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1. Introdução....................................................................................................................................2
1.1.2. Justificativa............................................................................................................................3
2. Hipóteses......................................................................................................................................3
2.1. Objectivos.................................................................................................................................3
2.1.2. Específicos:............................................................................................................................3
4. A crítica norte-americana...........................................................................................................6
6. A flexibilização:.........................................................................................................................12
7.1. A qualificação:........................................................................................................................15
7.2. A adaptação:...........................................................................................................................16
10. Vias pelas quais os defensores de uma maior materialização do dip. Fizeram avançar as suas
propostas:.......................................................................................................................................19
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12. Normas de dip. Material de origem legislativa:.......................................................................20
18. Conclusões...............................................................................................................................22
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1. Introdução
O presente trabalho individual tem como tema primordial abordar de forma clara em relação ao
método individual prevê a aplicação da lei doutrina e jurisprudência. O método universal a lei
internacional, uniforme e os tratados. Para os particularistas, seguidores do método individual os
Problemas de dip são próprios de cada estado e devem ser solucionados com base nas fontes
internas, fontes internacionais são excepção. Para os universalistas problemas de dip concernem
A sociedade internacional, têm natureza internacional e só podem ser solucionados
internacionalmente de maneira uniforme.
Correia, ferrer, defende o universalismo, soluções internacionais devem ser definidas em
convenções e tratados. Normas extraterritoriais cuidam do indivíduo da sua capacidade das
relações de família e sucessão. As territoriais são leis políticas, morais, de segurança de
propriedade de crédito público, falência, tributos.
Os métodos universalista e particularista se alternam. Na segunda metade do século xix
prevaleceu o universalismo, no entre guerras o particularismo e actualmente voltou o
universalismo.
Outra novidade da actualidade é o princípio da proximidade que faculta aos tribunais maior
poder discricionário para escolher a lei aplicável que tenha maior ligação com o caso concreto.
Esse princípio foi consagrado na convenção de roma de 1980 da comunidade económica
europeia, art. “quando a lei aplicável ao contrato não tiver sido escolhida o contrato será regido
pela lei do pais com o qual esteja mais proximamente conectado”.
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1.1. Questão prévia
Como é que os países podem manter a ordem pública internacional?
1.1.2. Justificativa
Sabe-se que o direito internacional privado regula situações de litígio entre um estado e um
cidadão estrangeiro. Nesse âmbito, é correcto afirmar que os estados têm lutado para manter a
paz entre eles. Na maioria dos casos é um pouco difícil resolver casos desse género porque os
estados têm certa relutância em abdicar parte da sua soberania para deixar um outro estado
resolver litígios decorrentes no território nacional.
Nesta luta para dirimir conflitos desse tipo, importa saber como é que os estados podem resolve-
los sem criar inimizades entre si, dito de outro modo, o que podem os estado fazer para manter a
ordem pública internacional?
2. Hipóteses
Como possíveis soluções podemos encontrar o seguinte:
Os estados deveriam criar mais tratados e acordos que versem sobre esta matéria;
Aquando da resolução de um conflito os estados não deviam estar tão apegados a
soberania, mas sim deviam concentrar-se em aplicar a lei que mais beneficiaria o
indivíduo.
2.1. Objectivos
Geral:
2.1.2. Específicos:
Perceber como funciona as modalidades do direito internacional;
Identificar os pressupostos das modalidades de dip ;
Compreender a função positiva e negativa de dip ..
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Compreender as criticas dos autores e as meios métodos usados para o dip
Definimos o dip. Como o ramo da ciência jurídica onde se procuram formular os princípios e
regras conducentes à determinação da lei ou das leis aplicáveis às questões emergentes das
relações jurídico-privadas internacionais e, bem assim, assegurar o reconhecimento no estado do
foro das situações jurídicas puramente internas, mas situadas na órbita de um único sistema de
direito estrangeiro».
Ocupa-se, portanto, o dip. Das relações plurilocalizadas, ou seja, daquelas relações que,
correspondendo a uma actividade jurídica que não se comporta nas fronteiras de um único
estado, entram em contacto, através dos seus elementos, com diversos sistemas de direito e,
assim sendo, acham-se sujeitas a uma condição de particular incerteza e instabilidade, cabendo
ao dip., justamente, criar para tais relações um disciplina que reduza esta instabilidade a um
mínimo tolerável. Tem, portanto, o dip. Por função precípua assegurar a estabilidade e
continuidade das relações jurídicas internacionais.
