O documentário "Particle Fever" acompanha os cientistas do CERN em sua busca pelo bosão de Higgs. Após 10 anos de filmagem, os cientistas finalmente encontram a partícula, comprovando teorias fundamentais sobre a natureza do universo. O filme mostra a tensão entre a física teórica e experimental e a dedicação de milhares de cientistas nesta importante descoberta.
O documentário "Particle Fever" acompanha os cientistas do CERN em sua busca pelo bosão de Higgs. Após 10 anos de filmagem, os cientistas finalmente encontram a partícula, comprovando teorias fundamentais sobre a natureza do universo. O filme mostra a tensão entre a física teórica e experimental e a dedicação de milhares de cientistas nesta importante descoberta.
O documentário "Particle Fever" acompanha os cientistas do CERN em sua busca pelo bosão de Higgs. Após 10 anos de filmagem, os cientistas finalmente encontram a partícula, comprovando teorias fundamentais sobre a natureza do universo. O filme mostra a tensão entre a física teórica e experimental e a dedicação de milhares de cientistas nesta importante descoberta.
O documentário "Particle Fever" traz à vida o bosão de Higgs
O documentário é relato fascinante e bem informado sobre a maior experiência científica do planeta, mas é também um drama real sobre a compreensão do universo.
Mark Levinson - Por sorte havia muito drama natural. Não
tivemos de inventá-lo, só de reconhecê-lo e captá-lo à medida que se desenrolava.
Observer - Você está a referir-se a 2008, quando o LHC
foi fechado por mais de um ano devido a um problema com os ímanes?
Mark Levinson - O acidente aconteceu cerca de 10 dias
depois de ter começado a filmar. A minha reação imediata foi pensar que seria o fim do meu filme. Mas percebi que era provável que o acelerador viesse a ser reativado, e Um novo documentário, "Particle Fever", consegue o que o acontecido servisse para conferir dramatismo ao quase impossível: torna compreensível – e empolgante – filme. Havia muita pressão por causa do acidente, e por o funcionamento do acelerador de partículas LHC (Large isso a reativação do LHC foi ainda mais tensa, bem como Hadron Collider), até mesmo para os espectadores com a o resultado, que nos deixou em suspenso sobre o que iria maior aversão à ciência. Mark Levinson, o realizador do acontecer a seguir. filme, visitou o CERN, o centro de pesquisa na fronteira entre a França e a Suíça que abriga o LHC, pela primeira Observer - No cerne do filme está o estranho elo entre a vez em 2007, e voltou diversas vezes até julho de 2012, física teórica e a física experimental. Você pode explicar- quando a equipa de físicos de elite concluiu as suas duas nos o que está em causa nessa distinção? décadas de buscas para encontrar o bosão de Higgs. "Particle Fever" acompanha meia dúzia de personagens – Mark Levinson - O estereótipo dominante é o do físico entre os mais de 10 mil cientistas, de mais de 100 países teórico solitário, trabalhando sozinho numa sala, como – que trabalham na maior e mais cara experiência Einstein, e ocasionalmente caminhando até ao quadro científica do planeta. O filme mostra-os teorizando, negro. Eles são a elite, em certo sentido, muito discutindo, jogando ténis de mesa. matemáticos e abstratos. Mas precisam de pessoas que concebam experiências com base nas suas teorias e lhes Observer - Você disse que não acha que "Particle Fever" forneçam dados que os apontem na direção correta. O seja um documentário científico. O que é o filme, então? conflito muitas vezes surge devido às escalas de tempo distintas entre os dois ramos. Um físico teórico pode Mark Levinson - Creio que seja sobre a busca do homem acordar de manhã e de repente apagar uma equação, pela compreensão do universo. Eu queria fazer um filme reescrevendo-a em seguida. Já o físico experimental, atraente para pessoas que podem pensar que nem estão enquanto isso, passou 10 anos a construir uma máquina interessadas em ciência, mas que conseguem envolver- para provar aquela teoria. se nessa busca humana absolutamente maravilhosa. Tim Lewis, Observer. Pode ser difícil justificar o LHC em termos de despesa – http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/ mas, ainda que ele talvez não seja necessário para a 2014/04/1441238-filme-particle-fever-traz-a-vida-o-boson- nossa sobrevivência, é algo que está ligado ao que nos de-higgs.shtml torna humanos e importantes.
Observer - Quando você começou a filmar, imaginava O Conhecimento Científico
que os cientistas do CERN encontrariam a partícula de Higgs? Os Gregos, na antiguidade, buscavam através do uso da razão, a superação do mito ou do saber Não. Eu definitivamente acreditava que a partícula de comum. O avanço na produção do conhecimento, Higgs, ou algo parecido, existia. conseguido por esses pensadores, foi estabelecer a Mas que eles a encontrassem quando estávamos a filmar? Nunca imaginei. Quase todos os físicos haviam ciência como pensamento sistematizado (filosofia, dito que encontrar o bosão de Higgs seria tão difícil que física, matemática...), o que perdurou até ao início provavelmente seria necessário recolher dados durante da Idade Moderna. A partir daí, as relações dos anos. Na verdade, todos achavam que, se encontrassem homens tornaram-se mais complexas bem como alguma coisa, provavelmente seria uma nova partícula, toda a forma de garantir a sua sobrevivência. mas não a de Higgs. Gradativamente, houve um avanço técnico e científico, como a utilização da pólvora, a invenção Observer - A Física parece envolver muito tempo de da imprensa, a Astronomia de Galileu, a Física de contemplação de números numa Newton, etc. tela de computador. Como tornar essa situação dramática? Foi no início do século XVII, quando o mundo europeu passava por profundas transformações, que o homem se tornou no centro da natureza (antropocentrismo). Acompanhando o movimento histórico, ele mudou toda a estrutura do http://www.geocities.com/joaojosefonseca/ pensamento e rompeu com as concepções de esquerdo.htm?200615(15/08/2006) Aristóteles, ainda vigentes e defendidas pela Igreja, _______________________________________ segundo as quais tudo era hierarquizado e imóvel, desde as instituições políticas até ao planeta Terra. Quem é Higgs: O homem passou, então, a ver a natureza como objeto da sua ação e do seu conhecimento, https://pt.wikipedia.org/wiki/Peter_Higgs podendo interferir nela. Portanto, podia formular hipóteses e experimentá-las para verificar a sua veracidade, superando assim as explicações O que é o Bosão de Higgs metafísicas e teológicas que até então https://pt.wikipedia.org/wiki/B predominavam. O mundo imóvel foi substituído por %C3%B3son_de_Higgs um universo aberto e infinito, ligado a uma unidade de leis. Era o nascimento da ciência enquanto um Mais experiências sobre o Bosão: objecto específico de investigação, com um método próprio para o controlo da produção do https://www.publico.pt/2018/08/28/ciencia/ conhecimento. Assim sendo, ciência e filosofia n oticia/bosao-de-higgs-visto-finalmente-a- separam-se. desintegrarse-1842316 O conhecimento científico transformou-se numa prática constante, procurando afastar crenças supersticiosas e a ignorância, através de métodos rigorosos, para produzir um conhecimento https://www.publico.pt/2014/06/25/ciencia/ sistemático, preciso (rigoroso) e objetivo que n oticia/o-bosao-de-higgs-que-nao-tem-nada- a-ver-com-deus-e-uma-particula-muito- consiga prever os acontecimentos e agir de forma importante-1660326 mais segura. Sendo assim, o que diferencia o senso comum do conhecimento científico é o rigor. Enquanto o senso comum é acrítico, fragmentado, preso a preconceitos e a tradições conservadoras, a ciência Seis tópicos fundamentais preocupa-se com as pesquisas sistemáticas que sobre filosofia da ciência: produzam teorias que revelem a verdade sobre a realidade, uma vez que a ciência produz o https:// conhecimento a partir da razão aliada à experiência. m undoeducacao.bol.u Desta forma, o cientista, para realizar uma pesquisa o l.com.br/filosofia/ seis-topicos- fundamentais-sobre- e torná-la científica, deve seguir determinados filosofia-ciencia.htm passos. Em primeiro lugar, o pesquisador deve estar motivado a resolver uma determinada situação-problema. Normalmente a colocação de um problema é seguida pela formulação de algumas hipóteses. Usando a sua criatividade, o pesquisador deve observar os factos, colher dados e, então, testar as suas hipóteses, que poderão transformar-se em teorias e, posteriormente, ser incorporadas nas leis que possam explicar e prever os fenómenos. Porém, é fundamental registar que a ciência não é somente acumulação de verdades prontas e acabadas, mas devemos vê-la como um campo sempre aberto às novas concepções e contestações sem perder de vista os dados, o rigor e a coerência e aceitando que o que prova que uma teoria é científica é o facto de ela ser falível e aceitar ser refutada. O termo ciência vem do latim, scientia, de sciens, conhecimento, sabedoria. É um corpo de doutrina, organizado metodicamente que constitui uma área do saber e é relativo a determinado objecto. O que caracteriza cada ciência é o seu objecto formal, ou seja, aquilo que é estudado, porém, o desdobramento dos objetos do saber científico caminhou progressivamente para a especialização das ciências (que marcou bastante o século XIX com o advento da técnica e da industrialização).