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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO


PROPPG – PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
NAAP – NÚCLEO DE APOIO A ADMINISTRAÇÃO E PESQUISA

“Minha hedionda criação”: aspectos da pós-humanidade


em Frankenstein de Mary Shelley
Ester Souza da Silva
Anderson Soares Gomes

RELATÓRIO FINAL – 2017 / 2018


Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica - PIBIC, PIBITI e PIBIC-Af

Grande Área: Linguística, Letras e Artes

Nome do Professor: Anderson Soares Gomes


CPF:
E-mail: anderson.gomes@gmail.com
Telefone:

Bolsista: Ester Souza da Silva


CPF: 163.158-797-80
E-mail: estousilva@gmail.com
Telefone: (21) 98553-1029

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro


Agosto / 2018
RESUMO

No ano de 2018, ano de publicação do presente manuscrito, completa-se 200 anos de publicação da
obra Frankenstein, de Mary Wollstonecraft Shelley. Filha de dois grandes revolucionários do
pensamento de seu tempo, William Godwin e Mary Wollstonecraft se tornou uma das mais influentes
autoras do século XIX. A notável influência do romance Frankenstein, na sociedade contemporânea,
nos faz indagar sobre as questões que perpassam a obra e que solidificaram essa trajetória de dois
séculos. O presente projeto de pesquisa visa destacar e abordar as características do pós-humano
que podem ser encontradas na obra de Mary Shelley, Frankenstein, publicada em 1818. Em primeiro
momento analisaremos as diferentes conceituações de pós-humanidade, pois ainda não houve um
consenso, entre os estudiosos, sobre o emprego do(s) termo(s), e verificaremos se e como esses
termos se aplicam na obra citada anteriormente. Passada essa conceituação, aplicaremos o método
de pesquisa de revisão bibliográfica, método central desse projeto, analisando estudiosos que lidam
com o tema do pós-humano e, em especial, do pós-humano em Frankenstein. Tais como N.
Katherine Hayles, em How we become posthuman (1999), Cary Wolfe, em What is Posthumanism?
(2010), Judith Halberstam, em Skin shows: gothic horror and the technology of monsters (1995) e, por
último, mas não menos importante, Daniel Dinello, com Technophobia!: Science Fiction visions of
posthuman technology (2005). Dessa maneira, será possível obter um olhar panorâmico sobre a obra
de Mary Shelley, delimitar as conceituações sobre o pós-humano e destacar, dentro dessa
conceituação, os elementos do pós-humano na obra Frankenstein. Mais ainda, será possível
investigar e indicar como a obra em si e todos os seus elementos, sejam literários, científicos,
estilísticos, históricos, psicológicos, influenciaram e continuam a influenciar, após 200 anos, não só os
leitores, como os estudos no campo literário e de as outras esferas de conhecimento.

Palavras-chave: Literatura. Ficção. Mary Shelley. Frankenstein. Pós-humano.

2 APRESENTAÇÃO (introdução, justificativa e objetivos cumpridos)

O ano de 1816, conhecido como “o ano sem verão”, em Genebra, seu deu por conta de
uma erupção vulcânica, na Indonésia, que encobriu os céus e foi responsável por baixas
temperaturas e tempestades, em vários países do mundo. Próximo à Villa Diodati, uma grande
propriedade localizada na vila de Cologny – então alugada por Lorde Byron –, acima do lago
de Genebra, Mary Shelley, acompanhada de seu marido, Percy Shelley e sua meia-irmã,
Claire, alugou uma casa um às margens do mesmo lago, Genebra. Tal aproximação
geográfica e devido às condições climáticas nada favoráveis a passeios exteriores, esse grupo
de literatos se reuniu incontáveis vezes na mansão, reféns da literatura e de acaloradas
discussões a respeito dos avanços científicos que estavam ocorrendo naquela época. Após
uma noite de leituras sobre histórias de terror, muito mal escritas, vale ressaltar, Lorde Byron
desafiou seus inquilinos a escreverem uma história de terror. (HITCHCOCK, 2010).
Enquanto Percy e Byron se amparavam em sua carreira literária, Mary Shelley, apesar
da influência de seus pais – Mary Wollstonecraft, que “publicara romances e tratados,
incluindo A reivindicação dos direitos da mulher, o primeiro tratado feminista de todos os
tempos. [e] O pai [William Godwin], embora menos influente em 1816, fora um escritor
excepcionalmente popular na década de 1790” (HITCHCOCK, 2010, p. 30-31) –, não possuía
o mesmo percurso literário que seus companheiros de escrita, e acabou por enfrentar algumas
dificuldades criativas ao longo da escrita de sua história.
No entanto, as discussões entre Byron e Shelley sobre os avanços científicos como,
por exemplo, Darwin e a teoria da evolução, o galvanismo revivido por Luigi Aldini e suas
demonstrações de como as cargas elétricas podiam mover partes do corpo de animais mortos;
ainda, as discussões sobre a natureza do princípio da vida, o vitalismo, por exemplo, debate
crucial que se deu no século XIX. Toda essa atmosfera deixaria impressões, em Mary Shelley,
que, talvez, nem ela soubesse explicar.
Com tais ideais, Mary teve o sonho da criação (HITCHCOCK, 2010), literalmente:

[...] Eu vi – com os olhos fechados, mas com uma visão mental concentrada –, eu vi
o estudante pálido de artes profanas ajoelhando-se ao lado da coisa que acabara de
montar. Eu vi o fantasma hediondo de um homem estirado, e depois, pelo
funcionamento de alguma máquina potente, dar sinais de vida, e estremecer com
relutância, num movimento quase vital. (p. 44).

