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Considerando a manifesta intenção do Prefeito em Exercício em não convalidar o Ato de Sanção da

Lei 7.975, publicada no Diário Oficial do Município em 14/12/2007, sob o fundamento de não estar
assinado pelo seu Antecessor;

Considerando que, ante a nulidade daí decorrente, e terem decorrido mais de 15(quinze) dias da data
do recebimento pelo Poder Executivo da aludida Lei, implica na Sanção Tácita prevista no § Único
do Art. 45 da Lei Orgânica do Município:

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPOS DOS


GOYTACAZES, ESTADO DO RIO DE JANEIRO, FAZ SABER
QUE, COM FULCRO NO § 6° DO ART. 46 DA LOM, A
CÂMARA APROVOU E EU PROMULGO A SEGUINTE LEI:

LEI NÚMERO 7.975, DE 31 DE MARÇO DE 2008. -

Institui a Lei de Parcelamento do Solo do Município de Campos dos Goytacazes. -

A CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPOS DOS GOYTACAZES

RESOLVE:

TITULO I

Das Disposições Gerais

Art. 1º - O parcelamento do solo para fins urbanos e a regularização fundiária e


urbanística atenderão aos princípios, objetivos, estratégias e diretrizes do Plano Diretor de Campos
dos Goytacazes, obedecendo à legislação federal e estadual e às normas desta Lei, assegurados o
interesse público e a função social da propriedade urbana.

Art. 2º. - Para efeitos destas normas, adotam-se as seguintes definições:

I - Alinhamento: linha locada ou indicada pela Prefeitura que delimita a divisa frontal
entre o lote e o logradouro público;

II - Afastamento: distância entre a construção e as divisas do lote em que está


localizada; os afastamentos podem ser de frente, laterais ou de fundos, correspondendo,
respectivamente, às divisas frontal, laterais e de fundos;

III - Área urbana: a parcela do território, contínua ou não, incluída nos perímetros
urbanos por lei municipal específica;

IV - Área de expansão urbana: espaço contínuo ou não à área urbana, com pouca ou
nenhuma ocupação que possa, no futuro, transformar-se em urbana;
V - Áreas destinadas a uso público: aquelas para implantação de sistema viário, de
equipamentos urbanos e redes de infra-estrutura, de equipamentos comunitários e de espaços livres
de uso público e áreas verdes;

VI - Área Especial de Interesse Social - AEIS: área urbana instituída pelo Plano
Diretor, destinada predominantemente à moradia de população de baixa renda e sujeita a regras
específicas de parcelamento, uso e ocupação do solo;

VII - Área verde: área descoberta e permeável, dotada de vegetação que contribua
para o equilíbrio climático e favoreça a drenagem de águas pluviais;

VIII - Áreas destinadas a uso comum dos condôminos: aquelas referentes ao sistema
viário interno e as demais áreas de uso comum internas aos condomínios, não caracterizadas como
unidades autônomas;

IX - Assentamentos informais: assentamentos urbanos, localizados em áreas públicas


ou privadas, compreendendo as ocupações e os parcelamentos irregulares ou clandestinos, bem
como outros processos informais de produção de lotes, ocupados predominantemente para fins de
moradia e implantados sem autorização do titular de domínio ou sem aprovação dos órgãos
competentes, em desacordo com a licença expedida ou sem o respectivo registro imobiliário;

X - Autoridade licenciadora: Poder Público Municipal responsável pela aprovação


dos projetos e concessão de licenças para execução do parcelamento ou do projeto de regularização
urbanística para fins de regularização fundiária;

XI - Autuação: auto contra o empreendedor que comete infração na execução de


parcelamento, em desacordo com o previsto nesta Lei;

XII - Caução: valor ou bens depositados ou aceitos para garantia de um contrato ou


para tornar efetiva a responsabilidade de um encargo;

XIII - Ciclovia: via ou pista fisicamente separada de outras vias, destinadas


exclusivamente ao trânsito de bicicletas;

XIV - Condomínio urbanístico integrado à edificação: modalidade de condomínio em


que a construção das edificações nos lotes é feita pelo empreendedor, concomitante à implantação
das obras de urbanização;

a) O condomínio urbanístico integrado à edificação é precedido de diretrizes


urbanísticas e ambientais para fixação dos parâmetros que irão orientar o projeto do
empreendimento;

XV - Desmembramento: subdivisão do lote ou da gleba em lotes destinados à


edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique a abertura de
novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação dos já

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existentes, sendo necessário, primeiro, aprovar junto à autoridade licenciadora e depois registrar no
Cartório de Registro de Imóveis;

a) O desmembramento é precedido de diretrizes urbanísticas e ambientais para


fixação das áreas verdes e institucionais públicas e eventuais faixas não edificáveis;

XVI - Diretrizes urbanísticas e ambientais: orientação concedida pelo Poder Público


Municipal responsável pela aprovação e licenciamento dos parcelamentos, previamente ao
encaminhamento da documentação definitiva para análise, contendo os parâmetros específicos para

a Zona Urbana em que se situa o empreendimento e as condições especiais que porventura sejam
necessárias para o caso;

XVII - Embargo – ato administrativo do Poder Público Municipal que determina a


paralisação da obra por infração cometida;

XVIII - Empreendedor – considera-se como empreendedor:

a) Proprietário do imóvel a ser parcelado, que responde pela implantação do


parcelamento;

b) Compromissário comprador, cessionário ou promitente cessionário, ou o


superficiário, ou foreiro, desde que o proprietário expresse sua anuência em relação
ao empreendimento e sub-rogue-se nas obrigações do compromissário comprador,
cessionário ou promitente cessionário, ou do superficiário, em caso de extinção do
contrato;

c) Cooperativas habitacionais, as associações de moradores e as associações de


proprietários ou compradores, que assumam a responsabilidade pela implantação do
parcelamento;

d) Pessoa física ou jurídica contratada pelo proprietário do imóvel a ser


parcelado ou pelo Poder Público para executar o parcelamento ou a regularização
fundiária, em forma de parceria, sob regime de obrigação solidária, devendo o
contrato ser averbado na matrícula do imóvel no competente Serviço de Registro de
Imóveis;

e) Poder Público, quando proprietário do imóvel a ser parcelado, ou nos casos de


imissão prévia na posse com o objetivo de implantação de parcelamento habitacional
de interesse social ou de regularização fundiária;

XIX - Equipamentos comunitários – os equipamentos de educação, cultura, saúde,


segurança, esporte, lazer e convívio social;

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XX - Faixa Marginal de Proteção (FMP): áreas de terra que margeiam os corpos
d'água, demarcadas pelo órgão estadual ou federal competente, com a finalidade de proteger as
águas públicas estaduais e preservar suas condições ecológicas, hidráulicas e sanitárias tendo em
vista os aspectos ambientais conexos ao domínio hídrico;

a) A FMP é uma limitação administrativa imposta pelo Poder Público, sobre


terras marginais que podem ser de propriedade federal, estadual, municipal ou de
particulares;

b) Pela Constituição Estadual no inciso III do Art. 265, a FMP foi consagrada
como Área de Preservação Permanente, devendo permanecer em seu estado natural e
sendo proibidas quaisquer edificações ou edículas de caráter permanente que não
visem o acesso a embarcações;

XXI - Faixa de domínio: faixa de terra não edificável situada às margens de rodovias,
ferrovias, linhas de transmissão, dutos, entre outras redes de infra-estrutura,
destinadas à segurança operacional dos sistemas instalados;

XXII - Faixa de rolamento: parte destinada ao tráfego de veículos nas vias de


circulação, composta de uma ou mais faixas de rolamento;

XXIII - Faixa não edificável ou “non aedificandi”: área na qual a legislação em vigor
não permite construir ou edificar;

XXIV - Fração ideal: índice da participação abstrata e indivisa de cada condômino


nas coisas comuns do condomínio, expresso sob forma decimal, ordinária ou percentual;

XXV - Gleba: imóvel que ainda não foi objeto de parcelamento do solo para fins
urbanos realizado nos termos desta Lei;

XXVI - Greide: séries de cotas que caracterizam o perfil de uma estrada ou de uma
rua dando as altitudes de seus diversos trechos;

XXVII - Imóvel rural: aquele que tenha exploração agrícola, pecuária e extrativa
vegetal ou agro-industrial e que, independentemente de sua localização na área urbana ou rural, tiver
área superior a 1 (um) hectare (Lei nº 5.172/66);

XXVIII - Infra-estrutura básica: equipamentos de abastecimento de água potável,


disposição adequada de esgotos sanitários, distribuição de energia elétrica, solução de manejo de
águas pluviais, abertura de vias com pavimentação e iluminação pública;

XXIX - Infra-estrutura complementar: rede de telefonia, de fibra ótica e outras redes


de comunicação, rede de gás canalizado e outros elementos não contemplados na infra-estrutura
básica;

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XXX - Legitimação de posse: ato do Poder Público destinado a conferir título de
reconhecimento de posse de imóvel objeto de demarcação urbanística, com a identificação do
ocupante e do tempo e da natureza da posse;

XXXI - Licença urbanística e ambiental integrada: ato administrativo vinculado pelo


qual a autoridade licenciadora estabelece as compensações, as condições e as restrições de natureza
urbanística e ambiental que devem ser obedecidas pelo empreendedor para implantar, alterar,
ampliar ou manter parcelamento do solo para fins urbanos e para proceder à regularização fundiária;

XXXII - Licença final integrada: ato administrativo vinculado pelo qual a autoridade
licenciadora declara que o empreendimento foi fisicamente implantado e executado de forma
regular, com atendimento integral das exigências urbanísticas e ambientais estabelecidas pela
legislação em vigor e fixadas na licença urbanística e ambiental integrada;

XXXIII - Logradouro público: área urbana de domínio público, ruas e praças que se
constitui bem de uso comum do povo, sendo, portanto, de acesso irrestrito, destinado à circulação ou
permanência da população;

XXXIV - Lote: unidade imobiliária autônoma destinada à edificação resultante de


loteamento ou desmembramento, com pelo menos um acesso a um logradouro público servido de
infra-estrutura básica, cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos para a área ou zona em que
se situe;

XXXV - Loteamento: subdivisão de glebas em lotes destinados à edificação, com


aberturas de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou
ampliação das vias já existentes.

a) O loteamento é precedido de diretrizes urbanísticas e ambientais para fixação das


áreas verdes e institucionais, sistema viário público e eventuais faixas não edificáveis;

XXXVI - Loteamento com fins sociais - subdivisão do imóvel em lotes com fins
sociais nas Áreas de Especial Interesse Social - AEIS, com abertura de novas vias públicas ou
logradouros públicos, ou com prolongamento, modificação ou ampliação das vias públicas ou
logradouros públicos existentes;

XXXVII - Loteamento integrado à edificação: modalidade de loteamento em que a


construção das edificações nos lotes é feita pelo empreendedor, concomitantemente à implantação
das obras de urbanização;

XXXVIII - Meio-fio: linha limítrofe entre a calçada e a pista de rolamento em um


logradouro público;

XXXIX - Multa: sanção pecuniária imposta por infringência à legislação vigente;

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XL - Nivelamento: regularização do terreno por corte das partes altas ou aterro das
partes baixas, permitindo estabelecer uma altitude de cota de soleira compatível com a cota do
logradouro público;

XLI - Notificação: ciência ao empreendedor de infrações verificadas na documenta-

ção ou cometidas na execução de parcelamento;

XLII - Parcelamento de pequeno porte: parcelamento de imóvel com área total


inferior a 10.000 m² (dez mil metros quadrados), ou o desmembramento que não resulte em mais de
5 (cinco) unidades;

XLIII - Parcelamento ilegal e/ou irregular: aquele executado em desacordo com as


leis Municipais, Estaduais e Federais pertinentes, destacando-se as seguintes modalidades:

a) Clandestino - aquele executado sem a prévia aprovação do Poder Público


Municipal;

b) Urbanisticamente Irregular – aquele aprovado pela Municipalidade e executado


sem a observância dos requisitos urbanísticos estabelecidos no ato de aprovação;

c) Juridicamente Irregular – aquele aprovado pela Municipalidade e implantado de


acordo com o ato de aprovação, sem estar, contudo, registrado perante o Cartório de
Registro de Imóveis Competente;

d) Espontâneo – aquele caracterizado pelo assentamento habitacional surgido de

forma espontânea e consolidado sem a intermediação de um empreendedor.

XLIV - Plano de Ordenamento Territorial – POT: instrumento de planejamento e


urbanização de novas áreas a parcelar e ocupar, incluindo proposta de estruturação urbana viária e
sistemas de infra-estrutura a serem instalados, reserva de áreas para equipamentos e serviços
urbanos, além de diretrizes e parâmetros para parcelamento e uso e ocupação urbana e os
condicionantes referentes à proteção ambiental e paisagística;

XLV - Planta de Situação - planta que localiza a propriedade em relação às cidades


vizinhas e às principais vias públicas de acesso, indicando os principais acidentes geográficos e a
orientação;

XLVI - Quadra ou quarteirão: área limitada por três ou mais logradouros adjacentes,
subdivididas ou não em lotes;

XLVII - Regularização fundiária de interesse social: a regularização fundiária


sustentável de assentamentos informais ocupados, predominantemente, por população de baixa
renda, nos casos em que existam direitos reais legalmente constituídos, ou quando se tratar de zona
especial de interesse social (AEIS);

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XLVIII - Regularização fundiária sustentável: o conjunto de medidas jurídicas,
urbanísticas, ambientais e sociais, promovidas pelo Poder Público por razões de interesse social ou
de interesse específico, que visem a adequar assentamentos informais preexistentes às conformações
legais, de modo a garantir o direito social à moradia, o pleno desenvolvimento das funções sociais
da propriedade urbana e o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado;

XLIX - Remembramento: união de dois ou mais terrenos, oriundos de parcelamento


aprovado ou regularizado, para formação de novos terrenos, com frente para via oficial já existente,
não implicando na abertura de novas vias e nem no prolongamento das vias já existentes;

L - Sanção: ato de infringir o disposto nesta Lei;

LI - Sarjeta - escoadouro de água adjacente ao meio-fio, usualmente revestido por


concreto;

LII - Unidade autônoma: a unidade imobiliária resultante de condomínio urbanístico,


destinada ao uso privativo;

LIII - Uso: atividade ou finalidade para o qual um lote ou edificação é destinado;

LIV - Via arterial: via com significativo volume de tráfego utilizado nos
deslocamentos urbanos de maior distância, com acesso às vias lindeiras devidamente sinalizadas;

LV - Via coletora ou distribuidora: via com função de permitir a distribuição da


circulação de veículos entre as vias arteriais e as vias de circulação;

LVI - Vias de circulação ou de penetração: via com a função de permitir o acesso aos
bairros e aos deslocamentos intrabairros;

LVII - Via local ou de impasse: via de baixo volume de tráfego, com função de
possibilitar o acesso direto às edificações;

LVIII - Via de pedestres: via destinada exclusivamente à circulação de pedestres e,


quando necessário, ao acesso de veículos para carga e descarga, em horário regulamentado;

LIX - Vila: modalidade de condomínio urbanístico integrado à edificação destinado


ao uso residencial, constituído de casas isoladas, geminadas ou superpostas, com acesso às
edificações por vias públicas preexistentes, internas ao conjunto, podendo ser implantadas em lotes
ou glebas;

LX - Vistoria: diligência efetuada pelo Município tendo por fim verificar as


condições de uma gleba, de um terreno ou de uma obra concluída ou não.

