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10 vezes em que a ciência passou vergonha

Não se chega à cura das doenças de primeira, aliás, se erra muito até chegar lá. E se erra feio...

Por MAXIMILIANO MEYER em 28/05/2018 14:00


Fonte: <https://www.oficinadanet.com.br/ciencia/22812-10-vezes-em-que-a-ciencia-passou-vergonha->
<https://www.oficinadanet.com.br/ciencia/20013-por-que-a-terra-plana-e-uma-besteira-e-como-provar-
isso-aos-seus-amigos-retardados> Acesso em 06/03/2022

Quem aqui nunca se enganou uma vezinha sequer


na vida? Errar uma afirmação é tão humano
quanto fazer suposições e levantar hipóteses.
Assim, é natural que a ciência - que se alimenta de
testes, suposições e hipóteses além de ser feita
por humanos - tenha um passado repleto de erros.

Mas não tem nada de errado com isso. Errado seria se o método científico colocasse suas ideias
como certezas imutáveis e rejeitasse qualquer possibilidade de pensar diferente e mudar o que
já está estabelecido. Diferentemente disso, uma das coisas mais legais da ciência é que ela vai se
autocorrigindo. Teses são revistas, estudos são refeitos, novas evidências são levantadas e, aos
poucos, o conhecimento geral e a própria humanidade avança.

Muito bonito, é claro, mas não é só por isso que nós vamos deixar de rir de coisas ridiculamente
absurdas que um dia já foram tidas como certeza absoluta por estudiosos e autoridades do
assunto.

Confira a partir de agora 10 teorias científicas bizarras que todo mundo acreditou durante um
bom tempo.
Teoria da Geração Espontânea

Essa daqui, certamente, você deve se lembrar, pois ela é estudada em detalhes nas aulas de
Biologia do 6º ~ 8º ano.

Cunhada há algumas centenas de anos, quando os microscópios não tinham sido criados e as
teorias de células e germes ainda não existiam, ela veio para explicar a necessidade do homem
em explicar como os seres vivos surgiam. E por mais bizarro que possa parecer hoje, a ideia
que perdurou durante milênios foi a da Geração Espontânea, ou seja, a teoria que pregava que a
vida surgia da matéria inanimada. Por exemplo, as larvas surgiam espontaneamente de um
pedaço de carne apodrecido e os ratos surgiam da sujeira e lixo acumulados num canto da casa.

Os defensores dessa ideia - todo mundo praticamente - usavam a Bíblia como uma fonte de
evidência, alegando que, se Deus havia feito o homem a partir do pó, nada mais simples para ele
do que brotar larvas aqui, insetos ali e moscas acolá. No entanto, a ideia de uma geração
espontânea já existia beeeem antes do cristianismo, pois relatos da Grécia antiga dão conta de
que Aristóteles dissera, sem muitos detalhes, que alguns animais
podem surgir espontaneamente e não, necessariamente, a partir de outros animais de sua
espécie.

E Aristóteles nem foi o cara que começou com essa história. Antes dele Anaximandro (que nasceu
em 610 antes de Cristo e foi um dos filósofos pré-socráticos mais importantes que se conhece e
que foi, entre outras coisas, professor de Pitágoras) acreditava que em algum momento da
história os seres humanos nasceram espontaneamente de peixes na forma adulta (do contrário
eles não conseguiriam sobreviver). Segundo Censorinus, um famoso registrador de eventos do
Império Romano:

Anaximandro de Mileto considerou que da água aquecida e da terra emergiam peixes ou animais
muito parecidos com peixes. Dentro desses animais, os homens se desenvolveram e os embriões
eram mantidos prisioneiros até a puberdade; Só então, depois que esses animais se abrissem,
homens e mulheres poderiam sair, agora capazes de se alimentarem sozinhos

E antes que você comece a rir dos gregos antigos e suas teorias de homens que brotam do solo
e se criam dentro de peixes, note que até o século 19 a geração espontânea foi aceita como
unanimidade pelos cientistas. E mais: alguns até chegaram a escrever livros de receitas sobre
como fazer animais. A receita para fazer um escorpião, por exemplo, exigia colocar manjericão
entre dois tijolos e deixar a "mistura" à luz do sol até que o animal brotasse.

A teoria foi sendo desmistificada aos poucos, experimento após experimento, sendo um dos mais
memoráveis aquele realizado em 1668 pelo biólogo italiano Francesco Redi. Sem precisar de
grandes aparatos ele realizou um procedimento bastante simples, mas que foi capaz de provar
que a Geração Espontânea não se sustentava:

Francesco colocou pedaços de carne em diversos vidros, sendo que alguns deles estavam
abertos, outros estavam totalmente lacrados e alguns parcialmente abertos e fechados (como se
uma gaze fosse colocada por cima) e os largou ao relento. Após dias, como previsto, as moscas e
larvas só surgiram na carne naqueles vidros completamente descobertos; sendo que os tapados
com gaze tinham moscas sobre o tecido e nenhuma larva dentro e o pote vedado não tinha nada
além de carne malcheirosa.

Este simples experimento desmistificou a geração


espontânea

Mesmo assim as pessoas ainda teimavam em


abandonar a teoria falida (até mesmo Redi relutou
em desistir totalmente da versão oficial apoiada
pela bíblia, admitindo que, sob circunstâncias
específicas, seria possível sim que a geração
espontânea acontecesse). A estocada final só veio em 1859 quando o famoso químico francês
Louis Pasteur participou de um concurso da Academia Francesa de Ciências que iria premiar o
melhor experimento capaz de acabar com a ideia da Geração Espontânea.

