas do meu Cariri natal, que era ali tão exótico e distante
quanto as agulhas de Cárpatos.”(RACHEL, "As Três Marias")
“Veio pelas matas até o princípio da Ibiapaba, onde fez aliança com Irapuã, para combater
a nação pitiguara. Eles vão descer da serra às margens do rio em que bebem as garças.”
(ALENCAR, “Iracema”)
“E o Cedro grandioso grita, a se remirar no seu paredão alto, nos seus mosaicos, nos
correntões que pendem em marcos de granito.”(RACHEL, "Mandacaru")
“A praia ficara deserta; e nas águas tranquilas da baía, apenas as nereidas murmuravam,
conversando baixinho sobre o acontecimento extraordinário que viera perturbar os seus
calmos domínios.” (ALENCAR, “Ao correr da pena”)
"Essa ligação de amor que o nordestino tem com a sua terra... Pensando bem, será mesmo
de amor? Ou antes: será só amor? Talvez maior e mais fundo, espécie de mágica entre o
homem e o seu chão, simbiose da terra com a gente. Vem na composição do sangue. Aquela
terra salgada que já foi fundo do mar tem mesmo o gosto do nosso sangue.” (RACHEL, "As
terras ásperas")
- Raquel aqui te digo, o Mestre mais conhecido é Espedito Seleiro. Gibão e mais
aparatos que ornamentam o vaqueiro. Moda característica do couro brasileiro.
- O aprumo, amigo Alencar, é moda feita com amor. Moda de dormir, moda de praiar.
No salão nobre ou na pista, o artista a desfilar, com riquíssimos atrativos, conquista o
além-mar.
"Vestia o moço um trajo completo de couro de veado, curtido à feição de camurça.
Compunha-se de véstia e gibão com lavores de estampa e botões de prata; calções estreitos,
bolas compridas e chapéu à espanhola com uma aba revirada à banda e também pregada
por um botão de prata.“(ALENCAR, “O sertanejo”)
“Olhei para mim mesmo, ali, sentado no chão, a roupa de brim pardo, as grossas botas
reiúnas, o lenço no pescoço. Tudo surrado e encardido...”(RACHEL, "Memorial de Maria
Moura")
“Ao lado pendia-lhe do talim bordado a espada com bainha também de ouro e copos
cravejados de diamantes, como o argolão que prendia-lhe ao pescoço a volta de fina
cambraias, cujas pontas caíam sobre os folhos estofados da camisa.” (ALENCAR, “O
sertanejo”)
“Na grande mesa de jantar onde se esticava, engomada, uma toalha de xadrez, duas xícaras
e um bule, sob o abafador bordado.” (RACHEL, "O Quinze")
“Preso por um airão de ouro, o longo véu de alva e finíssima renda, todo semeado de
raminhos de alecrim e flor de laranja, com lizes de ouro, descia-lhe até os pés, e arfando às
auras matutinas.” (ALENCAR, “O Sertanejo”)
"Agora, o quarto onde ela mora é o quarto mais alegre da fazenda, tão claro que, ao meio
dia, aparece uma renda de arabesco de sol nos ladrilhos vermelhos.” (RACHEL, "Telha de
vidro")
“Ao ombro esquerdo traziam eles alvas toalhas do mais fino esguião lavradas de labirinto
com guarnições de renda, trabalhos estes em que as filhas do Aracatí já primavam naquele
tempo, e que lhes valeu a reputação das mais mimosas rendeiras de todo o norte”.
(RACHEL, “O Sertanejo”)
- Nossa gente tece o mundo, e o mundo se enredou. Com rendas de fino trato, que a
rendeira criou. Borda o pano e a vida, que tanto a Ilha cantou.
E assim desfilam peões com couros coloridos pelos salões, damas de rendas
formosamente belas pelas areias. Avançam e seguem em frente traduzindo um novo
sentido para as histórias desse povo que luta pelo sorriso e pela felicidade. Gente forte,
gente guerreira, um sem fim de personagens e suas andanças pelo reino da folia.
“Acabaram com a Praça Onze, mas viva o carnaval da Ilha. Acima de tudo, viva a
Ilha.”(QUEIROZ, "Saudades do Carnaval")
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JUSTIFICATIVA DO ENREDO
Em 2019, o G.R.E.S União da Ilha do Governador faz partir seu canto forte das águas da
Baía de Guanabara rumo aos verdes mares de esmeralda do Ceará. A bordo de sua jangada, o
insulano pincela no mais azul do firmamento o matiz perfeito para um encontro
aparentemente improvável pelo tempo, mas que somente a magia do
carnaval pode tornar possível. Um encontro entre dois grandes expoentes da literatura
brasileira e também legítimos representantes da cultura cearense: os escritores Rachel de
Queiroz e José de Alencar – pela primeira vez juntos e cujas obras servem de inspiração para
o enredo “A peleja poética entre Rachel e Alencar no avarandado do céu”.
Intimamente ligada à sua terra, seus costumes e sua gente, a escritora cearense e imortal
Rachel de Queiroz dedicou boa parte de sua vasta obra literária para enaltecer sua terra natal.
O Ceará era sua gênese e também força motriz para observar o mundo ao redor. E, nesse
solo ora rachado, ora verdejante, perpassado pelas muitas páginas a nós legadas, bifurca a
árvore genealógica de Rachel, frondando-se para outro expoente da literatura brasileira: o
também cearense José de Alencar, com quem curiosamente tinha parentesco distante, por
parte de mãe. O Ceará está intimamente fincado no chão de Rachel e Alencar, lugar por onde
andaram enquanto viveram e de onde extraíram os elementos essenciais para a construção de
seus escritos.
Escola de samba é, antes de tudo, ESCOLA. Instituição cultural que tem a missão e o dever
de propagar CULTURA do povo e para o povo. Cultura é educação e
também LIBERTAÇÃO de sua gente. E justamente este o papel que o G.R.E.S UNIÃO DA
ILHA DO GOVERNADOR assume para o carnaval de 2019, escolhendo o CEARÁ como
pano de fundo para exaltar, acima de tudo, a ARTE.
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Desenvolvimento do Enredo
Dividido em cinco setores, o enredo "A peleja poética entre Rachel e Alencar no avarandado
do céu" descortina um painel visual que faz de figurinos e elementos cenográficos o material
plástico para apresentar o Ceará em sua versão mais pluralizada, sempre sob a ótica das
obras desses dois imortais escritores. A seguir, a divisão setorizada do enredo e sua
respectiva abordagem:
TERCEIRO SETOR – "FICA ENTÃO UM BOM DESEJO, QUE SEJA LINDO SEU
FESTEJO"
As histórias de Alencar e Rachel se aninham na alegria e devoção de um povo. Ser cearense
é, antes de tudo, acreditar e ter muita fé, com festejos e romarias que reúnem milhares de
pessoas. Tantos foram os personagens de Rachel e Alencar que tinham em comum a fé.
Crença que resiste a muito mais do que pequenas provações diárias – fome, sede ou a
tristeza de ver o rebanho morto. Tantos suplicando por chuva! Existe uma alegria grande
entranhada no cearense, algo pungente e que emociona. Para apresentar este painel, as alas
que abrem o setor celebram os festejos do estado, enquanto as que encerram se debruçam
sobre a religiosidade inquestionável de sua gente, que tem na figura de Padre Cícero Romão,
o Padim Ciço, seu maior expoente. Trata-se, enfim, de um olhar para a alegria e a fé do
Ceará, sob a perspectiva de nossos dois escritores.
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ROTEIRO DO DESFILE
1º SETOR
“O BAÚ DO IMAGINÁRIO MATUTO”
Comissão de Frente
“O MILAGRE DA FÉ”
Destaque de Chão
Vivian Cister
LENDAS GUARANIS
Alegoria 01
O DRAGÃO DE IPU E O TESOURO HOLANDÊS
2º SETOR
“AS CRÔNICAS DE FOGO E GELO”
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Destaque de Chão
Ewa Doromoniec
ARTISTAS DO SERTÃO
Tripé
FEIRAS E MERCADOS
Destaque de Chão
Débora Ribeiro
ADORNOS NATIVOS
Alegoria 02
A “ARTE” QUE FAZ HISTÓRIA
3º SETOR
“FICA ENTÃO UM BOM DESEJO, QUE SEJA LINDO SEU FESTEJO”
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Rainha de Bateria
Gracyane Barbosa
ANJO SAGRADO DO SERTÃO
Destaque de Chão
Dani Sperle
FLORISTA DA QUADRILHA
Alegoria 03
A PROCISSÃO MARÍTIMA DE SÃO PEDRO
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4º SETOR
“SER TÃO ARRETADO DE BOM”
Alegoria 04
CARIRI
5º SETOR
“A BELEZA ARROCHADA NO APRUMO”
Destaque de Chão
Rebeca Rolszt
MODA DE NAYANE RODRIGUES
Destaque de Chão
Sanne Belucci
BELEZA CEARENSE
Alegoria 05
FIOS DA VIDA TECENDO O MUNDO
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
DESTAQUES:
*Essa imagem é de um croqui Semi Destaques: Carmen Tot e Stefani Tot -
original e serve apenas como "Guardiã do tesouro" – A guardiã zela pela riqueza
referência, pois foram realizadas escondida em Ipu: o ouro puro e as pedras preciosas
modificações de estética na protegidas pelo temido dragão de Ipu.
execução da alegoria.
Destaque central frontal: Cristiano Moratto - "O
fascínio do dragão encantado" – As labaredas do
dragão, que protegem o tesouro, provocam o fascínio
que inspira a fantasia do nosso destaque central.
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
DESTAQUES:
Destaque de chão frente tripé: Ewa Doromoniec -
"Artistas do sertão" - Toda pujança da arte produzida no
sertão do Ceará, verdadeira herança cultural brasileira, nos faz
encher os olhos e é representada pela musa que desfila à frente
do tripé "Feiras e mercados".
Destaque de chão atrás tripé: Débora Ribeiro – “Adornos
nativos” - Em “Iracema”, José de Alencar nos mostra que os
índios selvagens confeccionavam seus próprios colares,
símbolos de vitória e consagração. Eram adornos feitos de
sementes – e, muitas vezes, dos dentes de inimigos vencidos
em batalhas. Uma espécie de troféu de valentia que ornava,
com três voltas no peito, “cingindo o colo” dos vencedores.
Esta fantasia inaugura a sequência de alas que valorizam o
artesanato cearense, também com grande influência indígena.
Destaque central frontal: Renata Soares – "Riqueza do
artesanato" - Do litoral ao sertão, o artesanato do Ceará vai
se transformando com os costumes e histórias de cada canto
do estado. Não há quem não se encante com a riqueza e a
multiplicidade da cultura cearense, que se revela manifestada
nas mais diversas formas e cores.
Destaque superior de tripé: Ricardo Ferrador – "Crônicas
de fogo e gelo": Através da fusão das tradições indígena,
africana e europeia, que coexistiram na época da colonização,
o artesão cearense manuseia com destreza o couro, argila,
fibras vegetais, madeira e areia colorida, entre outros, para
produzir o artesanato com a criatividade, o calor e a essência
do Ceará. Como canta nosso samba: "É doce, é fogo, sabor e
prazer"!
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
04 CARIRI COMPOSIÇÕES
(Continuação) "Pássaros em passeio" – Na crônica "Os Passarinhos",
do seu livro "O Homem e o tempo", Rachel de Queiroz
escreve a respeito dos cantos dos vários pássaros que
"passeiam" por sua fazenda Não Me Deixes, no Cariri,
coração do sertão cearense. A fazenda, inclusive, serviu
como modelo para o primeiro censo de fauna e flora do
bioma caatinga. Por isso, a União da Ilha convoca os
pássaros de Rachel para passear, numa revoada
multicolorida, pela Marquês de Sapucaí. Como canta
nosso samba: "A natureza cantada em meus versos /
*Essa imagem é de um croqui Traduz a beleza desse meu lugar".
original e serve apenas como
referência, pois foram realizadas
modificações de estética na DESTAQUES:
execução da alegoria. Destaque de chão: Priscila Mathias "Relíquias do
Cariri" - As cidades do sertão cearense "se aninham",
como descreveu Rachel de Queiroz, no meio de suas
belezas naturais. São as relíquias do Cariri, como as
ossadas fossilizadas e eternizadas pelo tempo.
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Alegorias
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Alegorias
Alegoria 01:
Destaque central frontal: Cristiano Moratto Designer de Moda
Fantasia: “O fascínio do dragão encantado”
Destaque central superior: Leandro Fonseca Empresário
Fantasia: “O dragão do tesouro de Ipu”
Semi Destaques: Carmen Tot Estilista
Semi Destaques: Stefani Tot Arquiteta
Fantasia: “Guardiã do tesouro”
Elemento Alegórico (Tripé) 01:
Destaque central frontal: Renata Soares Enfermeira
Fantasia: “Riqueza do artesanato”
Destaque superior de tripé: Ricardo Ferrador Bancário
Fantasia: “Crônicas de fogo e gelo”
Alegoria 02:
Destaque frontal: Elionor Vilhena Educadora Física
Fantasia: “Poema a Patativa do Assaré”
Destaque lateral direito: Luciana Melani Modelo
Fantasia: “Teia de cordéis”
Destaque lateral esquerdo: Markety Estilista
Fantasia: “Cores mágicas de histórias de cordel”
Destaque central: Hermínia Paiva Estilista
Fantasia: “Poesia em cordel”
Alegoria 03:
Destaque central frontal: Kamila Reis Empresária de Dubai
Fantasia: “Testemunhos da fé”
Semi Destaque lateral esquerdo: Rodrigo Cabelereiro
Fantasia: “Os significados carregados de magia”
Semi Destaque lateral direito: Beth Ribeiro Empresária
Fantasia: “A fé de Pedro”
Destaque central superior: “Augusto Melo” Empresário
Fantasia: “São Pedro: quando o imaginário
ascende à palavra
Alegoria 04:
Destaque lateral esquerdo: Michelle Lao Jornalista
Fantasia: “Arara azul”
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08 Artesanato A cerâmica é uma arte originária dos Ala Show da Juçan e Fátima
Cerâmico índios e desenvolvida Ilha
posteriormente pelos negros. A (Comunidade)
Fazenda Não Me Deixes, na cidade 2012
de Quixadá, onde Rachel viveu boa
parte de sua vida, guarda uma
coleção de panelas, jarros e potes de
cerâmica, objetos que revelam uma
das formas de arte popular mais
desenvolvidas no estado do Ceará. A
arte de modelar o barro é uma das
principais atividades do artesão
cearense. O artesanato cerâmico é
presente também em uma das obras
mais emblemáticas de Rachel,
“Memorial de Maria Moura”:
“Encomendei à nossa velha louceira
toda louça de barro, as panelas, os
potes e alguidares”.
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13 Romeiros da Fé Rachel de Queiroz relatou que a Ala Bira Dance Bira Dance
cidade de Juazeiro do Norte foi Performance
comparada a Meca ou a Jerusalém, (Comunidade)
por ser “a capital de um culto, a 1988
residência permanente de um santo e
em torno desse santo girava toda a
vida daqueles milhares de homens”.
O santo em questão é Padre Cícero
Romão Dias, o Padim Ciço,
sacerdote católico cearense que não
foi canonizado pela Igreja e, ainda
assim, é tido como um mito, um
verdadeiro salvador por sua imensa
legião de fiéis espalhados pelo
Brasil. Esses romeiros da fé fazem
sua peregrinação religiosa na
Avenida em uma ala coreografada,
com quatro figurinos, para pedir
bênçãos no carnaval da peleja
poética entre Rachel e Alencar no
avarandado do céu.
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21 A Bica de Ipu As belezas cearenses também saltam Ala Águia da Carla e Bianca
das páginas dos livros de José de Ilha
Alencar. No município de Ipu está (Comunidade)
localizada a cachoeira imortalizada 2013
pelo escritor no seu clássico
“Iracema”. A Bica de Ipu é uma
queda d’água localizada aos pés da
Mata de Ibiapaba. A cachoeira foi
muito utilizada por Iracema e outros
índios tabajaras como local de
banho e descanso em meio ao
escaldante calor da região. Disse
Alencar sobre a famosa Bica: “Mais
rápida que a ema selvagem, a
morena virgem corria o sertão e as
matas do Ipu onde campeava sua
guerreira tribo da grande nação
tabajara, o pé grácil e nu, mal
roçando alisava apenas a verde
pelúcia que vestia a terra com as
primeiras águas”.
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Fantasias
Local do Atelier
Rua Rivadavia Corrêa, nº 60 – Barracão nº. 02 – Gamboa – Rio de Janeiro
Diretor Responsável pelo Atelier
Sonia Santos, Dudé, Tâni Garcia, Rita de Cássia, Felipe, Ana Oliveira, Claudinho Guerreiro e Edu
Chagas
Costureiro(a) Chefe de Equipe Chapeleiro(a) Chefe de Equipe
Ana Oliveira Sonia Santos, Dudé, Tâni Garcia, Rita de
Cássia, Felipe, Ana Oliveira, Sergio Lopes e
Claudinho Guerreiro
Aderecista Chefe de Equipe Sapateiro(a) Chefe de Equipe
Sonia Santos Edna
Outros Profissionais e Respectivas Funções
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FICHA TÉCNICA
Samba-Enredo
O G.R.E.S União da Ilha do Governador traça um painel multicolorido do estado do Ceará sob a
perspectiva das mais de dezenas de obras escritas por dois ilustres filhos desse chão: os imortais
José de Alencar e Rachel de Queiroz. A escola promove um encontro imaginário de ambos no
avarandado do céu para que tracem, entre si, uma peleja poética repleta das mais belas passagens
por eles descritas em suas páginas.
Nossos compositores desfolham os livros de Rachel e Alencar para contemplar, no samba-enredo,
o essencial da literatura de ambos numa linguagem alegre, comunicativa e popular, alinhada com
o histórico de sambas da União da Ilha do Governador. O samba da Ilha de 2019 propõe esse
recorte do Ceará contado pelas palavras dos nossos ilustres escritores, num encontro inédito que
se dá nesse mais alto avarandado celeste. As palavras de Rachel de Queiroz e José de Alencar
hoje inspiram nossos menestréis.