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TÍTULO II

Do Parcelamento Do Solo Para Fins Urbanos

Art. 3º - Somente será permitido o parcelamento do solo para fins urbanos nas Áreas
Urbanas definidas no Plano Diretor de Campos dos Goytacazes.

Art. 4º - O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante:

I - Loteamento;

II - Desmembramento;

III - Condomínio urbanístico.

§1º - Só serão admitidos como condomínios urbanísticos os que forem integrados à


edificação na forma do Art. 8º da Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964 e consoante lei federal
que dispõe sobre o parcelamento do solo para fins urbanos, desde que estejam localizados no
perímetro urbano definido em lei municipal e observem os requisitos previstos nesta Lei.

§2º - Será admissível a utilização, de forma simultânea ou consecutiva, de mais de


uma espécie de parcelamento ou de suas modalidades, no mesmo imóvel ou em parte dele, desde
que sejam atendidos os requisitos desta Lei.

Art. 5º - O loteamento caracteriza-se pela subdivisão de gleba em lotes destinados à


edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamentos,
modificação ou ampliação das vias existentes que atendam aos seguintes requisitos:

I - Observância às dimensões mínimas de lotes e quadras previstas nesta Lei;

II - Destinação de áreas a sistemas de circulação, à implantação de equipamento


urbano e comunitário, bem como a espaços livres de uso público em conformidade com o previsto
nesta Lei;

III - Articulação das vias internas com o sistema viário adjacente, existente ou
projetado, harmonização da urbanização com a topografia local e garantia do acesso público aos
corpos d’água, às praias e demais áreas de uso coletivo.

Parágrafo Único - Cabe ao empreendedor a execução de obras e serviços de


urbanização e infra-estrutura de acordo com o previsto nesta Lei e em consonância com o projeto de
loteamento aprovado (PAL) na Prefeitura.

Art. 6º - O desmembramento constitui-se no parcelamento de gleba em lotes bem


como no fracionamento de lotes com o aproveitamento do sistema viário oficial, sem abertura de
novas vias ou logradouros públicos e sem o prolongamento ou modificação dos existentes.

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Parágrafo Único - Considera-se também como desmembramento, a subdivisão de
imóvel feita em inventário decorrentes de bens, desde que não se abram novas vias ou outros
logradouros, nem se prolonguem ou modifiquem as existentes, sempre respeitadas as dimensões
mínimas previstas em Lei.

Art. 7º - São modalidades de condomínios urbanísticos integrados à edificação


aquelas destinadas ao uso residencial unifamiliar e multifamilar e ao uso empresarial (comercial e
industrial).

Parágrafo Único – As vilas constituídas de habitação uni ou bifamiliar também são


consideradas como condomínios urbanísticos integrados à edificação.

Art. 8º - A implantação de condomínios urbanísticos deve atender aos seguintes


requisitos básicos:

I - Observância às dimensões mínimas de glebas e frações de terreno para as


unidades autônomas de acordo com o previsto nesta Lei;

II - Destinação de áreas a sistemas de circulação interna, à implantação de


equipamento urbano, bem como a espaços livres de uso comum, em conformidade com o previsto
nesta Lei;

III - Doação de área para implantação de equipamentos comunitários de acordo com


o previsto nesta Lei.

§1º - Cabe ao empreendedor a execução de obras e serviços de urbanização e infra-


estrutura de acordo com o previsto nesta Lei e em consonância com o projeto de condomínio
aprovado na Prefeitura.

§2º - O condomínio deverá ser todo fechado por muro de alvenaria ou similar.

§3º - Na entrada do condomínio deverá ser prevista guarita com instalação sanitária.
Este conjunto quando projetado na área de afastamento não poderá ter área superior a 8 m2 (oito
metros quadrados).

Art. 9º - Os serviços relativos à manutenção das vias internas e das áreas de uso
comum serão de responsabilidade e ônus dos condôminos, incluindo, no mínimo, os seguintes itens:

I - Sinalização das vias internas;

II - Manutenção das áreas de lazer;

III - Coleta do lixo domiciliar;

IV - Iluminação das áreas comuns;

V - Limpeza das vias internas;

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VI - Conservação das áreas verdes.

§1º - A destinação final dos resíduos sólidos coletados pelo condomínio deverá ser
feita conforme orientação da Prefeitura e concessionária prestadora dos serviços de limpeza pública
no Município.

§2º - Deverá haver leitura independente, pelas concessionárias, dos gastos de


abastecimento de água, de esgoto sanitário e de energia elétrica por unidade autônoma.

Art. 10 - O parcelamento do solo estará subordinado, além do disposto nesta Lei, à


legislação municipal aplicável, especialmente a:

I - Plano Diretor Municipal;

II - Lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano;

III - Código Municipal Ambiental.

CAPÍTULO I
DOS REQUISITOS URBANÍSTICOS E AMBIENTAIS

Seção I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 11 - O parcelamento do solo para fins urbanos deverá observar os requisitos


urbanísticos e ambientais previstos nesta Lei e as exigências específicas estabelecidas pela licença
urbanística e ambiental integrada do empreendimento, bem como pela licença ambiental estadual,
nos casos previstos na legislação estadual e federal que trata do parcelamento do solo para fins
urbanos.

Art. 12 - Fica vedado o parcelamento do solo urbano nas seguintes situações:

I - Em áreas alagadiças e sujeitas a inundações, antes de tomadas providências para


assegurar o escoamento das águas, desde que não se configurem como brejos, considerados como
Áreas de Preservação Permanente;

II - Nas faixas marginais de proteção dos rios e lagos, permanentes ou temporários,


constituídas como Áreas de Preservação Permanente;

III - Em locais onde as condições geotécnicas sejam impróprias à edificação, antes de


tomadas as providências necessárias para garantir a estabilidade do terreno;

IV - Em áreas que tenham sido aterradas com material nocivo à saúde humana, sem
que sejam previamente saneadas;

V - Em áreas contaminadas ou suspeitas de contaminação por material nocivo ao


meio ambiente ou à saúde pública, sem que sejam previamente recuperadas;

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VI - Em locais que integrem Unidades de Conservação da Natureza de proteção
integral, onde só é permitido o uso indireto;

VII - Em áreas que apresentarem vegetação primária ou vegetação secundária em


estágio avançado de regeneração do Bioma Mata Atlântica;

VIII - Em terrenos onde a declividade for superior ou igual a 45º;

IX - Em locais onde houver proibição para esse tipo de empreendimento em virtude


da legislação ambiental e de proteção dos patrimônios paisagísticos, ecológicos, turísticos, artísticos,
históricos, culturais, religiosos, arqueológicos, etnográficos ou espeleológico;

X - Nas faixas de domínio das rodovias federais (BR), estaduais (RJ) e municipais
(CA); das ferrovias; das linhas de transmissão de energia elétrica, dutovias e nas demais redes de
infra-estrutura.

Parágrafo Único - A autoridade licenciadora deverá especificar os estudos técnicos a


serem apresentados pelo empreendedor, considerados como necessários e indispensáveis à
comprovação do pleno atendimento ao disposto neste artigo.

Seção II

DOS PARÂMETROS URBANÍSTICOS

Art.13 - Os requisitos urbanísticos aplicam-se aos loteamentos, desmembramentos e


condomínios urbanísticos e se referem aos seguintes parâmetros:

I - Dimensionamento dos lotes e das quadras quanto aos seus limites máximos e
mínimos;

II - Destinação e dimensionamento de áreas de uso público para equipamentos


comunitários e áreas verdes;

III - Dimensionamento de áreas para implantação de condomínios urbanísticos


integrados à edificação;

IV - Dimensionamento do sistema viário, sem prejuízo de sua integração ao sistema


de circulação da cidade;

V - Dimensionamento das faixas de domínio de rodovias, ferrovias, linhas de


transmissão em geral e dutovias.

Parágrafo Único - Os parâmetros específicos referentes aos incisos I ao IV do caput


deste artigo constam dos Anexos I, II e III desta Lei, de acordo com as peculiaridades das Zonas
Urbanas definidas na Lei de Uso e Ocupação do Solo.

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Subseção I

DO DIMENSIONAMENTO DE LOTES E QUADRAS

Art. 14 - O parcelamento do solo para fins urbanos no Município deverá ser feito de
acordo com os Modelos de Parcelamento estabelecidos no Anexo I desta Lei, que dispõe sobre as
dimensões mínimas de lotes, quadras e vias para implantação de loteamentos.

Parágrafo Único – As dimensões mínimas de lotes devem ser observadas para os


desmembramentos e para a fração de terreno das unidades dos condomínios urbanísticos, conforme
dispõe o Anexo II desta Lei, excetuando-se os casos de vilas.

Art. 15 - Os Modelos de Parcelamento são aplicáveis às diferentes zonas urbanas


previstas na Lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano municipal circunscritas aos perímetros urbanos
definidos na Lei de Perímetro Urbano municipal para todas as sedes distritais e povoados que
apresentem uma dinâmica de crescimento urbano.

§1º - Os limites das diferentes zonas a que se refere este artigo serão definidos na Lei
de Uso e Ocupação do Solo municipal.

§2º - As áreas a serem parceladas no interior de uma Área de Proteção Ambiental –


APA, de Áreas de Especial Interesse Cultural – AEIC, de sítios de valor histórico, arquitetônico,
arqueológico e artístico ou aqueles que contenham algum aspecto paisagístico de especial interesse
poderão ter normas específicas para parcelamento, devendo estar consagradas em ato do órgão de
tutela competente.

Art.16 - Os lotes terão, obrigatoriamente, testadas voltadas para o logradouro público,


inclusive aqueles resultantes de desmembramento.

Art.17 - Os lotes de esquina deverão ter canto chanfrado e não poderão ter área
inferior à área indicada como lote mínimo para o parcelamento.

Parágrafo Único - Quando o lote se situar em esquinas de logradouros, a testada


mínima prevista no Anexo I não poderá se inferior a 15m (quinze metros), exceto nos modelos tipos
MP-1 e MPIS, podendo a largura da testada ser reduzida para 10,00m (dez metros).

Art. 18 - Os limites máximos estabelecidos nesta Lei para o comprimento da quadra


poderão ser alterados quando se enquadrar nas seguintes situações:

I - Quando as condições topográficas das glebas exigirem maiores dimensões, de


acordo com parecer favorável do órgão municipal competente;

II - Tratar-se de gleba localizada em área onde a rede viária, existente ou projetada,


torne desnecessária a restrição;

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III - A necessidade de preservação do patrimônio ambiental e cultural desaconselhar a
abertura de vias ou logradouros públicos, seu prolongamento, modificação ou ampliação.

Parágrafo Único - As situações de exceção mencionadas acima deverão estar


indicadas na fase de fornecimento das diretrizes urbanísticas.

Art. 19 - Nas Áreas de Especial Interesse Social (AEIS) os lotes terão área mínima de
126 m² (cento e vinte e seis metros quadrados) e frente mínima de 6 (seis) metros, sendo destinados
à urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente
aprovado pelos órgãos públicos competentes.

Art. 20 - As quadras formadas por lotes industriais deverão ser separadas das
destinadas ao uso residencial por uma via com largura mínima correspondente a das vias de
circulação definidas no Anexo I.

Subseção II

DA DESTINAÇÃO E DIMENSIONAMENTO DE ÁREAS PÚBLICAS

Art. 21 - Os parâmetros para destinação de áreas públicas previstas nesta Lei aplicam-
se a todas as modalidades de parcelamento.

Art. 22 - As áreas públicas destinam-se à implantação de redes de infra-estrutura, de


equipamentos urbanos e comunitários e áreas verdes, assim discriminadas:

I - Vias de circulação.

II - Equipamentos urbanos necessários ao provimento dos serviços de:

a) Abastecimento de água potável;

b) Energia elétrica pública e domiciliar;

c) Recolhimento e tratamento de esgotos;

d) Escoamento das águas pluviais;

e) Rede de telefonia;

f) Gás canalizado.

III - Equipamentos comunitários para implantação de:

g) Praça;

h) Escola;

i) Creche;

j) Posto de saúde;

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k) Outros equipamentos comunitários de interesse público e social.

IV - Áreas verdes.

Art. 23 - Em projetos de loteamento ou de condomínio urbanístico em áreas que


envolverem cursos d’água, lagoas e praias, as áreas verdes deverão ser, prioritariamente, contíguas
às faixas não edificáveis.

Art. 24 - A Prefeitura Municipal poderá exigir a reserva de faixa non aedificandi


complementar para viabilizar a implantação de equipamentos urbanos para o abastecimento de água

e os serviços de esgoto, de energia elétrica, de coleta de águas pluviais, de telefonia e de gás


canalizado, entre outros, quando for necessário.

Art. 25 - A infra-estrutura e os equipamentos urbanos implantados para provimento


dos serviços públicos previstos deverão respeitar as normas técnicas definidas pelos órgãos
responsáveis e entidades públicas competentes.