O experimento vencedor de Pasteur consistia em colocar caldo de carne e água em um frasco


e fervê-lo para neutralizar quaisquer organismos que ali já estivessem presentes. Depois disso o
gargalo do frasco era dobrado na forma de um S. A ideia era que assim o ar poderia entrar no
frasco até tocar o líquido, mas nada aconteceria, pois os microrganismos iriam se acomodar na
curva do S devido à gravidade e a água com caldo de carne continuaria pura.

Tudo saiu como o previsto e para provar seu ponto o último passo consistia em Pasteur remover
o gargalo deixando o líquido exposto ao ar e seus microrganismos. Ao fazer isso a água com caldo
rapidamente tornou-se turva mostrando sinais
de vida. Com só um experimento Pasteur refutou
a teoria da geração espontânea e ainda
demonstrou de maneira convincente que os
microrganismos estão em toda parte - até mesmo
no ar.

Representação do teste de Pasteur


Teoria das Doenças Miasmáticas

Sabe aquela coisa generalista de que "pegar frio" abre as portas para diversos tipos de doença,
mesmo as que não tem nada a ver com se resfriar? Pois a teoria dos Miasmas tem alguma
semelhança com esse pensamento.

Você precisa ver: Soylent - A Comida do Futuro e o Futuro da Comida

Esta teoria sustenta que doenças como a cólera, a clamídia ou a peste negra e os seus surtos
foram causadas por um miasma (que vem da palavra "poluição" em grego antigo), e era o termo
utilizado para algo conhecido popularmente como "ar ruim", um ar proveniente de matéria
orgânica em decomposição. E, embora, o miasma esteja tipicamente associado à disseminação
de doenças e epidemias (bastante comuns em tempos que não existiam vacinas, saneamento
básico e serviços públicos de saúde), alguns acadêmicos do início do século XIX sugeriam que os
seus efeitos se estendiam a outras condições como, por exemplo, tornar-se obeso ao inalar o ar
ruim de alguma comida.

A teoria foi aceita desde a antiguidade na Europa e na China até o final do século XIX quando
passou a ser abandonada por cientistas e médicos depois de 1880 e o surgimento da teoria
germinal das doenças; ou seja, germes específicos causavam doenças específicas.

No entanto, a teoria falida dos miasmas nos deixou alguns hábitos e cuidados interessantes,
como a crença cultural positiva acerca da eliminação dos odores adotada pelas cidades que fez
com que a limpeza de resíduos se tornasse uma prioridade para (eliminando assim focos de
descarte irregular de lixo e potenciais criadouros para ratos, parasitas e outros vetores de
doença).

Ilustração do século XIX representa a epidemia de cólera se espalhando na forma de um ar


Teoria do Universo Geocêntrico

Para começar uma que todo mundo conhece e ouviu falar na escola, a teoria do Universo
Geocêntrico, ou, popularmente conhecida como "a Terra no meio e os planetas e sol girando em
volta".
Embora desde a Antiguidade alguns astrônomos já soubessem como a coisa realmente
funcionava (como Filolau, nascido na Grécia em 470 antes de Cristo, que já pregava que a Terra,
Lua e demais planetas giravam em torno de um "fogo central") a visão de que o nosso planeta
estava parado e todo mundo orbitando em volta remonta à Grécia Antiga, onde os primeiros
registros datam de 600 A.C.
A ideia errada dos gregos antigos é fácil de ser
entendida, afinal se olharmos para o céu durante a noite
vamos ver que os astros, seja o sol, as estrelas ou os
planetas dão a clara impressão de estarem girando em
torno da Terra enquanto que nós parecemos ficar
parados. Assim, com a certeza de que estavam
corretos eles faziam de tudo para adaptar os problemas
que apareciam à sua teoria e fazer com que tivesse
sentido. A órbita retrógrada de Marte é o melhor
exemplo disso.
Órbita retrógrada é quando um planeta segue uma
direção no céu noturno e do nada ele começa a ir para o outro lado, como se estivesse andando
em marcha a ré. Para explicar isso eles criaram, por exemplo, os Epiciclos de Ptolomeu, que claro,
hoje não fazem mais sentido algum. Esse é um dos casos mais clássicos de uma evidência
científica que provava o contrário, mas que foi forçada a se
encaixar e adaptar a uma ideia já pré-estabelecida. Mas ok. Há
de se considerar que esta teoria é de uma época sem
telescópios ou qualquer outra forma de estudo e investigação
que não a pura e simples observação a olhos nu.

O que importa é que com ou sem essa gambiarra da


órbita retrógrada o modelo geocêntrico foi aceito como
verdade e acabou perdurando até o século XVI quando foi,
finalmente, substituído pelo modelo Heliocêntrico graças à obra-prima de Copérnico: De
revolutionibus orbium coelestium e trabalhos posteriores e complementares como Galileu e
Kepler.

Clique para conferir este belíssimo trabalho do cartógrafo Christoph Cellarius em uma resolução
gigantesca
Teoria dos 4 Humores

Similar à teoria miasmática, a teoria dos 4 Humores (ou Teoria Humoral) também versava sobre
o porquê das pessoas ficarem doentes em uma época que ninguém entendia direito como
funcionavam as doenças e como se precaver e manter saudável.

