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índice

1. Introdução....................................................................................................................................2

1.1. Questão prévia..........................................................................................................................3

1.1.2. Justificativa............................................................................................................................3

2. Hipóteses......................................................................................................................................3

2.1. Objectivos.................................................................................................................................3

2.1.2. Específicos:............................................................................................................................3

3. O método do direito internacional privado:................................................................................4

3.1. A concepção clássica (ou tradicional) europeia do dip............................................................4

4. A crítica norte-americana...........................................................................................................6

4.1. Principais posições críticas.......................................................................................................7

4.2. Críticas a esta teoria:................................................................................................................8

5.1. Momento legislativo...............................................................................................................10

5.2. A aproximação entre a doutrina europeia e a perspectiva norte-americana:..........................10

6. A flexibilização:.........................................................................................................................12

6.1. A materialização do dip..........................................................................................................13

7. Terceiro nível de aproximação:................................................................................................15

7.1. A qualificação:........................................................................................................................15

7.2. A adaptação:...........................................................................................................................16

8. Normas espacialmente auto-limitadas ou auto-condicionadas:................................................17

9. Normas espacialmente auto-limitadas de carácter restritivo:...................................................18

9.1. Normas espacialmente auto-limitadas de carácter ampliado (nani):......................................18

9.2. O direito internacional privado material:...............................................................................19

10. Vias pelas quais os defensores de uma maior materialização do dip. Fizeram avançar as suas
propostas:.......................................................................................................................................19

11. Modalidades de normas de dip. Material:................................................................................20

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12. Normas de dip. Material de origem legislativa:.......................................................................20

16. Convenções de unificação:......................................................................................................21

17. Leis uniformes:........................................................................................................................21

18. Conclusões...............................................................................................................................22

19. Referencias bibliográficas.......................................................................................................23

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1. Introdução
O presente trabalho individual tem como tema primordial abordar de forma clara em relação ao
método individual prevê a aplicação da lei doutrina e jurisprudência. O método universal a lei
internacional, uniforme e os tratados. Para os particularistas, seguidores do método individual os
Problemas de dip são próprios de cada estado e devem ser solucionados com base nas fontes
internas, fontes internacionais são excepção. Para os universalistas problemas de dip concernem
A sociedade internacional, têm natureza internacional e só podem ser solucionados
internacionalmente de maneira uniforme.
Correia, ferrer, defende o universalismo, soluções internacionais devem ser definidas em
convenções e tratados. Normas extraterritoriais cuidam do indivíduo da sua capacidade das
relações de família e sucessão. As territoriais são leis políticas, morais, de segurança de
propriedade de crédito público, falência, tributos.
Os métodos universalista e particularista se alternam. Na segunda metade do século xix
prevaleceu o universalismo, no entre guerras o particularismo e actualmente voltou o
universalismo.
Outra novidade da actualidade é o princípio da proximidade que faculta aos tribunais maior
poder discricionário para escolher a lei aplicável que tenha maior ligação com o caso concreto.
Esse princípio foi consagrado na convenção de roma de 1980 da comunidade económica
europeia, art. “quando a lei aplicável ao contrato não tiver sido escolhida o contrato será regido
pela lei do pais com o qual esteja mais proximamente conectado”.

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1.1. Questão prévia
Como é que os países podem manter a ordem pública internacional?

1.1.2. Justificativa
Sabe-se que o direito internacional privado regula situações de litígio entre um estado e um
cidadão estrangeiro. Nesse âmbito, é correcto afirmar que os estados têm lutado para manter a
paz entre eles. Na maioria dos casos é um pouco difícil resolver casos desse género porque os
estados têm certa relutância em abdicar parte da sua soberania para deixar um outro estado
resolver litígios decorrentes no território nacional.

Nesta luta para dirimir conflitos desse tipo, importa saber como é que os estados podem resolve-
los sem criar inimizades entre si, dito de outro modo, o que podem os estado fazer para manter a
ordem pública internacional?

2. Hipóteses
Como possíveis soluções podemos encontrar o seguinte:

Os estados deveriam criar mais tratados e acordos que versem sobre esta matéria;
Aquando da resolução de um conflito os estados não deviam estar tão apegados a
soberania, mas sim deviam concentrar-se em aplicar a lei que mais beneficiaria o
indivíduo.

2.1. Objectivos
Geral:

Abordar de forma clara sobre os métodos de direito internacional privado na resolução de


conflitos estaduais ;

2.1.2. Específicos:
Perceber como funciona as modalidades do direito internacional;
Identificar os pressupostos das modalidades de dip ;
Compreender a função positiva e negativa de dip ..

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Compreender as criticas dos autores e as meios métodos usados para o dip

3. O método do direito internacional privado:

3.1. A concepção clássica (ou tradicional) europeia do dip.

Definimos o dip. Como o ramo da ciência jurídica onde se procuram formular os princípios e
regras conducentes à determinação da lei ou das leis aplicáveis às questões emergentes das
relações jurídico-privadas internacionais e, bem assim, assegurar o reconhecimento no estado do
foro das situações jurídicas puramente internas, mas situadas na órbita de um único sistema de
direito estrangeiro».