Art. 26 - Para fins de edificação de equipamento comunitário deverão ser respeitados


os parâmetros previstos na Lei de Uso e Ocupação do Solo urbano para a zona em que se situar.

Art. 27 - Nos loteamentos, a soma total das áreas destinadas ao uso público não será
inferior a 35% (trinta e cinco por cento) da área total da gleba.

Parágrafo Único - O percentual de áreas destinadas a uso público nos loteamentos,


excluídos o sistema viário e as faixas de domínio, deverá ser de, no mínimo, 15% (quinze por cento)
do total da gleba.

Art. 28 - Os parcelamentos de pequeno porte (área inferior a 10.000 m2) ficarão


dispensados da reserva de percentual de áreas destinadas a uso público desde que o imóvel tenha
sido anteriormente objeto de empreendimento beneficiado com a mesma dispensa.

Parágrafo Único - Caso não atenda ao requisito do caput deste artigo, o percentual da
área destinada a equipamentos comunitários corresponderá a 5% (cinco por cento) da área do
terreno.

Art. 29 - O percentual de reserva de áreas destinadas a uso público para


parcelamentos implantados em Áreas Especiais de Interesse Social (AEIS) poderá ser de, no
mínimo, 6% (seis por cento) desde que nas proximidades do imóvel já existam equipamentos
públicos aptos a atender à nova demanda.

Art. 30 - A infra-estrutura básica dos parcelamentos situados nas Áreas Especiais de


Interesse Social (AEIS) consistirá, no mínimo, de:

I - Vias de circulação;

II - Escoamento das águas pluviais;

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III - Rede para o abastecimento de água potável;

IV - Soluções para o esgotamento sanitário e para a energia elétrica domiciliar.

Art. 31- O percentual de áreas destinadas à implantação de equipamentos


comunitários não poderá ser inferior a 9% (nove por cento) do total da gleba, excluídos o sistema
viário e as faixas de domínio existentes.

Art. 32 - As áreas destinadas à implantação de equipamentos comunitários não


podem, em hipótese alguma, serem descaracterizadas de suas finalidades pelo empreendedor e não

podem ser negociadas ou cedidas pelo Poder Público Municipal para outros fins.

Art. 33 - A distribuição de áreas destinadas a equipamentos comunitários será


estabelecida conforme a necessidade das áreas do parcelamento e do entorno.

Art. 34 - A localização das áreas destinadas a equipamentos comunitários poderá ser


definida pela Prefeitura Municipal, por ocasião do pedido de diretrizes urbanísticas, podendo tal
localização ser descontínua.

Parágrafo Único - A critério do órgão municipal competente referendado pelo


Conselho Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo e pela Procuradoria Geral do Município, o
empreendedor poderá cumprir as exigências com relação às áreas destinadas a equipamentos
comunitários através da doação de terrenos situados fora do loteamento, desde que esse terreno
tenha igual valor de mercado.

Art. 35 - Não serão consideradas como áreas apropriadas para implantação de


equipamentos comunitários as Áreas de Preservação Permanente (APP), as áreas alagadiças, as áreas
sujeitas a deslizamentos de terra ou com declividade superior a 45% (vinte por cento).

Art. 36 - Os tipos de equipamentos comunitários, conforme o uso e a destinação,


serão especificados pelo setor municipal responsável pelo planejamento urbano, de acordo com a
necessidade da área onde se localiza o empreendimento.

Art. 37 - O percentual de áreas destinadas à implantação de áreas verdes não poderá


ser inferior a 6% (seis por cento) do total da gleba, excluídos o sistema viário e as faixas de domínio
existentes.

Art. 38 - As áreas verdes previstas no projeto de loteamento deverão, sempre que


possível, ser contíguas, evitando a fragmentação da cobertura vegetal existente.

Art. 39 - Poderão ser consideradas como áreas verdes aquelas que se enquadrarem
nas seguintes condições:

I - Áreas de bosque e floresta;

15
II - Matas, inclusive ciliares, fora dos limites de Áreas de Preservação Permanente -
APP, conforme legislação pertinente;

III - Terrenos situados na Área de Especial Interesse Ambiental – AEIA, definida no


Plano Diretor.

Art. 40 - O poder público deverá incentivar a parceria público-privada com o objetivo


de viabilizar a implantação e a manutenção de áreas verdes e de lazer nos parcelamentos.

Art. 41 - Não serão computados, para o cálculo das áreas verdes, os separadores
medianos de vias, as rótulas viárias ou similares e as áreas localizadas entre os passeios e os
alinhamentos dos lotes.

Art. 42 - Quando a área a desmembrar for igual ou superior a 10.000 m2 (dez mil
metros quadrados), o empreendedor, no ato de aprovação do desmembramento, será obrigado a
transferir ao Município, mediante escritura pública e sem qualquer ônus ou encargo para este, a
propriedade de um terreno correspondente a 10% (dez por cento) da área total desmembrada
destinada a equipamentos comunitários.

Art. 43 - Para o desmembramento de lotes resultantes de parcelamento urbano


efetuado sem doação de áreas para equipamentos comunitários ou áreas verdes, o poder público
deverá exigir reserva de área pública equivalente a 5% (cinco por cento) do total da gleba.

Art. 44 - Estão isentos de doação de áreas públicas para equipamentos comunitários


os desmembramentos de áreas na qual o loteamento original ou desmembramento anterior já tiver
registrado a doação de área pública.

Art. 45 - Os lotes resultantes do desmembramento não podem ter áreas e testadas


inferiores às mínimas estabelecidas no Quadro 1 - Modelos de Loteamento de acordo com a zona em
que se situe.

Art. 46 - Serão computadas como uma só área todos os desmembramentos de uma


gleba de terra com área total inferior a 15 ha (quinze hectares), feitos num intervalo de 5 (cinco)
anos.

Subseção III

DO DIMENSIONAMENTO DE ÁREAS PARA CONDOMÍNIOS


URBANÍSTICOS

Art. 47 - São parâmetros para o dimensionamento de áreas de condomínios


urbanísticos integrados à edificação dos tipos unifamiliar, vilas, multifamiliar e empresarial:

I - As dimensões máximas das áreas de gleba destinadas ao empreendimento;

16
II - As áreas mínimas das frações ideais de terreno correspondente a cada unidade
autônoma serão iguais à área mínima do lote do maior modelo de loteamento adotado para a zona
urbana na qual se situe o empreendimento.

§1º - Os parâmetros referidos nos incisos acima e as zonas urbanas onde são
permitidas as implantações de condomínios constam no Anexo II desta Lei.

§2º - As edificações do condomínio deverão atender aos parâmetros urbanísticos da


Lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano e do Código de Edificações.

Art. 48 - Nos condomínios urbanísticos integrados à edificação, os percentuais de


área destinadas ao uso comum dos condôminos e de área a ser doada para implantação de
equipamentos comunitários constam do Anexo II desta Lei.

§1º - Nos condomínios urbanísticos uni e multifamiliar com área superior a 10.000 m²
(dez mil metros quadrados), em glebas não parceladas anteriormente, devem ser doados 5% (cinco
por cento) da área para a implantação de equipamentos comunitários fora do condomínio em local a
ser definido pelo órgão municipal competente.

§2º - Nos condomínios urbanísticos empresariais o percentual previsto no Anexo II


desta Lei para implantação de equipamentos comunitários e área verde pode ser substituído por
contrapartida a ser definida pelo órgão municipal e de acordo com parecer do Conselho Municipal
de Meio Ambiente e Urbanismo - CMMAU.

Subseção IV

DO DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA VIÁRIO

Art. 49 - Os parâmetros para o sistema viário aplicam-se aos loteamentos e


condomínios urbanísticos.

Art. 50 - Fica proibida a abertura de vias de circulação no Município sem prévia


autorização da Prefeitura Municipal, excetuando-se aquelas de iniciativa do poder público estadual
ou federal.

Art. 51 - Cabe à Prefeitura Municipal a definição dos traçados das rodovias


municipais e vias principais em função de fluxos de circulação e do desenvolvimento do Município.

Parágrafo Único - O estabelecimento dos Planos de Alinhamento para as vias urbanas


que integram a hierarquia viária é de responsabilidade do Executivo Municipal.

Art. 52 - As ruas e avenidas, existentes ou projetadas, não classificadas no Plano


Diretor deverão ser progressivamente classificadas pelo órgão municipal competente em uma das
categorias estabelecidas na hierarquia viária municipal.

17
Art. 53 - Nas desapropriações, não serão indenizadas as benfeitorias ou construções
realizadas em lotes ou loteamentos irregulares, nem se considerarão como terrenos loteados, ou
loteáveis, para fins de idealização, as glebas que foram arruadas, loteadas ou desmembradas sem
autorização municipal.

Art. 54 - A arborização das vias deverá seguir os parâmetros estabelecidos pelo órgão
municipal competente.

Art. 55 - Os passeios deverão ter caimento de 3% (três por cento) no sentido do


logradouro público.

Art. 56 - Nos loteamentos, o percentual de área destinada ao sistema viário não


poderá ser inferior a 15% (quinze por cento) da área total da gleba.

Art. 57 - A articulação das novas vias ao sistema viário adjacente, existente ou


projetado, será indicada na fase de fornecimento das diretrizes urbanísticas com o parecer do órgão
municipal responsável pelo tráfego urbano.

Art. 58 - Os projetos de abertura de logradouro e seus detalhes poderão ser aceitos ou


recusados tendo em vista as diretrizes urbanísticas, cabendo à autoridade licenciadora formular
exigências no sentido de corrigir as deficiências dos arruamentos projetados.

Art. 59 - Nos loteamentos, o traçado das vias deve se adequar à trama viária existente
e à hierarquia viária indicada no Plano Diretor, de modo a satisfazer plenamente as necessidades de
circulação atual e futura.

Art. 60 - As dimensões do leito e do passeio das vias de circulação para os


loteamentos devem se ajustar à hierarquia do sistema viário existente ou projetado para as áreas
circunvizinhas.

Art. 61 - As representações gráficas dos perfis das vias encontram-se indicadas no


Anexo III desta Lei, de acordo com as seguintes categorias e larguras mínimas:

I - Vias arteriais: largura mínima: 36,00m (trinta e seis metros): passeio mínimo:
6,00m (seis metros);

II - Vias coletoras ou distribuidoras: largura mínima: 30,00m (trinta metros); passeio


mínimo: 3,00m (três metros);

III - Vias de circulação ou de penetração: largura mínima: 14,00m (quatorze metros);


passeio: 2,50m (dois metros e cinqüenta centímetros);

IV - Vias locais ou de impasse: largura mínima: 10,00m (dez metros); passeio: 2,00m
(dois metros);

V - Ciclovias: 2,50m (dois metros e cinqüenta centímetros);

18
VI - Vias para uso exclusivo de pedestre: largura: 3,00m (três metros).

Art. 62 - O acesso à via central em qualquer loteamento com área maior do que
200.000 m2 (duzentos mil metros quadrados) deverá ser constituído por vias coletoras ou arteriais.

Art. 63 - A via local só será admitida nas modalidades de condomínios urbanísticos


integrados à edificação ou nos grupamentos de edificações, previstos na Lei de Uso e Ocupação do
Solo.

§1º - Uma via local não pode cruzar nem dar continuidade a qualquer via existente ou
projetada.

§2º - O número máximo das vias locais ou de impasse sucessivamente paralelas não
pode ultrapassar de 5 (cinco).

§3º - A extensão máxima das vias locais e do cul-de-sac será de 300 m (trezentos
metros) no máximo.

§4º - O leito das praças de retorno do cul-de-sac deverá ter diâmetro mínimo de 18,00
m (dezoito metros).

Art. 64 - Ao longo das linhas de transmissão de energia elétrica de alta tensão e das
rodovias e ferrovias, deverão ser abertas vias públicas de largura mínima de 11,00 m (onze metros),
de cada lado da faixa de domínio, quando não houver exigência de dimensões maiores quando do
fornecimento das diretrizes urbanísticas a cargo do órgão municipal competente.

Art. 65 - A largura de uma via que constituir prolongamento de outra, já existente ou


constante dos Planos de Alinhamento já aprovado pela Prefeitura Municipal, não poderá ser inferior
à largura desta, ainda que pela função e característica possa ser considerada de categoria inferior.

Art. 66 - A concordância dos alinhamentos de dois logradouros será feita por curva de
raio de no mínimo 5 (cinco) metros.

Art. 67 - Ao longo dos cursos d’água naturais ou artificiais será obrigatória a abertura
de vias, situadas dentro dos limites das faixas marginais de proteção, cujas larguras corresponderão
às larguras dos cursos d’água, conforme quadro a seguir:

Largura do Curso d’água (m) Largura da via p/ cada lado da margem (m)
Até 600 14 (quatorze)
Mais de 600 16 (dezesseis)

§1º - Nos cursos d’água de até 2,00 m (dois metros) de largura, se o mesmo for
fechado, com prévia autorização do órgão competente, a sua localização poderá ser deslocada do
eixo central da via, mantendo esta, a largura de 14,00m (quatorze metros).

19
§2º - A abertura de vias dentro dos limites da faixa marginal de proteção está sujeita à
orientação técnica do órgão ambiental municipal ou estadual competente.

Art. 68 - As vias para uso exclusivo de pedestres observarão os seguintes requisitos:

I - Não sirvam de acesso principal a nenhum dos lotes;

II - Tenham 3,00 m (três metros) de largura mínima e extensão máxima 150,00m


(cento e cinqüenta metros);

III - Sejam pavimentadas e providas de dispositivos apropriados ao escoamento das


águas pluviais;

IV - Devem ser providas de iluminação pública.

Art. 69 - A Prefeitura Municipal somente receberá, para oportuna entrega ao domínio


público e respectiva denominação, logradouros que se encontrem nas condições prevista nesta Lei.

Art. 70 - Nos condomínios urbanísticos integrados à edificação deve-se garantir:

I - A continuidade do sistema viário arterial e coletor existente ou projetado para a


área;

II - O acesso público às praias, às margens de rios e lagoas naturais ou represas


artificiais.