A teoria foi criada por ninguém mais ninguém menos do que Hipócrates, o pai da medicina e
nome por trás das bases mais profundas dessa profissão e que, inclusive, redigiu o juramento
que todos os médicos do planeta Terra repetem ao se formar na Universidade. Isso há quase
2500 anos atrás.
Assim, desde a antiguidade clássica até os tempos modernos essa crença vem atrapalhando os
diagnósticos ao pregar que o corpo humano continha quatro humores internamente: sangue,
bile amarela, bile negra e fleuma e que uma vida saudável só era possível se a pessoa conseguisse
equilibrar estes quatro "índices". E como você deve ter imaginado, se algum deles estivesse em
excesso ou em falta: batata, você ficaria doente.
Você precisa ver
 10 mitos da ciência que as pessoas ainda acreditam
 Os 10 maiores mistérios da ciência
Foi por causa dessa crença que floresceram os tratamentos como sangria (através de cortes ou
uso de sanguessugas) e eméticos (remédios que provocam o vômito). Mas se o seu caso não fosse
tão grave, uma mistura de ervas daria conta de restabelecer o equilíbrio.
Essa coisa dos quatro humores era tão popular na cultura da época que também era aplicada até
naquilo que as pessoas consumiam (o vinho correspondia à bílis amarela, por exemplo) e nas
suas próprias personalidades:
 Bílis amarela - Ligada ao elemento fogo, pessoas deste humor eram tidas como estrategistas,
racionais e ousadas;
 Sangue - Ligada ao elemento ar, as pessoas daqui eram otimistas, sentimentais e instáveis;
 Fleuma - Elemento água, pessoas sensatas, trabalhadoras e realistas;
 Bílis negra - Elemento terra e das pessoas intensas, profundas e analíticas.
O conceito de humores perdurou até 1858, quando Rudolf Virchow publicou as primeiras teorias
de patologia celulares. Mas de certa forma esses conceitos ainda
permanecem vivos no nosso dia a dia sem que nos demos conta.
Quando nos referimos a alguns alimentos como "quentes" e outros
como "secos", por exemplo, estamos usando termos que remetem
aos 4 humores.
Albrecht Dürer representou os humores na obra Quatro Apóstolos
(1526): São João (temperamento melancólico), São Pedro
(sanguíneo), São Marcos (fleumático) e São Paulo (colérico) - da
esquerda para a direita, respectivamente
Teoria do Éter

Segundo este pensamento que existiu durante grande parte do século XIX existia uma "camada"
de éter no universo através do qual a luz poderia se propagar. O conceito foi invocado para
explicar a capacidade da luz - um tipo de onda - se propagar através do espaço vazio, algo que as
ondas não deveriam ser capazes de fazer como se acreditava até então.
A suposição de um éter luminífero - ao invés de um vácuo espacial - era a muleta teórica que fazia
com que fosse possível uma onda viajar pelo espaço. Mas a coisa não foi longe não. O conceito
foi alvo de um considerável debate ao longo das décadas seguintes, pois exigia a existência de
um material invisível, infinito e que não interagisse com objetos físicos e, para a tristeza de seus
defensores, à medida em que a natureza da luz foi sendo explorada - especialmente no século
XIX - as características do suposto éter tornaram-se cada vez mais contraditórias e impossíveis de
existirem.
Você precisa ver
 O que é e quanto mede 1 Ano-luz?
 O tamanho do Universo - Intro
A ruptura foi tão rápida quanto a velocidade da luz (ba dum tss) e já no final do século XIX a
existência do éter era questionada, mesmo que a revogação da teoria atual deixasse lacunas que
nenhuma outra hipótese era capaz de preencher no momento.
O éter começou a ser abandonado após o resultado negativo do experimento de Michelson-
Morley, em 1887 no qual os cientistas que deram nome ao experimento (Albert Michelson e
Edward Morley) compararam a velocidade da luz em direções perpendiculares na tentativa de
detectar qualquer sinal de um movimento relativo da matéria através do éter luminífero
estacionário. O resultado, como a gente já sabe, foi negativo, pois a luz flui constante em qualquer
direção, independente de estar se movendo através do presumido éter ou em ângulos retos.
O mais importante disto tudo é que esta pesquisa (juntamente dos estudos sobre o Corpo Negro
e os estudos sobre o Efeito Fotoelétrico) desencadeou uma linha de pesquisa que eventualmente
levaria à Teoria Quântica, que explica a natureza ondulatória da luz, e à Teoria da Relatividade
Especial publicada por Einstein, em 1905, que descreve a física do movimento na ausência de
campos gravitacionais. Por esse motivo o
experimento de Michelson-Morley é considerado
por muitos como "o ponto de partida para os
aspectos teóricos da Segunda Revolução
Científica"
Assim como a energia escura, o éter estaria por
todas as partes
Teoria do Stress e da Úlcera

No século XX os médicos notaram uma explosão nos casos de úlceras pépticas na população. E
assim como acontece todas as vezes que uma doença se multiplica sem um motivo aparente, os
pesquisadores logo correram para investigar a causa e assim buscarem uma solução.

