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GAHYVA, Helga.

O inimigo do século: um estudo sobre Arthur de Gobineau


(1816 – 1882). Rio de Janeiro : Mauad X : FAPERJ, 2012.

 Distinção dos Status:

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“(...) a hierarquia justificava-se pela obrigação que as raças conquistadas tinham para com
seus conquistadores – ela baseava-se, fundamentalmente, no direito que é devido ao mais
forte [...] “É a raça que vai assegurar a duração daquilo que ela [a história] fundou: a distinção
original dos status, arbitrariamente acidental, se torna necessária, reproduzindo-se no sangue.”
[...] o discurso germanista se invertia: em Boulainvilliers, a hierarquia se justificava por uma
“distinção originária do status, totalmente arbitrária, [que] se torna necessária reproduzindo-se
pelo sangue” – ou seja, os arianos pertenciam a uma raça superior porque conquistadores.
Para Gobineau, eram vitoriosos porque superiores. A ordem dos fatores, porém, não alterava o
produto: ambos reiteravam o princípio da I’incommunicable noblesse.” (FURET, 1982,
p.175, apud, GAHYVA, 2012, p.39-40-50)

 Racialismo:

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“(...) racialismo não se convertia em racismo. Conforme afirmam Todorov e Taguieff, o


racialismo representa uma formulação doutrinária e apenas se torna racismo quando autoriza
um programa político discriminatório [...] “Nós chamaremos de “racialistas” elaborações
ideológicas centradas em um viés explicativo, e “racistas” aquelas teorias que comportam
prescrições, definem valores e normas, que se traduzem por discriminações e segregações,
expulsões ou persecuções, ou ainda extermínio.” (TAGUIEFF, 2002, p.17, apud, GAHYVA,
2012, p.108-109)

 Posições Sociais:
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“A democracia foi o lamentável legado da cultura greco-romana [...] “Quando todos são
ilustres, ninguém mais o é.” [...] “A partir do momento em que as superioridades étnicas vão
desaparecendo, este espírito não tolera por muito tempo a existência das instituições feitas
para elas e que a elas sobrevivem. Ele não admite a ficção. Ele anula primeiro o nome
nacional dos vencedores e faz dominar o dos vencidos; em seguida, ele joga no ‘nada’ a
pujança aristocrática. (...) Ele multiplica, em uma desordem inexplicável, as nuances infinitas
das posições sociais, aproximando-as cada dia mais de um nível comum de igualdade; enfim,
rebaixar os cumes, içar os fundos, eis sua obra.” (GOBINEAU, 1983, p.901-1.045, apud,
GAHYVA, 2012, p.163-170)

 Era da Unidade:

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“A era da unidade era a versão gobiniana para o fim da história [...] “o último termo da
mediocridade em todos os gêneros: mediocridade de força física, mediocridade de beleza;
mediocridade de aptidões intelectuais, podendo-se quase dizer “vazio”. Esta triste herança,
cada um possuirá uma porção igual; motivo algum existe para que um tal homem tenha um
lote mais rico que um tal outro; (...) todos os homens se parecem. (...) Eles terão a mesma
dose de forças físicas, direções idênticas em seus instintos, medidas análogas em suas
faculdades, e esse nível geral, mais uma vez, será a mais revoltante humildade.”
(GOBINEAU, 1983, p.1.164, apud, GAHYVA, 2012, p.174-175)

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