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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

SONIA MARIA DE MELLO TAVARES AGUIAR

DEPRESSÃO NA ENFERMAGEM: UMA REVISÃO


BIBLIOGRÁFICA

BOA VISTA, RR
2017
SONIA MARIA DE MELLO TAVARES AGUIAR

DEPRESSÃO NA ENFERMAGEM: UMA REVISÃO


BIBLIOGRÁFICA

Monografia apresentada ao Curso de


Bacharelado em Enfermagem da
Universidade Federal de Roraima – UFRR
como requisito final para obtenção do
grau de Bacharel em Enfermagem.
Orientadora: Profª. Ma. Tarcia Millene de
Almeida Costa Barreto

BOA VISTA, RR
2017
FOLHA DE APROVAÇÃO

SONIA MARIA DE MELLO TAVARES AGUIAR

DEPRESSÃO NA ENFERMAGEM: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Monografia apresentada como requisito para Conclusão do Curso de Bacharelado


em Enfermagem da Universidade Federal de Roraima. Defendida no dia 14 de
novembro de 2017, e avaliada pela seguinte banca examinadora:

________________________________________
Profª. Ma. Tarcia Millene de Almeida Costa Barreto
Curso de Enfermagem da UFRR
Orientadora

________________________________________
Profa Andrea dos Santos Cardoso
Curso de Enfermagem da UFRR
Membro Interno

___________________________________________
Enfa Cândida Lisiê Fernandes Cosme
Curso de Enfermagem da UFRR
Membro Externo
RESUMO

Introdução: A depressão vem atingindo índices alarmantes a ponto de já ser um


problema de saúde pública, vários são os fatores desencadeantes da depressão,
pode alguns elementos que propiciem a evolução da mesma, podendo ser de
origem fisiológica, genética, social. Objetivo: Identificar quais os fatores que
contribuem para o desenvolvimento da depressão em profissionais de Enfermagem
e quais são suas repercussões. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa do tipo
Bibliográfica. Resultados: Os resultados principais encontraram-se diversos estudos
publicados, que evidenciam riscos psicológicos, que denotam problemas laborais a
que se debelam estes trabalhadores. Segundo a análise dos resultados, tornou-se
evidente que os trabalhadores e profissionais de Enfermagem estão sujeitos aos
mais diversos ímpetos ocupacionais até mesmo na atenção primária. Tal profissão é
rodeada de estressores que acabam por conduzir a uma depressão, que quando
não diagnosticada e cuidada pode chegar ao suicídio. Os fatores relacionados ao
trabalho têm grandes influências como desencadeadores de depressão, como
condições de trabalho, sobrecarga, trabalho em turnos com escalas nos finais de
semana e feriados, a própria desvalorização da profissão por colegas e pacientes,
são muitas vezes expostos à violência podendo gerar estresse, ansiedade e
depressão. Conclusão: as principais questões humanas e financeiras, as
consequências do estresse no trabalho, exigem o uso de medidas de grande escala
que devem ser integradas em uma estratégia comum abrangendo todos os fatores
incriminados, envolvendo tanto as autoridades administrativas de saúde e a
medicina do trabalho.

PALAVRAS-CHAVE: Transtorno mental. Estresse. Depressão. Depressão em


Enfermagem.
ABSTRACT

Introduction: Depression has reached alarming levels to the point that it is already a
public health problem, several factors are the trigger for depression, some elements
that may lead to its evolution may be of physiological, genetic and social origin.
Objective: To identify which factors contribute to the development of depression in
nursing professionals and what are their repercussions. Methodology: This is a
Bibliographic type research. Results: The main results were several published
studies, which show psychological risks, which denote labor problems to which these
workers are exposed. According to the analysis of the results, it became evident that
Nursing workers and professionals are subject to the most diverse occupational
impulses even in primary attention. Such a profession is surrounded by stressors that
eventually lead to a depression, which when undiagnosed and cared for can lead to
suicide. The factors related to work have great influences as triggers of depression,
such as working conditions, overload, shift work with stopovers on weekends and
holidays, the devaluation of the profession by colleagues and patients, are often
exposed to violence and can generate stress, anxiety and depression. Conclusion:
The major human and financial issues, the consequences of stress at work, require
the use of large-scale measures that should be integrated into a common strategy
covering all the incriminated factors, involving both the administrative authorities of
health and labor medicine.

KEY WORDS: Mental disorder. Stress. Depression. Depression in Nursing.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6

1.1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 8

1.1.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 8

1.1.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 8

1.2 PROBLEMA ......................................................................................................... 8

1.3 HIPÓTESE ........................................................................................................... 9

1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 9

2 REFERENCIAL TEMÁTICO ................................................................................. 11

2.1 DEPRESSÃO E ESTRESSE.............................................................................. 11

2.2 DEPRESSÃO RELACIONADA AO TRABALHO ................................................ 16

2.3 DEPRESSÃO NA ENFERMAGEM..................................................................... 22

3 METODOLOGIA ................................................................................................... 28

3.1 TIPO DE ESTUDO ............................................................................................. 28

3.2 PROCEDIMENTO DE COLETA ........................................................................ 28

3.3 ANÁLISE DOS DADOS...................................................................................... 29

4 RESULTADOS ..................................................................................................... 30

5 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 33

6 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 38

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 40

ANEXOS .................................................................................................................. 45

ANEXO A ............................................................................................................... 45
1 INTRODUÇÃO

A sociedade no final do século XX vivenciou um mundo conduzido pela


inovação tecnológica, dando impulso à economia, ampliando postos de trabalho e
consumo de bens e serviços, contudo, o homem acaba se tornando vítima desta
mesma aceleração (SEEMANN; GACEZ, 2012). Com a busca incessante de
dinheiro, status e de crescimento pessoal, o ser humano esqueceu-se de sua própria
saúde levando-o aos mais diversos problemas pessoais e psicológicos atrelados aos
convencionais. Com essa inovação tecnológica, consequentemente alterando os
valores de realização social em que uma pessoa realizada é aquela que possui mais
bens materiais, isso causa uma visão distorcida sobre a relação da importância que
o trabalho tem na vida do indivíduo, o que acaba transformando o trabalho de algo
prazeroso para motivo de adoecimento (CHRITAKI, 2014).

As doenças relacionadas ao trabalho são consideradas pela Organização


Mundial da Saúde (OMS) como multifatorial e multicausais, incluindo fatores físicos,
organizacionais, individuais e socioculturais (BARBOSA et al, 2012). Ainda segundo
a OMS, os transtornos mentais comuns apresentam 13% do total de todas as
doenças e atingem cerca de 700 milhões de pessoas no mundo, apresentando
diversos tipos de sinais e sintomas sendo que os mais prevalentes são depressão,
ansiedade e estresse, sendo estimado para 2020 que a Depressão seja a segunda
maior causa de incapacitação da população mundial (SANTANA et al, 2016).

Os transtornos mentais constituem uma das principais causas de queda na


qualidade de vida do sujeito, causando danos no cognitivo e físico, perda de renda e
capacidade laboral, danos no convívio social, dentre outros. O sujeito que sofre de
algum transtorno emocional observa e compara sua capacidade de produção
enquanto era saudável e como está agora, e é imediatamente afetado após o
desenvolvimento de qualquer transtorno, interferindo tanto em sua vida social quanto
profissional (ARAÚJO et al, 2014). Um desses transtornos é a depressão, conhecida
como mal do século.

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A depressão é uma patologia crônica, recorrente, sem cura definitiva até o
momento, porém, com tratamento, o indivíduo alcança um maior número de dias
saudáveis podendo atingir em menor grau seu trabalho e sua vida social. A
depressão tem como característica o humor triste, vazio ou irritável, acompanhados
de alterações somáticas e cognitivas afetando assim o funcionamento do indivíduo
(ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA, 2014). Destaca-se por sua alta
predominância e alta morbidade, sendo uma das principais causas de carga global
das doenças, assim como a maior causa de absenteísmo no ambiente de trabalho,
no Brasil, é tida como a terceira no ranking de transtornos emocionais (RAZZOUK,
2016).

Vários estudos mostram que o adoecimento psíquico vem aumentando em


vários tipos de profissões, mas nos mostram também que esse adoecimento está
intimamente ligado com o tipo de profissão que é exercida. A área da saúde é uma
categoria grandemente afetada, principalmente a Enfermagem, que por ser a linha
de frente, acaba sendo exposta a situações de estresse e sobrecarga (ARAÚJO et
al, 2014). Quando um profissional da Enfermagem entra em depressão, causa toda
uma sorte de problemas à instituição a qual ele presta os serviços, além do
absenteísmo e de um provável esvaziamento da equipe de trabalho.