Ocupa-se, portanto, o dip. Das relações plurilocalizadas, ou seja, daquelas relações que,
correspondendo a uma actividade jurídica que não se comporta nas fronteiras de um único
estado, entram em contacto, através dos seus elementos, com diversos sistemas de direito e,
assim sendo, acham-se sujeitas a uma condição de particular incerteza e instabilidade, cabendo
ao dip., justamente, criar para tais relações um disciplina que reduza esta instabilidade a um
mínimo tolerável. Tem, portanto, o dip. Por função precípua assegurar a estabilidade e
continuidade das relações jurídicas internacionais.

Segundo a orientação tradicional do dip. (que corresponde fundamentalmente ao sistema de


savigny), considera-se que o problema que se levanta é o de designar a lei competente, ou seja, a
lei em cuja moldura deverão procurar-se os preceitos materiais aplicáveis ao caso «sub judice».
Esses preceitos seriam aqueles que os tribunais do respectivo estado aplicariam se o caso fosse
puramente nacional.

Contudo, e uma vez que se trata de relações conexas com diferentes sistemas de direito e, muitas
vezes, com diferentes tipos de regulamentação material, pergunta-se, naturalmente, qual desses
sistemas deverá ser chamado a reger a situação concreta.

Para a concepção clássica, é através de normas de conflitos que o dip. Cumpre a sua missão de
prover à regulamentação das questões emergentes das relações jurídico-privadas internacionais.

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Foi com savigny que teve origem o método ainda predominante a que chamamos técnica das
regras de conflitos» e que consiste em procurar, para cada situação jurídica típica, o laço que
mais estreitamente a prenda a um determinado sistema de direito. Por outras palavras, o dip.
Clássico utilizava como método básico as regras de conflitos que procediam à escolha da lei
competente para reger a uma determinada situação, com base em critérios meramente
localizadores (v.g.: proximidade espacial, vinculação espacial mais forte). Cada uma destas
normas de conflitos tem a seu cargo uma tarefa que consiste em delimitar um sector ou matéria
jurídica, em recortar uma questão ou núcleo de questões de direito, e em designar o elemento de
conexão através do qual deverá determinar-se a lei a aplicar neste domínio.

A escolha da conexão relevante obedece a uma directiva geral: na execução da aludida tarefa
deverá proceder-se tendo em atenção que o fim em vista é o de encontrar uma lei que seja
verdadeiramente adequada ao seu objecto, isto é, à função de regular determinada matéria ou
sector da vida jurídica. Não se trata de escolher a melhor lei, mas aquela que melhor colocada
estiver para intervir na resolução do litígio, e isso tendo em atenção a localização dos factos ou
da relação dela com as pessoas a quem os factos dizem respeito.

Isso significa que o problema do dip. Não é um problema de justiça material: o papel da regra de
conflitos não é o de escolher, de entre as soluções decorrentes das várias leis em concurso, a que
melhor convenha, em termos de justiça material, à natureza e circunstâncias do caso «sub
judice».

O dip., como já tivemos a oportunidade de referir, está ao serviço de valores de certeza e


segurança jurídicas: a sua justiça é de cunho predominantemente formal. O intento primordial do
dip. Está em promover e garantir a continuidade e estabilidade das situações jurídicas
multinacionais através da unidade da respectiva valoração por parte dos diversos sistemas
interessados para, assim, evitar a frustração das expectativas que, com base nelas, forem
concebidas pelas partes e por terceiros.

Estas normas de conflitos caracterizam-se por duas notas:

A)rigidez: na sua feição clássica, as regras de conflitos são regras rígidas («hard-and-fast
rules»), isto é, normas que vinculam o juiz a utilizar um elemento de conexão predeterminado ou

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determinável a partir de critérios enunciados pela própria norma, sempre que se lhe apresentasse
uma questão jurídica do tipo correspondente à respectiva previsão. Assim, nesta altura, a regra de
conflitos era vista como um «prius» metodológico que não deveria ceder nem cedia perante
nenhum outro método ou por uma outra visão do método.

B) neutralidade: certamente que em todos os sistemas jurídicos positivos se encontram normas


materiais criadas expressamente para determinadas categorias de situações multinacionais. Tais
preceitos de dip. Material são, por vezes, estabelecidos por uma convenção internacional, outras
vezes, oriundas de uma fonte jurídica interna. Contudo, o método típico do dip. É o método
conflitual.

Assim sendo, não compete ao dip., por si próprio, fornecer a norma material aplicável ao caso
concreto, mas unicamente designar a lei a que a norma aplicável deverá ser pedida.
Relativamente à primeira das características assinaladas, ou seja, relativamente à rigidez das
regras de conflitos, convém assinalar que se vem desenhando nos últimos tempos uma tendência
para a abertura de largo espaço às regras abertas ou flexíveis («open-ended rules»).

Outras normas determinam a conexão em princípio relevante, mas permitem a aplicação de outra
lei quando se mostre que a situação concreta «sub judice» se encontra mais fortemente ligada à
ela.

