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Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro

Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política – PPGSP


Universidade Candido Mendes –UCAM
Disciplina : Estratégias de Emancipação, Movimentos Sociais e Participação Deliberativa nos Espaços Públicos
Profª. Celia Regina N. de Paula

MOVIMENTOS SOCIAIS NA EDUCAÇÃO: CONFIGURAÇÕES E ESPAÇOS DE


DISPUTA NO PÓS-GOLPE
Adriane Gazzola
adrianegazzola@yahoo.com.br

Resumo – O presente artigo é parte de uma proposta de pesquisa mais ampla que terá como
objetivo analisar um conjunto de dinâmicas participativas na construção de políticas públicas
da educação, em especial do Sistema Nacional de Educação, sob a ótica dos movimentos sociais
participantes, numa análise que procure descrever o processo num recorte temporal que
antecede o golpe de 2016, o biênio subsequente, atores, arenas e conflitos. Para tanto,
descreveremos o processo histórico, segmentos de atuação dos movimentos sociais e possíveis
influências no desenvolvimento das políticas, bem como, o processo de cisão que resultou na
separação entre Conferência Nacional de Educação - CONAE e na criação da Conferência
Nacional de Educação Popular - CONEP, seus participantes e resultados, uma vez que ambas
se propõem a tratar do Sistema Nacional de Educação.

Palavras-chave: políticas públicas, movimentos sociais, participação democrática,


Conferências Nacionais de Educação, Sistema Nacional de Educação
Área do Conhecimento: Ciência Política; Sociologia Política

Introdução

Iniciativas como a universalização e acesso à educação de qualidade proposta e priorizada


nas décadas de 80 e 90, integradas com uma agenda internacional articulada em torno dos
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), sintetizados pelas Nações Unidas e
adotados pelos 191 estados membros em 2000, geraram grandes transformações nas políticas
públicas no campo da educação, entendida como um direito humano. Ainda que, conforme
argumenta Souza (2006, p. 21) “a maioria dos países da América Latina não tenha conseguido
formar coalizões políticas minimamente capazes de impulsionar o desenvolvimento econômico
e a inclusão social de grande parte da população”.

Há quatro anos, os debates acumulados entre estado e sociedade civil foram consolidados –
ainda que em meio a diversas disputas e dissensos – por meio da aprovação da Lei nº 13.005,
em 25 de junho de 2014, que institui o Plano Nacional de Educação (PNE) e determina

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diretrizes, metas e estratégias para a política educacional por dez anos. Em seu artigo 13, a Lei
do PNE estabelece o prazo de 2 (dois) anos para que o poder público institua o Sistema Nacional
de Educação (SNE), responsável pela articulação entre os sistemas de ensino, em regime de
colaboração. Muitas metas do PNE ainda não foram cumpridas e o prazo para instituição do
SNE expirou em junho de 2016. A proposta de um sistema nacional é uma iniciativa de política
pública gerada num contexto onde a própria Constituição Federal (CF/1988), no seu artigo 206,
trata a educação como direito social e que a sua oferta pressupõe cooperação federativa e
colaboração. No ano em que a CF/1988 completa 30 (trinta) anos, o PNE completa 4 (quatro)
anos, o SNE, previsto em ambas as leis aniversariantes e não implementado até o momento,
parece importante discutir os possíveis motivos da não implementação.
Para melhor compreensão dos caminhos que levaram e levarão à execução ou não de uma
política pública, é necessário considerar quem e em que contexto se produz as políticas públicas.
Neste estudo, pretendemos analisar os interesses dos principais atores envolvidos no processo
de construção do SNE, especialmente o Fórum Nacional de Educação (FNE) e demais
movimentos sociais atuantes na área.
Para traçar um panorama do atual cenário brasileiro, é preciso retomar a história da
construção dos espaços de diálogo instituídos desde a década de 80 e o esforço coletivo
empreendido na área da educação, bem como a configuração das arenas e atores que hoje
participam das discussões em torno das políticas públicas de educação, após o impedimento da
presidenta Dilma Rousseff, eleita em 2014 e que teve seu mandato cassado em agosto de 2016.