A prática cotidiana destes profissionais reúne uma variada trama de situações


relacionadas ao atendimento e a fatores de organização do trabalho, por exemplo,
que contribuem para o aumento do estresse (SEEMANN; GARCEZ, 2012). Um
profissional da saúde deve lidar com todo tipo de doenças do ser humano, inclusive
terminais, que levam o paciente a um quadro psicológico agravado, e para tanto tem
de estar bem psicologicamente, porém infelizmente, nem sempre é a realidade,
acarretando em uma transferência do profissional a esta situação depressiva
(KOLHS et al, 2016).

Uma profissão que lida com vários riscos na sua execução, entre eles físicos,
ergonômicos, químicos e emocionais que acarretam grande nível de estresse, além
de trabalhos em turnos, precarização do trabalho, depreciação do profissional,
diminuição da autonomia, longo tempo com tarefas burocráticas, podendo gerar um
sentimento de insuficiência da qualidade do serviço prestado e insatisfação
(ARAÚJO et al, 2014). Por esses motivos, muitas vezes esse profissional acaba
7
desestruturando a família, podendo causar problemas psicossomáticos e transtornos
emocionais contribuindo para sua maior insegurança no trabalho.

Deixar de lado essa problemática pode causar um colapso na realidade do


profissional de saúde no Brasil, levando à perda de profissionais de forma precoce e
consequente esvaziamento dos quadros, tendo de ser reposto por novas
contratações, ocasionando prejuízos aos cofres públicos.

Tendo em vista os fatos relatados, esta pesquisa buscou contextualizar a


depressão relacionada aos trabalhadores de Enfermagem, através de uma revisão
de literatura, na qual se pode fazer a comparação entre artigos que ofereciam uma
visão ampliada de todo o problema, podendo assim integrar conhecimentos para
melhor acessibilidade dos profissionais e gestores.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Identificar quais os fatores que contribuem para o desenvolvimento da


depressão em profissionais de Enfermagem e quais são suas repercussões.

1.1.2 Objetivos Específicos


✓ Definir Depressão e Estresse;
✓ Identificar os principais efeitos da Depressão relacionada ao trabalho;
✓ Conhecer as principais causas da depressão entre os profissionais da
Enfermagem.

1.2 PROBLEMA

Quais os fatores que contribuem para o desenvolvimento da depressão em


profissionais de Enfermagem e quais são suas repercussões?

8
1.3 HIPÓTESE

A depressão está entre as três maiores causas de afastamento em


Enfermagem. Busca-se através dessa revisão de literatura, instrumentos que
comprovem o aumento da depressão entre profissionais de Enfermagem, usando o
estudo para traçar estratégias de suporte para o profissional.

1.4 JUSTIFICATIVA

A profissão da Enfermagem tem sido desenvolvida ao longo dos tempos por


mulheres que começaram como cuidadoras no lar e mais tarde cuidadoras em
instituições de saúde, sendo uma profissão marcada por ideologias de altruísmo
feminino e desprendimento material, muitas vezes sendo vista como um sacerdócio,
neste contexto a profissão acabou por se tornar uma atividade com pouca ou
nenhuma visibilidade, também sendo desvalorizada por outros profissionais que
atuam junto a mesma e finalmente pelos próprios pacientes que sem saber ao certo
o quanto é imprescindível aquele cuidado para que sua saúde seja restabelecida
acaba por desvalorizar e muitas vezes até desprezar tal profissão (JESUS, 2012).

A maioria dos enfermeiros tem de trabalhar por turnos ou comparecer a


emergências durante a noite. O estresse do trabalho por turnos também pode
enfraquecer as condições de saúde e levar a doenças cardíacas ou distúrbios
digestivos. A baixa energia pode levar a erros, ferimentos e descuidos. Longas horas
de trabalho são uma fonte de depressão, baixa moral e baixa motivação. Muitos
enfermeiros estão no trabalho à noite ou em escalas nos finais de semana e
precisam dormir durante o dia. Devido a isso, muitas vezes perdem atividades
sociais ou familiares. Isso pode ter uma influência negativa sobre sua saúde física e
emocional e levar a distúrbios psicossomáticos. Para Araújo et al (2014), os
profissionais de Enfermagem estão diariamente expostos à estresse, instabilidade e
pressões vivenciadas no exercício da profissão; problemas que podem ser
considerados determinantes para o processo saúde doença destes trabalhadores.

Os profissionais são expostos a uma quantidade de agressão durante os


plantões, sendo estas pela relação de trabalhar diretamente com pessoas, e que no
9
momento do atendimento podem não estar dentro de um equilíbrio emocional e
racional, caindo toda carga em cima do profissional que está efetuando o
atendimento, somando a isso as condições de trabalho muitas vezes precárias, que
contribui para um atendimento deficiente gerando assim uma carga de estresse e
frustração nos pacientes, acompanhantes e profissionais (PAI et al, 2015).

A importância da pesquisa reside no fato de que o estudo identificará o


quanto a depressão vem afetando a vida profissional dos trabalhadores de
Enfermagem assim como de seus familiares e seus pacientes. Pretendeu-se
destacar a maior frequência de diagnósticos de depressão, dados de maior
relevância epidemiológica assim como mecanismos de enfrentamento utilizados
pelos profissionais e gestores e possíveis repercussões negativas na capacidade
laborativa.

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2 REFERENCIAL TEMÁTICO

2.1 DEPRESSÃO E ESTRESSE

Segundo Associação Americana de Psiquiatria (2014), a depressão envolve


alterações nítidas no afeto, na cognição e em funções neurovegetativas,
apresentadas em episódios distintos de pelo menos duas semanas de duração. Os
transtornos depressivos apresentam subclassificações:

✓ transtorno da desregulação do humor;


✓ transtorno depressivo maior;
✓ transtorno depressivo persistente;
✓ transtorno disfórico pré-menstrual;
✓ transtorno depressivo induzido por substância/medicamento;
✓ transtorno depressivo devido a outra condição médica;
✓ outro transtorno depressivo especificado; e
✓ transtorno depressivo não especificado.

O paciente apresenta humor deprimido a maior parte do dia quase todos os


dias, acentuada diminuição do interesse por coisas que antes lhe trariam prazer,
perda ou ganho de peso (mais que 5% do peso corporal em um mês), insônia ou
hipersonia constante, fadiga diária, sentimento de inutilidade ou culpa, dificuldade de
concentração e indecisão quase sempre, pensamentos recorrentes de morte.
(GOMES; OLIVEIRA, 2013).

A soma destes sentimentos provoca uma ruptura com o cotidiano do sujeito,


pois acaba lhe causando muita dor e dificuldade para as realizações das tarefas
diárias de maneira satisfatória, afetando assim sua vida pessoal e profissional
(BARBOSA et al, 2012).

É importante salientar que não se pode diagnosticar depressão quando o


sujeito está passando por momentos de grande perda, como o luto, que é um
processo saudável e que provavelmente todas as pessoas irão vivenciar e é
11
individual o tempo que cada pessoa leva para viver e se desprender da sua perda.
(BECK; ALFORD, 2011).

As evidências científicas mostram que existem diversos fatores


desencadeantes associados à depressão, tais como: desequilíbrios químicos
cerebrais, características de personalidade, vulnerabilidade genética e eventos
situacionais (SCHMIDT et al, 2010).

A depressão é uma doença que proporciona um grande sofrimento no


cotidiano das pessoas acometidas, familiares, amigos e comunidade sendo
considerado um problema de saúde pública. A Organização Mundial da Saúde
(OMS) estima que a depressão está entre as maiores causas de incapacidade no
mundo, principalmente entre as mulheres (ARAÚJO et al, 2014). O mundo inteiro
hoje sofre com essa doença, que pode ser considerado como o mal que aflige a
humanidade.

Hans Selye, médico canadense considerado o Pai da Estressologia, dedicou-


se por quatro décadas (1936-1976) ampliando assim os trabalhos de Cannon Selye
(FILGUEIRAS; HIPPERT, 1999). A definição de estresse e a terminologia que se
refere a riscos psicossociais mudaram ao longo dos anos. A palavra estresse foi
usada pela primeira vez por Hans Selye em 1936, que definiu em termos biológicos
como uma resposta não específica do organismo a qualquer solicitação exercida
sobre o organismo. Sua pesquisa levou-o a estudar os efeitos do estresse na função
cerebral. Ele também definiu estressores, eventos que desencadeiam uma resposta
fisiológica e psicológica do corpo, para distinguir o estímulo da resposta. Neste
contexto, um estressor pode ser um agente biológico, uma condição ambiental, um
estímulo ou um evento externo. Stress pode definir uma condição negativa ou
positiva que responde a um estressor e pode ter um impacto na saúde mental ou
física ou no bem-estar de uma pessoa. Hoje, reconhece-se que a saúde é uma
combinação de fatores biológicos, psicológicos (pensamentos, emoções e
comportamentos) e sociais (OIT, 2016).