Art. 71 - O sistema viário interno aos condomínios urbanísticos integrados à


edificação obedecerá aos seguintes parâmetros mínimos:

I - Uso residencial unifamiliar e vila: largura mínima de 11 (onze) metros e passeio de


2,50m (dois metros e cinqüenta centímetros) de largura.

II - Uso residencial multifamiliar: largura mínima de 13,00m (treze metros) e passeio


de 2,50m (dois metros e cinqüenta centímetros) de largura;

III - Uso empresarial (comercial e industrial): largura mínima de 13,00m (treze


metros) e passeio de 2,50m (dois metros e cinqüenta centímetros) de largura.

Art. 72 - Os condomínios empresariais deverão implantar via urbana auxiliar de


acesso independente, de acordo com as diretrizes urbanísticas a serem fornecidas pelo órgão
municipal competente.

Art. 73 - No caso de extinção do condomínio urbanístico, as áreas comuns e vias


internas serão doadas, sem quaisquer ônus, para o Município.

Art. 74 - A denominação e o emplacamento de logradouros públicos ou particulares,


assim como as numerações de edificações e de lotes são de exclusiva competência da
municipalidade.

20
Art. 75 - Complementam os parâmetros definidos nesta Lei as normas técnicas
brasileiras e aquelas propostas no Plano Municipal Integrado de Transporte e Mobilidade, previsto
no Plano Diretor Municipal.

Subseção V

DO DIMENSIONAMENTO E PROTEÇÃO DAS FAIXAS DE DOMÍNIO

Art. 76 - Os parâmetros para o dimensionamento e proteção das faixas de domínio de


rodovias, ferrovias, linhas de transmissão em geral e dutovias previstos nesta Lei aplicam-se a todas
as modalidades de parcelamento, devendo-se respeitar os parâmetros técnicos específicos previstos
na legislação pertinente ou aqueles consignados no licenciamento ambiental.

Art. 77 - As larguras mínimas das faixas de domínio, não edificáveis, respeitarão as


dimensões mínimas relacionadas abaixo.

I - Faixas de domínio das rodovias federais (BR), estaduais (RJ) e municipais (CA),
numa faixa de 60 m (sessenta metros), 40 m (quarenta metros) e 22 m (vinte e dois metros), de
largura, respectivamente;

II - Faixas de domínio das ferrovias, numa faixa com largura de 21 m (vinte e um


metros);

III - Faixas de domínio das linhas de transmissão de energia elétrica e dutovias numa
faixa com largura total de 11 m (onze metros).

Art. 78 - O estabelecimento das faixas de domínio das vias municipais é de


responsabilidade do Executivo Municipal.

Seção III

DOS PARÂMETROS AMBIENTAIS

Art. 79 - Os parâmetros ambientais aplicam-se aos loteamentos, desmembramentos e


condomínios urbanísticos e se referem à:

I - Proteção das Áreas de Preservação Permanente (APP);

II - Condições de parcelamento do solo para fins urbanos em Áreas de Proteção


Ambiental, nas zonas de amortecimento de Unidades de Conservação e na Zona Costeira;

III - Condições de parcelamento do solo para fins urbanos com supressão de


vegetação primária e secundária;

IV - Condições de parcelamento do solo para fins urbanos em locais que abriguem


sítios de valor histórico, arquitetônico, arqueológico e artístico;

V - Critérios e especificações para a arborização pública.

21
Art. 80 - O parcelamento de solo urbano deve proteger as Áreas de Preservação
Permanente (APP), as florestas e demais formas de vegetação natural do Município, situadas:

I - Ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa
marginal cuja largura mínima será de:

a) 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largura;

b) 50 (cinqüenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50


(cinqüenta) metros de largura;

c) 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50 (cinqüenta) a 200
(duzentos) metros de largura;

d) 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a 600

(seiscentos) metros de largura;

e) 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 600
(seiscentos) metros.

II - Ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais;

III - Nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer
que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinqüenta) metros de largura;

IV - No topo de morros, montes, montanhas e serras;

V - Nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a


100% na linha de maior declive;

VI - Nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;

VII - Nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo,
em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;

VIII - Em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a
vegetação.

IX - Consideram-se, ainda, de preservação permanente, quando assim declaradas por


ato do Poder Público, as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas:

a) A atenuar a erosão das terras;

b) A formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;

c) A auxiliar a defesa do território nacional a critério das autoridades militares;

d) A proteger sítios de excepcionais belezas ou de valor científico ou histórico;

e) A asilar exemplares de fauna ou flora ameaçadas de extinção;

22
f) A assegurar condições de bem estar público.

Art. 81 - A Área de Preservação Permanente poderá ser transposta pelo sistema viário
ou utilizada para a implantação e manutenção de sistemas de drenagem de águas pluviais, ou para
atividades consideradas de utilidade pública, bem como para obras exigidas pelo Poder Público ou
por concessionários de serviços públicos, desde que a intervenção seja de baixo impacto ambiental e
não a descaracterize na sua totalidade, segundo avaliação do órgão ambiental competente.

Art. 82 - A Área de Preservação Permanente que integre lote ou unidade autônoma


deverá ser averbada na matrícula respectiva no registro de imóveis como tal, não se admitindo
qualquer tipo de intervenção.

Art. 83 - A supressão de vegetação primária e secundária para fins de parcelamento


só será admitida em casos em que a área tiver sido declarada como de Interesse Social, observado o
Art. 14 da Lei Federal nº 11.428/06.

I - Exigir-se-á Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para o licenciamento de


parcelamento do solo para fins urbanos quando:

a) A área for maior ou igual a 1 (um) milhão de metros quadrados;

b) Houver supressão de vegetação primária e secundária;

c) A autoridade licenciadora, com base na legislação federal, estadual ou municipal,


considerar o empreendimento potencialmente causador de significativo impacto
ambiental.

II - Será exigida no licenciamento, sempre que necessária, a reserva de faixa não


edificável vinculada a dutovias e linhas de transmissão, observados critérios e parâmetros que
garantam a segurança da população e a proteção do meio ambiente, conforme estabelecido nas
normas técnicas pertinentes.

III - A faixa de domínio público das rodovias e ferrovias deverá garantir a segurança
da população e a proteção do meio ambiente, conforme estabelecido nas normas técnicas
pertinentes, sendo definida no âmbito do respectivo licenciamento ambiental.

IV - Os parcelamentos do solo para fins urbanos integrantes de Áreas de Proteção


Ambiental deverão observar as regras específicas estabelecidas no Plano de Manejo da Unidade de
Conservação, quando houver.

Parágrafo Único - Aplicar-se-á também o disposto neste artigo aos parcelamentos


implantados na zona de amortecimento de Unidade de Conservação, em qualquer das modalidades
previstas pela Lei nº 9.985, de 18 de julho 2000.

23
Art. 84 - O parcelamento do solo para fins urbanos ou qualquer outra forma de
utilização do solo urbano na Zona Costeira deverá assegurar o acesso livre e desimpedido às praias,
respeitadas as normas que regulam as áreas de interesse da segurança nacional e as Unidades de
Conservação de acesso restrito criadas na forma da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000.

Parágrafo Único - Além do disposto neste artigo, os parcelamentos situados na Zona


Costeira deverão observar, sempre que existirem, as regras específicas estabelecidas pelos planos de
gerenciamento costeiro previstos pela Lei nº 7.661, de 16 de maio de 1988.

Art. 85 - Quando um projeto de parcelamento envolver sítios de valor histórico,


arquitetônico, arqueológico e artístico ou que contenham algum aspecto paisagístico de especial
interesse, as diretrizes ambientais deverão indicar medidas específicas para sua defesa como

condição para a aprovação do projeto, determinar que seja assegurada a perene servidão pública
sobre esses sítios, ouvido o órgão municipal competente.

CAPÍTULO II

DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

Seção I

DAS CONDIÇÕES BÁSICAS

Art. 86 - O interessado em realizar parcelamento do solo no Município de Campos


dos Goytacazes deverá solicitar diretriz urbanística a ser expedida pela Prefeitura Municipal quando
se tratar de loteamentos, desmembramentos, remembramentos e condomínios urbanísticos.

Art. 87 - Os desmembramentos e remembramentos de área total inferior a 6.000 m²


(seis mil metros quadrados) estão dispensados da solicitação de diretrizes, desde que não configure a
implantação de condomínios urbanísticos, devendo, porém, atender às demais disposições
pertinentes previstas nesta Lei.

Art. 88 - De posse da solicitação de diretrizes urbanísticas, o órgão ou setor


responsável pelo planejamento urbano do Município expedirá as diretrizes, após serem ouvidos os
órgãos responsáveis pelo meio ambiente, saneamento básico e habitação, quando couber.

Art. 89 - Para emissão das diretrizes urbanísticas, os órgãos deverão vistoriar os locais pretendidos
para o parcelamento.

Seção II

DAS DIRETRIZES URBANÍSTICAS E AMBIENTAIS

Art. 90 - É obrigatória a solicitação de diretrizes urbanísticas e ambientais


previamente à apresentação do projeto de parcelamento, salvo as exceções previstas nesta Lei.

24
§1º - Nas Áreas Urbanas abrangidas pelas Macrozonas de Atividades Produtivas e de
Serviços, de Ocupação Controlada e de Expansão Urbana, previstas no Plano Diretor, os projetos de
parcelamento de glebas estão sujeitos à elaboração de Planos de Ordenamento Territorial – POT
pelo interessado, que incluirão as diretrizes urbanísticas e ambientais fornecidas pelo Poder Público;

§2º - A solicitação, o fornecimento e cumprimento das diretrizes para a elaboração


dos POT, fornecidas pelos órgãos competentes da Prefeitura, observarão as normas previstas para
diretrizes urbanísticas e ambientais nesta seção, devendo ser atendidas nos planos elaborados pelos
empreendedores e submetidos à aprovação prévia dos órgãos da administração municipal.

Art. 91 - Para solicitação das diretrizes urbanísticas e ambientais o interessado deverá


apresentar ao órgão municipal competente requerimento e planta do imóvel contendo, minimamente:

I - Certidão atualizada de registro de propriedade;

II - Certidão negativa de débitos municipais relativos ao imóvel;

III - Planta de situação da gleba a ser loteada, na escala de 1: 10.000, em 2 (duas)


vias, contendo:

a) Norte magnético;

b) Arruamento, rodovias, ferrovias, linhas de transmissão, dutovias e cursos d’águas


existentes numa distância mínima de 1.000m (mil metros);

c) Os serviços de abastecimento de águas e abastecimento de energia elétrica,


existentes no local ou até uma distância de 1.000 (um mil metros).

IV - Planta do imóvel a parcelar, em 2 (duas) vias, na escala de 1: 2.000, contendo:

a) Divisas da gleba ou terreno a ser parcelado, devidamente cotadas e as


confrontações, com indicação dos usos predominantes das mesmas;

b) Curvas de nível, conforme padrão estabelecido pelo órgão licenciador;

c) Localização de cursos d’água, lagos, brejos, áreas alagadiças ou sujeitas a


inundações, vegetação, mata ciliar ou árvores frondosas e das Áreas de Preservação
Permanente – APP, quando existirem no local ou em sua proximidade;

d) Indicação das vias de circulação contígua a todo perímetro da gleba ou terreno,


contendo a localização das vias de comunicação, bem como a indicação dos
arruamentos já existentes internos à mesma, se houver;

e) Localização de áreas livres, de equipamentos urbanos e comunitários existentes no


local ou em suas adjacências, com as respectivas distâncias da área a ser parcelada,
até uma distância de 100,00m (cem metros) da divisa da gleba a parcelar;

f) Localização de edificações existentes no interior da gleba;

25
g) Tipo de uso predominante a que o parcelamento se destina;

h) Outras indicações que possam interessar à orientação geral do parcelamento, a


critério do órgão municipal competente;

i) Arquivo em mídia digital, georeferenciado no Sistema UTM.

V - Parecer da empresa concessionária de Águas e Esgotos quanto à possibilidade de


abastecimento de água potável, de coleta e destinação de esgotos, em conformidade com o Decreto
Lei Estadual nº 553/76.

a) No caso de impossibilidade de atendimento pela empresa de quaisquer dos serviços


referidos acima, o empreendedor deverá estudar soluções alternativas, devendo
submetê-las à aprovação da empresa concessionária de Águas e Esgotos.

b) No caso da solução adotada para abastecimento d’água for poço individual tipo
cacimba, e para coleta e destino final de esgoto for fossa séptica com sumidouro, o
projeto final do loteamento deverá conter estudo de localização dos poços e dos
sumidouros de todas as unidades, de modo que a distância entre eles seja igual ou
superior à mínima exigida pelo Código de Obras, devidamente aprovado pelo órgão
municipal competente.

Parágrafo Único - Mesmo quando o empreendedor se dispuser a lotear somente parte


da gleba, as plantas referidas nos itens III e IV deverão abranger a totalidade do imóvel.

Art. 92 - O requerimento para solicitação das diretrizes urbanísticas e ambientais


deverá estar assinado pelo proprietário da gleba a ser parcelada, ou seu representante legal, e por
profissional habilitado pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado
do Rio de Janeiro – CREA - RJ.

Art. 93 - A resposta à solicitação de diretrizes, quando admitida a viabilidade do


parcelamento, deverá conter diretrizes urbanísticas e ambientais para adequar o parcelamento do
solo às previsões contidas na legislação urbanística e ambiental pertinentes.

Art. 94 - As diretrizes urbanísticas e ambientais para o parcelamento referidas neste


artigo deverão conter, no mínimo:

I - Critérios para o uso e ocupação do solo para a zona urbana onde se situa o
parcelamento, conforme o Plano Diretor Municipal e a Lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano;

II - Traçado básico do sistema viário principal, com orientações para as vias


destinadas à circulação de veículos de transporte coletivo;

III - Indicação para a localização aproximada dos terrenos a serem destinados à


implantação de equipamentos urbanos e comunitários e áreas verdes;

26
IV - Faixas de terrenos ou orientação técnica para o escoamento das águas pluviais e
as faixas não edificáveis;

V - Indicação dos usos predominantes da área e dos usos compatíveis;

VI - Requisitos ambientais a serem cumpridos;

VII - Outras exigências específicas em função da localização e do tipo de


empreendimento.