4. A crítica norte-americana

É dos estados unidos que procedem os ataques mais violentos contra a concepção tradicional do
dip. Tais críticas visam a própria legitimidade ou adequação do método utilizado pelo dip. Para
cumprir a sua função. Contudo, os autores norte-americanos só estão unidos na rejeição da
concepção clássica do dip. E não quanto à nova via metodológica a seguir. Sublinham-se
principalmente os seguintes pontos de divergência:

A)dificuldade, quando não mesmo impossibilidade, de, em muitos casos, apurar-se a conexão
mais estreita ou mais significativa da relações jurídica;

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B)alegada impropriedade das normas de direito interno para regular as situações internacionais
(situações estas cujos problemas específicos elas ignoram), pois não foram elaboradas tendo em
conta tais problemas;

B)dificuldades que surgem no processo de aplicação da regra de conflitos (v.g.: questões como
as da qualificação; da adaptação; do reenvio; da ordem pública).

Daqui resulta um estado de coisas que compromete gravemente a previsibilidade das decisões
judiciais e a estabilidade da vida jurídica. Ora, entre os fins que o dip. Visa, ocupa justamente
lugar de primordial relevo o de assegurar a continuidade e estabilidade das situações
plurilocalizadas; e

C)por fim, diz-se que o método descrito compromete a possibilidade de encontrar para as
situações multinacionais a solução materialmente mais consentânea com os seus caracteres
específicos.

Os autores norte-americanos começaram por elaborar um esquema complicado e algo complexo


nos termos do qual era preciso designar uma ordem jurídica que tivesse dado nascimento ao
direito, e se esse direito tivesse sido criado à luz da ordem jurídica que se entendia ter-lhe dado
nascimento, o respectivo direito era reconhecido; caso contrário, não o seria.

É importante notar que o direito americano é um direito federal ― há diversas legislações e não
há leis uniformes. A doutrina elaborou uma compilação de preceitos que a jurisprudência vai
seguindo na prática. O «restatemente» é constituído por um conjunto de princípios e regras que
se entendem traduzirem na prática definida e que funcionam como codificações.

4.1. Principais posições críticas

A crítica de david cavers:

Em 1933, david cavers publica um estudo no qual conclui que, nas situações plurilocalizadas, o
cerne é o conflito de normas materiais de diversas proveniências que visam dirimir o litígio. Há
várias normas materiais que podiam resolver aquele conflito e a escolha da lei não deve ser

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orientada por critérios meramente localizadores (assim como o fazia a doutrina clássica), mas
sim pela justiça material da solução, atendendo aos interesses das partes e à própria situação ― é
este o primeiro momento de cavers, o da negação da regra de conflitos.

Para david cavers, o problema do dip. Não se resume a um problema de escolha entre sistemas
de direito (de escolha entre regras materiais), sendo forçoso resolvê-lo olhando ao conteúdo e
fins destas normas. A determinação da conexão decisiva depende tanto das circunstâncias de
facto em que a conexão se vai operar, como das soluções a que as diferentes leis em conflito
conduzam.

A solução de cavers consistiria em entregar ao juiz a escolha da lei, não em função da


localização da situação, mas sim em função do resultado. Para empreender tal desígnio, dois
critérios deveriam guiar o juiz.

 a justiça devida às partes; e


 os objectivos de política legislativa prosseguidos pelas normas em concurso.

4.2. Críticas a esta teoria:

A)insegurança, instabilidade e casuísmo, pois os critérios para cada caso concreto podem ser
diferentes e a escolha da ordem jurídica estadual competente para reger em termos materiais a
questão vai depender de uma apreciação do juiz (que terá de atender aos interesses das partes;

B)pode acontecer que uma solução não seja a mais justa, mas aquela com a qual as partes
contariam ― temos aqui dois valores em conflito: justiça material e os interesses das partes;

C)de qualquer forma, nunca se prescinde de uma abordagem localizadora (o juiz vai apreciar as
normas materiais conectadas com aquela situação).

o segundo momento de david cavers:

Ele julga ser necessária a formulação de juízos de valor que possam orientar os tribunais e
justificar, assim, a preferência por uma daquelas normas em conflito, pois:

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Nem sempre é fácil chegar à solução das questões emergentes das relações internacionais
através da análise do conteúdo e dos fins das normas em conflito; e
há inconvenientes e perigos derivados do método da solução «ad hoc».

Cavers formulou princípios de preferência relativamente a duas matérias:

A)responsabilidade civil extracontratual: se a lei do local onde foi produzido o dano for mais
responsabilizante do que a lei da residência do autor do dano ou do que a lei onde o acto lesivo
foi praticado, deve aplicar-se a lei do local onde o dano foi produzido, pois esta é a lei que
melhor protege a vítima. Nós temos algo de parecido com isso no artigo. 45º do código civil, já
que considera em seu n.º 1 que, em princípio, a lei competente para regular a questão é a do
estado onde decorreu a principal actividade causadora do prejuízo, mas, em seu n.º 2, abre uma
excepção, qual seja, a de, na hipótese de a lei, em princípio, competente (ou seja, a lei do estado
onde decorreu a principal actividade causadora do prejuízo) não considerar o agente como
responsável, deve ser aplicada a lei do estado onde se produziu o efeito lesivo, no caso de esta
considerá-lo responsável.

Resumindo e concluindo, os mencionados princípios de preferência («principles of


preference») se destinam, antes de mais, a delimitar o círculo de leis utilizáveis em cada matéria
sobre as quais pode recair a escolha.

