Você está na página 1de 16

Vírus, bactérias e fungos

Qual a diferença entre vírus, bactérias e fungos?


Os vírus são, atualmente, os únicos seres acelulares da Terra. Ou seja, não chegam a formar uma
célula, carregando apenas filamentos de DNA e/ou RNA.
As bactérias são seres unicelulares, não contando com um núcleo, sendo um pouco maiores que os
vírus. Podem viver sem ar (bactérias anaeróbicas) ou com ar (aeróbicas).
Já os fungos podem ser unicelulares ou pluricelulares, microscópicos como os que formam o bolor
ou bem grandes como alguns tipos de cogumelos e orelhas-de-pau. Durante muito tempo foram
identificados como vegetais, mas no século passado, passaram a integrar um novo reino dos seres
vivos, o Reino Fungi.
Como é que o vírus invade o organismo?
Ainda há muita coisa que ainda não se sabe e isso joga a favor do vírus, na oportunidade de
infecção. Os casos mais graves são preocupantes, mas a grande maioria envolve a manifestação de
sintomas ligeiros.
Andrea Cunha Freitas
Partilhar notícia
• 2192 partilhas
• Partilhar no Facebook
• Partilhar no Twitter
• Partilhar no LinkedIn
• Partilhar no Pinterest
• Enviar por email
• Guardar

Foto
NIAID/Institutos Nacionais de Saúde dos EUA
Object 1

Object 2

Os picos da coroa do vírus permitem que se agarre a uma célula. Depois, segue-se o sequestro do
metabolismo dessa célula. Com a invasão, chegam as novas ordens: multiplicar o vírus. A viagem
segue para os brônquios. Quando atinge os pulmões, inflama as membranas mucosas e pode causar
danos nos alvéolos. O processo de inflamação prejudica o fluxo de oxigénio, inunda os pulmões de
líquido e instala-se uma perigosa pneumonia. Este será o pior dos cenários de um caso de infecção
por SARS-Cov-2. Mas é preciso não esquecer que na grande maioria dos casos (mais de 80%) a
doença manifesta-se com sintomas ligeiros.
Os sintomas são tão comuns como uma “simples” febre, tosse e dificuldades respiratórias e que
facilmente se encaixam em vários quadros clínicos. Mas ainda há muita coisa que não se sabe e isso
joga a favor do vírus, na oportunidade de infecção. Os cientistas tentam acompanhar a viagem no
corpo humano do recém-identificado agente infeccioso, desconhecido até Dezembro de 2019, na
esperança de o conseguir travar numa qualquer etapa.

Object 3

O vírus “sequestra o metabolismo da célula e diz-lhe ‘Não faças o teu trabalho habitual, o teu
trabalho agora é ajudar-me a multiplicar e a fazer o vírus'”, explica William Schaffner, especialista
em doenças infecciosas no Centro Médico da Universidade de Vanderbilt, em Nashville (EUA),
num artigo publicado esta semana no The New York Times. O médico que é também consultor do
Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças norte-americano acrescenta que, com a
multiplicação do vírus, os primeiros sinais podem ser uma garganta irritada ou uma tosse seca.
Depois, o vírus “rasteja progressivamente até aos brônquios”.
Especificamente sobre a trajectória do vírus nos pulmões, Shu-Yuan Xiao, professor de patologia na
Escola de Medicina da Universidade de Chicago, refere no mesmo artigo que os primeiros sinais
surgem nas áreas mais periféricas de ambos os lados do pulmão para a seguir atingir as vias
respiratórias. Por vezes, os exames mostram algumas áreas opacas nos pulmões semelhantes a um
véu, que só mais tarde espessam e se tornam mais evidentes, o que pode dificultar alguns
diagnósticos numa fase inicial da doença.

Object 4

Além dos pulmões, este vírus que provoca uma síndrome respiratória aguda grave pode afectar o
sistema gastrointestinal, causando sintomas como diarreia e indigestão em algumas pessoas
infectadas. 

Como é que o vírus invade o organismo?