Coincidentemente a explosão do número de úlceras se deu na mesma época em que surgia um


novo problema que parecia servir como a causa de todos os males: o estresse. As pessoas
estavam trabalhando cada vez mais, as cidades estavam mais e mais lotadas, havia mais carros
nas ruas, mais engarrafamentos, e tantas outras coisas da vida moderna que faziam a vida ser
cada vez mais complicada. Logo o termo seria o preferido dos médicos para explicar situações
genéricas e sem explicação.

E assim foi com a úlcera. Por isso o tratamento médico para a doença durante a segunda metade
do século XX foi, essencialmente, tomar antiácidos e modificar o estilo de vida adotando um dia
a dia mais saudável e sem tantas preocupações.

O panorama só iria mudar na década de 1980 quando os pesquisadores clínicos Barry Marshal e
Robin Warren descobriram que a bactéria Helicobacter pylori era a verdadeira responsável pela
doença. A descoberta não só levou a uma revisão dos tratamentos como fez com que os autores
da descoberta fossem laureados com o Prêmio Nobel de Medicina em 2005.

Atenção: NÃO procurem por "úlcera" no Google imagens


Teoria do comportamento maternal

Tão antiga ao ponto de não ser possível pontuar exatamente a sua data de início, esta lenda,
também chamada de impressão materna, baseia-se na crença de que se uma poderosa influência
mental ou física atuar sobre a mãe durante a gestação, uma impressão, geral ou definitiva,
poderá ser atribuída à criança que ela está gerando. Pode-se dizer que a criança está "marcada"
como resultado.

Durante muito tempo ela foi utilizada para explicar defeitos congênitos e de nascimento. Caso
uma mãe tivesse um trauma com um elefante durante a gravidez ou um susto, por exemplo, este
traço seria "impresso" no seu feto que poderia desenvolver elefantíase. Uma pessoa que sofresse
de problemas mentais, como esquizofrenia e depressão, poderia ter seu quadro clínico explicado
por uma gestação onde a mãe experimentou grande tristeza ou sofreu com as mesmas doenças.

A teoria só foi colocada de lado quando os estudos com genética avançaram no século XX
desmistificando essa ideia e mostrando que herança genética é a chave para tudo.
Teoria da Minhoca que Come Dentes

Após vermos a ideia de homens que brotam de peixes uma simples teoria de que dores de dente,
cáries e periodontite seriam causadas por um verme que mora dentro dos dentes das pessoas
nem parece mais tão bizarra. Mas a bizarrice está aí. A teoria dizia que tais doenças eram
causadas por pequenos vermes que habitavam o interior dos dentes das pessoas e iam comendo
o que encontravam por lá, causando assim as dores e os problemas.
As origens da crença são muito antigas, já que a primeira menção a esse verme fictício
foi encontrada em uma tábua cuneiforme babilônica intitulada "A Lenda do Verme" que conta
como o verme do dente surgiu e passou a beber o sangue e comer as raízes dos dentes:
"Depois de Anu ter criado o céu,
O céu criou a terra
A terra criou os rios,
Os rios criaram os canais,
Os canais criaram o pântano,
O pântano criou o verme
O verme foi, chorando, diante de Shamash, suas lágrimas fluindo diante de Ea: "O que você vai
dar para a minha comida? O que você vai me dar para minha sucção?"
"Eu te darei o figo maduro, o damasco."
"Para que servem eles para mim, o figo maduro e o damasco? Levanta-me e entre os dentes e
as gengivas me faça habitar! O sangue do dente eu vou sugar e da goma vou roer suas raízes! "

Não era fácil ir no dentista na Idade Média


E assim a lenda foi sendo repassada e compartilhada por diversas culturas até chegar à
modernidade onde permaneceu, mesmo que sem nenhuma evidência que comprovasse o fato
fosse encontrada. Mas isso não era problema para os dentistas, pois se não encontra evidências,
forje-as, é claro!! Dessa forma, para aliviar os pacientes (e encorajarem a crença
de tabela) alguns dentistas colocavam larvas disfarçadamente na boca dos
pacientes durante algum procedimento para que ele então eles pudessem
cuspi-las e ficassem mais tranquilos.
A ideia persistiu até o século XVIII, quando o pai da odontologia moderna, Pierre
Fauchard (e seu microscópio), mostrou que quando removido intacto, um dente
com uma polpa necrosada ou parcialmente necrosada podia mesmo ter a
aparência semelhante a de um verme o que deve ter causado a confusão.
E apenas para fins de curiosidade: Um estudo de 2009 da Universidade de Maryland, Baltimore,
publicou imagens microscópicas do interior de dentes onde foram reveladas estruturas
semelhantes a vermes dentro de um molar dissecado, como pode ser visto na imagem à direita.

Eles não conseguiram concluir o que são essas estruturas ou o que as causou.
Teoria da Terra Jovem

A idade da Terra sempre foi um tópico frequente, antes mesmo da ciência existir. Desde tempos
remotos religiosos investigavam a bíblia atrás de pistas que indicassem quantos anos o planeta
tinha de fato; cada um fazendo a leitura que queria e tirando as conclusões que bem entedesse.
As melhores suposições giravam em torno de alguns milhares de anos.

A idade do planeta baseada em teorias científicas só começariam a surgir no século XIX, sendo
uma das mais famosas a do físico William Thomson, Lorde Kelvin, que, em 1862, publicou seus
cálculos apontando a idade da Terra como algo entre 20 milhões e 400 milhões de anos. O que o
fez chegar nesse valor tão elástico foi a variável "modo como a Terra se formou" que ele assumiu
ter sido a partir de um objeto completamente fundido. Assim a idade da Terra foi definida pela
quantidade de tempo necessária para a superfície do planeta esfriar até a temperatura atual.

Ele também deu um pitaco (bastante errado) para a suposta idade do Sol. Baseado em
estimativas de sua produção térmica e uma teoria de que o Sol obtém sua energia a partir do
colapso gravitacional ele estimou que a estrela teria cerca de 20 milhões de anos.

Lorde Kelvin foi um dos maiores físicos da era moderna


Pode parecer uma discussão sem muitos efeitos práticos,
mas saber a idade exata da Terra era fundamental para
Charles Darwin, por exemplo, que precisava de um planeta
capaz de oferecer condições de vida por centenas de
milhões de anos para comprovar sua teoria da Evolução das
Espécies. O problema para Darwin era que na época da sua
pesquisa, em meados do século XIX, a ciência era
unânime em afirmar que era impossível a Terra ter tanta
idade assim. Mas a conta não batia e os biólogos não iam
aceitar isso facilmente.

Em uma palestra em 1869, o grande defensor de Darwin, Thomas Huxley, atacou os cálculos de
Lorde Kelvin, sugerindo que eles pareciam precisos em si (o tempo de resfriamento), mas se
baseavam em suposições errôneas (a Terra não surgiu a partir de um objeto fundido). Já do outro
lado do ringue astrônomos engrossavam o caldo afirmando que a Terra tinha uma idade que
ficava entre 22 e 18 milhões de anos, ou seja, diminuindo ainda mais o espaço temporal.

A última estimativa que William Thomson, Lorde Kelvin, deu foi em 1897, quando, após muitas
sugestões e contribuições (incluindo a irônica participação do astrônomo George Darwin, filho de
Charles Darwin que apostava em 56 milhões de anos como a idade correta) revisou suas contas
e cravou o valor final: Mais de 20 e menos de 40 milhões de anos, e provavelmente muito mais
perto de 20 do que 40.

Bom, Lorde Kelvin morreria em 1907 acreditando piamente que o seu cálculo para a idade do
planeta tinha sido sua maior contribuição para a ciência, logo ele, um dos físicos mais importantes
do século XIX. Caso você não esteja ligando o nome às ações, ele fez importantes contribuições
na análise matemática da eletricidade e termodinâmica (foi ele que criou suas 1ª e 2ª leis,
inclusive). Foi ele também que desenvolveu a escala Kelvin de temperatura (onde o zero absoluto
é definido como 0 K). Na época em que ele morreu uma nova ciência estava crescendo a passos
largos: a paleontologia. De uma hora para a outra dinossauros e mais dinossauros começaram a
ser desenterrados e o pessoal pôde confirmar uma coisa: Realmente as contas não estavam
batendo!!

Você precisa ver: As 10 equações que mudaram o mundo

Não demoraria muito para que surgisse o Carbono-14, os fósseis pudessem ser datados como
centenas de milhões de anos em alguns casos e a geologia aparecesse para responder a real
idade da Terra através do estudo das camadas de estratos e formações rochosas. Resposta final:
a Terra tem cerca de 4,55 bilhões de anos, mais ou menos a mesma idade do sol.

Ahh, e só para confirmar os pensamentos de Darwin sobre o processo de variação hereditária


aleatória e seleção cumulativa requererem grandes durações de tempo: De acordo com a biologia
moderna, a história evolutiva que começou com a primeira bactéria e chegou até o dia de hoje
percorreu de 3,5 a 3,8 bilhões de anos.

Estudo das formações rochosas é a forma utilizada para media a idade do planeta
Teoria da Alquimia

Sobre alquimia todo mundo já ouviu, seja quem gosta de Idade Média e viu que esta era uma das
maiores buscas dos cientistas da época, seja quem gosta de rock progressivo e escutou o álbum
do Yngwie Malmsteen, quem gosta de RPG e só jogava com essa classe, quem gosta de
quadrinhos e viu o vilão com esse nome no Flash, quem gosta de animes e acompanhou a
aventura de Edward e Alphonse Elric, etc. A alquimia é uma das lendas mais famosas do mundo
e mais impregnadas na cultura pop até hoje.
O motivo é o caráter mágico que a envolve. Alquimia pode ser chamada de "a 'ciência' de fazer
mágica" e tinha como seu objetivo a busca pelos mais variados itens e feitiços, por exemplo:
conjurar gênios, criar um elixir da vida eterna, criar a lendária panaceia (um remédio que poderia
curar qualquer doença), criar o alkahest (um solvente universal capaz de dissolver qualquer coisa)
e, o principal de todos, a pedra filosofal (também conhecida como crisopeia) que teria o poder de
transformar materiais ordinários, como o chumbo, em um belo e reluzente pedaço de ouro puro.
Livro sobre alquimia escrito em persa no século XI
A busca por essa fonte infinita de riqueza e de mistério teve início (no
mundo ocidental) no Egito Antigo, onde se combinava com a primitiva
metalurgia da época. Os alquimistas egípcios eram, inclusive, muito bons
com metalurgia e similares e são os responsáveis pela descoberta das
fórmulas da argamassa, do vidro e de alguns cosméticos. Do Egito,
eventualmente, as lendas sobre a alquimia ganharam corpo e se
espalharam para o resto do mundo antigo.
Embora nossa noção de mundo seja frequentemente limitada a coisas que aconteceram na
europa, práticas similares de alquimia existiam também no Extremo Oriente, na Índia e no mundo
muçulmano. Na Europa a corrente praticada tinha origens no Renascimento do século XII
decorrente da tradução de obras islâmicas e de Aristóteles.
Pintura de Joseph Wright em 1771 mostra um alquimista em busca da
pedra filosofal
Mas ainda que os alquimistas nunca tenham encontrado nada daquilo
que procuravam eles desempenharam um papel significativo no início
da ciência moderna, particularmente na química e medicina.
Alquimistas islâmicos e europeus desenvolveram técnicas básicas de
laboratório, terminologias, teorias e método experimental onde
algumas das quais estão em uso ainda hoje.
E mesmo que a alquimia ainda conte com alguns adeptos em 2018, ela
praticamente desapareceu nos últimos 200 anos por conta de uma das
maiores ironias já ocorridas na ciência. Ao mesmo tempo em que a alquimia contribuiu - e muito
- para a ciência moderna, a verdadeira ciência que ela ajudou a criar acabou causando a morte
da própria lenda milenar, que não pôde resistir aos rigorosos testes de sua pseudociência.
Teoria Bônus: Terra Plana