Contudo, e uma vez que se trata de relações conexas com diferentes sistemas de direito e, muitas
vezes, com diferentes tipos de regulamentação material, pergunta-se, naturalmente, qual desses
sistemas deverá ser chamado a reger a situação concreta.
Para a concepção clássica, é através de normas de conflitos que o dip. Cumpre a sua missão de
prover à regulamentação das questões emergentes das relações jurídico-privadas internacionais.
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Foi com savigny que teve origem o método ainda predominante a que chamamos técnica das
regras de conflitos» e que consiste em procurar, para cada situação jurídica típica, o laço que
mais estreitamente a prenda a um determinado sistema de direito. Por outras palavras, o dip.
Clássico utilizava como método básico as regras de conflitos que procediam à escolha da lei
competente para reger a uma determinada situação, com base em critérios meramente
localizadores (v.g.: proximidade espacial, vinculação espacial mais forte). Cada uma destas
normas de conflitos tem a seu cargo uma tarefa que consiste em delimitar um sector ou matéria
jurídica, em recortar uma questão ou núcleo de questões de direito, e em designar o elemento de
conexão através do qual deverá determinar-se a lei a aplicar neste domínio.
A escolha da conexão relevante obedece a uma directiva geral: na execução da aludida tarefa
deverá proceder-se tendo em atenção que o fim em vista é o de encontrar uma lei que seja
verdadeiramente adequada ao seu objecto, isto é, à função de regular determinada matéria ou
sector da vida jurídica. Não se trata de escolher a melhor lei, mas aquela que melhor colocada
estiver para intervir na resolução do litígio, e isso tendo em atenção a localização dos factos ou
da relação dela com as pessoas a quem os factos dizem respeito.
Isso significa que o problema do dip. Não é um problema de justiça material: o papel da regra de
conflitos não é o de escolher, de entre as soluções decorrentes das várias leis em concurso, a que
melhor convenha, em termos de justiça material, à natureza e circunstâncias do caso «sub
judice».
A)rigidez: na sua feição clássica, as regras de conflitos são regras rígidas («hard-and-fast
rules»), isto é, normas que vinculam o juiz a utilizar um elemento de conexão predeterminado ou
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determinável a partir de critérios enunciados pela própria norma, sempre que se lhe apresentasse
uma questão jurídica do tipo correspondente à respectiva previsão. Assim, nesta altura, a regra de
conflitos era vista como um «prius» metodológico que não deveria ceder nem cedia perante
nenhum outro método ou por uma outra visão do método.
Assim sendo, não compete ao dip., por si próprio, fornecer a norma material aplicável ao caso
concreto, mas unicamente designar a lei a que a norma aplicável deverá ser pedida.
Relativamente à primeira das características assinaladas, ou seja, relativamente à rigidez das
regras de conflitos, convém assinalar que se vem desenhando nos últimos tempos uma tendência
para a abertura de largo espaço às regras abertas ou flexíveis («open-ended rules»).
Outras normas determinam a conexão em princípio relevante, mas permitem a aplicação de outra
lei quando se mostre que a situação concreta «sub judice» se encontra mais fortemente ligada à
ela.
4. A crítica norte-americana
É dos estados unidos que procedem os ataques mais violentos contra a concepção tradicional do
dip. Tais críticas visam a própria legitimidade ou adequação do método utilizado pelo dip. Para
cumprir a sua função. Contudo, os autores norte-americanos só estão unidos na rejeição da
concepção clássica do dip. E não quanto à nova via metodológica a seguir. Sublinham-se
principalmente os seguintes pontos de divergência:
A)dificuldade, quando não mesmo impossibilidade, de, em muitos casos, apurar-se a conexão
mais estreita ou mais significativa da relações jurídica;
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B)alegada impropriedade das normas de direito interno para regular as situações internacionais
(situações estas cujos problemas específicos elas ignoram), pois não foram elaboradas tendo em
conta tais problemas;
B)dificuldades que surgem no processo de aplicação da regra de conflitos (v.g.: questões como
as da qualificação; da adaptação; do reenvio; da ordem pública).
Daqui resulta um estado de coisas que compromete gravemente a previsibilidade das decisões
judiciais e a estabilidade da vida jurídica. Ora, entre os fins que o dip. Visa, ocupa justamente
lugar de primordial relevo o de assegurar a continuidade e estabilidade das situações
plurilocalizadas; e
C)por fim, diz-se que o método descrito compromete a possibilidade de encontrar para as
situações multinacionais a solução materialmente mais consentânea com os seus caracteres
específicos.