O objetivo da letra do nosso samba é extrair a alma e a essência do enredo – o Ceará, suas lendas,
histórias e a força de quem não perde a fé e a esperança. Alencar e Rachel são nomes em cujas
veias corre o sangue quente dessa terra, berço da saga de um povo valente. Nessa justificativa,
expusemos a defesa de cada trecho do samba-enredo da União da Ilha para 2019, de forma a
construir uma narrativa baseada na letra do samba, contextualizando o enredo, bem como seus
setores e o desfile propriamente dito.
Eis, pois, a defesa do nosso samba-enredo para o carnaval 2019:
O SOL
ONDE AQUECE A INSPIRAÇÃO É LUZ
MEU SONHO
É VIDA, VENTO, BRISA À BEIRA-MAR
Iniciamos o samba da União da Ilha contextualizando as belezas do Ceará, tal qual José de
Alencar descreveu como "telas de reminiscências" (em "Como e porque sou romancista")
desenhadas nos sonhos de sua infância; ou Rachel de Queiroz e sua definição do que é um
"paraíso tropical": "areias alvas, dunas, coqueiros, vegetação de beira-mar" (em "O meu Ceará").
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Samba-Enredo
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Samba-Enredo
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FICHA TÉCNICA
Bateria
Desde pequeno Marcelo frequentava os ensaios de bateria, e aos 15 anos participou do seu
primeiro desfile na Marquês de Sapucaí.
Cria da casa, Marcelo completa em 2019, 16 anos na bateria da Agremiação Insulana, onde
recebeu ao longo desse tempo os ensinamentos dos Mestres Riquinho (que o colocou pela
primeira vez como diretor de bateria) e do consagrado mestre Ciça, que foi para ele um divisor de
águas em sua carreira. Após a saída de Mestre Ciça, Marcelo foi efetivado como no Mestre de
Bateria da União da Ilha, ao lado de Keko Araújo.
Tudo começou aproximadamente aos 08 anos de idade, quando por influência do meu pai, um
chamado Gérson Araújo, pude fazer os meus primeiros "batuques" nas festinhas de aniversário e
encontros onde toda a família se reunia. Desde criança até a idade adulta, a música sempre se fez
presente em minha vida!
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FICHA TÉCNICA
Bateria
Aos 12 anos, após saber da existência de uma "Escolinha de ritmistas" na quadra do G.R.E.S.
União da Ilha do Governador, fui sozinho até lá e pedi para fazer um teste. Para a minha surpresa,
fui aprovado e passei a integrar o grupo seleto de ritmistas da agremiação comandada pelo famoso
Mestre Paulão, o qual devo toda a minha carreira. Lá, através da minha habilidade, tive a
oportunidade de ser o primeiro repique da Escola, gravar diversos CDs de sambas de enredo e
fazer muitos shows de samba em todo o Brasil.
A carreira profissional de músico percussionista foi crescendo a cada dia... Durante um momento
de descontração com uns amigos, na sede do Bloco Carnavalesco "O cordão da Bola Preta", fui
convidado para dar aquela famosa "canja" no pandeiro. O que para mim naquele momento, não
passava de uma grande brincadeira, teve como consequência um convite, feito pelo sambista
"Ném", para fazer parte do grupo de músicos do famoso "Pagode da Tia Doca", em Madureira. Lá
fiquei por 01 ano e meio, aproximadamente, e tive o privilégio de tocar com a verdadeira "nata"
do samba: Almir Guineto, Arlindo Cruz, Sombrinha, Reinaldo, Dudu Nobre, entre outros.
O "Pagode da Tia Doca" era e ainda é um lugar de referência para escutar o verdadeiro samba de
raiz e encontrar os "bambas"! E por essa razão, o meu trabalho ganhou mais visibilidade e sem
qualquer pretensão, após uma das apresentações do Dudu Nobre, recebi pessoalmente o convite
do cantor para fazer uma participação, apenas na parte de samba enredo do seu show, durante a
gravação que ele e sua banda fariam no programa "Domingão do Faustão" da rede Globo.
Logicamente, aceitei de imediato e o que era para ser apenas uma participação já dura mais de 12
anos... Ser músico profissional da banda do sambista Dudu Nobre foi literalmente um presente em
minha vida, pois além de crescimento profissional, também percebi que cresci muito
pessoalmente! Na banda, tive e tenho oportunidade de fazer shows em diversos lugares do Brasil
e do mundo e, consequentemente, conhecer e aprender sobre diversos tipos de cultura. Isso
realmente não tem preço!
Pouco tempo após ingressar como músico na banda do Dudu Nobre, também passei a fazer parte
do grupo de samba de raiz que fundei com amigos próximos: o “Samba do Amigo Meu” (cujo
nome é de minha autoria).
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FICHA TÉCNICA
Bateria
Paralelamente aos trabalhos acima mencionados, criei e fui instrutor do projeto "Tocando Ideias"
(Escolinha de percussão, cordas, artes e idiomas) na colônia de pescadores z-10, na Ilha do
Governador, direcionado para crianças e adolescentes, no qual um dos objetivos principais do
projeto é dar a esses jovens a mesma oportunidade que um dia eu tive. O projeto foi além do q eu
esperava e o nosso ponto alto foi fazer a abertura do show da renomada cantora de axé e técnica
do programa The Voice, da Rede Globo: Claudia Leitte.
Em 2013, vale destacar, que fui convidado pelo Mestre Odilon para ser um dos diretores da
bateria do G.R.E.S. União da Ilha do Governador, que o mesmo comandou juntamente com o
Mestre Riquinho. Foi uma grande honra ser diretor de bateria de um dos mestres mais respeitados
no mundo do samba.
Agarrei a oportunidade que Mestre Odilon me deu com “unhas e dentes” e me dediquei ao
máximo, pois queria arrancar dele todo o conhecimento que fosse possível a nível de samba de
enredo.
No ano seguinte, Mestre Odilon saiu do cargo e Mestre Thiago Diogo assumiu o comando da
bateria do G.R.E.S. União da Ilha do Governador. Durante o seu comando permaneci Diretor de
bateria e pude agregar mais conhecimento à minha carreira.
A cada carnaval que passava eu me entregava de corpo e alma e me comprometia com total
responsabilidade a desenvolver a função de Diretor com excelência.
Eis que em 2014, sai o Mestre Thiago Diogo e mais uma vez, lá estava eu... Diretor de bateria de
um dos maiores ícones do Carnaval do Rio de Janeiro: Mestre Ciça, o novo comandante da
“Baterilha”.
Por fim, após o carnaval de 2018, com a ida do Mestre Ciça para o G.R.E.S Viradouro, a União da
Ilha do Governador buscou uma solução caseira para o comando da “Baterilha”, denominado pelo
ex-Presidente Ney Filardi e o atual presidente Djalma Falcão, os ‘Pratas da casa”. Assim,
juntamente com Marcelo Santos, lá estava eu, escolhido para ser MESTRE DE BATERIA da
minha escola de coração.
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Abre-Alas – G.R.E.S. União da Ilha do Governador – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Bateria
Posso afirmar que hoje vivo um momento ímpar, especial, difícil de descrever... É como se
estivesse sonhando... Afinal, quem diria que aquele menino pobre sem oportunidades, que aos 12
anos de idade foi para a "Escolinha de ritmistas" na quadra do G.R.E.S. União da Ilha do
Governador, seria hoje um dos Mestres de Bateria de uma Escola de Samba do Grupo Especial?
Certamente, o dia 23/04/2018, dia da minha apresentação no comando da “Baterilha”, ficará
marcado para sempre em minha vida. O dia em que comemoramos o dia de “São Jorge” no Rio de
Janeiro, será, a partir de então, um dia pra lembrar que vale a pena ter fé em Deus, acreditar, lutar,
trabalhar e se dedicar quando se tem um sonho. Com a bênção de Deus e a força de São Jorge
Guerreiro eu realizei o meu! Portanto, você também pode realizar o seu...Acredite...Vá e vença!
Keko Araújo.
#BaterILHA #UmPeloOutro
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Abre-Alas – G.R.E.S. União da Ilha do Governador – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Harmonia
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Abre-Alas – G.R.E.S. União da Ilha do Governador – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Harmonia
Ito Melodia:
Acraílton Forde, mais conhecido como Ito Melodia é um dos intérpretes mais queridos pelo público da
Marquês de Sapucaí. Não há quem não reconheça o carisma e o talento desse grande intérprete.
Filho de Aroldo Melodia, intérprete da Ilha por 36 anos e de quem herdou o grito de guerra “Segura a
Marimba!”. Ito é conhecido pelo público pela performance cantando, dizem que ele ‘‘incorpora’’ quando
está atuando nos palcos, não tem quem fique parado com a garra e a energia desse grande talento, quando
solta a voz..."Caramba"!
Começou a frequentar a quadra e as rodas de samba na União da Ilha ainda criança, acompanhando o pai.
Em 1996, foi alçado à condição de intérprete principal da União da Ilha, dividindo o cargo com Aroldo
Melodia para cantar o samba enredo “A Viagem da Pintada Encantada”. No ano seguinte, já com Aroldo
aposentado, Ito foi o protagonista, conduzindo a escola com o Samba “Cidade Maravilhosa – O Sonho de
Pereira Passos”.
Ito Melodia consolida sua carreira e sua identidade ano a ano, na sua Escola do coração e se consagra
como a identidade, da União da Ilha do Governador.
Já trabalhou com os maiores nomes do Samba e da MPB tais como: Martinho da Vila; Zeca
Pagodinho, Fundo de Quintal, Arlindo Cruz, Bezerra da Silva, Beth Carvalho, Alcione, Marisa
Monte, Chico Buarque, Nelson Gonçalves, Luiz Gonzaga, Nana Caymmi, Roupa Nova, e muitos
outros.
Mario Jorge participa da Gravação dos discos das Escolas de Samba desde 1982 e compõe a
Produção do CD desde 2003. Foi julgador de Bateria de 1996 a 2002.
É Sócio Gerente do Estúdio Companhia dos Técnicos onde gravam os maiores artistas do
país.
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Abre-Alas – G.R.E.S. União da Ilha do Governador – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Evolução
Com muita alegria os componentes da União da Ilha pisarão a Marquês de Sapucaí com
movimentos contínuos e evolução espontânea, num processo crescente, extraindo da frase de
nosso samba enredo “VIOLEIRO, TOCA MODA À LUZ DO LUAR, SANFONEIRO PUXA
O FOLE E CONVIDA A DANÇAR...” o que o quesito EVOLUÇÃO sugere: a dança.
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Abre-Alas – G.R.E.S. União da Ilha do Governador – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Informações Complementares
Vice-Presidente de Carnaval
Djalma Falcão (Presidente)
Diretor Geral de Carnaval
Dudu Azevedo
Outros Diretores de Carnaval
-
Responsável pela Ala das Crianças
-
Total de Componentes da Quantidade de Meninas Quantidade de Meninos
Ala das Crianças
- - -
Responsável pela Ala das Baianas
Tia Bené
Total de Componentes da Baiana mais Idosa Baiana mais Jovem
Ala das Baianas (Nome e Idade) (Nome e Idade)
80 Wilma (Dona Tereza) Rosinei
(oitenta) 80 anos 55 anos
Responsável pela Velha-Guarda
Jurema de Castro
Total de Componentes da Componente mais Idoso Componente mais Jovem
Velha-Guarda (Nome e Idade) (Nome e Idade)
60 Elsa Castro João Carlos
(sessenta) 76 anos 52 anos
Pessoas Notáveis que desfilam na Agremiação (Artistas, Esportistas, Políticos, etc.)
Cacau Potrassio.
Notáveis pela Cidade do Ceará: Assis Filho, Zé Tarcisio, José Luis Lira, Dim Brinquedim,
Suyane Moreira, Gonçalo, Michelsen Diogenes, Pinheiro Junior, Dinalva, Willi de Carvalho,
Espedito Seleiro, Ivanildo Nunes, Lindebergue Fernandes, Morgana Camila, Rebeca Sampaio e
Elano.
Outras informações julgadas necessárias
A Diretoria da União da Ilha do Governador por várias razões, tem o compromisso de preservar e
difundir a nossa cultura, oportunizando aos moradores do bairro e os componentes da Escola
diversas ações e eventos educativos e culturais. A prova cabal dessa assertiva é o nosso enredo "A
peleja poética entre Rachel e Alencar no avarandado do céu".
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Abre-Alas – G.R.E.S. União da Ilha do Governador – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Informações Complementares
As alegorias e fantasias da União da Ilha serão vitrine especial para cerca de 12 mil peças artesanais,
confeccionadas com exclusividade pelos artistas Cearenses para o desfile da Escola. Assim sendo, a
União da Ilha do Governador fortalece a importância do samba/carnaval como ferramenta
fundamental na cadeia produtiva e no desenvolvimento sócio, econômico e cultural, através dos
desfiles das Escolas de Samba.
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Abre-Alas – G.R.E.S. União da Ilha do Governador – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Comissão de Frente
Ceará vem de “cemo”, que, nos ensinou José de Alencar, significa “cantar forte, clamar”. Terra onde
“o rio onde crescia o coqueiro, e os campos onde serpeja o rio”. A União da Ilha do Governador abre
seu desfile para o carnaval de 2019 transformando a Marquês de Sapucaí nesse rio cearense onde vai
desaguar o verdadeiro “milagre da fé”.
Canta nosso samba-enredo: “Vou pedir a Padim Ciço / Abençoe nosso povo / Essa fé vai nos guiar”.
Romeiros, pescadores e sertanejos – personagens retratados tanto por José de Alencar como por
Rachel de Queiroz em sua vasta obra literária – fazem um cortejo na Avenida em procissão. Todos
clamam por uma salvação dos céus. São fiéis que carregam consigo a esperança mais pueril e que
anseiam por dias melhores em sua lida diária. “Pedem a Deus para alumiar”, como continua nosso
hino.
Para esse povo, só existe um único salvador: Padre Cícero Romão, o Padim Ciço, que até hoje vive no
verso dos cantadores, na oração dos necessitados, na memória de cada cearense. Padre Cícero não foi
canonizado pela Igreja e ainda assim é tido como “santo” por sua imensa legião de fiéis. Ciço é o
messias, que virá à Terra esta noite para uma missão divina: devolver a seu povo a esperança e a
alegria de viver.
Ao ver a tristeza de sua gente sofrida e guerreira, nosso milagreiro Padim Ciço chega à Marquês de
Sapucaí, concede sua bênção e promove verdadeiros milagres. A água volta a banhar o solo rachado
do sertão. Surgem flores, borboletas e pássaros que colorem com matiz a aridez do sertão. O milagre
faz renovar a fé.
É neste espírito que a União da Ilha do Governador vai desembocar na Marquês de Sapucaí
apresentando o Ceará de José de Alencar e Rachel de Queiroz em seu desfile para o carnaval
2019, saudando o público e pedindo passagem. Vixe Maria!
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Abre-Alas – G.R.E.S. União da Ilha do Governador – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Comissão de Frente
“Dentão”, o tripé
Um dos peixes típicos do Ceará abre o desfile da União da Ilha do Governador no carnaval 2019.
O dentão, também conhecido como vermelho, corta a correnteza do rio que se forma na Marquês
de Sapucaí carregando mistérios e muita devoção.
No topo do tripé, temos a jangada, embarcação emblemática do Ceará, conduzida por duas
crianças, símbolos da renovação da fé e esperança. A “afouta jangada”, como descrita por Alencar,
com sua grande vela aberta, vai conduzir a União da Ilha rumo à tão sonhada vitória.
Leandro Azevedo
A União da Ilha do Governador irá contar com Leandro Azevedo, como coreógrafo da comissão
de frente para o desfile de 2019.
Nascido e criado no bairro, Leandro é graduado em Educação Física pela Universidade Estácio de
Sá; ator, bailarino, coreógrafo e professor de dança de diversos ritmos: Samba, Bolero, Fox, Salsa,
Zouk e Tango, entre outros. Além disso, esteve em Pequim, nas Olimpíadas de 2008, integrando a
equipe de dança que representou o Brasil.
Participou do quadro "Dança dos Famosos" da TV Globo. Além de dançar com as atrizes Mara
Manzan e Stephany Brito em duas edições, sagrou-se campeão pela primeira vez em 2006 com a
atriz Juliana Didone e bicampeão em 2013 com a atriz Carol Castro.
Há mais de seis anos esteve à frente de alas coreografadas da agremiação insulana e direção
artística no ano passado. Em 2018, foi também o coreógrafo da comissão de frente da Alegria da
Zona Sul, sendo julgado com excelentes notas.
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Abre-Alas – G.R.E.S. União da Ilha do Governador – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
1º Mestre-Sala Idade
Phelipe Lemos 29 anos
1ª Porta-Bandeira Idade
Dandara Ventapane 27 anos
2º Mestre-Sala Idade
Rodrigo França 30 anos
2ª Porta-Bandeira Idade
Winnie Lopes 28 anos
Outras informações julgadas necessárias
A União da Ilha do Governador começa a desfolhar seu cordel das lendas do Ceará com o
primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Phelipe Lemos e Dandara Ventapane. A fantasia do
casal remete a uma das histórias mais emblemáticas de Jericoacoara, paraíso litorâneo cearense e
uma das paisagens desenhadas nas “telas de reminiscências” de José de Alencar descritas no livro
“O nosso cancioneiro”.
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Abre-Alas – G.R.E.S. União da Ilha do Governador – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Phelipe Lemos:
Phelipe Lemos é um dos talentosos mestres-salas da nova geração. Com passagens pela Vila
Isabel e Imperatriz Leopoldinense, Phelipe desfilará pela União da Ilha pelo terceiro ano
consecutivo, sendo o quarto ano ao lado de Dandara Ventapane. O tempo de dança juntos, ratifica
a palavra da Escola de Samba: UNIÃO. É com esta União que o Casal se apresentará na Marquês
de Sapucaí.
Premiações:
Estandarte de Ouro: 2013 / 2014 / 2016
SRZD: 2014 / 2016
Samba-Net: 2014
Carnavalesco: 2011
Gato de Prata: 2013 / 2014 / 2016
Dandara Ventapane:
Dandara Ventapane, bailarina por formação, graduada em Dança pela UFRJ.
Iniciou no bailado de Porta-bandeira em 2013, na Escola campeã do ano, GRES Unidos de Vila
Isabel, como terceira porta-bandeira. Em 2015 se torna primeira porta bandeira ao lado de Diego
Machado na Vila Isabel e no ano seguinte começou a dançar com Phelipe Lemos, seu atual
mestre-sala.