Hans Selye descreveu ainda a reação do corpo quando exposto a situações


estressantes, chamando-a de síndrome de adaptação geral, a qual é caracterizada
por três fases (OLIVEIRA et al, 2015):
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Reação de alarme: decorrente da ativação do sistema nervoso simpático em que o
corpo fica pronto para enfrentar o desafio;

Resistência: o corpo mantém-se ativado, ainda que num grau menos intenso, de
forma a manter seus recursos disponíveis para o embate;

Exaustão: exigido a manter-se ativado por um período mais longo do que aquele
que consegue suportar, tornando-se frágil com déficit cognitivo e baixa imunidade.

O estresse pode ser positivo quando nos motiva, mas passa a ser algo
negativo quando pode nos pôr para baixo. Muitos fatores podem contribuir para o
estresse que experimentamos e pode, inclusive, causar alterações no corpo que
afetam a saúde física, mental e emocional do indivíduo. A depressão é mais grave e
duradoura do que o estresse, e exige um tipo diferente de ajuda. Em uma pesquisa
de 2010 da American College Health Association, 28% dos estudantes da faculdade
relataram sentir-se tão deprimidos em algum momento que tiveram problemas para
funcionar e 8% procuraram tratamento para a depressão (MENTAL HEALTH
AMERICA, 2017). A boa notícia é que a depressão é uma condição altamente
tratável. No entanto, não é algo que a pessoa sozinha, por conta própria, possa
resolver. É importante obter ajuda de um profissional adequado.

Sabe-se que o estresse crônico pode provocar uma depressão. Através de


estudos com ratos e humanos, os pesquisadores descobriram uma possível
explicação para o fenômeno. Os pesquisadores foram autorizados a usar ratos em
suas pesquisas, porque eles poderiam documentar se os mesmos reagissem ao
estresse do mesmo modo que os humanos. Um grande número de animais
realmente desenvolve uma condição de depressão quando são submetidos a
situações estressantes em períodos prolongados. Os pesquisadores expuseram
animais a mudanças dramáticas e estressantes em seus ambientes durante um
período de oito semanas. Os estudos de ratos mostraram que o estresse reduz a
capacidade inata do cérebro de se manter saudável. Como resultado, o hipocampo –
uma parte vital do cérebro –, encolhe, impactando negativamente tanto na nossa
função de memória de curto prazo quanto em nossas habilidades de aprendizado.
(HILDEBRANDT, 2012).

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Após o estudo, muitos dos ratos apresentaram os mesmos sintomas de
depressão que os humanos: incapacidade de sentir alegria, padrões de sono mais
pobres, limite inferior da dor, capacidade de aprendizagem mais fraca e memória de
trabalho reduzida. Logo, os pesquisadores concluíram que o estresse pode
desencadear uma condição de depressão em ratos. Em seguida, os pesquisadores
estudaram o tecido cerebral dos ratos para encontrar vestígios de mudanças físicas
no cérebro causadas pelo estresse. Comparando os cérebros de ratos estressados
e ratos saudáveis, os pesquisadores descobriram que os ratos estressados
produziam menos células cerebrais novas – 20% menos do que os ratos saudáveis
–, isso explica por que a depressão é tão generalizada em nossa sociedade
moderna e estressada (HILDEBRANDT, 2012).

Mas, qual a diferença entre estresse e depressão? Ambos podem afetá-lo de


maneiras semelhantes, mas existem diferenças importantes. Os sintomas da
depressão podem ser muito mais intensos. Eles duram pelo menos duas semanas.
A depressão causa mudanças de humor poderosas, como tristeza dolorosa e
desespero. O indivíduo pode se sentir exausto e incapaz de agir. No quadro 1,
alguns sinais comuns de estresse e depressão.

Quadro 1 – Sinais comuns de estresse e depressão

ESTRESSE DEPRESSÃO
Problemas para dormir Isolando-se do convívio com outras pessoas
Sentindo-se sobrecarregado Sentir-se triste e sem esperança
Problemas com a memória Falta de energia, entusiasmo e motivação
Problemas de concentração Problemas para tomar decisões
Mudança nos hábitos alimentares Sendo inquieto, agitado e irritado
Sentindo-se nervoso ou ansioso Comer/Dormir mais ou menos do que o habitual
Sentindo-se bravo, irritado ou facilmente Problema de concentração e com a memória
frustrado
Sentindo que você não pode superar Sentindo-se mal por você mesmo ou se sentir
dificuldades em sua vida culpado
Problemas no trabalho ou na vida pessoal Sentindo que você não pode superar
dificuldades em sua vida
Não apresenta Pensamentos de suicídio Pensamentos de suicídio

Fonte: Mental Health America (2017).

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Entretanto, apesar da depressão sempre ter sido associado ao estresse,
outros estudos apontam que a depressão pode estar relacionada à fatores
biológicos. Um desses estudos, do professor Bo Li aposta que a depressão também
pode estar ligada à composição genética do indivíduo. Isso explicaria, por exemplo,
por que pessoas reagem de maneira diferente a um mesmo gatilho estressor.

Há um grupo de neurônios na frente do cérebro - no córtex pré-frontal medial


(mPFC) - que parece estar fortemente ligado à depressão. Curiosamente, esta área
do cérebro também é conhecida como me-center do cérebro – isto é, as células da
área são ativas quando o indivíduo está pensando sobre si mesmo, preocupando-se
com o futuro, preocupando-se com sua vida cotidiana. É parte da rede de modo
padrão, que é apenas ativada quando a mente não está fazendo nada, além de se
divertir. Não é nenhuma surpresa, então, que esta área, o mPFC, seja altamente
ativa em pessoas deprimidas – já que ruminar, preocupar-se e, geralmente, ter
pensamentos catastróficos sobre a própria vida são sintomas centrais da depressão.
Para descobrir essa relação, pesquisadores do Cold Spring Harbor – liderados por
Bo Li –, propuseram-se a estudar se a atividade no mPFC realmente leva à
depressão ou se há algum outro mecanismo em jogo. Então eles estressaram ratos,
chocando suas patas em intervalos aleatórios e não fornecendo uma saída. Quando
os ratos recebem um método de fuga, alguns nem sequer se preocupam em fugir,
pois estão deprimidos. Os seres humanos são muito semelhantes na medida em
que cerca de 20% das pessoas simplesmente desistem em resposta ao estresse
repetido, evitando corrigir uma situação difícil. O trabalho desses pesquisadores está
focado em entender por que 20% dos camundongos ficam deprimidos – assim como
por que algumas pessoas ficam deprimidas em resposta ao estresse, enquanto a
maioria das pessoas não o faz. Descobriu-se, no novo estudo, que o subconjunto de
ratos que apresentavam sinais de depressão apresentava atividade muito maior em
seus mFCFC. Os ratos sem sintomas depressivos não mostraram essa mudança em
seus cérebros. Isso é interessante, mas ainda não é prova de que a atividade
cerebral causou depressão. Para testar isso ainda mais, a equipe usou um método
genético para ajustar os genes dos camundongos para produzir mais atividade no
mPFC. Em outras palavras, eles estavam forçando aquela região do cérebro a ser
ativa, e olhando como os ratos se comportaram como resultado. Os resultados foram

15
notáveis: ratos uma vez fortes e resilientes tornaram-se indefesos, mostrando todos
os sinais clássicos de depressão. (WALTON, 2014).

A depressão – e outras condições de saúde mental –, não têm nada de que


se envergonhar. A depressão não é um sinal de fraqueza, e procurar ajuda é um
sinal de força. Admitir que pode estar sofrendo de depressão é o primeiro passo
para se sentir melhor. A depressão é tratável quer seja por Terapia com
especialistas, medicação antidepressiva ou uma combinação desses dois. Apesar
do estudo de Bo Li nos ajudar a entender mais sobre o que está acontecendo na
depressão, mais estudos serão necessários antes de novos tratamentos serem
desenvolvidos. Enquanto isso, o indivíduo deve fazer o que sabemos ser eficaz:
exercício, meditação, terapia de conversa e medicação, se necessário. A ciência vai
se recuperar – mas pode demorar um pouco. Então precisamos fazer o que funciona
agora.

2.2 DEPRESSÃO RELACIONADA AO TRABALHO

Quase metade de toda doença de longa duração é devido a problemas de


saúde mental (FIT FOR WORK, 2017). Estes impactam mais fortemente em sua
capacidade de trabalhar do que qualquer outra doença. Embora esteja melhorando,
ainda existe um estigma em torno dos problemas de saúde mental. Muitas pessoas
com problemas de saúde mental ainda se sentem discriminadas por causa de sua
doença, o que pode fazê-las sentir-se pior e dificultar a recuperação. Este estigma
social é uma preocupação para as pessoas fora do trabalho com um problema de
saúde mental. O medo da exclusão social pode retardar seu retorno ou mesmo
impedir que retorne. Os problemas de saúde mental afetam a forma como o
indivíduo pensa, sente e se comporta. Variam desde o menor (baixo humor) até o
grave (transtorno bipolar, esquizofrenia ou psicose) e pode aparecer repentinamente
ou gradualmente ao longo do tempo.