Ainda há muita coisa que ainda não se sabe e isso joga a favor do vírus, na oportunidade de
infecção. Os casos mais graves são preocupantes, mas a grande maioria envolve a manifestação de
sintomas ligeiros.
Andrea Cunha Freitas
Partilhar notícia
• 2192 partilhas
• Partilhar no Facebook
• Partilhar no Twitter
• Partilhar no LinkedIn
• Partilhar no Pinterest
• Enviar por email
• Guardar

Foto
NIAID/Institutos Nacionais de Saúde dos EUA
Object 5

Object 6

Os picos da coroa do vírus permitem que se agarre a uma célula. Depois, segue-se o sequestro do
metabolismo dessa célula. Com a invasão, chegam as novas ordens: multiplicar o vírus. A viagem
segue para os brônquios. Quando atinge os pulmões, inflama as membranas mucosas e pode causar
danos nos alvéolos. O processo de inflamação prejudica o fluxo de oxigénio, inunda os pulmões de
líquido e instala-se uma perigosa pneumonia. Este será o pior dos cenários de um caso de infecção
por SARS-Cov-2. Mas é preciso não esquecer que na grande maioria dos casos (mais de 80%) a
doença manifesta-se com sintomas ligeiros.
Os sintomas são tão comuns como uma “simples” febre, tosse e dificuldades respiratórias e que
facilmente se encaixam em vários quadros clínicos. Mas ainda há muita coisa que não se sabe e isso
joga a favor do vírus, na oportunidade de infecção. Os cientistas tentam acompanhar a viagem no
corpo humano do recém-identificado agente infeccioso, desconhecido até Dezembro de 2019, na
esperança de o conseguir travar numa qualquer etapa.

Object 7

O vírus “sequestra o metabolismo da célula e diz-lhe ‘Não faças o teu trabalho habitual, o teu
trabalho agora é ajudar-me a multiplicar e a fazer o vírus'”, explica William Schaffner, especialista
em doenças infecciosas no Centro Médico da Universidade de Vanderbilt, em Nashville (EUA),
num artigo publicado esta semana no The New York Times. O médico que é também consultor do
Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças norte-americano acrescenta que, com a
multiplicação do vírus, os primeiros sinais podem ser uma garganta irritada ou uma tosse seca.
Depois, o vírus “rasteja progressivamente até aos brônquios”.
Especificamente sobre a trajectória do vírus nos pulmões, Shu-Yuan Xiao, professor de patologia na
Escola de Medicina da Universidade de Chicago, refere no mesmo artigo que os primeiros sinais
surgem nas áreas mais periféricas de ambos os lados do pulmão para a seguir atingir as vias
respiratórias. Por vezes, os exames mostram algumas áreas opacas nos pulmões semelhantes a um
véu, que só mais tarde espessam e se tornam mais evidentes, o que pode dificultar alguns
diagnósticos numa fase inicial da doença.

Object 8

Além dos pulmões, este vírus que provoca uma síndrome respiratória aguda grave pode afectar o
sistema gastrointestinal, causando sintomas como diarreia e indigestão em algumas pessoas
infectadas. 
Object 9

Um artigo na revista Nature publicado este mês mostra que, através de algumas análises genéticas e
estruturais, foi já possível identificar uma característica-chave do vírus: uma proteína que existe na
sua superfície e que pode explicar como infecta células humanas tão facilmente. O vírus, recorde-
se, entra no nosso corpo pelos olhos, boca ou nariz a bordo de minúsculas gotículas projectadas pela
tosse ou espirro de uma pessoa infectada. Por isso, é tão importante lavar frequentemente as mãos e
evitar tocar na cara.
Há também investigadores que estão a procurar esclarecer a forma como o coronavírus entra nos
tecidos humanos – à procura de um receptor nas membranas celulares. Tanto o receptor na célula
como a proteína do vírus podem ser alvos importantes para medicamentos. “Compreender a
transmissão do vírus é essencial para a sua contenção e prevenção”, conclui David Veesler,
virologista estrutural da Universidade de Washington em Seattle, no artigo da Nature.