Juntos, chegam a União da Ilha em 2017, conquistando 39,9 em sua estreia. Ao lado de Phelipe
ganhou prêmio de melhor Casal do Carnaval, pelo site SRZD em 2016 e 2017 e Tamborim de
Ouro em 2017. Dandara Ventapane vem de uma família musical onde o Samba é o que
impulsiona a todos da família. Além de ser porta-bandeira, a neta do consagrado sambista
Martinho da Vila também canta com sua tia Mart'nália e seu irmão Raoni, por esse imenso Brasil.
240
Abre-Alas – G.R.E.S. União da Ilha do Governador – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Os folguedos da infância de José de Alencar no Ceará, citados em seu livro “Como e porque sou
romancista”, inspiram o figurino do segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira da União da
Ilha do Governador, Rodrigo França e Winnie Lopes. Os folguedos populares são brincadeiras que
se desenvolvem com a presença brincantes, cujos saberes são herdados e repassados de geração a
geração por meio da oralidade. O casal rodopia as páginas de memórias do nosso escritor ao
sabor do vento!
Rodrigo França
Começou a dançar pela Unidos do Porto da Pedra, através do projeto infantil de Casais de Mestre-
Sala e Porta Bandeira. Rodrigo até hoje faz parte da Unidos do Porto da Pedra, hoje como
primeiro mestre-sala da agremiação.
Desde 2014, é o segundo Mestre-Sala da União da Ilha. A partir de 2015, iniciou a parceria com a
porta bandeira Winnie.
Winnie Lopes
Começou aos 6 anos na Miúda da Cabuçu, passou por algumas Escolas e em 2014, assumiu o
cargo de segunda porta-bandeira da Inocentes de Belford Roxo.
Em 2015 iniciou na União da Ilha, ao lado de Rodrigo França. Em 2018 desfilou grávida de seu
primeiro filho.
241
G.R.E.S.
PARAÍSO DO TUIUTI
PRESIDENTE
RENATO RIBEIRO MARINS
243
“O Salvador da Pátria”
Carnavalesco
JACK VASCONCELOS
245
Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Enredo
Enredo
“O Salvador da Pátria”
Carnavalesco
Jack Vasconcelos
Autor(es) do Enredo
Jack Vasconcelos
Autor(es) da Sinopse do Enredo
Jack Vasconcelos
Elaborador(es) do Roteiro do Desfile
Jack Vasconcelos, André Gonçalves, Júnior Cabeça e Rodrigo Soares
Ano da Páginas
Livro Autor Editora
Edição Consultadas
01 Fortaleza: Uma BRUNO, Artur; Fortaleza: 2015 Todas
Breve História FARIAS, Airton de Edições
Demócrito Rocha
247
Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
HISTÓRICO DO ENREDO
“O SALVADOR DA PÁTRIA”
Vocês que fazem parte dessa massa irão conhecer um mito de verdade: nordestino,
barbudo, baixinho, de origem pobre, amado pelos humildes e por intelectuais, incomodou
a elite e foi condenado a virar símbolo da identidade de um povo. Um herói da
resistência!
Não posso provar, mas tenho total convicção da autenticidade de tudo o que a ele
atribuíram…
Não se sabe muito bem de qual paragem veio aquele cabra, ou melhor, bode. Dizem que
era retirante da grande seca no sertão cearense imortalizada pela escritora Rachel de
Queiróz, em O Quinze. Naqueles tempos de República quase balzaquiana, o Governo
interceptava as procissões de fugitivos da miséria. Com medo de uma invasão furiosa,
devido à fome que consumia aqueles esquecidos teimosos em se fazerem lembrar,
pastorava o povaréu num campo de concentração antes que chegassem até a cidade.
Porém, como o sertanejo é, acima de tudo, um forte, quando viu a terra ardendo e sentiu
a baforada do Zé Maria no cangote o bode bumbou até Fortaleza com a coragem e a cara.
Sentiu a brisa fresca do litoral acariciar aquela carcaça sofrida, castigada. Deixou para
trás o passado capiongo, quando foi comprado por José de Magalhães Porto,
representante do industrial Delmiro Gouveia, correspondente da empresa britânica que
comercializava couros, peles, sementes de algodão e borracha, a Rossbach Brazil
Company, localizada na Rua Dragão do Mar, Praia do Peixe. Dali virou mascote com
direito à liberdade de ir e vir que, aliás, era bem praticada. Apreciava o movimento de
barcos e jangadas enquanto perambulava entre os pescadores e seguia o aroma dos
tabuleiros das merendeiras, tanto que os populares da região logo se afeiçoaram ao
bichim. Dizem até ter remoçado em sua nova vida à beira-mar.
Ao cair da tarde, arribava pra Praça do Ferreira sassaricar com os artistas e intelectuais,
herdeiros da Padaria Espiritual, no Café Java. Os boêmios acreditavam ser o poeta Paulo
Laranjeira, reencarnado depois que o cabrão reagiu ao ouvir uma composição feita pelo
desencarnado em homenagem a sua decepção amorosa. Desde então, o bode caiu nos
braços da boemia. Bebericava, pitava, serestava pelas ruas, vielas e mafuás, botando
boneco noite a fora.
E lá se ia o bode Ioiô bater seus cascos Belle Époque alencarina adentro, sem a menor
cerimônia, entre as modas copiadas do estrangeiro pelas “pessoas de bem” da sociedade.
Passeou de bonde elétrico, frequentou o Theatro José de Alencar, participou de saraus
literários e até comeu a fita inaugural do Cine Moderno.
Povo, aliás, que já era mamulengo nas mãos dos poderosos, há muito tempo. A política
republicana havia herdado antigos sistemas coloniais que se consolidaram em influentes
famílias tradicionais e no domínio dos coronéis latifundiários, pois a prática do “manda
quem pode e obedece quem tem juízo” era um tiro certeiro. Cabia à população
ser tratada como gado trazido em cabresto curto, quais as aves de rapina direcionavam
para onde quisessem, e cativos em currais eleitorais para que ela mesma sustentasse o
sistema que a prejudicava.
Com um cenário governamental mais parecido com um covil repleto de animais nocivos
ao interesse público e a feérica intervenção de aculturamento, a insatisfação popular só
crescia. Até que a resposta do povaréu veio em forma de protesto no mais inesperado
momento: nas eleições. Ao abrir a urna eleitoral se ouviu o berro do povo escrito
nos votos que elegeram o bode Ioiô para vereador na Câmara Municipal de Fortaleza.
Um deboche com os poderosos. Molecagem porreta! Sem ter feito campanha um animal
ruminante era eleito pelo povo como seu representante! E, de fato, há muito já era um
símbolo da identificação sertaneja que a elite (ameaçada pelas cédulas de papel) queria
suprimir.
Contam que o fuá já estava instalado quando os poderosos articularam um golpe para que
o bode Ioiô sofresse um impedimento e não assumisse o cargo ao qual foi eleito
legitimamente, em processo democrático. Porém, a justificativa jurídica de
incompatibilidade de espécie não livrou os políticos daquele vexame retumbante e só
alimentou o monstro: Ioiô saiu da vida pública para entrar na história.
249
Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
O bode mitou. Até hoje seus admiradores o defendem como ícone de empoderamento
popular, representatividade dos marginalizados. Segue comandando a revolução do
inconformismo seja nas lembranças dos memorialistas, nos cordéis, nos livros, na sala de
um museu ou pelos blocos carnavalescos. Ioiô é a imagem da resiliência de um povo que
faz graça até da própria desgraça e, com esse jeitinho inigualável, nos revela o genuíno
salvador da nossa pátria: o bom humor.
Jack Vasconcelos
Carnavalesco
250
Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
JUSTIFICATIVA DO ENREDO
“O SALVADOR DA PÁTRIA”
O Brasil tem histórias que a própria História desconhece. A saga de um bode que fugiu da
seca e foi eleito vereador de uma das mais importantes capitais nordestinas na primeira
metade do Século XX parece um fato creditado na conta do improvável. Coisa de contador
de lorota, diria um desavisado. Mas a verdade é que Ioiô não só existiu como se tornou
símbolo da gaiatice e da pilhéria, marcas importantes na formação do povo cearense.
É essa história de luta e resistência que o Paraíso do Tuiuti irá levar para a Avenida no
Carnaval de 2019. Para isso, a escola resolveu direcionar o olhar não apenas para a paisagem
e para os tipos sociais que compõem toda a história que envolve Ioiô. Mas aproxima a lupa
sobre o pano de fundo político que levou o danado do caprino a se tornar tão amado a ponto
de ser escolhido como legítimo representante do povo. Trata-se de uma metáfora sobre
democracia, representatividade e o direito de erguer símbolos aderentes ao imaginário
popular.
E o brasileiro segue sempre em busca de dias melhores. Muitas vezes, tal esperança é
depositada em uma única figura, capaz de devolver a dignidade ao povo. Um “messias” –
verdadeiro! – que um dia irá acabar com todos os males desta terra tão desigual. Um
salvador que traz consigo todas as virtudes de um predestinado. Mas... e se esse “semideus”
for, na verdade, um simples caprino? O franzino bode concentrou em si toda a ânsia de
protesto do povo fortalezense contra a política coronelista reinante na República Velha. E é a
partir desse fato aparentemente banal que o Paraíso do Tuiuti vem orgulhosamente
apresentar: “O SALVADOR DA PÁTRIA”.
Contado em forma semelhante às fábulas clássicas, o enredo foi baseado nas narrativas
construídas por historiadores como Raimundo Girão e memorialistas, como Miguel Ângelo
de Azevedo, o Nirez. São letras e vozes bordados de certo rigor histórico, mas também
tramados de afeto, riso e encantamento. Assim, a capital cearense se abriu de forma
espirituosa para ser palco desse grande acontecimento ao receber em seu seio banhado pelas
águas atlânticas um dos seus mais diletos filhos: o Bode Ioiô.
251
Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
ROTEIRO DO DESFILE
1º SETOR – ABERTURA – A FUGA DA SECA
Comissão de Frente
“VENDEU-SE O BRASIL NO PALANQUE
DA PRAÇA”
1º Casal de Mestre-Sala e
Guardiões Guardiões
Porta-Bandeira
“PAISAGENS “PAISAGENS
Marlon Flores e Daniele Nascimento
DA SECA” DA SECA”
“SOB O SOL ESCALDANTE”
Pede-Passagem
“EXALTAÇÃO AO SALVADOR DA PÁTRIA”
Ala 01 – Comunidade
“O BODE PICANDO A MULA DO
SERTÃO”
Ala 02 – Velha-Guarda
“A FORÇA DO SERTANEJO”
Alegoria 01 – Abre-Alas
“A TRAVESSIA DO SERTÃO”
Ala 03 – Comunidade
“MARVADA FOME”
(mesmo figurino com cabeça em 04 tons)
Ala 05 – Baianas
“MÃES DO ALAGADIÇO”
253
Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
Ala 06 – Comunidade
“O MASCOTE”
Ala 07 – Comunidade
“VENDEDORES DA PRAIA DO PEIXE”
Ala 08 – Comunidade
“VENDEDORES DO MERCADO”
Musa
Lívia Andrade
“O PASSEIO DO BODE À BEIRA-MAR”
Alegoria 02
“FORTALEZA: O OÁSIS CAPITAL”
Ala 09 – Comunidade
“ALMA DE POETA”
Ala 10 – Comunidade
“CAFÉ JAVA”
Destaque de Chão
Alex Coutinho
(com 02 crianças: Vitor Hugo e Poliana)
“NOITE BODEJANTE”
Ala 11 – Passistas
“BODE NOTURNO”
Ala 12 – Bateria
“DÂNDI SERTANEJO”
254
Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
Ala 13 – Comunidade
“BOÊMIO BONEQUEIRO”
Ala 14 – Comunidade
“SERESTANDO AO LUAR”
Musa Musa
Renata Vargas Tininha
“PAIXÃO BOÊMIA” “NOITE ESTRELADA”
Tripé
“O BODE NOTURNO”
Ala 16 – Comunidade
“O TEATRO”
Ala 17 – Comunidade
“LULUS ISPILICUTES”
Ala 18 – Comunidade
“AFORMOSEAMENTO ALENCARINO”
Ala 19 – Comunidade
“CINE MUDERNO”
Musa
Musa
Mayara Nascimento
Mayla Jéssika
“BORBOLETA DO PASSEIO
“MARIPOSA ARRETADA”
PÚBLICO”
Alegoria 03
“AFORMOSEAMENTO ALENCARINO: NASCE
A “MUDERNA” FORTALEZA”
255
Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
Ala 22 – Comunidade
“MAMULENGO DO CORONEL”
Ala 23 – Comunidade
“POVO NO CABRESTO”
Ala 24 – Comunidade
“VIDA DE GADO”
Musa
Mylla Ribeiro
“O CRAMUNHÃO DO DINHEIRO”
Alegoria 04
“A FAUNA ELEITORAL”
Ala 25 – Comunidade
“FOLIA NO MUSEU”
Ala 26 – Comunidade
“IOIÔ ME REPRESENTA”
Ala 27 – Comunidade
“BODE FOLIÃO”
256
Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
Ala 28 – Comunidade
“INTERVENÇÃO PELO BOM HUMOR”
Musa
Mariana Ribeiro
“A FLOR DA RESISTÊNCIA”
Alegoria 05
“O AUTO DE IOIÔ: A RESISTÊNCIA”
257
Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Alegorias
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Alegorias
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Alegorias
260
Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Alegorias
261
Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Alegorias
262
Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Alegorias
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Alegorias
Local do Barracão
Rua Rivadavia Correa, nº. 60 – Barracão nº. 03 – Cidade do Samba – Gamboa, RJ
Diretor Responsável pelo Barracão
Júlio César e Renan
Ferreiro Chefe de Equipe Carpinteiro Chefe de Equipe
Gilberto Robinho
Escultor(a) Chefe de Equipe Pintor Chefe de Equipe
Wendell Azevedo Fábio Carvalho “Filé”
Eletricista Chefe de Equipe Mecânico Chefe de Equipe
Natanael Ferreira Antônio
Outros Profissionais e Respectivas Funções
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Fantasias
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Fantasias
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Fantasias
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Fantasias
04 Retirantes da A ala traz um dos componentes com Carla Meirelles Carla Meirelles
Seca do 15 um estandarte com a figura do bode, (2018) – Coreógrafa
lembrando de forma carnavalesca e
jocosa a presença do caprino em meio
ao cortejo de retirantes.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Fantasias
11 Bode Noturno Se durante o dia Ioiô pastava nas Passistas Alex Coutinho
dependências da firma que lhe (1952) e Jorge
proporcionou o chão de capim Amarelloh
necessário para o descanso, à noite
era a hora de “farra medonha”,
como se diz no Ceará. Subindo da
Praia de Iracema até a Praça do
Ferreira, o berrante bode ia trocar
prosas com seus colegas e ruminar
poesias, cantigas e modinhas. Batia
os cascos de felicidade ao encontrar
o ruidoso grupo, admirando a
inteligência dos “cabras” e a
formosura das “cabritas” que
circulavam nas cercanias do Café
Java.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Fantasias
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
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FICHA TÉCNICA
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FICHA TÉCNICA
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
29 A Peleja entre o Ioiô é hoje uma ideia! Saiu da vida Tio Fábio Tio Fábio
Bode da para entrar para a história e seu (2018) (coreógrafo)
Resistência e a legado revive na disputa de poder
Coxinha que vem marcando a recente
Ultraconservadora história política brasileira. Mais do
(Coreografada) que nunca, o caprino se faz
presente como herói da resistência
popular contra a coxinha
ultraconservadora, que mira a
própria arma contra “tudo que está
aí”. Seguindo na eterna busca pelo
Salvador da Pátria, percebe-se que
muita coisa continua como há cerca
de um século. Mas a luta continua!
E há de surgir sempre um novo
Ioiô, irreverente e popular, como
forma de “bodejar” contra o
sistema. Viva o Salvador da Pátria!
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Fantasias
Local do Atelier
Rua Rivadávia Corrêa, nº. 60 – Barracão 03 – Cidade do Samba – Gamboa, RJ
Diretor Responsável pelo Atelier
Léo Morais
Costureiro(a) Chefe de Equipe Chapeleiro(a) Chefe de Equipe
Flávia Jacob -
Aderecista Chefe de Equipe Sapateiro(a) Chefe de Equipe
Léo Morais e Fernando Kieer Gomes Sapateiro
Outros Profissionais e Respectivas Funções
Fernando Kieer - Chefe do atelier responsável pela reprodução das alas 05, 07,08 e 13.
Flávia Jacob - Chefe do atelier responsável pela reprodução das alas 20, 21, 22 e 28.
Jefferson Siqueira - Chefe do atelier responsável pela reprodução das alas 04, 06,09 e 23.
Lúcia Morais - Chefe do atelier responsável pela reprodução das alas 01, 10, 12,15 e 24.
Ana Cláudia - Chefe do atelier responsável pela reprodução das alas 03, 16,17,25,26 e
29.
Felipe Rocha - Chefe do atelier responsável pela reprodução das alas 11, 14,18,19 e 27.
Chiquinho - Chefe do atelier responsável pela reprodução das peças de espuma das
fantasias das alas da escola 01, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 11, 12, 13, 14, 20,
21, 22, 23, 24, 27 e 29.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Samba-Enredo
Autor(es) do Samba- Cláudio Russo, Moacyr Luz, Jurandir, Dona Zezé e Aníbal
Enredo
Presidente da Ala dos Compositores
Aníbal
Total de Componentes da Compositor mais Idoso Compositor mais Jovem
Ala dos Compositores (Nome e Idade) (Nome e Idade)
80 Jurandir Gabriel Russo
(oitenta) 78 anos 24 anos
Outras informações julgadas necessárias
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Samba-Enredo
Defesa do Samba
A história do Bode Ioiô é um retrato fidedigno da realidade do povo brasileiro, história de luta e
resistência com pitadas generosas de humor, e este ponto é extremamente importante, o brasileiro
faz chacota de sua própria tragédia particular. A composição, que dará voz aos nossos
componentes, demonstra muito bem os aspectos supracitados: O drama da vida difícil no sertão
nordestino, a resistência na capital que vislumbrava ser “muderna” e a desesperança ao fazer
graça e levar à eleição um candidato intrinsecamente afeito ao que há de mais popular. Melodia e
letra dialogam com empatia e, depois do começo que leva a reflexão de todos, permeiam
sinuosamente numa crescente até o desfecho apoteótico que convida, ao canto forte e vibrante,
aquele que mais nos representa: O povo brasileiro!
