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CIBERCOMUNICAÇÃO: CONCEITO DE COLETIVIDADE NO

CIBERESPAÇO.

CYBER COMMUNICATION: CONCEPT OF COLLECTIVE IN


CYBERSPACE.

Luis Enrique Cazani Junior, Letícia Passos Affini: Campus Bauru – FAAC/ Faculdade de Arquitetura, Artes e
Comunicação – Comunicação Social-Radialismo. cazani.rtv@hotmail.com – SAEPE/ Bolsa de Apoio e Extensão I

Palavras Chaves: comunicação; ciberespaço; wiki.


Keywords: communication; cyberspace; wiki.

1.INTRODUÇÃO

A cibercomunicação, como produto da junção dos recursos das telecomunicações com a


informática, a chamada telemática, desenvolveu-se graças à necessidade crescente de armazenagem
e transmissão de dados a distância. Através das denominadas TICs (Tecnologias da Informação e
Comunicação), propõe hoje uma comunicação instantânea, com difusão direta e bidirecional
utilizando da forma descentralizada e digital da informação, para aplicação e construção de
conhecimento, no ciberespaço. Este é o âmbito pelo qual se manifesta esse sistema de comunicação,
região gerada no fluxo das informações, nas conexões de um computador a um servidor e deste
servidor a uma rede de servidores, dentro da infra-estrutura da Internet.
A partir dessas tecnologias, antes apenas receptores, usuários se tornam hoje hábeis
produtores de conteúdos, que podem ser disponibilizados na rede através de sites como Youtube, ou
até mesmo na construção de enciclopédias coletivas, como a Wikipedia. Emergem deste contexto,
conceitos como a Wiki, sinônimo de coletividade e de conhecimento colaborativo, para qual se faz
desta, motivo para esse trabalho.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA E OBJETIVOS

2.1 Fundamentação Teórica

A sigla Wiki provém das inicias da locução inglesa “What i know is”, em livre tradução para
o português, o que eu sei é. Simboliza a interação e a colaboração entre usuários, em páginas da
Internet interligadas a banco de dados, na construção de um certo conteúdo textual e no
compartilhamento deste, no ciberespaço. Permite-se a modificação por parte de quem acessa,
através de ferramentas hipertextuais, numa constante cooperação para a formação de um saber
coletivo, a partir do conhecimento que cada usuário detém sobre um determinado assunto.

2.2 Objetivos

• Entender o ciberespaço como veiculo propulsor de um novo paradigma de conceito


coletividade;
• Apontar os aspectos positivos e negativos dos processos colaborativos no ciberespaço.

3.MATERIAIS E METODOLOGIA

3.1 MATERIAIS

• Conteúdos disponíveis na Internet;


• Acervo bibliográfico da UNESP;

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• Computador com acesso a rede.

3.2 METODOLOGIA

Escolhendo André Lemos, Lucia Leão, Francisco Rudiger e Nilbo Nogueira como
referências, utilizou-se como metodologia a leitura e reflexão de conceitos supracitados nas obras
dos referidos autores, buscando entender o ciberespaço como veiculo propulsor de conceitos de
coletividade, nessa nova configuração da comunicação. No segundo momento, apontou os aspectos
positivos e negativos dos processos colaborativos no ciberespaço procurando, por fim, mostrar suas
perspectivas.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Mediar o espaço oriundo da Internet, o ciberespaço, é o que determina a cibercomunicação.