No domínio da responsabilidade «ex delicto», as únicas leis a considerar são:

 a do país onde se verificou a lesão jurídica;


 A do país onde teve lugar o facto danoso;
 a lei do domicílio do autor do facto; e
 Quando exista uma relação entre o autor do facto e a vítima do dano, a lei
reguladora desta relação.

Obviamente que a aplicabilidade de qualquer uma destas leis baseia-se na conexão que apresenta
com a situação da vida em que se levanta a questão da responsabilidade civil a resolver, sendo
que, portanto, até aqui, as coisas decorrem inteiramente segundo as coordenadas do direito
internacional privado clássico, já que as leis designadas o foram em função de puros critérios

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de localização espacial das situações a regular, sem ter em consideração o conteúdo das normas
em presença nem, por conseguinte, a justiça material.

Após determinar as leis potencialmente aplicáveis ao caso «sub judice», deve estabelecer-se os
critérios de selecção definitiva da lei a aplicar.

no caso da responsabilidade civil extracontratual, esses critérios são dois:

um deles tem a ver com o conteúdo das leis em conflito, aplicando-se a lei que conceder
maior protecção à vítima do dano;
O outro parece utilizar o método tradicional da conexão, sendo competente a lei
reguladora de uma determinada relação existente entre as partes, seja qual for a solução
que daí decorra para o problema de responsabilidade em causa.

5. Momento legislativo
Segundo «restatement»: é uma compilação que vale pelo prestígio dos seus autores e incluía
três níveis:

A)factores de orientação relevantes: factores e interesses que auxiliariam o juiz a decidir a


questão;

B)regra de conflitos; e

C) open-ended rules: dão um maior espaço de conformação ao juiz (v.g.: o artigo. 52º, n.º 2 do
cód. Civ.).

5.1. A aproximação entre a doutrina europeia e a perspectiva norte-americana:

Entre as principais características da perspectiva norte-americana contam-se:

A tendência para o abandono do método conflitual;


A ideia do primado da «lex fori»;

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A propensão para atribuir um relevo importante, na resolução dos conflitos de leis, ao
factor representado pelo conteúdo e fundamento das regras materiais em colisão.

Enquanto um dos rasgos marcantes da doutrina americana, globalmente considerada, consistia no


papel atribuído ao conteúdo e fins dos preceitos materiais em conflito, a doutrina clássica
europeia via o dip. Como algo de formal, dotado de uma teleologia peculiar que apontava para a
designação da lei ligada à situação da vida pelo laço mais forte, desinteressando-se por completo
do modo como essa lei poderia dirimir o conflito de interesses «sub judice».

Deste modo, nem a perspectiva norte-americana actual se pode definir por uma atitude de radical
adesão a uma ideia de escolha da lei em função do resultado, nem, tão pouco, a doutrina europeia
actual se mostra totalmente avessa a tomar em consideração as exigências da justiça material e o
conteúdo e finalidades das normas a aplicar.

Muita coisa mudou tanto no pensamento jurídico norte-americano, como no pensamento


jurídico europeu sobre o conflito de leis:
Por um lado, a crítica norte-americana moderou-se: o retrocesso norte-americano está,
sobretudo, patente na análise de cavers ― começou por dizer que o juiz tinha ou deveria
ter de escolher a lei em função do resultado, ou seja, deveria escolher, dentre os
ordenamentos jurídicos em concurso, aquele que conduzisse a um melhor resultado
material. (o que trazia consigo a imprevisibilidade e desprotecção das expectativas das
partes);
Num segundo momento, porém, formulou critérios (os «principles of preference») pelos
quais o juiz se deveria guiar, sendo que estas orientações se aproximavam das regras de
conflitos, mas delas se diferenciando por não serem vinculativas e serem mais elásticas;

Por seu turno, o sistema europeu evoluiu no sentido da sua aproximação aos vectores que
inspiravam as críticas: no próprio momento da construção das normas de conflitos o dip.

Deu-se um apuramento do sistema europeu clássico em duas frentes:

A)flexibilização;

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B)materialização.

Pode ainda falar-se de uma terceira nota: uma progressiva publicização do dip. Tendente a
proteger valores públicos fundamentais. Esta terceira nota faz lembrar currie e já aparecia em
savigny com a excepção da ordem pública internacional.

5.2. A flexibilização:

Foi-se notando no sistema europeu, que era rígido, uma certa mutação no sentido da
aproximação deste à perspectiva norte-americana, nomeadamente, verificou-se uma
flexibilização da regra de conflitos, reconhecendo-se uma margem de conformação judicial do
princípio da proximidade ou localização. Começou a ser dado um maior poder de decisão ao
juiz, e isso por duas vias:

1.dá-se ao juiz a possibilidade de identificar, no caso concreto, qual a lei mais próxima a ele.

Os artigos. 52º, n.º 2 e 60º, n.º 2 do cód. Civ., por exemplo, contêm normas de conexão
múltipla subsidiária (o legislador estabelece três conexões que se vão aplicar subsidiariamente
no caso de a primeira não funcionar): se não há nacionalidade comum (primeiro elemento de
conexão); se não há residência comum (segundo elemento de conexão), deve aplicar-se a lei
com a qual a vida familiar se encontra mais estreitamente conectada (terceiro elemento de
conexão). É o juiz que vai decidir qual a lei que se acha mais estreitamente conectada com a vida
familiar.