Metodologia

Com o apoio teórico de Gilberto Dupas, Maria da Glória Gohn e Nelson Saule Junior,
pretende-se iniciar utilizando a contribuição destes autores que auxiliam a definir o campo das
políticas públicas, dos movimentos sociais e da participação democrática. Saule (1998, p. 9),
ao definir o campo das políticas públicas como ações necessárias para que os direitos sociais
sejam providos e que todos tenham a garantia de acesso à educação, saúde, moradia etc, aponta
para os fins aos quais deve almejar qualquer luta por direitos. Com a ajuda de Gonh (2008),

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pretendemos analisar produção teórica sobre os movimentos sociais no Brasil. Por fim,
buscaremos em Dupas (2005) analisar a fragmentação dos movimentos socais e busca por
consensos nas dimensões participativas na relação entre o setor público e a sociedade civil.
A partir do levantamento de trabalhos já produzidos na área, documentos normativos e de
publicização de ações governamentais, iniciativas do terceiro setor publicadas em sites, bem
como do acompanhamento dos sites da Conferência Nacional de Educação Popular - CONEPE
e da Conferência Nacional de Educação - CONAE, pretende-se realizar uma análise evolutiva
e qualitativa, relacionando as questões elencadas na problemática aos autores escolhidos.
O levantamento dos materiais seguiu as seguintes etapas e critérios:
1. Levantamento e sistematização bibliográfica de artigos acadêmicos, com a busca
inicialmente orientada pela combinação de palavras-chave como: “políticas públicas”;
“movimentos sociais”, “sistema nacional de educação”, “conferência nacional de educação” em
bases de dados como o Banco de Teses da Capes, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e
Dissertações (BDTD) e Scientific Eletronic Library On Line – SciELO.
2. Levantamento de documentos normativos e de publicização do MEC (portarias, notas
técnicas).
3. Análise dos sites da CONAE 2018 e da CONAP 2018.

Resultados

Pretende-se elencar e compreender o papel dos atores dos movimentos sociais,


posicionamentos e disputas no debate atual sobre o SNE para identificar, organizar e analisar
as possíveis causas da não implementação do Sistema Nacional frente ao contexto político,
econômico e social vigente no Brasil.
Além disso, é fundamental descrever o momento da cisão entre o Ministério da Educação e
os movimentos sociais que compunham o Fórum Nacional de Educação, responsável pela
organização das Conferências Nacionais de Educação, espaço de debate e consolidação de
propostas como o Plano Nacional de Educação e o Sistema Nacional de Educação.

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Discussão

Ao instituir o Estado Democrático, a Constituição de 1988, em reação ao Estado


Ditatorial, torna obrigação do Estado desenvolver políticas públicas e sociais, estabelecendo
diferentes sistemas de gestão democrática para transportar para a esfera pública as demandas e
prioridades da sociedade, incluindo a educação (Art. 206). Em consequência, ocorre uma
proliferação de espaços, seja em conselhos, comitês ou fóruns para a participação social no
planejamento, execução e avaliação das políticas públicas (SAULE, 1998, p.10).
Concomitante ao desenvolvimento contínuo dos espaços, a participação social
transforma-se em ativismo, ao mesmo tempo em que se fortalece o desenho das ações de
responsabilidade social (DUPAS, 2005, pg. 176) e, aos poucos, a demanda passa a se deslocar
do governo para o terceiro setor, que foi ocupando cada vez mais os espaços onde o Estado
deixou de se fazer presente.
Segundo Avritzer (2000), ao analisar as teorias dos movimentos sociais e da sociedade
civil, estabelece como diferença o momento da ação coletiva pré-institucionalização, como os
movimentos sociais reivindicatórios, e o momento pós-institucionalização, onde a sociedade
civil se institucionaliza e alcança influência e participação no sistema político. Ao serem
institucionalizados, os movimentos associativos passam a dar visibilidade midiática às suas
ações com o objetivo de obter reconhecimento do caráter público de seus interesses, ou seja,
fazem o que fazem pelo bem público e da sociedade, aspirando sua incorporação ao Estado,
segundo Dupas (2005, p. 181).
Estas instituições denominadas de Terceiro Setor, ao adotar e propagandear um modelo
de gestão eficiente e estimuladas por isenções fiscais que cederam incentivos ao setor privado
para desempenhar papeis públicos, invertem o sentido das relações onde se privatiza a esfera
pública e publiciza-se o interesse privado. Ou, aquilo que Habermas (2003) vai chamar de
“lugar não-privado do privado” ao tratar do reducionismo do espaço público moderno. Por outro
lado, os movimentos sociais e as organizações do terceiro setor consolidam com o passar do
tempo sua posição como articuladores e mediadores para a construção de acordos, tradutores
de demandas, mobilizadores da sociedade e também do governo. Para o autor, “é na sociedade