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Samba-Enredo
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Samba-Enredo
Sobre os compositores:
Moacyr Luz: Convidado especial desta parceria profundamente ligada ao Paraíso do Tuiuti. Este
mestre do samba carioca, possui treze CDs gravados, inclusive o recém-lançado: Natureza e Fé!
Jurandir: Compositor das antigas, como ele mesmo se define, Jurandir se filiou a Ala de
Compositores em meados da década de 90 e de lá pra cá foi coroado com seis expressivos
sambas. Jurandir também foi por diversas vezes premiado, inclusive com o estandarte de ouro em
1989 e 1996.
Dona Zezé: Moradora do Morro do Tuiuti, Dona Zezé é a matriarca de uma família de
componentes e torcedores da escola, sempre esteve muito ligada à rotina da agremiação e no ano
2000 passou a integrar a Ala de Compositores do Paraíso do Tuiuti. A compositora é vencedora
dos sambas de 2004, 2011, 2018 e agora em 2019.
Aníbal: O médico apaixonado por samba tornou-se o Dr. Aníbal. Compositor por diversas vezes
campeão na escola (2008, 2009, 2010, 2012 e 2018) também teve grandes vitórias em outras
agremiações, mas manteve seu amor e sua fidelidade à escola de São Cristóvão, e este ano coroa,
novamente, esta grande parceria.
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FICHA TÉCNICA
Bateria
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Bateria
Mestre Ricardinho – Apaixonado por Carnaval desde a adolescência, Mestre Ricardinho, iniciou sua
trajetória na folia aos 15 anos e imediatamente se identificou com a batida do surdo, a leveza das caixas, o
desenho feito pelos tamborins e o molho oriundo dos chocalhos. Não teve dúvidas de que ali havia
encontrado seu espaço! Professor por formação, Ricardinho não se contentou em apenas deter a arte da
percussão e, no ano de 1998, decidiu dividir seus conhecimentos a quem, assim como ele um dia, sonhava
em aprender a tocar um instrumento e sentir a emoção de entrar na Marquês de Sapucaí integrando uma
bateria. Já se passaram 20 anos e, neste tempo, centenas de pessoas têm o orgulho de dizer que são
chamadas de ritmistas porque alguém como o Mestre Ricardinho esteve em seu caminho.
Como Mestre, Ricardinho iniciou sua trajetória no próprio Paraíso do Tuiuti no ano de 2002,
permanecendo até 2006. Nos Carnavais de 2007 e 2008 comandou as baterias do Arranco do Engenho de
Dentro e Acadêmicos do Cubango, respectivamente. Retorna ao Paraíso do Tuiuti para os Carnavais de
2009 e 2010. Após dois anos de dedicação a projetos pessoais, volta ao Carnaval em 2013 na Unidos do
Jacarezinho. Mas como “o bom filho à casa retorna” em 2014 a Direção do Paraíso do Tuiuti novamente
contrata o Mestre para, juntos, conquistarem, em 2016, o Título de Campeão da Série A e a sonhada
ascensão ao Grupo Especial. Em 2018, Ricardinho completou seu décimo segundo desfile no comando da
“SuperSom”, nesse período conquistou todos os prêmios que sua bateria poderia receber, além de sempre
ser pontuado com as notas máximas dos julgadores. Para o carnaval de 2019, o tarimbado Mestre da
“SuperSom” promete mais uma bela atuação de seus comandados, vislumbrando o sonhado 40 pontos no
quesito.
Rainha de Bateria (Carol Marins) – Toda Rainha deve conhecer e vivenciar o cotidiano dos seus
súditos! Isso certamente se aplica a bela Carol Marins, de 23 anos. Oriunda do seio da comunidade esteve
presente desde pequena acompanhando sua escola e participou ativamente do processo de transformação e
amadurecimento que o Paraíso do Tuiuti passou nos últimos anos. Carol pisou na Sapucaí pela primeira
vez ainda criança e desde então nunca deixou seu coração azul e amarelo de lado. No ano de 2012, foi o
primeiro destaque da escola. Em 2013 pela primeira vez em cima de uma alegoria como composição. Nos
Carnavais de 2014 e 2015 desfilou como Destaque Central do Abre-Alas. Mas nada se compara à emoção
do sonho realizado em 2016: Reinar à frente da “SuperSom da Tuiuti” com a altivez e elegância que uma
Rainha precisa. E a beldade provou além de tudo ser “pé quente” já que naquele ano o Tuiuti sagrou-se
Campeã da Série A! No Carnaval de 2018, Carol Marins completou seu quarto desfile reinando à frente
dos ritmistas comandados pelo Mestre Ricardinho. Para 2019, ela não tem dúvidas em arriscar: “Vai dar
Bode na cabeça...” (Carol Marins).
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Bateria
“Madrinha de Bateria (Denise Dias) – Até então musa do Paraíso do Tuiuti para o carnaval de
2019, Denise Dias recebeu o convite e, prontamente, aceitou ser promovida de musa à debutante
ao cargo de madrinha de bateria da escola. Estreante no cargo, a atriz e modelo aguarda
ansiosamente sua primeira aparição à frente da Bateria SuperSom na segunda-feira, dia 04
(quatro) de fevereiro, na Marquês de Sapucaí. “Recebi o convite e o coração bateu mais forte do
que nunca”, afirmou Denise que irá desfila ao lado da rainha Carol Marins.”
Fantasia da Madrinha de Bateria – Estrela da Madrugada
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Harmonia
Direção de Harmonia
Cantar a história do Bode Ioiô, retrato fiel da luta e resistência do povo brasileiro, é uma linda e
emocionante viagem ao drama da vida difícil do nordestino até a eleição de um candidato
intrinsecamente afeito ao que há de mais popular – o voto. Com a alegria, característica mais do
que marcante desse povo tão sonhador, e a leveza do samba-enredo de 2019 do Paraíso do Tuiuti,
a Direção de Harmonia pretende realizar de maneira harmônica, integrando a tríade: ritmo, canto e
dança, ao desfile de seus componentes na Sapucaí. No intuito de alcançar tal feito, o
Departamento de Harmonia da escola foi levemente reformulado para o Carnaval de 2019. Após o
aclamado e apoteótico desfile de 2018, a Direção da Escola aposta mais uma vez na fórmula que
deu certo. Rodrigo Soares e André Gonçalves, remanescentes da Comissão de Carnaval passada,
contam com a juventude do Diretor Júnior Cabeça para 2019.
Rodrigo Soares: Carioca, de 41 anos, e amante do carnaval, é formado em uma das escolas mais
tradicionais do Rio de Janeiro, a Unidos da Tijuca, onde iniciou sua trajetória no carnaval de
1992, como componente, permanecendo até o desfile de 2013 exercendo a função de diretor de
harmonia. Trazendo em sua bagagem os títulos de 2010 e 2012 pela escola do Borel e a passagem
vitoriosa no acesso à elite do carnaval carioca pelo Império da Tijuca (2013), participou também
da recente e reconhecida mudança ocorrida na forma de desfilar da tricolor de Caxias, entre os
anos de 2014 a 2016. Em 2017 e 2018, passou a integrar a equipe da Direção de Carnaval da
LIERJ (Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro). Para 2019, acumulará os cargos de Diretor
de Carnaval da entidade, responsável pela organização e realização do Carnaval da Série A e do
Paraíso do Tuiuti.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Harmonia
Intérpretes:
O grande trunfo do Paraíso do Tuiuti para 2019 é seu time de intérpretes oficiais. Presentes no histórico
carnaval de 2018, dois nomes remanescentes conduzirão os microfones oficiais, cantando com emoção,
força, simpatia e alegria na dosagem certa, o samba-enredo da escola Azul e Amarelo de São Cristóvão.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Harmonia
O Carnaval não poderia prescindir de tamanho talento vocal. E, em 2017, Grazzi Brasil é
convidada a integrar o time de cantores da tradicional escola de samba paulistana Vai Vai. Bastou
para moça receber o cobiçado Prêmio de Revelação do Carnaval com uma interpretação
memorável à Mãe Menininha do Gantois. Em 2018, além de intérprete oficial da “escola do povo”
Paulistana, atuou brilhantemente na interpretação do consagrado e elogiadíssimo samba do
Paraíso do Tuiuti, arrebatando corações e levando o povo da Marquês de Sapucaí às lágrimas ao
entoar “Meu Deus, meu Deus...” solo e a capela no desfile das campeãs. Em 2019, Grazzi promete
escrever mais uma vez sua passagem marcante na história do Carnaval Carioca e, quem sabe...
bem, deixamos para contar o capítulo final dessa história na avenida.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Evolução
Fazer o componente se divertir na Sapucaí, sem esquecer que o mesmo desempenhe seu papel na
consecução de um desfile competitivo, é o principal objetivo da Direção de Harmonia e Evolução do
Paraíso do Tuiuti. A apresentação da escola precisa acontecer de forma fluída e solta. A escola foi
preparada para que cada componente simplesmente se “solte” no desfile, de forma alegre e
descontraída. Isso não significa que as alas performáticas ou coreografadas, existentes no corpo da
escola, estejam alheias a esta metodologia, pelo contrário, a liberdade e leveza estarão latentes no
desfile, sempre em sintonia com ritmo do samba e o andamento da bateria, já que o tema passeia na
crítica, mas também com espontaneidade.
O Paraíso do Tuiuti em 2019, pretende realizar mais um autêntico desfile de “Escola de Samba”
incentivando a evolução começando pelos segmentos tradicionais, como sua elegante velha guarda
que, praticamente, abre o desfile, o rodopiar marcante de suas mães baianas, a arte do samba no pé
em sua essência através do requebrado da ala de passistas, posicionadas na privilegiadíssima posição
à frente da bateria, seguido pelos componentes de alas e carros alegóricos.
Ala de Passistas
No Paraíso do Tuiuti, escola que guarda de forma clara a tradição do samba na sua maior essência, a
ala de passistas requer atenção especial. Com ensaios iniciados em agosto, a exigência principal para
que um homem ou mulher se torne membro do seleto grupo de passistas do Tuiuti é deter a arte do
samba no pé com garbo e elegância. Para a escola, a pessoa para ser passista precisa “dizer no pé”
como as cabrochas de outrora. A ala é comandada por dois experientes diretores: Alex Coutinho e
Jorge Amarelloh.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Evolução
Alex Coutinho – Desfila na escola desde 2002, sendo convidado para ser o responsável da Ala de
Passistas no Carnaval de 2008. É o responsável pelo desenvolvimento do elenco feminino da ala.
Fundou o projeto “Samba no pé aos passos do paraíso” que consiste em formar futuros passistas a
desenvolver o dom de sambar e defender essa nobre arte. O Diretor é atualmente uma referência
em matéria de samba, sendo convidado a ministrar WorkShop em diversas cidades do país e do
exterior, tais como: São Paulo, Manaus, Buenos Aires, Moscou e Londres.
Jorge Amarelloh – Responsável em recrutar e formar o elenco masculino da ala, Jorge chegou ao
Paraíso do Tuiuti em 2010. Desde então, acumulou prêmios. Para o diretor, o passista não pode
perder a essência do “malandro sambista”, tão cultivada no imaginário popular.
Fantasia da Ala de Passistas - Em 2019, a ala de passistas está representando Bode Noturno.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Informações Complementares
Vice-Presidente de Carnaval
Renato Marins “Renatinho”
Diretor Geral de Carnaval
André Gonçalves, Júnior Cabeça e Rodrigo Soares
Outros Diretores de Carnaval
-
Responsável pela Ala das Crianças
-
Total de Componentes da Quantidade de Meninas Quantidade de Meninos
Ala das Crianças
- - -
Responsável pela Ala das Baianas
Tia Sandra Maria
Total de Componentes da Baiana mais Idosa Baiana mais Jovem
Ala das Baianas (Nome e Idade) (Nome e Idade)
80 Maria das Dores Tatiane Dias
(oitenta) 81 anos 34 anos
Responsável pela Velha-Guarda
Jorge Honorato
Total de Componentes da Componente mais Idoso Componente mais Jovem
Velha-Guarda (Nome e Idade) (Nome e Idade)
80 Maria das Dores Nascimento Dona Regina
(oitenta) 80 anos 54 anos
Pessoas Notáveis que desfilam na Agremiação (Artistas, Esportistas, Políticos, etc.)
Ciro Alencar (Estilista), Thereza Nardelli (Tatuadora e Criadora da arte “Ninguém Solta a Mão de
Ninguém”), Gerson Linhares (Historiador), Mônica Iozzi (Atriz e Apresentadora), Rafael Losso
(Ator), Conceição Evaristo (Escritora), Silvero Pereira (Ator e Ativista), Carlos Tufvesson
(Estilista e Ativista LGBT), Marcelo Dias (Coordenador Nacional do Movimento Negro
Unificado Rio de Janeiro, membro da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do
Brasil – OAB/RJ), Sônia Guajajara (Líder e Ativista de causas indígenas), Almir França (Estilista
e Ativista LGBT), Jurema Werneck (Médica, Ativista em temas relacionados a raça, gênero,
orientação sexual e direitos humanos, Diretora da Anistia Internacional), Mauro Nunes D’Oxóssi
(Babalorixá do Ilê Axé Ofá, Ba’Wosan de Apapa e Imorè (Lagos Nigéria), Enfermeiro
Sanitarista, Funcionário concursado do Ministério da Saúde e, tendo também, trabalhado por mais
de 25 anos em várias partes do mundo pela Organização Humanitária Internacional dos Médicos
Sem Fronteiras. Mauro é mais um grande aliado na luta pela libertação dos objetivos sagrados),
Lívia Andrade (Atriz e Apresentadora), Gleici Damasceno (Campeã do “Big Brother Brasil –
2018”) e Wagner Santiago (Participante do “Big Brother Brasil – 2018”)
300
Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Informações Complementares
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FICHA TÉCNICA
Comissão de Frente
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Comissão de Frente
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
1º Mestre-Sala Idade
Marlon Flores 24 anos
1ª Porta-Bandeira Idade
Danielle Nascimento 42 anos
2º Mestre-Sala Idade
Wesley Cherry 23 anos
2ª Porta-Bandeira Idade
Rebeca Tito 17 anos
Outras informações julgadas necessárias
1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Fantasia do 1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira – Sob o Sol Escaldante
Em tons vivos e solares, desfilam os protetores do pavilhão azul e amarelo, exibindo com todo o garbo a
bandeira da agremiação. Com um figurino que representa a inclemência do Sol, o primeiro casal baila
desfraldando a bandeira com as cores e os matizes do astro-rei, que lá “de riba” derrama seus raios sobre a
terra árida do sertão cearense.
Marlon Flores - Com o samba correndo em suas veias, Marlon traz em seu DNA a nobre arte do bailado
do Mestre-Sala. Filho de grande Mestre-Sala Marcelinho, que teve sua carreira sedimentada na São
Clemente, o então menino Marlon nunca teve dúvidas de que seus passos no Carnaval seriam semelhantes
aos de seu pai. Ainda com 07 (sete) anos ingressou no Projeto Manoel Dionísio. Já no Carnaval de 2002
foi convidado a defender as cores da escola mirim Mangueira do Amanhã, permanecendo até 2007. Sua
estreia defendendo as cores de uma escola de samba “adulta” foi curiosamente em 2006 na São Clemente,
a mesma que seu pai defendeu no passado. Em 2012 foi convidado a ser o 2° mestre-sala da Unidos do
Viradouro na Série A. Seu desempenho foi reconhecido pela diretoria da agremiação o alçando no ano
seguinte à condição de 1° mestre-sala, posto ocupado até 2015 trazendo excelentes notas para a escola. Nos
Carnavais de 2016 e 2017 honrou o segundo pavilhão da Portela. Sua forma elegante e leve de evoluir,
assim como a maneira de cortejar sua porta-bandeira fez com que o Paraíso do Tuiuti o convidasse no
Carnaval de 2018, junto com Danielle Nascimento, a ser o responsável para defender o quesito. Com
excelente resultado na recém-parceria alcançou notas máximas de todos os julgadores. Para 2019, Marlon
promete mais empenho e dedicação para manter as notas auferidas no carnaval passado.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Danielle Nascimento – Nascida e criada por quem entende de Samba, por quem fez história no
Carnaval. Daniele é filha de Vilma Nascimento, o “Cisne da Passarela” e neta de Natal da Portela.
Descobriu seu amor pela arte de ser porta-bandeira aos 13 (treze) anos de idade, através da ala mirim
da escola de samba Tradição. Em 1993 já começava da desfilar como 1° porta-bandeira, sagrando-se
campeã do Grupo de Acesso. Defendeu o pavilhão do “Condor” até 2007. Em 2008 recebeu o convite
do Império Serrano, sendo novamente campeã da divisão de acesso do Carnaval. Nos anos seguintes,
defende os pavilhões da Portela e do Império Serrano novamente. Entre 2011 e 2013 decide se afastar
da Passarela do Samba para se dedicar ao seu maior projeto de vida, a maternidade. Recebe
novamente o convite da Portela para retornar sua vitoriosa carreira e com orgulho defende o pavilhão
da Azul e Branco de Madureira, permanecendo entre 2014 e 2017. No último Carnaval desempenhou
papel fundamental na conquista do título de Campeã para a Águia após longo jejum com seus 40
(quarenta) pontos conferidos pelos jurados. Diante de tamanha história o Paraíso do Tuiuti a contratou
para junto com Marlon Flores defenderem o pavilhão da Azul e Amarelo de São Cristóvão no
Carnaval de 2018. Resultado: mais uma vez notas máximas e muita comemoração pelo desfile
histórico da escola. Com tamanho currículo e responsabilidade, Daniele sabe que repetir o
desempenho requer muito suor e lágrimas, porém o destino final são os 40 (quarenta) pontos.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Rebeca Tito – Já aos 4 (quatro) anos de idade iniciou sua jornada no samba como passista da
escola mirim Tijuquinha do Borel. Conheceu o projeto “Madureira toca, canta e dança”, que é
vinculado à Portela, se apaixonando ainda aos 5 (cinco) anos pela arte do “Padedê com Bandeira”.
Deu então ponta pé inicial no segmento. Com passagem pelas escolas mirins Inocentes da
Caprichosos e Filhos da Águia, sua estreia em uma escola “adulta” foi na Unidos de Vila
Kennedy, permanecendo por 3 (três) anos. A primeira vez que Rebeca teve a responsabilidade de
empunhar o primeiro pavilhão foi na Unidos de Maricá com, apenas, 13 (treze) anos de idade. No
Carnaval de 2015 foi convidada a participar do concurso de terceira porta-bandeira do Paraíso do
Tuiuti. Sua performance segura a fez conquistar a vaga. Em 2016 foi promovida ao posto de
segunda porta-bandeira da escola, cargo ocupado com segurança e elogios até os dias atuais.”