Ler mais
• O que já sabemos sobre o novo coronavírus?
• Dos secadores aos animais: 16 mitos sobre o novo coronavírus que é preciso combater
• Novo coronavírus: 20 perguntas sobre o que se sabe (e não sabe)
A gravidade de uma infecção depende de muitos factores. Os especialistas acreditam que um deles é
a parte do corpo a que o vírus se agarra primeiro. Casos menos graves de covid-19 serão os que
estão baseados em ligações a células mais altas do sistema respiratório - locais como nariz ou
garganta. As suas versões mais agressivas chegam aos pulmões e brônquios, causando infecções
mais graves. Um outro factor que contribui para a gravidade da infecção são as proteínas produzidas
pelo vírus. Diferentes genes significam diferentes proteínas; um coronavírus mais virulento pode ter
proteínas aumentadas que são melhores para se prenderem às células humanas. Alguns coronavírus
produzem proteínas que podem afastar o sistema imunitário, conseguindo que algumas pessoas
fiquem mais doentes. 
Em Portugal, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) já sequenciou o genoma
dos dois primeiros casos do novo coronavírus no país. As mutações detectadas nos casos
portugueses deverão ser vantajosas para o vírus, segundo defende João Paulo Gomes,
bioinformático que participou no projecto. “Se tivessem sido prejudiciais, não as estávamos a
apanhar em várias pessoas e já teriam desaparecido. Estamos a apanhá-las em pessoas aqui e outros
países identificaram as mesmas sequências, o que significa que o tipo de mutações que estamos a
encontrar é de alguma forma benéficas para o vírus. Não sabemos é em quê.” Para isso, será
necessária mais investigação.

Object 10

Um artigo na revista Nature publicado este mês mostra que, através de algumas análises genéticas e
estruturais, foi já possível identificar uma característica-chave do vírus: uma proteína que existe na
sua superfície e que pode explicar como infecta células humanas tão facilmente. O vírus, recorde-
se, entra no nosso corpo pelos olhos, boca ou nariz a bordo de minúsculas gotículas projectadas pela
tosse ou espirro de uma pessoa infectada. Por isso, é tão importante lavar frequentemente as mãos e
evitar tocar na cara.
Há também investigadores que estão a procurar esclarecer a forma como o coronavírus entra nos
tecidos humanos – à procura de um receptor nas membranas celulares. Tanto o receptor na célula
como a proteína do vírus podem ser alvos importantes para medicamentos. “Compreender a
transmissão do vírus é essencial para a sua contenção e prevenção”, conclui David Veesler,
virologista estrutural da Universidade de Washington em Seattle, no artigo da Nature.

Ler mais
• O que já sabemos sobre o novo coronavírus?
• Dos secadores aos animais: 16 mitos sobre o novo coronavírus que é preciso combater
• Novo coronavírus: 20 perguntas sobre o que se sabe (e não sabe)
A gravidade de uma infecção depende de muitos factores. Os especialistas acreditam que um deles é
a parte do corpo a que o vírus se agarra primeiro. Casos menos graves de covid-19 serão os que
estão baseados em ligações a células mais altas do sistema respiratório - locais como nariz ou
garganta. As suas versões mais agressivas chegam aos pulmões e brônquios, causando infecções
mais graves. Um outro factor que contribui para a gravidade da infecção são as proteínas produzidas
pelo vírus. Diferentes genes significam diferentes proteínas; um coronavírus mais virulento pode ter
proteínas aumentadas que são melhores para se prenderem às células humanas. Alguns coronavírus
produzem proteínas que podem afastar o sistema imunitário, conseguindo que algumas pessoas
fiquem mais doentes. 
Em Portugal, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) já sequenciou o genoma
dos dois primeiros casos do novo coronavírus no país. As mutações detectadas nos casos
portugueses deverão ser vantajosas para o vírus, segundo defende João Paulo Gomes,
bioinformático que participou no projecto. “Se tivessem sido prejudiciais, não as estávamos a
apanhar em várias pessoas e já teriam desaparecido. Estamos a apanhá-las em pessoas aqui e outros
países identificaram as mesmas sequências, o que significa que o tipo de mutações que estamos a
encontrar é de alguma forma benéficas para o vírus. Não sabemos é em quê.” Para isso, será
necessária mais investigação.