Art. 95 - Tendo sido julgados legalmente e formalmente satisfatórios os documentos


apresentados, a autoridade licenciadora municipal deverá fornecer as diretrizes urbanísticas e
ambientais ao interessado no prazo de até 60 (sessenta) dias, contados a partir da apresentação de
todos os documentos e informações necessárias.

Parágrafo Único - O prazo poderá sofrer prorrogação quando, justificado pelo órgão
municipal responsável pela aprovação do projeto de parcelamento, for necessária consulta a órgãos
dos demais níveis de governos ou entidades técnicas, a fim de proceder à sua aprovação definitiva.

Art. 96 - As diretrizes serão entregues pelo órgão municipal responsável depois de


ouvidos os demais órgãos envolvidos.

Art. 97 - As determinações legais pertinentes ao processo devem ser observadas ainda


que não mencionadas nas diretrizes urbanísticas fornecidas.

Art. 98 - As diretrizes expedidas pela Prefeitura Municipal vigorarão pelo prazo


máximo de 1 (um) ano, durante o qual o requerente deverá apresentar o projeto definitivo.

Art. 99 - Caso a legislação pertinente se altere no prazo de vigência das diretrizes, ou


haja interesse público justificado, as diretrizes podem ser alteradas.

Art. 100 - Tendo sido julgados legalmente e formalmente satisfatórios os documentos


apresentados na solicitação de diretrizes, o interessado poderá iniciar o processo de pedido da
concessão do parcelamento, com a apresentação do projeto juntamente com os documentos
necessários para sua aprovação, após o pagamento das taxas correspondentes à autorização para
parcelamento.

Seção III

DO PROJETO DE PARCELAMENTO

Art. 101 - Para solicitação de análise e aprovação do projeto de parcelamento, o


interessado deverá apresentar ao órgão municipal responsável pelo controle urbano, requerimento
acompanhado dos respectivos projetos e documentos.

Parágrafo Único - O requerimento referido no caput deste artigo deverá estar assinado
pelo proprietário da gleba ou terreno, ou por seu representante legal, e deverá conter:

27
I - Nome e assinatura do proprietário;

II - Natureza do parcelamento;

III- Endereço da obra;

IV - Certidão atualizada de propriedade do imóvel;

V - Certidão negativa de débitos municipais relativos ao imóvel.

Art. 102 - Para a aprovação do projeto de loteamento deverão ser apresentados:

I - Planta na escala máxima de 1: 1.000, em 5 (cinco) vias, assinada pelo proprietário


e pelo responsável técnico habilitado pelo CREA-RJ, contendo:

a) Localização de áreas verdes e outras áreas de uso público;

b) Subdivisão das quadras em lotes, com a respectiva numeração, dimensões e áreas;

c) Indicação do norte verdadeiro, das curvas de nível, de meio em meio metro, dos
cursos d’água, das matas e das árvores existentes;

d) Indicação do arruamento, contendo o sistema de vias com a respectiva hierarquia,


as dimensões lineares e angulares do projeto;

e) Nivelamento que deverá tomar por base a referência de nível (RN) oficial;

f) Quadro de áreas dos lotes, quadras, áreas destinadas a equipamentos comunitários,


áreas verdes, vias de circulação, áreas non aedificandi e de preservação permanente,
com as devidas porcentagens, e os seus totais;

g) Quadro de restrições exigidas para os lotes na zona onde se localiza a gleba, de


acordo com a Lei de Uso e Ocupação do Solo, como: taxa máxima de ocupação,
coeficiente de aproveitamento e afastamentos mínimos exigidos;

h) Quadro contendo a indicação dos lotes ou quadras caucionados com os seguintes


dizeres, no qual o proprietário dará o “de acordo”.

i) “Estão caucionados os lotes nos... das quadras nos... que não poderão ser vendidos
antes da aceitação pela Prefeitura Municipal das obras de infra-estrutura exigidas em
lei. Não será passada certidão dos lotes, não serão processadas guias de transmissão
das vendas dos mesmos, nem será dado o "alvará de licença” de construções nestes
lotes, antes da execução e aceitação definitiva das obras por parte da prefeitura.”

II - Seções transversais e longitudinais das vias de circulação, indicando a largura da


pista de rolamento e dos passeios, na escala 1:20 indicação dos meios fios e sarjeta e especificação
do revestimento das caixas de rolamento de todas as vias do loteamento;

III - Memorial descritivo e justificativo do projeto deverá conter:

28
a) Denominação, área, limites, situação e outras características do imóvel ou imóveis;

b) Descrição dos lotes, das vias de circulação, das áreas destinadas a equipamentos
comunitários, das áreas verdes e de outras áreas de uso público, das áreas não
edificantes, do terreno e remanescentes, se houver;

c) Relação cronológica dos títulos de domínio e propriedade, desde 20 (vinte) anos,


com indicação da natureza e data de cada um e do número e data das transcrições, ou
cópia autenticada dos títulos e prova de que se acham devidamente transcritos;

IV - Cronograma físico contendo os prazos previstos para implantação das diversas


fases do loteamento e, quando for o caso, indicação das diversas etapas de execução;

V- Indicação de especificação dos encargos que o empreendedor se propôs a assumir


quanto à infra-estrutura e equipamentos, além dos exigidos em Lei;

VI - Comprovação da quitação do pagamento do imposto territorial referente à gleba


ou certidão negativa fornecida pelo órgão municipal competente;

VII - Prova de recolhimento aos cofres municipais da taxa de vistoria em função da


área do loteamento e da distância à sede municipal;

VIII - Declaração expressa do credor hipotecário, quando for o caso, passada em


cartório, autorizando o parcelamento;

IX - Documento fornecido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária


- INCRA, atestando a liberação do imóvel para parcelamento urbano, quando o mesmo for rural ou
tiver uso rural;

X - Especificações dos materiais a serem empregados nos projetos;

XI - Documento fornecido pela FEEMA liberando a área para parcelamento do solo.

XII - Outros projetos ou indicações técnicas relativas às obras e serviços de infra-


estrutura, exigidos e aplicáveis conforme as características do parcelamento pretendido, de acordo
com o previsto nesta Lei;

XIII - Cópia das diretrizes urbanísticas fornecidas pelo órgão ou setor responsável
pelo controle urbano;

XIV - Anotação de Responsabilidade Técnica - ART do responsável técnico pela


execução das obras, emitida pelo CREA-RJ;

XV - Arquivo em mídia digital, com a planta do loteamento, georeferenciado no


sistema UTM.

Art. 103 - A identificação das vias e de outros logradouros públicos, antes de sua
denominação oficial, deverá ser feita por meio de números e letras.

29
Art. 104 - A aprovação do projeto de loteamento se dará na forma de ato do
Executivo Municipal.

Art. 105 - Para a aprovação do projeto de desmembramento deverão ser apresentados:

I - Indicação do tipo de uso predominante no local;

II - Planta na escala máxima de 1: 1.000, em 5 (cinco) vias, assinada pelo proprietário


e pelo responsável técnico devidamente habilitado pelo CREA-RJ, com a situação anterior e a
posterior ao desmembramento, com as seguintes indicações:

a) Divisas da gleba;

b) Via confrontante com a gleba ou lote, bem como as vias mais próximas que o
circundam, com indicação da distância do lote até a via mais próxima;

c) Subdivisão da área em lotes e indicação das áreas remanescentes se houver;

d) Localização das edificações existentes na área, quando existentes;

e) Norte verdadeiro, curvas de nível, de meio em meio metro, cursos d’água, matas e
árvores existentes;

f) Quadro de áreas dos lotes, áreas non aedificandi e de preservação permanente e de


áreas de uso público, quando for o caso, com as devidas porcentagens, e os seus
totais.

III - Memorial descritivo apresentando a descrição dos lotes, das áreas de uso público,
quando for o caso, das áreas non aedificandi, do terreno e remanescentes, se houver;

a) Em casos de desdobramento o memorial descritivo deverá apresentar descrição:

(i) - Do lote a ser desdobrado, com o nome do loteamento, número da quadra, número
do lote e de seus confrontantes em todas as faces;

(ii) - Das áreas de uso público, quando for o caso, das áreas non aedificandi e de
preservação permanente, do terreno e remanescentes, se houver.

IV - Anotação de Responsabilidade Técnica - ART do autor do projeto, emitida pelo


CREA-RJ;

V - Outros projetos ou indicações técnicas relativas às obras e serviços de infra-


estrutura exigidos, caso a via confrontante com o desmembramento não os possua;

VI - Cópia das diretrizes urbanísticas fornecidas pelo órgão ou setor municipal


responsável pelo controle urbano;

VII - Arquivo em mídia digital, com a planta de desmembramento, georeferenciado


no sistema UTM.

30
Art. 106 - Aprovado o projeto, a Prefeitura Municipal emitirá a certidão de
desmembramento.

Art. 107 - Para a aprovação do projeto de remembramento serão apresentados:

I - Indicação do tipo de uso predominante no local;

II - Planta na escala máxima de 1:1.000, em 5 (cinco) vias, assinada pelo proprietário


e pelo responsável técnico devidamente habilitado pelo CREA-RJ, com a situação anterior e a
posterior ao remembramento, indicando:

a) Agrupamento dos lotes pretendidos;

b) Localização das edificações existentes nos lotes ou nas glebas se houver;

c) Via confrontante com as glebas ou com os lotes, bem como as vias mais próximas
que os circundam, com indicação da distância até a via mais próxima;

d) Norte verdadeiro, curvas de nível, de meio em meio metro, cursos d’água, matas e
árvores existentes;

e) Quadro de áreas do(s) lote(s) agrupado(s), áreas non aedificandi e de preservação


permanente, quando for o caso, e os seus totais.

III - Memorial descritivo apresentando descrição do(s) lote(s) agrupado(s), com o


nome do loteamento, número da quadra, número dos lotes e confrontantes em todas as faces ou as
divisas das glebas a serem remembradas;

IV - Anotação de Responsabilidade Técnica - ART do autor do projeto, emitida pelo


CREA-RJ;

V - Arquivo em mídia digital, com a planta do remembramento, georeferenciado no


sistema UTM.

Art. 108 - Aprovado o projeto, a Prefeitura Municipal emitirá a certidão de


remembramento.

Art. 109 - Para a aprovação do projeto de condomínio urbanístico deverão ser


apresentados:

I - Indicação do tipo de uso predominante no local;

II - Planta na escala máxima de 1: 1.000, em 5 (cinco) vias, assinadas pelo


proprietário e pelo responsável técnico devidamente habilitado pelo CREA-RJ, contendo:

a) Localização de unidades autônomas, áreas de uso comum destinadas ao sistema


viário e ao lazer, áreas destinadas a equipamentos comunitários a serem doadas, se for
o caso;

31
b) Indicação do norte verdadeiro, das curvas de nível, de meio em meio metro, dos
cursos d’água, das matas e árvores existentes;

c) Indicação da via confrontante com a gleba ou o lote, bem como das vias mais
próximas que a circundam;

d) Quadro de áreas das unidades autônomas, das áreas de uso comum, das áreas
destinadas a equipamentos comunitários, quando houver, das áreas non aedificandi e
de preservação permanente, quando for o caso, com as devidas porcentagens, e os
seus totais.

III - Planta de implantação das edificações, com indicação dos afastamentos entre
elas, em relação às áreas comuns e às divisas do terreno, conforme parâmetros previstos na Lei de
Uso e Ocupação do Solo para a zona urbana em que se situe;

IV - Projeto dos perfis transversais e longitudinais das vias de circulação, indicando a


largura da pista de rolamento e dos passeios, na escala 1:20 indicação dos meios fios e sarjeta e
especificação do revestimento das caixas de rolamento das vias conforme exigir a lei;

V - Memorial descritivo apresentando descrição das unidades autônomas, das áreas de


uso comum, das áreas destinadas a equipamentos comunitários, quando houver, das áreas non
aedificandi e do terreno;

VI - Cópia das diretrizes urbanísticas fornecidas pelo órgão ou setor municipal


responsável pelo controle urbano;

VII - Anotação de Responsabilidade Técnica - ART do responsável técnico pela


execução das obras, emitida pelo CREA-RJ;

VIII - Outros projetos ou indicações técnicas que eventualmente tenham sido


solicitados por ocasião da emissão das diretrizes urbanísticas;

IX - Arquivo em mídia digital, com a planta do condomínio urbanístico,


georeferenciado no sistema UTM.

Art. 110 - As unidades autônomas deverão atender às dimensões e às áreas mínimas


exigidas para lotes, de acordo com o definido para a zona em que se situem, conforme estabelecido
no Anexo II desta Lei.

Art. 111 - Aprovado o projeto do condomínio urbanístico, o órgão ou setor municipal


competente emitirá a licença para construir.

Art. 112 - Os condomínios urbanísticos estão isentos das exigências relativas à


transferência ao Município da propriedade das vias de circulação e áreas verdes e de lazer.

32
Art. 113 - Em casos especiais, previstos em legislação federal, estadual ou municipal,
identificados na fase de fornecimento de diretrizes, o interessado deverá apresentar, para aprovação
do projeto:

I - Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança - EIV;

II - Estudo Prévio de Impacto Ambiental - EIA.

Art. 114 - Os projetos de loteamentos, desmembramentos, se necessário, e de


condomínios urbanísticos deverão incluir os projetos referentes ao esgotamento sanitário,
abastecimento de água, energia elétrica e iluminação públicas, previamente aprovados pelas
respectivas concessionárias de serviços e encaminhados, após aprovação, à Prefeitura Municipal de
Campos dos Goytacazes para serem anexados ao processo de aprovação do parcelamento.

Art. 115 - Antes da aprovação do projeto de parcelamento, o órgão municipal


competente deverá realizar uma vistoria no local onde será realizado o parcelamento visando
conferir as informações fornecidas no projeto em relação à gleba e às condições para sua
implantação no terreno, bem como o atendimento às diretrizes urbanísticas.

Art. 116 - O órgão responsável pelo planejamento urbano aprovará ou recusará


projeto de parcelamento, no prazo máximo de 90 (noventa) dias contados da data de apresentação do
projeto.

Art. 117 - Na hipótese de documentação incompleta, ou quando houver necessidade


de qualquer diligência além da prevista no artigo anterior, o prazo será contado a partir da data em
que a documentação estiver plenamente completada ou a vistoria atendida.