306
G.R.E.S.
ESTAÇÃO PRIMEIRA
DE MANGUEIRA
PRESIDENTE
ARAMIS SANTOS
307
“História pra ninar gente
grande”
Carnavalesco
LEANDRO VIEIRA
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Abre-Alas – G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Enredo
Enredo
“História pra ninar gente grande”
Carnavalesco
Leandro Vieira
Autor(es) do Enredo
Leandro Vieira
Autor(es) da Sinopse do Enredo
Leandro Vieira
Elaborador(es) do Roteiro do Desfile
Leandro Vieira
Ano da Páginas
Livro Autor Editora
Edição Consultadas
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Abre-Alas – G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Enredo
Ano da Páginas
Livro Autor Editora
Edição Consultadas
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Abre-Alas – G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira – Carnaval/2019
HISTÓRICO DO ENREDO
Ao dizer que o Brasil foi descoberto e não dominado e saqueado; ao dar contorno heroico
aos feitos que, na realidade, roubaram o protagonismo do povo brasileiro; ao selecionar
heróis dignos de serem eternizados em forma de estátuas; ao propagar o mito do povo
pacífico, ensinando que as conquistas são fruto da concessão de uma princesa e não do
resultado de muitas lutas, conta-se uma história na qual as páginas escolhidas o ninam na
infância para que, quando gente grande, você continue em sono profundo.
De forma geral, a predominância das versões históricas mais bem-sucedidas está associada à
consagração de versões elitizadas, no geral, escrita pelos detentores do prestígio econômico,
político, militar e educacional – valendo lembrar que o domínio da escrita durante período
considerável foi quase que uma exclusividade das elites – e, por consequência natural, é esta
a versão que determina no imaginário nacional a memória coletiva dos fatos.
Comemoramos 500 anos de Brasil sem refazermos as contas que apontam para os mais de
11.000 anos de ocupação amazônica, para os mais de 8.000 anos da cerâmica mais antiga do
continente, ou ainda, sem olhar para a civilização marajoara datada do início da era Cristã.
Somos brasileiros há cerca de 12.000 anos, mas insistimos em ter pouco mais de 500, crendo
que o índio, derrotado em suas guerras, é o sinônimo de um país atrasado, refletindo o
descaso com que é tratada a história e as questões indígenas do Brasil. Não fizeram de
CUNHAMBEMBE – a liderança tupinambá responsável pela organização da resistência dos
Tamoios – um monumento de bronze. Os índios CARIRIS que se organizaram em uma
CONFEDERAÇÃO foram chamados de BÁRBAROS. Os nomes dos CABOCLOS que
lutaram no DOIS DE JULHO foram esquecidos. Os Índios, no Brasil da narrativa histórica
que é transmitida ainda hoje, deixaram como “legado” cinco ou seis lendas, a mandioca, o
balanço da rede, o tal do “caju”, do “tatu” e a “peteca”.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira – Carnaval/2019
Levando em conta apenas pouco mais de 500 anos, a narrativa tradicional escolheu
seus heróis, selecionou os feitos bravios, ergueu monumentos, batizou ruas e
avenidas, e assim, entre o “quem ganhou e quem perdeu”, ficamos com quem
“ganhou.” Índios, negros, mulatos e pobres não viraram estátua. Seus nomes não
estão nas provas escolares. Não são opções para marcar “x” nas questões de
múltiplas escolhas.
Deram vez a outros. Outros que, por certo, já caíram nas suas provas. Você aprendeu que os
“BANDEIRANTES” – assassinos e saqueadores – eram os “bravos desbravadores que
expandiram as fronteiras do território nacional”. DOM PEDRO, o primeiro, você decorou
que era o “herói” da Independência, sem que as páginas dos livros contassem a
camaradagem de um “negócio de família” tão bem traduzido pela frase do PAI do
Imperador, que a ele orientou: “ponha a coroa na tua cabeça, antes que algum aventureiro o
faça”. Convém esclarecer aqui que os “aventureiros” citados por DOM JOÃO éramos nós,
brasileiros, e que a “independência” proclamada – ou programada – foi para evitar que
tivéssemos aqui “aventureiros” como Bolívar ou San Martin, patriarcas bem-sucedidos das
independências que não queriam por aqui.
Como CABRAL, o “ladrão”, que “roubou” o Brasil lá pelas bandas de mil e quinhentos, ou
PEDRO I, que através de um acordo “mudou duas ou três coisas para que tudo ficasse da
mesma forma”, tem também o Marechal, o DEODORO DA FONSECA, homem de
convicções monarquistas – amigo pessoal do Imperador PEDRO II – autor da proclamação
de uma República continuísta – sem participação popular – traduzida em golpe e que, na
ausência de líderes, mandou pintar um retrato do Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o
TIRADENTES, na tentativa de produzir um personagem pra chamar de “seu”.
Se a República foi golpe, conclui-se que golpe no Brasil não é novidade. Nem é novidade
que a natureza dos golpes ainda estejam mal contadas. A rodovia CASTELO BRANCO
corta São Paulo com nome de batismo em homenagem ao primeiro general do GOLPE DE
1964. Para cruzar a Baía da Guanabara em direção a Niterói, lá está a ponte PRESIDENTE
COSTA E SILVA, o mesmo que fechou o Congresso Nacional e aditou o AI-5 suspendendo
todas as liberdades democráticas e direitos constitucionais. Em Sergipe, em dias de jogos, a
bola rolava no estádio PRESIDENTE MÉDICI, o general dos “ANOS DE CHUMBO”, do
uso sistemático da tortura e dos violentos assassinatos. Nas ruas – por terem lido um livro
que “ninou” e não ensinou falando da suspensão dos direitos humanos, da corrupção e dos
assassinatos cometidos no período – aparecem faixas para pedir intervenção militar, décadas
depois da redemocratização.
Sem saber quem somos, vamos a toque de gado esperando alguém pra fazer a história no
nosso lugar, quiçá uma “princesa”, como a ISABEL, a redentora, que levou a “glória” de
colocar fim ao mais tardio término de escravidão das Américas. Nunca esperaremos ser
salvos pelos tipos populares que não foram para os livros. Se “heróis são símbolos
poderosos, encarnações de ideias e aspirações, pontos de referências, fulcros de
identificação” a construção de uma narrativa histórica elitista e eurocêntrica jamais
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Abre-Alas – G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira – Carnaval/2019
concederia a líderes populares negros uma participação definitiva na abolição oficial. Bem
mais “exemplar” a princesa conceder a liberdade do que incluir nos livros escolares o nome
de uma “realeza” na qual ZUMBI, DANDARA e LUIZA MAHIN assumissem seu real
papel na história da liberdade no Brasil.
O fato é que a atuação de gente comum, ou mesmo a incansável luta negra organizada em
quilombos, em fugas, no esforço pessoal ou coletivo na compra de alforrias e em revoltas ou
conspirações, já enfraqueciam o sistema escravocrata àquela altura. Entretanto, ensinar na
escola o nome de “CHICO DA MATILDE”, jangadeiro, mulato pobre do Ceará (líder da
greve que colocou fim ao embarque de escravos no estado nordestino, levando-o à abolição
da escravatura quatro anos antes da princesa ganhar sua “fama” abolicionista) não serviria à
manutenção da premissa de que as conquistas sociais resultam de concessões vindas “do
alto” e não das lutas. A história de CHICO DA MATILDE era inspiradora demais para o
povo. Não à toa, seu nome não está nos livros.
Esses nomes não serviram para eles. Para nós, eles servem. Para nós, sentinelas dos “ais” do
Brasil, heróis de lutas sem glórias ainda deixados “de tanga” ou preso aos “grilhões”, eles
são as ideias que usaremos para “gestar” o que virá. “Engravidados” de novas ideias, jorrará
leite novo para “amamentar” os guris que virão. Sabendo outra versão de quem é o Brasil, –
não a que nos “ninou” para quando fôssemos adultos – sabendo que CABRAL “invadiu” e
que, ao invés de quinhentos e dezenove anos, somos brasileiros há quase doze mil anos.
Conhecendo CUNHAMBEBE, a CONFEDERAÇÃO DOS CARIRIS, cientes da
participação dos CABOCLOS na luta do 02 DE JULHO NA BAHIA, e sabendo que os
índios lutaram e resistiram por mais de meio século de dominação, talvez se orgulhem da
porção de sangue que faz de TODOS NÓS, sem exceção, índios. Sabendo que a “bondosa”
princesa Isabel deu vez a “Chico da Matilde”, “Luiza Mahin” e “Maria Felipa”, é possível
que reconheçam em si a bravura que vive à espreita da hora de despertar e aí, talvez, o
“gigante desperte sem ser para se distrair com a TV”.
Cientes de que nossa história é de luta, teremos orgulho do Brasil. Alimentados de leite novo
e bom, varreremos de nossos “porões” o complexo de “vira-latas” que fomenta nossa crença
de inferioridade. Veremos tanta beleza na escultura de ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA
quanto no quadro que eterniza o sorriso da Monalisa. Nos orgulharemos do “tupi” que
falamos – mesmo sem saber. Daremos mais cartaz ao SACI do que à “bruxa”. Brincaremos
mais de BUMBA MEU BOI, CIRANDA E REISADO. Nossas crianças enxergarão tanta
coragem no CANGACEIRO quanto no “cowboy”. Vibraremos quando SUASSUNA estrear
em “ROLIÚDE” sem tradução para o SOTAQUE de João Grilo e Chicó. Não estranharemos
caso o Mickey suba a ESTAÇÃO PRIMEIRA, troque “my love” por “minha nêga” e mande
pintar o “parquinho” da Disney com o VERDE E O ROSA DA MANGUEIRA.
Leandro Vieira.
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JUSTIFICATIVA DO ENREDO
De forma setorizada, segue a justificativa conceitual que direciona e apresenta de forma
completa a abordagem geral distribuída ao longo da organização do desfile.
O enredo da Mangueira não apenas busca questionar alguns mitos cristalizados pela história
“oficial”, mas também jogar luz em personagens fundamentais que não são devidamente
reconhecidos. “Heróis” que não estampam as capas dos livros e, nem mesmo, são
mencionados com frequência em suas páginas. Heróis de lutas inglórias, pois não foram
vencedores e a história, tradicionalmente, dá voz a quem “vence”. Ao contrário do que se
aprende nos anos escolares, os índios não foram pacíficos com sua exploração pelos
portugueses e europeus de forma geral. Havia formas de resistência como as fugas, as
guerras, a manutenção de sua cultura e, até mesmo, o suicídio. Alguns se organizaram de
forma surpreendente, lideranças surgiram e, apesar da quase total dizimação, suas derrotas
não anularam a importância de suas lutas.
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Longa distância ainda a separa do conhecimento leigo dos episódios das guerras e dos
nomes dos heróis indígenas. Este quadro acaba por refletir o descaso com que é tratada a
história indígena do Brasil que, fora dos núcleos especializados, tem pouquíssimo espaço.
Para a narrativa da abordagem proposta pelo enredo, o setor em questão lança luz em
revoltas indígenas ocorridas nos séculos XVI, XVII, XVIII – prova de luta sistemática e
resistência ao longo de pelo menos três séculos –e nos nomes de suas principais lideranças.
O setor encerra falando sobre o genocídio indígena no país, reforçando a ideia de que o
Brasil foi “invadido” e não, “descoberto”, em um processo de extermínio da cultura, das
crenças e mesmo a extinção completa de várias etnias. A “visão” final do setor traz o
controverso ‘Monumento às bandeiras’, de São Paulo, que exalta a figura dos bandeirantes,
apontados como “heróis” quando, na verdade, trata-se de um Monumento aos genocidas,
responsáveis pelo assassinato de milhares de índios.
Da mesma maneira que a história da luta e da resistência indígena é quase nula nas páginas
da história brasileira tradicional, as questões ligadas à luta negra pela liberdade foram
diminuídas de maneira a dar a Princesa Isabel à notoriedade da abolição. O fim da
escravidão no Brasil, de um modo geral, é apresentado como uma ação do Estado brasileiro
que culminou com a assinatura da Lei Áurea em 1888, resguardando pouco, ou nenhum
espaço, para o registro do papel desempenhado pelas lutas dos negros como principal forma
de pressão pelo fim da escravidão.
De um modo geral, não são difundidos os nomes daqueles cujos feitos pressionaram para a
eliminação do trabalho escravo; para as rebeliões que amedrontaram o sistema escravagista;
para a formação de quilombos; para a compra de alforrias por irmandades negras, para a
organização intelectual do movimento abolicionista, entre outras situações.
É a partir dessas “páginas ausentes” que o terceiro setor do desfile da Estação Primeira de
Mangueira se debruça e a sequência de alas deixa de lado o contorno estético indígena
apresentado até aqui para ganhar ares africanizados. A partir disso, os nomes de JOSÉ
PIOLHO, TEREZA DE BENGUELA, ESPERANÇA GARCIA, MANOEL CONGO,
MARIANNA CRIOULA, ACOTIRENE, LUÍS GAMA, entre outros, começam a se
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descortinar ao longo do desfile. A escola não apenas reforça o protagonismo negro, mas
também aponta para uma efetiva participação feminina, quase nunca contada pela história.
Muitos são os nomes de mulheres que protagonizaram lutas individuais e feitos heroicos
defendendo seu povo. A “luz” ficou na Princesa Isabel, mas é valioso reforçar que foram
personagens femininos de origem popular, legítimas representantes da raça negra que,
efetivamente, construíram a história da libertação dos escravos no país.
Em termos conceituais o setor destaca quatro biografias negras fundamentais através do uso
cênico de três construções alegóricas: “O TRONO PALMARINO’ resgata a importância
histórica de ZUMBI DOS PALMARES e destaca ainda a figura de sua esposa, DANDARA,
reforçando o papel feminino na luta pela liberdade e questionando não apenas o aspecto
eurocêntrico, mas também machista da história “oficial”. Por sua vez, a estética alegórica de
“A MALÈ DE SOBRENOME MAHIN” lança luz na figura de outra mulher de atuação
fundamental, LUISA MAHIN, referenciando também o papel dos malês – negros
islamizados - que protagonizaram uma importante rebelião em busca da libertação dos
escravos em Salvador.
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As alas possuem tom de celebração e, em sequência, exaltam artistas que vieram das
camadas mais pobres, como o negro ALEIJADINHO; a cultura popular, seus mitos e lendas,
representantes máximos do sabor indígena e negro como o MATITA PERÊ; o povo
NORDESTINO, quase sempre estigmatizado e vítima de preconceito e, por fim, as
COMUNIDADES, os MORADORES DE MORROS E FAVELAS, homens e mulheres,
heróis anônimos e silenciosos, a verdadeira identidade miscigenada do povo brasileiro. O
país que é negado à representatividade. Os descendentes dos heróis que deveriam “estar no
retrato”.
O desfecho é VERDE E ROSA, cores simbólicas para exaltar as lutas vitoriosas das
multidões de “favelados” - homens e mulheres pobres, moradores de comunidades
espalhadas pelo Brasil – que encontram personificação em tipos como CAROLINA DE
JESUS – célebre escritora brasileira moradora da favela do Canindé - zona norte de São
Paulo - e detentora de uma vida marcada pelo sustento de seus três filhos como catadora de
papéis; JAMELÃO – o negro pobre que foi engraxate e vendedor de jornal, voz símbolo do
Morro da Mangueira e uma das mais bem sucedidas carreiras artísticas do país; e
MARIELLE FRANCO, mulher, negra, nascida no Complexo da Maré - conjunto de favelas
localizadas na Zona Norte carioca – e que, graças a seu empenho pessoal, venceu a miséria,
chegou à universidade e elegeu-se a combativa vereadora que defendia as causas das
mulheres, dos negros e dos moradores da periferia, função que exerceu até ser assassinada
em 2018. É o Brasil assumindo a identidade do morro. É a Mangueira refletindo o Brasil.
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ROTEIRO DO DESFILE
Comissão de Frente
“EU QUERO UM PAÍS QUE NÃO TÁ NO
RETRATO”
Tripés
“EXUBERÂNCIA INDÍGENA”
Grupo de Musas
“ESPLENDOR INDÍGENA”
Alegoria 01 – Abre-Alas
“MAIS INVASÃO DO QUE DESCOBRIMENTO”
Alegoria 02
“O SANGUE RETINTO POR TRÁS DO HERÓI
EMOLDURADO”
Ala 09 – Velha-Guarda
ORGULHO NEGRO
Ala 10 – Comunidade
NEGRO QUILOMBOLA
Alegoria 03
“O TRONO PALMARINO”
Ala 11 – Passistas
TEREZA DE BENGUELA E
JOSÉ PIOLHO
Rainha da Bateria
Evelyn Bastos
“A FORÇA NEGRA DE ESPERANÇA
GARCIA”
Ala 12 – Bateria
SAPIÊNCIA NEGRA
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Grupo de Musas
“TANTOS NOMES PARA UMA SÓ LUTA”
Ala 13 – Baianas
IRMANDADES NEGRAS
Elemento Alegórico
“A MALÊ DE SOBRENOME MAHIN”
Ala 15 – Escola 1
“TRIBUTO AO ABOLICIONISTA
NEGRO LUÍS GAMA”
Alegoria 04
“O DRAGÃO DO MAR DE ARACATI”
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Ala 20 – Escola 02
O RETRATO DE TIRADENTES
Alegoria 05
“A HISTÓRIA QUE A HISTÓRIA NÃO CONTA”
Destaques de Chão
Rosemary e Mônica Benício
Bandeira de Encerramento
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
02 “O SANGUE RETINTO POR A máxima do herói bandeirante passou a ser usada como
TRÁS DO HERÓI ideário paulista, ensinada nos livros, retratada com
EMOLDURADO” romantismo em quadros encomendados que passaram a
(Continuação) apresentá-los como os “desbravadores” dos sertões
brasileiros durante os séculos XVII e XVIII. Assim, a
história dos mais de 300.000 índios capturados e
escravizados pelas bandeiras, bem como sua vida de
miséria e doença, caíram no ostracismo.
