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Modulo Sistema Endocrino Reproducao e de PDF
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www.medresumos.com.br Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● SERD
BONS ESTUDOS!!!
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BIOQUÍMICA: PROSTAGLANDINAS
CONCEITOS GERAIS
Prostaglandinas: São substâncias pertencentes à família dos eicosanoides.
Eicosanoides: Constituem um grande grupo de mediadores derivados do ácido graxo poli- insaturado, o ácido
aracdônico (AA), que após ser sintetizado, é incorporado aos fosfolípides da membrana citoplasmática.
Mediadores: São substâncias que ao contrário dos hormônios não são exclusivamente sintetizadas por células
glandulares, mas sim por um grande número de tipos celulares.
Os eicosanoides agem como “hormônios locais” através de ligações com receptores de membrana, na
vizinhança do seu local de síntese, sendo rapidamente degradados (segundos ou minutos).
Efeito autócrino: agem na mesma célula que os sintetizou
Efeito parácrino: agem nas células vizinhas
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A enzima fosfolipase A2 vai retirar o ácido graxo do carbono 2, sendo o Ácido Araquidônico (AA) na maioria das
vezes, que é composto por 20 carbonos e instauração no 5,8,11,14. O Ácido Araquidônico entrará em contato
com a enzima cicloxigenase, tornando-se uma prostaglandina primaria PGH2. Nós possuímos dois tipos de ciclo-
oxigenase: COX1 e COX2.
A COX1 possui 699 aa, é uma enzima fisiológica está presente no organismo e sua maior expressão se
apresenta no estômago, rins, endotélio e plaquetas. A COX possui 604 aa, sendo expressada em processos
inflamatórios.
OBS: COX-1 e COX-2 são codificadas por genes distintos, localizados em diferentes cromossomos (9 e 1,
respectivamente). Os genes também são sujeitos a sinais reguladores bem diferentes.
OBS: O Ácido Araquidônico é transformado em PGH2 (prostaglandina primária).
OBS: A PGH2 pode ser transformada, dependendo do local, em PGI2 (prostaciclina), PGD2, PGF2, PGE2 e TXA2.
PGD2: Possui função principal de dilatação.
PGF2: Possui função de contração do musculo liso, principalmente do útero após a liberação do óvulo que não
foi fecundado, no processo de descamação do endométrio.
EFEITO CASCATA
As plaquetas pegam o PGH2 e produzem TXA2; o endotélio pega o PGH2 e produz PGI2; os mastócitos pegam
o PGH2 e produzem PGD2; se houver inflamação há a produção de PGE2 por meio de PGH2.
OBS: A ciclo-oxigenase é uma enzima proteica, portanto composta por diversos aminoácidos. Na posição 530 da COX1
existe uma serina (na COX2 localiza-se na 516), sendo esse o ciclo ativo da ciclo-oxigenase, quando se ingere o AAS,
há uma reação de acetilação, onde o acetil do AAS se liga à serina provocando uma inativação irreversível da enzima,
deixando de transformar o ácido araquidônico em PGH2.
OBS: Quando o paciente sofre um infarto e passa a tomar aspirina diariamente, diminui a produção de tromboxano,
tornando o sangue mais fino e maior vasodilatação. O problema de doses excessivas de AAS é devido a inibição do
tromboxano, possibilitando hemorragia pela diminuição da agregação das plaquetas. Por isso, algumas pessoas que irão
se submeter a cirurgia devem ter cuidado, pois há a inibição do txa2 inibindo a produção de plaquetas e possibilitando o
risco de hemorragias.
OBS: Provoca gastrite, pois também inibe a produção da mucina pela PGE2.
OBS: Causa vasoconstrição dos rins pelo excesso de vasodilatação no organismo causando extravasamento sanguíneo
e consecutivo aumento da utilização renal, fazendo os rins trabalharem forçados na capacidade máxima.
Existem medicamentos à base de PGI2, esse medicamento para o paciente que já está fazendo Hemodiálise vai
facilitar o fluxo sanguíneo durante a hemodiálise, afina o sangue. Há uma vasodilatação e facilita o fluxo sanguíneo. Tem
colírio também a base de PGF2, para tratar de glaucoma (aumento da pressão intraocular).
LEUCOTRIENOS
O termo leucotrieno (LT) foi proposto porque a sua síntese ocorre nos leucócitos e sua estrutura química
apresenta três ligações alternadas (trieno) de um total de quatro ligações duplas (daí o número 4, por exemplo, LTD4).
Diferentes do LTB4, os leucotrienos C4, D4 e E4 contêm o aminoácido cisteína em sua molécula e, por isto, eles são
chamados de cisteinil-leucotrienos.
Os leucotrienos estão envolvidos em processos e respostas inflamatórias, em função da ação de alguma
bactéria ou antígeno, consequentemente gera aumento da produção de leucotrienos que vai ocasionar diversos
problemas para o organismo. Um exemplo é a asma, que ocorre devido a uma sensibilidade de poeira, com isso,
aumenta a produção dos leucotrienos, os quais promovem broncoconstrição e a dificuldade de respirar. Aumenta a
produção de muco, aumenta principalmente a resposta inflamatória, choque anafilático. É chamado de leucotrieno, no
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geral, essa substância faz broncoconstrição, aumenta a produção de muco, a permeabilidade celular e choque
anafilático são as ações desse
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ESPERMATOGÊNESE
É a sequência de eventos, através dos quais a célula precursora masculina, a espermatogônia torna-se um
espermatozoide, o gameta masculino. As espermatogônias permanecem quiescentes nos túbulos seminíferos dos
testículos desde o período fetal, e na puberdade aumentam de número e sofrem maturação que continua até a velhice.
Nesse momento, sofrem várias divisões mitóticas, crescem e se desenvolvem, formando os espermatócitos primários.
Cada um desses sofre a primeira divisão meiótica (divisão reducional) para formar dois espermatócitos secundários
haploides. Em seguida sofrem a segunda divisão meiótica para formar quatro espermátides haploides. Gradualmente
as espermátides vão sendo transformadas em espermatozoides por um processo chamado espermiogênese.
O espermatozoide maduro é uma célula móvel, formada por cabeça, colo e cauda. A cabeça é a maior parte e
contém o núcleo haploide e o acrossoma, organela em forma de capuz que contém várias enzimas importantes para a
fertilização, pois facilita sua penetração ovular. O colo é a região que une essas duas estruturas. A cauda é constituída
por três segmentos: a peça intermediária, peça principal e peça terminal. Essa estrutura, formada a partir dos centríolos,
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favorece a motilidade durante a fecundação. A peça intermediária contém mitocôndrias que fornecem ATP para a
atividade desse flagelo.
As células de Sertoli que revestem os túbulos seminíferos dão suporte e nutrição para células germinativas. Os
espermatozoides são transportados passivamente dos túbulos seminíferos para o epidídimo, onde são armazenados e
tornam-se maduros. Ele é continuo com o ducto deferente que transporta os espermatozoides para a uretra.
OBS: A espermatogênese dura por volta de 64 dias nos túbulos seminíferos e 12 dias no epidídimo, etapa fundamental
do ciclo senão os espermatozoides morreriam dentro de 24 – 36 horas. Eles adquirem sua motilidade somente mediante
a adição de secreções das glândulas sexuais acessórias- próstata e vesículas seminais- no ejaculado.
OVOGÊNESE
É o processo de formação dos ovócitos maduros. Este processo de maturação inicia-se antes do nascimento e é
completado depois da puberdade, continuando até a menopausa.
Maturação pré-natal dos ovócitos: Durante a vida fetal inicial, as ovogônias se proliferam por divisões
mitóticas para formar os ovócitos primários antes do nascimento. O ovócito primário circundado por uma
camada de células epiteliais foliculares constitui um folículo primordial. Os ovócitos iniciam sua primeira
divisão meiótica antes do nascimento, mas param na prófase I (na fase do diplóteno) até a adolescência.
Maturação pós-natal dos ovócitos: Após o nascimento, não se forma mais nenhum ovócito primário, ao
contrário do que ocorre no homem, e existem cerca de 2 milhões de ovócito primários. Estes permanecem
em repouso até a puberdade, motivo responsável pela alta frequência de erros meióticos que ocorrem com o
aumento da idade materna. Na adolescência restam cerca de 40 mil e destes cerca de 400 tornam-se
ovócitos secundários e são liberados na ovulação.
A partir da puberdade um folículo amadurece a cada mês, completa a primeira divisão meiótica e pára na
metáfase da segunda divisão. Forma-se o ovócito secundário que recebe quase todo o citoplasma e
o primeiro corpo polar (célula pequena, não funcional, que logo degenera) recebe muito pouco.
Antes da ovulação, o núcleo do ovócito secundário inicia a segunda divisão meiótica, mas progride até a
metáfase, quando a divisão é interrompida. Se um espermatozoide penetra nesse ovócito, a segunda divisão
é completada e novamente maior parte do citoplasma é mantida em uma célula, o ovócito fecundado. A
outra célula, o segundo corpo polar, é uma célula também pequena, não funcional, que logo degenera.
FOLÍCULO OVARIANO
O ovócito fica contido numa vesícula denominada folículo ovariano. A formação do folículo se inicia com cerca de
18 semanas, perto da metade da vida pré-natal. Inicialmente, o ovócito primário está envolvido por uma única camada
de células epiteliais achatadas - folículo primordial - depois por uma camada de células cuboides ou colunares -
folículo primário - a seguir por um epitélio estratificado - folículo secundário - e, finalmente, por células que delimitam
uma cavidade cheia de líquido, o antro- folículo terciário ou vesicular.
Alguns dias após a menstruação, um novo folículo será escolhido (folículo dominante), o ovócito atinge a
segunda divisão meiótica, aumenta rapidamente de tamanho mediante a produção de fluido intercelular, e atinge o
estágio de folículo secundário e, posteriormente, de folículo terciário (folículo de DeGraaf). A maioria dos folículos
secundários e terciários regride formando folículos atrésicos.
O ovócito adquire uma cobertura chamada zona pelúcida, que é secretada tanto pelo ovócito, como pelas células
foliculares. Envoltório transparente, acelular, glicoprotéica que age como barreira para os espermatozoides. Depois da
fertilização, ela bloqueia a poliespermia e protege o embrião. Durante a formação do antro, as células foliculares se
comprimem periféricamente e formam o estrato granuloso, em torno do qual o estroma ovariano se condensa formando
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uma camada glandular, a teca interna. O desenvolvimento folicular completo e a ovulação dependem do estímulo do
ovário pelo hormônio FSH e LH, provenientes da hipófise.
Correlações clínicas
Modificações do Genoma: A não-disjunção ocorre quando os cromossomos pareados ou
cromátides-irmãs não se separam na anáfase da meiose I, ou na meiose II.
Síndrome de Down: Não-disjunção do cromossomo 21 (47, trissomia do 21).Anomalia cromossômica
causada por um erro durante a meiose. Ocorre quando um gameta com duas cópias do cromossomo 21 se
une com um gameta normal, resultando em um embrião com trissomia do 21, que pode sobreviver, ao
contrário da monossomia do 21. Crianças com trissomia do 21 (Síndrome de Down) possuem características
faciais reconhecíveis com baixa implantação das orelhas, baixa estatura, retardo mental, defeitos cardíacos
congênitos, perda de audição, obstrução duodenal e defeitos no sistema imune. Estudos da década de 1990
que utilizavam uma técnica molecular sensível (Southern Blot) forneceu evidências de que cerca de 90 a
95% dos casos de Síndrome de Down acontecem pela não-disjunção na linhagem germinativa materna.
OBS: Algumas vezes, uma cópia do cromossomo 21 se prende a outro cromossomo, como o cromossomo 14, evento
chamado translocação que afeta 2 a 5%de todos os indivíduos com Sindrome de Down. A incidência de tal síndrome
aumenta significativamente com a idade materna, após os 40 anos.et al. (2008).
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PRIMEIRA SEMANA
1) Fecundação
União de um espermatozoide com um ovócito secundário, que ocorre normalmente na ampola da tuba uterina
formando o zigoto.
Fases da fecundação:
Passagem do espermatozoide através da corona radiata do ovócito (reação acrossômica): Auxiliado pela
ação da enzima hialuronidase, liberada do
acrossoma do espermatozoide, e também,
pelo movimento da cauda do
espermatozoide.
Penetração na zona pelúcida: Formação de
um caminho na zona pelúcida através da
ação de enzimas. Logo que o
espermatozoide penetra a zona pelúcida
desencadeia o fim da segunda meiose e
uma reação zonal, mudanças das
propriedades físicas da zona pelúcida que a
torna impermeável a outros
espermatozoides.
Fusão das membranas plasmáticas do
ovócito e do espermatozoide: A cabeça e a
cauda do espermatozoide entram no
citoplasma do ovócito na área de fusão.
Término da segunda divisão meiótica do
ovócito: Formação do ovócito maduro
(pronúcleo feminino) e o segundo corpo
polar.
Formação do pronúcleo masculino: Dentro
do citoplasma do ovócito, o núcleo do
espermatozoide aumenta para formar o
pronúcleo masculino, enquanto que a cauda
do espermatozoide se degenera. Durante o crescimento, os pronúcleos replicam seu DNA.
Lise da membrana do pronúcleo: Ocorre a agregação dos cromossomos (23 cromossomos de cada núcleo
resulta em um zigoto) para a divisão celular mitótica e primeira clivagem do zigoto (figura 2).
2) Clivagem do Zigoto
Consiste em divisões mitóticas repetidas do zigoto, resultando em um rápido aumento no número de células.
Estas células embrionárias –os blastômeros- tornam-se menores a cada divisão. Quando já existem de 12 a 32
blastômeros o concepto é chamado de mórula.
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OBS: Durante esse estágio o concepto é chamado de blastocisto. Cerca de 6 dias após a fecundação, o blastocisto
adere ao epitélio endometrial por ação de enzimas proteolíticas (metaloproteinases) e a implantação sempre ocorre do
lado onde o embrioblasto está localizado.
Logo, o trofoblasto começa a se diferenciar em duas camadas:
Citotrofoblasto: Camada interna de células.
Sincicitrofoblasto: Camada externa de células.
OBS: No final da primeira semana o blastocisto está superficialmente implantado na camada endometrial na parte
póstero-superior do útero. O sinciciotrofoblasto é altamente invasivo e se adere a partir do polo embrionário, liberando
enzimas que possibilita a implantação do blastocisto no endométrio do útero. Esse é responsável pela produção do
hormônio hCG que mantém a atividade hormonal no corpo lúteo durante a gravidez e forma a base para os testes de
gravidez.
Correlações clínicas:
Defeitos no desenvolvimento: A tuba uterina colabora para o transporte do ovócito. Se a tuba estiver
impérvia, devido a algum processo inflamatório pregresso, pode ocorrer implantação do zigoto na mucosa da
tuba, estrutura inapropriada e que causa risco de hemorragia materna - Gravidez tubária. O ovócito pode
também cair na cavidade abdominal e se implantar na escavação reto-uterina (Saco de Douglas), que culmina
com morte do embrião -Gravidez abdominal.
Defeitos de implantação do blastocisto no útero: Após o desenvolvimento normal o blastocisto pode sofrer
implantações atípicas, como próximo a cérvix uterina - placenta prévia - que pode resultar em complicações no
decorrer da gestação.
SEGUNDA SEMANA
Caracteriza-se por:
Término da implantação do blastocisto (10° dia)
Formação do disco embrionário bilaminar - epiblasto e hipoblasto;
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OBS: Concomitante a esses processos, aparece um pequeno espaço no embrioblasto, a cavidade amniótica. O
epiblasto forma o assoalho da cavidade amniótica e o hipoblasto o teto da cavidade exocelômica. Células do hipoblasto
migram para formar a membrana exocelômica que reveste a superfície interna do citotrofoblasto. Logo se modifica para
formar o saco vitelino primitivo. As células do endoderma do saco vitelino formam o mesoderma extra-embrionário,
que circunda o âmnio e o saco vitelino. Assim, há formação do âmnio, disco bilaminar e saco vitelino.
OBS: Com o desenvolvimento, surgem espaços celômicos isolados no interior do mesoderma extra-embrionário.
Posteriormente, fundem-se para formar o celoma extra-embrionário, que envolve o âmnio e o saco vitelino.
OBS: Córion: Formado pelo mesoderma somático extra-embrionário e as duas camadas de trofoblasto.
TERCEIRA SEMANA
Caracteriza-se por:
Aparecimento da linha primitiva;
Formação da notocorda;
Formação do disco trilaminar
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Correlação Clínica:
Teratoma Sacrococcígeo
O tumor contém elementos das três camadas germinativas em estágios incompletos de diferenciação
Incidência de 1 em 35.000 nascidos vivos
Diagnosticados por ultra-sonografia e a maioria benignos
Retirados cirurgicamente com bom prognóstico
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Formação do Alantoide
O alantoide é um anexo embrionário que surge por volta do 16° dia na parede caudal do saco vitelino. Durante a
maior parte do desenvolvimento, o alantoide persiste como uma linha que se estende da bexiga urinária até a região
umbilical, chamada de úraco, a qual nos adultos corresponderá ao ligamento umbilical mediano.
25º dia e na extremidade caudal – neuroporo caudal – até o 27º dia. Concomitante a esse processo, as células da
crista neural migram e formam uma massa entre o ectoderma e o tubo neural, a crista neural. Logo, a crista se separa
em duas partes, direita e esquerda, e origina os gânglios espinhais e os gânglios do sistema autônomo e as meninges.
O ácido fólico é uma vitamina importante na gestação, seu consumo também merece grande atenção, pois está
associada à formação do tubo neural principalmente no início da gestação. Assim, aconselha-se a
suplementação medicamentosa de 200 µg por dia antes da concepção e no primeiro trimestre da gestação. A
deficiência dessa vitamina está relacionada a defeitos no tubo neural, quando ocorrer no início da gestação; e à
anemia megaloblástica, devido à produção excessiva de hemácias, quando ocorrer no final. Além disso, outras
consequências de sua deficiência são: aborto espontâneo, hemorragias, pré-eclâmpsia e Restrição de
Crescimento Intra-Uterino
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1) DOBRAMENTOS DO EMBRIÃO
Os dobramentos levarão à transformação de um disco trilaminar plano em um embrião praticamente
cilíndrico.
O dobramento ocorre nos planos mediano e horizontal e é decorrente do rápido crescimento do embrião,
particularmente do encéfalo e da medula espinhal.
A velocidade de crescimento lateral do embrião não acompanha a velocidade de crescimento longitudinal,
ocasionando o seu dobramento.
Os dobramentos das extremidades cefálica e caudal e o dobramento lateral ocorrem simultaneamente.
Prega caudal
Resulta do crescimento da parte distal do tubo neural. A medida que o embrião cresce, a região caudal
projeta-se sobre a membrana cloacal.
Durante esse dobramento, parte do Endoderma é incorporado como intestino posterior, cuja porção terminal
dilata-se para formar a cloaca.
Após o dobramento, o pedículo de fixação (ou pedículo de conexão), primórdio do cordão umbilical, fica
preso à superfície ventral do embrião, enquanto a Alantoide é parcialmente incorporada.
Endoderma: revestimento epitelial dos tratos respiratório e gastrointestinal; tonsilas; tireoide e paratireoides;
timo, fígado e pâncreas; revestimento epitelial da bexiga e maior parte da uretra; revestimento epitelial da
cavidade do tímpano, antro timpânico e da tuba auditiva.
Quinta semana:
Pequenas mudanças na forma do corpo
Crescimento da cabeça excede o crescimento das outras
regiões
A face entra em contato com a proeminência cardíaca
Sexta semana:
Os intestinos penetram na parte proximal do cordão umbilical
Os membros superiores começam a apresentar uma
diferenciação regional (cotovelo e placas das mãos)
Formação dos raios digitais (primórdios dos dedos)
Movimentos espontâneos: contração muscular dos membros e
do tronco
Saliências auriculares e meato acústico externo
Olho bem evidente e respostas reflexas ao toque
Cabeça encurvada e muito maior em relação ao tronco
Sétima semana:
Os membros sofrem modificações consideráveis. Aparecem chanfraduras entre os raios digitais das
mãos
A comunicação entre o intestino primitivo e o saco vitelino está reduzida: pedículo vitelino
Início da ossificação dos membros superiores
Oitava semana:
Os dedos das mãos estão separados, mas ainda estão claramente unidos por membranas
Chanfraduras são visíveis entre os raios digitais dos pés
O plexo vascular do couro cabeludo já apareceu e forma faixa característica que envolve a cabeça
Primeiros movimentos voluntários dos membros
A ossificação começa nos membros inferiores e é identificável primeiro no fêmur
Final da oitava semana:
o Todas as regiões dos membros já são bem evidentes
o Os pavilhões auriculares começam a assumir sua forma final
o Desaparecimento dos sinais de eminência caudal
o Embrião com características nitidamente humana
o A cabeça, porém, ainda é desproporcionalmente grande
o Região do pescoço definida e pálpebras evidentes
o Intestinos ainda na porção proximal do cordão umbilical
o Identificação do sexo ainda não é possível
OBS: Em algumas mulheres o cálculo da Idade Gestacional a partir da história menstrual pode não ser confiável e pode
ser necessária a utilização de exames complementares. A ultrassonografia mede o tamanho da cavidade coriônica e de
seu conteúdo embrionário e, a partir desses dados, estima a data da concepção.
OBS: Ginecologista e ultrassonografistas devem utilizar a mesma terminologia.
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OBS: A data do nascimento é calculada como sendo 266 dias após a data estimada da
fertilização, ou 280 dias após o início do último período menstrual normal (UPMN).
Desde a fertilização até o fim do período embrionário (8 semanas), a idade é melhor
expressa em dias; depois, a idade é dada em semanas.
• Exame ultrassonográfico
Estimativa do tempo de gestação
Avaliação do crescimento do embrião
Orientação durante amostragem de vilosidade coriônica
Suspeita de gravidez ectópica
Possível anormalidade uterina
Detecção de anomalias congênitas
ANOMALIAS CONGÊNITAS
Malformação: Se um órgão apresenta uma alteração em sua estrutura morfológica (em parte ou na totalidade),
temos um defeito morfológico. Se for comprovado que este defeito foi causado por uma anormalidade
cromossômica, pode-se dizer que é uma alteração morfogenética. Esta pode ser herdada.
Perturbação: Se um bebê nasce com um defeito morfológico provocado por uma interferência externa, tal
como teratógenos (drogas ou vírus, por exemplo), será classificado como perturbação. Este fator não é
hereditário, mas fatores hereditários podem predispor a uma perturbação.
Deformação: Isto ocorre graças às forças mecânicas, causando uma forma ou aparência anormal de uma
determinada porção corpórea. Pode-se citar como exemplo o “pé equinovaro”, que é causado pela
insuficiência de líquido amniótico, resultando no pé torto do bebê. Esta alteração é causada por forças
mecânicas externas.
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Displasia: É a formação alterada de um determinado tecido, aonde as células irão se dispor de forma inusitada
e não esperada, considerando os padrões. Não há uma causa específica para o acontecimento da displasia.
OBS: Em 1991 surgiram as primeiras publicações de que o vírus da rubéola e um sedativo chamado de talidomida
poderiam provocar uma invalidade nesse desenvolvimento, sendo assim descobriram que as anomalias congênitas,
poderiam ser decorrentes de fatores genéticos, fatores ambientais bem como heranças multifatoriais (quando fatores
genéticos e ambientais atuam em conjunto). Por exemplo, hoje em dia você ao ver uma criança cega, você não pode
mais olhar para ela e concluir que isso foi uma herança genética.
• Anticonvulsivantes
Tratamento de epilepsia
o Trimetadiona: retardo do crescimento, sobrancelhas em V, orelhas em posição baixa, fenda labial
o Fenitoína: retardo do crescimento, microcefalia, retardo mental, hipoplasia das unhas (síndrome da
hidantoína fetal)
• Tranquilizantes
Período crítico: 24 a 36 dias após a fertilização
Características da síndrome da talidomida: Meromelia (as anomalias variaram desde a amelia até a
micromelia)
Rubéola
Atravessa a membrana placentária e infecta o embrião/feto
Síndrome da Rubéola Congênita: Catarata, defeitos cardíacos e surdez, deficiência mental, glaucoma.
Quanto mais no início da gravidez, maior o perigo
Infecção nas primeiras 4 a 5 semanas: anomalias no olho, orelha, coração, cérebro
Citomegalovirus
Infecção viral mais comum do feto humano
Infecção no primeiro trimestre: a maioria das gestações terminam em aborto Após o primeiro
trimestre: retardo do crescimento intrauterino, microcefalia, cegueira, paralisia cerebral, surdez, retardo
mental
Toxoplasma gondii
Ingestão de carne crua ou mal cozida (de porco, de cordeiro)
Contato íntimo com animais domésticos infectados (geralmente gatos) ou com o solo
Anomalias: deficiência mental, microcefalia, microftalmia, hidrocefalia
A porção terminal do intestino posterior chamada CLOACA é dividida pelo septo urorretal em seio anorretal e
seio urogenital até a 7ª semana.
DIFERENCIAÇÃO SEXUAL
Fenótipo masculino requer um cromossomo y.
Um gene - fator determinante do testículo (FDT) foi localizado na região determinante do sexo do cromossomo y-
responsável pela diferenciação testicular.
A simples ausência do cromossomo y resulta na formação de um ovário.
A diferenciação sexual feminina primária independe de hormônios – ocorre na ausência de ovários e
aparentemente não sofre influência hormonal.
Nas mulheres, os cromossomos X carregam genes para o desenvolvimento ovariano.
CRIPTORQUIDIA
Ocorre em até 30% dos meninos prematuros Não descida dos testículos: esterilidade
Não descida dos testículos: esterilidade
Decorre da deficiência na produção de andrógenos
DETERMINAÇÃO DO SEXO
Por volta da 8ª. semana, as células dos testículos começam a secretar hormônios androgênicos.
A produção de testosterona é estimulada pelo HCG (Gonadotropina Coriônica Humana).
O testículo fetal também produz uma glicoproteína conhecida como hormônio antimulleriano ou substância
inibidora de Muller produzido pelas células de sertoli.
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CORRELAÇÕES CLÍNICAS
DETERMINAÇÃO DO SEXO DO FETO
O exame cuidadoso do períneo pode identificar uma genitália ambígua
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SEXO GENÉTICO
Para formar o sexo genético, temos:
23X + 23X Cariótipo feminino
Sexo genético
23X + 23Y Cariótipo masculino
SEXO GONADAL
Para formar o sexo gonadal, temos:
Presença do cromossomo Y (gene SRY – sex determining region of the Y): formação dos testículos, com suas
respectivas células produtoras de gametas, que são as células de Sertoli e as células de Leydig.
Ausência do cromossomo Y: formação dos ovários, com suas respectivas células produtoras de gametas, que
são as células da teca e as células da granulosa.
GENITÁLIA INTERNA
Para formar a genitália interna, ocorre uma pequena diferença: todos os seres humanos, intrinsecamente,
apresentam a capacidade embriológica de formar tanto a genitália interna masculina como a feminina. Entretanto,
durante o desenvolvimento embrionário, a ordem comandada pelo cromossomo Y é capaz de fazer com que a genitália
masculina se desenvolva e a genitália feminina regrida; do mesmo modo, a ausência da ordem faz com que a genitália
feminina se sobreponha a masculina.
Então, todos nós possuímos dois pares de tubos: o ducto de Wolf (ou mesonéfrico) e o ducto de Müller (ou
paramesonéfrico); entretanto, normalmente, só um deles se desenvolve, enquanto o outro regride.
Presença de cromossomo Y: desenvolve-se o tubo de Wolf (mesonéfrico), ocorre a produção do hormônio anti-
mülleriano (AMH), produzido pelo testículo, e regride o tubo de Müller. A produção de testosterona (também
por parte do testículo), por sua vez, garante que o tubo de Wolf desenvolva o restante da genitália interna
masculina: epidídimo, ductos deferentes, vesículas seminais.
Ausência de cromossomo Y: não ocorre a formação de AMH, o que permite o desenvolvimento do tubo de Müller
(paramesonéfrico), regride o tubo de Wolf, e ocorre a formação da genitália interna feminina: trompas, útero, colo
uterino e 2/3 superiores da vagina.
GENITÁLIA EXTERNA
Para a formação da genitália externa (que caracteriza o fenótipo), diferentemente da genitália interna,
dependemos apenas de estruturas comuns para ambos os sexos. Isso significa que a presença da “ordem”
(cromossomo Y) determina que essas estruturas deem origem à genitália externa masculina; a ausência da “ordem”, por
sua vez, determina a formação da genitália externa feminina. As referidas estruturas são conhecidas como seio
urogenital, tubérculo genital, protuberância lábio-escrotal e a prega (ou dobra) urogenital.
Presença do cromossomo Y: no homem, o seio urogenital dá origem a próstata e a uretra; o tubérculo genital
da origem a glande; a protuberância lábio-escrotal dá origem à bolsa escrotal; a prega urogenital forma o corpo
do pênis.
Ausência do cromossomo Y: na mulher, o seio urogenital dá origem a vagina (terço inferior) e a uretra; o
tubérculo genital dá origem ao clitóris; a protuberância lábio-escrotal dá origem aos grandes lábios; a prega
urogenital forma os pequenos lábios.
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Toda a diferenciação entre as genitálias externas masculina e feminina depende, portanto, do cromossomo Y,
que determina a formação dos testículos e, por sua vez, a produção da testosterona, determinante no desenvolvimento
dessa genitália. Além da testosterona, a enzima 5α-redutase (produzida nos testículos) garante a conversão da
testosterona na diidrotestosterona, que é um androgênio mais potente e que está diretamente relacionado com o
desenvolvimento da genitália masculina. A ausência da 5-α-redutase é determinante no desenvolvimento da genitália
externa feminina.
Todas essas etapas diferentes podem gerar anomalias diferentes. Imagina-se um paciente homem, com sexo
genético 46XY e sexo gonadal masculino (com testículos), que produz AMH, responsável por inibir o desenvolvimento
dos ductos de Müller e incentivar o desenvolvimento dos ductos de Wolf, gerando a produção de uma genitália interna
masculina (epidídimo, ducto deferente, vesículas seminais); entretanto, no momento da formação de sua genitália
externa, o seu testículo não produziu 5α-redutase e, consequentemente, não produziu diidrotestosterona (deficiência de
5α-redutase). Esse indivíduo vai desenvolver, com isso, uma genitália ambígua (em caso de deficiência parcial da 5α-
redutase) ou genitália feminina (em caso de deficiência total dessa enzima).
Conclusões:
O sexo genético (cromossômico) determina o sexo gonadal, o qual, por sua vez, irá determinar o sexo fenotípico;
A masculinização fetal é determinada por hormônios produzidos nos testículos em desenvolvimento;
Na ausência dos testículos (ou da produção ou ação de seus hormônios), o desenvolvimento fenotípico é
feminino, mesmo na ausência dos ovários.
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Os epitélios glandulares são constituídos por células especializadas na atividade de secreção. As células
epiteliais podem sintetizar armazenar e secretar proteínas (pâncreas), lipídios (adrenal e glândulas sebáceas) ou
complexos de carboidratos e proteínas (glândulas salivares).
Os epitélios que constituem as glândulas do corpo podem ser classificados de acordo com vários critérios.
Glândulas unicelulares consistem em células glandulares isoladas, e glândulas multicelulares são compostas de
agrupamentos de células.
NATUREZA DA SECREÇÃO
Serosa: Secretam substâncias serosas, que é algo mais fluído, com grande quantidade de proteínas.
Apresentam citoplasma proteico (básico), corando-se bem com Eosina na cor Róseo escuro. Núcleos na maioria
centrais. Ex.: Pâncreas endócrino.
Mucosa: Secreção mais densa, de alta viscosidade. A maioria apresenta núcleo achatado, na periferia, corando-
se em Roxo Vivo. Secretam mucinogênio, glicoproteína que sob hidratação, incham e tornam-se um espesso
lubrificante protetor, a MUCINA, seu principal do muco. Ex.: Células intestinais, salivares, caliciformes.
Mista: Contém ácinos mucosos e serosos, sendo os mucosos com semiluas serosas. Exemplo: Sublingual e
submandibular.
VIAS DE SECREÇÃO
Constitutiva: Secreção do produto de forma contínua, sem necessidade de estímulo por moléculas
sinalizadoras e sem armazenamento.
Reguladora: Glândulas concentram e armazenam seus produtos de secreção, até que uma molécula
sinalizadora apropriada seja recebida.
EFEITO
Autócrino: Ocorre quando uma célula secreta um mensageiro químico para atuar em seus próprios receptores,
como por exemplo a produção do fator de crescimento epidérmico.
Parácrino: Os mensageiros químicos atuam sobre células adjacentes, sendo este um modo se ação de muitas
células do sistema neuroendócrino difuso.
Endócrino: É a secreção de mensageiros químicos (hormônios) para a corrente circulatória, atuando sobre
tecidos distantes.
GLÂNDULAS EXÓCRINAS
As glândulas são sempre formadas a partir de epitélios de revestimento cujas células proliferam e invadem o
tecido conjuntivo subjacente, após o que sofrem diferenciação adicional. Isto em geral ocorre na vida fetal. As glândulas
que mantêm sua conexão com o epitélio do qual se originaram são denominadas glândulas exócrinas. Esta conexão
toma a forma de ductos tubulares formados por células epiteliais e através destes ductos as secreções são eliminadas,
alcançando a superfície do corpo ou cavidade, isto é, as glândulas exócrinas têm uma porção secretora constituída pelas
células responsáveis pelo processo secretório e ductos que transportam a secreção.
Avaliação do ducto glandular:
Ducto simples: As glândulas que possuem somente um ducto não ramificado são denominadas
glândulas simples
Ducto composto: As que têm ductos ramificados são chamadas de glândulas compostas.
Morfologia das Glândulas Exócrinas: A organização celular da porção secretora representa um segundo
critério para classificação das glândulas. Dependendo da forma de sua porção secretora, as glândulas simples
podem ser classificadas como tubulares, tubulares enoveladas, tubulares ramificadas ou acinosas (cuja porção
secretora é arredondada). As glândulas compostas, por sua vez, podem ser classificadas como tubulares,
acinosas ou túbulo-acinosas.
Tubulosas ou Tubular: a porção secretora assume a forma de tubo;
Acinosas ou Alveolares: a porção secretora assume a forma de um cacho de uvas;
Composta túbulo-acinosa: quando se encontram na mesma glândula porções secretoras tubulosas e
acinosas.
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Eliminação da secreção das glândulas exócrinas: Quanto à eliminação da secreção pela glândula, esta pode
ser classificada em:
Merócrina: quando a secreção é eliminada sem perda do citoplasma. Ex.: Sudoríparas, lacrimais,
pancreáticas.
Apócrina: quando a secreção eliminada contém produto de secreção mais parte do citoplasma das
células secretoras. Exemplo: glândulas mamárias.
Holócrina: quando a secreção eliminada é constituída pelas próprias células secretoras, cujo acúmulo de
secreção determina sua morte. Exemplo: glândula sebácea.
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o Tecido Epitelial - Gl. Tubular Simples Enovelada - Gl. Sudorípara: A porção secretora da glândula
simples enovelada é constituída por um epitélio cúbico simples circundado por células mioepiteliais. Já o
ducto da glândula é formado por um epitélio cúbico estratificado, cujas células são menores do que as
unidades secretoras. Nos cortes histológicos, os ductos são sempre mais escuros do que as unidades
secretoras.
o Tecido Epitelial – Gl. Tubular Simples – Intestino Grosso: Essa glândula é constituída por um epitélio
cilíndrico simples, sendo que possui luz tubular única e reta, onde são lançados os produtos de secreção.
o Tecido Epitelial - Gl. Acinosa Simples - Gl. Sebácea: Os alvéolos apresentam-se formados por uma
camada externa de células epiteliais achatadas que proliferam e diferenciam-se em células arredondadas,
que vão acumulando no citoplasma o produto de secreção, de natureza lipídica. Os núcleos vão
gradualmente se tornando condensados e desaparecem. As células mais centrais do alvéolo morrem e se
rompem, formando a secreção sebácea. Logo, é um tipo de secreção holócrina.
o Tecido Epitelial - Gl. TubuloAcinar Ramificada Composta - Gl. Salivar: Tem-se como exemplo de
glândulas tubuloacinar, a glândula submandibular e a sublingual, que são glândulas mistas (mucosas e
serosas), diferentemente da parótida que é inteiramente serosa.
As células acinares serosas estão localizadas nas partes terminais secretoras e contêm grânulos de zimogênio
apicais apresentando amilase salivar e outras proteínas salivares no seu interior. Já as células acinares mucosas
secretam mucinas (glicoproteínas) na saliva.
o Tecido Epitelial - Gl. Alveolar Composta – Pâncreas: A porção exócrina do pâncreas é uma glândula alveolar
composta, similar à glândula parótida em
estrutura. O ácino tem formato arredondado,
com uma luz pequena luz central. As células
secretoras dispõem-se no ácino como fatias de
uma torta, apresentando formato trapezoidal e
núcleo redondo localizado na base.
OBS¹:O citoplasma celular é rico em vesículas
contendo enzimas digestivas (grânulos de
zimogênio) como o tripsinogênio,
quimiotripsinogênio, carboxipeptidase,
ribonuclease, lipase, amilase e
desoxirribonuclease. Esses grânulos de
zimogênio estão localizados no citoplasma
apical das células acinares e são liberados por
exocitose para a luz do ácino em resposta à
hormônios.
GLÂNDULAS ENDÓCRINAS
Nas glândulas endócrinas, a conexão com o epitélio foi obliterada durante o desenvolvimento. Estas glândulas,
portanto, não têm ductos e suas secreções são lançadas no sangue e transportadas para o seu local de ação pela
circulação sanguínea.
OBS: Alguns órgãos têm funções tanto endócrinas como exócrinas e um só tipo de célula pode funcionar de ambas as
maneiras – por exemplo, no fígado, onde as células que secretam bile através de um sistema de ductos também
secretam produtos na circulação sanguínea. Em outros órgãos, algumas células são especializadas em secreção
exócrina e outras em endócrina; no pâncreas, por exemplo, as células acinosas secretam enzimas digestivas na
cavidade intestinal, enquanto as células das ilhotas secretam insulina e glucagon no sangue.
Classificação:
Cordonal: As células formam cordões anastomosados, entremeados por capilares sanguíneos. O
hormônio é armazenado dentro da célula e só é liberado com a chegada de moléculas sinalizadoras ou
com o impulso nervoso. Exemplo: Adrenal, paratireoide, hipófise anterior.
Vesicular: As células formam vesículas ou folículos preenchidos de material secretado. O hormônio é
liberado na forma de seu precursor, o coloide. Com a chegada de moléculas sinalizadoras, o hormônio é
reabsorvido pelas células foliculares e liberado no Tecido Conjuntivo, onde desemboca na corrente
sanguínea. Exemplo: Tireoide.
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o Tecido Epitelial - Secreção Endócrina – Tireoide: A tireoide é uma glândula endócrina que armazena
hormônios dentro de cavidades esféricas envoltas por células secretoras, estas unidades denominam-se
folículos.
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O sistema endócrino é constituído por glândulas desprovidas de dutos, por grupos distintos de células em
determinados órgãos e por células endócrinas individuais, situadas dentro do revestimento epitelial do trato digestivo e
do sistema respiratório.
HORMÔNIOS
Hormônios são mensageiros químicos produzidos pelas glândulas endócrinas e enviados para células-alvo
através do sangue. A natureza de um hormônio determina seu mecanismo de ação (sendo o efeito de curta ou de longa
duração)
Localização dos receptores de hormônios: uma vez liberado na corrente sanguínea, o hormônio primeiro se
liga a receptores específicos na (ou dentro da) célula. Podem estar:
Aderidos na superfície da membrana celular ou sobre ela
No citoplasma celular.
No núcleo das células.
Depois de o hormônio ter ativado a célula-alvo, é gerado um sinal inibidor que retorna, direta ou indiretamente,
para a glândula endócrina (Mecanismo de Retroalimentação) para interromper a secreção desse hormônio.
HIPOTÁLAMO
A secreção de quase todos os hormônios produzidos pela hipófise é controlada por sinais hormonais ou
nervosos emitidos pelo hipotálamo. Constituindo assim, o centro encefálico para manutenção da homeostasia.
Os hormônios hipotalâmicos que estimulam (hormônios liberadores) ou inibem (hormônios inibidores) a
adenohipófise são:
Hormônio liberador de tireotrofina (TRH)
Hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH)
Hormônio liberador de somatotrofina (SRH)
Hormônio liberador de prolactina (PRH)
Hormônio inibidor de prolactina (PIH)
Hormônio liberador de corticotrofina
Hormônio melanócito estimulante
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o Basófilas: têm afinidade a corantes básicos e se coram em azul. São de três tipos:
Corticotróficas: secretam hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) e hormônio lipotrófico
(LPH). Estimuladas pelo CRH.
Tireotróficas: secretam hormônio tireotrófico (TSH). Estimuladas pelo TRH e inibidas pela
presença de tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), hormônios produzidos pela tireoide.
Gonadotróficas: secretam FSH e LH. Estimuladas pelo GnRH e inibidas por hormônios
produzidos nos ovários e testículos.
OBS:
Corpos de Herring: corpúsculos que armazenam hormônios.
Pituícitos: células musculares modificadas que emitem contrações na pars nervosa da neurohipófise para
liberação de hormônios.
Gigantismo X Nanismo: são condições relacionadas com distúrbios na hipófise, ocorrendo alteração na
liberação de STH na infância:
Gigantismo: liberação em grandes quantidades.
Nanismo: liberação em poucas quantidades.
Acromegalia: liberação demasiada de STH durante a fase adulta. O indivíduo acometido apresenta
extremidades do corpo grandes.
Diabetes insipidus: lesão no hipotálamo ou na pars nervosa da neurohipófise que reduz a produção de ADH,
levando a uma disfunção renal, que causa uma absorção inadequada de água pelos rins, causando poliúria
(muita urina), polidipsia (muita sede) e, consequentemente, desidratação.
TIREOIDE
A tireoide (glândula endócrina localizada na região anterior do pescoço) secreta os hormônios tiroxina (T4),
triiodotironina (T3) e calcitonina, sendo controlado pelo TSH (hormônio produzido pelas células basófilas tireotróficas
da pars tubelaris da adenohipófise).
Células Foliculares (Células Principais): são as produtoras do T3 e T4, hormônios ligados diretamente com: o
aumento do metabolismo celular (taxa de crescimento, aumento da atividade das glândulas endócrinas,
estimulação do metabolismo de carboidratos e gorduras e o aumento da frequência cardíaca e respiratória).
Os iodetos são essenciais para a produção desses hormônios: a
síntese desses hormônios é regulada pelos níveis de iodeto nas
células foliculares assim como pela ligação de TSH aos receptores.
O hormônio tireotrófico (TSH) estimula as células foliculares da tireoide
a liberarem T3 e T4 no sangue.
Hipertireoidismo: elevação nas taxas de T 3 e T4 e queda na taxa de TSH. Os sintomas incluem exoftalmia
(protrusão do globo ocular), magreza, etc.
Hipotireoidismo: redução nas taxas de T 3 e T4 e elevação na taxa de TSH. Os sintomas incluem obesidade,
sonolência, mixedemia (edema elástico da pele).
Hipotireoidismo primário: atinge apenas a tireoide.
Hipotireoidismo central secundário: atinge a hipófise.
Hipotireoidismo central terciário: atinge o hipotálamo.
Hipotireoidismo Subclinico: falta de receptores nas células-alvo do T3 e T4.
Cretinismo: falta de T3 e T4 na infância.
Bócio: significa aumento da glândula tireoide que ocorre, basicamente, por dois motivos: ou porque o TSH está
alto, ou porque existem anticorpos estimulando a glândula.
PARATIREOIDES
Quatro pequenas glândulas (localizadas na superfície posterior da tireoide) indispensáveis para a vida, uma vez
que são produtoras do paratormônio (PTH) que regula o nível de cálcio no sangue. Seu parênquima é constituído por 2
tipos de células:
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Células Principais: sintetizam o paratormônio, responsável por agir nos ossos, rins e intestino para manter uma
concentração ótima de cálcio no sangue.
Células Oxífilas: não produzem nenhuma substância importante.
ADRENAIS (SUPRARRENAIS)
São glândulas pares que se localizam no superior de cada rim e são constituídas por duas regiões: o córtex
(mais externo) e a região medular (interna).
CÓRTEX DA ADRENAL
De origem mesodérmica, apresenta células que secretam hormônios esteroides (derivados do colesterol, o que
significa que em nossa dieta deve haver ingestão de colesterol HDL). O córtex divide-se em 3 zonas:
Zona Glomerurosa: mais externa (revestida pela cápsula). Secreta meneralocorticoides (aldosterona e
desoxicorticosterona) que estimulam a reabsorção de cálcio nos rins.
Zona Fascilculada: intermediária. Secreta glicorticoides (cortisol e corticosterona), hormônios que regulam o
metabolismo dos carboidratos, gorduras e proteínas, atuam como antiinflamatórios, reduzem a permeabilidade
capilar e suprimem a resposta autoimune.
Zona Reticular: mais interna, secreta andrógenos (desidroepiandrosterona), hormônios sexuais
masculinizantes.
A secreção de glicocorticoides é regulada pela adenohipófise (ACTH) e de forma indireta pelo hipotálamo (CRH).
A ausência de ACTH promove a atrofia do córtex da adrenal. O excesso de secreção de ACTH causa
hiperplasia (câncer) e hipertrofia (aumento) das 2 zonas internas e a liberação de glicorticoides.
Hipoadrenalismo (Síndrome de Addison): altas doses de glicorticoides suprimindo a produção de ACTH pela
hipófise. Sintomas: fraqueza muscular, pressão baixa, distúrbios sexuais, hipoglicemia.
Hiperadrenalismo: resulta da hiperplasia do córtex ou de tumores nas células basófilas (corticotróficas) da
adenohipófise levando a um aumento na produção de ACTH. Sintomas: fraqueza muscular, distúrbios sexuais,
pressão alta, hiperglicemia, obesidade (principalmente concentrada no rosto e pescoço).
MEDULA DA ADRENAL
De origem neuroectodermica, possui as famosas células cromafins, produtoras de catecolaminas (adrenalina
e noradrenalina). A adrenalina (epinefrina) prepara o corpo para a “luta ou fuga” e a noradrenalina (noraepinefrina)
funciona como um neurotransmissor.
Em suma, esses hormônios elevam a frequência e o débito cardíaco aumentando o fluxo sanguíneo para os
órgãos e a liberação de glicose para produção de energia produzindo vasoconstricção.
OBS: As células cromafins funcionam como células do sistema nervoso autônomo simpático; mais especificamente,
como células pós-ganglionares.
CORPO PINEAL
É uma glândula endócrina cujas secreções são influenciadas pelos períodos de luz e
escuridão diários (“ciclo circadiano”). Suas células são:
Pinealócitos: células do parênquima da pineal responsáveis pela secreção de
serotonina, que é convertida em melatonina que participa do ciclo circadiano
(percepção de dia ou noite, estações do ano). A serotonina é mais produzida de
dia, e a melatonina, à noite.
Astrócitos: células intersticiais semelhantes a da Glia.
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A melatonina pode agir protegendo o SNC por sua capacidade de capturar e eliminar radicais livres produzidos
durante o processo de estresse oxidativo (cada molécula de adrenalina liberada em um processo de estresse, 4
radicais livres são produzidos, responsáveis por envelhecer o corpo). Neste caso, o hormônio funcionaria como
uma substância antioxidante.
PÂNCREAS
O pâncreas é uma glândula mista que possui sua secreção exógena o suco pancreático e como secreção
endógena hormônios produzidos locais específicos:
Células α: produzem glucagon (glicogênio glicose)
Células β (beta): produzem insulina (glicose glicogênio)
Células δ (delta): produz somatostatina (age nas células α e células β, além de inibir a secreção de STH).
Células PP ou F: produz polipeptídios pancreáticos, atuando a nível de intestino na digestão.
Células G: produz gastrina (interfere na produção de HCl no estômago).
OBS: As ilhotas de Langerhans (ou Ilhéus de Langerhans) são um grupo especial de células do pâncreas que
produzem insulina e glucagon, e que dispõem em aglomerados (clusters) no pâncreas. Com exceção das células G,
todas as outras (células α, β, δ e PP) localizam-se nestas ilhotas e, por isso, atribui-se a elas o papel endócrino do
pâncreas.
A diabetes melito é uma doença endocrinológica caracterizada hiperglicemia (aumento dos níveis de glicose no
sangue) em decorrência de uma produção inadequada ou insuficiente de insulina pelas células β do pâncreas
(diabetes tipo 1 ou insulinodependente) ou por uma resistência periférica aumentada a ação deste hormônio
(diabetes tipo 2).
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RESUMO
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O sistema reprodutor é responsável por executar a reprodução na espécie humana, propiciando a perpetuação
da espécie.
A ausência de testosterona torna-se impossível o desenvolvimento dos ductos de Wolff (precursores do trato
genital masculino) e a ausência do hormônio antimuleriano torna possível o desenvolvimento dos ductos de Muller
(precursores do trato genital feminino).
OBS: Início da puberdade: o hipotálamo é ativado e passa a produzir o GnRH, que estimula a secreção dos hormônios
LH e FSH, que irão atuar no ciclo do desenvolvimento folicular e no ciclo ovulatório, caracterizando o inicio da vida
reprodutora feminina.
CONSTITUIÇÃO
Testículos: são dois, situados no escroto. São órgãos responsáveis por produzir os espermatozoides e a
testosterona.
Sistema de Ductos Genitais: são ductos que conduzem o sêmen (contendo espermatozoides e secreções
glandulares) até o óstio externo da uretra.
o Intratesticulares: estão situados dentro dos testículos e une os túbulos seminíferos ao epidídimo.
Túbulos Retos: Em maior número. Conduzem espermatozoides dos túbulos seminíferos para a
rede testicular. Sua metade proximal é composta por células de Sertoli e na
porção distal, epitélio cuboide simples com microvilosidades. É sustentado por
tecido conjuntivo frouxo.
Rede Testicular: Anastomoses dos túbulos retos. Situado dentro do mediastino do testículo e
constituído por espaços labirínticos revestidos por epitélio cuboide simples,
possuindo microvilosidades e um flagelo.
OBS: Ductos Eferentes: drenam os espermatozoides da rede testicular para o epidídimo, ou seja, ligam o testículo ao
meio extra-testicular. Formado por células cuboides não ciliadas alternando-se com colunares ciliadas.
Glândulas Genitais Acessórias: em número, são cinco: duas vesículas seminais, duas bulbouretrais e a
próstata.
Vesículas Seminais: São estruturas tubulosas altamente contorcidas adjacentes a parede posterior da
próstata. São formadas por células colunares que possuem microvilosidades. Estas glândulas secretam
um líquido seminal rico em frutose, aminoácidos prostaglandinos e proteínas, que constitui 70% do
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volume do sêmen. A frutose é seu principal constituinte, pois fornece energia aos espermatozoides. Dão
aspectos amarelo claro ao sêmen.
Próstata: É a maior das glândulas acessórias. É perfurada pela uretra e pelos ductos ejaculatórios. A
cápsula desta glândula é constituída por tecido conjuntivo não modelado altamente vascularizado,
entremeado por células musculares lisas. Seu estroma é rico em musculatura lisa. Formada por cerca de
30 a 50 glândulas túbulo alveolares compostas que lançam sua secreção (fosfatase ácida, fibrinolisina e
ácido cítrico) na uretra prostática, auxiliando os espermatozoides a chegarem a motilidade. A próstata é
constituída por 3 camadas: mucosa, submucosa e principal.
Glândulas Bulbouretrais: são duas que estão localizadas na raiz do pênis. Secretam diretamente na
uretra uma secreção lubrificante e escorregadia. Sua cápsula fibroelástica possui fibroblastos e células
musculares lisas e esqueléticas. O seu epitélio é composto por células cuboides a colunares simples.
OBS: A secreção das glândulas bulbouretrais é a primeira a ser secretada após a ereção peniana. Antes da ejaculação,
a liberação da secreção prostática que é lançada na uretra assim como os espermatozoides na ampola deferente. As
últimas secreções provêm das vesículas seminais, responsáveis por um aumento significativo no volume do sêmen.
Pênis: funciona como órgão excretor da urina, bem como copulador que deposita os espermatozoides no trato
reprodutor feminino. É composto por 3 colunas de tecido erétil, cada qual contido dentro de uma cápsula de
tecido conjuntivo fibroso (a túnica albugínea). O tecido erétil é formado pelos corpos cavernosos, ocupando a
posição dorsal, e os corpos esponjosos, que ocupam a posição central. Distalmente, o corpo esponjoso termina
numa porção dilatada – a glande do pênis (T.E.R. pseudo-estratificado pavimentoso). A pele do pênis que
reveste a glande é chamada de prepúcio.
O tecido erétil (composto por fibras elásticas e células musculares lisas) do pênis possui numerosos espaços
que recebem sangue de ramos das artérias profunda e dorsal do pênis para promover a ereção. A ereção é
controlada pelo sistema nervoso parassimpático após o estímulo sexual. Esses impulsos parassimpáticos
desencadeiam a liberação de oxido nítrico causando relaxamento dos músculos lisos das artérias profunda e
dorsal do pênis, aumentando o fluxo de sangue para o órgão.
A ejaculação se faz por parte do estímulo do sistema nervoso simpático.
TESTÍCULOS
Estão envolvidos por uma capa de tecido conjuntivo denso não-modelado denominada Túnica Albugínea que
dá resistência aos testículos. Abaixo desta camada está a Túnica Vasculosa, formada por tecido conjuntivo frouxo
altamente vascularizado responsável por nutrir os as células.
O aspecto posterior da túnica albugínea é espesso, formando o mediastino do testículo, pelo qual se irradiam
septos de tecido conjuntivo dividindo o testículo em compartimentos piramidais constituindo os lóbulos do testículo
(cerca de 250 em cada testículo). Cada lóbulo contém de uma a quatro túbulos seminíferos de fundo cego ricamente
inervado e vascularizado devido à túnica vasculosa. Nestes compartimentos ainda estão presentes as células de
Leydig (células intersticiais) responsáveis pela síntese de testosterona. Os espermatozoides são produzidos pelo
epitélio seminífero dos túbulos seminíferos.
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Os gametas masculinos se dirigem para os túbulos retos, que se unem na rede testicular. Os espermatozoides
saem da rede testicular pelos ductos eferentes que acabam se fundindo com a cabeça do epidídimo.
OBS: Os testículos estão localizados fora da cavidade abdominal para melhor produção de espermatozoides uma vez
que a temperatura deve estar 2ºC abaixo da temperatura corpórea. O plexo panpiniforme é responsável por auxiliar a
diminuição da temperatura. A artéria testicular nutre o testículo.
Criptoquirdia: em seu caminho normal, os testículos do feto, nas ultimas semanas da gravidez, desce para o
escroto. No caso da criptoquirdia, os testículos permanecem na cavidade abdominal. Na maioria dos casos, eles
descem no inicio da vida extrauterina. Caso isso não ocorra, deve ser corrigido com cirurgia.
TESTOSTERONA
Desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos.
Estimulam os folículos pilosos.
Estimulam o crescimento das glândulas sebáceas.
Produzem o aumento de massa muscular nas crianças durante a puberdade.
Ampliam a laringe.
Desenvolvimento da massa óssea maior, protegendo contra a osteoporose.
TÚBULOS SEMINÍFEROS
Constituídos por um espesso epitélio seminífero envolvido por um delgado tecido conjuntivo – a túnica própria.
Os dois estão separados por uma lâmina basal bem desenvolvida. Cerca de 1000 túbulos seminíferos estão presentes
em cada testículo (0,5 Km)
O epitélio seminífero é constituído por dois tipos de células: as células de Sertoli e as células
espermatogênicas.
Células de Sertoli: são células colunares altas responsáveis por:
Sustentação físico e nutricional (secreção de frutose) das células germinativas em desenvolvimento;
Fagocitose do citoplasma eliminado pelas espermátides durante a espermiogênese;
Estabelece uma barreira hematotesticular (isola o compartimento junto da luz da influência do tecido
conjuntivo, protegendo desta maneira os gametas em desenvolvimento do sistema imunológico);
Síntese e liberação de ABP (proteína ligante de andrógenos): responsável por captar testosterona
para o uso do testículo.
Síntese e secreção de inibina, que inibe a secreção do FSH.
Síntese e secreção da transferrina testicular, proteína que conduz ferro do sangue aos testículos.
Síntese e liberação do hormônio antimileriano: suprime a formação do ducto de Muller, dando
origem a genitália masculina no embrião.
CÉLULAS ESPERMATOGÊNICAS
O processo da espermatogênese, através do qual as espermatogônias dão origem aos espermatozoides, está
dividido em três fases: espermatocitogênese (diferenciação das espermatogônias em espermatócitos primários), meiose
e espermiogênese (transformação de espermátides em espermatozoides).
ESPERMIOGÊNESE
Fase do Golgi: aumento do volume do Complexo de Golgi, ocorrendo a produção de vesículas que se
fundirão para formar a vesícula acrossômica.
Fase do Capuz: nessa fase a vesícula acrossômica cresce em tamanho e sua membrana envolve
parcialmente o núcleo. Ao final deste desenvolvimento, passa a se chamar acrossomo.
Fase do Acrossomo: caracterizada por modificações da espermátide: núcleo condensado, alongamento da
célula, mudança da localização das mitocôndrias.
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Fase de Maturação: eliminação do citoplasma que é fagocitado pelas células de Sertoli e os espermatozoides
soltos são liberados para a luz dos túbulos seminíferos (espermiação).
OBS: Espermatozoides recém-formados são imóveis e incapazes de fertilização. Eles ganham motilidade quando
passam pelo epidídimo e capacitados para fertilizar quando estão no sistema reprodutor feminino.
HISTOFISIOLOGIA DO TESTÍCULO
O hipotálamo secreta o GnRH, estimula a hipófise anterior a produzir e secretar os hormônios gonadotróficos
(FSH e LH).
O LH é responsável por estimular as células de Leydig a produzir e secretar a testosterona, hormônio
responsável pelas características secundárias masculinas. Quando os níveis de testosterona no sangue estão
elevados, por feedback negativo, a secreção de LH é inibida.
O FSH é responsável por estimular as células de Sertoli a secretar ABP (capta testosterona para uso do
testículo) e inibina, o qual, por feedback negativo, controla a secreção do FSH.
ESPERMATOZOIDES
Cabeça: contém um núcleo eletrodenso e condensado contendo 23 cromossomos que é envolvido
anteriormente pelo acrossoma. Este por sua vez contém enzimas que incluem a hialuronidase, fosfatase ácida e
acrosina. A ligação do acrossoma com a proteína zp3 da zona pelúcida do ovócito, desencadeia a reação
acrossômica (perfurações na membrana acrossomial, causando a liberação das enzimas) facilitando o
processo de fertilização.
Cauda: dividida em quatro regiões: colo (peça de comunicação que une a cabeça ao restante da cauda), peça
intermediária (presença da bainha mitocondrial), peça principal (que estão circundadas pela bainha fibrosa) e
peça terminal (fim).
Causas da infertilidade:
Varicocele: aumento na vascularização dos testículos
Infecção
Alterações hormonais
Obstrução (epidídimo)
Falência testicular
Uso de drogas e anabolizantes.
Tabagismo
Quimioterapia e radioterapia
Patologias Relacionadas:
Hiperplasia Benigna de Próstata
Câncer de Próstata
Tumores de Células Intersticiais
Criptorquidia
Raios X, Drogas, Álcool e Desnutrição
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O sistema reprodutor feminino é constituído pelos órgãos reprodutores internos: dois ovários, dois oviductos, o
útero e a vagina; e pela genitália externa: clitóris, grandes e pequenos lábios.
Os órgãos reprodutores femininos desenvolvem-se durante a puberdade sob estímulo dos hormônios
gonadotroficos, caracterizando a menarca (primeira menstruação), que até então estão em repouso.
O fim da vida reprodutora feminina é chamado de menopausa.
OVÁRIOS
O ovário é coberto pelo epitélio germinativo e está dividido em córtex e medula. Abaixo do epitélio está
localizada a túnica albugínea, formada de tecido conjuntivo denso não modelado. Ele está preso ao ligamento largo do
útero pelo mesovário.
Região cortical: presença dos folículos (primordial, secundário e de Graaf).
Região Medular: grande concentração de vasos sanguíneos.
Epitélio Germinativo: do tipo simples cúbico que reveste externamente o ovário.
Túnica Albugínea: tecido conjuntivo repleto de fibroblastos
OBS: As células foliculares não se originam do epitélio germinativo como antes se pensava.
FOLICULOS OVARIANOS
Passam por quatro estágios de desenvolvimento: primordial, primário, secundário e de Graaf. O desenvolvimento
dos folículos primários não depende do FSH. A diferenciação e proliferação das células foliculares são induzidas por
fatores locais, ainda não caracterizados. A partir do folículo secundário, estão sob influência do FSH.
Folículos primordiais: são constituídos por uma camada de células
foliculares achatadas que envolvem o ovócito primário, que está
parado na prófase I da meiose, desde o nascimento, sob influência
do OMI (Inibidor da Maturação do Ovócito). As células foliculares
prendem-se umas as outras pelos desmossomos, e estão
separadas do tecido conjuntivo por uma lâmina basal.
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Folículo Atrésico: somente um folículo sofre ovulação. Os outros que ainda estão em desenvolvimento sofrem
atresia, sendo estes fagocitados por macrófagos.
Corpo Hemorrágico: é formado por um coágulo de sangue central no antro do folículo maduro resultado da
ovulação.
Corpo Lúteo: formado, depois do corpo hemorrágico sob ação do LH (converte o corpo hemorrágico em lúteo –
luteinização), pelo resto do folículo maduro. É uma glândula endócrina temporária que sustenta o endométrio.
Corpo Albicans: quando não ocorre a fertilização, o corpo lúteo é invadido por fibroblastos e é fibrosado e
deixa de funcionar, formando o Corpo Albicans. Caso haja a fertilização, o hCG impedirá a cicatrização do
corpo lúteo, o qual assumirá a produção de progesterona durante o inicio (3 primeiros meses) da gravidez,
sustentando o endométrio.
OVIDUTOS
Agem como um conduto para os espermatozoides atingirem o ovócito e conduzir o ovo fertilizado para o útero.
Eles se dividem em quatro regiões e recoberto por três camadas.
Infundíbulo: localizado na extremidade aberta para o ovário. Possui projeções, as fimbrias, que capturam o
ovócito II.
Ampola: região dilatada onde geralmente ocorre a fertilização.
Istmo: porção longa entre a ampola e o útero.
Região Intramural: extremidade que se abre na luz do útero.
ÚTERO
Órgão muscular constituído por fundo (base arredondada), corpo (porção larga na qual se abrem os ovidutos) e
cérvice (ou colo, porção circular estreita que se abre na vagina). Este órgão está localizado na linha média da pelve,
preso a cavidade abdominal pelo ligamento largo e ligamento redondo.
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FUNDO E CORPO
O corpo e o fundo são constituídos pelo endométrio, miométrio e por uma adventícia ou por uma serosa.
Endométrio: é o revestimento mucoso do útero, constituído por epitélio colunar simples e pela lâmina própria.
Possui células colunares secretoras não-ciliadas e células ciliadas, enquanto a lamina própria contém glândulas
tubulosas. A lâmina própria é formada por tecido conjuntivo denso não modelado. O endométrio é constituído por
duas camadas:
o Camada funcional: vascularizada por artérias helicoidais e artérias retas. Camada que descama
mensalmente na menstruação.
o Camada basal: situada abaixo da camada funcional e é responsável por sua regeneração após cada
ciclo menstrual.
Miométrio: constituído pelas camadas longitudinal interna, média circular (ricamente vascularizada) e a
longitudinal externa de músculos lisos. O processo de contração uterina durante o parto é causado por ações
hormonais: (1) influência do hormônio corticotrófico (estimulam a produção de prostaglandinas); (2) hipófise
posterior libera ocitocina (estimula a contração).
Serosa ou Adventícia do Útero: a área retroperitoneal do útero está recoberto por uma adventícia que é tecido
conjuntivo sem revestimento epitelial. O fundo a porção posterior estão recobertos por uma serosa.
Endometriose: presença de tecido endometrial na pelve ou na cavidade peritoneal. Pode causar dismenorreia
ou até mesmo infertilidade no período menstrual.
Teoria da Regurgitação: propõe que o fluxo menstrual escapa do útero pelas tubas uterinas e
penetram na cavidade peritoneal.
Teoria Metaplásica: sugere que as células epiteliais do peritônio se diferenciem em células
endometriais.
Teoria da disseminação vascular (linfática): células endometriais entram em canais vasculares
(linfáticos) durante a menstruação e são distribuídas pelo sistema vascular sanguíneo.
A hemorragia proveniente deste tecido pode causar dores intensas, e pode levar a esterilidade.
Carcinoma Cervical: é um dos cânceres mais comuns nas mulheres. Apesar de ser raro em mulheres virgens e
mulheres que não deram à luz. A incidência aumenta se a mulher tiver vários parceiros sexuais. Origina no
epitélio pavimentoso estratificando não-queratinizado do cérvice, sendo chamado de carcinoma in situ.
Técnica Papanicolal: instrumento diagnóstico para detecção do câncer cervical. É realizado aspirando fluido
cervical da vagina ou a raspagem diretamente da cérvice. Depois é preparada uma lâmina histologia e
examinado.
CICLO MENSTRUAL
Está dividido em: fase menstrual, proliferativa e secretora.
Fase menstrual (do dia É caracterizada pela descamação da camada funcional do endométrio (menstruação),
1 ao dia 4) caracterizando o inicio do ciclo.