Cfr. O artigo. 4º, n.os 1 e 5 e artigo. 6º, n.º 2, «in fine» da convenção de roma sobre
obrigações contratuais.

Nos termos do n.º 1 do artigo. 4º, o contrato é regulado pela lei do país com o qual apresente
uma conexão mais estreita, sendo que esta é dada pela residência habitual da parte que está
adstrita à prestação característica do contrato (v.g.: no contrato de compra e venda, o mais
importante é a entrega da coisa, logo, deverá ser aplicada a lei do vendedor).

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O n.º 5 do mesmo preceito legal permite ao juiz derrogar as presunções ilidíveis dos n.os 2, 3 e 4
do referido artigo. Aqui o juiz vai excepcionar a conexão principal.

Cláusula de excepção:

O legislador indica qual a lei competente para regular uma determinada situação jurídica, mas
abre uma excepção: se o juiz entender que há uma lei com um contacto mais forte com a situação
«sub judice» poderá aplicar essa lei (trata-se aqui de uma verdadeira flexibilização).

O artigo. 45º do cód. Civ., depois de estabelecer que a lei aplicável ao contrato de compra e
venda (se as partes não escolherem uma) é a lei da residência do vendedor, vem depois, em seu
n.º 3, estabelecer: «se, porém, o agente e o lesado tiverem a mesma nacionalidade ou, na falta
dela, a mesma residência habitual, e se encontrarem ocasionalmente em país estrangeiro, a lei
aplicável será a da nacionalidade ou a da residência comum, sem prejuízo das disposições do
estado local que devam ser aplicadas indistintamente a todas as pessoas» (princípio da maior
proximidade).

Neste caso, o juiz poderá optar pela aplicação de outra lei, só que, neste caso, esta lei também é
indicada pelo legislador: é ele que descreve as circunstâncias abstractas para a aplicação da lei
que tenha com a situação um contacto mais forte e qual é essa lei.

- cláusula de excepção aberta: cfr. Os artigos. 4º, n.os 1 e 5 e 6º, n.º 2 da convenção de roma
sobre obrigações contratuais.

- cláusula de excepção fechada: cfr. O artigo. 45º, n.º 3 do cód. Civ.

6. A materialização do dip.

O sistema europeu não é insensível à justiça material porque há regras de conflitos que não se
limitam a um objectivo de localização; quer dizer, há regras de conflitos que procuram assegurar
e garantir um certo resultado material, resultado este que entende ser o mais justo (há regras de
conflitos que visam produzir um dado resultado).

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as regras de conflitos de conexão material ou substancial são aquelas que mandam aplicar uma
lei tendo em conta o seu conteúdo material, ou seja, mandam aplicar uma lei que leve a um certo
resultado material.

Esta característica deixa claro que o método conflitual tem vindo, progressivamente, a
materializar-se, ou seja, começou a ter em conta os resultados materiais, e isso por duas vias:

Em regra, utilizam-se regras de conexão múltipla alternativa, operando-se a escolha em


função do resultado a obter (cfr. Os artigos. 36º e 65º do cód. Civ. E o artigo. 9º da convenção
de roma).

O artigo. 36º do cód. Civ. Dispõe sobre a forma do contrato; nos termos do seu n.º 1: «a forma
da declaração negocial é regulada pela lei aplicável à substância do negócio; é, porém, suficiente
a observância da lei em vigor no lugar em que é feita a declaração, salvo se a lei reguladora da
substância do negócio exigir, sob pena de nulidade ou ineficácia, a observância de determinada
forma, ainda que o negócio seja celebrado no estrangeiro». O n.º 2 do mesmo preceito
estabelece: «a declaração negocial é ainda formalmente válida se, em vez da forma prescrita na
lei local, tiver sido observada a forma prescrita pelo estado para que remete a norma de conflitos
daquela lei, sem prejuízo do disposto na última parte do número anterior».

Assim sendo, temos

- 1ª conexão: lei reguladora da substância do negócio;

- 2ª conexão: lei do lugar da celebração.

- 3ª conexão: lei para a qual remete a lei do local da celebração (esta terceira conexão não está
prevista pelo artigo 9º da convenção de roma).

Contudo, também se pode pensar em regras de conexão una ou simples (ou seja, que só têm
uma conexão: para os imóveis só se aplica a «lex rei sitae») que também tenham em vista um
determinado resultado material.

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1.regras que facilitam a constituição de certos estados ou que visam assegurar certas faculdades
ou liberdades jurídicas (artigo 60º, n.º 2 do cód. Civ. ― promove a constituição do vínculo da
filiação adoptiva).

2.regras de conflitos que visam a protecção, em termos mais amplos e mais efectivos, de uma
determinada pessoa (em regra a parte mais débil ― «favor personae»).

O artigo 45º do cód. Civ. Que prescreve as regras da responsabilidade civil extracontratual trata
de uma regra de conexão múltipla subsidiária (há duas conexões, sendo que se a primeira não
puder ser aplicada aplica-se a segunda que vai ser aplicada segundo critérios materiais e não
meramente localizadores).