A maioria das ausências no trabalho envolvendo problemas de saúde mental


deve-se a: estresse, ansiedade e depressão. As causas disso variam, mas os
problemas em casa com relacionamentos ou finanças podem afetar o humor tanto

16
quanto as tarefas que o indivíduo precisa fazer, seu ambiente de trabalho e
relacionamentos com colegas. Gerenciar o estresse no local de trabalho é
importante para a saúde geral. Algumas pressões no trabalho podem ser
motivadoras, mas quando elas se tornam excessivas, isso pode levar ao estresse
relacionado ao trabalho. Outras causas do estresse relacionado ao trabalho incluem
(FIT FOR WORK, 2017): incertezas no trabalho, problemas de relacionamento de
trabalho, gestão de mudanças, apoio insuficiente, exige muito ou muito pouco e falta
de controle.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) conceitua o estresse do


trabalho como um conjunto de fenômenos que se apresentam no organismo do
trabalhador e que, por esse motivo, pode afetar sua saúde. Para a OIT, o estresse é
a resposta física e emocional prejudicial causada por um desequilíbrio entre as
demandas percebidas e as habilidades e recursos percebidos dos indivíduos para
lidar com essas demandas. O estresse no trabalho é determinado pela organização
do trabalho, designação de trabalho e relações de trabalho, e é manifestado quando
as demandas do trabalho não combinam ou excedem as capacidades, recursos ou
necessidades do trabalhador, ou quando o conhecimento ou habilidades de um
trabalhador ou grupo para gerenciar uma situação não atende às expectativas da
cultura organizacional do trabalhador ou de uma empresa (OIT, 2016).

Os sintomas de estresse oscilam de um indivíduo para outro podendo causar


diversos sintomas. Dentre eles está a depressão, onde a pessoa passa a perder o
interesse por atividades antes graciosas e passam a ter uma mudança radical de
comportamento (SEEMANN; GARCEZ, 2012). O estresse no trabalho pode ser
desencadeado através de ambiente insalubre, falta de material déficit de
profissional, absenteísmo, relacionamento intra e inter equipes, violência entre
outros (SILVA, 2017). Os primeiros sinais de estresse incluem: mudança no
comportamento normal – como hábitos alimentares e de sono, sentir-se deprimido
ou diminuído e tornando-se cada vez mais emotivo, nervoso e desmotivado,
isolamento social e sentir-se confuso e desapontado consigo mesmo.

Le Guillant, psiquiatra francês, foi o precursor em analisar sofrimento mental e


trabalho, através da observação do crescimento do quantitativo de afastamentos na
profissão de telefonistas em 1956. Foi observado que elas apresentavam uma carga
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de nervosismo muito elevada e deu início a sua pesquisa por não concordar que
esse sofrimento psíquico era apenas originado por predisposições do sujeito ou
condições de vida, fazendo assim uma ligação do trabalho com sofrimento psíquico.
Este percebeu que as telefonistas apresentavam sintomas físicos, que não eram
dissipados durante as folgas, adquirindo assim um caráter cumulativo. Durante seu
estudo também foram avaliadas as causas relatadas por desencadear o sofrimento,
sendo elas pressão no trabalho e metas a serem atingidas. (SANTOS; GALERY,
2011).

Em um estudo realizado em Minas Gerais para onde o objetivo era quantos


profissionais de Enfermagem eram diagnosticados com transtornos mentais
chegando ao resultado de ano de 2002, um total de 692 trabalhadores de
Enfermagem tiveram diagnósticos relacionados a transtornos mentais e
comportamentais, com diagnósticos classificados, segundo o Código Internacional
de Doenças (CID), como transtornos de humor (afetivos) (54,3%), transtornos
neuróticos, transtornos relacionados com o estresse e transtornos somáticos
(28,7%) e os transtornos mentais e de comportamento devido ao uso de substâncias
psicoativas (5,5%) chegando ao consenso de que 40,8% foram patologias ligadas ao
trabalho, sendo a depressão a mais prevalente (MUROFUSE; MARZIALE, 2005
apud MANETTI; MARZIALE, 2007).

Nos aspectos relacionados ao transtorno mental e o trabalho, a OMS estima


que 30% dos trabalhadores sofram de transtornos mentais menores e que 5 a 10%
graves, sendo os afastamentos por mais de 15 dias e aposentadorias por invalidez o
transtorno mental ocupa o terceiro lugar (BRASIL, 2001).

A depressão no ano de 2016 afastou 199 mil trabalhadores, representando


37,8% de todas as licenças em 2015 chegou a um total de 170,8 mil trabalhadores,
já entre 2009 a 2015 quase 97 mil pessoas foram aposentadas por invalidez por
transtornos mentais. Ao todo, esses novos benefícios representam, hoje, uma conta
de R$ 113,3 milhões anuais aos cofres públicos (ÉPOCA, 2017).

Conforme dados retirados do 1o Boletim Quadrimestral sobre Benefícios por


incapacidade (2017), foi exposto que de acordo com a Organização Internacional do
Trabalho – OIT, na Europa, o estresse ocupa a segunda posição entre os problemas
de saúde relacionados ao trabalho, afetando cerca de 40 milhões de pessoas. Ainda
18
de acordo com a organização, entre 50 e 60% de todos os dias de trabalho perdidos
no continente estariam ligados a esta condição.

No Brasil, os transtornos mentais e comportamentais foram a terceira causa


de incapacidade para o trabalho, considerando a concessão de auxílio-doença e
aposentadoria por invalidez, no período de 2012 a 2016. Ainda contribuem para o
cenário de agravamento do adoecimento mental no âmbito do trabalho, as situações
de banalização da violência, como o assédio moral institucionalizado, as relações
interpessoais norteadas por autoritarismo e competitividade, a demanda constante
por produtividade e a desvalorização das potencialidades e subjetividades dos
trabalhadores.

Em boletim quadrimestral da Previdência Social (SUB, 2017) foram


apresentados dados comparativos dos anos de 2012 a 2016, relacionados ao
quantitativo de concessões de auxílio doença e aposentadoria por invalidez para o
segurado empregado, e outras variáveis relacionadas. Na figura 1, apresenta-se
uma tabela com a frequência, duração em dias e as despesas relacionadas ao
Auxílio Doença e Aposentadoria por invalidez.

Figura 1 – Concessão de Auxílio-Doença e Aposentadoria por Invalidez para o


Segurado Empregado entre 2012 e 2016.

Fonte: Sistema Único de Benefício (2017).

Ainda segundo o Boletim, os transtornos mentais e comportamentais ocupam


a terceira posição como motivo para afastamento do trabalho, totalizando 668.927
casos, cerca de 9% do total de Auxílio-Doença e aposentadorias por Invalidez no

19
período, além disso demonstrou-se maior prevalência de segurados do sexo
feminino.

Nas figuras 2 e 3, demonstra-se a concessão de Auxílio-Doença e


Aposentadoria por Invalidez Relacionadas a Transtornos Mentais, e quais
transtornos mentais mais recorrentes no período. Pode-se observar que episódios
depressivos é a categoria mais frequente, com 30,67% dos casos.

Figura 2 - Concessão de Auxílio-Doença e Aposentadoria por Invalidez para o


Segurado Empregado entre 2012 e 2016 por Transtornos Mentais e
Comportamentais

Fonte: Sistema Único de Benefício (2017).

Figura 3 – Distribuição da Concessão de Auxílio-Doença ao Segurado Empregado


motivada por Transtornos Mentais e Comportamentais entre 2012 e 2016 por
Categoria da Classificação Internacional de Doenças

Fonte: Sistema Único de Benefício (2017)

20
Com a nova estruturação do mercado de trabalho, o qual visa o lucro e a
produtividade, este exerce sobre o funcionário cargas cada vez maiores como
cargas horárias insalubres, ritmo intenso de trabalho, metas a serem atingidas,
diminuição de funcionários, direitos, que através de subterfúgios, acabam sendo
negados, e juntamente com a precarização das condições do mesmo a que o
trabalhador se submete gerando uma grande carga de estresse que acaba por
desencadear uma depressão (GONÇALVES et al, 2014).

Na pesquisa realizada por Araújo et al (2014) com coleta de dados através de


prontuários, observou-se que os trabalhadores de Enfermagem possuem maior
índice de afastamentos e em menor idade comparadas a professores, por exemplo,
demonstrando que a Enfermagem é uma das profissões mais estressantes. A
vulnerabilidade de algumas pessoas: os perfeccionistas, ansiosos e com uma
consciência profissional muito alta, favorecem a aparência desse tipo de depressão.

Muitas vezes, reconhecemos um quadro de depressão muito tarde, quando já


está bem instalada. No entanto, a identificação precoce dos sintomas pode facilitar o
manejo desta patologia. De fato, na sociedade em que estamos inseridos,
reconhecer que nossa relação com nosso trabalho é psicologicamente dolorosa não
é fácil. A maioria das pessoas não entende. De acordo com a EDA (European
Depression Association), de 7.000 funcionários em sete países, 20% dos
funcionários na França sofrem de depressão no trabalho em algum momento de
suas carreiras. Na Itália, é de 12%, e na Grã-Bretanha 26% dos trabalhadores ou
trabalhadores por conta própria que afirmam ter sofrido depressão no trabalho
durante a carreira. (ARMINOT, 2017).