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civil que se segrega e se produz ideologia, cimento amalgamador do consenso, permanente


mente contestado pelo dissenso”.
Desde os anos 90, no Brasil, a proliferação de movimentos, organizações, projetos de
intervenção fazem do Terceiro Setor um ambiente dinâmico, em crescente desenvolvimento e
empregando cada vez mais atores. Essa nova dinâmica acaba estabelecendo o que Gonh (2008,
p. 448) vai chamar de “exigência para sobrevivência”, seja na especialização temática, seja na
disputa pelos mesmos recursos públicos escassos. Ao fazê-lo, tais organizações utilizam-se de
ações de mobilização, daí a importância de trazer a definição feita por Charles Tilly (1978) que,
para explicar as mobilizações políticas, vai olhar para os recursos utilizados por determinados
grupos sociais para tornarem possível uma ação coletiva. O colombiano José Bernardo Toro
(2007) é um dos autores referência para a área da educação, tanto para governos quanto
organizações do terceiro setor, no que tange ao tema da mobilização social como forma de
engajamento e provocação de mudanças de comportamento. Ele descreve este processo como
um instrumento, uma ferramenta para “convocar vontades”. E o modo de se organizar a ação
coletiva passa pela comunicação, formação e estímulo a existência de redes, formulação e
divulgação de campanhas, planejamento estratégico de ações, criação de espaços de escuta e
participação e, sobretudo, legitimando-se como representante da sociedade civil para participar
de estruturas e instituições governamentais. É o que se pretende apontar ao reconstruir a
caminha dos movimentos sociais na área da educação.
Apesar do recorte para análise do objeto da pesquisa ater-se ao status do debate em torno
do Sistema Nacional de Educação antes e pós golpe de 2016, os espaços de diálogo que levam
o tema do SNE à pauta iniciam ainda nos anos 80. Listaremos, a seguir, os principais
mecanismos e instrumentos que levaram a essa construção.
De 1980 a 1991 aconteceram 6 (seis) Congressos Brasileiros de Educação – CBE, que
a partir de 1996 transformaram-se no Congresso Nacional de Educação - CNE e, por fim, nas
Conferências Nacionais de Educação – CONAE, sendo a primeira realizada em 2010. No início,
a participação era basicamente de movimentos acadêmicos. Aos poucos, os movimentos
sindicais de professores e movimentos representativos dos estudantes se incorporam às
discussões. Ao mesmo tempo em que se instalava a Assembleia Nacional Constituinte, ocorria

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o IV Congresso Brasileiro de Educação, 1986, onde nasceu a proposta de um Fórum Nacional


em Defesa da Escola Pública (FNDEP), com o objetivo de “ reivindicar um projeto para a
educação, como um todo e não apenas para a escola (embora esta, na modalidade pública, seja
o centro principal de suas atenções)” (GOHN, 2001). A coalizão era formada em sua maioria
por movimentos sindicais e academia e “Tratava-se, de um lado, da construção articulada de
uma reação aos princípios do capitalismo excludente em sua versão neoliberal e, de outro, de
desencadear um movimento nacional à Reforma do Estado brasileiro, consubstanciada nas
reformas à Constituição Cidadã de 1988: Reforma Administrativa, da Previdência, Educacional
- que definiu a política de focalização e a adesão aos acordos firmados com organismos
internacionais, em especial, com o Banco Mundial” (BOLLMAN, 2010). Talvez seja possível
afirmar que essa reação ao neoliberalismo faz nascer ao mesmo tempo a semente dos atores
que, pervertendo a lógica da participação democrática, ocuparão parcela significativa dos
movimentos sociais, dominando a agenda de políticas públicas, especialmente no que se refere
ao setor da educação.
Nos anos 90, os encontros passam a se chamar Congresso Nacional de Educação e os
debates giram em trono da Lei de Diretrizes e Bases Nacional e o Plano Nacional de Educação.
Já em 1997, o Sistema Nacional de Educação aparece como temática. Em 2001 é editada a Lei
que estabelece o Plano Nacional de Educação - PNE (Lei nº 10.172, de 2001) que apresentava
como uma de suas diretrizes, a “(...) gestão democrática e participativa”, a ser concretizada por
políticas públicas educacionais, especialmente voltadas à organização e fortalecimento de
colegiados em todos os níveis da gestão educacional. No entanto, no ano seguinte, o debate
girou em torno dos valores neoliberais implícitos no PNE e a defesa da educação pública e
gratuita, defendida pelo FNDEP. Essa polarização acompanhará as discussões até a I CONAE,
em 2010. O V Congresso Nacional de Educação, em 2005, volta a discutir o Sistema Nacional
de Educação: ausência de políticas para sua constituição, cujas questões disparadoras do debate
foram: Como vencer o argumento da autonomia das três esferas administrativas? Como
providenciar a construção de um efetivo "regime de colaboração" entre estas esferas? Como
viabilizar o Conselho Nacional de Educação (CNE) que defendemos? Discutir o papel e a
função do Fórum Nacional de Educação (FNE) e como viabilizá-lo? Perguntas até hoje não

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respondidas. Ainda em 2008, a Conferência Nacional da Educação Básica - Coneb, tem como
eixo central “Construção do Sistema Nacional Articulado de Educação”.
Em 2010, a I Conferência Nacional de Educação – CONAE, tem como tema:
Construindo o Sistema Nacional Articulado: O Plano Nacional de Educação, Diretrizes e
Estratégias de Ação. No documento final do encontro ficou estabelecido que o Ministério da
Educação - MEC, o Conselho Nacional de Educação - CNE e o Fórum Nacional de Educação
– FNE seriam responsáveis pela gestão democrática, garantindo a participação de fóruns e
conselhos em “espaços articulados de decisão e deliberação coletivas para a educação
nacional”. É instituído pela Portaria Nº 1.407, de 14 de dezembro de 2010, o Fórum Nacional
de Educação – FNE, atribuindo a este a responsabilidade pela coordenação das conferências de
educação. No Regimento interno, em seu artigo 3º, o FNE será integrado por membros
representantes dos de diversos órgãos e entidades, somando mais de 30 instituições, incluindo,
além das secretarias do MEC, representantes dos secretários municipais e estaduais de
educação, conselhos, sindicatos, estudantes, Comunidade Científica, Movimentos Sociais do
Campo, Movimentos de Afirmação da Diversidade, Movimentos em Defesa da
Educação,Entidades de Estudos e Pesquisa em Educação, Confederações dos Empresários e
Sistema "S". Importante destacar que é no âmbito do Fórum que se cria, pela primeira vez
espaço para participação oficial dos Movimentos de Afirmação da Diversidade. Um outro ponto
que chama a atenção é o item XXXI – Movimentos em Defesa da Educação, como se todos os
outros não o fossem. Em 2011 foi criada a Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino
- SASE, no âmbito do MEC, com o objetivo de coordenar os esforços para construção de
consensos ou acordos em torno de temas relativos ao Sistema Nacional de Educação. Em 2012,
a Portaria nº 502 do MEC amplia a composição do Fórum Nacional de Educação, que passa a
incluir, além das instituições já nomeadas, inclui entidades ligadas a pesquisa, formação,
temática infantil, entre outras. A Portaria oficializa como participantes dos Movimentos em
Defesa da Educação a Campanha Nacional Pelo Direito à Educação e o movimento Todos Pela
Educação. Ambas organizações formam movimentos de coalisão de defesa, conforme Sabatier
e Jenkins-Smith (1993) definem as instituições que dividem um conjunto de crenças e valores
comuns e que buscam manipular as regras, orçamentos e recursos humanos governamentais