É importante notar que o direito americano é um direito federal ― há diversas legislações e não
há leis uniformes. A doutrina elaborou uma compilação de preceitos que a jurisprudência vai
seguindo na prática. O «restatemente» é constituído por um conjunto de princípios e regras que
se entendem traduzirem na prática definida e que funcionam como codificações.
Em 1933, david cavers publica um estudo no qual conclui que, nas situações plurilocalizadas, o
cerne é o conflito de normas materiais de diversas proveniências que visam dirimir o litígio. Há
várias normas materiais que podiam resolver aquele conflito e a escolha da lei não deve ser
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orientada por critérios meramente localizadores (assim como o fazia a doutrina clássica), mas
sim pela justiça material da solução, atendendo aos interesses das partes e à própria situação ― é
este o primeiro momento de cavers, o da negação da regra de conflitos.
Para david cavers, o problema do dip. Não se resume a um problema de escolha entre sistemas
de direito (de escolha entre regras materiais), sendo forçoso resolvê-lo olhando ao conteúdo e
fins destas normas. A determinação da conexão decisiva depende tanto das circunstâncias de
facto em que a conexão se vai operar, como das soluções a que as diferentes leis em conflito
conduzam.
A)insegurança, instabilidade e casuísmo, pois os critérios para cada caso concreto podem ser
diferentes e a escolha da ordem jurídica estadual competente para reger em termos materiais a
questão vai depender de uma apreciação do juiz (que terá de atender aos interesses das partes;
B)pode acontecer que uma solução não seja a mais justa, mas aquela com a qual as partes
contariam ― temos aqui dois valores em conflito: justiça material e os interesses das partes;
C)de qualquer forma, nunca se prescinde de uma abordagem localizadora (o juiz vai apreciar as
normas materiais conectadas com aquela situação).
Ele julga ser necessária a formulação de juízos de valor que possam orientar os tribunais e
justificar, assim, a preferência por uma daquelas normas em conflito, pois:
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Nem sempre é fácil chegar à solução das questões emergentes das relações internacionais
através da análise do conteúdo e dos fins das normas em conflito; e
há inconvenientes e perigos derivados do método da solução «ad hoc».
A)responsabilidade civil extracontratual: se a lei do local onde foi produzido o dano for mais
responsabilizante do que a lei da residência do autor do dano ou do que a lei onde o acto lesivo
foi praticado, deve aplicar-se a lei do local onde o dano foi produzido, pois esta é a lei que
melhor protege a vítima. Nós temos algo de parecido com isso no artigo. 45º do código civil, já
que considera em seu n.º 1 que, em princípio, a lei competente para regular a questão é a do
estado onde decorreu a principal actividade causadora do prejuízo, mas, em seu n.º 2, abre uma
excepção, qual seja, a de, na hipótese de a lei, em princípio, competente (ou seja, a lei do estado
onde decorreu a principal actividade causadora do prejuízo) não considerar o agente como
responsável, deve ser aplicada a lei do estado onde se produziu o efeito lesivo, no caso de esta
considerá-lo responsável.
Obviamente que a aplicabilidade de qualquer uma destas leis baseia-se na conexão que apresenta
com a situação da vida em que se levanta a questão da responsabilidade civil a resolver, sendo
que, portanto, até aqui, as coisas decorrem inteiramente segundo as coordenadas do direito
internacional privado clássico, já que as leis designadas o foram em função de puros critérios
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de localização espacial das situações a regular, sem ter em consideração o conteúdo das normas
em presença nem, por conseguinte, a justiça material.
Após determinar as leis potencialmente aplicáveis ao caso «sub judice», deve estabelecer-se os
critérios de selecção definitiva da lei a aplicar.
um deles tem a ver com o conteúdo das leis em conflito, aplicando-se a lei que conceder
maior protecção à vítima do dano;
O outro parece utilizar o método tradicional da conexão, sendo competente a lei
reguladora de uma determinada relação existente entre as partes, seja qual for a solução
que daí decorra para o problema de responsabilidade em causa.
5. Momento legislativo
Segundo «restatement»: é uma compilação que vale pelo prestígio dos seus autores e incluía
três níveis:
B)regra de conflitos; e
C) open-ended rules: dão um maior espaço de conformação ao juiz (v.g.: o artigo. 52º, n.º 2 do
cód. Civ.).