Coronavírus: cientistas descobrem como o


corpo combate a covid-19
• 18 março 2020

• Compartilhar
Direito de imagem EPA Image caption Especialistas esperam que a descoberta ajude no
desenvolvimento de vacina para covid-19
Cientistas australianos disseram ter identificado pela primeira vez como o sistema imunológico
combate a infecção pelo novo coronavírus, causador da doença covid-19.
A pesquisa, publicada na revista médica Nature Medicine, mostra que as pessoas estão se
recuperando da infecção pelo novo coronavírus da mesma maneira como elas se recuperam de uma
gripe.
Segundo os especialistas, determinar quais células do sistema imunológico atuam no combate ao
vírus poderá ajudar no desenvolvimento de uma vacina.
Globalmente, as autoridades já confirmaram mais de 170 mil casos de infecção pelo coronavírus e
mais de 7 mil mortes. Cerca de 80 mil infectados já se recuperaram.
'Esta descoberta é importante porque é a primeira vez que estamos realmente entendendo como
nosso sistema imunológico combate o novo coronavírus", disse Katherine Kedzierska, co-autora do
estudo.
Outros especialistas afirmaram que a pesquisa do Instituto Peter Doherty para Infecção e
Imunidade, de Melbourne, é "um grande avanço".

O que foi descoberto?


Muitas pessoas já se recuperaram da covid-19, o que demonstra que o sistema imunológico
consegue combater efetivamente o vírus, já que não existe hoje um tratamento que ofereça a cura da
doença.
Os pesquisadores australianos identificaram quatro tipos de células do sistema imunológico que
combatem o novo coronavírus.
Elas foram observadas com o acompanhamento de uma paciente que teve sintomas entre leves e
moderados e não tinha nenhum problema prévio de saúde.
• COMO SE PROTEGER: O que realmente funciona
• COMO LAVAR AS MÃOS: Vídeo com o passo a passo
• SINTOMAS E RISCOS: Características da doença
• 25 PERGUNTAS E RESPOSTAS: Tudo que importa sobre o vírus
• MAPA DA DOENÇA: O alcance global do novo coronavírus
A mulher de 47 anos de Wuhan, na China, foi internada em um hospital na Austrália e se recuperou
em 14 dias.
Kedzierska disse à BBC que a equipe dela havia examinado "a totalidade da resposta imunológica"
da paciente.
Três dias antes da mulher começar a melhorar, células específicas foram identificadas em sua
corrente sanguínea.
Em pacientes com influenza (gripe comum), as mesmas células também aparecem no mesmo
estágio da recuperação, segundo Kedzierska.
Image caption Raios-x dos pulmões de paciente mostraram a recuperação após aparecimento de
células do sistema imunológico
"Nós ficamos muito animados com nossos resultados — e com o fato de que nós podemos
realmente registrar o aparecimento das células imunológicas no paciente infectado antes da melhora
clínica", disse ela à BBC.
Mais de uma dezena de pesquisadores trabalharam em tempo integral por quatro semanas para
realizar as análises, segundo ela.

Como isso vai ajudar?


Segundo Bruce Thompson, professor decano de ciências médicas da Universidade de Tecnologia
Swinburne, em Melbourne, o entendimento sobre quando as células imunológicas começam a atuar
pode "prever o ciclo do vírus".
"Quando você sabe quando as várias respostas do corpo acontecem, você pode prever onde está no
processo de recuperação", disse Thompson à BBC News.
O ministro da Saúde da Austrália, Greg Hunt, disse que a descoberta poderia também ajudar a
acelerar a produção de uma vacina e de potenciais tratamentos para pacientes infectados.
Kedzierska diz que o próximo passo para os cientistas é determinar por que a resposta imunológica
é mais fraca nos casos mais graves.
"É realmente essencial entender o que falta ou o que é diferente nos pacientes que morreram ou que
tiveram doenças mais graves — para podermos entender como protegê-los", disse.
Em janeiro, o instituto se tornou o primeiro no mundo a recriar o vírus fora da China.
Desde então, o centro recebeu fundos adicionais do governo australiano e doações de empresas e do
bilionário chinês Jack Ma.

Você também pode gostar