E por falar em teoria ridícula, não poderia faltar ela, a mãe de todas: a famosa Terra Plana. Mas
não vou dar evidências de que ela está errada e tudo mais, pois já fiz isto neste link aqui.

Coloquei a Terra Plana aqui para provar um ponto. Embora exista uma crença popular de que ela
é, de alguma forma, uma ideia "científica", nomes como Aristóteles e Tomás de Aquino já sabiam
que a Terra era redonda há mais de 2 mil anos atrás. Em suma, a
maioria dos estudos sugere que homens e mulheres instruídos,
desde os primórdios da antiguidade, tinham a noção de que a
Terra era redonda. Então, a ciência não deve ser culpada,
manchada ou nem passar vergonha por este probleminha
chamado Terra Plana. RISOS

Por que a Terra Plana é uma besteira e como provar isso


Sociedades secretas? Manipulação midiática? Estou até agora sem entender se eles realmente
acreditam nisso ou tão de brincadeira

Por MAXIMILIANO MEYER em 23/08/2017 - atualização: 18/02/2019 21:40

Recentemente um pessoal estranho surgiu na internet dizendo que a Terra é plana. Não sei
se eles estavam de brincadeira ou não, mas o problema é que eles começaram a atrair mais
pessoas (que eu também não sei se fazem parte da brincadeira ou estão realmente acreditando)
e hoje já podem ser encontrados em grande número pela internet.
Após minuciosa pesquisa sobre o que acreditam, onde vivem, o que fazem, continuo sem
saber se eles estão falando sério ou não, mas o problema é que sempre tem aqueles que
acreditam em tudo o que veem e vão sair reproduzindo esse discurso totalmente sem sentido.
Você precisa ver: Os 10 maiores mistérios da ciência
Fiquei preocupado com esses incautos cidadãos e, para que ninguém mais, seja enganado,
proponho-me a refutar aqui neste post as principais "provas" de que a Terra é plana.
P.S. SÉRIO. Estou buscando as tais provas enquanto escrevo o artigo, mas nunca sei se eles
estão falando sério ou contando piada. O pessoal tem até um "Órgão Oficial" chamado Flat Earth
Society fundado em 1956 (detalhe: a primeira pergunta do FAQ do site é "Este site é uma
piada?".... risos redondos).
Mas antes de começar fique com o primeiro vídeo 360º feito no espaço. Ele foi feito pelos
russos mostrando o momento em que eles colocam alguns satélites em órbita.
Agora sim, aos fatos:
Gravidade
Gravidade é uma coisa louca. Por causa dela a gente pode dar um salto e ter certeza que não
vamos ficar subindo eternamente no céu. Segundo Newton, a gravidade é uma propriedade
característica de toda e qualquer matéria do universo, até mesmo você ou uma bolinha de ping-
pong, porém, a massa destes dois exemplos é tão insignificante que não é capaz de exercer uma
gravidade perceptível aos objetos à sua volta.

Nosso planeta, o sol, ou qualquer outro


corpo celeste, exerce gravidade por ter uma
grande massa disposta em um formato
CIRCULAR. Isso faz com que tudo seja puxado
para o mesmo centro de gravidade, o núcleo do
círculo.
Se a Terra fosse plana a gravidade até
existiria, mas sem força suficiente de atração reunida em um mesmo ponto para puxar as coisas
para baixo, tendo, ao invés disso, infinitos pontos de gravidade sem força suficiente para atração
em nenhum deles. Qual a explicação dos terraplanistas então? Segundo eles não somos nós que
descemos em direção a Terra após um pulo, mas sim a Terra que sobe em direção a nós.
AHAAAAAAAAAA, aposto que você não estava esperando por essa!
De acordo com essa galera existe a tal "Aceleração Universal", um movimento constante para
cima. Assim você pula e logo a Terra, empurrada pela Aceleração Universal, vai de encontro aos
seus pés. Após um pulo não é você que desce, mas sim a Terra que sobe.
Como essa aceleração funciona eles não sabem dizer, mas até aí vamos dar um desconto,
pois também não sabemos como a gravidade funciona em detalhes.