O que a construção estética da alegoria sugere é
exatamente isso. Na parte “superior”, a menção
escultórica ao monumento tingido de dourado, símbolo
de poder. Na parte “inferior”, índios e bichos tingidos de
vermelho revelam um visual que sugere “caos”, morte,
terror e “extermínio”. É o sangue por trás, ou abaixo, do
“herói emoldurado”. O tal “país que não está no retrato”.
Destaque para as inscrições grafitadas no monumento.
Simbolicamente, é o “presente” denunciando o “passado
omitido dos heróis emoldurados”.
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
* Elemento Alegórico Junto da ala que lança luz na revolta dos negros malês, a
“A MALÊ DE SOBRENOME cenografia geral do elemento alegórico apresenta-se
MAHIN” como um trono para o desfile daquela que seria coroada
a “RAINHA DA BAHIA” caso o mencionado levante
tivesse alcançado seu objetivo. De contorno
africanizado, ostentando peças decorativas de associação
imediata ao universo negro, a pequena escadaria dá
acesso ao trono de LUIZA MAHIN.
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
DESTAQUE/PERSONALIDADE – SERGINHO DO
PANDEIRO - Na parte frontal da alegoria, o sambista
Serginho do Pandeiro exibe seu virtuosismo sobre os
livros. É a Mangueira “em pessoa" que se debruça sobre
a História do Brasil.
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
Santinho Empresário
Local do Barracão
Rua Rivadavia Correa, nº. 60 – Barracão nº. 13 – Cidade do Samba – Gamboa
Diretor Responsável pelo Barracão
Robson Saturnino
Ferreiro Chefe de Equipe Carpinteiro Chefe de Equipe
Devalcy Fabrício
Escultor(a) Chefe de Equipe Pintor Chefe de Equipe
José Teixeira e Flávio Polycarpo Leandro Assis
Eletricista Chefe de Equipe Mecânico Chefe de Equipe
Tom Santos
Outros Profissionais e Respectivas Funções
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Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
03 O Verde das A tradicional ala veste seu mais Ala dos Rody
Matas característico figurino – o terno – Compositores
ostentando estampa indígena e (1939)
contorno estético com
predominância da cor verde.
Simbolicamente, é a Estação
Primeira de Mangueira que se
embrenha no verde das matas
brasileiras em busca do passado
ancestral, dos nomes e das ações de
resistência dos povos indígenas que
a história oficial não popularizou de
forma ostensiva ao preconizar a
difusão da versão “do vencedor” em
detrimento da versão “do vencido”.
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* “Tantos Nomes O grupo coletivo formado por mulheres da Grupo de Tania Bisteka
para Uma só comunidade veste figurino de contorno Musas
Luta” estético africanizado para celebrar a luta de (2013)
mulheres negras que ainda não tiveram seus
nomes popularizados no imaginário que
cristaliza heróis e heroínas do povo
brasileiro. As musas vestem a personificação
do espírito guerreiro que ocupou os corpos
de mulheres negras, nos diferentes períodos
que marcam os séculos de trabalho escravo
no Brasil. Elas podem ser o espírito de
ACOTIRENE - uma das primeiras mulheres
a habitar os povoados quilombolas da Serra
da Barriga, a matriarca do Quilombo dos
Palmares, onde exercia a função de mãe e
conselheira. – Podem ser ainda,
AQUALTUNE – a filha do Rei do Congo, a
princesa que foi vendida como escrava para o
Brasil onde iniciou ao lado de Ganga Zumba
a organização de um Estado negro, que
abrangia povoados distintos confederados
sob a direção suprema de um chefe.
Uma delas pode ser o espírito de
ZEFERINA, angolana sequestrada do
continente africano e trazida para o Brasil
onde organizou a resistência negra na região
de Salvador (Bahia), sendo a fundadora do
Quilombo do Urubu. ADELINA
CHARUTEIRA, escrava nascida no
Maranhão e ativa participante da campanha
abolicionista da capital maranhense. Uma
pode ser o espírito do nome ainda
desconhecido de MARIA ARANHA, a líder
do Quilombo de Mola, no Tocantins onde
venceu os ataques escravistas. São MARIAS,
FELIPAS, JOANAS, TEREZAS, e tantos
outros nomes de mulheres negras que
protagonizaram lutas individuais e feitos
heroicos em defesa dos ideais de liberdade de
seu povo.
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16 Versão Anedótica A ala inicia o setor cujo a estética geral Ala Mimosas Chininha
para Pedro das fantasias inaugura o tom chargista, (1963) e
Álvares Cabral e em alguns momentos anedóticos, de e Guezinha
personagens consagrados nos livros Ala Au Au Au
oficiais de história do Brasil. Trata-se
(1986)
da desmitificação através do riso da
visão eurocêntrica e elitista que
constrói a figura heroica de
personagens controversos. É nesse
contexto brincalhão que o figurino da
ala revela a jocosa versão para a figura
de Pedro Álvares Cabral. Apresentado
pela visão eurocêntrica como um herói
que se lançou nos mares na busca da
descoberta de novas terras - ensinado
nas escolas como o “descobridor” do
Brasil - o personagem ganha contorno
caricaturado em versão dotada de
picardia carnavalesca que o associa ao
"ladrão" tão bem difundido no
imaginário popular através do uniforme
de presidiário.
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17 Versão Heroica D. Pedro I foi o primeiro herói nacional Ala Acauã Nilcemar
para Pedro I brasileiro, ou melhor, foi o primeiro de (2001) e
nossos heróis a ter uma imagem heroica
construída. Sua figura imponente em trajes
e Regina
militares, montado em um cavalo alazão e Ala Amigos do
cercado por um grande número de guardas, Embalo
eternizada no quadro "O brado do (1971)
Ipiranga", de Pedro Américo, ainda
permanece no imaginário quando pensamos
no sete de setembro. A obra, encomendada
por Dom Pedro II, apresenta uma série de
mitos em relação à cena, sobretudo, na
omissão dos fatos que envolvem o acordo
de pai para filho, manifestado no conselho
do monarca Dom João para o filho que se
auto proclamaria Imperador do Brasil: “Se
o Brasil for se separar de Portugal, antes
seja para ti, que me hás de respeitar, do que
para algum desses aventureiros”. As críticas
à narrativa vão desde as mais específicas,
como aquelas que sugerem que o próprio
Dom Pedro estaria com forte diarreia em 7
de Setembro de 1822, até às mais
estruturais, que denunciam o reducionismo
sobre a data. O que não se discute é que o
processo de independência se deu por
interesses econômicos das elites locais,
sendo a maior parte da população pouco ou
nada beneficiada.
Para apresentar essa ideia de construção
mítica, o figurino da ala constrói a imagem
de Dom Pedro a partir da combinação de
cores que sugerem nobreza em associação
com a opulência dos tons dourados. Na
mão, o adereço é a estilização do cavalo
alazão que entrou para a versão histórica
construída no lugar da mula de carga
desprovida de charme - porém forte para
subir os caminhos íngremes do percurso –
que, de fato, levava o imperador quando foi
pronunciada a célebre frase “Independência
ou Morte”.
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
19 “O Marechal Diferente do que foi aprendido nas salas Sambar com a Simone,
Republicano que de aula, a República não foi uma ideia Mangueira Jussara
Não Tirou a que agradava a população brasileira e (2013) e
Monarquia da sua proclamação não foi um brado tão Luciana
Cabeça” heroico. Os republicanos tentavam a
todo custo disseminar suas ideias pelo
país, porém o trabalho realizado era em
vão. Quando enfim perceberam que não
conseguiriam, por fins pacíficos, acabar
com o Império, tiveram a grande ideia
de um golpe militar. Para que isso
acontecesse, precisariam do apoio de
um líder de prestígio da tropa militar.
Foi aí que então resolveram se
aproximar do Marechal Deodoro da
Fonseca em busca de apoio. O que
grande parte das pessoas não sabe é que
foi tarefa difícil convencer o Marechal a
dar o golpe, tendo em vista que o
mesmo era amigo pessoal do Imperador
Pedro II, devia-lhe favores, era um dos
maiores defensores do regime
Monárquico e dizia querer acompanhar
o caixão do velho Imperador.
Convencido a aproximar-se da
proclamação em função de boatos sem
fundamentos, Deodoro era contrário ao
movimento republicano como deixa
claro em cartas trocadas com seu
sobrinho Clodoaldo da Fonseca, em
1888, afirmando que, apesar de todos os
seus problemas, a Monarquia
continuava sendo o “único
sustentáculo” do país e a República
sendo proclamada constituiria uma
“verdadeira desgraça” por não estarem,
os brasileiros, preparados para ela.
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
21 A Arte do Negro Assim como a figura de Machado de Ala Moana Paulo Ramos
Antônio Assis, a construção de “sua imagem (1980)
Francisco Lisboa social” difundida no imaginário e e
(Aleijadinho) nacional omitiu sua origem étnico- Ala Gatinhas e Zélia
(Continuação) racial, mudando-lhe a cor em suas Gatões
representações pictóricas, de tal (1974)
modo que muitos, mesmo lendo e
estudando sobre determinadas
personalidades negras brasileiras de
séculos passados, o imaginem como
branco.
Independente das narrativas
construídas, Aleijadinho – seu nome
consagrado no universo das artes
plásticas - é um representante da
capacidade intelectual e artística do
povo brasileiro de origem humilde e
mestiça, gênio das artes no Brasil e
indiscutivelmente, orgulho do povo
brasileiro. Para apresentar o trabalho
do negro Antônio Francisco Lisboa,
o visual geral da ala remete de
forma estilizada à estética das
estátuas dos Profetas erguidas no
adro do Santuário do Bom Jesus de
Matozinhos - em Congonhas do
Campo - obra-prima do referido
artista.
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FICHA TÉCNICA
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
Local do Atelier
Rua Rivadavia Correa, nº. 60 – Barracão nº. 13 – Cidade do Samba – Gamboa
Diretor Responsável pelo Atelier
Leandro Vieira e Júlio Cerqueira
Costureiro(a) Chefe de Equipe Chapeleiro(a) Chefe de Equipe
Sirley, Eliana, Russa, Luís, Vanessa Equipe do Barracão
Aderecista Chefe de Equipe Sapateiro(a) Chefe de Equipe
Augusto, Rogério, Gustavo e Júlio Alberto
Outros Profissionais e Respectivas Funções
Élcio - Arame
As ilustrações aqui apresentadas são apenas imagens de referência para o mero acompanhamento
do desfile. São interpretações de livre e rudimentar contorno artístico sem a intenção de se
revelarem a exata tradução do figurino que desfila e sim fazer menção aos contornos artísticos das
linhas gerais que direcionam o figurino.
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FICHA TÉCNICA
Samba-Enredo
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FICHA TÉCNICA
Samba-Enredo
Em tempos de pouca escuta, uma conversa afetiva – mas contundente – com o Brasil. Esse é o fio
condutor do samba-enredo da Mangueira, que apresenta personagens e passagens da nossa história
escondidos por trás da história oficial. Ou, "a história que a história não conta", como diz um verso da
letra.
Desde 1500
Tem mais invasão
Do que descobrimento
Tem sangue retinto pisado
Atrás do herói emoldurado
Mulheres, Tamoios, Mulatos
Eu quero um país que não tá no retrato
Além da menção às constantes inversões feitas na história ("tem mais invasão do que
descobrimento"), a estrofe elenca negros, índios e mulheres como a síntese das personagens que a
narrativa oficial não contempla. São os que nunca estão no retrato, os que jamais são laureados.
Esteticamente, vale destacar a antítese presente em "invasão"/"descobrimento", a metonímia do retrato
como aquilo a que se dá visibilidade no país e a ênfase reivindicatória que a melodia confere ao último
verso.
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FICHA TÉCNICA
Samba-Enredo
Mangueira
Tira a poeira dos porões
Ô, abre alas
Pros seus heróis de barracões
Dos brasis que se faz um país
De Lecis, Jamelões são verde-rosa as multidões
A ideia aqui é reiterar que o passado – e o que se diz dele – precisa ser revisitado ("tira a poeira dos
porões"), e que cabe ao carnaval, seus foliões e trabalhadores fazerem isso ("ô, abre alas pros seus heróis
de barracões"). Há aqui, ainda, um espelhamento externo/interno: a escola que se propõe a jogar luz em
personagens esquecidos pela história também olha para os seus, os ditos "heróis de barracões",
entendendo-se por barracões tanto o local de confecção de alegorias como as moradias de favelas. É na
pluralidade (os "brasis") que está a essência do país, é na arte e nos artistas populares ("Lecis", "Jamelões")
onde estão muitas das nossas sínteses. Tudo isso ecoando nas múltiplas vozes que cantam junto com a
Mangueira ("são verde-rosa as multidões") – a história está mais viva do que nunca.
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FICHA TÉCNICA
Samba-Enredo
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FICHA TÉCNICA
Bateria
Uma das maiores tradições da Estação Primeira de Mangueira é que a sua Bateria é comandada por
seus meninos, que nascidos e criados em Mangueira são os legítimos herdeiros de Mestre
Waldomiro Tomé Pimenta, Homero José dos Santos (Seu Tinguinha), Lúcio Pato e China
Florípedes. Foram eles que criaram a batida do surdo sem resposta, que junto com os tamborins
fazem a tradição de nossa bateria “Tem que Respeitar meu Tamborim”. Esse ano nossa bateria tem a
sua frente mais um filho de Mangueira Mestre Wesley Assumpção.
A partir do momento que foi indicado para assumir o posto de primeiro diretor de bateria, em maio
do ano passado, Mestre Wesley estruturou sua diretoria também composta por filhos de Mangueira,
alguns inclusive que já ocuparam o cargo de Primeiro Diretor de Bateria, reunindo assim uma
equipe técnica categorizada com o objetivo de trabalhar para o sucesso do Carnaval 2019.
Buscando recuperar a batida tradicional de nossa Estação Primeira, Mestre Wesley e sua diretoria
optaram por fazer uma mudança no andamento da bateria, e, desta forma resgata a identidade da
bateria, trazendo de volta o pulsar tradicional de nossa marcação.
Ainda com a perspectiva de mudanças, algo que será visível é a formação da bateria com a volta do
naipe de tamborins para encabeçar a bateria junto com a “cozinha” e, com isso, no entendimento de
Mestre Wesley, bateria ficará mais bem equalizada e os desenhos e convenções do naipe soarão
mais limpos. Destaque-se que no naipe de tamborins todos os tocadores estarão tocando com o
mesmo tipo de baquetas e com a afinação do instrumento mais homogênea para que sejam ainda
mais perceptíveis os desenhos na melodia do samba.
Nas vezes que for feita a bossa de batida marcial, ao retornarem, todos os surdos atacam no
contratempo. Após “Brasil chegou a vez de ouvir as Marias, Mahins, Marielles, Malês”.
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FICHA TÉCNICA
Bateria
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FICHA TÉCNICA
Harmonia
Todo o trabalho que a Harmonia da Estação Primeira de Mangueira desenvolveu teve como
objetivo proporcionar o perfeito entrosamento entre o ritmo e o canto. Assim, tão logo, o Samba
Enredo foi escolhido, demos início aos ensaios de canto, aos quais logo acrescentamos a
participação da Bateria. Dessa forma, o carro de som, a bateria e a comunidade começaram a
trabalhar a interpretação do samba.
Em paralelo aos ensaios gerais, nosso carro de som trabalhou em estúdio, desenvolvendo um
arranjo capaz de contemplar a harmonia musical pertinente ao fortalecimento da interpretação do
samba, respeitando os desenhos dos tamborins e as bossas. Enfim, todo o trabalho foi feito para
alcançar uma excelência em sua apresentação com o objetivo de que somados o carro de som, a
bateria e toda a escola, o nosso chão, da Estação Primeira, possa mostrar na Sapucaí os frutos de
todos esses meses de ensaio, contribuindo para fazer ecoar no desfile a voz daqueles que durante
tantos anos foram desconsiderados pela história oficial.
Ensaios Técnicos de Rua nos permitiram avaliar que todos nossos esforços para desenvolver esse
trabalho estavam dando resultado, uma vez que, a cada dia nos sentíamos brindados pelo
empenho de cada componente em dar o seu melhor e apresentar nosso samba de forma a
emocionar a todos.
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FICHA TÉCNICA
Evolução
Sim, lá vem a Estação Primeira de Mangueira, trazendo seu povo, seu chão. Vem alegre, garbosa e
feliz se apresentar no desfile da Sapucaí e vem bem, vem Mangueira contando a história que por
tanto tempo, não nos foi ensinada e na cabeça de muitos jamais deveria ser contada. Mas essa
Mangueira nascida, habitada por um povo simples e tão pobre que intrigou o poeta em como esse
povo, em meio a tantas dificuldades, podia cantar. E esse povo não apenas canta, mas vem nos
encantar contando a História que a História não conta. Vem mostrar o avesso do mesmo lugar.
Para apresentar essa História, cada componente da Estação Primeira dará vida a tantos personagens
e, como se vindos do passado, para nos acordar, veremos na Sapucaí, os índios Tupinambás,
Tamoios, Cariris, os Caboclos, as Dandaras, as Marias Felipas, as Luizas Mahins, os Chicos da
Matilde, e aqueles brasileiros anônimos, “heróis de barracões”, ou seja, aqueles brasileiros que com
seu esforço diário, fizeram e fazem esse país.
Quanto orgulho, quanta responsabilidade ao dar vida a todos esses que durante anos ficaram a
margem da historiografia oficial, tirar o sangue retinto de traz dos retratos de “heróis” e mostrar os
verdadeiros heróis de nosso povo, nossa gente.
Assim, nossos componentes sabedores do seu papel não mediram esforços para estarem prontos no
grande dia. Incontáveis ensaios foram feitos, na quadra, na rua, ensaios de segmentos específicos,
tais como: - Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira, Comissão de Frente, Ala de Passistas, Bateria e
Alas da Comunidade e, em cada um deles, se estimulava a apresentação das alas e dos participantes
de nosso desfile, de forma integrada, no qual a participação de cada um nos permite construir o todo
de nossa proposta de desfile: os versos que o livro apagou.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Informações Complementares
Vice-Presidente de Carnaval
Aramis Santos
Diretor Geral de Carnaval
Conselho de Carnaval
Outros Diretores de Carnaval
Comissão de Carnaval
Responsável pela Ala das Crianças
-
Total de Componentes da Quantidade de Meninas Quantidade de Meninos
Ala das Crianças
- - -
Responsável pela Ala das Baianas
Nelci Gomes
Total de Componentes da Baiana mais Idosa Baiana mais Jovem
Ala das Baianas (Nome e Idade) (Nome e Idade)
80 Nadaje Jualiana Ribeiro
(oitenta) 79 anos 18 anos
Responsável pela Velha-Guarda
Ermenegilda Dias (Dona Gilda)
Total de Componentes da Componente mais Idoso Componente mais Jovem
Velha-Guarda (Nome e Idade) (Nome e Idade)
70 Dona Ilka Carlinhos
(setenta) 92 anos 65 anos
Pessoas Notáveis que desfilam na Agremiação (Artistas, Esportistas, Políticos, etc.)