Depois de vislumbrar, em seus sonhos, o momento chave de sua história, Mary anunciou que
sua história havia nascido (não necessariamente com essas palavras, é claro) e no mesmo dia
do sonho, começou o processo de escrita. Nove meses depois, veio à luz a publicação da obra,
em 1818. Mary Shelley, como mencionado anteriormente, possuía um arcabouço teórico
riquíssimo e que foi se aperfeiçoando ao longo de sua vida. Percebemos em Frankenstein,
vestígios dessa influência exterior, como por exemplo, o desenvolvimento da teoria da “tábula
rasa”, de John Locke, “cujo Ensaio sobre o entendimento humano ela estava lendo quando
escreveu Frankenstein” (HITCHCOCK, 2010, p. 54), em que a criatura seria, à princípio, a
representação desse “quadro em branco”, moldado, posteriormente, pela experiência.
Também se percebe a influência de Rousseau e os preceitos do “bom selvagem”, em que a
própria criatura indica ter sido tornada monstro, pela sociedade:

“Não havia nisso injustiça? Devo ser considerado o único criminoso, quando toda a
humanidade pecou contra mim? [...] Eu, o miserável e o abandonado, sou um aborto
a ser rejeitado, chutado e pisado. Mesmo agora, meu sangue ferve ao rememorar tais
injustiças.” (SHELLEY, 2017, p. 225)

O que nos remete, ainda, às influências de John Milton, em Paraíso Perdido, em que Mary
explora essas ambiguidade da condição caída da criatura, no caso, ora humana ora satânica
(MELLOR, 2003).
Mais do que uma história de terror, a obra de Mary Shelley é fruto de diversas
influências, como pôde ser percebido, e mais, influenciou e continua influenciando variadas
áreas do conhecimento, pois trata de questões muito palpáveis e atuais. Na era da tecnologia,
dos autômatos, robôs, androids e replicantes, não se pode deixar de perceber os indícios
provindos do arquétipo de Victor Frankenstein e sua criatura. E a partir dessa perpetuação e
recriação do mito de Frankenstein, temos por objetivo principal a relação da obra
Frankenstein e as teorias do pós-humano. Mas antes, o que seria “pós-humano”?

Na apresentação, falar de como a escrita do romance se deu, falar da competição de escrita


(livro da hitchcock) coisa e tal. Depois falar dos aspectos biográficos da obra, o enredo,
brevemente, tipo “romance que envolve a criação de um ser artificial que ultrapassou as
barreiras da ética científica etc. etc.” Terminar com o gancho “o romance é fruto de diversas
influências
Falar sobre a mamis e o papis. Procurar na Hitchcock tbm.
Falar sobre os aspectos filosóficos – Rousseuau, Lock e as ideias de cada um.
Influências científicas, que se trata da 2ª Revolução Cientifica, tanana.

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Linkar o que eu disse com as teorias do pós-humano. Tipo “apesar de escrito no século
XIX, a obra já apresentava noções do séc. XX que virão a ser entendidas com pertencentes às
ideias do pós-humano. Mas antes, precisamos discutir o que se entende por pós-humano”.
Agora, falar do pós-humano, definir com um breve histórico.

- 1/ ½ página –

3. Metodologia e análise;

Agora sim falar dos aspectos do pós-humano na obra. Tentar fechar com 2 ou 3 autores +
citações do romance.

Coisas a falar “Criatura – diversas partes e tal

A ideia de que a criatura problematiza a questão do pós, de algo que vem depois, e aquelas
coisas do Frankenstein, uma nova raça, saudar como criador, e depois deus me livre, vão ser
bichos

Qual é esse pós, vem depois ou vai superar, em que sentido a criatura problematiza esse ponto
pós-humano”.
“Ele não inaugura, ele antecipa questões do pos-humano, ele não necessariamente é o
primeiro, existemaspectos e ou antecipam questões”

Fecharia em 2 ou 3 pontos que discutiria em Frankenstein com esse viés em pós-humano.


(email)

4. Conclusão (resultados da pesquisa, considerações finais, perspectivas e comentários);

Nos dois últimos pargrafos, já na conclusão falar como esses aspectos do pos humanos
continuam presentem em outras obras, robocop, blade runner, a noção do android e que de
certa forma são os herdeiros de Frankenstein, da problematização do pos huano em
Frankenstein.

Marcas de frankentesin presentes em tais obras

5. Referências bibliográficas;

DATAS: 27 VERSÃO FINAL PRA ELE

MELLOR
SHELLEY
6. Parecer do orientador;
7. Anexos
7.1. Plano de Atividades do Bolsista
7.2. Produtos da Pesquisa [Artigos, declarações, certificados e demais comprovações]

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