Esta fase ocorre devido à regressão do corpo lúteo que cessa a secreção de progesterona e
estrogênio. Com isso, o endométrio deixa de ser estimulado a permanecer, causando a
interrupção de oxigênio e nutrientes, levando a necrose da camada funcional.
Na menstruação, é liberado cerca de 35mL de sangue.
Fase proliferativa ou Caracterizada pela renovação da camada funcional do endométrio pela camada basal.
folicular (do dia 4 ao Acompanha a fase folicular e o desenvolvimento dos folículos ovarianos.
dia 14) A camada funcional cresce, e há a proliferação de glândulas, estroma e artérias espiraladas
que dão a capacidade secretora do endométrio, possibilitando a implantação.
Fase secretora ou Caracterizado pelo espessamento do endométrio e da secreção do glicogênio acumulado
luteínica (do dia 15 ao pelas glândulas. Tem inicio após a ovulação.
dia 28)
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FERTILIZAÇÃO
A fertilização (a fusão do espermatozoide com o ovócito II) ocorre na ampola da tuba uterina. Nesse processo, a
molécula zp3 da zona pré-lúcida liga-se a proteínas receptoras do espermatozoide, causando a reação acrossômica
(liberação de enzimas, como a acrosina, que degeneram a zona pelúcida), possibilitando a entrada do espermatozoide
em direção ao ovócito.
A entrada do espermatozoide causa a reação cortical que impede que mais um espermatozoide fecunde óvulo
(polispermia). Então com a entrada do espermatozoide ocorre a indução do ovócito para completar a meiose II formando
o segundo corpo polar e o oócito. O pró-núcleo feminino funde-se com o pró-núcleo masculino, formando o zigoto, que
será transportado até a cavidade uterina.
IMPLANTAÇÃO
É o processo que ocorre quando o blastocisto se aloja no endométrio do útero. Nessa fase, o blastocisto passa
por uma série de modificações (formação do trofoblasto, embrioblasto) que o torna capaz de se implantar na parede
uterina. Em síntese, ocorrem as seguintes etapas:
O blastômero será dividido em duas partes:
Uma delgada camada celular externa: trofoblasto que formará a parte embrionária da placenta
Um grupo de blastômeros localizados centralmente: a massa celular interna que dará origem ao
embrião: embrioblasto.
O embrioblasto se projeta para a cavidade blastocística e o trofoblasto forma a parede do blastocisto.
Após o blastocisto permanecer livre e suspenso nas secreções uterinas por cerca de dois dias, a zona pelúcida
degenera e gradualmente desaparece o que garante ao blastocisto um rápido crescimento.
Ocorre o aumento de tamanho do blastocisto e sua nutrição é feita pelas glândulas uterinas.
Cerca de 6 dias após a fertilização o blastocisto adere ao epitélio endometrial.
O trofoblasto começa a proliferar e se diferencia:
Uma camada interna de citotrofoblasto.
Uma massa externa de sinciciotrofoblasto.
Em torno de 6 dias, os prolongamentos digitiformes do sinciciotrofoblasto se estendem para o epitélio
endometrial
No fim da primeira semana, o blastocisto está superficialmente implantado na camada compacta do endométrio
e obtém sua nutrição dos tecidos maternos.
O sinciciotrofoblasto (altamente invasivo) produz enzimas que erodem os tecidos maternos possibilitando ao
blastocisto implantar-se dentro do endométrio.
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Em torno de 7 dias, uma camada de células, o hipoblasto, surge na superfície do embrioblasto voltada para a
cvidade blastocística
Delaminção do embrioblasto.
PLACENTA
A placenta é um tecido vascular derivado do endométrio uterino, altamente vascularizado pelo
sincíciotrofoblasto. Possui função endócrina, secretando hCG, tireotrofina coriônica, progesterona, estrógeno,
somatotrofina coriônica.
VAGINA
É uma bainha fibromuscular constituída por três camadas: mucosa, muscular e adventícia. Possui de 8 a 9
centímetros de comprimento.
A luz da vagina é revestida por epitélio pavimentoso estratificado não-queratinizado. A lâmina própria da vagina
é constituída por tecido conjuntivo frouxo fibroelástico contendo um rico suprimento vascular na parte mais profunda.
A camada muscular é constituída por células musculares lisas externamente longitudinais e internamente
circulares.
A camada adventícia é formada por tecido conjuntivo denso fibroblástico.
GLÂNDULAS MAMÁRIAS
São glândulas túbulo alveolares compostas constituídas de 15 a 20 lóbulos que se irradiam do mamilo e
estão separados dos outros por tecido conjuntivo e adiposo.
A secreção de estrógeno e progesterona pelo ovário e de prolactina pela hipófise, desenvolve lóbulos e ductos
terminais.
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A reprodução humana é o evento biológico responsável pela perpetuação da espécie Humana. Os órgãos
envolvidos com essa função se reúnem para constituir o Sistema Genital. Na Espécie Humana, em razão do
Dismorfismo Sexual, identificamos dois conjuntos desses órgãos denominados: Sistema Genital Masculino; e Sistema
Genital Feminino.
TESTÍCULO
O testículo é um órgão par, de formato ovoide, responsável pela espermatogênese. Está localizado, ao
nascimento, em uma bolsa musculo-cutânea denominada escroto, presa à região anterior do períneo, logo por trás do
pênis.
Suas principais funções são:
Espermatogênese: produção das células reprodutivas masculinas, os espermatozoides. Temperatura requerida
35 graus.
Endócrina: produz e secreta para o sangue o hormônio testosterona, responsável pelo desenvolvimento dos
caracteres sexuais secundários.
A coloração do testículo é branco nacarado, devendo-se à cápsula conjuntiva que o reveste, denominada túnica
albugínea. Esta túnica envia séptulos para seu interior subdividindo-o em lóbulos. Devemos identificar as seguintes
estruturas no testículo:
Séptulos
Lóbulos
Túbulos seminíferos contorcidos e retos
Rede testicular
Dúctulos eferentes
Mediastino do testículo: hilo
EPIDIDIMO
O epidídimo é um órgão tubular localizado sobre a margem posterior do testículo com função de armazenar os
espermatozoides até o momento da ejaculação.
Está dividido, anatomicamente, em:
Cabeça: porção dilatada do órgão, recebe os dúctulos eferentes trazendo os espermatozoides produzidos no
testículo.
Corpo
Cauda: parte afilada do órgão e responsável por sua função.
DUCTO DEFERENTE
O ducto deferente é um longo e fino ducto, de paredes espessas, o qual continua a cauda do epidídimo,
conduzindo os espermatozoides em direção à cavidade pélvica para desembocá-los no ducto ejaculatório. Tem
comprimento aproximado de 30 cm, podendo ser facilmente palpado, compondo o funículo espermático, antes de
penetrar através do anel inguinal superficial, no canal inguinal através do qual alcançará à pelve.
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Hérnias inguinais:
HI Indireta: ocorre quando uma alça intestinal ou parte do omento maior, sofre uma protrusão através do
anel inguinal profundo e canal inguinal podendo alcançar o escroto, sendo portanto contida no interior do
funículo espermático. Corresponde à 75% das hérnias inguinais. É de origem congênita.
HI Direta: ocorre quando um dos componentes abdominais sofre uma protrusão através da parede
posterior do canal inguinal para o seu interior, sendo independente do funículo espermático.
Corresponde à 35% das hérnias inguinais. É adquirida.
FUNÍCULO ESPERMÁTICO
O funículo espermático consiste no conjunto de estruturas anatômicas e seus envoltórios relacionadas ao
testículo, os quais atravessam o canal inguinal.
Seus componentes são:
Ducto deferente
A. testicular
A. do ducto deferente
A. cremastérica
Plexo venoso anterior (pampiniforme)
Plexo venoso posterior
Ramo genital do N. Gênitofemoral
DUCTO EJACULATÓRIO
É um curto ducto de 2cm de comprimento constituído pela fusão entre o ducto deferente e o ducto da glândula
seminal. Começa na base da próstata e terminam ao desembocar o sêmen na porção prostática da uretra a cada lado
do utrículo, em uma dilatação da crista uretral denominada de colículo seminal.
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URETRA MASCULINA
A uretra masculina tem a função de conduzir a urina e o sêmen. É mais longa que a feminina e apresenta
curvaturas que devem ser respeitadas durante passagem das sondas vesicais. Suas divisões são:
Prostática (cerca de 4cm): inicia no óstio interno da uretra, em nível do colo da bexiga, atravessando toda a
próstata da base ao ápice. Nesta porção, identificamos uma elevação mediana, a crista uretral, sendo que, em
sua parte média identificamos o colículo seminal, onde desembocam os ductos ejaculatórios. A cada lado da
crista e do colículo identificamos um sulco, o seio prostático, no qual desembocam os ductos das glândulas
prostáticas.
Membranosa (1 cm): é a menor porção da uretra, ligando a uretra prostática e esponjosa entre si. Além de
menor, é também o segmento mais estreitado da uretra. Atravessa o diafragma urogenital, sendo circundada
pelo M. esfíncter da uretra (que dá o controle voluntário à micção). Curva-se anteriormente para penetrar no
corpo esponjoso do pênis. Esta curvatura associada a sua pouca espessura faz com que seja suscetível a
ruptura, como por exemplo, na passagem de uma sonda sem a necessária habilidade.
Esponjosa: é a maior porção da uretra. Atravessa o bulbo, corpo e glande do corpo esponjoso do pênis. Em sua
passagem pelo bulbo desembocam os óstios dos ductos das glândulas bulbo-uretrais. Em nível da glande
apresenta uma dilatação, a fossa navicular. Na glande abre-se para o meio externo através do óstio externo
da uretra. Normalmente curva, torna-se retilínea na ereção.
GLÂNDULAS/VESÌCULAS SEMINAIS
É um órgão membranoso, par, com
fundo cego voltado superiormente, e sua
extremidade inferior afilada para constituir o
seu ducto. Cada vesícula apresenta em média
7,5cm de comprimento. Tem como função a
elaboração do líquido seminal para ser
adicionado aos espermatozoides
Estão situadas entre o fundo da
bexiga e o reto, com sua extremidade superior
divergente em relação com o ducto deferente,
e as extremidades inferiores para a base da
próstata.
PRÓSTATA
A próstata é um órgão impar e
mediano, de natureza mista: parte glandular e
parte muscular. No adulto a próstata mede
30mm de altura, 40mm de largura e 25mm de
espessura. Seu peso corresponde à 20g.
Quanto a sua forma, assemelha-se a
um cone curto, achatado no sentido ântero-
posterior e apresentando seu ápice
arredondado. Sua base está voltada para
cima em relação direta com o colo da bexiga,
e seu ápice está voltado para baixo em
contato com o diafragma urogenital.
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A função da próstata baseia-se na secreção prostática, que corresponde a 20% do volume do sêmen, e é
responsável por ativar os espermatozoides, neutralizar a acidez presente na uretra masculina e na vagina, dar a
aparência láctea ao sêmen e também lhe conferir o odor característico, semelhante ao odor de castanhas frescas.
A localização está localizada na cavidade pélvica, por baixo da bexiga, por cima do diafragma pélvico, por trás
da sínfise púbica, por diante do reto, através do qual pode ser facilmente palpada. Envolve a uretra prostática e o ducto
ejaculatório.
A próstata apresenta para estudo
anatômico as seguintes porções: base,
ápice, faces, posterior, anterior, e
inferolaterais.
Base: em relação com o colo da
bexiga, é atravessada em sua
parte central pela uretra.
Ápice: repousa sobre o M.
esfíncter da uretra, sendo
circundado pelas margens
mediais dos Mm. Levantadores
do ânus.
Face Posterior: repousa sobre a
ampola do reto, podendo ser
palpada através do reto. É
dividida em dois lobos através de
um sulco mediano. Nela
penetram os ductos ejaculatórios.
Hiperplasia Prostática Benigna: Apesar de muitos portadores de hiperplasia benigna confirmada por biópsia não
apresentarem sintomas, a metade dos homens de 60 anos se queixa de alguma dificuldade urinária. Depois dos
80 anos, esse número cresce para 90%. Os sintomas da hiperplasia têm causas obstrutivas e/ou de
armazenagem. Estão relacionados com as obstruções: retardo para iniciar a micção, interrupção involuntária
e diminuição da “força” do jato, sensação de esvaziamento incompleto, gotejamento no final e micção em dois
tempos. Os problemas de armazenamento provocam premência e aumento da frequência das micções
(especialmente durante a noite), incontinência, dores na bexiga ou na uretra ao urinar. Homens com poucos
sintomas, que acordam à noite uma ou duas vezes para urinar, não necessitam de tratamento, mas precisam ser
acompanhados com toques retais e determinações periódicas do PSA. O PSA é uma proteína presente no
líquido prostático, a qual responde a qualquer alteração na próstata, inclusive ao toque retal. Seu valor normal é
de 2 a 4 ng/ml e se o resultado for entre 4 e 10 já há suspeita de hiperplasia.
PÊNIS
O pênis é o órgão de cópula masculino, impar, de aspecto cilíndrico em estado de flacidez, porém durante a
ereção torna-se prismático triangular. Representa órgão comum para saída do sêmen e urina. É formado por três
cilindros de tecido erétil – corpo esponjoso e os corpos cavernosos – delimitados por tecido fibroso, e revestidos por
pele, fina, pigmentada, e distensível. Está localizado por cima do escroto, entre a sínfise púbica e o ânus.
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Os Tecidos Eréteis são formações lacunares as quais se enchem de sangue durante a ereção, e assim
conferem ao pênis a rigidez exigida para a cópula. É representado pelos corpos cavernosos e esponjoso.
Corpos Cavernosos: são estruturas pares, unidas anteriormente para formar o corpo do pênis, posteriormente
divergem entre si constituindo os ramos do pênis, através dos quais fixam o órgão aos ossos ísquio e pube. Sua
extremidade anterior é arredondada e se ajusta à base da glande.
Corpo Esponjoso: estrutura impar, atravessada em toda sua extensão pela uretra esponjosa. Apresenta duas
extremidades, uma distal, a Glande, e outra proximal, o Bulbo. Aloja-se em um sulco da superfície inferior dos
corpos cavernosos.
Fimose: é uma condição verificada quando o prepúcio apresenta um estreitamento acentuado, sendo
impossibilitado de deslizar posteriormente sobre a glande, fazendo com que a mesma permaneça sempre
recoberta. Essa alteração dificulta a higiene, e normalmente causa desconforto durante a cópula. A correção da
fimose se dá através de um processo cirúrgico, com anestesia local, denominado postectomia.
ESCROTO
O escroto consiste em uma bolsa músculo-cutânea, impar e mediana, responsável por conter, os testículos, os
epidídimos, e a porção inicial dos ductos deferentes. Está localizado por trás do pênis, por diante e abaixo da sínfise
púbica. Está aderido à região púbica, ao períneo, região inguinal, e ao pênis.
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OBS: A palavra “escroto” provém do latim scrotum (bolsa) e refere o saco, a bolsa cutânea que envolve os testículos. A
expressão “bolsa escrotal” não pode ser considerada um erro, pois o adjetivo escrotal restringe, especifica o significado
de bolsa. Ou seja, visto existirem vários tipos de bolsas, essa refere-se unicamente à bolsa que envolve os testículos.
Criptorquidia: Nos últimos meses da vida intrauterina, os testículos formados no interior do abdômen devem
migrar para a bolsa escrotal, seguindo um caminho que passa pelo canal inguinal. A criptorquidia ocorre quando
um deles ou os dois ficam parados em algum ponto desse caminho por causa de hérnias ou anomalias na
conformação do abdômen inferior. Essa alteração do percurso tem importância porque, para viabilizar a
produção de espermatozoides, os testículos precisam estar 1°C, 1,5°C abaixo da temperatura corpórea.
Assim que a criança nasce, é importante verificar se existe ou não criptorquidia. Se os testículos não estiverem
situados na bolsa escrotal, a conduta é observar como evolui o caso durante um ano, um ano e meio, porque
eles podem migrar naturalmente. Caso contrário, o menino deve corrigir a anomalia precocemente para
preservar a função germinativa.
OVÁRIOS
O ovário é um órgão par, com 3cm de comprimento; 2cm de largura; e 1,5cm de espessura. Apresenta forma
comparável a de uma amêndoa. Antes da Ovulação, apresenta cor rosada e aspecto liso; após Sucessivas Ovulações,
cor acinzentada e aspecto rugoso.
Suas funções são:
Produção dos Óvulos
Produção e Secreção dos Hormônios: estrogênios e Progesterona.
OBS:
Corpo Lúteo: se origina após a ovulação.
Corpo Albicans: cicatriz fibrosa resultado da regressão do corpo lúteo.
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Está localizado na cavidade pélvica, por trás do ligamento largo do útero, e logo abaixo da tuba uterina. Os
Ovários não apresentam revestimento Peritoneal. Os meios de fixação do ovário são:
Lig. Suspensor do Ovário: une o Ovário a parede da Pelve.
Lig. Útero-Ovárico (Ligamento próprio do ovário): une o Ovário ao Útero.
TUBAS UTERINAS
É um órgão par, de forma tubular, implantadas no ângulo Látero-Superior do Útero, e do ponto de Implantação,
se estendem lateralmente em direção às paredes da Pelve. Apresentam um calibre irregular, e 10cm de extensão.
Além de sua ligação ao Útero, as Tubas Uterinas apresentam como meio de fixação uma prega do Ligamento
Largo do Útero, a mesosalpinge.
Comunicações:
Com a Cavidade Uterina: através do Óstio Uterino da Tuba.
Com a Cavidade Peritonial: através do Óstio Abdominal da Tuba.
ÚTERO
O útero é um órgão oco, em forma de pera, impar e
mediano. É predominante muscular, o que favorece a sua
função, pois cabe ao mesmo, abrigar e proteger o zigoto, e
ainda acompanhar seu desenvolvimento durante todas as
fases de sua evolução, até o nascimento. Durante o parto, o
componente muscular ainda exerce importante papel na
expulsão do novo ser vivo para o meio externo através do
canal do parto.
Está localizado no centro da Cavidade Pélvica, por
trás da Bexiga Urinária, e por diante do Reto. Apresenta
para estudo Anatômico as seguintes porções: Fundo;
Corpo; Istmo; e Colo.
Fundo: corresponde a parte do órgão situada acima
do ponto de implantação das Tubas Uterinas. Nas
mulheres que já engravidaram apresenta aspecto
convexo.
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Corpo: é a principal porção do órgão, estende-se desde o ponto de implantação das tubas uterinas até uma
região estreitada denominada istmo. Apresenta para estudo 02 faces separadas através de duas margens
laterais.
o Face Anterior: plana
o Face Posterior: abaulada
Istmo: apresenta-se como uma região estrangulada localizada abaixo do corpo.
Colo: é a porção mais inferior do Útero. Apresenta duas porções, a supravaginal e vaginal. A parte vaginal do
colo, projeta-se na Vagina onde se abre através do óstio do útero.
A cavidade uterina apresenta um aspecto triangular com base superior, em nível do corpo, e fusiforme na
região do colo. Nos ângulos superiores da cavidade Uterina identificamos os óstio uterinos das tubas.
VAGINA
A vagina é um tubo músculo-mebranoso, impar e mediano, o qual Representa o Órgão de Cópula Feminino.
Apresenta para estudo Anatômico 02 Paredes: Anterior e Posterior, justapostas. A parede Anterior da Vagina é mais
curta, em razão de sua relação com o colo do útero.
A Vagina se comunica superiormente com a cavidade do útero, através do óstio do útero, inferiormente se
comunica com o meio externo, através do óstio da vagina.
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Destacamos, ainda, as glândulas anexas do pudendo feminino. Este conjunto de glândulas visa promover a
lubrificação, tornando úmidos as estruturas associadas à cópula feminina, favorecendo assim a relação sexual.
Glândulas vestibulares maiores: glândula esférica, par, de tamanho próximo ao de uma ervilha, situadas
profundamente no vestíbulo da vagina, onde abrem-se seus ductos.
Glândulas vestibulares menores: apresentam-se em número variável, com ductos diminutos, os quais se
abrem no vestíbulo da vagina, entre o óstio da uretra e o óstio da vagina.
OVÁRIOS
Extremidade tubaria
Extremidade uterina
Ligamento útero-ovárico
Ligamento suspensor do ovário
TUBAS UTERINAS
Istmo da tuba uterina;
Ampola da tuba uterina;
Infundíbulo da tuba uterina
Fímbria ovárica
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ELEMENTOS DE SUSTENTAÇÃO
Ligamento largo do útero
Mesossalpinge
ÚTERO
Fundo do útero
Corpo do útero,
Istmo do útero,
Óstio do útero
VAGINA
Parede posterior
Parede anterior
VULVA
Monte púbico
Lábios maiores
Lábios menores
Óstio externo da uretra
Óstio da vagina (hímen)
Clitóris
Bulbo do vestíbulo
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TESTÍCULOS
Túnica albugínea
Face lateral
Face medial
Pólo superior
Pólo inferior
Margem anterior
Margem posterior
EPIDÍDIMO
Cabeça
Corpo
Cauda
Ducto deferente
URETRA
Porção prostática
Porção membranosa
Porção esponjosa
PRÓSTATA
GLÂNDULA SEMINAL
PÊNIS
Bulbo do pênis
Corpo cavernoso
Corpo esponjoso
Glande do pênis
Óstio externo da uretra
Prepúcio do pênis
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ESCROTO
Pele do escroto
Septo do escroto
Rafe do escroto
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As funções e atividades das células, tecidos e dos órgãos do organismo são reguladas pela associação do
sistema nervoso e do sistema endócrino ou hormonal.
HORMÔNIOS
Hormônios são mensageiros químicos produzidos pelas glândulas endócrinas e enviados para células-alvo
através do sangue. A natureza de um hormônio determina seu mecanismo de ação (sendo o efeito de curta ou de longa
duração)
Depois do hormônio ter ativado a célula-alvo, é gerado um sinal inibidor que retorna, direta ou indiretamente,
para a glândula endócrina (Mecanismo de Retroalimentação) para interromper a secreção desse hormônio.
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HIPÓFISE
Também chamada de glândula pituitária (por possuir células chamadas pituícitos), a hipófise tem menos de 1 cm
de diâmetro, com 0,5 a 1g, e está conectada ao hipotálamo pelo pedúnculo hipofisário.
O hipotálamo tem apenas conexões eferentes com a hipófise, sendo geralmente associadas à síntese e
secreção de hormônios. As secreções hipotalâmicas são hormônios estimuladores/inibidores da hipófise anterior (adeno-
hipófise) ou hormônios que são armazenados na hipófise posterior (neuro-hipófise) para que, só depois, sejam
secretados por essa glândula.
A produção de hormônios pela hipófise anterior (TSH, GH, etc.) é controlada por hormônios do hipotálamo (TRH,
GnRH, etc.), que são secretados na chamada eminência mediana e que alcançam, então, os vasos do sistema
porta hipotalâmico-hipofisário.
Já os hormônios da neuro-hipófise não são produzidos por ela: a hipófise posterior nada mais é que uma “via” de
secreção dos hormônios hipotalâmicos, como o antidiurético (ADH) e a ocitocina.
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EFEITOS METABÓLICOS DO GH
Aumento da síntese proteica.
Maior mobilização de ácidos graxos do tecido adiposo com fins energéticos.
Conserva de carboidratos (não entram na via metabólica).
TIREOIDE
A tireoide secreta dois hormônios importantes, a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3), ambos de fundamental
importância para os processos de metabolismo do corpo.
O T44 é mais abundante por ser mais produzido, enquanto o T3 é mais potente (cerca de 4x mais, o que prova a
conversão de T4 em T3 nos tecidos de alto metabolismo, como o fígado).
OBS: O sal comum utilizado na dieta comum das pessoas já é iodetado, isto é, adicionado do íon iodeto.
2) Tiireoglobulina e formação de T3 e T4: a tireoglobulina é uma glicoproteína presente nos coloides da glândula
tireoidea, formada e secretada pelo folículo tireoidiano, contendo ela 70 resíduos de tirosina (aminoácido
responsável pela produção dos hormônios tireoidianos). Os hormônios são formados no interior da
tireoglobulina, quando a tirosina é ligada ao iodeto oxidado. Como dito anteriormente, a produção do T4 é cerca
de 20x maior que a do T3; o T4, entretanto, é convertido perifericamente em T3 (que é, de fato, o hormônio
biologicamente ativo) pela enzima desiodinase I.
3) Oxidação do iodeto: é uma etapa essencial devido à conversão de iodeto a sua forma oxidada, realizada por
ação do peróxido de hidrogênio por meio da ação da enzima peroxidase. Dessa maneira, a combinação do
iodo com a tirosina é mais facilmente aceita.
4) Iodetação da tirosina: participação da enzima no processo de incorporação da molécula de iodeto na tirosina,
acelerando processo.
5) Armazenamento na tireoglobulina: após a síntese dos hormônios tireoidianos, cada molécula de tireoglobulina
contém ate 30 moléculas de tiroxina e algumas moléculas de triiodotironina. Dessa forma, os hormônios são
armazenados suficientemente para 2 a 3 meses.
6) Liberação da tiroxina e triiodotironina: ocorre a ligação de T3 e T4 às proteínas plasmáticas no organismo.
Cerca de 99% do T3 e T4 estará ligada a globulina fixadora de tiroxina, que é uma proteína específica para
esta fixação.
50% da tiroxina é liberada a cada 6 dias por ter alta afinidade às proteínas plasmáticas.
50% da triiodotironina é liberada a cada 1 dia por ter baixa afinidade.
Nas células teciduais vão se ligar à proteínas intracelulares.
7) Latência (inativo) e duração da ação (ativo) da tiroxina: devido à ligação das proteínas plasmáticas e
teciduais, há um longo período de latência (2 a 3 dias inativo) após a ingestão de tiroxina, que pode durar de 10
a 12 dias ativo. Ou seja, o efeito da tiroxina reposta dura cerca de 10 dias para ter inicio.
8) Latência e duração da triiodotironina: o T3 tem período de latência (inativo) durando cerca de 6 a 12 horas
apenas, enquanto a sua ação ocorre quatro vezes mais rápido e eficaz que o T4 por ser mais potente, durando
cerca de 2 a 3 dias ativo.
9) Conversão de T4 em T3: perifericamente, acontece a remoção de um iodo da molécula de T4 (pela
desionidase) e acontece o aumento da afinidade dos hormônios T3 pelos receptores intracelulares, tendo efeito
sobre as mitocôndrias: aumentam de tamanho, número e área total de membrana.
OBS: Sabendo-se que o principal hormônio produzido pela tireoide é o T4 e que este regula, por feedback, a produção
do TSH, podemos medir laboratorialmente a função tireoidiana solicitando-se, rotineiramente, apenas o TSH e/ou T4
livre (a dosagem do T3 livre deve ser solicitada apenas na suspeita de tireotoxicose por T3, o que ocorre em 3-5% dos
casos).
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OBS: Bócio, por definição, significa aumento da glândula tireoide. Em resumo, podemos definir que a glândula tireoide
cresce por dois motivos, basicamente: ou porque o TSH está alto, ou porque existem anticorpos estimulando a glândula.
HORMÔNIOS DO PÂNCREAS
Todos produzidos nas Ilhotas de Langerhans.
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HORMÔNIOS OVARIANOS
Estrogênio: estimulam o desenvolvimento dos órgãos sexuais femininos.
Progesterona: desenvolvimento do aparelho secretor das mamas.
HORMÔNIOS DA PARATIREOIDE
Paratormônio: aumento do cálcio sanguíneo, através da: ativação da vitamina D 3, que estimula a absorção de
2+
Ca no intestino; estimula os rins na reabsorção de cálcio; retirada de cálcio do tecido ósseo pelos osteoclastos.
HORMÔNIOS PLACENTÁRIOS
Gonadotropina Coriônica/ hCG: promove o crescimento do corpo lúteo e a secreção de estrógeno e de
progesterona por ele.
Estrogênios e Progesterona
Somatotropina Humana: promove o desenvolvimento de tecidos fetais, bem como as mamas da mãe.
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HORMÔNIOS
Os hormônios são substâncias bioquímicas ativas que apresentam ritmos de secreção e quantidades
fisiológicas, com padrão de secreção pulsátil, diurno, cíclico, dependente da presença de substâncias circulantes. Eles
operam obedecendo a sistemas de controle de retroalimentação (mecanismo de feed back) afetando apenas as células
que apresentam os seus receptores específicos. São inativados pelo fígado, que os torna mais solúveis para excreção
renal.
Os hormônios são liberados em resposta a alterações no meio ambiente celular ou no intuito de manter regulada
a concentração de determinadas substâncias ou outros hormônios. A sua secreção é regulada por fatores químicos
humorais, hormonais ou neurais.
TRANSPORTE HORMONAL
Os hormônios são liberados no sistema circulatório pelas glândulas endócrinas. Os hormônios hidrossolúveis
circulam livres, na forma não-ligada à proteínas plasmáticas. Já os hormônios lipossolúveis circulam
fundamentalmente ligados a uma proteína plasmática – proteína transportadora.
Esta proteína pode ser a albumina, mas quase sempre é uma glicoproteína da classe das globulinas, específica
para a classe do hormônio: globulina transportadora de hormônios sexuais, globulina transportadora de testosterona.
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HIPOTÁLAMO ENDÓCRINO
O hipotálamo tem apenas conexões eferentes com
a hipófise, sendo estas conexões geralmente associadas à
síntese e secreção de hormônios. O hipotálamo endócrino
é constituído por núcleos de neurônios especializados em
secretar hormônios peptídicos através dos tractos
hipotálamo-hipofisário e túbero-infundibular.
Estes neurônios apresentam as mesmas
propriedades elétricas das outras células nervosas,
deflagrando potencial de ação gerado no corpo celular que
trafega pelo axônio, induzindo a abertura de canais de
cálcio voltagem dependente e secreção de vesículas
contendo os hormônios.
As secreções hipotalâmicas são hormônios
estimuladores/inibidores da hipófise anterior
(andenohipófise) ou hormônios que são armazenados na
hipófise posterior (neurohipófise) para que, só depois,
sejam secretados por esta glândula.
Desta forma, podemos destacar os dois tractos que
comunicam o hipotálamo endócrino e os dois lobos da
hipófise da seguinte forma:
Tracto túbero-infundibular: é constituído de fibras neurossecretoras que se originam em neurônios pequenos
(parvicelulares) do núcleo arqueado e áreas vizinhas do hipotálamo tuberal. Seus axônios convergem para a
região hipotalâmica chamada de eminência mediana e na haste infundibular, onde vários hormônios são
secretados diretamente no sistema porta-hipotálamo-hipofisário. São hormônios secretados por esta via: GRH,
TSH, ACTH, etc.
Tracto hipotálamo-hipofisário: é formado por fibras que se originam nos grandes neurônios (magnocelulares)
dos núcleos supra-óptico e paraventricular, e terminam na neuro-hipófise (hipófise posterior). As fibras deste
tracto constituem os principais componentes estruturais da neuro-hipófise, sendo elas ricas em neuro-secreção.
As células do núcleo supra-óptico produzem o hormônio antidiurético (ADH), enquanto que as células do núcleo
paraventricular produzem a ocitocina.
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Os sistemas parvicelular e magnocelular estão sob influência de várias regiões do SNC. As aferências
noradernérgicas originam-se principalmente do bulbo e ponte; as aferências serotonérgicas originam-se principalmente
do núcleo da rafe do mesencéfalo, as aferências colinérgicas originam-se do sistema límbico pelas vias córtico-
hipotalâmica da amígdala e do tálamo. A aferência dopaminérgica origina-se do núcleo arqueado para a eminência
mediana, de modo que a dopamina exerce controle sobre a secreção dos hormônios adeno-hipofisários.
HORMÔNIOS HIPOTALÂMICOS
Hormônio liberador de tirotrofina (TRH):
o Funções: Estimular a secreção de TSH. A expressão dos seus receptores é estimulada estrógenos e
inibida por hormônios da tireoide e corticoides. A morfina inibe sua secreção.
o Ações centrais: altera padrão do sono; produz anorexia; libera noradrenalina e dopamina; aumenta
pressão arterial; opõe-se a ação do etanol, fenobarbital, diazepam, clorpromazina sobre o tempo do
sono e hipotermia.
Ocitocina: hormônio produzido pelo hipotálamo, mas sendo armazenado e secretado pela hipófise posterior.
Tem a função de promover as contrações musculares uterinas durante o parto e a ejeção do leite durante a
amamentação.
Hormônio antidiurético (ADH) ou vasopressina: também produzido pelo hipotálamo, mas secretado pela
neuro-hipófise, o ADH tem a função de conservar a volemia (manter os líquidos do organismo) diminuindo a
excreção de água pelos rins (atua nas aquaporinas do túbulo contorcido distal, impedindo que a água seja
eliminada pelo ducto coletor), sendo secretado, principalmente, em resposta a traumas ou hipovolemia. Este
hormônio é chamado de vasopressina, pois aumenta a pressão sanguínea ao induzir uma vasoconstrição
moderada sobre as arteríolas do corpo. O álcool (do consumo de bebidas alcóolicas) suprime a produção do
ADH, aumentando a diurese.
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HIPÓFISE
A hipófise humana, pequena glândula endócrina conectada ao hipotálamo e situada no assoalho do III ventrículo
encefálico, divide-se basicamente em duas porções: a hipófise anterior (adeno-hipófise) e a hipófise posterior
(neurohipófise).
HIPÓFISE ANTERIOR
Histologicamente, as células da hipófise anterior organizam-se em cordões irregulares que recebem um intenso
fluxo sanguíneo. Ela pode ser dividida em relação a resposta de suas células a determinados corantes, e portanto em 03
áreas distintas:
Acidófilas (tireotróficas, gonadotróficas, corticotróficas): coram com eosina;
Basófilas (somatotróficas, lactrotróficas): coram com eosina, hematoxilina;
Cromófoba: com baixa coloração citoplasmática. As células cromófobas são células que apresentam alta
secreção hormonal, sem grandes estoques de hormônios e pouca afinidade por corantes.
Hormônio tireoide estimulante ou tirotrofina (TSH): hormônio glicoproteico, formado por duas cadeias: alfa
e beta.
o Função: Estimula a síntese e secreção dos hormônios tireoidianos – Tiroxina (T4), Triiodotironina
(T3); efeito trófico sobre a glândula da tireoide;
o A inibição da síntese é feita pelos hormônios tireoidianos e o controle hipotalâmico negativo.
Gonadotrofinas (LH, FSH): Hormônio glicoproteico, formado por duas cadeias: alfa e beta
o FSH: Maturação folicular e ovulação, preparação da mama para lactação; Espermatogênese,
trofismo testicular e peniano.
o LH: Ovulação, síntese do estradiol, e progesterona; Síntese de testosterona.
o A inibição é feita em feedback pelos hormônios gonadais.
Hormônio do crescimento: é um hormônio proteico que atua primariamente estimulando a produção dos
insulin growth factors (IGF-1), cujos receptores estão expressos em todos os tecidos.
o Funções do IGF-1: proliferação celular e estímulo da síntese de colágeno em nível da placa epifisária
óssea – Crescimento; Aumento da captação de aminoácidos e síntese proteica – Metabolismo
proteico; Aumento da lipólise – Metabolismo dos lipídeos; Aumento do consumo de glicose no
músculo cardíaco, acúmulo de glicogênio nos músculos do diafragma, mas diminuição na captação
de glicose pelo músculo esquelético – Metabolismo dos carboidratos.
Prolactina: é um hormônio proteico que tem importante papel no processo de lactação, exercendo ações
fundamentais na preparação e manutenção da glândula mamária para secreção do leite.
o Funções: inibe a função reprodutora por suprimir o GnRH; inibe o impulso sexual; sua secreção é
inibida pelo PIF.
HIPÓFISE POSTERIOR
A hipófise posterior não produz hormônios, mas apenas armazena e secreta dois hormônios produzidos por
núcleos hipotalâmicos: o ADH e a Ocitocina.
ADH: Produzido pelo N. supra-óptico, promove a reabsorção de água pelos túbulos coletores renais.
Ocitocina: contração da musculatura do útero, ejeção do leite durante a lactação.
CORRELAÇÕES CLÍNICAS
Doenças hipotalâmicas: Lesões nos núcleos paraventriculares, supra-óptico, e ventromedias podem levar ao pan-
hipopituitarismo, diabetes insipidus central, obesidade hipotalâmica. As doenças hipotalâmicas podem ser congênitas,
cromossomiais, neoplásicas.
Distúrbios congênitos do hipotálamo: São as síndromes da linha mediana – tratos óptico e olfativo, fibras que ligam os
dois hemisférios cerebrais como o corpo caloso, o septo pelúcido, comissura anterior. O mais comum é: o lábio leporino.
Síndrome de Prade-Willi: ocorre uma microdeleção do cromossomo 15. A doença é caracterizada por: hipotonia muscular;
hiperfagia hipotalâmica; hipogonadismo hipoganadotrófico (criptorquidismo, micrófalo); alterações crânio-faciais
(dolicocefalia, olhos de amêndoa); mãos e pés pequenos, retardo mental; deficiência de GnRH, GH.
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Síndrome de Kallman: há um distúrbio genético ligado ao X. A doença é caracterizada por: anosmia ou hiposmia;
hipogonadismo hipoganadotrófico; Indivíduo com hábito eunuco: alta estatura, imberbe, micrófalo, testículos pré-puberais,
voz fina; deficiência da proteína que auxilia a migração dos neurônios produtores de GnRH e dos neurônios do bulbo
olfatório.
Craniofaringeoma: é um tumor pouco comum do SNC que se caracteriza por lesão expansiva do crânio, causando um
quadro de cefaleia, vômitos e distúrbios visuais. Além disso, pode causar: diabetes insipidus; pan-hipopituitarismo;
hiperprolactatemia; déficit de crescimento na infância, hipogonadismo no adulto, hipotiroidismo, hipoadrenalismo. A
característica mais marcante é a tendência a calcificação e infiltrações de cristais de colesterol. A correção deve ser feita por
cirurgia de ressecção e/ou radioterapia.
Apoplexia hipofisária: É definida como uma hemorragia da hipófise que evolui para necrose, levando ao pan-
hipopituitarismo súbito. Os sinais são: forte cefaleia, náuseas e vômitos, com queda do estado de consciência, choque
refratário à reposição volêmica e hiponatremia grave. Pode ocorrer compressão de estruturas peri-hipofisárias (quiasma
óptico, nervos cranianos). A principal causa é o sangramento por macroadenomas com infarto tumoral.
Hipopituitarismo:
Deficiência de GH: causa nanismo hipofisário. Nos adultos, é assintomática.
Deficiência de LH/FSH ou GnRH: hipoganadismo hipogonadotrófico secundário (hipófise), terciário (hipotálamo).
Crianças: puberdade tardia
Mulheres: amenorreia, atrofia mamária, dispaureunia, perda da libido, osteoporose
Homens: redução da massa muscular, perda da libido, redução dos pelos corporais, fraqueza, osteoporose.
Deficiência de TSH ou TRH: hipotireoidismo secundário (hipófise), terciário (hipotálamo). Semelhante ao
hipotireoidismo primário.
Deficiência de ACTH ou CRH: insuficiência suprarrenal secundária (hipófise), terciária (hipotálamo). Anorexia,
fraqueza, fadiga, hipotensão arterial, hipoglicemia, hiponatremia, náuseas, vômitos – hipocortsolismo. Não ocorre
hiperpigmentação cutânea – ACTH
Diagnóstico: TC ou RNM – aumento da sela túrcica (sela vazia) e/ou calcificações supra-selares.
Testes de função hipofisária:
Teste da insulina – obter glicemia e GH
Teste do GnRH – dosar LH, FSH, testosterona e estradiol
Dosar TSH e T4
Dosagem do ACTH
Prolactinoma: é o tumor hipofisário mais frequente com hiperprolactinemia. Manifestações clínicas: em mulheres,
amenorreia, galactorreia, infertilidade, perda da libido; em homens, impotência, infertilidade, hipogonadismo, galactorreia.
Diagnóstico: dosagem da prolactina (150ng/ml), TC ou RNM. Para excluir hipotireoidismo, dosa-se TSH e T4.
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TIREOIDE
A glândula tireoide está localizada na porção superior da
traqueia, próximo do terceiro anel traqueal. A tireoide é
constituída por dois lobos (direito e esquerdo) unidos por um
istmo. Posteriormente aos lobos da glândula tireoide,
encontramos quatro glândulas paratireoides: duas superiores (de
localização mais fixa) e duas inferiores (de localização menos
fixa). A glândula recebe essa denominação por sua semelhança a
um escudo greco-romano.
O suprimento arterial é realizado pelas artérias tireóideas superiores e inferiores. A drenagem venosa é feita
pelas veias tireóideas superior, média e inferior. O nervo laríngeo superior se relaciona com A. tireoide superior e o nervo
laríngeo recorrente (responsável por inervar a maioria dos músculos laríngeos da fonação, o que explica a rouquidão
apresentada por pacientes com tireoide aumentada) passa rente à A. tireoide inferior.
As doenças da tiroide afetam cerca de 750 milhões de pessoas em todo o mundo. A cirurgia da tireoide é
procedimento mais realizado por cirurgiões de cabeça e pescoço.
HISTOLOGIA DA TIREOIDE
Do ponto de vista histológico, dizemos que a unidade funcional da tireoide é o folículo tireoidiano: células
epiteliais cuboides (epitélio folicular) que envolvem um lúmen preenchido por um coloide (constituído por grande
concentração de tireoglobulina - TGB). Os folículos ativos são cilíndricos e responsáveis pela síntese dos hormônios
tireoidianos.
As células parafoliculares (células C) são células do folículo tireoidiano que não participam da produção da
tireoglobulina, mas secretam calcitonina em resposta aos altos níveis de cálcio ionizado no soro.
2
OBS : O coloide, região circundada pelo epitélio folicular da
tireoide, nada mais é que uma ampla região de armazenamento
da grande glicoproteína tireoglobulina (TGB). Cada molécula de
tireoglobulina tem aproximadamente 140 resíduos de um único
aminoácido: a tirosina. Este aminoácido é secretado pelas
células foliculares adjacentes ao coloide e armazenado neste
coloide. Este coloide, portanto, funciona como um reservatório de
tireoglobulina.
FISIOLOGIA DA TIREOIDE
A função primária da tireoide é a produção e secreção dos hormônios tireoidianos. A produção dos hormônios
tireoidianos pela glândula normal é regulada pelo hormônio pituitário TSH.
A tiroxina (T4) é o hormônio primário liberado. T4 só é convertido em T3 nos tecidos periféricos;
A triiodotironina (T3) é pelo menos 10 vezes mais biologicamente mais ativo.
Esses hormônios tireoidianos são os únicos hormônios do corpo que utilizam o mineral iodo (I) que, como todo
mineral, não é produzido pelo nosso organismo. Portanto, deve ser ingerido junto a alimentos e, para que ele seja
- -
absorvido, além de ter que se apresentar na forma de iodeto (I ), é dependente da concentração de cloreto (Cl ) na luz
+
intestinal (e dependente do gradiente de sódio – Na – sanguíneo para a produção da tireoglobulina). Por isso que o sal
de cozinha é o alimento preferencial para o enriquecimento com iodo, uma vez que na dieta comum, não o iodo não se
apresenta na forma de iodeto.
A membrana basal da célula folicular, que está em contato direto com os capilares sanguíneos (que inclusive, a
glândula tireoide é uma das glândulas endócrinas mais irrigadas do corpo), apresenta uma proteína transportadora de
membrana do iodeto que o capta quando este circula pelo sangue. Acontece que este transportador também transporta
sódio para a luz da célula folicular (sendo esta proteína transportadora, portanto, responsável por realizar uma simporte
iodeto-sódio). Como a concentração de sódio deve ser maior fora da célula, este Na+ que entrou (juntamente ao iodeto)
na célula folicular deve ser lançado fora, função esta desempenhada pela bomba Na+/K+ ATPase. Portanto, a absorção
de iodo para a célula folicular é totalmente dependente de Na+ e, mesmo que nesse primeiro processo não haja gasto
de energia (por se tratar de um simporte ou co-transporte), diz-se que o transporte de iodo para a célula folicular é ATP-
dependente, pois a bomba de sódio-potássio é dependente desse ATP para manter as concentrações plasmáticas de
Na+.
Já na membrana luminal da célula folicular (membrana voltada para o lúmen), há a presença de outro complexo
- 0
proteico denominado peroxidase, responsável por oxidar o iodeto (I ), transformando-o em iodo metálico (I ). É só nesta
forma oxidada (ou metálica) que o iodo pode ser incorporado aos resíduos de tirosina.
70
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A própria peroxidase é responsável por introduzir o iodo metálico a molécula de tirosina, realizando uma reação
denominada de organificação, ou seja, incorporação de um elemento inorgânico a uma molécula orgânica. Se a
molécula de tirosina receber duas moléculas de iodo, formará a diiodotirosina (DIT), mas se receber apenas uma
molécula, formará a monoiodotirosina (MIT), que se acumularão no coloide.
3
OBS : O Perclorato e o Tilcianato, utilizados para o tratamento de hipertireoidismo, bloqueiam a captação de iodo,
diminuindo a produção de T3 e T4. Porém, essas drogas quase não são mais utilizadas na prática médica, sendo elas
substituídas pelo Propiltiouracil (PTU) e Metimazol, que bloqueiam o complexo peroxidase, inibindo, portanto, a
organificação da TGB, reduzindo a produção do T3 e T4.
Quando dois DIT se acoplam, há a formação da tiroxina (T2+T2 = T4). Se um MIT se acopla a um DIT, há a
formação da triiodotironina (T1+T2=T3). Acontece que o complexo peroxidase é muito mais eficiente em formar DIT do
que MIT, tanto que a relação fisiológica é de 20 moléculas de DIT para 1 de MIT.
Como vimos, o hormônio que regula a produção de T3 e T4 é o TSH hipofisário (produzido pela hipófise
anterior sob estímulo do TSH hipotalâmico), induzindo os seguintes fatores: o TSH aumenta a síntese de TGB; induz a
divisão e o desenvolvimento das células foliculares (que de cuboides, passam para um formato cilíndrico, aumentando
em volume e em número); aumenta a ação das peroxidades; aumenta a quantidade de transportadores de iodeto na
membrana basal das células foliculares. Os hormônios T4 e T3 atuam como controle negativo (feedback) para liberação
do TSH hipofisário.
O TRH atua na hipófise por meio de receptores específicos. Estes
2+
receptores, por meio do Ca como segundo mensageiro, ativa a PKC,
responsável por ativar RNAm que levam a transcrição do TSH.
O TSH, portanto, liga-se ao seu receptor na membrana basal da
célula folicular e, por transdução de sinal, aumenta os níveis de AMPc.
Quando há a ligação do TSH com o seu receptor, este sofre uma mudança
conformacional que ativa a proteína G que, por sua vez, ativa uma adenilato
ciclase responsável por converter ATP em AMPc. Este ativa a PKA que por
diversos mecanismos induz:
A síntese e ativação do transporte do iodeto
A síntese da tireoglobulina (TGB)
A síntese da tireoperoxidase
A liberação dos hormônios T4/T3
Efeito trófico na glândula tireoide: Hipertrofia e hiperplasia das
células foliculares
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4
OBS : Eixo hipotálamo-hipófise-tireoide: o TRH (hormônio liberador de tireotrofina) a liberação de TSH (hormônio
estimulante da tireoide), o qual estimula, por meio do AMPc, a produção de T4 e T3 (que agem no metabolismo basal
corporal), sendo estes responsável por inibir a hipófise (principalmente esta) e o hipotálamo de secretarem seus
respectivos hormônios.
5
OBS : Distúrbios da Tireoide:
Primário: o distúrbio é em nível da glândula tireoide.
No caso de hipertireoidismo primário, por exemplo, encontramos concentrações plasmáticas de T4 e T3
elevadas, mas o TSH está em taxas menores que o nível basal.
No hipotireoidismo primário, o T3 e T4 estão mais baixos que o normal, e o TSH nas alturas.
Secundário: o distúrbio é em nível da hipófise.
Um hipertireoidismo secundário apresenta, além de grandes concentrações plasmáticas de T4 e T3, o
TSH também se encontra elevado. As principais causas de hipertireoidismo secundário são os tumores
de hipófise hipersecretores de TSH, que realizam uma secreção autônoma que não é suprimida pelos
níveis de T4 e T3.
Um hipotireidosimo secundário, associado geralmente a um hipopituitarismo (necrose hipofisária), não
há produção de TSH, estando seus níveis baixos assim como o T3 e T4.
Terciário: o distúrbio está relacionado ao hipotálamo.
HORMÔNIOS TIREOIDIANOS
Como vimos, a produção de T4 é 20 vezes maior que a
de T3. Porém, este é o hormônio tireoidiano biologicamente
ativo e funcional, e é oriundo, nos tecidos a partir do T4. Se
fosse o contrário, o ser humano viveria em quadros de
hipertoxicose permanente (tempestade tireoidiana). De fato, isso
não ocorre pois o T4, que é produzido em proporções bem
maiores que o T3, só é convertido neste em nível tecidual
periférico.
O TSH, ao se ligar ao seu receptor na célula folicular,
induz a produção da tireoglobulina (TGB). Esta é secretada por
exocitose vesicular no lúmen para formar o coloide para ser
armazenada. A peroxidase é responsável por realizar a
iodinação dos resíduos de tirosina da TGB.
Na secreção dos hormônios, há o processo inverso ao armazenamento
do coloide: primeiramente, parte desse coloide é endocitada, forma-se uma
vesícula e funde-se com os lisossomos. As proteases dos lisossomos quebram
as ligações peptídicas da TGB, liberando DITs e MITs no citoplasma. Estes
reagirão e produzirão T4 e T3 (em uma proporção de 20:1). O T4, na realidade, é
um pró-hormônio que será convertido, na região tecidual, em T3.
O T3 e T4 são hormônios hidrofóbicos e não podem circular de maneira
livre na corrente sanguínea, sendo transportados por proteínas globulinas
específicas, como a TBG (tiroxin binding globulin). Aproximadamente 99,98% do
T4 está ligado a 3 proteínas séricas:
A TBG ~ 75%
A Pré-Albumina ligadora de tiroxina (TBPA) ~ 15 – 20%
Albumina ~ 5 – 10%
Apenas ~ 0,02% do T4 total é o T4 livre
Apenas ~ 0,4% do T3 total é livre
6
OBS : Devemos reparar, porém que, embora a fração livre dos hormônios tireoidianos seja mínima, ela está em
equilíbrio com a fração ligada, de modo que sempre haverá as duas frações no plasma, mesmo que seja em
quantidades desproporcionais um com relação à outra. Isto é, toda vez que um hormônio tireoidiano livre é captado para
o tecido, um hormônio previamente ligado à proteína sérica é liberado para circular e interagir com os tecidos da mesma
maneira, mantendo uma relação equilibrada.
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METABOLISMO DO T3 E T4
Como vimos, a tireoide produz o
hormônio T4 em maiores quantidades quando
comparado ao hormônio biologicamente ativo
T3. Porém, esse T4 é transformado em T3 nos
tecidos periféricos à tireoide. Há uma perda de
um iodo do anel externo do T4, resultando
em T3 biologicamente ativo, por uma enzima
denominada desionidase. Porém, se a
desionidase retirar o iodo do anel interno do
T4, haverá a formação do T3 reverso (rT3),
que por ser inativo, não tem função biológica.
O iodo resultante dessa conversão
pode ser reutilizado ou é excretado. A forma
de eliminação dos hormônios da tireoide é na
forma de T2.
Existem três desiodinases que catalisam a formação do hormônio bioativo e seu produto inativo: as D1 e D2
geram T3 bioativo por retirarem um átomo de iodo do anel externo; a D3 gera o T3r, que é inativo, por retirar o iodo do
anel interno.
7
OBS : Um paciente pode ser considerado hipotireoideo só por apresentar uma hiperatividade da enzima D3, a qual
produzirá muito mais T3r. Este, por ser inativo, não realiza nenhuma função comum dos hormônios tireoidianos,
caracterizando o hipotireoidismo periférico, porém, haverá taxas de TRH e TSH normais e dos hormônios tireoidianos.
Com isso, conclui-se que defeitos do hormônio T3, têm-se um grave caso de subdesenvolvimento corporal. A
carência congênita de T3, faltando inclusive da vida fetal, cria um quadro chamado de cretinismo, em que há uma
inadequada formação óssea, muscular e nervosa. Abortos de repetição podem ser causados, inclusive, por
hipotireoidismo.
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CORRELAÇÕES CLÍNICAS
De um modo fisiológico, no que diz respeito à função endócrina da glândula, podemos classificar, de um modo
geral, os distúrbios da tireoide como hipertireoidismo ou hipotireoidismo, a depender dos níveis dos hormônios T3 e T4:
Hipertireoidismo: altos níveis de T3 e T4. Clinicamente, caracteriza-se por nervosismo, perda de peso,
intolerância ao calor, palpitações, tremores, fraqueza, sudorese, inquietação, pele quente e úmida, diarreia,
insônia, exolftalmia, mixedema pré-tibial, bócio.
Hipotireoidismo: baixos níveis de T3 e T4. O paciente apresenta-se com as seguintes manifestações clínicas:
letargia, rouquidão, perda auditiva, pele seca e espessa, constipação, intolerância ao frio (pois não produz ATP),
dificuldade de perda de peso, sonolência, bradicardia, amenorreia, perda da libido, disfunção erétil, bócio, etc.
Podemos ainda classificar o tipo de distúrbio tireoidiano, a depender do local onde está havendo a difunção:
Primário: o distúrbio é em nível da glândula tireoide.
No caso de hipertireoidismo primário, por exemplo, encontramos concentrações plasmáticas de T4 e T3
elevadas, mas o TSH está em taxas menores que o nível basal.
No hipotireoidismo primário, o T3 e T4 estão mais baixos que o normal, e o TSH elevados.
Secundário: o distúrbio é em nível da hipófise.
Um hipertireoidismo secundário apresenta, além de grandes concentrações plasmáticas de T4 e T3, o
TSH também se encontra elevado. As principais causas de hipertireoidismo secundário são os tumores
de hipófise hipersecretores de TSH, que realizam uma secreção autônoma que não é suprimida pelos
níveis de T4 e T3.
Um hipotireidosimo secundário, associado geralmente a um hipopituitarismo, não há produção de TSH,
estando seus níveis baixos assim como o T3 e T4.
Terciário: o distúrbio afeta o hipotálamo e envolve o TRH.
Subclínico: ocorre quando, mesmo diante de níveis normais de T4 livre, o TSH apresenta-se alterado. Desta
forma, temos:
Hipertireoidismo subclínico: embora os níveis de T4 livre estejam normais, os níveis de TSH estão altos.
Hipotireoidismo subclínico: embora os níveis de T4 livre estejam normais, os níveis de TSH estão
baixos.
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Hipotireoidismo periférico: Resistência a T3. Causado por mutação no gene c-erb-A do cromossoma 17
e 3, que codifica o receptor celular hormonal.
o Hipotireoidismo juvenil: Normalmente devido a um defeito da síntese dos hormônios da tireoide
devido a mutação do gene c-erb-A. Caracterizado por bócio, maturação retardada, aumento
testicular/menarca precoce. Recuperação dos sintomas com tiroxina.
Hipotireoidismo neonatal (congênito): carência de hormônios tireoidianos na vida intrauterina.
o Cretinismo: Hipotireoidismo severo o neonato. Exame físico: protuberância abdominal, pele
amarela, constipação, letargia, dificuldade de alimentação, retardo mental, fácies sindrômica.
Endêmica: Bócio presente. Anticorpo materno, ou medicação anti-tireoidiana. Esporádica:
agenesia da tireoide.
Tireotoxicose: Estado no qual os tecidos respondem quando expostos a um excesso de T4/T3. Exame físico:
nervosismo, perda de peso, intolerância ao calor, palpitações, tremores, fraqueza, sudorese, inquietação, pele
quente e úmida, diarreia, insônia, exolftalmia, mixedema pré-tibial.
Doença de Graves: doença autoimune causada quando as IgG se voltam contra
receptores do TSH. Pode ser estimulatório (a grande maioria) ou inibitório. Sinais
clínicos: bócio geralmente presente; desenvolvimento da exolfalmia (devido à
presença de um edema retro-ocular por acúmulo de mucopolissacarídeos, o que
gera uma extrusão do globo ocular e uma compressão do nervo óptico);
mixedema pré-tibial (edema com aspecto de casca de laranja); baqueteamento
dos dedos (dilatação das extremidades digitais). Tratamento: medicamentoso
(Iodeto; PTU, Metimazol, beta-bloqueadores), RAI (rádio-iodo ablação com Iodo-
131) e cirurgia.
Adenoma tóxico: Conhecida como Doença de Plummer, onde apresenta um único nódulo tireoidiano
hiperfuncionante que secreta quantidades suprafisiológicas de T4/T3. Ocorre mutação somática nos
receptores TSH de um grupo de células foliculares, tornando-o mais biologicamente ativo. Diagnóstico por
cintilografia tireoidiana que mostra um nódulo “quente” (que capta muito isótopo), usualmente maiores que
3 cm.
Bócio Multinodular Tóxico: O BMT predomina em idosos, onde o paciente pode apresentar sinais de
tireotoxicose. O bócio pode atingir grandes dimensões, o que pode levar efeitos compressivos como
disfagia, rouquidão, dificuldade respiratória. Diagnóstico pela cintilografia tireoidiana que apresenta
múltiplos nódulos.
Tempestade tireoidiana: Níveis excessivamente altos de hormônios da tireoide. Normalmente precedida
de estresse, infecção, cirurgia, RAI ablação, ingestão de amiodarona. Causa insuficiência cardíaca,
respiratória, coma e hipertermia.
Tireoidite: Doenças tireoidianas caracterizadas pela infiltração de leucócitos, fibrose da glândula ou ambas. São
de dois tipos:
Hashimoto: é a forma mais comum de tireoidite e a principal causa de hipotireoidismo. É uma típica
doença autoimune, mas envolve uma susceptibilidade genética com herança poligênica.
Quervain: O histórico do paciente relata intensa dor álgica associada após relatos de doenças virais
(caxumba, varíola, rubéola). Apresenta-se como hipertireodismo seguido de hipotireoidismo e por fim
eutireoidismo cerca de 3 meses após.
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ADRENAL (SUPRARRENAL)
A adrenal é um a glândula localizada acima do pólo superior dos rins (daí a designação suprarrenal), em
situação retroperitoneal, sendo ela de extrema importância para a vida humana. Encontram-se ao nível da 12ª vértebra
torácica, e são irrigadas pelas artérias suprarrenais.
Medula da adrenal: porção mais interna da glândula, de coloração vermelho-escuro ou cinza. Deriva,
embriologicamente, da crista neural (neuroectoderme) e funciona como neurônio pós-ganglionar do sistema
nervoso simpático. Desta forma, a medula da adrenal recebe uma longa fibra pré-ganglionar (diferentemente das
curtas fibras pré-ganglionares do restante do SN simpático) que faz com que suas células (células cromafins)
secretem, na corrente sanguínea, catecolaminas (na proporção de 20% de noradrenalina e 80% de adrenalina,
e ainda, uma pequena quantidade de dopamina).
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OBS : As gônadas também são responsáveis pela produção de parte dos hormônios sexuais, uma vez que, nestas
estruturas, estão presentes enzimas que participam da biossíntese dos esteroides. Desta forma, os testículos produzem
testosterona e os ovários, estradiol.
EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-ADRENAL
A partir de um estímulo neuronal, o sistema parvocelular secreta o hormônio liberador de corticotrofina (CRH), o
qual chega a hipófise por meio do sistema porta. Nas células corticotróficas da adeno-hipófise, por meio do estímulo do
CRH O hipotálamo, há a liberação do ACTH. Este hormônio estimula a secreção de hormônios pela adrenal. Os níveis
plasmáticos de cortisol são os responsáveis por inibir a secreção de ACTH (alça curta) e de CRH (alça longa).
Na zona glomerulosa (responsável pela síntese da aldosterona), o colesterol sofre ação de uma primeira enzima
denominada de desmolase, que o converte em um composto chamado de pregmenolona. Este sofre ação de um
complexo enzimático composto por duas enzimas conjugadas (complexo isomerase: 3-β-hidroxi-esteroide-
desidrogenase-δ-5,4-isomerase) e é convertido em progesterona (que já é um hormônio sexual, fundamental
durante o período da gravidez). A progesterona sofre ação de uma terceira enzima chamada de 21-hidroxilase que
a transforma em um composto chamado de 11-desoxi-corticosterona. Esta sofre ação de uma quarta enzima, a
11-hidroxilase, convertendo-se em corticosterona que sofre ação, por sua vez, de uma quinta enzima, que na
realidade é um outro complexo enzimático (complexo 18: 18-hidroxilase-18-β-hidroxi-esteroide-desidrogenase,
com atividade restrita na zona glomerulosa), transformando-se, finalmente, em aldosterona. O aldosterona é
responsável por promover a reabsorção de sódio e excreção de potássio e hidrogênio e sua secreção é estimulada
pela angiotensina II.
Na zona fasciculada (região produtora de cortisol), o colesterol sofre ação do complexo desmolase, sendo também
convertida em pregmenolona. Esta sofre ação do complexo isomerase e é convertida em progesterona. Daí,
temos a diferença: só na região fasciulada, há atividade da enzima 17-hidroxilase (com atividade restrita a zona
fasciculada e zona reticulada), responsável por hidroxilar a progesterona no carbono 17, produzindo a 17-hidroxi-
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progesterona. Esta, por sua vez, sofre ação da enzima 21-hidroxilase, formando um composto chamado 11-
desoxi-cortisol, que sofre ação da enzima 11-hidroxilase e é convertida finalmente no composto chamado de
cortisol. O cortisol é um glicocorticoide ligado ao metabolismo dos carboidratos. Este cortisol inibe a secreção do
ACTH.
Na zona reticulada (região produtora de andrógenos, hormônios sexuais masculinizantes), o colesterol sofre ação
do complexo desmolase, sendo também convertida em pregmenolona. Esta sofre ação do complexo isomerase
e é convertida em progesterona. Daí, temos a diferença: só na região fasciulada, há atividade da enzima 17-
hidroxilase (com atividade restrita a zona fasciculada e zona reticulada), responsável por hidroxilar a progesterona
no carbono 17, produzindo a 17-hidroxi-progesterona. Porém, nesta zona, a 17-hidroxi-progesterona sofre ação
da enzima 17-liase, formando androstenediona (que já é um andrógeno, com ação semelhante a testosterona).
Nesta zona, há a alta atividade da 17-hidroxilase, que converte a pregmenolona em 17-hidroxipregmenolona,
que se sofrer ação do complexo 17-liase, haverá a formação do dehidroepiandrosterona (DHEA), de extrema
importância agindo também como um andrógeno. Nos testículos, nas células de Leydig, a síntese até este ponto é a
mesma. Porém, neste local, há ação exclusiva de uma penúltima enzima chamada de 17-β-hidroxi-esteroide-
desidrogenase que converte androstenediona em testosterona, que é responsável por todas as características
masculinizantes secundárias. No ovário, a síntese é exatamente a mesma, mas nesse local, a testosterona sofre
ação da enzima aromatase, convertendo-se em estradiol ou estrona (estrógenos), sendo estes dois os principais
estrógenos femininos.
A testosterona, hormônio responsável por todas as características masculinizantes secundárias (como o aumento
da massa óssea e muscular, aumento da espessura das pregas vocais, aumento peniano, espermatogênese, etc.),
ela é transformada perifericamente, nos homens, em estradiol, importante por estimular o impulso sexual pelo sexo
oposto ao aromatizar o hipotálamo. A testosterona, além de se transformar em estradiol, é convertida pela enzima
5-α-redutase, transformando-se no mais potente andrógeno conhecido: diidro-testosterona.
HORMÔNIOS ESTEROIDES
Em resumo, temos:
Aldosterona: é um hormônio esteroide (da família dos mineralocorticoides) sintetizado na zona glomerulosa
do córtex das glândulas suprarrenais. É responsável pela regulação do balanço de sódio e potássio no sangue e,
consequentemente, controla o volume vascular circulante (homeostase dos fluidos). Em resumo, suas principais
funções são:
Transporte ativo de sódio da célula tubular renal para o espaço extracelular.
Reabsorção passiva de sódio do filtrado urinário.
Secreção de ions de hidrogênio para o filtrado urinário, com consequente aumento do pH do sangue (alcalose).
Aumento de reabsorção de água, com consequente aumento da pressão arterial e da volemia (volume de sangue
circulante).
O controle da produção de aldosterona é estabelecido pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona (graças à
ação da angiotensina) que, quando ativado, é responsável por: diminuição da pressão na artéria renal aferente;
diminuição de potássio; diminuição de sódio; estímulo nos nervos renais.
Cortisol: é um hormônio da família dos glicocorticoides sintetizado na zona fasciculada da glândula adrenal. É
considerado a principal secreção da adrenal. Sua produção é mediada pelo ACTH, produzido pelo lobo anterior
da hipófise (adenohipófise), cuja síntese é diminuída pela própria ação em feedback do cortisol (por esta razão,
doenças que cursam com síntese diminuída de cortisol apresentam altos níveis de ACTH e uma glândula
adrenal aumentada). É um hormônio essencial para a sobrevivência humana, e suas principais funções são:
Metabolismo da glicose (sua atuação no organismo é antagônica à insuliza, porconseguinte sendo
análoga à do glucagon) e lipídios.