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visando a atingir seus objetivos no longo prazo”. Neste sentido, não cabe aqui descrever o
histórico das duas ongs, nem tão pouco traçar o perfil de seus dirigentes ou o marketing
estratégico que os leva a passar de participantes do FNE a principais interlocutores da agenda
de educação do país (SIMIELLI, 2008). Mas vale destacar que muitas das instituições que
fazem parte do FNE, como CNTE, MIEIB, MST, também fazem parte da Campanha, que é
financiada por órgãos internacionais. Em sua página institucional da internet, declara: “A
Campanha Nacional pelo Direito à Educação, além de participar de redes e movimentos, ainda
faz diversas parcerias para desenvolver projetos e incidência política. Parte dessas parcerias se
dão no âmbito de apoios na execução de projetos e também institucionalmente. A Campanha
Nacional pelo Direito à Educação trabalha com o princípio de independência programática em
relação a seus apoiadores, não aceitando qualquer influência ou condicionalidade sobre sua
defesa da educação pública. ” Já o Movimento Todos pela Educação tem entre seus parceiros
mantenedores: Fundação Bradesco, Fundação Itaú, Fundação Telefônica, Instituto Unibanco,
Fundação Lemann, Instituto Natura, ou seja, investidores sociais representantes do
empresariado.
Em junho de 2014 é aprovado e instituído por meio da Lei Nº 13.005, o Plano Nacional
de Educação - PNE, cujo Artigo 13 estabelece: “ O poder público deverá instituir, em lei
específica, contados 2 (dois) anos da publicação desta Lei, o Sistema Nacional de Educação,
responsável pela articulação entre os sistemas de ensino, em regime de colaboração, para
efetivação das diretrizes, metas e estratégias do Plano Nacional de Educação. No período que
precede e que decorre da aprovação da Lei, FNE, SASE e Congresso promovem encontros e
grupos de estudos para formulação de propostas para instituição do Sistema Nacional de
Educação. Ao mesmo tempo, o Deputado Federal Ságuas Moraes PT/MT propõe um Projeto
de Lei Complementar – PLP 413/2014 para instituir o SNE e posterior relatoria do Deputado
Glauber Braga PSOL/RJ. Também em 2014 e 2015, a SASE publica no portal PNE em
Movimento uma série de documentos relativos aos debates promovidos pela secretaria. Ao ser
encaminhado pela Câmara dos Deputados o PLP 413/14 para do MEC, a SASE rejeita o PLP e
encaminha nova proposta de projeto de lei para o então Ministro Aloísio Mercadante. A
proposta encaminhada pela SASE não saiu do gabinete do Ministro.

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Em 2014, a CONAE tem como tema O Plano Nacional de Educação e o Sistema


Nacional de Educação: Organização Regulação e apresentou um “conjunto de propostas que
subsidiará a implementação do Plano Nacional de Educação (PNE), indicando
responsabilidades, corresponsabilidades, atribuições concorrentes, complementares e
colaborativas entre os entes federados e os sistemas de ensino”. Para garantir a
participação de um número cada vez maior e diverso de setores da sociedade, “etapas
preparatórias, compreendidas em conferências livres e conferências ordinárias
municipais e/ou intermunicipais, estaduais e do Distrito Federal, os espaços de discussão
são abertos à colaboração de todos - profissionais da educação, gestores educacionais,
estudantes, pais, entidades sindicais, científicas, movimentos sociais e conselhos de
educação, entre outros”. A etapa final da Conferência Nacional de Educação recebeu
3,6 mil participantes. Destes, 2.658 delegados e delegadas de todo o país, 262 eram
observadores, 45 convidados, 70 palestrantes, 138 jornalistas, 107 expositores, 42
acompanhantes, 17 pessoas ligadas as atrações culturais, 114 visitantes e 223
compuseram a organização do evento. Os debates obrigatórios que precederam o
encontro nacional ocorreram em 2013. Foram realizadas 2.824 Conferências
Municipais/Intermunicipais - que reuniram 776.142 pessoas. Também foram
concretizadas 26 Conferências Estaduais, e uma no Distrito Federal, que juntas
agruparam 23.085 delegados.

A ruptura - O impedimento/impeachment/Golpe

Em 2 de dezembro de 2015, Eduardo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados,


preso no ano seguinte por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e evasão de divisas, aceita
denúncia feita por Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr e Janaina Paschoal e abre processo de crime
de responsabilidade, que resultou na cassação do mandato de Dilma
Rousseff como presidenta da República em 31 de agosto de 2016. A partir de então e com as
mudanças ocorridas tanto no Ministério da Educação, como na Câmara dos Deputados, uma

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forte ruptura no ambiente de negociações ocorre, alterando a agenda em pauta em torno da


implementação do SNE.

A tentativa de conciliação com o FNE e a SASE

Em setembro de 2016, o Ministério da Educação junto com o FNE lançou a CONAE 2018.
Estiveram presentes ao lançamento secretários do MEC e representantes de mais de 50
entidades que compunham o Fórum Nacional de Educação (FNE). O FNE iniciou a formulação
do Documento de Referência da CONAE 2018, posteriormente divulgada para análise das
entidades participantes. Em fevereiro de 2017, durante reunião do FNE, o documento foi
debatido, o MEC apresentou uma nova proposta, mas em função de não ter havido consenso,
ficou determinado que um grupo composto pela ANPED, representando o fórum e a CAPES,
representando o MEC, trabalharia num documento consensual a ser apresentado em março
daquele ano. Na reunião seguinte, desconsiderando o documento consensual apresentado, o
MEC solicitou a supressão de vários itens, resultando em divergências incontornáveis (Editores
da Revista Educ. Soc, 2017).

A cisão FNE do A e FNE B

No fim de abril de 2017, o MEC, por meio da portaria nº 577, altera a composição do Fórum,
reduzindo a participação de várias entidades. Em nota oficial, o MEC atribuiu a alteração em
função de “representações de segmentos que já estavam representados, criando uma
sobreposição, com a intenção de ampliar o número de votos nas decisões do Fórum e
fortalecendo o viés político-partidário” (Editores da Revista Educ. Soc, 2017). Após a
publicação, mais de 30 entidades escrevem uma carta manifestação e se retiram do FNE.

A publicação da portaria provoca uma reação das entidades que participavam anteriormente
do FNE, alterando aquilo que Avritzer (2012) vai chamar de percepção, por parte dos
participantes, de um equilíbrio entre a participação do governo e da sociedade civil nas
conferências nacionais. As mesmas entidades que se retiram do FNE, fundam o Fórum Nacional

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de Educação Popular – FNEP. No sítio fnpe.com.br, a organização propõe a Conferência


Nacional Popular de Educação como “retomada da democracia no país e das vozes da sociedade
civil organizada por meio dos movimentos sociais e das entidades educacionais; uma
reafirmação do compromisso com uma educação verdadeiramente transformadora”. No
calendário proposto para realização das conferências municipais, intermunicipais, estaduais e
conferência nacional, retoma-se a proposta de acontecer no primeiro semestre de 2018, fato que
foi motivo de disputa e cisão com o MEC, que alterou o calendário da CONAE 2018 para após
eleições, talvez prevendo o uso político das iniciativas. Com o tema central “Implementar os
Planos de Educação é defender uma educação pública de qualidade social, gratuita, laica e
emancipadora”. FNPE manteve os mesmos 8 (oito) eixos temáticos O PNE na articulação do
SNE: instituição, democratização, cooperação federativa, regime de colaboração, avaliação e
regulação da educação.

FNPE e a CONAPE 2018

De 24 a 26 de maio de 2018 é realizada a CONAPE, em Belo Horizonte, com o tema


“Lula Livre” e a participação de 2440 delegados registrados de todo o país, além de 296
trabalhos acadêmicos apresentados na UFMG e, entre eles, apenas um trata da efetiva
implementação do Sistema Nacional de Educação. Como resultado do encontro, o FNPE
divulgou Manifesto: Carta de Belo Horizonte e o Documento Final – “Plano de Lutas CONAPE
2018 LULA LIVRE”. No sitio na web, a partir da realização de reunião do FNPE, foi divulgado
as seguintes atividades:
- Participar efetivamente do ato nacional convocado pelo Fórum das Centrais, formado pela
CUT, CSB, CTB, Força Sindical, Intersindical, Nova Central e UGT, no dia 10 de agosto como
Dia Nacional de Luta, com atos e paralisações em todo País.
- Participar das mobilizações nacionais com o mote: BASTA DE DESMONTE DAS
POLITICAS EDUCACIONAIS! O PETRÓLEO É NOSSO!
- A partir do dia 15 de agosto promover debates com os/as Candidatos/as nas eleições gerais
2018 para que seja assinado o COMPROMISSO DOS/AS CANDIDATOS/ COM AS
PROPOSTAS APRESENTADAS PELA CONAPE 2018 LULA Livre.
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- Provocar audiências públicas, julho a outubro, nas casas legislativas das três esferas de
governos para apresentar e debater os documentos da CONAPE 2018 LULA LIVRE (Carta de
Belo Horizonte e Documento Final).
O Tema do Sistema Nacional de Educação só é citado no Manifesto: Carta de Belo
Horizonte, documento final da CONAPE 2018, no item 7 que diz “pela regulamentação do
ensino privado, sob as mesmas exigências legais aplicadas à escola pública, com a instituição
do Sistema Nacional de Educação”.

CONAE 2018 – a ser realizada em novembro de 2018

Ao agendar a realização da CONAE para novembro de 2018, o MEC espera minimizar o


uso do evento como palco para atuação político partidária. Ao mesmo tempo, a estratégia
buscou retardar ainda mais a discussão sobre o Sistema Nacional de Educação, demonstrando
que ainda não há consenso sobre o assunto.

Em 2018, tramitam na Câmara dos Deputados e no Senado Federal várias proposições


parlamentares de temáticas que impactam as políticas públicas de educação e um possível
desenho de SNE.

Neste sentido, a pesquisa a ser desenvolvida justifica-se na busca pelo entendimento das
necessidades, entraves e possibilidades de um Sistema Nacional de Educação pós golpe.

Conclusão
Recontar a história das disputas e posicionamento dos movimentos sociais na área da
educação aponta para reflexões importantes sobre a fragilidade, fragmentação e falta de coesão
política da atuação das instituições como atores.
Sobre esta questão, Gonh (2008) aponta para um “campo relacional, de disputas e tensões,
um processo de reconhecimento da institucionalidade da ação, e não como um processo
de institucionalização da ação coletiva, de forma normativa, com regras e enquadramentos,
como temos observado nas políticas públicas no Brasil, na atualidade”.

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Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política – PPGSP
Universidade Candido Mendes –UCAM
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Profª. Celia Regina N. de Paula

Já Lauris (2015) vai apontar que “a limitação do poder do Estado, ao circunscrever um


espaço de relações privadas” entendida como a participação da sociedade civil, interfere na
“fluidez do exercício da cidadania e da titularidade de direitos”. De acordo com Santos (1990,
p. 24-25), isso também cria governos indiretos e reproduz deliberadamente o estado na
sociedade civil, rompendo com a dualidade Estado x sociedade civil e precarizando o alcance
de resultados que efetivamente garantam direitos aos cidadãos. Para Lauris (2015), “a sociedade
civil fragmentada, por sua vez, fraciona a cidadania, afirmando que a justiça para ser social tem
que ser, ao mesmo tempo, igualitária e diferencialista. Este movimento anti-totalizante de
visibilização das distinções deixou, contudo, esquecida a permanência de divisões totais
invisíveis no interior da sociedade civil, divisões abissais, nos termos de Boaventura de Sousa
Santos (2007). Nas divisões visíveis, invisíveis e abissais, que sustentam o jogo relacional entre
sociedade civil e Estado, residem as pistas de reformulação da agenda atual de direitos
humanos. ”
Enquanto atores debatem aspectos econômicos (movimentos sindicais que reivindicam
aumento salarial, royaltes do petróleo ou aumento do PIB), políticos (entidades ligadas a
partidos políticos ou financiadas por organizações internacionais ou privadas), legais
(movimentos identitários garantindo a ampliação de direitos), o MEC trabalhava os
componentes pedagógicos da estrutura do sistema educativo, essência do processo (BNCC e
reforma do Ensino Médio).
Daí conclui-se que os movimentos sociais e a sociedade civil organizada em atuação com o
Estado muito mais se mobilizam por estrutura do que pelo cerne dos fins educativos e tal como
aponta Durkheim (2014), o Estado constrói suas próprias deliberações. Ou seja, no grande teatro
democrático, o Estado precisa da presença dos movimentos sociais para justificar a democracia
e mobilizar a opinião pública, os movimentos sociais precisam do Estado para justificar sua
existência, menos como agente político e mais como coadjuvante, naquilo que Dupas vai
chamar de assimetrias de poder.

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Referências

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BOLLMAN, Maria Da Graça Nóbrega. Revendo o Plano Nacional de Educação: proposta da


sociedade brasileira. Educ. Soc. 2010, Vol.31, Nº.112.

DUPAS, G. Atores e poderes na nova ordem global: assimetria, instabilidades e imperativos


de legitimação. São Paulo: Editora Unesp, 2005, cap. 4.

DURKHEIM, Émile. Lições de sociologia. 2ªed. São Paulo: Martins Fontes, 2014. Lições
4 a 5.

GOHN, Maria da Glória. Abordagens Teóricas no Estudo dos Movimentos Sociais na


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LAURIS, Élida. Aprender com/a partir do Sul. Redefinindo conceitos, contextos, vozese
narrativas para uma nova política de direitos humanos na América Latina. Clacso, 2015
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http://biblioteca.clacso.edu.ar/gsdl/collect/clacso/index/assoc/D10867.dir/ensaioelida.pdf

MORAES, Carlos Fernando Aranda. A participação da sociedade civil nos Conselhos


Municipais: um estudo de caso. Disponível em
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