O céu é um grande domo de vidro


Outro ponto fundamental dessa teoria é que temos um grande domo de vidro sobre nossas
cabeças que prende a atmosfera além de impedir que possamos ver o que, de fato, acontece no
exterior do planeta. Segundo alguns, até mesmo as estrelas e outras coisas que vemos no céu
não passam de projeções para que não possamos enxergar a verdade.
Os responsáveis pelo domo são eles, obviamente, os alienígenas. Já a prova (obviamente 2)
está na bíblia. Quando Deus disse que coloca o "firmamento" sobre a Terra, o pessoal da Terra
Plana disse que foi um erro de interpretação/tradução, e que, na verdade é uma referência
explícita ao domo.
Citando o tal "argumento" bíblico que foi encontrado em um site do pessoal da Terra Plana:
Salmos 33:13-14 "O Senhor olha desde os céus e vê toda a humanidade; da sua morada
observa toda a gente." (Como que Deus poderia ver quem está de um lado do globo e do outro
ao mesmo tempo?)
Como poderia?! eu reforço a pergunta. Mistérios...
Você precisa ver: 15 sucessos da Netflix que são baseados em livros e você não sabia
Outro fato alegado por essa rapaziada vida loka para corroborar a tese é que o Challenger,
ônibus espacial que explodiu logo após o lançamento, em 1986, teria batido no vidro e não sofrido
um problema com cobustível. Quanto ao homem ter chegado na Lua eles não conseguem
explicar, mas você realmente acha que eles estão acreditando nisso?
Ahh, e qualquer semelhança com a literatura não é mera coincidência, afinal uma redoma de
vidro que prende uma cidade inteirinha é o roteiro do livro "Under the Dome" de Stephen King,
que depois virou uma série de televisão de mesmo nome.
Muito Photoshop e pouca verdade
Aff mano vocês tem que tá de sacanagem comigo. Não pode ser... Mas ok, vamos a mais um
tópico que o pessoal usa como argumento (sério, eles falam isso mesmo).
Com certeza você já ouviu falar daquelas pessoas que acham que a ida à Lua foi uma
encenação cinematográfica dirigida por Stanley Kubrick, mas o pessoal das Terra Plana consegue
ir ainda mais longe.
Além de não acreditar na veracidade do pouso na Lua, eles não acreditam em nada
fotografado, filmado ou obtido fora do nosso planeta. Mesmo que diversas missões espaciais, de
diversos países e diversas agências tenham fotos que mostram EXATAMENTE as mesmas coisas
sempre. Não importa, para eles é tudo montagem.
Não importa que os Estados Unidos, União
Soviética (depois Rússia), China, etc. tenham
interesses políticos e econômicos diferentes.
Para os terraplanistas todos eles se juntaram
para um bem maior(?!?) que seria esconder a
verdade de todo mundo.
Haja PhotoShop.
O Sol não é tudo aquilo que você acredita
Se a Terra é plana como explicar o dia e a noite? Fácil, mudando radicalmente o que se sabe
sobre o maior responsável por esse ciclo, o sol.
Para quem prefere acreditar na ciência comprovada o sol está a, aproximadamente, 150
milhões de quilômetros de distância e tem cerca de 1.4 milhão de km de diâmetro. Já quem
prefere a opção da Terra Plana acredita que ele tenha míseros 51 quilômetros de diâmetro e
esteja a apenas 4.800 km de distância.
Ahhh, e eu nem falei a melhor parte: Para eles o heliocentrismo não existe (já que estamos
subindo infinitamente por causa da Aceleração Universal) e o sol é que fica andando em volta da
gente ao invés de ser o contrário.
Universo segundo a Terra Plana
Só assim para explicar os dias e as noites, afinal quanto mais
perto do objeto alvo estiver o emissor de luz, menor será a parte
iluminada (pode fazer o teste com uma lâmpada aí na sua casa). Isso
seria o suficiente para explicar os ciclos diurnos e noturnos, porém,
algo ainda não está bem claro: como funcionam as estações do ano?
Como explicar a variação da período de luz diário nos polos de
acordo com a época do ano? (Aliás, no modelo terraplanista nem mesmo existem polos).