Ação inotrópica no coração
Diminui a formação e aumenta a reabsorção óssea
Diminui síntese de colágeno
Débito cardíaco, tono capilar, permeabilidade vascular
Diminui filtração glomerular
Estimula a maturação fetal
Antagoniza respostas imunológicas e inflamatórias
Inibe a secreção de ACTH
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Como todo hormônio hidrofóbico (pois são derivados do colesterol), os esteroides atravessam a membrana
celular e agem com um receptor intracelular. Este receptor vai para o núcleo e induz uma transcrição gênica. Defeitos
nos receptores desencadeiam uma falta de efeito dos hormônios. Isso acontece com indivíduos geneticamente homens
(pois apresentam XY) e níveis de testosterona normais, mas devido ao fato da carência de receptores e a existência da
aromatase (que passará a degradar o excesso de testosterona em hormônios femininos como o estradiol e estrona),
haverá apenas a expressão de estrógenos, o que faz com que esses indivíduos desenvolvam características fenotípicas
feminilizantes: apresentam genitália masculina pouco desenvolvida e ambígua, nunca tiveram a semenarca (primeira
ejaculação), etc.
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OBS : Indivíduos que apresentam altos níveis de testosterona e grande atividade da 5-α-redutase, apresentam como
consequência altas taxas de diidro-testosterona, que é bem mais potente que a testosterona. Em geral, esses indivíduos
apresentam hipertricose e quase sempre, desenvolvem calvície. A droga Finasteride é uma droga que inibe a 5-α-
redutase, sendo importante no tratamento ou retardo da calvície. Contudo, seu uso crônico tende a diminuir os níveis de
diidro-testosterona e, consequentemente, diminuindo um pouco mais a libido.
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OBS : A androgênese adrenal é importante para o homem, mas é muito mais importante para a mulher. Isso porque a
capacidade do ovário de produzir androstenediona e DEA é baixa e, portanto, o ovário está sempre necessitando de
andrógenos adrenais para convertê-los em estrona ou estradiol. Suponhamos, então, que uma paciente do sexo
feminino tenha deficiência da enzima 21-hidroxilase (responsável por converter progesterona em 11-desoxi-
corticosterona), teria uma dificuldade de produção de aldosterona (hipoaldosteronismo, apresentando hiponatremia e
hipercalemia) e de cortisol (responsável por aumentar a glicemia e inibir a ACTH), e a paciente apresentaria quadros de
hipoglicemia. Apresentaria hipotensão, tontura, fraqueza e arritmia. Portanto, o bloqueio dessas duas vias faz com que
haja desvio de substratos para a zona reticulada que é responsável pela produção de andrógenos, uma vez que o
ACTH continua funcionando (pois o cortisol está baixo) e estimulando cada vez mais a produção da adrenal. Com isso,
há uma hiperplasia congênita da adrenal, e esse excesso na produção de andrógenos, gera o desenvolvimento de
uma genitália ambígua (com hipertrofia clitoriana).
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OBS : Modificação Pós-Traducional do gene POMC. Na hipófise, o gene que codifica o ACTH é denominado de pro-
opiomelanocortina (POMC). Quando ele é traduzido, sofre uma modificação pós-traducional. Entre as proteínas que este
gene produz, estão o ACTH e o MSH (Hormônio Estimulador de Melanócitos). Percebe-se, então, o porquê que os
pacientes com hipersecreção de ACTH apresentam hiperpigmentação da pele. Além do ACTH e MSH, o POMC produz
também endorfinas, que promovem sensações de analgesia.
GLICOCORTICOIDES – CORTISOL
O fato da síntese da mineralocorticoide aldosterona e do glicocorticoide cortisol compartilharem das mesmas
enzimas (na sua maioria), considera que cada um desses corticoides realizam funções semelhantes e recíprocas. Nas
concentrações fisiológicas os glicocorticoides:
Ajudam no controle da pressão sanguínea (estabilidade cardiovascular). O cortisol, como já foi dito, apresenta
uma síntese muito semelhante à da aldosterona. Com isso, ele passa ainda a apresentar funções endógenas
semelhantes como a reabsorção de sódio nos rins. Percebe-se, então, o porquê que indivíduos que fazem uso
de corticoides apresentam uma grande retenção hídrica.
Controlam a glicemia (homeostase metabólica), sendo ele hiperglicemiante, uma vez que aumenta a produção
hepática de glicose (gliconeogênese). Por esse fator, o excesso de corticoides desencadeiam um excesso de
glicose circulante, a qual vai ser estocada e causa ganho de peso ao indivíduo.
O controle da disposição corporal (manutenção da integridade das funções do SNC).
O controle da temperatura (resposta ao estresse).
A secreção de cortisol se dá de maneira cíclica, tendo seu maior pico às 8 horas da manha, sendo este o
período ideal para a coleta de avaliação da cortisolemia de um paciente. O menor pico de cortisol se dá a noite (por volta
da meia noite), estimulando a secreção de CRH e ACTH. Durante a madrugada, os níveis de ACTH e CRH vão
aumentando concomitantemente ao de cortisol, o qual, ciclicamente, atinge seu pico às 8 horas.
O transporte de cortisol no sangue se dá pela globulina ligadora de corticosteroides (CBG), uma
glicoproteína ácida com PM 52.000 produzida pelo fígado, pulmões, rins e testículos. Ela regula a liberação do cortisol
para os tecidos. Desse modo, temos duas frações de cortisol: uma fração livre (biologicamente ativa) e uma fração ligada
que, estando em equilíbrio, formam, juntas, o cortisol total plasmático.
Para impor o seu mecanismo de ação, o cortisol, ao entrar no núcleo, liga-se ao seu receptor específico. Este
passo desloca uma proteína co-repressora que faz com que o RNA polimerase e a proteína ativadora se associe ao
DNA e produza RNAm para produzir proteínas. Com isso, conclui-se que o efeito dos corticoides é um efeito mais
demorado, porém mais efetivo e persistente.
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O cortisol é o protótipo dos glicocorticoides, tendo efeito direto no metabolismo dos carboidratos. Os efeitos
metabólicos dos glicocorticoides são em geral opostos aos efeitos da insulina: enquanto que a insulina promove a
captação de glicose pelo tecido muscular e adiposo (tecidos dependentes de insulina para a captação de glicose), os
glicocorticoides inibem a captação de glicose. O cortisol aumenta a captação hepática de glicose e diminui a
sensibilidade à insulina dos tecidos periféricos.
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OBS : Pacientes que apresentam síndrome de ovário policístico (SOP) tendem a ter uma resistência à ação da insulina,
pois os esteroides da adrenal (que estão em altas concentrações), de uma maneira geral, inibem a captação de glicose
pelos tecidos. Esses pacientes são tratados com Metformina, que é uma droga que aumenta a captação de glicose pelos
tecidos, diminuindo a resistência à insulina e, assim, a hiperinsulinemia.
O cortisol também influencia no metabolismo das proteínas. A insulina realiza anabolismo proteico, causando
aumento da síntese proteica e diminuição da liberação de aminoácidos. Já o cortisol, por ser um hormônio
hiperglicemiante, necessitará de aminoácidos para a gliconeogênese, realizando o catabolismo e degradação das
proteínas (inclusive as musculares) e aumento da liberação dos aminoácidos. Esse fato explica a fraqueza muscular
apresentada por indivíduos com hipercortisolemia.
Com relação ao metabolismo dos lipídios, o efeito cortisólico também é o contrário da insulina. Esta, realiza o
anabolismo e o aumento da síntese dos lipídeos, diminuição a liberação dos ácidos graxos. Já o cortisol realiza o
catabolismo dos lipídios, aumento da lipólise e aumento da liberação dos ácidos graxos. O cortisol provoca uma
redistribuição do tecido adiposo pelo cortisol. Indivíduos com hipercortisolemia apresenta uma distribuição centrípeta da
gordura corporal.
O cortisol é um agente extremamente anti-inflamatório. O cortisol inibe a resposta inflamatória, por inibir a
produção de mediadores pró-inflamatórios, que são eles: os metabólitos do ácido aracdônico (prostaglandinas e
leucotrienos); fator de ativação das plaquetas (PAF); fator de necrose tumoral (TNF); Interleucina – 1 (IL-1); é ativador de
plasminogênio; promove a estabilização das membranas lisossomais e destruição dos eosinófilos. Um paciente com
hiporcortisolemia tende a apresentar, mais facilmente, infecções oportunistas. Em geral, quando se faz uso de
corticoideterapia, pode-se fazer uso associado de antibióticos. Em contrapartida, os corticoides são extremamente
indicados para o tratamento de asma crônica devido a sua ação destruidora de eosinófilos, diminuindo a descarga
histamínica na asma.
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OBS : Principais usos clínicos dos corticoides: Os medicamentos antiinflamatórios esteroidais (corticoides,
corticosteroides ou glicocorticoides) são drogas que agem semelhantemente ao cortisol endógeno (glicocorticoide).
Estes medicamentos apresentam as mesmas funções que os medicamentos antiinflamatórios não-esteroidais (MAINEs)
exercem, sendo adicionada a ação imunossupressora. Alguns exemplos são: Hidrocortisona, Dexametasona,
Prednisolona, etc.
Terapia de reposição: para suprir a carência de hormônios na insuficiência adrenal.
Ação anti-inflamatória: tratamento de doenças autoimunes, processos inflamatórios granulomatosos,
processos inflamatórios pulmonares (ASMA, por exemplo), etc.
Imunossupressão: úteis para diminuir a resposta imunológica após transplante de órgãos ou em doenças
autoimunes.
Supressão androgênica: em caso de síndromes masculinizantes.
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OBS : No feto, o cortisol favorece a maturação do SNC, retina, pele, tracto gastrointestinal e, principalmente, o sistema
pulmonar. O cortisol auxilia a diferençiação da mucosa intestinal do fenótipo fetal para o fenótipo adulto, o que permite à
criança usar dissacarídeos presentes no leite materno. No pulmão passa-se algo semelhante, a velocidade de
desenvovimento alveolar e do epitélio respiratório é acentuada pelo cortisol; e, mais importante, nas últimas semanas de
gestação os glicocorticoides aumentam a síntese de surfactante (sendo usados para induzir a maturidade pulmonar em
recém-nascidos prematuros), sendo útil a sua administração até, aproximadamente, a 34ª semana de gestação.
MINERALOCORTICOIDE – ALDOSTERONA
A aldosterona é o protótipo dos
mineralocorticoides, sendo estimulada a sua secreção
pela Angiotensina II. Seu mecanismo de ação
primário ocorre nos túbulos renais: a aldosterona
aumenta a reabsorção de sódio e excreção de
potássio e hidrogênio. O efeito primário é o aumento
da natremia e diminuição da calemia, e a água segue
o íon sódio. Ela induz ainda a expressão aumentada
da Na-K-ATPase, de canais de sódio e da síntese de
ATP mitocondrial. Além disso, a aldosterona aumenta
a excreção de amônia.
Tem como tecidos alvos: Rins, glândulas salivares e sudoríparas, osso, trato GI, músculos. A aldosterona
estimula ainda a proliferação de miócitos cardíacos. Pacientes que apresentam insuficiência cardíaca congestiva tendem
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a evoluir uma hipertrofia ventricular esquerda. Quando o mesmo faz uso de fármacos inibidores de ECA (como o
Captopril ou Enalapril), seus níveis de aldosterona tendem a cair juntamente aos de angiotensina II.
CORTICOIDES: ESTRUTURA-FUNÇÃO
13
Assim como vimos previamente na OBS , os principais corticoides do mercado são: Hidrocortisona (com
estrutura similar ao cortisol endógeno, apresentando, portanto, potencia 1); Prednisolona (apresenta uma ligação dupla a
mais que a anterior); Metilprednisolona (apresenta um radical metil a mais que a anterior); Cortisona (apresenta uma
molécula oxigênio a mais que a anterior); Prednisona (com uma ligação dupla a mais que a anterior); e Dexametasona
(apresenta flúor adicionado a sua estrutura assim como mais um grupo metil), sendo esta cerca de 25 vezes mais
potente que a hidrocortisona. A dexametasona tem seu efeito mineralocorticoide totalmente abolido, sem ter função
nenhuma de reter sódio.
Pacientes com deficiência de aldosterona são tratados com 9-α-fluorocortisone, pois este é um potente
corticoide, mas com ação mineralocorticoide, apresentando capacidade para reter sódio. Isso acontece porque
adicionando um grupo flúor na posição 9-α, há um aumento da atividade mineralocorticoide do corticoide.
15
OBS : Potência glicocorticoide: Dexametasona > Prednisona > Cortisol
CORRELAÇÕES CLÍNICAS
Insuficiência Adrenal: quadro em que ocorre uma secreção inapropriadamente baixa de esteroides da adrenal,
apresentando: insuficiência de aldosterona, insuficiência de cortisol e insuficiência de esteroides sexuais. A
insuficiência adrenal pode ser classificada em primária (se afeta a glândula adrenal), secundária (se afeta a
hipófise) e terciária (se ela afeta o hipotálamo).
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Insuficiência adrenal primária (Doença de Addison): Doença descrita primeiramente por Thomas Addison
(1793-1860). Na insuficiência primária, as adrenais são destruídas, e a aldosterona é igualmente afetada.
Como há uma produção carente de cortisol, o
gene POMC será transcrito exacerbadamente,
produzindo, além do ACTH, grandes
quantidades de MSH (o que explica o
escurecimento cutâneo característico da Doença
de Addison). Em 80% dos casos de Doença de
Addison, a etiologia se dá por uma doença
autoimune, afetando todas as regiões da
adrenal. Entre outras causas, temos: infecções
(tuberculose, citomegalovírus, fungos); vascular
(hemorragia, trombose, arterite); metástases (em
pacientes com câncer); adrenoleucodistrofia (em
homens jovens).
Os sinais e sintomas são: perda de peso,
anorexia, desidratação (devido ‘a presença de
sódio nos túbulos renais), fraqueza muscular,
hiperpigmentação da pele, hipotensão, etc. A
falta de aldosterona (hipoaldosteronismo) leva a
tontura pela hiponatremia, além de causar
hipotensão e hipercalemia.
Insuficiência adrenal secundária e terciária: disfunções na hipófise (sem secreção de ACTH e de cortisol,
com aumento do CRH) e no hipotálamo (sem secreção de nenhum dos hormônios), respectivamente. As
principais causas são: doenças vasculares (necrose Pós-Parto, chamada de Síndrome de Sheehan); doenças
infiltrativas (Sarcoidose, compressão tumoral); Pós-cirurgia ou radioterapia; Tratamento crônico com
corticoides. Os níveis de aldosterona estão normais por ser ela estimulada pela angiotensina II,
diferentemente da insuficiência adrenal primária, na qual a aldosterona é comprometida pois todo o córtex da
adrenal é comprometido. Sintomas: fadiga, indisposição moderada, fraqueza muscular proximal. Sinais: Não
ocorre hiperpigmentação, nem hipotensão postural.
Crise adrenal: a crise adrenal geralmente é causada pela retirada de corticoide exógeno abruptamente. O
paciente apresenta hiperpigmentação, hiponatremia, hipercalemia, hipoglicemia, hipotensão resistente a
catecolaminas. Se não tratada imediatamente, a crise adrenal pode levar o paciente a morte. Pode ser causada,
por exemplo: por hemorragias (doença tromboembólica ou terapia anticoagulante); drogas que diminuem a
produção de glicocorticoides (cetoconazol, metirapone); drogas que aumentam a produção de GC (fenobarbital,
rifomicina).
Hiperplasia Adrenal Congênita (HAC): Há um defeito genético na síntese do cortisol e aldosterona, resultando
em insuficiência adrenal primária. As causas mais prevalentes da HAC é deficiência da enzima 21-hidroxilase.
Ocorre um aumento de CRH e ACHT. O ACHT aumentado estimula a adrenal e resulta no desvio de precursores
para síntese de outros hormônios. ACTH estimula o crescimento (hiperplasia) das adrenais.
A 21-hidroxilase da zona fasciculada (converte 17-hidroxi-progesterona em 11-desoxi-cortisol) é uma hidroxilase
mais branda. Seu defeito causa uma HAC não-perdedora de sal (pois a produção de aldosterona estaria normal
na zona glomerulosa). O paciente apresentaria quadros de hipoglicemia devido à carência na produção do
cortisol.
A forma mais grave da doença ocorre quando a defeitos na enzima 21-hidroxilase das duas zonas mais externas
do córtex da adrenal, fazendo com que o paciente tenha carência tanto de cortisol quanto de aldosterona,
desencadeando uma HAC perdedora de sal. O paciente apresenta uma desidratação severa. Como não há
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Hipoaldosteronismo: baixas taxas sanguíneas de aldosterona, havendo pouca reabsorção de sódio com baixos
índices de natremia (índices de sódio no sangue), ou seja, hiponatremia com hipercalemia (elevadas taxas de
potássio), implicando pois, nos seguintes sintomas: disritmias cardíacos (alterações no ECG devido a altas
concentrações de potássio), hipotensão (devido a baixas taxas de sódio sanguíneo).
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OBS : De um modo geral, temos:
Hipoaldosteronismo Hipotensão, Hipercalemia e Hiponatremia
Hipocortisolismo Fadiga, Hipotensão, Hipoglicemia
Causas de hipercortisolismo: causas fisiológicas (gravidez, estresse e exercício excessivo); causas patológicas
(Síndrome de Cushing, Diabetes Melitus, Hipertireoidismo, Anorexia nervosa, Síndrome do pânico, Transtorno
Obsessivo-compulsivo, Corticoides exógeno).
Deficiência de DHEAS no macho (fadiga, alteração do humor); nas fêmeas (fadiga, alteração do humor,
disfunção sexual).
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Porém, mesmo sendo feito os testes de triagem, a maioria dos pacientes apresentam valores “borderlines” (sem
muita especificidade). Faz-se, necessário, portanto, o uso de testes específicos. Um dos mais utilizados teste de
estimulação com ACTH, que consiste em aplicar doses de ACTH em pacientes com suspeita e observar resultados. Se
o paciente for normal, o ACTH será capaz de estimular a síntese de cortisol, aumentando a sua concentração
plasmática. Caso contrário, se não houver aumento do cortisol, o paciente é acometido de insuficiência adrenal primária.
O teste a tolerância à insulina pode ainda ser realizado. A insulina, ao estimular a hipoglicemia, estimula o eixo
Hipotálamo-Hipófise-Adrenal para que o cortisol seja produzido e aumente a glicemia plasmática. Dá-se então insulina
ao paciente e espera, após a queda da glicemia do paciente, o aumento do cortisol e a diminuição do ACTH. Baixos
níveis de cortisol após a hipoglicemia, tem-se insuficiência primária.
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ESPERMATOGÊNESE
É o processo de formação dos espermatozoides que ocorre
ao longo dos túbulos seminíferos durante a vida sexual ativa,
estimulado pelos hormônios gonadotrópicos da hipófise anterior.
Inicia-se na puberdade (13 anos de idade) e se prossegue durante
boa parte da vida, diminuindo acentuadamente na velhice.
ETAPAS DA ESPERMATOGÊNESE
As espermatogônias (2n, células epiteliais germinativas dos
túbulos seminíferos) crescem e se tornam espermatócitos
primários (2n).
Os espermatócitos primários sofrem meiose formando
espermatócitos secundário (n), que por sua vez se dividem
formando as espermátides (n).
As espermátides amadurecem e se diferenciam e tornam-se
espermatozoides.
OBS: A fertilidade de um homem está ligada ao numero de espermatozoides produzidos por ele e pela capacidade
desses gametas de fecundar.
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ESPERMIAÇÃO
É a remoção do excesso de citoplasma quando as espermátides são convertidas em espermatozoides.
CÉLULAS DE SERTOLI
São células grandes responsáveis por sustentar o epitélio germinativo dos túbulos seminíferos que contribuem
na convenção de espermátides em espermatozoides.
Fornecem nutrientes (frutose), hormônios e enzimas para os gametas em desenvolvimento.
VESÍCULAS SEMINAIS
Túbulos sinuosos revestidos com epitélio secretor, que na ejaculação, secretam: frutose (nutrição), ácido
cítrico e outras substâncias nutritivas, bem como fibrionogênio (que reage com uma enzima de coagulação liberada
pela próstata) e prostaglandinas (que tornam o muco cervical feminino mais receptivo ao movimento dos
espermatozoides e causa certas contrações peristálticas no útero e trompas, auxiliando a guia dos espermatozoides ao
ovócito II).
Essa secreção das vesículas seminais aumenta o volume do sêmen consideravelmente.
GLÂNDULA PROSTÁTICA
A próstata secreta um líquido ralo e leitoso de pH entre 6,5 e 7,5, que contém cálcio e citrato, bem como uma
enzima de coagulação (que reagirá com a fibrina liberada pelas vesículas seminais) e uma pró-fibrinolisina.
Durante a emissão, a cápsula muscular prostática contrai-se simultaneamente às contrações dos canais
deferentes. Por ser ligeiramente alcalino, é provável que o líquido prostático auxilie na motilidade e a fertilidade dos
espermatozoides.
OBS: De acordo com dados do INCA, o câncer de próstata é o tumor (não cutâneo) mais prevalente em homens no
Brasil e no mundo, sendo o adenocarcinoma de próstata o seu principal representante. O câncer de próstata, de um
modo geral, representa cerca de 10% do total de casos de câncer, sendo a quarta causa de morte por neoplasias no
Brasil.
OBS: O PSA (Prostate-Specific Antigen ou antígeno prostático específico) revolucionou a história diagnóstica do câncer
de próstata depois de sua descoberta como marcador desta neoplasia a partir da década de 80, substituindo outros
marcadores até então utilizados (como a fosfatase ácida). O PSA é uma glicoproteína produzida pela próstata (sendo ela
órgão-específico) responsável pela liquefação do coágulo seminal, favorecendo a fertilização do óvulo pelo
espermatozoide na vigência de uma eventual cópula seguida de fecundação. O ponto de corte para indicação de biópsia
prostática é 4ng/ml. Contudo, estima-se que 25% dos cânceres apresentam PSA abaixo de 4ng/ml; além disso, muitos
pacientes são submetidos a biópsias prostáticas desnecessárias.
O PSA pode ser mensurado no intuito de fornecer dados referentes ao:
Diagnóstico
Estadiamento (classificação dos pacientes portadores de câncer): pacientes com PSA menor que 20ng/ml não
necessitam de realização de cintilografia óssea, por exemplo.