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A propensão para atribuir um relevo importante, na resolução dos conflitos de leis, ao
factor representado pelo conteúdo e fundamento das regras materiais em colisão.
Deste modo, nem a perspectiva norte-americana actual se pode definir por uma atitude de radical
adesão a uma ideia de escolha da lei em função do resultado, nem, tão pouco, a doutrina europeia
actual se mostra totalmente avessa a tomar em consideração as exigências da justiça material e o
conteúdo e finalidades das normas a aplicar.
Por seu turno, o sistema europeu evoluiu no sentido da sua aproximação aos vectores que
inspiravam as críticas: no próprio momento da construção das normas de conflitos o dip.
A)flexibilização;
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B)materialização.
Pode ainda falar-se de uma terceira nota: uma progressiva publicização do dip. Tendente a
proteger valores públicos fundamentais. Esta terceira nota faz lembrar currie e já aparecia em
savigny com a excepção da ordem pública internacional.
5.2. A flexibilização:
Foi-se notando no sistema europeu, que era rígido, uma certa mutação no sentido da
aproximação deste à perspectiva norte-americana, nomeadamente, verificou-se uma
flexibilização da regra de conflitos, reconhecendo-se uma margem de conformação judicial do
princípio da proximidade ou localização. Começou a ser dado um maior poder de decisão ao
juiz, e isso por duas vias:
1.dá-se ao juiz a possibilidade de identificar, no caso concreto, qual a lei mais próxima a ele.
Os artigos. 52º, n.º 2 e 60º, n.º 2 do cód. Civ., por exemplo, contêm normas de conexão
múltipla subsidiária (o legislador estabelece três conexões que se vão aplicar subsidiariamente
no caso de a primeira não funcionar): se não há nacionalidade comum (primeiro elemento de
conexão); se não há residência comum (segundo elemento de conexão), deve aplicar-se a lei
com a qual a vida familiar se encontra mais estreitamente conectada (terceiro elemento de
conexão). É o juiz que vai decidir qual a lei que se acha mais estreitamente conectada com a vida
familiar.
Cfr. O artigo. 4º, n.os 1 e 5 e artigo. 6º, n.º 2, «in fine» da convenção de roma sobre
obrigações contratuais.
Nos termos do n.º 1 do artigo. 4º, o contrato é regulado pela lei do país com o qual apresente
uma conexão mais estreita, sendo que esta é dada pela residência habitual da parte que está
adstrita à prestação característica do contrato (v.g.: no contrato de compra e venda, o mais
importante é a entrega da coisa, logo, deverá ser aplicada a lei do vendedor).
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O n.º 5 do mesmo preceito legal permite ao juiz derrogar as presunções ilidíveis dos n.os 2, 3 e 4
do referido artigo. Aqui o juiz vai excepcionar a conexão principal.
Cláusula de excepção:
O legislador indica qual a lei competente para regular uma determinada situação jurídica, mas
abre uma excepção: se o juiz entender que há uma lei com um contacto mais forte com a situação
«sub judice» poderá aplicar essa lei (trata-se aqui de uma verdadeira flexibilização).
O artigo. 45º do cód. Civ., depois de estabelecer que a lei aplicável ao contrato de compra e
venda (se as partes não escolherem uma) é a lei da residência do vendedor, vem depois, em seu
n.º 3, estabelecer: «se, porém, o agente e o lesado tiverem a mesma nacionalidade ou, na falta
dela, a mesma residência habitual, e se encontrarem ocasionalmente em país estrangeiro, a lei
aplicável será a da nacionalidade ou a da residência comum, sem prejuízo das disposições do
estado local que devam ser aplicadas indistintamente a todas as pessoas» (princípio da maior
proximidade).
Neste caso, o juiz poderá optar pela aplicação de outra lei, só que, neste caso, esta lei também é
indicada pelo legislador: é ele que descreve as circunstâncias abstractas para a aplicação da lei
que tenha com a situação um contacto mais forte e qual é essa lei.
- cláusula de excepção aberta: cfr. Os artigos. 4º, n.os 1 e 5 e 6º, n.º 2 da convenção de roma
sobre obrigações contratuais.