Hoje em dia, a versatilidade é um dos critérios decisivos para ter bons


resultados e manter seu emprego. Os gerentes e os trabalhadores estão, portanto,
em várias frentes ao mesmo tempo. Múltiplas tarefas são atribuídas a eles, e para
cada um deles, é esperado deles uma resposta satisfatória e eficiente. Mais cedo ou
mais tarde, uma pessoa sob pressão permanente acaba com rachaduras. Um
trabalho que é muito absorvente causa um desequilíbrio total na vida de um
indivíduo. As mudanças permanentes que os trabalhadores enfrentam também não
resolvem a situação. As pessoas que sofrem de depressão no trabalho sentem a

21
falta de reconhecimento por sua hierarquia das dificuldades inerentes à sua posição.
Eles têm que lidar com contradições, como satisfazer um cliente, lidar com a dor do
paciente (no caso da Saúde) ou enfrentar uma sala de aula com adolescentes e
hormônios em ebulição.

A totalidade das mudanças econômicas que o mundo atual sofre obriga os


trabalhadores a viver com um alto grau de estresse diário. Fatores agravantes são a
globalização dos mercados, o aumento da competitividade, o desenvolvimento das
tecnologias da informação, a precariedade e a insegurança no emprego. O aumento
da carga de trabalho é o principal fator de vulnerabilidade. Além disso, há falta de
autonomia na execução de tarefas, falta de estima por parte dos superiores ou do
empregador e comunicação insuficiente ou disfuncional.

2.3 DEPRESSÃO NA ENFERMAGEM

O estresse no local de trabalho vem ganhando crescente interesse desde a


década de 1950. Está em segundo lugar no impacto negativo do trabalho na saúde,
após a dor nas costas (ADEB-SAEEDI, 2012). Existe, de fato, uma deterioração das
condições de trabalho e profundas mudanças estruturais que contribuem para tornar
o ambiente profissional um espaço mais angustiante do que o suportável pelo
indivíduo.

O estresse no local de trabalho pode assumir uma variedade de aspectos,


cujo protótipo é o Burnout, que representa o último passo após a exposição
prolongada levando a uma deterioração da saúde mental do trabalhador. As
profissões relacionais são as mais preocupantes: professores, assistentes sociais e
enfermeiros (incluindo cuidadores), porque precisam lidar com as necessidades de
uma população em face de sofrimento ou raiva (KISSI et al, 2014). Destes, a equipe
de Enfermagem é a que corre o maior risco, com mais de quatro fontes de
ansiedade: as dificuldades inerentes ao cuidado, a falta de autonomia e decisão, as
responsabilidades e as mudanças nos aspectos técnicos e falta de equipamentos
adequados (ADEB-SAEEDI, 2012). Assim, não é surpreendente que a literatura
enumere inúmeros estudos relacionados à saúde mental em ambientes de
Enfermagem. No entanto, a maioria desses estudos enfocou o estresse como uma

22
entidade global, sem o uso de ferramentas de diagnóstico para avaliar seu impacto
em termos de distúrbios mentais (KISSI et al, 2014).

A Enfermagem é uma das profissões mais estressantes que existem. O


estresse no trabalho torna-se claro na forma de cansaço, comportamento severo,
ansiedade, aumento da pressão arterial, falta de autoconfiança, falta de satisfação
no trabalho, diminuição da eficiência, lentidão nas atividades, desinteresse, energia
reduzida, apatia, dificuldade de concentração, pensamentos negativos recorrentes,
perda de capacidade no planejamento e alteração da percepção. Os fatores mais
estressantes na profissão são: carga de trabalho, atendimento ao paciente,
interpessoal com colegas, conhecimento, habilidades e tarefas próprias da
Enfermagem. O estresse em Enfermeiros pode causar depressão e até suicídio,
porque lidam com o sofrimento humano, dor, alegria, tristeza e eles precisam
oferecer ajuda para aqueles que precisam de seus cuidados. Outros fatores
comumente encontrados, como condições de trabalho difíceis e falta de
reconhecimento profissional também pode ser destacado.

23
3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE ESTUDO


Quanto à abordagem, a pesquisa é do tipo Qualitativa. A abordagem
qualitativa apresenta-se como uma orientação cada vez mais difundida no âmbito da
saúde, pois possui como foco essencial, o desejo de conhecer a comunidade, seus
traços característicos e seus problemas. Além disso, pretende descrever os fatos e
os fenômenos de determinada realidade, sem que se pretenda realizar qualquer
processo de intervenção na realidade estudada (GIL, 2012).

Quanto ao procedimento técnico de coleta de dados, a pesquisa é do tipo


Bibliográfica. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos (GIL, 2002, p.
44).

A pesquisa bibliográfica seguiu o seguinte delineamento (etapas): (i) escolha


do tema; (ii) levantamento bibliográfico preliminar; (iii) formulação do problema; (iv)
elaboração do plano provisório de assunto; (v) busca das fontes; (vi) leitura do
material; (vii) fichamento; (viii) organização lógica do assunto; e (ix) redação do
texto.

3.2 PROCEDIMENTOS DE COLETA

O levantamento bibliográfico preliminar pode ser entendido como um estudo


exploratório, posto que tem a finalidade de proporcionar a familiaridade com a área
de estudo e sua delimitação. Desta forma, realizou-se uma busca no banco de
dados do Google Acadêmico de artigos completos dos últimos cinco anos com as
seguintes palavras-chave: depressão, estresse, Burnout, depressão em
Enfermagem (critério de inclusão).

Foram excluídas da pesquisa, trabalhos que não abordavam o profissional


Enfermeiro com Depressão, ou trabalhos relacionados aos cuidados de enfermagem
frente ao paciente com Depressão.

24
Para a Revisão de Literatura, foram utilizadas outras fontes de interesse para
a pesquisa bibliográfica, além de livros de leitura corrente, tais como: obras de
referência, teses e dissertações, periódicos científicos, anais de encontros científicos
e periódicos de indexação e de resumo.

De posse do material bibliográfico tido como suficiente, passamos à sua


leitura e fichamento. Depois disso, foi feito um plano de trabalho para a construção
lógica da monografia:

É comum pensar-se que, logo após o fichamento do material


compulsado, parte-se para a redação do relatório. Todavia, entre essas
duas etapas situa-se a construção lógica do trabalho, que consiste na
organização das ideias com vista em atender aos objetivos ou testar as
hipóteses formuladas no início da pesquisa. Assim, cabe nesta etapa
estruturar logicamente o trabalho para que ele possa ser entendido como
unidade dotada de sentido. Embora de certa forma essa tarefa já tenha sido
desenvolvida na elaboração do plano provisório de assunto, é bastante
provável que ao longo do desenvolvimento da pesquisa esteja tenha sido
reformulado e, nesta etapa, mais que em qualquer outra, torna-se
necessária sua reformulação para o estabelecimento do plano definitivo.
(GIL, 2002, p. 84).

3.3 ANÁLISE DOS DADOS

A análise dos dados foi feita a partir da elaboração de um quadro para facilitar
o entendimento da revisão de literatura.

25
4 RESULTADOS

Foram encontrados 300 artigos. Destes, foram excluídos 282 por não
contemplarem os critérios de inclusão do estudo, sendo compatíveis apenas 18
artigos relacionando o período de 2012 a 2017 com características interligadas a
depressão na Enfermagem, tendo como principal diferencial o método do estudo,
pois almejava dados qualitativos e quantitativos para melhor integração entre os
resultados. Após leitura dos resumos foi constatado que muitos artigos incluíam
apenas técnicos e auxiliares de Enfermagem, não contemplando o profissional
Enfermeiro, o que fez com que se tornasse incompleto para o estudo proposto, além
de estudos com foco no papel da Enfermagem no tratamento de pacientes com
Depressão.

Os artigos foram tabulados, e organizados em forma de quadro, sendo


categorizados, por ano, unidade federativa (UF), título, autores e tipo de
pesquisa. Os dados são apresentados no quadro 2.