Seguimento: o PSA talvez seja o único método disponível para avaliar o paciente pós-prostatectomia e pós-
radioterapia, sendo realizado, normalmente, após 1 mês de cirurgia (PSA de controle) e, durante o primeiro ano,
de 3 em 3 meses (para avaliação trimestral).
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SÊMEN
O sêmen é o liquido ejaculado durante o ato sexual masculino, sendo composto de líquidos do: canal deferente
(10% do total), vesículas seminais (60%, sendo o ultimo a ser secretado), liquido prostático (cerca de 30%, que dá o
aspecto leitoso) e das glândulas bulbouretrais (aspecto mucoso do sêmen).
A enzima de coagulação do liquido prostático faz com que o fibrinogênio liberado pelas vesículas seminais forme
um fraco coágulo de fibrina que mantém o sêmen aderido nas regiões mais profundas da vagina. Após algum tempo,
esse coágulo se rompe devido à fibrinolisina, devolvendo motilidade aos espermatozoides já no trato genital feminino.
É ejaculado cerca de 2 a 6mL de sêmen, contendo 120 milhões de espermatozoides/mL.
Abaixo de 20 milhões, o homem pode ser infértil.
A contagem é feita pelo espermograma.
ESTÍMULO NEURONAL
Originado na glande por neurônios responsáveis pela sensibilidade sexual.
ELEMENTO PSÍQUICO
Pensamentos ou sonhos podem estimular o ato sexual masculino (pode ter como consequência a polução
noturna).
ETAPAS
1. Ereção: estimulo parassimpático via óxido nítrico (NO), que relaxam e dilatam as artérias penianas, fazendo o
sangue fluir para o tecido erétil: os dois corpos cavernosos e o esponjoso represam o sangue, constituindo o
fenômeno da ereção.
2. Tumefação e endurecimento do órgão: ocorre devido o acumulo de sangue represado nos tecidos eréteis.
3. Lubrificação: estímulo parassimpático em que há a secreção de muco pelas glândulas uretrais e bulburetrais.
Entretanto, a maior parte da lubrificação do coito é realizada pelo órgão sexual feminino.
4. Emissão: estímulos de nervos simpáticos, em que há a contração dos canais deferentes, da vesícula seminal e
do revestimendo muscular da próstata, forçando o esperma adiante, auxiliando nas etapas de formação do
sêmen.
5. Ejaculação: liberação do sêmen da uretra para o exterior.
6. Orgasmo: período entre a emissão e a ejaculação.
7. Resolução: termino da excitação masculina. A ereção ainda perdura por um a dois minutos.
OBS: A ereção é uma etapa importante no processo do ato sexual masculino. De uma forma simples, o que ocorre é o
represamento de sangue nos corpos cavernosos do pênis: entra mais sangue do que sai. Para isso, os vasos
sanguíneos penianos devem estar dilatados e intumescidos. Este processo se dá pela seguinte reação (e explica a ação
de medicações utilizadas contra a disfunção erétil):
a) A L-Arginina (aminoácido), por meio da enzima
NO Sintase, forma oxido nitroso (NO)
b) O NO se liga com a citrulina gerando a
enzima Guanilato Ciclase.
c) Essa enzima transforma o GTP (presente no
corpo cavernoso) em cicloGMP (o causador
da ereção) o qual dilata as artérias do corpo
cavernoso, gerando o intumescimento do
órgão. Esse composto é responsável também
pelo aumento da frequência cardíaca
(taquicardia) no ato sexual.
d) No final da ereção, a enzima PDE 5 (5-
Fosfodiesterase) quebra a cGMP cessando a
ereção.
Disfunção erétil. Ocorre em 52% dos homens com idade entre 40 e 70 anos. Pode ser causado por doenças
como diabetes melito, radiação ionizante, tratamento de câncer de próstata, lesão na porção inferior da medula,
estresse, ansiedade, drogas (diuréticos, antidepressivos, tranquilizantes, hormônios, álcool etílico, cocaína,
maconha, etc.). Embora não exista um tratamento tão eficaz e definitivo para a disfunção, existem hoje, no
mercado farmacêutico, medicações que estimulam a ereção masculina. São, de uma forma geral, drogas
inibidoras da 5-fosfodiesterase (PDE 5) e atuam, portanto, reduzindo a quebra do cGMP, mantendo a
dilatação arterial em nível peniano (e, de certa forma, sistêmico). Os principais exemplos são: Sildenafil
(Viagra®), Vardenafil (Levitra®) e o Tadalafil (Cialis®). Seus principais efeitos colaterais são: Congestão
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TESTOSTERONA
Hormônio formado pelas células intersticiais (Leydig) dos túbulos seminíferos.
Metabolismo:
Ligação com proteínas plasmáticas
Ação em 30 a 60 minutos.
Convertida em androesterona e desidroepandroesterona.
Eliminada na bile (eliminação metabólica da testosterona), TGI (fezes) ou urina.
Funções:
o Desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos: aumento do tamanho do pênis, escroto e testiculos.
o Estimulam os folículos pilosos: distribuição de pêlos corporais.
o Estimulam o crescimento das glândulas sebáceas.
o Produzem o aumento de massa muscular nas crianças durante a puberdade.
o Ampliam a laringe: efeitos sobre a voz.
o Desenvolvimento Fetal
Liberação a partir do 2º mês de gravidez.
Fato marcante para o desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos.
É um dos principais responsáveis para a descida dos testículos nos últimos 2 a 3 meses para a
bolsa escrotal.
o Desenvolvimento da massa óssea maior, protegendo contra a osteoporose: aumento de 50% a massa
muscular em relação às mulheres.
OBS: A maioria dos anabolizantes (“bombas”) possui testosterona sintético, responsável pelo aumento exagerado da
massa muscular. Pode ocorre necrose do tecido acarretado bem como diminuição da libido sexual, pois o organismo
deixaria de produzir o hormônio endogenamente.
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As funções reprodutivas femininas estão divididas, fisiologicamente, em duas fases: preparação do corpo para
a concepção e estado de gestação.
CONCEITOS
Menarca: o termo menarca significa a primeira menstruação e traduz um importante evento no
amadurecimento do eixo hipotálamo-hipófise-ovário. Acontece em médio entre o 11 e 14 anos, mas sua
ocorrência é aceitável dos 9 aos 16 anos.
Menstruação: é um sangramento genital de origem intrauterina, periódico e temporário na mulher, que se
manifesta aproximadamente a cada mês, que se inicia com a menarca e termina com a menopausa.
Menacme: período reprodutivo da mulher. Inicia-se com o amadurecimento do eixo hipotálamo-hipófise-ovário.
Em outras palavras, tem início com a resposta do LH ao estímulo gonadotrófico, que é mais tardia que a do FSH.
Após a produção folicular adequada, com produção de níveis de estradiol maiores que 200ng/ml durante 24 a
36h, ocorrerá o primeiro pico de LH, com ovulação e consequente menstruação.
Climatério: tem início com o declínio progressivo da atividade gonadal da mulher. Este período de sua vida é o
de transição entre o ciclo reprodutivo (menacme) e o não reprodutivo (senilidade ou senectude).
Síndrome climatérica: é conjunto de sintomas que são atribuíveis à insuficiência ovariana progressiva. É
importante salientar que nem sempre o climatério é sintomático.
Menopausa: o termo “menopausa” significa “ultima menstruação”. É o evento que marca o climatério. Constitui o
único ponto de referência durante o climatério que pode ser determinado com exatidão. Ocorre, em geral, entre
os 45 e 55 anos de idade e só pode ser diagnosticada após 12 meses consecutivos de amenorreia (ausência de
menstruação).
Período perimenopausa: período que se inicia antes da menopausa com ciclos menstruais irregulares,
acompanhados ou não de manifestações vasomotoras, e termina 12 meses após a menopausa.
Período pós-menopausa: período que se inicia após um ano (12 meses) da ultima menstruação e vai até os 65
anos de idade.
Senectude ou senilidade: período da vida que se segue ao climatério e tem início aos 65 anos.
abortamentos). Por essa razão, a progesterona é produzida a partir do momento da ovulação e, portanto,
apresenta níveis elevados apenas na 2ª fase do ciclo menstrual, sendo produzida pelo corpo lúteo, uma
“casquinha” amarela que sobra do folículo após a ovulação.
OBS: Para que a ovulação ocorra, o LH deve chegar ao pico, e o estrogênio e a progesterona em baixa quantidade. Os
anticoncepcionais hormonais combinados possuem estrógeno e progesterona sintéticos, que, quando em concentrações
altas e constantes, inibem a ação direta do LH (hormônio responsável pela ovulação).
Compartimento III – Adenoipófise: o GnRH age sobre células da hipófise anterior, estimulando-as a produzir
FSH e LH na circulação. Neste compartimento, ocorre também a produção de outros hormônios (TSH, GH,
ACTH e prolactina) que não participam diretamente do ciclo menstrual.
OBS: A secreção de prolactina, hormônio primariamente relacionado à lactação, é regulada pelo controle
inibitório da dopamina secretada no hipotálamo. Portanto, tumores que acometam e obstruam a circulação porto-
hipofisária prejudicam a liberação dos fatores hipotalâmicos até a hipófise, causando um quadro de
hipopituitarismo + hiperprolactinemia (clinicamente: anovulação, amenorreia e galactorreia).
Compartimento I – Útero-vaginal: sofre inteira influência dos hormônios distintamente secretados nas fases do
ciclo, de tal forma que, analogamente ao ciclo ovariano, podemos dividir o ciclo uterino em três fases:
proliferativa, menstrual e secretora
Todo esse processo ocorre ainda na primeira fase do ciclo menstrual, com o intuito de produzir testosterona para
recuperar a camada endometrial uterina que receberá um eventual ovo fecundado.
A partir de um determinado nível, esse estrogênio produzido passa a realizar um feedback positivo, de modo que a
elevação dos seus níveis promove, de forma direta, o aumento do LH. Daí gera-se um ciclo, de modo que o LH passa a
atuar mais nas células da teca, produzindo mais androgênios, que são deslocados para as células da granulosa para
sofrer aromatização, produzir estrogênio e estimular ainda mais a síntese de LH, reiniciando o ciclo.
O aumento concomitante de estrogênio estimula o pico de LH, e este, a ovulação. A ovulação ocorre como resultado
da ação simultânea de diversos mecanismos que ocorrem no folículo dominante, que estimulam a sua maturação e
induzem a rotura folicular. Somente o folículo que atinge seu estágio final de maturação é capaz de se romper.
O marcador fisiológico mais importante da aproximação da ovulação é o pico de LH do meio do ciclo, o qual, como
vimos, é precedido por aumento acelerado do estradiol. Sabidamente, o folículo pré-ovulatório (também conhecido
como folículo de Graaf) produz, coma síntese crescente de estradiol, seu próprio estímulo ovulatório. O pico de estradiol
estimula o pico de LH e, consequentemente, a ovulação.
Após o processo de ovulação, o resquício do folículo forma uma estrutura celular amarelada conhecida como corpo
lúteo, que sob ação do hormônio luteinizante (o LH), passará a produzir a progesterona.
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Fase Menstrual (do dia 1 ao dia 5, aproximadamente): É caracterizada pela descamação da camada
funcional do endométrio (menstruação), caracterizando o inicio do ciclo. Esta fase ocorre devido à regressão do
corpo lúteo que cessa a secreção de progesterona e estrogênio. Com isso, o endométrio deixa de ser estimulado
a permanecer, causando a interrupção de oxigênio e nutrientes, levando a necrose da camada funcional. Na
menstruação, é liberado cerca de 35mL de sangue.
Folicular (do dia 1 até a ovulação, tendo um período variável): nesta fase, acontece uma sequência
ordenada de eventos que assegura o recrutamento de uma nova coorte de folículos para a seleção do folículo
dominante. O resultado final é um único folículo maduro viável. Este processo demora cerca de 10 a 14 dias.
1. Recrutamento folicular à ovulação a partir do aumento do FSH: o recrutamento se inicia no final da
fase lútea do ciclo anterior, a partir da regressão do corpo lúteo e do aumento do FSH.
2. O FSH aumenta a produção estrogênica, promove o crescimento da granulosa e estimula a atividade
da aromatase.
3. As células da teça produzem androstenediona e testosterona sob efeito do LH.
4. As células da granulosa produzem estradiol a partir dos androgênios, sob estímulo da aromatase
(dependente do FSH).
5. Seleção do folículo dominante, caracterizado pela maior presença de receptores de FSH e, por isso,
maior ação da aromatase e produz mais estrogênio.
OBS: O desenvolvimento folicular é contínuo, ocorrendo mesmo em mulheres que não estão ovulando
(infância, gestação ou em uso de anticoncepcionais orais).
Ovulatória: a ovulação acontece como resultado da ação simultânea de diversos mecanismos que ocorrem no
folículo dominante. O marcador fisiológico mais importante da aproximação da ovulação é o pico do LH do meio
do ciclo, o qual é precedido por aumento acelerado do nível de estradiol.
6. O pico de estradiol (produzido pela ação da aromatase) estimula o pico do LH e, consequentemente,
a ovulação.
7. A ovulação ocorre aproximadamente 32 a 36 horas após o início da elevação dos níveis de LH e
cerca de 10 a 12 horas após seu pico máximo.
Fase lútea (inicia no dia da ovulação e tem duração fixa de 14 dias): O aumento dos níveis de progesterona
de forma aguda caracteriza esta fase.
8. Folículo roto formação do corpo lúteo.
9. Ocorre o a luteinização, que corresponde ao processo em que as células da granulosa passam a
produzir progesterona (“pró-gestação”).
10. O aumento agudo dos níveis de progesterona caracterizam esta fase
11. É uma fase de duração fixa, de aproximadamente 14 dias (portanto, a mulher “sempre” menstrua 14
dias após a ovulação).
12. Com a regressão do corpo lúteo, que ocorre ao final da fase lútea, ocorre queda dos níveis
circulantes de estradiol, progesterona e inibina A.
13. O decréscimo da inibina A remove a influência supressora sobre a secreção de FSH pela hipófise, e
este volta a se elevar antes da menstruação (sinal para iniciar um novo recrutamento folicular).
OBS: O estrógeno ainda atua sobre o corpo estimulando o surgimento das características sexuais secundárias
femininas.
10º dia do ciclo: já com uma grande concentração de FSH e estrógeno, este ainda atua sobre a hipófise estimulando a
liberação de LH, o hormônio responsável pela ovulação. Por cerca do 14º dia, a mulher atinge o pico de LH, alcançando
assim a ovulação.
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14º dia do ciclo: com a ovulação, a progesterona e o estrógeno, combinados, inibem a ação da hipófise (feedback,
inibindo a liberação de FSH e LH). Existe medicamentos anticoncepcionais que são compostos por progesterona e
estrógeno, os quais impedem a ovulação.
15º dia do ciclo: o corpo lúteo (pequena ferida que marca o local da saída do ovócito II) passa a liberar progesterona
(último hormônio a aumentar de concentração) que vai atuar no útero, estimulando a continuação do desenvolvimento
do endométrio.
OBS: O “Método Anticoncepcional da Tabelinha”. O método rítmico, mais conhecido como “tabelinha menstrual” ou
método de Ogino-Knaus (nome dado devido a Hermann Knaus e Kyusaku Ogino), é um método contraceptivo que
consiste em estimar a data da ovulação, por forma a evitar contactos sexuais durante o período fértil.
A ténica correta e descrita em alguns livros consiste na seguinte: para
prever o dia da ovulação, observa-se a duração dos 8 últimos ciclos
menstruais e anota-se o número de dias do maior e do menor ciclo. Do
número de dias do menor ciclo, diminuem-se 18 dias. Do número de
dias do maior ciclo, diminuem-se 11 dias. O espaço de dias
compreendido entre esses dois números é o período fértil. Evita-se a
relação sexual desprotegida durante este período.
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OVULAÇÃO
É necessária alta concentração de LH: aumento, no 14º dia, aproximadamente de 6 a 10 vezes na sua liberação
em relação ao inicio do ciclo (concentração duas vezes maior que o FSH).
Ocorre cerca de 14 dias após o inicio do ciclo menstrual.
Estrogênio Progesterona
O estrogênio, como vimos anteriormente, é responsável A progesterona é produzida apenas se a ovulação
por um feedbackpositivo com o LH, pois estimula a ocorreu, com o intuito de preparar o corpo da mulher
produção desse hormônio. Por outro lado, a partir do para a gestação. Com isso, a ovulação não se torna
momento que um folículo ovariano se destaca e ovula, mais necessária para uma mulher que, teoricamente, já
não há mais a necessidade de recrutar mais folículos; teria engravidado e, por isso, a progesterona promove
daí, o estrogênio promove uma feedback negativo um feedback negativo com o LH.
com o FSH (por esta razão que o FSH começa alto e já
tem redução dos seus níveis ainda na 1ª fase do ciclo
menstrual, que é quando o estrogênio e o LH se
elevam).
Além dos processos de feedbacks realizados pelo estrogênio e progesterona, ainda existem as inibinas,
peptídeos derivados das células da granulosa responsáveis por inibir a produção de FSH. A inibina B reduz a produção
de FSH na 1ª fase do ciclo, enquanto que a inibina A reduz a produção de FSH na 2ª fase do ciclo. Se a mulher não
engravida, as duas inibinas apresentam quedas em seus níveis ao término do ciclo, de modo que o FSH passa a ser
produzido novamente, dando início a um novo ciclo menstrual a partir do recrutamento de novos folículos.
OBS: Note que há um controle antagônico entre estrogênio e progesterona: enquanto o primeiro promove um
feedback positivo para o LH, o segundo promove uma inibição da secreção desse LH. Entretanto, devemos tomar nota
de um conceito importante neste impasse: “sempre, quem ganha essa briga, é a progesterona”, isso porque a
progesterona inibe receptor de estrogênio. Isso é importante do ponto de vista de contracepção: se uma paciente faz
uso de pílula anticoncepcional combinada (isto é, que apresenta em sua composição estrogênio e progesterona), o efeito
final se caracteriza pela inibição de receptor de estrogênio. Em termos práticos, como se sabe, o estrogênio estimula no
crescimento e desenvolvimento do gameta feminino, enquanto que a progesterona prepara para uma possível gravidez e
inibe os receptores de estrogênio. Como quem predomina nesse efeito é a progesterona, a mulher passa a ter um
endométrio atrófico e passa a menstruar pouco.
ENDOMÉTRIO
O endométrio, após a menstruação, descama e passa a se apresentar, ao término do fluxo menstrual, de uma
forma “careca”, incapaz de receber um embrião adequadamente. Há, portanto, a necessidade da ação do estrogênio,
hormônio capaz de proliferar essa camada.
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O estrogênio realiza, portanto, no início do ciclo menstrual, a hiperplasia endometrial. Por esta razão, diz-se
que a 1ª fase do ciclo menstrual é a fase proliferativa em nível endometrial.
Após a ovulação, o endométrio passa, então, a se preparar para uma eventual gravidez, passando a sofrer ação
agora da progesterona, hormônio que garante ao endométrio as secreções e subsídios necessários para nutrir o novo
embrião, caracterizando a fase secretora do ciclo menstrual em nível endometrial.
VAGINA
Na primeira metade do ciclo (predomínio estrogênico), o esfregaço vaginal constitui-se de células eosinófilas
isoladas, sem dobras nas suas bordas. É dito “limpo”, e os leucócitos estão praticamente ausentes.
Na segunda metade do ciclo (estímulo progestacional), caracteriza-se pela presença de células basófilas
dispostas em grupos e que evidenciam dobras em suas bordas. É dito “sujo”, com grande número de leucócitos.
MUCO CERVICAL
O muco cervical, produzido pelo epitélio glandular da endocérvice, está sujeito a profundas mudanças cíclicas
aos níveis plasmáticos hormonais.
Sob efeito do estrogênio – Fase Folicular Sob efeito da progesterona – Fase Lútea
Como o estrogênio age na 1ª fase do ciclo (fase em que, Após a ovulação, os fenômenos de filância e
teoricamente, a “mulher busca um parceiro para cristalização deixam de ser observados em virtude da
procriar”, ocorre uma maior produção de fluidos vaginais, produção de progesterona pelo corpo lúteo. Com a ação
com uma quantidade cada vez maior de muco). O muco da progesterona, o muco passa a servir como um meio
é fluido, em grande quantidade e capaz de formar “fios” de proteção da eventual gravidez. Na 2ª fase do ciclo, o
(filância). fluido passa a apresentar as seguintes características:
Abundante e fluido Grosso e viscoso, sem filância
Filância: o muco cervical torna-se mais fluido, Muco escasso e espesso
comparável à clara de ovo, e adquire a Sem cristalização
capacidade de elasticidade.
Cristalização arboriforme: o teste da Todas essas mudanças são capazes de ocluir o colo do
cristalização baseia-se na propriedade que o útero, tornando um ambiente hostil aos
muco cervical tem de formar cristais. A espermatozoides. Esse mesmo muco, ao término da
cristalização típica em folha de samambaia é gravidez (quando a mulher entra em trabalho de parto) é
característica à microscopia. eliminado logo que a progesterona deixa de atuar, sendo
um importante sinal do parto.
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ESTIMULAÇÂO
Funciona semelhante à estimulação sexual masculina, variando apenas com o período do mês sexual: atinge
seu auge próximo à época da ovulação (elevados níveis de estrogênio).
ETAPAS
1. Ereção: é controlado pelo SN parassimpático. Ocorre a dilatação das artérias do tecido erétil devido à secreção
de NO e acetilcolina, gerando rápido acumulo de sangue.
2. Lubrificação: os sinais parassimpáticos estimulam imediatamente a secreção de muco, responsável por grande
parte da lubrificação durante o coito.
3. Orgasmo feminino: é análogo a emissão e ejaculação masculinas e, talvez, ajude a promover a fertilização do
óvulo. O orgasmo permite um rápido acesso dos espermatozoides ao óvulo, com intuito de fecundá-lo.
4. Resolução: é mais demorada e complexa do que no homem, seguida de uma sensação de relaxamento.
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