6. A materialização do dip.
O sistema europeu não é insensível à justiça material porque há regras de conflitos que não se
limitam a um objectivo de localização; quer dizer, há regras de conflitos que procuram assegurar
e garantir um certo resultado material, resultado este que entende ser o mais justo (há regras de
conflitos que visam produzir um dado resultado).
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as regras de conflitos de conexão material ou substancial são aquelas que mandam aplicar uma
lei tendo em conta o seu conteúdo material, ou seja, mandam aplicar uma lei que leve a um certo
resultado material.
Esta característica deixa claro que o método conflitual tem vindo, progressivamente, a
materializar-se, ou seja, começou a ter em conta os resultados materiais, e isso por duas vias:
O artigo. 36º do cód. Civ. Dispõe sobre a forma do contrato; nos termos do seu n.º 1: «a forma
da declaração negocial é regulada pela lei aplicável à substância do negócio; é, porém, suficiente
a observância da lei em vigor no lugar em que é feita a declaração, salvo se a lei reguladora da
substância do negócio exigir, sob pena de nulidade ou ineficácia, a observância de determinada
forma, ainda que o negócio seja celebrado no estrangeiro». O n.º 2 do mesmo preceito
estabelece: «a declaração negocial é ainda formalmente válida se, em vez da forma prescrita na
lei local, tiver sido observada a forma prescrita pelo estado para que remete a norma de conflitos
daquela lei, sem prejuízo do disposto na última parte do número anterior».
- 3ª conexão: lei para a qual remete a lei do local da celebração (esta terceira conexão não está
prevista pelo artigo 9º da convenção de roma).
Contudo, também se pode pensar em regras de conexão una ou simples (ou seja, que só têm
uma conexão: para os imóveis só se aplica a «lex rei sitae») que também tenham em vista um
determinado resultado material.
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1.regras que facilitam a constituição de certos estados ou que visam assegurar certas faculdades
ou liberdades jurídicas (artigo 60º, n.º 2 do cód. Civ. ― promove a constituição do vínculo da
filiação adoptiva).
2.regras de conflitos que visam a protecção, em termos mais amplos e mais efectivos, de uma
determinada pessoa (em regra a parte mais débil ― «favor personae»).
O artigo 45º do cód. Civ. Que prescreve as regras da responsabilidade civil extracontratual trata
de uma regra de conexão múltipla subsidiária (há duas conexões, sendo que se a primeira não
puder ser aplicada aplica-se a segunda que vai ser aplicada segundo critérios materiais e não
meramente localizadores).
Próximo da materialização (mas não se confundindo com ela) nota-se, amiúde dos sistemas
conflituais, uma sensibilização à influência do fim e conteúdo das normas materiais como passo
importante na determinação da sua aplicação espacial.
Visa-se a análise do conteúdo material das normas para determinar o seu âmbito de aplicação
espacial.
7. A qualificação:
O que se pretende é: dada uma lei potencialmente aplicável a determinada situação jurídica em
virtude de uma regra de conflitos do foro, devemos averiguar se essas normas regulativas
daquele tipo de situações correspondem à categoria normativa visada pela própria regra de
conflitos e expressa pelo respectivo conceito quadro.
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O que decide da aplicação do preceito é tão somente a circunstância de ele se destinar, no
ordenamento jurídico a que pertence, a desempenhar uma função normativa idêntica ou, pelo
menos, semelhante àquela que o legislador do foro teve em vista ao estabelecer a regra de
conflitos em causa.
importa que o preceito material em análise constitua, de alguma forma, uma resposta à questão
formulada pela regra de conflitos, mas sem que releve para quaisquer efeitos o teor concreto da
resposta.
Não se trata, em suma, de estabelecer um confronto entre aqueles preceitos, mas sim entre
determinado preceito de direito material, nacional ou estrangeiro, e uma regra de conflitos do
foro.
7.1. A adaptação:
Há hipóteses em que se impõe o recurso ao método das soluções materiais «ad hoc».
Esta problemática, característica de todo o direito, assume especial relevo em dip., sendo uma
das questões mais complexas oferecidas por este ramo do direito. Estas situações devem, sempre
que possível, ser obviadas através da criação de regras de conflitos especiais (regras de segundo
grau ou de segundo escalão) e, só quando esta via esteja precludida é que deverá recorrer-se ao
mecanismo da adaptação ― comparando as normas dos ordenamentos em presença,
combinando-as, tentaremos encontrar uma solução que, respeitando-lhes o sentido ou a «ratio»,
se adapte à realidade do caso vertente. Esta técnica da adaptação é extremamente complicada e
falível e, como tal, já o dissemos, só em casos extremos é que se deverá lançar mão dela.