6.1. Terceiro nível de aproximação:

Próximo da materialização (mas não se confundindo com ela) nota-se, amiúde dos sistemas
conflituais, uma sensibilização à influência do fim e conteúdo das normas materiais como passo
importante na determinação da sua aplicação espacial.

Visa-se a análise do conteúdo material das normas para determinar o seu âmbito de aplicação
espacial.

7. A qualificação:

A consideração do conteúdo e escopo dos preceitos jurídico-materiais releva também no


momento da qualificação. Isto é válido para quem aceite a ideia de que toda a qualificação em
dip. Ou, pelo menos, a chamada qualificação secundária (que é uma qualificação de normas e
não de relações jurídicas ou de factos).

O que se pretende é: dada uma lei potencialmente aplicável a determinada situação jurídica em
virtude de uma regra de conflitos do foro, devemos averiguar se essas normas regulativas
daquele tipo de situações correspondem à categoria normativa visada pela própria regra de
conflitos e expressa pelo respectivo conceito quadro.

0
O que decide da aplicação do preceito é tão somente a circunstância de ele se destinar, no
ordenamento jurídico a que pertence, a desempenhar uma função normativa idêntica ou, pelo
menos, semelhante àquela que o legislador do foro teve em vista ao estabelecer a regra de
conflitos em causa.

importa que o preceito material em análise constitua, de alguma forma, uma resposta à questão
formulada pela regra de conflitos, mas sem que releve para quaisquer efeitos o teor concreto da
resposta.

Não se trata, em suma, de estabelecer um confronto entre aqueles preceitos, mas sim entre
determinado preceito de direito material, nacional ou estrangeiro, e uma regra de conflitos do
foro.

7.1. A adaptação:

Há hipóteses em que se impõe o recurso ao método das soluções materiais «ad hoc».

Na tentativa de resolver os problemas suscitados pelas relações plurilocalizadas deparamos, por


vezes, com situações de «cúmulo jurídico» ou de «vácuo jurídico». Na primeira hipótese, trata-se
de uma concorrência de normas, porventura, contraditórias; na segunda hipótese verifica-se a
ausência de toda e qualquer norma aplicável.

Esta problemática, característica de todo o direito, assume especial relevo em dip., sendo uma
das questões mais complexas oferecidas por este ramo do direito. Estas situações devem, sempre
que possível, ser obviadas através da criação de regras de conflitos especiais (regras de segundo
grau ou de segundo escalão) e, só quando esta via esteja precludida é que deverá recorrer-se ao
mecanismo da adaptação ― comparando as normas dos ordenamentos em presença,
combinando-as, tentaremos encontrar uma solução que, respeitando-lhes o sentido ou a «ratio»,
se adapte à realidade do caso vertente. Esta técnica da adaptação é extremamente complicada e
falível e, como tal, já o dissemos, só em casos extremos é que se deverá lançar mão dela.

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O ponto de vista que se defende é que, perante situações de «cúmulo» ou de «vácuo» jurídico, a
primeira coisa a fazer é tentar descobrir uma regra de conflitos especial, uma regra de conflitos
de segundo grau ou de segundo escalão.

A forma mais importante e conhecida de adaptação é a que incide sobre preceitos jurídico-
materiais. Por força do processo de especialização («dépeçage»), visa-se resolver o problema das
extradições normativas.

8. Normas espacialmente auto-limitadas ou auto-condicionadas:

O método tradicional de dirimir os conflitos de leis, como já ficou dito, abriu-se com certa
largueza ao aproveitamento e valorização de critérios de justiça material e do conteúdo e escopo
das normas de direito substantivo possivelmente aplicáveis ao caso concreto.

As normas espacialmente auto-limitadas ou auto-condicionadas são normas que só se querem


aplicar às situações da vida que se encontram ligadas à ordem sócio-jurídica do respectivo estado
por uma conexão espacial de certo tipo, desde que essa conexão seja expressamente estabelecida
pelo próprio preceito material, ou desde que isso pudesse deduzir-se do seu escopo.

Contudo, é do próprio fim visado pela norma que derivam os limites impostos à sua aplicação
material.

Podem ser formuladas expressamente ou implicitamente (infere-se por interpretação de uma


norma ou conjunto de normas por parte do tribunal ou por parte da doutrina).

Se o juiz da causa se depara, ao analisar o ordenamento jurídico declarado competente pela regra
de conflitos do foro, com uma destas normas espacialmente auto-limitadas de que temos vindo a
ocupar-nos, não terá ele outra atitude a tomar que não seja a de conformar-se estritamente com o
que resulta da mesma norma ou da disposição anexa.

Aqui é do próprio preceito material (da sua «ratio») que decorrem os elementos modeladores
desse âmbito; e se a razão da lei se incorpora na própria lei, não tomar em conta aqueles

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elementos modeladores seria atraiçoar a mesma norma a que eles pertencem e de que fazem
parte integrante.

Afinal, o dip. Actual está bem longe de ser aquele conjunto de regras de conexão de actuação
mecânica, cegas para o conteúdo das normas substanciais concorrentes e para os valores de
justiça material que tantos autores e, seguramente, muitos dentre os melhores se empenharam
durante anos a criticar.

São duas as modalidades que podem assumir as normas espacialmente auto-limitadas:

A)normas espacialmente auto-limitadas em sentido estrito (que são de carácter restritivo); e

B)normas espacialmente auto-limitadas de carácter ampliador (são as nani).