Fumaça
Imagine uma cena com um trem Maria Fumaça. O que ele tem? Fumaça é claro. Pois bem, à
medida que o trem vai andando a fumaça vai ficando para trás em uma linha reta. Agora imagine
uma segunda imagem vista de um avião onde é fotografado uma erupção vulcânica ou qualquer
outra fumaça resultante de uma violenta e súbita emição (uma bomba atômica é outro exemplo).
A fumaça sobe retinha.
Conseguiu imaginar? Caso não tenha conseguido, não se preocupe, olha a imagem aqui
embaixo:
Como explicar mais essa falácia da mídia
manipuladora e da falsa ciência? Fácil: inércia.
Se você estiver dentro deste trem e der um
pulo, você irá cair no mesmo lugar do qual
saltou e não um pouquinho mais para trás já
que o trem se moveu enquanto você estava no
meio do pulo. Isso é a inércia. Como você está
em um movimento contínuo (a velocidade do
trem) você tenderá a manter essa velocidade
até que alguma outra coisa o desacelere. Ok,
até aí nenhuma novidade.
Agora vamos imaginar o lado de fora do
trem: no momento em que a fumaça da Maria é expelida pela chaminé ela encontra algo que
interrompe o seu movimento contínuo e que acaba com sua inércia, que é o ar. Por isso o trem
continua se movendo enquanto que sua fumaça vai desacelerando e ficando para trás deixando
um rastro.
AIN MAX E COMO QUE AQUELA SEGUNDA FOTO A FUMAÇA TÁ RETA?
Mais simples ainda. Imagine o caso do vulcão. O magma sobe mais de 150 km desde o interior
da Terra até a boca do vulcão. Nesse trajeto ele acumula uma pressão tão grande que faz a lava
ser jorrada a uma velocidade e força brutal. Junto dela vem uma coluna de fumaça que pode
atingir até 40 km de altura, ou seja, chegar na estratosfera.
A velocidade com que a fumaça é lançada, o calor da mesma (ar quente tende a subir, por
isso os balões são inflados com um fogareiro) e a grande quantidade de fumaça tornam o atrito
com o ar irrisório, fazendo com que a resistência do mesmo quase não seja notada e a fumaça
suba, praticamente, em linha reta. Sem contar que, quanto mais alto, menos ar na atmosfera e,
portanto, menos atrito.
Outro detalhe importante que resumiria tudo isso e já responderia a questão em uma frase:
No exemplo do trem, o emissor da fumaça está em movimento e se afastando da fumaça
expelida, no outro o emissor está parado.
Como explicar os mapas antigos que eram todos planos?
Conheciam os antigos sábios a real verdade, hoje maquiada por uma conspiração mundial?

Claro que não. Eles só não tinham a


tecnologia que nós temos hoje e, assim, faziam
o que dava para fazer com os aparatos da
época. Além disso os mapas seguiam a um
propósito bem definido: Serviam para uma
rota de comércio, os limites de um império,
expedições de reconhecimento, etc. Por isso o
ponto central do mapa costumava variar de um mapa para outro: dependendo do objetivo do
mesmo.
Próxima.
Eclipses completos?
Eclipse lunar com uma Terra Plana
Mais uma de fácil argumentação. O questionamento
dos terraplanistas é o seguinte: Se o universo, realmente,
tem um sol que está a 150 milhões de Km’s como pode
haver um eclipse perfeito? Como que a Lua, milhares de
vezes menor do que o Sol poderia entrar na frente do sol e
bloquear toda a sua gigantesca luz?
Essa nem precisa responder, é só mostrar uma
imagem.
Você sabia que existem 2 tipos de eclipses certo? Eclipse solar (quando a Lua entra no meio
do sol e da Terra tapando a luz do astro e fazendo o dia virar noite) e o eclipse lunar (quando a
Terra entra no meio do sol e Lua e nosso satélite fica ocultado pela penumbra da Terra).
Pois bem, seguindo essa lógica, um eclipse lunar em que uma Terra Plana entrasse na frente
da Lua teria o resultado ao lado:
Se a Terra é redonda cadê as curvas?
Essa é clássica e tem diferentes apresentações:
 Por que o horizonte é reto e não curvo, mesmo quando observado de um avião?
 Por que a água do meu copo ou dos rios estão sempre retinhas e nunca convexas?
 Por que trilhos e estradas são feitas sem a menor consideração para a curvatura da Terra?
 Por que construir o canal do Panamá com "degraus" se a Terra é redonda?
 Por que se fala "nível do mar" e não "curva do mar"? (É sério)
 Por que os marinheiros levam mapas retos e não globos? (É sério 2)
Simples, porque a Terra é grade pra car$%¨#! São mais de 12 mil km de diâmetro, ou, mais
de 40 mil km de circunferência. Assim, qualquer pessoa, do alto de sua insignificância de, em
média, 1,80 metros, NUNCAAAAAA vai conseguir vislumbrar a curvatura. Nem que ela esteja há
alguns milhares de metros de altura em um avião.
Quer um exemplo? Segue a imagem abaixo:

Veja que o círculo menor tem determinado raio


medindo X, enquanto que o círculo maior tem 5 mil X de raio. Ambos os círculos estão alinhados
a uma reta tangente. Repare que no segundo círculo (que de tão grande só conseguimos ver um
pequeno pedaço na imagem) é tão imenso que ele parece se confundir com uma reta contínua.
Agora imagine que ele fosse ainda maior, digamos 10 mil X. Se tirássemos a reta neste caso nem
conseguiríamos ver que ele tem uma leve curvatura.
É isso que acontece com a Terra. Em um dia de muita visibilidade, caso você pare na beira da
praia vai conseguir ver ama extensão de uns 50 km, não mais que isso. Agora imagine que o raio
da terra é de mais de 6 mil km. Entendeu? O que você está enxergando é uma parte tão minúscula
de algo tão enorme que você não conseguirá notar a mínima curvatura. NÃO TEM COMO GENTE!
Aliás, caso você conseguisse notar uma curvatura no nível do mar o diâmetro da Terra teria
de ser de apenas 40 km! Cálculo explicado e ilustrado aqui.
E agora eu deixo um questionamento ao pessoal da Terra Plana: O que existe nas bordas que
faz com que os navios não caiam no espaço ou aviões
não se choquem com o domo?
Até o momento o único argumento dos
terraplanistas que eu não consegui evidências para
refutar foi o impressionante vídeo. ** IRONIA **

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