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O ponto de vista que se defende é que, perante situações de «cúmulo» ou de «vácuo» jurídico, a
primeira coisa a fazer é tentar descobrir uma regra de conflitos especial, uma regra de conflitos
de segundo grau ou de segundo escalão.
A forma mais importante e conhecida de adaptação é a que incide sobre preceitos jurídico-
materiais. Por força do processo de especialização («dépeçage»), visa-se resolver o problema das
extradições normativas.
O método tradicional de dirimir os conflitos de leis, como já ficou dito, abriu-se com certa
largueza ao aproveitamento e valorização de critérios de justiça material e do conteúdo e escopo
das normas de direito substantivo possivelmente aplicáveis ao caso concreto.
Contudo, é do próprio fim visado pela norma que derivam os limites impostos à sua aplicação
material.
Se o juiz da causa se depara, ao analisar o ordenamento jurídico declarado competente pela regra
de conflitos do foro, com uma destas normas espacialmente auto-limitadas de que temos vindo a
ocupar-nos, não terá ele outra atitude a tomar que não seja a de conformar-se estritamente com o
que resulta da mesma norma ou da disposição anexa.
Aqui é do próprio preceito material (da sua «ratio») que decorrem os elementos modeladores
desse âmbito; e se a razão da lei se incorpora na própria lei, não tomar em conta aqueles
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elementos modeladores seria atraiçoar a mesma norma a que eles pertencem e de que fazem
parte integrante.
Afinal, o dip. Actual está bem longe de ser aquele conjunto de regras de conexão de actuação
mecânica, cegas para o conteúdo das normas substanciais concorrentes e para os valores de
justiça material que tantos autores e, seguramente, muitos dentre os melhores se empenharam
durante anos a criticar.
São normas do ordenamento jurídico do foro que exigem, para se aplicarem a uma situação
internacional, um contacto mais forte relativamente ao contacto exigido pela regra de conflitos
(têm, portanto, uma aplicação mais restrita). Isso significa que aquela norma não vai ser aplicada
porque ela própria não se quer aplicar (elas só se aplicam a situações especiais, exigindo sempre
um contacto mais forte com a situação a regular).
Exemplos característicos deste tipo de normas são os artigos. 36º do dl 248/86 (eirl), 33º do
cód. Civ. E 3º do código das sociedades comerciais., pois para que este diploma seja aplicável.
São normas materiais que delimitam (pelo seu fim e conteúdo) o seu âmbito de aplicação
espacial e que exige um contacto mais ténue e menos exigente do que o exigido pela regra de
conflitos, tendo, assim, uma força expansiva e aplicando-se mesmo que o ordenamento jurídico
onde se inserem não se queira aplicar (são exactamente o contrário das outras).
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Em regra, pela regra de conflitos o ordenamento jurídico onde se inserem não é o competente,
mas elas exigem um contacto mais ténue e são, por isso, expansivas.
- são de aplicação necessária porque se aplicam de forma imperativa, não admitindo, por isso,
postergação, já que visam proteger valores caros do ordenamento jurídico onde se inserem.
A concepção clássica do dip. Busca a solução dos seus problemas através da regra de conflitos é
este o sistema ou via conflitual, segundo o qual, em face de cada situação da vida e da questão
jurídico que, no caso, se levanta, a regra de conflitos relativa a esse tipo de questões dirá qual a
conexão relevante e, desse modo, qual a lei aplicável.
Roberto ago entende que, para a resolução dos problemas do dip., tanto se poderia seguir o
rumo tradicional como, ao invés, optar pela criação de um sistema particular de normas de
direito material aplicáveis às relações que se apresentam como estranhas à vida jurídica do
estado local.
10. Vias pelas quais os defensores de uma maior materialização do dip. Fizeram avançar
as suas propostas:
A)redefinição do papel do juiz no processo, dando-lhe o poder mais ou menos vinculado a alguns
critérios de escolher a lei mais adequada à resolução da situação concreta ou de criar, mesmo,
uma nova norma no caso de as circunstâncias assim o exigirem.
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Nos ordenamentos jurídicos da família romano-germânica, o juiz não é a instância mediadora
entre a lei e o caso, não competindo a ele actualizar a intenção normativa do legislador de forma
a que o direito a aplicar resultasse de uma criação judicial.