Art. 118 - O empreendedor deverá atender no prazo de 30 (trinta) dias, a qualquer


pedido de esclarecimento ou de apresentação de elementos elucidativos, formulado pelo órgão
competente no curso do processo, salvo prorrogação por motivo justificado.

Parágrafo Único - O não atendimento do pedido a que se refere este artigo importará
no arquivamento do processo de parcelamento.

Art. 119 - O órgão responsável pelo planejamento urbano somente aprovará o projeto
de parcelamento caso sejam apresentadas as respectivas licenças das entidades federais, estaduais e
municipais, onde couber.

Art. 120 - O Município deverá aprovar o cronograma de execução da obra em


conjunto com o projeto de parcelamento e exigir o seu cumprimento, sob as penas da Lei.

Art. 121 - Cumpridas todas as exigências cabíveis, após a aprovação do projeto e do


cronograma de obras, o setor municipal competente emitirá a licença de execução da obra de acordo
com o projeto de parcelamento.

33
Art. 122 - A licença para a execução da obra será válida pelo período de 1 (um) ano,
prorrogável por mais 1 (um) ano.

Art. 123 - Depois de aprovado o projeto de loteamento, as vias e logradouros públicos


receberão designação própria pelo órgão competente da Prefeitura Municipal.

Art. 124 - Sempre que houver prolongamento de via já existente no novo loteamento,
esta deverá receber o mesmo nome da via existente.

Art. 125 - O Poder Executivo, por meio de seu órgão competente, dará denominação
oficial a todos os loteamentos aprovados, sendo vedado divisões numéricas em sua unidade.

Seção IV

DAS GARANTIAS

Art. 126 - Como garantia ao cumprimento da execução das obras e serviços previstos
nesta Lei, o proprietário deverá caucionar parte dos lotes destinados à alienação a particulares.

Art. 127 - A soma das áreas dos lotes ou quadras a serem vinculados ou caucionados
deve corresponder a um percentual de, no mínimo, 30% (trinta por cento) da área útil do
parcelamento.

Parágrafo Único - A caução prevista neste artigo será registrada no Cartório de


Registro de Imóveis simultaneamente ao ato de registro do parcelamento, no prazo de 60 (sessenta)
dias, contados do ato de aprovação do parcelamento, sob pena de sua revogação automática,
independente de qualquer interpelação.

Art. 128 - O Município fica autorizado a utilizar a garantia para corrigir imperfeições
na execução das obras e serviços no loteamento ou para reparar danos decorrentes da ação ou
omissão do empreendedor.

Art. 129 - A garantia prestada será retida definitivamente no caso da não execução
das obras por culpa do empreendedor sem prejuízo das penalidades cabíveis.

Art. 130 - Os lotes ou imóveis caucionados receberão permissão da Prefeitura


Municipal de Campos dos Goytacazes para liberação da caução, mediante solicitação expressa do
empreendedor, somente após o aceite do parcelamento pelo setor municipal competente e da
satisfação de possíveis prejuízos causados aos adquirentes do loteamento.

§1º - O disposto neste artigo quanto à garantia não se aplica aos casos de
desdobramento e remembramento.

§2º - A Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes poderá autorizar a liberação


parcial da garantia, nos casos de obras executadas em etapas, desde que seja respeitados o
cronograma de obras e as entregas parciais, podendo liberar parte dos lotes caucionados

34
proporcionalmente à execução dos serviços de infra-estrutura executados, mediante requerimento do
empreendedor e competentes vistorias, devendo estar assegurados a independência entre as etapas e
o perfeito funcionamento de todos os serviços previstos.

§3º - No caso da realização de obras por etapas, os lotes eventualmente caucionados,


para serem liberados, devem estar contidos na etapa que estiver sendo entregue.

Seção V

DA EXECUÇÃO DO PARCELAMENTO

Subseção I

DAS OBRIGAÇÕES DO EMPREENDEDOR E DO PODER PÚBLICO

Art. 131 - A aprovação do projeto de parcelamento nas modalidades de loteamento e


desmembramento se fará na forma de decreto executivo e implicará na aprovação concomitante do
cronograma para implantação e execução das obras e serviços, devendo constar no mínimo:

I - Denominação do loteamento;

II - Distrito de localização: número e nome;

III - Nome do proprietário;

IV - Número do ato ou do processo de aprovação e de registro;

V - Zona de localização definida na Lei de Zoneamento e Uso do Solo;

VI - Dimensões do menor lote do loteamento;

VII - O número total de lotes e quadras, área total da gleba, áreas destinadas para
implantação de equipamentos urbanos e comunitários, áreas destinadas a áreas verdes e praças, área
útil do loteamento, área destinada ao arruamento, outras áreas com restrições, se existirem, e
respectivos percentuais;

VIII - Prazo para conclusão das obras.

Art. 132 - Na aprovação do projeto de parcelamento, pela Prefeitura Municipal, o


empreendedor assinará Termo de Compromisso, no qual se obrigará dentro de um prazo de 60
(sessenta) dias a registrar o loteamento no Registro de Imóveis e praticar os demais atos previstos a
seguir, sob pena de caducar a aprovação.

I - Transferir, mediante escritura pública de doação, sem qualquer ônus para o


Município, a propriedade das vias contidas no parcelamento em questão e das áreas destinadas à
recreação pública e a equipamentos urbanos e comunitários;

35
II - Caucionar ao Município, mediante escritura pública, um percentual de, no
mínimo, 30 % (trinta por cento) da área útil do loteamento, como garantia de execução das obras de
infra-estrutura do loteamento;

III - Executar, à própria custa, em prazo fixado em comum acordo com a Prefeitura
Municipal, todas as obras exigidas constantes do projeto aprovado;

IV - Facilitar a fiscalização permanente do órgão municipal competente durante a


execução das obras e serviço.

Art. 133 - No caso de aprovação do loteamento e não registro dos lotes ou início das
obras nos prazos estabelecidos o decreto será revogado não podendo ser revalidado sem novo
processo de aprovação.

Art. 134 - Somente após a efetivação do registro do projeto de loteamento no Cartório


de Imóveis, o empreendedor poderá iniciar a venda dos lotes não caucionados.

Art. 135 - Os lotes caucionados só poderão ser vendidos após terem sido liberados
pelo órgão municipal competente.

Art. 136 - O empreendedor deverá manter sob sua responsabilidade todos os


documentos relativos e decorrentes da aprovação do projeto de parcelamento, especialmente os
contratos, escrituras e compromissos de compra e venda de lotes, além das exigências previstas na
legislação federal, estadual e municipal, as obras e serviços de infra-estrutura a serem executados
sob sua responsabilidade e seu cronograma de execução.

Parágrafo Único - É obrigatória a manutenção do projeto aprovado, cronograma e


licença para a execução da obra no local do parcelamento, em área de fácil acesso.

Art. 137 - Concluída a demarcação dos lotes e dos logradouros públicos, vias, áreas
verdes, institucionais e não edificáveis, o interessado deverá solicitar ao setor municipal competente
a vistoria do início das obras e a verificação da correta definição dos marcos de alinhamento e
nivelamento.

§1º - Caso a vistoria identifique irregularidade não será admitido o prosseguimento da


execução da obra.

§2º - Na hipótese prevista acima, será observado o procedimento administrativo para


apuração de infração prevista nesta Lei.

Art. 138 - Compete ao empreendedor executar nos parcelamentos, conforme o projeto


aprovado, sem qualquer ônus para o Município, as seguintes obras e serviços de urbanização e infra-
estrutura:

36
I - Demarcação cravada ao solo, em concreto, contendo a indicação de lotes, quadras
e logradouros;

II - Abertura e terraplenagem dos logradouros com pavimentação, inclusive do


passeio, colocação de meios-fios e sarjetas;

III - Via principal de acesso ao parcelamento pavimentada, com solução de drenagem


de águas pluviais e rede de energia elétrica;

IV - Provisão de elementos de drenagem superficial, ou subterrânea que viabilizem o


adequado escoamento de águas pluviais;

V - Instalação de sistema de distribuição de água potável, através de tronco


alimentador e redes duplas, em todas as vias, inclusive em frente às áreas comunitárias e verdes,
com derivações domiciliares demarcadas, quando for o caso, ou solução alternativa de
abastecimento, devidamente atestada pelos setores competentes;

VI - Sistema de captação e armazenamento de água ou execução de solução


alternativa de abastecimento, conforme exigência do órgão competente;

VII - Instalação de sistema de esgotamento sanitário, incluindo destinação final, com


redes em todas as vias, com respectivas derivações domiciliares, inclusive em frente às áreas
comunitárias e verdes, ou condições de esgotamento sanitário individual;

VIII - Instalação dos sistemas de distribuição de energia elétrica e de iluminação


pública;

IX - Contenção de encostas, quando necessário;

X - Arborização dos logradouros e da área verde e comunitária;

XI - Construção de pontes e pontilhões que se fizerem necessários.

Art. 139 - Deverão ser informados, ao setor municipal competente, os casos em que o
movimento de terra necessário à implantação do loteamento acarretar a necessidade de importar, ou
exportar material, cuja área de recolhimento ou de destinação do material recolhido localize-se fora
dos limites do loteamento podendo ser exigida a adoção de medidas mitigadoras dos possíveis
impactos.

Parágrafo Único - Todas as disposições constantes deste artigo aplicam-se aos


loteamentos e condomínios urbanísticos.

Art. 140 - Poderão ser exigidos itens de infra-estrutura complementar, a critério da


Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes e comprovada a necessidade dos mesmos.

37
Art. 141 - No caso de desmembramentos serão exigidos obras e serviços previstos
nesta Lei, podendo as obras serem dispensadas se os serviços já estiverem sido implantados e em
perfeito funcionamento.

Art. 142 - O projeto de loteamento e de condomínio urbanístico deve vir


acompanhado de projeto de arborização de ruas, praças e áreas verdes projetadas, utilizando-se os
seguintes critérios:

I - Prioridade na utilização de espécies nativas, prevendo o plantio de árvores de porte


médio espaçadas no máximo 10 metros (dez metros) uma das outras e plantadas com troncos de
altura não inteiros a 1,20 (um metro e vinte centímetros);

II - As praças deverão ter, pelo menos, metade de sua área total arborizada;

III - As áreas verdes deverão ser arborizadas com espécies e mudas apropriadas ao
ecossistema local.

Art. 143 - O projeto de arborização deverá ser apresentado e aprovado pelo órgão
competente da Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes.

Art. 144 - A pavimentação das pistas de rolamento das vias deverá seguir os padrões
adequados a sua função e integração ao sistema viário da cidade.

Art. 145 - A pavimentação dos passeios deverá ser realizada de acordo com as
normas de acessibilidade universal.

Art. 146 - O condomínio urbanístico edificado poderá ser executado em etapas, mas
de forma a não haver interrupção no andamento das obras.

Parágrafo Único - A execução parcelada do condomínio edificado será submetida à


aprovação do cronograma de execução da obra pelo setor municipal competente.

Art. 147 - No caso de entrega do condomínio em etapas deverá estar assegurado o


pleno funcionamento da etapa a ser entregue e a sua total segurança e independência das demais
etapas do projeto em andamento.

Art. 148 - Caso o cronograma de obras não seja cumprido, o Município poderá
assumir a realização parcial ou integral da obra e dos serviços atribuídos ao responsável pelo
parcelamento, desde que sejam dados, em contrapartida, lotes em quantidade equivalente
economicamente ao custo estimado da obra ou o imóvel dado em garantia.

§1º - O setor municipal competente formulará planilha de custo da obra e avaliação


prévia do valor venal dos lotes ou exigirá do responsável pelo parcelamento que apresente as
análises para fins de averiguação.

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§2º - A realização das obras pelo Município, prevista neste artigo, deverá ser
aprovada pelo Prefeito Municipal ou por autoridade delegada, ouvido o Conselho Municipal de
Meio Ambiente e Urbanismo, formalizando-se através de contrato.

§3º - Os lotes recebidos nos termos previstos neste artigo poderão ser vendidos para
custear a realização das obras pela Prefeitura ou destinados à promoção de habitação de interesse
social.

Art. 149 - A execução e segurança das obras para parcelamento do solo observarão,
além do previsto nesta Lei, às exigências previstas no Código de Obras e Edificações de Campos
dos Goytacazes e no Código Municipal Ambiental, no que couber.

Art. 150 - A execução das obras e serviços a cargo do empreendedor será fiscalizada
pela Prefeitura Municipal, devendo o mesmo facilitá-la, inclusive quanto à qualidade dos materiais
empregados além de, obrigatoriamente, comunicar o seu início.

Art. 151 - Concluídas as obras e serviços de infra-estrutura, a Prefeitura Municipal,


após vistoria, expedirá o termo de verificação e aceitação das mesmas.

Art. 152 - Uma vez realizada a totalidade das obras e serviços de infra-estrutura do
parcelamento a Prefeitura Municipal dará permissão para liberação da caução dos lotes ou do
imóvel.

Art. 153 - O empreendedor deverá se responsabilizar pelas áreas verdes e


comunitárias, protegendo-as de ocupações que comprometam o exercício de suas finalidades e
cercando-as até seu repasse definitivo para a Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes.

Art. 154 - O responsável pelo loteamento fica obrigado a fornecer, no mês de janeiro
de cada ano, ao órgão fazendário competente da Prefeitura Municipal, a relação dos lotes que, no
ano anterior tenham sido alienados definitivamente ou mediante compromisso de compra e venda,
mencionando o nome do comprador e o endereço, os números do quarteirão, do lote e o valor do
contrato de venda, a fim de ser feita a anotação no Cadastro Imobiliário Municipal.

Art. 155 - De comum acordo, todos os proprietários de lotes conseqüentes de


loteamento, desmembramento ou remembramento, e de frações ideais do terreno em condomínios
urbanísticos aprovados pela municipalidade, podem solicitar à Prefeitura Municipal a modificação
do projeto, mesmo que o parcelamento já esteja efetivado.

§1º - O projeto do parcelamento do solo poderá também ser modificado pelo


empreendedor quanto aos lotes ainda não comprometidos ou adquiridos, desde que não prejudique
os lotes já alienados.