Quadro 2 – Artigos analisados e categorizados

ANO UF AUTORES TÍTULO TIPO DE PESQUISA

2017 MG Silva Ansiedade, estresse, depressão e uso de drogas Quantitativa descritiva


entre trabalhadores de Enfermagem no ambiente transversal
hospitalar

2017 MG Bertussi Uso de drogas, ansiedade, estresse e depressão Quantitativo, exploratório,


entre os profissionais de Enfermagem da estratégia transversal
saúde da família

2017 MG Pereira et al Depressão e uso de medicamentos em profissionais Descritiva, quantitativa


de Enfermagem transversal

2016 SC Kolhs et al Sentimentos dos enfermeiros frente ao paciente Descritiva, exploratória e


oncológico qualitativa

2016 RS Wander O sofrimento psíquico relacionado ao trabalho do Quantitativa e qualitativa


enfermeiro em ambiente hospitalar

2016 PR Vieira et al Uso de psicotrópicos pelo enfermeiro: sua relação Qualitativa do tipo
com o trabalho descritivo-exploratória

2016 PR Santana et al Absenteísmo por transtornos mentais em Quantitativa,


trabalhadores de saúde em um hospital no sul do epidemiológica transversal
Brasil retrospectiva

26
2015 RJ Alves et al Prevalência de Transtornos Mentais Comuns entre Transversal Observacional
profissionais de saúde com abordagem qualitativa

2015 SP Oliveira et al Sintomas de depressão e fatores intervenientes entre Transversal


enfermeiros de serviço hospitalar de emergência

2015 RS Pai et al Violência, Burnout e transtornos psíquicos menores Transversal


no trabalho hospitalar

2015 RJ Maia, Pereira Análise de fatores depressivos no trabalho do Epidemiológico,


e Menezes enfermeiro na área de psiquiatria observacional, descritivo e
analítico, com abordagem
quantitativa

2014 BA Araújo et al Perfil de trabalhadores de Enfermagem Descritivo exploratório


acompanhados por equipe multiprofissional de saúde
mental

2014 MG Antônio et al Alterações de saúde e sintomas sugestivos de Epidemiológico, descritivo


depressão entre trabalhadores da Enfermagem do e transversal
serviço móvel de urgência

2013 SP Miniel et al Cargas de trabalho, processos de desgaste e Descritivo transversal


absenteísmo-doença em Enfermagem

2013 SP Gomes e Depressão, ansiedade e suporte social em Pesquisa investigativa


Oliveira profissionais de Enfermagem

2012 SC Batista e Aspectos emocionais de depressão, ansiedade, Quantitativo e qualitativo


Pawlowytsch desesperança e ideação suicida nos profissionais da
unidade de terapia intensiva de um hospital do interior
de Santa Catarina

2012 PE Barbosa et al Sintomas depressivos e ideação suicida em Descritivo com abordagem


enfermeiros e médicos da assistência hospitalar quantitativa

2012 RJ JESUS Estresse e Manifestações de Transtornos Mentais Estudo do exploratório do


Comuns Em Profissionais De Enfermagem De Um tipo transversal e com
Hospital Oncológico abordagem quantitativa

Fonte: A própria autora (2017).

Constatou-se que o maior número de estudos aconteceu no ano de 2016 e a


maioria com tipo de pesquisa qualitativa de corte transversal. Esse tipo de pesquisa
é importante, pois estão sendo analisados o que afeta cada trabalhador, não tendo
apenas um padrão único, embora os tipos quantitativos também tem a sua
importância para que essas queixas possam ser mensuradas, podendo contribuir
para a soma das mesmas e suas consequências para assim poder traçar uma
estratégia de como intervir diante do problema.

27
Quanto aos locais de desenvolvimento das pesquisas, 02 foram realizadas na
região Nordeste do Brasil (11,2%); 10 na região Sudeste (50%); 07 na região Sul
(38,8%). Não foram encontradas pesquisas realizadas na Região Norte, ou mesmo
aqui no estado de Roraima.

28
5 DISCUSSÃO

Durante a pesquisa ficaram evidentes alguns fatores que contribuem para o


adoecimento psíquico do profissional de Enfermagem e as consequências desse
adoecimento, que serão discutidos a seguir em subtópicos: (i) fatores contribuintes
para a depressão e (ii) consequências da depressão nesse profissional.

5.1 FATORES CONTRIBUINTES PARA A DEPRESSÃO DO PROFISSIONAL DE


ENFERMAGEM

5.1.1. A Dor do Paciente

Por estarem expostos a situações como lidar com a morte, com clientes
desequilibrados, com atividades nem sempre agradáveis e que são inerentes da
profissão é fundamentalmente difícil, causam problemas de saúde nos profissionais,
além do erro deles podem ser determinantes entre vida e morte do paciente
(PEREIRA et al, 2017; NOGUEIRA-MARTINS, 2003; SEEMANN; GARCEZ, 2012).

Jesus (2012) relata que o sofrimento psíquico é uma questão primordial, uma
vez que a profissional lida frequentemente com a dor e o sofrimento do outro. Além
disso, podem existir situações em que as condições de trabalho não lhe são
favoráveis, o que eleva o risco de agravar a saúde deste trabalhador. É
perfeitamente compreensível que o profissional de Enfermagem, por se deparar
todos os dias com as mazelas humanas, vendo rotineiramente pessoas morrerem e
doentes classificados como terminais, tenha o psicológico extremamente
comprometido (OLIVEIRA et al, 2015).

Segundo Semanns e Garcez (2012) a natureza do trabalho que é realizado, a


maneira como o trabalhador lida com a dor, o sofrimento e a morte estão
diretamente relacionados com a produção de sintomas psíquicos, que podem levar
ao desenvolvimento de um transtorno emocional que causa prejuízo em sua vida
profissional e laboral.

29
5.1.2. Ritmo de Trabalho

O profissional de Enfermagem por características próprias de sua profissão


acaba tendo um ritmo de trabalho acelerado, com necessidade de tomadas de
decisões de maneira rápida e assertiva, muitas vezes em condições precárias, com
materiais, mobiliário, iluminação, com falta de insumos e mão de obra, adequado ao
serviço podendo ocasionar um grande desequilíbrio tanto físico quanto emocional. O
que ocasiona uma grande carga de estresse que é um potencial desencadeador de
depressão (ARAUJO et al, 2003; OLIVEIRA et al, 2015, ALVES et al, 2015).

Entre trabalhadores de Enfermagem, a literatura mostra que os fatores


desencadeantes associados podem estar relacionados a fatores internos ao
ambiente e processo de trabalho, como: os setores de atuação profissional, o turno,
o relacionamento interpessoal, a sobrecarga de serviço, os problemas na escala, a
autonomia na execução de tarefas, a assistência a clientes, o desgaste, o suporte
social, a insegurança, o conflito de interesses, e as estratégias de enfrentamento
desenvolvidas; e a fatores externos ao trabalho, como: sexo, idade, carga de
trabalho doméstico, suporte e renda familiar, estado de saúde geral do trabalhador,
e as características individuais (SCHMIDT et al, 2010).

Existem muitos atributos para a equipe de Enfermagem dentro de um


hospital, tais como: higienizar o paciente, prestar cuidados básicos, tratamentos
prescritos de rotina, cuidados pré e pós cirúrgicos, admissão e alta, cuidados pós
morte, tudo sob a supervisão do enfermeiro que deve traçar estratégias para o bom
andamento do plantão, e ainda se vê encarregado de cuidados mais invasivos e em
pacientes mais críticos e preso há uma grande quantidade de papéis a serem
preenchidos no decorrer do plantão ( PEREIRA et al, 2017). O esgotamento físico,
emocional e mental ao qual o profissional é exposto durante seu horário de trabalho,
pode desencadear apatia, desânimo hipersensibilidade emotiva, raiva, irritabilidade
desesperança, inercia e despersonalização o que afeta o rendimento do profissional
e causa uma elevação no absenteísmo (RODRIGUES et al, 2014).

De acordo com Paschoal e Tamayo (2004), a sobrecarga de trabalho é um


estressor que se divide em dois níveis: qualitativo e quantitativo. A sobrecarga se
refere quanto ao número excessivo de tarefas, que o trabalhador tem que executar,

30
acima de sua disponibilidade, e também à complexidade dessas tarefas. Barbosa et
al (2012) citam a sobrecarga de trabalho como desencadeador do desenvolvimento
da exaustão, podendo levar à depressão grave, que pode ser um preditor para
Síndrome de Burnout. Os autores ressaltam também que a sobrecarga de trabalho
quando frequente, faz com que as pessoas sintam um desequilíbrio na carga entre o
trabalho e a sua vida doméstica, e muitas vezes chegam a sacrificar o tempo com a
família ou até mesmo as férias, para concluir algum trabalho.

De acordo com estudo de Gonçalves et al (2014), as mudanças na


caracterização do trabalho visando a alta produtividade e lucros não se preocupando
com as condições a que este vai ser executado e nem com as condições de quem o
executa, acarreta grandes efeitos negativos no sujeito, como uma carga acentuada
de estresse, ansiedade, depressão. Estando esses atrelados ao trabalho.