Nelson Sargento, Alcione, Rosemary, Leci Brandão, Junior, Péricles entre outros
Outras informações julgadas necessárias
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FICHA TÉCNICA
Comissão de Frente
Desde 1500, exaltamos aqueles que conhecemos na escola, nas salas de aula. Como a abordagem
do enredo sugere, heróis que não estão à “altura” daqueles que não fugiram à luta. Estes,
desprivilegiados pelas páginas que resguardam a memória da história contada.
É sabido que tem “sangue retinto pisado atrás do herói emoldurado” como canta o samba-enredo
da Estação Primeira de Mangueira. E, é assim que a imagem construída de ícones históricos como
a Princesa Isabel, o bandeirante Domingos Jorge Velho, o Marechal Deodoro da Fonseca, o
imperador D. Pedro I, o missionário José de Anchieta e o “descobridor” Pedro Álvares Cabral se
“desmoldura” para revelar o tamanho da grandeza de seus “feitos”. No “avesso deste lugar”,
registraremos a grandeza de negros e índios que ficaram à sombra destes, resguardando a
importância deles para as futuras gerações.
Não estaremos mais deitados em “berço esplêndido”, ouvindo “histórias pra ninar gente grande”
contada por gente pequena. A Mangueira carrega a esperança no futuro, e uma nova história
começa a ser contada em verde e rosa.
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FICHA TÉCNICA
Comissão de Frente
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FICHA TÉCNICA
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
1º Mestre-Sala Idade
Matheus Olivério 31 anos
1ª Porta-Bandeira Idade
Squel Jorgea 33 anos
2º Mestre-Sala Idade
Renan Oliveira 28 anos
2ª Porta-Bandeira Idade
Débora de Almeida 32 anos
Outras informações julgadas necessárias
“DONOS DA TERRA”
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Estação Primeira de Mangueira apresenta-se
de acordo com a estética indígena que dá o tom da abertura do desfile proposto pela agremiação.
Ambos apresentam versão carnavalesca que sugere a figura indígena em releitura adequada à
tradicional indumentária dos casais que defendem os pavilhões das agremiações nos desfiles das
escolas cariocas. Estão inseridos em um contexto de valorização heroica e construção épica do
índio brasileiro na fase anterior à chegada de Cabral ao território nacional.
Como um xamã, num ritual mágico e sagrado, a Porta-Bandeira e seu pavilhão mantém um forte
laço como se fosse um só. Cortejado, festejado e protegido pelo Mestre-Sala, que defende com
maestria a altivez da ancestralidade “de sua tribo”, reluz o pavilhão da Estação Primeira em meio
a abertura do desfile.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
DADOS SOBRE A ORIENTADORA DO CASAL - Ana Paula Lessa é ex- bailarina, coreógrafa
e professora de dança na Escola de Dança Maristela Lobato. Há 6 anos na Estação Primeira de
Mangueira, ela desenvolve um trabalho de refinamento artístico, respeitando o bailado tradicional
do casal e característico do quesito.
O segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira da Estação Primeira está inserido no setor que
lança luz nos feitos heroicos de biografias de personalidades negras que ainda não alcançaram
merecida difusão no imaginário coletivo: Manoel Congo e sua companheira, Marianna Crioula.
Importantes símbolos da resistência dos negros contra a escravidão na região do Vale do Café –
no Rio de Janeiro - foram líderes da maior rebelião de escravos já ocorrida na região, em 1838,
motivada pela revolta contra a morte de um escravo do capitão-mor Manuel Francisco Xavier,
espancado pelo capataz de uma de suas fazendas. A fuga em massa orquestrada pela dupla teria
contado com a adesão de cerca de 300 ou 400 negros de diversas fazendas da região de Paty do
Alferes-RJ.
Manoel Congo e Marianna Crioula provavelmente viveram como casal, tanto que os dois foram
posteriormente delatados como o “rei” e “rainha” do grupo de sublevados. Ele foi descrito como
“um negro forte e habilidoso, de pouca fala e sorriso escasso.” Ferreiro por ofício - atividade que
requeria treinamento e habilidade – gozava de status superior entre os outros escravos e maior
valor econômico perante os senhores.
Marianna era costureira e mucama de Francisca Elisa Xavier, esposa do capitão-mor Manuel
Francisco Xavier. Foi descrita como sendo a “preta de estimação” bem como, uma das escravas
mais dóceis e confiáveis de sua patroa.
Juntos, foram os organizadores daquela que é apontada como a maior fuga de escravos da região
Fluminense. A nível de conhecimento, após ser capturado e condenado, no dia 6 de setembro de
1839, Manuel Congo subiu ao cadafalso no Largo da Forca, em Vassouras, para cumprir sua
“pena de morte para sempre”. Foi enforcado e ficou sem sepultamento. Marianna Crioula foi
absolvida - certamente a pedido de sua proprietária - entretanto, foi obrigada a assistir à execução
pública do seu companheiro morto na forca.
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G.R.E.S.
Mocidade
Independente de
Padre Miguel
PRESIDENTE
WANDYR TRINDADE
391
“Eu sou o Tempo.
Tempo é Vida”
Carnavalesco
ALEXANDRE LOUZADA
393
Abre-Alas – G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Enredo
Enredo
“Eu sou o Tempo. Tempo é Vida”
Carnavalesco
Alexandre Louzada
Autor(es) do Enredo
Alexandre Louzada
Autor(es) da Sinopse do Enredo
Alexandre Louzada
Elaborador(es) do Roteiro do Desfile
Alexandre Louzada e André Luís Junior
Ano da Páginas
Livro Autor Editora
Edição Consultadas
01 Antiga Musa: A BRANDÃO. J. Faculdades de 2005 Todas
Arqueologia da Lins. Letras da UFMG
Ficção
395
Abre-Alas – G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel – Carnaval/2019
FICHA TÉCNICA
Enredo
Ano da Páginas
Livro Autor Editora
Edição Consultadas
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Abre-Alas – G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel – Carnaval/2019
HISTÓRICO DO ENREDO
Apresentação
Mais um carnaval se apresenta. É o tempo que passa e novamente estamos aqui, carregando
no peito a estrela da Mocidade Independente de Padre Miguel, que leva em seu nome a
eterna juventude. Para a Mocidade, que será sempre jovem, o tempo é fonte de inspiração no
carnaval de 2019. Eu sou o tempo, nós somos o tempo. Já pensou nisso? Todos construímos
os nossos momentos e embalamos as nossas histórias nos braços de algo intocável,
incontrolável e, por vezes, imensurável. Passa rápido, devagar, não volta, não perdoa e
queremos sempre mais. Tempo é vida; a vida é o tempo. Por isso, relaxe e embarque nesse
sonho com a gente. Venha aproveitar esses momentos e monte o quebra-cabeças da sua
própria história. Deixe a sua mente bailar, no ar, em novos tempos. É tempo de Mocidade!
Sinopse do Enredo
As batidas do meu coração marcam o compasso no tambor do samba, quando ecoa o apito
da partida do trem da vida, nos trilhos do tempo, caminho infinito, riscado no espaço pela
cauda de luz da estrela-guia, que cria um vácuo de sonho que a ciência desafia e que invade
a morada de Cronos, a antimatéria que brilha, magia, e que se comprime e se expande, se
dobra, retrocede e avança, num vai e vem que se esvai e se lança numa viagem louca, do
presente ao passado e, numa reviravolta, de volta para o futuro.
Tempo que aqui se define ou que nasce indefinido, num tempo quando o tempo sequer
existia no mundo, fruto do Caos, num dado momento, quando o Céu se encontrou com a
Terra e concebeu o titã implacável, senhor da razão e do destino, o tempo que se mede
desmedindo.
Tempo que a humanidade buscou entender acompanhando a dança dos astros, bailando entre
a luz e a treva, dia e noite se repetindo e se reinventado constantemente, luas e marés
mutantes, pois nada é igual ao que era antes, antes de tudo mudar. Tempo de florescer, de
plantar e de colher, tempo de hibernar e de buscar onde se aquecer, tempo a brotar em
épocas, ritos em profusão, oferendas, estações, declarações de fé em solstícios e equinócios,
sagrações da primavera em cada alvorecer.
Tempo de descobrir, marcar, calcular. Quanto tempo o tempo tem? Tempos remotos de se
observar o Sol a riscar de sombra a haste sobre a terra, horas que se desenham, nas gotas da
clepsidra, tempo que orna e transborda. Tempo que ocioso passeia, de cima para baixo, e que
se revira nas ampulhetas - o tempo que desliza nas areias, vira-virando o mistério.
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Abre-Alas – G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel – Carnaval/2019
Tempo que gira perverso: eis que é tempo de inventar o tempo e de se aprisionar dentro dele.
Engrenagens em movimento, tic-tac, relógios, máquinas do tempo pra lá e pra cá em um
pêndulo. Som das horas a despertar, o galo que já cantou. Tempo que urge, a pressa, é cedo,
é tarde, é hora de trabalhar, tempo que corre, dispara, tempo que é dinheiro, aposta, notícia,
tempo de vida, o tempo que de fato não para.
Tempo que jaz no tempo, repousado nas camadas de tempos passados. O tempo
redescoberto, preservado em museus e livros, frases então reveladas, arquivo do tempo.
Tempo que brilha em mentes a frente do próprio tempo e, tal qual uma equação, viaja anos-
luz na imensidão. Ciência equilibrada em teorias que em dobras do tempo, faz o longe quase
perto e se teletransporta. Ou não? Tempo virtual, memória atemporal que a tecnologia
armazena no ar, nas nuvens. O que antes era ficção científica, hoje é realidade. Tempo que
se congela estéril na ilha glacial, Aíôn, guardião da eternidade, faz da grande geladeira a
nossa herança, a esperança de preservação.
Tempo, indomável tempo, de Kairós, o fragmento, único como o sopro divino, tempo de
Deus que não é medido, tempo para ser vivido, sem pressa, sem medo, vida que segue,
tempo indesvendável, tempo que é segredo e árvore sagrada.
O toque da inspiração vem num estalo de tempo: a arte se faz imortal e se eterniza na
memória, de geração a geração, de voltas e reviravoltas, na tela do carnaval ou em uma
explosão de cor no meio desse povo, assim como a nossa escola, que atravessou os trilhos do
tempo e se imortalizou na história. Tempos de glórias, descritos por seus poetas nos seus
lindos sambas, das paradinhas inesquecíveis, dos seus gênios artistas que lançaram tantas
cores nos seus tantos carnavais. Ela, a eterna juventude, Mocidade Independente, que
carrega a estrela, que é o cosmo, como emblema, o verde da brotação que se renova e o
branco da paz de espírito. É possível parar o tempo na síncope do batuqueiro. Hoje o trem
que transporta o futuro, que recuperou o tempo perdido, na vanguarda, redemoinho, acelera
e retorna orgulhoso, na certeza de novas conquistas - e conduz a sua gente à mais infinita
alegria!
Vira-tempo no templo do samba, eis que chega o nosso momento. Uma voz ecoa na noite:
“Vamos lá! A hora é essa!” Coloque a fantasia, ouça o som da bateria.
É tempo de desfilar!
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Abre-Alas – G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel – Carnaval/2019
JUSTIFICATIVA DO ENREDO
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
O tempo é a minha matéria, do tempo presente,
os homens presentes, a vida presente.
“Mãos dadas”, Carlos Drummond de Andrade
O tempo, diferente de todos os outros conceitos, é uma das grandes criações humanas,
representação que permite apenas aos homens organizar o presente, o passado e o futuro.
Primeiro Setor
Tempo Mítico: do Caos a Cronos
Os gregos antigos tratavam o tempo como uma divindade a partir de três conceitos:
Cronos, Aíôn e Kairos.
Cronos refere-se ao tempo cronológico, ou sequencial, que pode ser medido, associado ao
movimento linear das coisas terrenas, com um princípio e um fim.
Conta Hesíodo, na Teogonia, que, no início, era o caos, um espaço aberto no vazio, um
abismo profundo e silencioso.
Da nulidade do caos, nasce Gaia, a terra e Urano, o céu. Juntos, terra e céu geram o tempo,
Cronos, o rei dos titãs, deus do tempo inexpugnável, regente de todos os destinos, aquele que
tudo devora.
399
Abre-Alas – G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel – Carnaval/2019
Como tinha medo de ser destronado por causa de uma maldição de um oráculo, Cronos
engolia os filhos ao nascerem. Comeu todos, exceto Zeus, que Reia conseguiu salvar,
enganando Cronos ao enrolar uma pedra em um pano, a qual ele engoliu sem perceber a
troca.
Cronos, o senhor da razão, vai sendo desvelado, decifrado, dividido. Entender e vencê-lo
sempre foi um dos maiores desafios da humanidade.
Segundo Setor
Primeiros marcadores do tempo: tão natural como a luz do dia
Além disso, a sucessão de períodos quentes e frios, intercalados por períodos mais amenos,
levou a percepção da existência de um ciclo natural e permanente.
As civilizações antigas, ao perceberem a dança dos astros, o bailado entre a luz e a treva, o
dia e a noite se repetindo constantemente, os ciclos de temperatura variáveis, foram
desenvolvendo as primeiras noções de tempo válidas até hoje.
Terceiro setor:
Os calendários das civilizações: tempo de plantar e de colher
400
Abre-Alas – G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel – Carnaval/2019
Especialistas divergem sobre a organização dos primeiros calendários uma vez que cada
civilização se reconhece como a primeira a lançar tal feito. O fato é que, embora se fale de
tempo, é difícil afirmar qual civilização “cronologicamente” teve a inciativa de criar o
primeiro calendário, haja vista que alguns foram desenvolvidos antes de outros, mas
efetivamente só foram adotados por seus povos muito tempo depois.
O consenso é que as civilizações criaram esses projetos baseados na luz do sol ou mesmo
articulando a influência da lua a um ano solar. Esses calendários, marcados por uma precisão
relativa, e ao mesmo tempo, por um apelo mítico simbólico, eram fundamentais para
enquadrar, com rigor, a época do plantio e da colheita.
Os egípcios, por exemplo, elaboraram um calendário baseado no sol, cujo objetivo principal
era preparar a terra para a época de plantio nas imediações do Rio Nilo.
Os Maias, por outro lado, criaram um complexo sistema de calendários baseado na lua, no
sol e no Planeta Vênus. Extremamente simbólico, nesse calendário, cada mês recebia o
nome de um animal, e o tempo era visto de forma circular, ou seja, um evento ocorrido no
passado se repetiria ao infinito.
Quarto setor:
O Tempo não para: os mecanismos dos tempos modernos
Várias lendas dão conta do surgimento de diversos tipos de relógio. Contam que, na
Alemanha, por volta do século XVII, na região da Floresta Negra, o relógio cuco surge da
observação da natureza.
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Uma outra lenda dá conta de que Santos Dumont, o pai da aviação, comentou com o amigo
Louis Cartier sobre a dificuldade de, em pleno voo, ver seu relógio de bolso. Cartier
apresentou uma solução para Santos Dumont, utilizando uma pulseira de couro. Nascia
assim o protótipo do relógio de pulso moderno. 1
William Faulkner, escritor americano, em O Som e a Fúria, nos lembra que o relógio,
“mausoléu de toda esperança e todo desejo”, deveria ser usado não para lembrarmos o
tempo, mas para podermos esquecê-lo de vez em quando; assim, mais tarde, não gastaríamos
todo o fôlego, tentando conquistá-lo.
O fato é que vivemos uma vida de urgência constante. Temos todo tempo do mundo, mas
não temos tempo para nada. Vivemos apressados, atrasados, aprisionados pelo tempo, nos
tornamos escravos de nós mesmos. Nos vangloriamos tanto em estar super ocupados,
produzindo muito e sempre, que esquecemos o tempo de paz e de sossego.
Em uma das primeiras cenas de Tempos Modernos, de Chaplin, um relógio gigante serve de
alerta a uma sociedade que já não mais observa o tempo de “plantar nem colher”, mas o
tempo de produzir incessantemente, tempo que faz do próprio homem nada mais do que um
mecanismo de produção.
O Cronos mitológico, que devora seus filhos, simboliza o quanto estamos subjugados a esse
senhor da razão, sem tempo para nada, deixando de viver a vida de forma tranquila. Apesar
de desenvolvermos tantos mecanismos para dominá-lo, apesar de compreendê-lo cada vez
mais, nos tornamos, progressivamente, escravos desse senhor cruel. Mas, existe uma forma
de vencê-lo?
Quinto setor:
O tempo sagrado: Aíôn -a memória e a eternidade
Com o tempo, Zeus, filho sobrevivente, volta para cumprir a profecia e destrona seu pai
Cronos. Zeus é arte e tecnologia - únicas forças capazes de ludibriarem o tempo. Entre seus
tantos filhos, Zeus é pai de Aíôn e Kairos. Os dois, netos de Cronos, vão apresentar uma
nova dimensão do tempo.
(Nota: Há quem afirme que o relógio de pulso fora criado muitos anos antes na Alemanha, porém concordam que o pai
da aviação teve um papel importante na popularização desse tipo de relógio.).
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Aíôn é o tempo sagrado e eterno, sem uma medida precisa, é tempo da criatividade onde as
horas não passam cronologicamente, tempo da memória e da eternidade.
Quando Albert Einstein, com sua Teoria da Relatividade, rompe com os padrões
estabelecidos de tempo, desconstrói a ideia do tempo linear, cronológico. O tempo para
Einstein (passado, presente e futuro) é apenas uma ilusão. O presente serve apenas como
ponto de referência para um observador, dependendo de seu movimento.
Einstein, como o deus Aíôn, desconstrói, à luz da ciência, a ideia de um tempo delimitado
em números, intervalos, horas. O físico nos faz reacessar o tempo com novas perspectivas, o
tempo não é necessariamente linear, nem tudo é finito.