§2º - O projeto de modificação será considerado como um novo projeto, devendo ser
submetido à aprovação dos órgãos municipais competentes, com reavaliação das diretrizes

39
fornecidas. A nova planta e o memorial aprovados serão depositados no cartório do registro para
nova inscrição.

§3º - A substituição de projeto de loteamento no transcorrer do processo de aprovação


somente será possível com reavaliação das diretrizes fornecidas.

Art. 156 - As obrigações assumidas pelo empreendedor perante a Prefeitura


Municipal estendem-se, na forma da legislação civil, aos adquirentes de lotes, a seus sucessores, ou
a quem quer que, a qualquer título, se utilize do solo parcelado.

Art. 157 - O empreendedor não pode transferir a terceiros as obrigações assumidas


com a execução das obras de infra-estrutura exigidas para a implantação do loteamento.

Parágrafo Único - Para os fins neste artigo, o empreendedor, os adquirentes de lotes e


seus sucessores, farão sempre constar de seus contratos de alienação a que está sujeito o loteamento,
sob pena de responsabilidade.

Subseção II

DOS PRAZOS PARA EXECUÇÃO DO PARCELAMENTO

Art. 158 - O prazo máximo para a execução do parcelamento, definido no


cronograma de execução da obra, não poderá exceder de 2 (dois) anos e 6 (seis) meses, observando
as seguintes condições:

I - Prazo de 6 (seis) meses para início da execução da obra e/ou serviços, contado a
partir da data da aprovação do projeto;

II - Prazo de 1 (um) ano para conclusão das obras e serviços.

§1º - Quando o período necessário à conclusão das obras e serviços de infra-estrutura


demandar tempo superior ao previsto para execução do projeto poderá ser deferida sua prorrogação
por mais 1 (um) ano, de acordo com o novo cronograma proposto pelo empreendedor, a ser
aprovado pela autoridade municipal competente, com pelo menos 30 dias de antecedência e
acompanhado das devidas garantias.

§2º - Caso não sejam observados os prazos previstos neste artigo a contar da data de
aprovação do parcelamento, o Município decretará a caducidade do ato de aprovação do projeto de
parcelamento.

§3º - Em caso da não execução ou de execução incompleta do parcelamento, o


Município poderá executar as obras, cobrando do titular da propriedade por meios administrativos
ou judiciários os custos das obras acrescidos de 20% (vinte por cento) a título de administração.

§4º - No caso de impossibilidade de cobrança do responsável pelo parcelamento o


Município poderá ser ressarcido pelos adquirentes dos lotes.

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Art. 159 - Será admitida execução parcial do parcelamento, a pedido do interessado,
desde que se mantenha inalterado o prazo máximo de 2 (dois) anos e 6 (seis) meses para a execução
total da obra.

§1º - A execução parcial referida neste artigo deverá ser prevista no cronograma de
execução da obra de acordo com as seguintes exigências:

I - Detalhamento das etapas de execução da obra no memorial descritivo que


acompanha o projeto, com a respectiva identificação dos lotes e a descrição dos equipamentos
urbanos e comunitários a serem executados em cada uma das etapas, quando for o caso;

II - Desenho com a demarcação das áreas referentes às etapas de execução da obra;

III - Identificação dos lotes dados em garantia por cada etapa de execução da obra, ou
imóvel correspondente ao valor das obras de cada uma das etapas;

IV - Os lotes eventualmente caucionados devem estar contidos na etapa que estiver


sendo implantada bem como as áreas verdes e comunitárias proporcionais à área total da etapa.

§2º - A execução parcial do parcelamento deverá assegurar o perfeito uso dos


equipamentos urbanos e sociais implantados e a integração do parcelamento com a malha urbana
existente para considerar-se concluída cada etapa.

Seção VI

DA ACEITAÇÃO DO PARCELAMENTO

Art. 160 - Concluídas as obras e serviços de infra-estrutura, a Prefeitura Municipal,


após vistoria, expedirá o termo de verificação e aceitação das mesmas, analisando inclusive o estado
de funcionamento dos equipamentos urbanos e comunitários.

§1º - Caso o termo de verificação da execução da obra conclua pela não aceitação do
parcelamento, o requerente poderá promover a complementação da obra ou os ajustes necessários ou
apresentar recurso à autoridade competente.

§2º - O prazo para apresentação do recurso será contado a partir da data da


comunicação da decisão administrativa.

§3º - Na hipótese de apresentação de recurso, a contagem do prazo para conclusão da


execução da obra será suspensa.

Art. 161 - Uma vez realizada a totalidade das obras e serviços de infra-estrutura do
parcelamento, a Prefeitura Municipal, a requerimento do interessado e após as competentes
vistorias, liberará os lotes caucionados dados em garantia.

Art. 162 - A aceitação do parcelamento é condição obrigatória para o licenciamento


de uso e ocupação do solo nos lotes originados do parcelamento.

41
Art. 163 - O Município poderá conceder o aceite parcial no caso de execução em
etapas, conforme previsto nesta Lei, com extinção da caução sobre os lotes correspondentes àquela
etapa, desde que observado o cronograma parcial.

Seção VII

DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES

Art. 164 - A falta de cumprimento das disposições desta Lei, bem como de qualquer
exigência acessória para regularização do parcelamento, verificada no exercício da fiscalização, dará
ensejo a uma ou mais das seguintes penalidades:

I - Embargo administrativo da obra;

II - Cassação da licença de execução da obra;

III - Multa;

IV - Aplicação das disposições penais previstas na legislação federal, estadual e


municipal aplicáveis.

Parágrafo único - Da aplicação das penalidades previstas nos incisos do caput deste
artigo caberá recurso à autoridade superior à que tenha imposto a sanção, assegurada ampla defesa,
ouvido o Conselho Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo - CMMAU.

Art. 165 - Em decorrência de transgressão à presente Lei será lavrado auto de


infração pelo funcionário que a houver constatado, independente de testemunhas.

Parágrafo Único - O auto de infração será lavrado de acordo com as normas previstas
no Código de Obras.

Art. 166 - Constitui infração administrativa punível com embargo da obra os casos
de:

I - Obra em andamento sem projeto aprovado ou licença de execução, nos termos da


Lei;

II - Desobediência ao projeto aprovado que implique em violação às disposições


desta Lei.

§1º - O embargo deverá ser precedido de vistoria feita pelo órgão municipal
competente.

§2º - O auto de infração que constatar situação passível de embargo deverá anotar as
providências necessárias para o levantamento do embargo, bem como cominar a multa
correspondente, prevista no Anexo IV desta lei, podendo o infrator obter remissão da multa se
cumprir as exigências do órgão municipal competente dentro do prazo assinalado.

42
§3º - O infrator não terá direito a remissão da multa caso a mesma obra já tenha sido
objeto de punição com multa prevista no Art. 172, ou tenha sido previamente embargada, pela
mesma infração ou não.

Art. 167 - Depois de lavrado o auto de infração, serão expedidos, quando couber, auto
de embargo ou de interdição, podendo ser solicitado o auxílio de força pública, quando necessário,
para fazê-lo respeitar.

Parágrafo Único - O embargo ou interdição de obras de implantação do parcelamento


seguirá as normas previstas no Código de Obras.

Art. 168 - Aplica-se a cassação da licença de execução da obra nos seguintes casos:

I - Impossibilidade de reversão da situação que motivou o embargo da obra;

II - Obra executada em desacordo com as normas desta Lei, inclusive aquela objeto
de embargo que não foi regularizada.

III - Vender lotes caucionados sem a liberação pelo órgão municipal competente.

Art. 169 - Sem prejuízo das responsabilidades civis e criminais, constitui infração
administrativa punível com multa:

I - Início ou execução de obra sem licença do setor municipal competente;

II - Execução de obra em desacordo com o projeto aprovado;

III - Ausência da documentação exigida junto ao local da obra;

IV - Outros atos que contrariam as normas desta Lei, previstos no Anexo IV.

§1º - O pagamento das multas não exclui a aplicação de outras sanções previstas em
Lei, nem sana a infração, ficando o infrator obrigado a legalizar as obras do loteamento de acordo
com o projeto aprovado.

§2º - Os valores das multas para cada infrações estão estabelecidos no Anexo IV
desta Lei e serão corrigidos monetariamente por ato do Poder Executivo.

§3º - A multa prevista no parágrafo anterior será calculada por meio de alíquotas
percentuais sobre a Unidade Fiscal do Município (UFICA).

Art. 170 - As infrações não previstas nesta Lei serão punidas com multas que poderão
variar de 10% (dez por cento) a 2.000% (dois mil por cento) da UFICA, a critério do órgão
municipal competente, ouvido o Conselho Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo - CMMAU.

43
TÍTULO III

Da Regularização Do Parcelamento

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 171 - A regularização dos parcelamentos do solo para fins urbanos é


procedimento administrativo aplicável para os parcelamentos ilegais e/ou irregulares.

Art. 172 - Só será admitida a regularização de parcelamento do solo para fins urbanos
nas Áreas Urbanas definidas no Plano Diretor.

Art. 173 - Na regularização do parcelamento do solo para fins urbanos, o Município


adotará como referência os parâmetros urbanísticos dispostos nesta Lei.

Art. 174 - A regularização do parcelamento não exime a responsabilidade da pessoa


física ou jurídica que tenha violado a legislação municipal e federal pertinentes.

Art. 175 - Verificando-se que parte do empreendimento ainda está em fase de


execução, serão embargados a obra e os serviços restantes em desconformidade com a legislação
municipal até a aceitação parcial ou integral do empreendimento, aplicando-se as penalidades
cabíveis nos termos desta Lei.

Art. 176 - Será admitida a substituição do projeto aprovado pelo setor municipal
competente, quando a desconformidade tornar inviável ou extremamente difícil a implantação do
projeto original.

Art. 177 - Em caso de alteração de projeto já registrado no Registro Geral de Imóveis,


serão observadas as providências previstas na legislação federal aplicável.

Art. 178 - A regularização de parcelamentos em Unidades de Conservação de uso


indireto ou nas áreas de entorno de sítios históricos estará sujeita a parecer do órgão governamental
tutelar.

Art. 179 - O Município poderá aceitar para fins de regularização do parcelamento, a


substituição parcial de áreas públicas no próprio empreendimento por:

I - Doação de terreno em área próxima;

II - Construção de equipamento comunitário em área a ser indicada pelo Município;

III - Pagamento em moeda corrente, a ser destinado ao Fundo Municipal de


Habitação de Interesse Social.

44
Art. 180 - A faculdade prevista no artigo anterior passará por avaliação prévia do
Conselho Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, observando-se sempre a equivalência entre os
valores envolvidos.

Art. 181 - O Município poderá estabelecer, ouvido o Conselho Municipal de Meio


Ambiente e Urbanismo e mediante a aprovação de Lei Municipal, parâmetros específicos para os
empreendimentos a serem regularizados, utilizando-se, sempre que possível, de instrumentos
urbanísticos que permitam a compensação por parâmetros menos restritivos que os previstos nesta
Lei.

Art. 182 - Serão exigidas para a regularização do parcelamento do solo para fins
urbanos, conforme o caso, a execução de obra e serviços, conforme o previsto nesta Lei, onde
couber.

CAPÍTULO II

DOS PROCEDIMENTOS DE REGULARIZAÇÃO DOS PARCELAMENTOS

Art. 183 - A regularização engloba as etapas de regularização fundiária / registrária,


de regularização urbanística / administrativa e de regularização fiscal.

Art. 184 - O processo de regularização do parcelamento para fins urbanos será


iniciado mediante uma das seguintes alternativas:

I - Requerimento do responsável pelo parcelamento;

II - Requerimento de qualquer interessado;

III - Ato de ofício.

Art. 185 - Quando for identificada a existência de parcelamento irregular, o órgão ou


setor municipal responsável pelo controle urbano notificará o responsável pelo empreendimento a
proceder à devida regularização, aplicando-se as sanções correspondentes.

Art. 186 - Para fins de regularização do parcelamento do solo será exigida:

I - Apresentação de planta do imóvel antes do parcelamento promovido, no prazo de


30 (trinta) dias contados a partir da:

a) Data final prevista para o prazo de defesa do notificado, caso esta não tenha sido
exercida;

b) Data de publicação da decisão final da autoridade competente que confirme a


necessidade de regularização do parcelamento e a responsabilidade do notificado.

45
II - Projeto de parcelamento conforme o previsto na seção III do Capítulo II desta Lei,
no prazo de 30 (trinta) dias contados da data de apresentação da planta mencionada no inciso I deste
artigo;

III - Cronograma de execução das obras e serviços ainda não concluídos, quando for o
caso, com prazo máximo de 2 (dois) anos para conclusão.

Art. 187 - O disposto nos incisos I e II do artigo anterior se aplica apenas em caso de:

I - Parcelamento sem projeto aprovado;

II - Parcelamento para o qual tenha sido alterado o projeto originalmente aprovado.

Art. 188 - O cronograma para execução da obra e serviços não concluídos será
apresentado com o projeto de parcelamento do solo ou, quando este não for necessário, em 60
(sessenta) dias contados da:

I - Data final prevista para o prazo de defesa do notificado, caso esta não tenha sido
exercida;

II - Data de publicação da decisão final da autoridade competente que confirme a


necessidade de regularização do parcelamento e a responsabilidade do notificado.

Art. 189 - Em caso de comprovar-se a impossibilidade de apresentação da planta do


imóvel referente ao período anterior ao empreendimento, a mesma deixará de ser exigida.

Art. 190 - A notificação e o exercício do direito de defesa observarão os


procedimentos previstos nesta Lei.

Art. 191 - O requerimento para regularização do parcelamento, quando apresentado


pelo empreendedor ou por qualquer interessado, deverá estar acompanhado de:

I - Termo de compromisso de regularização do parcelamento do solo;

II - Planta do imóvel antes do parcelamento promovido;

III - Projeto de parcelamento e documentação, conforme o previsto na seção III do


Capítulo II desta Lei, no prazo de 30 (trinta) dias contados da data de apresentação da planta
mencionada no inciso II deste artigo;

IV - Cronograma de execução das obras e serviços ainda não concluídos, quando for
o caso, com prazo máximo de 2 (dois) anos para conclusão.