5.1.3. Ambiente de Trabalho

Na emergência a carga de estresse ainda é maior, pois está diariamente


exposto a riscos de acidente ocupacional, como lidando diretamente com o limiar da
vida do paciente, havendo ainda o desgaste por estar diretamente envolvido com os
familiares do paciente, o que nem sempre é fácil. (OLIVEIRA et al, 2015). Dentro de
uma unidade hospitalar existem setores onde o índice de depressão é maior, como a
unidade de terapia intensiva (UTI), o pronto atendimento (PA), e a emergência de
trauma, onde o profissional tem que estar sempre alerta, trabalhar com rapidez e de
maneira segura, possui um quantitativo muito alto de pacientes para serem
atendidos a todo o momento, além disso, preocupa-se com uma boa integração
entre as equipes, o que nem sempre acontece, por fim, ainda existe a precarização
da saúde, que acaba colocando o profissional e os pacientes em risco. Com tantas
tarefas e responsabilidades este profissional acaba desenvolvendo um desequilíbrio
em sua saúde mental o que pode vir a se tornar uma depressão (VARGAS; DIAS,
2011; SEMANN; GARCEZ, 2012; OLIVEIRA et al, 2015).

No atendimento Pré-hospitalar (APH) também o profissional é exposto à


grande carga física e de estresse, pois está na linha de frente em atendimentos de

31
emergência e traumática, nesta condição este trabalhador tem que lidar com riscos
durante o seu trabalho, com suporte bem restrito de materiais e profissionais, a fim
de estabilizar o paciente para que o mesmo possa ser transferido para um hospital.
Toda essa carga é imposta ao profissional, sem que haja uma retaguarda para sua
saúde física emocional, deixando-os resolver por conta própria o que é um grande
gerador de depressão (ANTONIO et al, 2014).

5.1.4 Ritmo de Trabalho

Muitas vezes por ter que complementar a renda familiar, o profissional se


submete a outros vínculos de trabalho, contribuindo para pouco tempo de lazer ou
descanso, como pode ser mostrado nas pesquisas de Bertussi (2017), Preza et al
(2016), Alves et al (2015), Pai et al (2015), Miniel et al (2013), Gomes e Oliveira
(2013) e Barbosa et al (2012).

Segundo Maia., Pereira e Menezes (2015), Batista e Pawlowytsch (2012) e


Veiga (2007), no ambiente hospitalar, o trabalho dos enfermeiros é um tipo de
trabalho desenvolvido em circunstâncias altamente estressantes que podem levar à
inúmeros problemas como: desmotivação, insatisfação profissional, absentismo,
rotatividade e tendência a abandonar a profissão. Na maioria das vezes, o número
de horas trabalhadas pode ainda ser prolongado por diversos motivos, excesso de
atividades a realizar, tempo gasto na passagem de turno (transmitindo informação),
atraso por parte dos colegas, ou ainda situações inesperadas e urgentes
relacionadas aos doentes. Verifica-se, porém, que o acréscimo de horas trabalhadas
fora do horário normal de serviço dos enfermeiros não é objeto de qualquer
compensação.

5.1.5. Condições de Trabalho

As más condições de trabalho, rotina também possuem grande influência,


pois quando se trabalha em um ambiente insalubre, manter a saúde se torna algo
muito difícil, como demonstram Araújo et al (2014), Preza et al (2016), Oliveira et al

32
(2015). A profissão de Enfermagem é exposta diariamente a situações estressantes
que contribuem para o desenvolvimento da ansiedade e depressão. Segundo
Oliveira et al (2015) estes profissionais são encarregados de desempenhar os
cuidados diretos, assistências a pacientes graves, funções burocráticas, somando a
isso uma grande parcela ainda mantém mais de um vínculo empregatício.

Na opinião dos trabalhadores de Enfermagem, constituíam-se problemas no


seu ambiente laboral principalmente a falta de organização do trabalho e a
dificuldade de comunicação e relacionamento inter e intra-equipes de Enfermagem e
médica. Os trabalhadores também demonstraram falta de conhecimentos sobre os
riscos ocupacionais presentes no ambiente de trabalho. Visando a melhoria das
condições de trabalho destes profissionais, os autores supracitados sugerem:
motivar a participação conjunta da gerência, dos trabalhadores e de especialistas
(assessores) com vistas a discutir a organização do trabalho; utilizar estratégias para
melhorar o relacionamento e a comunicação intra e inter-equipes, oferecer
treinamento e programas de reciclagem, orientar os trabalhadores quanto aos
fatores de risco do ambiente hospitalar e das atividades executadas, conscientizar e
estimular os trabalhadores ao uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI);
reorganizar a distribuição de atividades do trabalho de acordo com cada categoria
profissional, adequar ergonomicamente os espaços físicos, equipamentos e
mobiliários, de acordo com os padrões antropométricos dos trabalhadores, adequar
a temperatura, o nível de ruído e a iluminação dos postos de trabalho; incentivar a
realização de pesquisas e aplicação dos resultados das mesmas a fim de adequar a
prática profissional e a situação de trabalho, informações apresentadas nos
trabalhos de Wander (2016), Semann e Garcez (2012) e Silva e Marziale (2016).

A falta de autonomia dos profissionais também é um grande desencadeador


de sofrimento, por estar na linha de frente muitas vezes se vê obrigada a tomar
decisões rápidas em momentos críticos e a falta e autonomia torna-se muito difícil a
execução do trabalho, causando descontentamento dentro da equipe (ARAÚJO G.S.
et al, 2014, OLIVEIRA et al, 2015, MINIEL et al, 2013).

33
5.1.6 Questão de Gênero

Todos os autores constataram que a maioria dos profissionais de


Enfermagem pertencia ao sexo feminino, por estar relacionada ao ato de cuidar.
Oliveira et al (2015) diz também pelo fato de serem do sexo feminino são as que
mais sofrem violência e, segundo Pai et al (2015) é algo que traz consigo uma carga
grande de estresse, ansiedade e depressão. Por ser considerada pela sociedade
como mais frágil, submissa submetendo sem revolta às atitudes descomedidas dos
pacientes, acompanhantes e até mesmo dos próprios colegas.

Em um estudo realizado por Rombaldi et al (2010) demonstra-se que a


depressão é um transtorno que afeta mais as mulheres desde a adolescência e que
muitas vezes desencadeia o primeiro episódio ainda jovem. Durante a pesquisa foi
observada que a Enfermagem é uma profissão de mulheres jovens, porém que
estão adoecendo por transtornos emocionais e fato que já é conhecido, com grande
causa de invalidez e aposentadorias precoces. Esse adoecimento vem bem
pontuado nos estudos de Bertussi (2017), Wander (2016), Preza et al (2016),
Pereira (2017), Santana et al (2016), Oliveira et al (2015), Maia, Pereira e Menezes
(2015), Antonio et al (2013), Miniel et al (2013), Gomes e Oliveira (2013), Batista e
Pawlowytsch (2012) e Barbosa et al (2012).

5.2 CONSEQUÊNCIAS DA DEPRESSÃO PARA O PROFISSIONAL DE


ENFERMAGEM

5.2.1 Absenteísmo

A profissão está exposta a muitas situações que podem acarretar sofrimento


psíquico, estão relacionados ao seu trabalho e à sobrecarga do mesmo, causando
grande fadiga psíquica e física, podendo colocar em risco a si e ao outro. Essa é
uma das queixas mais constantes na Enfermagem e um grande motivo de
absenteísmo e doenças osteomusculares e psíquicas como vêm exposto nas
pesquisas de Oliveira et al (2015), Batista e Pawlowytsch (2012), Wander (2016),
Preza et al (2016), Miniel et al (2013) e Semann e Garcez (2012).

34
Por estar em sofrimento a Enfermagem tem autos índices de absenteísmo o
que contribui para o déficit de funcionários e sobrecarrega os que estão no plantão
(SANTANA et al, 2016, MINIEL et al, 2013, ARAÚJO et al, 2017). Este por sua vez
causa grandes prejuízos a pessoa, a família, ao labor, a empresa contratante, a
sociedade e aos cofres públicos, de acordo com o primeiro boletim quadrimestral
sobre benefícios por incapacidade de 2017. Benefícios concedidos relacionados ao
trabalho, os transtornos mentais ocupam a terceira posição, com uma média de
gasto por beneficiário de R$ 41.502,73 entre os anos de 2012 e 2016.O segurado
entra com benefício após 15 dias, antes disso fica por conta da empresa, que além
de arcar com as despesas do empregado que soma o gasto dos dias perdidos, mais
as férias proporcionais, mais um funcionário extra para poder cobrir essa falta.
Diante disso Razzouk (2016) observou que a depressão e a ansiedade são as
responsáveis por um decréscimo anual de produtividade de mais de um trilhão de
dólares. Constatou também que pouca parte da renda destinada a saúde é voltada
para saúde mental o que significa que poucas serão as pessoas tratadas o que
contribuirá para maior tempo de afastamento e maior quantidade de aposentadorias
precoces.

Os profissionais casados são mais vulneráveis, pois a profissão causa atrito


no relacionamento, o trabalho em turnos contribui para esse atrito e também o turno
da noite acaba sendo mais suscetível por desregular o relógio biológico causando
distúrbios do sono e consequentemente maior irritabilidade, diminuição do nível de
atenção, esgotamento prolongado. Esses fatores contribuem para o adoecimento,
para o absenteísmo e para o abandono da profissão (PEREIRA et al, 2017).

Uma das consequências da Depressão mais impactantes para os serviços de


saúde é o absenteísmo, ou ausências não previstas, que são expressões utilizadas
para designar “a soma dos períodos em que os funcionários se encontram ausentes
do trabalho, seja por falta [...] ou devido a algum motivo interveniente”
(CHIAVENATO, 2009, p. 149 apud COELHO et al, 2013).

O desgaste emocional ocupacional tem sido uma preocupação do setor de


saúde levando seus profissionais às ausências no trabalho. O absenteísmo entre os
profissionais de saúde apresenta altos índices em todo Brasil e configura-se como
um fator de risco organizacional (MINIEL et al, 2013). Durante a jornada de trabalho,
35
os profissionais de Enfermagem são acometidos por fatores, tais como acidentes de
trabalho, doenças profissionais e ocupacionais, más condições de trabalho,
desvalorização profissional, entre outros, que levam os trabalhadores a afastarem-se
das suas atividades. Com isso, o absenteísmo que atinge os profissionais da
Enfermagem preocupa os gestores das unidades de saúde, refletindo na qualidade
da assistência prestada aos pacientes, causando também desmotivação na equipe e
gerando sobrecarga de trabalho aos demais colegas (PEREIRA et al, 2011; ALVES,
GODOY, SANTANA, 2006).

Segundo Pereira et al (2017) no Brasil, os estudos acerca dos valores


ocasionados pelo absenteísmo têm sido discutidos em programas de mestrados e
doutorados. Assim, vários são os obstáculos encontrados para estudar e quantificar
o ônus econômico acarretado pelas ausências ao trabalho.”

Diante do exposto, e por saber que a dinâmica do trabalho de Enfermagem


envolve tanto intervenções com o corpo e mente dos pacientes, como também,
estão expostos às mais variáveis formas de estímulos físicos e mentais no ambiente
de trabalho, sabe-se que estes profissionais estão mais susceptíveis a desenvolver
sentimentos de impotência profissional, ansiedade, depressão e medo,
comprometendo a qualidade de assistência prestada e, interferindo diretamente na
saúde mental desses profissionais, que por vezes necessitam receber apoio e
acompanhamento de uma equipe multiprofissional, que possa auxiliar esse
trabalhador na identificação de seu sofrimento e consequentemente desenvolver
programas de prevenção e manutenção da saúde mental do profissional de
Enfermagem ( MININEL et al, 2013).

5.2.2. Comorbidades

Sabendo que o corpo sofre reações químicas diante da carga de estresse


onde ele é composto por três fases: reação, resistência e exaustão (AZEVEDO et al,
2014), após o indivíduo ultrapassá-las, começam a surgir sintomas físicos como é o
caso de hipertensão, úlceras, lesões cardíacas, diabetes. Durante o estudo de
Bertussi (2017), Kolhs et al (2016), Preza et al (2016), Santana et al (2016), Miniel et

36
al (2013), Semann e Garcez (2012) grande parte dos trabalhadores de Enfermagem
queixam-se de estresse afetando seu cotidiano no trabalho e fora dele. Também
relacionam esse alto nível de estresse à ansiedade e depressão, já sendo
manifestados por queixas sintomáticas como: taquicardia, dores pelo corpo,
problemas gástricos, cefaleia, insatisfação com o trabalho, cansaço, dificuldade de
memória, ganho ou perda de peso, irritabilidade, problemas na qualidade do sono,
podendo se manifestar por hipersonia ou insônia, visto que várias destas
manifestações são comuns às duas patologias.

5.2.3. Uso de Drogas

Quanto ao uso de tabaco e álcool na pesquisa realizada por Maia, Pereira e


Menezes (2015) foi observado que 90% da população estudada eram fumantes
ativos, 10% nunca fumaram, 10% consomem bebida alcoólica diariamente e 90%
ocasionalmente. Já no estudo de Bertussi (2017) apenas 2,7% eram fumantes e que
44,6% consumia álcool em binge (consumo de mais de 5 doses em uma ocasião).
No estudo realizado por Silva (2017) o consumo de tabaco era de 5.3% e álcool
6,7% e em binge 36,1%. Embora o consumo de tabaco tenha diminuído, ainda
assim, observa-se que mesmo a população da saúde sabendo dos malefícios do
álcool e do tabaco ainda os usa como subterfugio para aliviar a carga emocional, na
esperança de alcançar um momento de prazer. Estudos demonstram que o
consumo do cigarro e álcool muitas vezes tem início na graduação, podendo ser a
partir deste momento que começam os hábitos que se mantem após a mesma.

37
6 CONCLUSÃO

O estudo atingiu seu objetivo podendo através das pesquisas correlacionar as


principais causas, que são as mais queixosas pelos trabalhadores da Enfermagem:
pressão no trabalho, falta de condições para o mesmo, déficit de funcionários, falta
de reconhecimento, desvalorização da profissão, sobrecarga, problemas de
relacionamentos no trabalho, baixos salários, mais de um vínculo empregatício.

O que faz desencadear uma série de doenças físicas e psicológicas,


causando um abalo no atendimento, maior risca de acidentes, problemas de
relacionamento com a família, problemas com álcool e tabaco o que prejudica ainda
mais a saúde do profissional, fica nítido que os assuntos relacionados à saúde do
trabalhador de Enfermagem não podem ser considerados de forma isolada.

Segundo os dados levantados ficou evidenciado que os trabalhadores de


Enfermagem estão sempre sujeitos a variados riscos ocupacionais. Faz-se
necessário exaltar no processo educativo e, em questões preventivas e influência do
espaço laboral, por meio de capacitação, cursos e palestras com o intuito precípuo
de diminuir a exposição aos riscos e prevenir ao aparecimento das doenças
causados pelo seu tipo de trabalho ligado a Enfermagem.

Podemos destacar, ainda, a relevância do Serviço de Saúde do Trabalhador


que tem a finalidade de fazer o acompanhamento das condições de saúde e do
ambiente laboral, sendo implementadas medidas de com o intuito de promover e
fazer a questão preventiva em relação a saúde dos trabalhadores.

É conclusivo saber que os profissionais de Enfermagem têm diversos


problemas laborais, o maior deles é a depressão, pelo ambiente difícil pelos
estresses excessivos, dos familiares dos enfermos e estrutura insuficiente para o
desempenho de suas funções e tantos outros problemas de seu ambiente de
trabalho.

É importante salientar que a política de gestão do trabalho ainda é


insuficiente, para que haja efetividade no combate para que tenha resultados na
política de saúde do trabalhador de saúde.

38
Não existe dúvida acerca do ambiente hospitalar há diversos fatores que
podem afetar a saúde dos trabalhadores, principalmente nos cenários nos quais o
trabalho em saúde ocorre, como se dá em centros de saúde, instituições de ensino e
ambiente domiciliar.

O que se espera que se comece a vislumbrar a questão de saúde brasileira


dos profissionais de saúde, sendo consciente dos riscos aos quais são sujeitos, e
que surjam novas formas de melhorar a qualidade de trabalho e de vida dos
trabalhadores da Enfermagem. Atualmente, o que está sendo feito para esses
profissionais de Enfermagem, ainda não está com a efetividade ideal, devidos aos
casos de depressão que só aumentam ao longo dos aos, segundo as estatísticas do
setor.

Durante a pesquisa ficou nítido que pouco se preocupa com a saúde mental
do trabalhador de saúde, pois o quantitativo de material encontrado foi muito
pequeno diante do quantitativo de artigos relacionados a depressão e cuidados de
Enfermagem para com os deprimidos, poucos artigos de pesquisa, nenhum de
Roraima.

O estresse é parte integrante da profissão de Enfermagem, tornando-se em


risco de transtornos mentais, especialmente de depressão e transtornos de
ansiedade. No entanto, a literatura permanece escassa quanto ao diagnóstico
preciso desses distúrbios, particularmente a ansiedade. Apesar da limitação, os
resultados deste estudo nos permitiram confirmar a alta frequência de transtornos de
depressão e ansiedade entre enfermeiros e, especialmente, determinar os fatores de
risco. As soluções adotadas para lidar com elas seriam ineficazes se não fossem
integradas em uma estratégia comum abrangendo todos os fatores envolvidos. As
autoridades de saúde devem regularmente recrutar enfermeiros para lidar com a
crescente falta de pessoal e educação continuada. As administrações hospitalares
devem avaliar a distribuição de pessoal, horários e organização das tarefas. A
medicina ocupacional desempenha um papel fundamental na detecção de
problemas de saúde relacionados a qualquer sofrimento no trabalho.

Sugere-se para pesquisas futuras, a análise da incidência de profissionais de


Enfermagem com depressão no estado de Roraima, para conhecer a nossa
realidade, e assim podermos interferir na causa antes que se torne patológica.

39
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44
ANEXOS

ANEXO A – DECLARAÇÃO DE APROVAÇÃO DA MONOGRAFIA

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