Quando uma biblioteca como a da Alexandria consegue, durante anos, manter 700 mil
papiros, ela de fato consegue a artimanha de vencer a temporalidade e revitalizar uma
história que poderia ter se perdido.
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Sexto setor:
A hora é essa - Kairos: o tempo apoteótico
O último filho de Zeus, Kairos, assim como seu avô Cronos e seu irmão Aíôn, também
representa as facetas do tempo. Ao contrário de Cronos, personificação do tempo
mensurável e de Aíôn, a eternidade e a memória física, Kairos é o tempo subjetivo, o
momento oportuno, a centelha de felicidade.
Representado por um atlético jovem com asas nos pés que tinha como principal
característica transitar, por todo mundo, em uma velocidade vertiginosa, Kairos tinha um
único tufo de cabelo na cabeça - representação da oportunidade a ser agarrada.
Kairos é a hora do beijo, a hora do nascimento, o tempo que não se mede, é presente do
futuro e do passado, a lembrança que faz a alegria retornar na imaginação.
Sua contraparte no Candomblé, Irôko, o orixá do tempo divino, está ligado à longevidade, à
durabilidade das coisas. Sua representação remete à árvore primordial, primeira dádiva da
terra aos homens. Irôko costuma carregar igbas - cabaças responsáveis pela preservação da
memória dos fundamentos dos orixás. Para Irôko, a exemplo de Kairós, mais importante que
a hora exata é a manifestação e a eternidade do momento.
Por nos fazer esquecer do tempo linear, essas entidades têm o poder de nos transformar em
deuses. Kairos é apoteose, hora em que cada um esquece a sua condição e se transforma no
que quiser. As religiões chamam de momento kairótico - a lembrança que se cristaliza na
memória e traz imediatamente a sensação de felicidade.
Em 1979, a Mocidade Independente de Padre Miguel conquistava seu primeiro título com o
enredo “O descobrimento do Brasil”, de Arlindo Rodrigues. A ala representando os
navegantes da Escola de Sagres, se tornou um daqueles momentos inesquecíveis. Como
esquecer o mar em perfeita harmonia com as cores da Mocidade. Virou lenda, história,
momento que desafia o tempo e permanece na memória coletiva.
Em 1985, a Mocidade desfilou seu enredo futurista, “ZIRIGUIDUM 2001, um carnaval nas
estrelas”, levou o samba para o espaço sideral e fez literalmente o “universo sambar”. O
carnavalesco Fernando Pinto trouxe alegorias representando o sistema solar, baianas com
asas, capacetes e antenas.
Ovacionada na Praça da Apoteose, a escola de Padre Miguel fechou seu desfile, deixando o
público com a certeza de ter realizado uma apresentação histórica. O samba antológico,
cantado até hoje por gerações que sequer haviam nascido na época, aponta que, mesmo que
tenha passado 34 anos, a emoção desse campeonato é sentida por muitos até hoje. Esse é o
tempo de Kairos, não são meses, nem anos, mas o momento mágico e inesquecível do que se
viveu!
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É tempo de concluir...
O amor, outra arma para vencer o tempo, através de Kairos, nos ensina que existem
momentos que se cristalizam na alma e se tornam inesquecíveis. Eles presentificam
emoções passadas e nos fazem esquecer as horas.
Cronos tem pressa - 75 minutos para desfilar. Cronos é o início, o meio e o fim. Aíôn é a
uma fantasia guardada com carinho, objeto que vence a temporalidade. Kairos é Aladim
voando na avenida, é o tempo inesquecível da felicidade, é o coração acelerado, lembranças
eternas de um momento mágico!
O desfile da Mocidade nos convida a pensar que, mais do que conquistar o tempo,
precisamos ter paz de espírito; mais do que dinheiro, tempo é vida; e um último segredo:
“não é contando o tempo, que se ganha a vida, é justamente esquecendo as horas que você se
lembra de aproveitar a vida…. e a vida, sim, é mais importante que tudo! Podem acreditar...
eu sou o Tempo: tempo é vida!”
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ROTEIRO DO DESFILE
Comissão de Frente
A MÁQUINA DO TEMPO DO CARNAVAL:
“EU CONTO O TEMPO PARA TE VER
PASSAR”
Ala 01 – Baianas
EVOLUÇÃO: NO INÍCIO, ERA CAOS
Alegoria 01
CRONOS: SENHOR DA RAZÃO E SUA
FÁBRICA DO TEMPO
Ala 04 – Comunidade
VERÃO: “DIA DE LUZ, FESTA DO SOL”
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Alegoria 02
URANO: NO RAIAR DE UM NOVO DIA,
A DANÇA DO UNIVERSO
Ala 08 – Comunidade
CALENDÁRIO EGÍPCIO: TEMPO DO SOL
Ala 09 – Comunidade
CALENDÁRIO MESOPOTÂMICO:
TEMPO DA COLHEITA
Ala 11 – Comunidade
CALENDÁRIO MAIA:
ANIMAIS E O TEMPO CÍCLICO
Alegoria 03
CALENDÁRIOS: DEIXA O TEMPO MARCAR
Ala 12 – Comercial
RELÓGIOS RENASCENTISTAS:
O TEMPO É UMA JOIA RARA
Ala 13 – Comunidade
RELÓGIO CUCO: O TEMPO COMO
INSPIRAÇÃO DA NATUREZA
Ala 14 – Comunidade
SANTOS DUMONT: NOVOS TEMPOS,
NOVAS TECNOLOGIAS...
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Ala 15 – Passistas
A PRESSA: O TEMPO VOA...
Rainha da Bateria
Camila Silva
BELA TENTAÇÃO
Ala 16 – Bateria
TEMPO É DINHEIRO: VAMOS DAR
CORDA NA ALEGRIA
Ala 17 – Comunidade
ESCRAVOS DO TEMPO: PRISIONEIROS
DE NÓS MESMOS
Ala 18 – Comunidade
TEMPOS MODERNOS: O TEMPO QUE
NOS CONSOME E NOS DESFIGURA
Alegoria 04
TEMPOS MODERNOS:
O CONTRATEMPO DA ILUSÃO
Ala 20 – Comunidade
BIBLIOTECAS: GUARDIÃS DA
CULTURA
Ala 22 – Comunidade
MEMÓRIA NAS NUVES: GUARDIÕES
MODERNOS DA INFORMAÇÃO
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Ala 23 – Comercial
SEMENTES: “RELICÁRIO DA
MEMÓRIA” DA BIODIVERSIDADE
Alegoria 05
CONGELANDO O TEMPO: RELICÁRIO DA
MEMÓRIA CULTURAL E BIOLÓGICA
Ala 26 – Comunidade
MOCIDADE 1979: DESCOBRIMENTO
DO BRASIL – “QUEM ME DERA O
PONTEIRO VOLTAR”
Ala 27 – Comunidade
MOCIDADE 1985: AVANÇANDO NO
TEMPO – “TEMPO QUE FAZ A VIDA
VIRAR SAUDADE”
Ala 28 – Comunidade
MOCIDADE 1991: AS ÁGUAS VÃO
ROLAR – “NUNCA É TARDE PARA
SONHAR”
Ala 29 – Compositores
SEMENADO A POESIA
Alegoria 06
MOCIDADE: NOS TRILHOS DA VIDA
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
Alegoria 01
Central Baixo: Elza Soares Cantora
Fantasia: Estrela Maior, a Luz que Inebria
Alegoria 02
Central Baixo: Regina Marins Empresário
Fantasia: Senhora da Via Láctea
Alegoria 03
Central Baixo: Elaine Lima Empresária
Fantasia: Estrela Fulgaz
Alegoria 04
Central Baixo: Leandro Palma Empresário
Fantasia: Tempos Modernos
Alegoria 05
Central Baixo: Chichita Ballore Empresária
Fantasia: Congelando para a Eternidade
Alegoria 06
Central Alto: Tia Nilda Baianada da Mocidade
Fantasia: Guardando a Nossa Identidade
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FICHA TÉCNICA
Alegorias
Alegoria 06
Central Alto: Rafaela Louzada Chef de Cozinha
Fantasia: Relicário Independente
Local do Barracão
Rivadávia Correa, nº. 60 – Barracão nº. 10 – Gamboa – Rio de Janeiro – Cidade do Samba
Diretor Responsável pelo Barracão
José Roberto Neri Ramos
Ferreiro Chefe de Equipe Carpinteiro Chefe de Equipe
Vilson Robinho
Escultor(a) Chefe de Equipe Pintor Chefe de Equipe
Alex Salvador Alex Salvador
Eletricista Chefe de Equipe Mecânico Chefe de Equipe
Márcio de Oliveira Silva Roosevelt
Outros Profissionais e Respectivas Funções
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
05 Outono: Tempo Outono, estação que sucede o verão, Ala do Sol João Luiz
de Renovação as folhas amareladas começam a (2018)
cair em sinal de que tudo precisa de
renovação, os frutos amadurecem
porque tudo está em constante
mudança. Em tempos antigos, era
época de agradecer pela colheita e se
preparar para o inverno que
chegaria.
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
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FICHA TÉCNICA
Fantasias
Local do Atelier
Rua Rivadávia Correa, nº. 60 – Barracão nº. 10 – Gamboa – Rio de Janeiro – Cidade do Samba
Diretor Responsável pelo Atelier
Anderson Alves
Costureiro(a) Chefe de Equipe Chapeleiro(a) Chefe de Equipe
Dailze de Fátima Anderson Alves, Bruno Marques, João Ramiro,
Guilherme Ferreira, Murilo Moura, Leandro de
Souza e Layone Ventura
Aderecista Chefe de Equipe Sapateiro(a) Chefe de Equipe
Anderson Alves, Bruno Marques, João Ramiro, Sr. José
Guilherme Ferreira, Murilo Moura, Leandro de
Souza, Layone Ventura.
Outros Profissionais e Respectivas Funções
William - Espuma
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FICHA TÉCNICA
Samba-Enredo
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FICHA TÉCNICA
Samba-Enredo
JUSTIFICTIVA DO SAMBA-ENREDO
Os gregos antigos tratavam o tempo como uma divindade a partir de três conceitos: Cronos, Aiôn
e Kairós.
O narrador do samba, já tendo vivido muito tempo, olha para dentro de si, “guri pequeno, pés
descalços”, se lembra e se reencontra com sua Mocidade - sua paixão, amor que nem o tempo
poderá apagar.
As palavras “toco”, “semear”, “colher a flor”, “raiar de um novo dia” remetem à natureza, ao ciclo
da vida, às estações do ano, ao tempo de plantar e colher.
No meio dessas palavras que brotam, mais do que demarcar o tempo cronológico, que passa e
tudo transforma, a expressão “toco de verso” é referência e homenagem àquele que marcou a
história da Mocidade, ANTÔNIO DO ESPÍRITO SANTO, o TOCO, artífice das palavras, exímio
compositor da escola.
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FICHA TÉCNICA
Samba-Enredo
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FICHA TÉCNICA
Samba-Enredo
OBSERVAÇÕES:
* O termo “cura dor” evidencia o poder do tempo em solucionar conflitos e trazer tranquilidade.
Por outro lado, “curador “se refere a tudo aquilo que tem o poder de cuidar, preservar e manter
algo. No recorte do enredo, o tempo, através dos netos de Cronos, Aiôn guardião da eternidade
física e Kairos, guardião dos momentos felizes, é capaz de preservar fatos, objetos ou lembranças
e nos fazer ver que nem tudo é finito. O tempo se comporta logo como curador.
*¹ Svalbard Global Seed Vault é um gigantesco armazém fortificado no interior de uma montanha
de gelo eterno, na Noruega. Nesse bunker, são preservados todos os tipos de sementes, tudo
aquilo que deve ser conservado para a preservação da biodiversidade.
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FICHA TÉCNICA
Bateria
Nossa rainha Camila Silva representa a tentação da humanidade em busca de riquezas. Em harmonia
com a fantasia da bateria, “Tempo é dinheiro”, demonstra a cobiça do ser humano em apreciar cada
vez mais riquezas conquistadas e/ou invejadas no dia-a-dia. “Deveríamos nos preocupar mais em
guardar as boas lembranças e não apenas em acumular dinheiro” - é o recado de nossa Rainha!
Nos tempos modernos, fomos todos transformados em bonequinhos de cordas, robôs que buscam
aumentar a performance do trabalho em menos tempo para gerar mais lucro. Repetimos a máxima
“Tempo é dinheiro”, mas esquecemos que tempo é vida. A bateria da Mocidade Independente de
Padre Miguel nos alerta para não perdermos o melhor do tempo que é viver com tranquilidade.
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FICHA TÉCNICA
Harmonia
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FICHA TÉCNICA
Evolução
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FICHA TÉCNICA
Informações Complementares
Vice-Presidente de Carnaval
Marco Antonio Marino
Diretor Geral de Carnaval
Marco Antonio Marino
Outros Diretores de Carnaval
-
Responsável pela Ala das Crianças
-
Total de Componentes da Quantidade de Meninas Quantidade de Meninos
Ala das Crianças
- - -
Responsável pela Ala das Baianas
Tia Nilda
Total de Componentes da Baiana mais Idosa Baiana mais Jovem
Ala das Baianas (Nome e Idade) (Nome e Idade)
80 Edméia Fonseca Gleice Borges
(oitenta) 82 anos 28 anos
Responsável pela Velha-Guarda
Hermano Mulato (Seu Mulato)
Total de Componentes da Componente mais Idoso Componente mais Jovem
Velha-Guarda (Nome e Idade) (Nome e Idade)
65 Maria Emília Fábio Coelho
(sessenta e cinco) 90 anos 42 anos
Pessoas Notáveis que desfilam na Agremiação (Artistas, Esportistas, Políticos, etc.)
Camila Silva (Modelo e Atriz), Lexa (Cantora), Maria Borges (Modelo Internacional) e Elza
Soares (Cantora)
Outras informações julgadas necessárias
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FICHA TÉCNICA
Comissão de Frente
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FICHA TÉCNICA
Comissão de Frente
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FICHA TÉCNICA
Comissão de Frente
Saulo Finelon iniciou seus estudos de ballet, em 1994, na Escola de Danças Maria Olenewa.
Ingressou no Grupo Thalhe, em 1995, passando a ter aulas com o professor Jorge Texeira. Em
1996, foi aprovado para a Cia de Ballet da Cidade de Niterói, onde atuou como solista do ballet
“Caminhada”, do coreógrafo Rodrigo Moreira. Em 1997, foi aprovado em audição pública para o
Corpo de Baile do TMRJ, atuando como solista em vários espetáculos, tais como “Suíte em
Blanc”, de Lifar; “Divertssments No 5”, de Ballanchine; “Les Pressages”, de Massine; “Daphinis
e Cloé” de Fokine; “Amigos de Copélia”, de Henrique Martinez. Ensaiou sob a orientação de Jean
Yves Lourmaux (etóile da Ópera de Paris), então diretor do TMRJ, o primeiro papel de Príncipe
Desirée, do ballet “A Bela Adormecida”, de Marius Petipa. Em 2001, atuou como solista em: “As
Quatro Estações”, com música de Verdi e coreografia de Gustavo Malojoli; “A Megera Domada”,
de John Cankro, no papel de Inocêncio; “O Quebra-Nozes”, de Dallal Achcar. Integra o elenco da
Cia Brasileira de Ballet como bailarino convidado, desde a sua reestreia, em 2001. Em 2002, foi
aprovado como Bailarino Estatutário do TMRJ. A partir de 2003, passou a atuar como
assistente/ensaiador do professor Jorge Texeira, nas companhias de Ballet da Escola Petite Danse
e na Cia Brasileira de Ballet. Atuou como assessor artístico do Conservatório Brasileiro de Dança,
desde a sua inauguração, em 2007, até 2011. Desde 2004, é modelo exclusivo das grifes
internacionais de artigos de dança e fitness “Só Dança”, “Kerche&Kerche” e “Trinys”, atuando
como bailarino/modelo em desfiles do evento “Fashion Rio”. No filme “A Dona da História”, de
Daniel Filho, dançou com as atrizes Débora Falabella e Fernanda Lima. Nos anos de 2008, 2009 e
2010, participou, como bailarino convidado da Cia. Brasileira de Ballet, de diversas turnês
internacionais, pelas seguintes cidades: Mônaco, Miami e Nova York (EUA), Beijing (China) e
Córdoba (Argentina). Desde 2007, é assistente do coreógrafo Jorge Texeira, nas coreografias
Comissão de Frente de Escolas de Samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro, como Portela,
Grande Rio e, atualmente, para a Mocidade Independente de Padre Miguel. No ano de 2011,
recebeu o Prêmio Plumas e Paetês, pela Melhor Comissão de Frente do Grupo B do Carnaval
Carioca.
OBS: Jorge Teixeira e Saulo Finelon são os coreógrafos campeões do carnaval carioca de 2017
com a Mocidade Independente. Foram os criadores da coreografia que embalou o voo mágico do
Aladdin pela Sapucaí!
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FICHA TÉCNICA
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
1º Mestre-Sala Idade
Marcinho Siqueira 26 anos
1ª Porta-Bandeira Idade
Cristiane Caldas 34 anos
2º Mestre-Sala Idade
Jeferson Pereira 21 anos
2ª Porta-Bandeira Idade
Bruna Santos 21 anos
Outras informações julgadas necessárias
Representação:
O primeiro casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira da Mocidade Independente de Padre Miguel
representa a centelha divina, encontro cósmico de partículas, momento em que todas as forças
favoráveis do universo se reuniram para tornar possível a realidade. A ciência chamou esse
fenômeno de Big Bang; a religião, de Deus; a mitologia, de Cosmogonia.
Simbolizando o milagre da vida, o encontro atemporal que cria o universo, nosso casal encena a
explosão cósmica, a concepção do mundo.
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FICHA TÉCNICA
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Representação:
O segundo casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira da Mocidade Independente de Padre Miguel
representa a importância dos astros para a sociedade mesopotâmica. A astrologia, como
conhecemos hoje, é tributária dos povos que habitaram essa região. A construção do conceito de
tempo está ligada diretamente a essa paixão em observar o céu e tentar entender seus mistérios. O
sol e a Lua, serviram de inspiração para que esses povos desenvolvessem um dos primeiros
calendários do mundo, com 12 meses, 30 dias, algo bastante preciso para época. O roxo, símbolo
do poder entre os povos da Mesopotâmia, na fantasia, também representa o anoitecer. O dourado,
representação para o sol, também compõe a fantasia.
446