V - O requerimento poderá ser apresentado por uma associação, acompanhado de


cópia do ato constitutivo devidamente registrado.

Art. 192 - Em caso de comprovar-se a impossibilidade de apresentação da planta do


imóvel em período anterior ao empreendimento, esta deixará de ser exigida.

46
Art. 193 - Ato do Executivo Municipal regulamentará o processo administrativo de
regularização do parcelamento por iniciativa de qualquer interessado.

Art. 194 - Em se tratando de parcelamento sem solicitação de aprovação junto ao


Município, o órgão ou setor municipal responsável pelo controle urbano, em conjunto ou
paralelamente ao Ministério Público, promoverá a identificação do responsável pelo
empreendimento.

Art. 195 - Iniciado o procedimento para regularização do parcelamento por ato de


ofício, serão adotadas as providências judiciais previstas na legislação federal em relação aos
pagamentos pendentes para aquisição dos lotes.

Parágrafo Único - O Município poderá desistir da ação prevista neste artigo quando se
verificar o atendimento à notificação e o satisfatório andamento do procedimento de regularização
do parcelamento.

Art. 196 - Aprovado o requerimento para regularização do parcelamento, será


expedida a autorização correspondente.

Art. 197 - O interessado providenciará as alterações necessárias junto ao Registro


Geral de Imóveis, conforme o caso, observando-se o prazo previsto na legislação federal.

Art. 198 - A apresentação do parcelamento do solo para aceitação final pelo órgão ou
setor municipal responsável pelo controle urbano deverá ocorrer no prazo máximo de 2 (dois) anos
contados da data da autorização.

Art. 199 - O Município poderá promover diretamente as obras e serviços para fins de
regularização do parcelamento, quando:

I - Não for atendida a notificação pelo responsável pelo parcelamento;

II - Não for possível identificar o responsável pelo parcelamento.

Parágrafo Único - O disposto neste artigo aplica-se inclusive nos casos em que:

I - Haja débitos tributários sobre a propriedade da gleba;

II - Não esteja atualizado o registro imobiliário sobre a gleba.

Art. 200 - O Município exigirá do responsável pelo parcelamento ou de qualquer


obrigado solidário ou subsidiário o ressarcimento das despesas provenientes das obras e serviços
relativos ao empreendimento, incluindo o acréscimo de 20% (vinte por cento) a título de
administração, sem prejuízo das sanções aplicáveis.

§1º - No caso de se mostrar inviável o ressarcimento pelo responsável pelo


parcelamento, o Município poderá exigir, conforme o caso, o ressarcimento pelos possuidores ou
proprietários existentes na área parcelada.

47
§2º - No caso do parcelamento ter sido promovido por órgão ou entidade pública,
poderá ser estabelecido convênio com o Município, compartilhando-se as atribuições previstas nesta
Lei.

Art. 201 - As obras e serviços assumidos pelo Município visando à adequada


urbanização, quando não houver projeto aprovado ou esse necessitar de alteração, serão precedidos
das seguintes providências:

I - Levantamento fundiário, topográfico, urbanístico e ambiental do parcelamento,


caso não haja informações atualizadas;

II - Elaboração de projeto de urbanização com participação da população residente,


avaliando inclusive a necessidade de:

a) Áreas para implantação de equipamentos comunitários, identificando-as;

b) Áreas verdes, incluindo-se aquelas destinadas a faixas de proteção,


identificando-as;

c) Obras e serviços previstos, conforme o caso;

III - Aprovação do projeto de parcelamento pelo órgão ou setor municipal responsável


pelo controle urbano, em conformidade com o previsto nesta Lei.

Art. 202 - Na elaboração do projeto de urbanização, o Município observará o disposto


nesta Lei.

Art. 203 - O Município poderá alterar o projeto já aprovado quando verificar


alternativa que melhor atenda ao interesse público, observando-se a legislação federal aplicável.

Art. 204 - Independentemente da iniciativa para a regularização do parcelamento do


solo para fins urbanos, será feita a vistoria de aceitação do parcelamento, conforme o previsto nesta
Lei.

Art. 205 - O Município poderá expedir a certidão de habite-se ou a licença para


instalação de atividades nos lotes, conforme legislação aplicável, a partir da aceitação do
empreendimento.

Parágrafo Único - Em casos excepcionais, onde se demonstre inconveniente aguardar-


se a completa conclusão das obras e serviços, poderão ser expedidas as certidões de habite-se ou as
licenças para instalação de atividades, naqueles lotes que estejam inequivocamente demarcados e as
suas instalações para abastecimento de água e esgotamento sanitário em perfeito funcionamento.

Art. 206 - Quando a regularização do parcelamento for promovida pelo Município,


através do órgão ou entidade responsável pela habitação, caberá à Procuradoria Geral encaminhar o
parcelamento ao Registro Geral de Imóveis.

48
Art. 207 - A regularização fundiária a ser promovida em favor dos adquirentes dos
lotes terá a participação do Município em caso de inclusão dos interessados em programa de
regularização fundiária municipal.

Art. 208 - O disposto neste capítulo aplica-se à regularização dos parcelamentos


preexistentes à vigência desta Lei.

CAPÍTULO III

DA REGULARIZAÇÃO DOS PARCELAMENTOS DE INTERESSE SOCIAL

Art. 209 - As ações de regularização urbanística e fundiária nas Áreas Especiais de


Interesse Social – AEIS serão coordenadas e implantadas pelo órgão ou entidade responsável pela

habitação no Município.

Art. 210 - Para regularização urbanística e fundiária nas AEIS deverá ser criado um
Grupo de Trabalho composto por representantes locais, grupos comunitários formais e informais da
área específica e entidades organizadas das áreas de influência da respectiva AEIS.

§1º - Das reuniões do Grupo de Trabalho participarão os representantes das equipes


técnicas dos órgãos municipais responsáveis pelo controle urbano, pela habitação e pelo
desenvolvimento social, quando for o caso.

§2º - O Grupo de Trabalho será efetivado por ato do Executivo Municipal, para
atuação na ação de regularização específica.

Art. 211 - O Executivo Municipal poderá firmar convênio com a União e com o
Estado do Rio de Janeiro com vistas à execução integrada das ações de regularização urbanística e
fundiária nas AEIS.

Art. 212 - Para a regularização fundiária nas AEIS serão utilizados os seguintes
instrumentos previstos na Lei do Plano Diretor Participativo de Campos dos Goytacazes:

I - Concessão especial de uso para fins de moradia;

II - Usucapião especial de imóvel urbano;

III - Desapropriação;

IV - Concessão do direito real de uso;

V - Assistência técnica urbanística, jurídica e social, em caráter gratuito para a


hipótese de usucapião especial de imóvel urbano.

Art. 213 - Para fins de regularização urbanística e fundiária poderão ser utilizados os
instrumentos da política urbana previstos na Lei do Plano Diretor:

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I - Direito de superfície;

II - Transferência do direito de construir.

Art. 214 - Para cada AEIS a ser regularizada será elaborado um cadastro de ocupantes
que funcionará como referência para a titulação da propriedade dos lotes resultantes do parcelamento
aprovado:

§1º - Entende-se por ocupante os posseiros diretos, à época da titulação.

§2º - O cadastro de ocupantes deverá se integrar ao cadastro unificado federal.

Art. 215 - A regularização urbanística e fundiária nas AEIS deverão ser precedidas
das seguintes providências, de iniciativa direta ou indireta do Executivo Municipal:

I - Levantamento topográfico do perímetro das áreas das AEIS;

II - Delimitação, por ato do Executivo Municipal, das áreas integrantes das AEIS;

III - Demarcação do sistema viário das áreas caracterizadas como AEIS, de forma a
permitir a elaboração do respectivo projeto de parcelamento do solo, observada a tipicidade local;

IV - Aprovação do projeto de parcelamento do solo mencionado no inciso III deste


artigo, acompanhado da definição das normas de uso e ocupação do solo que orientarão o
desenvolvimento urbano da respectiva área;

V - Promoção ou acompanhamento da regularização fundiária, objetivando a titulação


da propriedade aos ocupantes dos lotes resultantes do projeto de parcelamento do solo aprovado;

VI - Implantação e coordenação de medidas para a melhoria das condições de vida da


população ocupante e sua melhor integração na vida e nos benefícios da cidade, através de projetos
integrados de desenvolvimento econômico e social.

Art. 216 - Para fins e efeitos de regularização urbanística fica instituído o lote padrão.

§1º - Considera-se lote padrão a área básica, em metros quadrados, fixada para cada
AEIS, com dimensão estabelecida por parâmetros estatísticos referentes às áreas dos lotes resultantes
do levantamento planialtimétrico cadastral.

§2º - Nas AEIS os lotes padrão deverão atender às condições básicas de


habitabilidade, acesso e segurança, resguardando, sempre que possível, a área mínima prevista para
o modelo de parcelamento MPIS constante do Anexo I desta Lei, exceto:

I - Aqueles destinados à implantação de atividades institucionais promovidas pelo


Poder Público ou de uso coletivo;

50
II - Aqueles destinados a reassentamento de famílias moradoras da AEIS, se for
necessário implantar habitações multifamiliares, a serem definidos quando da aprovação do
parcelamento do solo para a respectiva AEIS.

§3º - Os lotes padrão, com área inferior ou superior aos limites definidos no § 2o deste
artigo, serão objetos de avaliação técnica do órgão municipal responsável pelo controle urbano e
pelo órgão ou entidade municipal responsável pela habitação, a fim de que:

I - Atestem as condições básicas de habitabilidade, acesso e segurança, analisadas em


conformidade com a destinação da área, para os lotes com área inferior a 126m² (cento e vinte e seis
metros quadrados);

II - Justifiquem a conveniência ou necessidade de aprovação de lotes com área


superior a 250m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados).

Art. 217 - Para a regularização urbanística nas AEIS serão exigidos, no mínimo, a
execução das seguintes obras de infra-estrutura:

I - Pavimentação das vias;

II - Sistema de escoamento de águas pluviais;

III - Rede de abastecimento de água com ligação domiciliar;

IV - Rede de esgotamento sanitário com ligação domiciliar;

V - Rede de distribuição de energia elétrica;

VI - Iluminação pública nos logradouros.

Art. 218 - As concessionárias de serviços públicos deverão ser consultadas quando da


regularização urbanística nas AEIS a fim de indicarem a solução mais recomendável para cada caso.

Art. 219 - O cronograma das obras e serviços deverá ser anexado à documentação,
para o acompanhamento da execução das obras pela população.

Art. 220 - As AEIS deverão dispor de equipamentos comunitários e sociais para


atender a demanda da população, quando de sua regularização urbanística e fundiária, devendo o
Executivo Municipal promover ações para sua implantação.

TITULO IV

Das Disposições Finais E Transitórias

Art. 221 - Os parcelamentos aprovados em data anterior à da vigência desta Lei ficam
sujeitos às exigências da legislação anterior.

51
Art. 222 - Os parcelamentos efetivados sem aprovação da Prefeitura Municipal, terão
prazo de 90 (noventa) dias para serem legalizados, sob pena de interdição e demolição judicial das
obras executadas.

Art. 223 - Em caso de caducidade de autorização concedida, nova autorização


somente será expedida com base no disposto nesta Lei.

Art. 224 - Os prazos previstos nesta Lei são contados, por dias corridos, excluindo-se
o primeiro dia e incluindo-se o último, prorrogando-se para o primeiro dia útil o vencimento de
prazo que cair em sábado, domingo ou feriado.

Art. 225 - Não serão fornecidos alvarás de licença para construção, ampliação,
alteração, reforma e demolição em lotes resultantes de parcelamentos não aprovados pela Prefeitura
Municipal.

Art. 226 - Nenhum benefício do poder público municipal será estendido a terrenos
parcelados sem a devida aprovação ou regularização junto a Prefeitura Municipal.

Parágrafo Único - Os compradores, quando da omissão do loteador, poderão requerer


a regularização do loteamento, arcando com as despesas e penas regulamentadas em lei.

Art. 227 - Não caberá à Prefeitura Municipal qualquer responsabilidade pela


diferença de medida dos lotes ou quadras que o interessado venha a encontrar, em relação às
medidas dos parcelamentos aprovados.

Art. 228 - Fica facultado ao Poder Público municipal exigir, na forma da lei, o
parcelamento compulsório nos vazios urbanos localizados nas Macrozonas urbanas definida no Art.
241 do Plano Diretor do Município.

Parágrafo Único - O proprietário de imóvel considerado como de parcelamento


compulsório, notificado nos termos da lei, deverá cumprir as seguintes exigências:

I - Protocolar, no prazo máximo de seis meses após a notificação, o processo de


parcelamento, com todos os documentos necessários a este ato;

II - Executar as obras e equipamentos urbanos exigidos para o parcelamento do solo


urbano, no prazo que não ultrapasse a vinte e quatro meses da notificação do proprietário.

Art. 229 - O Município de Campos dos Goytacazes poderá celebrar convênios com
entidades federais, estaduais, municipais e autárquicas, visando a fiel execução desta Lei.

Art. 230 - As funções referentes à aplicação das normas e imposições desta Lei serão
exercidas pelos órgãos municipais competentes.

52
Art. 231 - Os casos não previstos expressamente nesta Lei deverão ser avaliados e
encaminhados à decisão do Município de acordo com parecer do Conselho Municipal de Meio
Ambiente e Urbanismo – CMMAU.

Art. 232 - Constituem parte integrante desta Lei os seguintes anexos:

Anexo I – Quadro 1 - Modelos de Parcelamentos;

Anexo II – Quadro 2 - Parâmetros para Implantação de Condomínios Urbanísticos;

Anexo III – Representação Gráfica dos Perfis das Vias;

Anexo IV – Quadro 3 - Valores das Multas.

Art. 233 - Por infração às disposições desta Lei serão aplicadas as penalidades
previstas nesta Lei e na legislação municipal, estadual e federal.

Art. 234 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário, em especial a Lei nº 6.690, de 20 de agosto de 1998, que dispõe sobre o
Parcelamento do Solo no Município.

Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, 31 de março de 2008.

MARCOS VIEIRA BACELLAR


- Presidente -

MM/rp.-

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