8.1. Normas espacialmente auto-limitadas de carácter restritivo:

São normas do ordenamento jurídico do foro que exigem, para se aplicarem a uma situação
internacional, um contacto mais forte relativamente ao contacto exigido pela regra de conflitos
(têm, portanto, uma aplicação mais restrita). Isso significa que aquela norma não vai ser aplicada
porque ela própria não se quer aplicar (elas só se aplicam a situações especiais, exigindo sempre
um contacto mais forte com a situação a regular).

Exemplos característicos deste tipo de normas são os artigos. 36º do dl 248/86 (eirl), 33º do
cód. Civ. E 3º do código das sociedades comerciais., pois para que este diploma seja aplicável.

8.2. Normas espacialmente auto-limitadas de carácter ampliado (nani):

São normas materiais que delimitam (pelo seu fim e conteúdo) o seu âmbito de aplicação
espacial e que exige um contacto mais ténue e menos exigente do que o exigido pela regra de
conflitos, tendo, assim, uma força expansiva e aplicando-se mesmo que o ordenamento jurídico
onde se inserem não se queira aplicar (são exactamente o contrário das outras).

0
Em regra, pela regra de conflitos o ordenamento jurídico onde se inserem não é o competente,
mas elas exigem um contacto mais ténue e são, por isso, expansivas.

- visam proteger os interesses do foro.

- são de aplicação necessária porque se aplicam de forma imperativa, não admitindo, por isso,
postergação, já que visam proteger valores caros do ordenamento jurídico onde se inserem.

- são de aplicação imediata porque prescindem (e podem, inclusivamente, preceder) da actuação


da regra de conflitos. Isto muito embora suponham sempre um contacto espacial (elas inserem
uma regra de conflitos específica unilateral «ad hoc»).

9. O direito internacional privado material:

A concepção clássica do dip. Busca a solução dos seus problemas através da regra de conflitos é
este o sistema ou via conflitual, segundo o qual, em face de cada situação da vida e da questão
jurídico que, no caso, se levanta, a regra de conflitos relativa a esse tipo de questões dirá qual a
conexão relevante e, desse modo, qual a lei aplicável.

As normas de dip. Material são manifestações de um método diferente do método conflitual e


que consiste na criação de normas materiais especiais para regular as situações internacionais.

Roberto ago entende que, para a resolução dos problemas do dip., tanto se poderia seguir o
rumo tradicional como, ao invés, optar pela criação de um sistema particular de normas de
direito material aplicáveis às relações que se apresentam como estranhas à vida jurídica do
estado local.

10. Vias pelas quais os defensores de uma maior materialização do dip. Fizeram avançar
as suas propostas:

A)redefinição do papel do juiz no processo, dando-lhe o poder mais ou menos vinculado a alguns
critérios de escolher a lei mais adequada à resolução da situação concreta ou de criar, mesmo,
uma nova norma no caso de as circunstâncias assim o exigirem.

0
Nos ordenamentos jurídicos da família romano-germânica, o juiz não é a instância mediadora
entre a lei e o caso, não competindo a ele actualizar a intenção normativa do legislador de forma
a que o direito a aplicar resultasse de uma criação judicial.

Na europa continental, a tentativa de materializar o dip. Não foi prosseguida por orientações que
privilegiassem o poder do juiz, e isso deve-se, principalmente:

- a tradicional desconfiança perante a actividade judiciária, vista quase unanimemente como


fonte de arbítrio e desigualdades.

Porque a lei, em princípio, resultado da vontade dos órgãos representativos, é o resultado da


emancipação da sociedade perante o soberano, ele é o instrumento privilegiado da realização da
justiça entre os «cives» e as suas fórmulas possuem algo de mágico no tocante às virtualidades
de assegurar, dentro do espaço e do tempo, que a sua vigência abrange a perfeita justiça.

B)criação de normas especiais de direito material para regulamentarem as relações privadas


internacionais.

11. Modalidades de normas de dip. Material:

12. Normas de dip. Material de origem legislativa:

A elaboração na ordem interna dos estados de um sistema completo de normas aplicáveis a


determinada categoria de situações internacionais não corresponde a qualquer firme tendência do
direito contemporâneo. Trata-se de normas que se aplicam fora do domínio definido pelas regras
de conflitos do ordenamento jurídico a que pertencem, mas cuja aplicação depende, em todo o
caso, da existência de um elemento de conexão entre a situação a regular e o respectivo
ordenamento jurídico.

Contudo, mesmo aqui não se prescindia do critério espacial: as normas só se aplicavam quando
as regras de conflitos estabeleciam a competência do seu ordenamento jurídico.- o artigo 2223º
do cód. Civ., que disciplina o testamento, estabelece que, se o testamento tiver sido feito no
estrangeiro por um português, este testamento só pode ser válido em portugal se tiver sido

0
observada uma formalidade solene (é uma regulamentação específica; não remete para nenhum
ordenamento jurídico, pois dá já a solução).- o artigo 52º, n.º 2 do cód. Civ., «in fine», que
disciplina o casamento no estrangeiro de dois portugueses ou de um português com um
estrangeiro, estabelece que, em qualquer caso, o casamento deve ser precedido do processo de
publicação (aqui está a norma material).

13 . Convenções de unificação:

Estabelecem regras materiais específicas para as relações internacionais, continuando as relações


internas a ser regidas por normas internas, ou seja, estabelecem regras exclusivamente destinadas
a certa classe de relações internacionais, deixando subsistir em cada estado contraente o direito
interno nacional, mas restringindo a aplicação desse direito às relações não internacionais.

a maior parte dessas convenções limitam a aplicação do respectivo direito uniforme ou às


relações que se desenvolvam entre dois estados contraentes, ou àquelas que tenham certa
conexão com o território de um desses estados (v.g.: convenção de varsóvia sobre transporte
aéreo internacional). Outras convenções há, porém, que prescindem desse elemento de
localização, devendo as regras uniformes por ela criadas aplicar-se a quaisquer relações
internacionais da categoria em vista.

14. Leis uniformes:

Ao lado das convenções de unificação, encontramos as convenções que estabelecem leis


uniformes cujo destino é serem incorporadas na ordem jurídica interna dos estados contraentes
para aí passarem a constituir direito comum da matéria jurídica a que respeitam, ou seja, as leis
uniformes estabelecem regimes jurídico materiais aplicáveis tanto às situações internacionais
como às internas.

Argumentos a favor desta teoria:

1.o processo clássico teria o inconveniente de gerar soluções não adequadas à especificidade dos
casos autenticamente internacionais. As leis internas são elaboradas tendo em vista as situações

0
da vida jurídica nacional e a elas apenas seriam dirigidas. As relações verdadeiramente
internacionais dizem respeito a interesses e levantam problemas que lhes são peculiares.
Resolver estes problemas através da aplicação de normas de direito interno é ignorar o risco
inevitável de se chegar a soluções inapropriadas. .por outro lado, as dúvidas e as incertezas que
são inerentes ao método conflitual dificultam, ao mais alto nível, o desenvolvimento do comércio
internacional. O método conflitual não é de molde a propiciar a realização da confiança,
facilidade e segurança que é necessária no dip.3.criar por via legislativa as regras de conflitos
mais ajustadas à natureza das várias matérias do direito privado é uma tarefa deveras complexa.
E, se isso é grave, não menos grave é o problema da sua interpretação e aplicação (controvérsias
como a qualificação, o reenvio, a ordem pública, a adaptação).

15. Conclusões
trabalho individual com o tema métodos de direito internacional privado, o direito internacional
privado é importante disciplina jurídica no trato das hodiernas relações jurídicas, cada vez mais
ligadas entre diferentes pontos do globo.

Conquanto não resolva diretamente a lide, ele estabelece as regras gerais que definem qual
direito será aplicado ao caso, ou seja, a norma de qual estado. As objecções dirigidas contra a
concepção clássica de dip. (ao método conflitual) são, na sua maioria, inconvincentes.

O dip. Clássico (na sua ortodoxia, na sua justiça puramente formal, na rigidez das suas normas)
era presa fácil da crítica, mas o amplo movimento contestatório de que se falou não leva na
devida consideração o facto de que o dip. Dos nossos dias perdeu muito dessa feição antiga, pois
tem vindo a adaptar-se gradualmente às novas exigências, a abrir-se a mais rasgadas
perspectivas. Desde logo, a orientação segundo a qual haveria que deduzir a solução do nosso
problema de uma definição do domínio de aplicação das normas materiais em causa, graças ao
método da «governamental interest analysis» ou equivalente. É que esta doutrina opõe-se
frontalmente à teleologia própria do dip.

0
Tão pouco é recomendável a tese que preconiza a substituição do sistema clássico da localização
das situações plurilocalizadas pela da escolha da regra material susceptível de conduzir ao
resultado mais adequado. Esse método não deixaria de causar grave dano à certeza jurídica das
partes.- não obstante as críticas que lhe têm sido dirigidas, é ao método conflitual que convém
recorrer para solucionar os problemas derivados das situações plurilocalizadas. Contudo, há que
reconhecer que o método conflitual não implica, necessariamente, a existência de normas de
conflitos de leis. A regra de conflitos estabelecida na lei não é senão um dos caminhos que nos
podem levar ao resultado desejado (à designação do ordenamento jurídico que tenha com o caso
a conexão mais significativa). A outra solução que se nos oferece consiste em confiar ao juiz a
tarefa de definir, ele próprio, tendo em conta certos factores dentre os quais se contam a natureza
e circunstâncias do caso «sub judice» e as expectativas dos interessados) a lei mais estreitamente
conectada com a situação a regular.

19. Referencias bibliográficas

Araújo, nadia de. Direito internacional privado. 4ª ed. Amp. E atual. Renovar: 2008.

Del’omo, florisbal de souza. Direito internacional privado. 6ª ed. Rio de janeiro: forense 2008.

Diniz, maria helena. Lei de introdução ao código civil brasileiro interpretada. 9. Ed. São
paulo: saraiva, 2002.

Dolinger, jacob. Direito internacional privado (parte geral). 7ª ed. Amp. E atual. Renovar:
2003.

Machado, joão baptista, (2002), lições de direito internacional privado, 3ª edição actualizada
(reimpressão) coimbra.

Legislação complementar:

Código civil, 4ª ed., moçambique.

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