Na europa continental, a tentativa de materializar o dip. Não foi prosseguida por orientações que
privilegiassem o poder do juiz, e isso deve-se, principalmente:
Contudo, mesmo aqui não se prescindia do critério espacial: as normas só se aplicavam quando
as regras de conflitos estabeleciam a competência do seu ordenamento jurídico.- o artigo 2223º
do cód. Civ., que disciplina o testamento, estabelece que, se o testamento tiver sido feito no
estrangeiro por um português, este testamento só pode ser válido em portugal se tiver sido
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observada uma formalidade solene (é uma regulamentação específica; não remete para nenhum
ordenamento jurídico, pois dá já a solução).- o artigo 52º, n.º 2 do cód. Civ., «in fine», que
disciplina o casamento no estrangeiro de dois portugueses ou de um português com um
estrangeiro, estabelece que, em qualquer caso, o casamento deve ser precedido do processo de
publicação (aqui está a norma material).
13 . Convenções de unificação:
1.o processo clássico teria o inconveniente de gerar soluções não adequadas à especificidade dos
casos autenticamente internacionais. As leis internas são elaboradas tendo em vista as situações
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da vida jurídica nacional e a elas apenas seriam dirigidas. As relações verdadeiramente
internacionais dizem respeito a interesses e levantam problemas que lhes são peculiares.
Resolver estes problemas através da aplicação de normas de direito interno é ignorar o risco
inevitável de se chegar a soluções inapropriadas. .por outro lado, as dúvidas e as incertezas que
são inerentes ao método conflitual dificultam, ao mais alto nível, o desenvolvimento do comércio
internacional. O método conflitual não é de molde a propiciar a realização da confiança,
facilidade e segurança que é necessária no dip.3.criar por via legislativa as regras de conflitos
mais ajustadas à natureza das várias matérias do direito privado é uma tarefa deveras complexa.
E, se isso é grave, não menos grave é o problema da sua interpretação e aplicação (controvérsias
como a qualificação, o reenvio, a ordem pública, a adaptação).
15. Conclusões
trabalho individual com o tema métodos de direito internacional privado, o direito internacional
privado é importante disciplina jurídica no trato das hodiernas relações jurídicas, cada vez mais
ligadas entre diferentes pontos do globo.
Conquanto não resolva diretamente a lide, ele estabelece as regras gerais que definem qual
direito será aplicado ao caso, ou seja, a norma de qual estado. As objecções dirigidas contra a
concepção clássica de dip. (ao método conflitual) são, na sua maioria, inconvincentes.
O dip. Clássico (na sua ortodoxia, na sua justiça puramente formal, na rigidez das suas normas)
era presa fácil da crítica, mas o amplo movimento contestatório de que se falou não leva na
devida consideração o facto de que o dip. Dos nossos dias perdeu muito dessa feição antiga, pois
tem vindo a adaptar-se gradualmente às novas exigências, a abrir-se a mais rasgadas
perspectivas. Desde logo, a orientação segundo a qual haveria que deduzir a solução do nosso
problema de uma definição do domínio de aplicação das normas materiais em causa, graças ao
método da «governamental interest analysis» ou equivalente. É que esta doutrina opõe-se
frontalmente à teleologia própria do dip.
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Tão pouco é recomendável a tese que preconiza a substituição do sistema clássico da localização
das situações plurilocalizadas pela da escolha da regra material susceptível de conduzir ao
resultado mais adequado. Esse método não deixaria de causar grave dano à certeza jurídica das
partes.- não obstante as críticas que lhe têm sido dirigidas, é ao método conflitual que convém
recorrer para solucionar os problemas derivados das situações plurilocalizadas. Contudo, há que
reconhecer que o método conflitual não implica, necessariamente, a existência de normas de
conflitos de leis. A regra de conflitos estabelecida na lei não é senão um dos caminhos que nos
podem levar ao resultado desejado (à designação do ordenamento jurídico que tenha com o caso
a conexão mais significativa). A outra solução que se nos oferece consiste em confiar ao juiz a
tarefa de definir, ele próprio, tendo em conta certos factores dentre os quais se contam a natureza
e circunstâncias do caso «sub judice» e as expectativas dos interessados) a lei mais estreitamente
conectada com a situação a regular.
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Del’omo, florisbal de souza. Direito internacional privado. 6ª ed. Rio de janeiro: forense 2008.
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Legislação complementar: