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INSTALITERATURA: A MINILITERATURA NAS REDES SOCIAIS.

Discente: Claudênia XXXXXXXXXXXXXXX

1. INTRODUÇÃO

Desde o surgimento dos ditos instabooks – Instaram voltado para a


publicação e compartilhamento de literatura - é perceptível a existência da literatura no
ambiente on-line. Evidenciam-se diante disso um movimento que corrobora com a
democratização da construção e recepção da literatura. Como a postagem em redes
sociais como o Inatagram pedem um texto pequeno, os gêneros Microconto, Miniconto
e Microconto tem um foco nessas produções.
Foi a partir desse contexto que surgiu a motivação desse estudo. Este artigo,
portanto, busca investigar o tratamento que pode ser dado ao ensino de literatura nas
redes sociais como o Instaram, e seu potencial no ensino de uma literatura significativa,
que trata o aluno como um escritor afim de compartilhar seus textos e não como um
estudante em busca de nota.
A pergunta que norteia essa pesquisa é: como utilizar os meios sociais – já
inseridos no universo sociocultural do aluno – como uma ferramenta de Leitura e
escrita?
Ancoraremos nossa teoria nos estudos de (MARCUSCHI, 2008, 2012), e, por
ser o material prático que formula um parâmetro nacional, ao longo do projeto, será
dada atenção especial à Base Nacional Curricular Comum (BNCC) nas partes
específicas sobre leitura e escrita.
Diante disso, levantamos os seguintes objetivos específicos: a) Verificar o
Instaram como fonte de postagem e compartilhamento de minicontos; b) Sugerir um uso
mais efetivo por parte da disciplina de Língua Portuguesa do Instaram enquanto canal
de compartilhamento literário.
A disposição a seguir abordará a fundamentação teórica que embasa a proposta
deste projeto.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Os Gêneros Textuais são entidades de natureza sociocultural que


materializam a língua em situações comunicativas diversas. Devido à percepção
de sua relevância para o ensino de língua portuguesa e funcionalidade na vida
cotidiana, nas incontáveis, tem recebido uma maior atenção nos últimos anos.
Marcuschi (2005, p.19) aponta os gêneros textuais como “entidades
sóciodiscursivas, como formas de ação social sem os quais qualquer situação
comunicativa seria impossível. Assim, os gêneros, para além de atividades
engavetadas, devem ser vistos como formas da comunicação, atendendo a
necessidades de expressão do ser humano, moldados sob influência do contexto
histórico e social das diversas esferas da comunicação humana.
Os gêneros textuais são muitos. Incontáveis. Variam do simples diálogo
informal até as teses de doutorado, por exemplo. De acordo com Marcuschi
(2008) não há comunicação que não seja feita através de algum gênero.
Bakhtin (2009) diz, também, que os gêneros estão no dia a dia dos
sujeitos falantes, os quais possuem um número infindável de possibilidades de
gêneros, muitas vezes usados inconscientemente, pois até nas conversas mais
informais, o discurso é moldado pelo gênero.
E é Bakhtin(2000, p.285),quem também diz - ao denominar os gêneros
do discurso como tipos relativamente estáveis de enunciados -que tais tipos
podem sofrer modificações. A sociedade se desenvolve e sofrem influências de
outras culturas ou de outros tantos fatores com que a língua tem relação direta,
ou simplesmente mudam com o passar do tempo.
O Instaram mudou a forma de ler, escrever e compartilhar pequenos
contos de forma mais democrática e inclusiva. A escola pode estar atenta a essa
mudança e utilizar essa ferramenta gratuita e de interesse dos alunos como meio
de leitura e divulgação da literatura.
Os gêneros textuais compõem uma lista quase infindável. É, portanto,
uma questão bastante delicada decidir quais deles colocar no currículo escolar.
A BNCC traz em suas propostas de habilidades,
EF69LP51) Engajar-se ativamente nos processos de
planejamento, textualização, revisão/ edição e reescrita,

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tendo em vista as restrições temáticas, composicionais e
estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da
situação de produção – o leitor pretendido, o suporte, o
contexto de circulação do texto, as finalidades etc. – e
considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança
próprias ao texto literário.
(EF89LP35) Criar contos ou crônicas (em especial,
líricas), crônicas visuais, minicontos, narrativas de
aventura e de ficção científica, dentre outros, com
temáticas próprias ao gênero, usando os conhecimentos
sobre os constituintes estruturais e recursos expressivos
típicos dos gêneros narrativos pretendidos, e, no caso de
produção em grupo, ferramentas de escrita colaborativa.

Brasil 2017 p.187

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A leitura e produção dos textos é a etapa fundamental da sequência, pois é ela que
oportuniza ao aluno produzir o gênero textual estudado, conforme afirma Lopes-Rossi.
Produzir um texto não se resume ao ato de transcrever para um papel ou para a tela de
um computador um emaranhado de palavras que até combinam sintaticamente, mas que
nada significam para o leitor. É nesse sentido que preferimos, inclusive, o termo
“produção escrita” e não “redação”.
Partindo das considerações de Geraldi (2003) sobre as condições de produção,
julgamos necessário levar o aluno a considerar, incialmente, o contexto que influenciará
a sua prática discursiva de produção textual. Para isso, a sequência ora proposta
apresenta na seção “Pensando e Praticando a Escrita”, justamente estes dois
movimentos propostos pelo título: pensar/planejar e apenas depois efetivamente praticar
a escrita.

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4. REFERENCIAL TEÓRICO

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Tradução: Maria Ermantina Galvão G.


Pereira. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

BAKHTIN, M. (VOLOCHÍNOV). Marxismo e filosofia da linguagem. Problemas


fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. Trad. Michel Lahud e
Yara Frateschi Vieira. 13 ed. São Paulo: Hucitec, 2009

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Ensino Médio. Brasília:


MEC/Secretaria de Educação Básica, 2018. MEC. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_docman&view=download&alias=85121-bncc-ensino-
medio&category_slug=abril-2018-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 15 set. 2020.

GERALDI, J. W. Portos de passagem. 4. ed, São Paulo: Martins Fontes, 2003.

MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: MARCUSCHI,


L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola
Editorial, 2012.

________________. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo:


Parábola, 2008.

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