Suas transformações culturais deram origem a uma cultura tecnológica que emprega uma linguagem
em constante transformação, em face de aplicações de tecnologias que emergiram e reconfiguraram
o processo de construção de conteúdos. A própria experienciação e realizações em ferramentas
disponibilizadas pela Internet colabora com a geração da sabedoria, em vez da somente recepção
passiva de dados.
Pelo fato de uma circulação interrupta de dados nesse âmbito informacional, se diz que existe
um processo de desterritorização da informação, já que esta pertence a um espaço descontínuo e
paradoxal em constante transformação, apontando-se a incapacidade do controle de seus produtos.
Surge daí o primeiro questionamento quanto à formação e a validação do conhecimento
colaborativo.
As denominadas Wikis, páginas de “edição aberta” instituem a praticidade, a fácil
colaboração, o uso democrático dos conteúdos criados, a partir de fontes diversificadas. Gera-se o
conhecimento nessa interação, mas não se garante o controle e a veracidade de tais informações.
Questiona-se ainda o idioma, quanto à necessidade de tradução para usuários e a sintaxe empregada
em sua constituição. Necessita-se, então, da criação de um processo de mediação por parte destas
para que essas limitações sejam superadas. Entre os diferentes projetos focados nesses conceitos
estão a Wikipedia da Wikimedia Foundation e o site de hospedagem Youtube, ambos com processos
internos visando à reestruturação para o melhor desenvolvimento do conceito de “free knowledge”
(conhecimento livre e colaborativo), ou aplicações para tais finalidades.
Por fim, o ciberespaço é fruto de um processo de constante retroalimentação, inclusão e
geração interrupta de dados e informações, utilizadas na produção do conhecimento. O produto
gerado é capaz de gerar outro produto, numa gama de relações. Os indivíduos produzem a
sociedade que produz os indivíduos. Somos simultaneamente produzidos e produtores. (MORIN,
1990, p.108).
Isso fez do ciberespaço, objeto de estudo no presente trabalho, propondo entender as
limitações de conceitos como a Wiki, para a construção do conhecimento coletivo e colaborativo
através da cibercomunicação.

5.CONCLUSÕES

Ainda que, com a quebra da linearidade da informação e o dualismo homem-máquina, como


resultantes da tecnocultura, o “tornar comum” indicada pela etimologia da palavra “comunicar”
evoluiu para a denominada cibercomunicação, sem, contudo, deixar o princípio básico de seu
entendimento que é a transmissão e mediação, não importando o modo como se faz. Mudam-se as
ferramentas e a linguagem empregada. Assim, é preciso estar atento a essas novas tecnologias em
plena era ciber, procurando entendê-las. Só assim, poderão ser mais bem aplicadas, no sentido de
construir algo que vai muito além delas que é a geração do conhecimento. Fez-se disso o motivo
desse trabalho.

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Referências Bibliográficas.

LEÃO, Lucia. O labirinto da hipermídia: arquitetura e navegação no ciberespaço /Lucia


Leão. São Paulo: Iluminuras, 2001.
LEMOS, André. Olhares sobre a cibercultura /orgs. André Lemos e Paulo Cunha. Porto Alegre:
Sulina, 2003.
________________. Janelas do ciberespaço: comunicação e cibercultura /André Lemos e
Marcos Palacios (orgs). Porto Alegre: Sulina, 2001.
MATHELOT, Pierre. A telemática /Pierre Mathelot; tradução de Ângelo Barreto e Leonor Ramos.
Lisboa, 1985.
___________ , Comunicação e Cultura. Lisboa: Presença, 1994.
MORIN, William J. Introdução ao pensamento complexo. Lisboa: Instituto Piaget, 1990.
NOGUEIRA, Nilbo Ribeiro. O Professor atuando no ciberespaço: reflexões sobre a utilização
da Internet com fins pedagógicos /Nilbo Ribeiro Nogueira. - São Paulo: Érica, 2002.
PELLANDA, Eduardo Campos. Internet Móvel: Novas relações na cibercultura derivadas da
mobilidade na comunicação. PUC, 2005.
RODRIGUES, Adriano. Estratégias da Comunicação. Lisboa: Presença, 1990.
RÜDIGER, Francisco Ricardo. Introdução às teorias da cibercultura: perspectivas do
pensamento tecnológico contemporâneo /Francisco Rüdiger. - Porto Alegre: Sulina, 2004;
SANTOS, Rafael Pereira. Interação com Wikis por meio de Mensageiros Instantâneos, USP,
2009.
VACCHI, Diego. WIKI, o novo conceito de coletividade. MIDIACOM Democracia. Nº 8. 2009.

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