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BOA VISTA, RR
2017
SONIA MARIA DE MELLO TAVARES AGUIAR
BOA VISTA, RR
2017
FOLHA DE APROVAÇÃO
________________________________________
Profª. Ma. Tarcia Millene de Almeida Costa Barreto
Curso de Enfermagem da UFRR
Orientadora
________________________________________
Profa Andrea dos Santos Cardoso
Curso de Enfermagem da UFRR
Membro Interno
___________________________________________
Enfa Cândida Lisiê Fernandes Cosme
Curso de Enfermagem da UFRR
Membro Externo
RESUMO
Introduction: Depression has reached alarming levels to the point that it is already a
public health problem, several factors are the trigger for depression, some elements
that may lead to its evolution may be of physiological, genetic and social origin.
Objective: To identify which factors contribute to the development of depression in
nursing professionals and what are their repercussions. Methodology: This is a
Bibliographic type research. Results: The main results were several published
studies, which show psychological risks, which denote labor problems to which these
workers are exposed. According to the analysis of the results, it became evident that
Nursing workers and professionals are subject to the most diverse occupational
impulses even in primary attention. Such a profession is surrounded by stressors that
eventually lead to a depression, which when undiagnosed and cared for can lead to
suicide. The factors related to work have great influences as triggers of depression,
such as working conditions, overload, shift work with stopovers on weekends and
holidays, the devaluation of the profession by colleagues and patients, are often
exposed to violence and can generate stress, anxiety and depression. Conclusion:
The major human and financial issues, the consequences of stress at work, require
the use of large-scale measures that should be integrated into a common strategy
covering all the incriminated factors, involving both the administrative authorities of
health and labor medicine.
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6
3 METODOLOGIA ................................................................................................... 28
4 RESULTADOS ..................................................................................................... 30
5 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 33
6 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 38
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 40
ANEXOS .................................................................................................................. 45
ANEXO A ............................................................................................................... 45
1 INTRODUÇÃO
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A depressão é uma patologia crônica, recorrente, sem cura definitiva até o
momento, porém, com tratamento, o indivíduo alcança um maior número de dias
saudáveis podendo atingir em menor grau seu trabalho e sua vida social. A
depressão tem como característica o humor triste, vazio ou irritável, acompanhados
de alterações somáticas e cognitivas afetando assim o funcionamento do indivíduo
(ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA, 2014). Destaca-se por sua alta
predominância e alta morbidade, sendo uma das principais causas de carga global
das doenças, assim como a maior causa de absenteísmo no ambiente de trabalho,
no Brasil, é tida como a terceira no ranking de transtornos emocionais (RAZZOUK,
2016).
Uma profissão que lida com vários riscos na sua execução, entre eles físicos,
ergonômicos, químicos e emocionais que acarretam grande nível de estresse, além
de trabalhos em turnos, precarização do trabalho, depreciação do profissional,
diminuição da autonomia, longo tempo com tarefas burocráticas, podendo gerar um
sentimento de insuficiência da qualidade do serviço prestado e insatisfação
(ARAÚJO et al, 2014). Por esses motivos, muitas vezes esse profissional acaba
7
desestruturando a família, podendo causar problemas psicossomáticos e transtornos
emocionais contribuindo para sua maior insegurança no trabalho.
1.1 OBJETIVOS
1.2 PROBLEMA
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1.3 HIPÓTESE
1.4 JUSTIFICATIVA
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2 REFERENCIAL TEMÁTICO
Resistência: o corpo mantém-se ativado, ainda que num grau menos intenso, de
forma a manter seus recursos disponíveis para o embate;
Exaustão: exigido a manter-se ativado por um período mais longo do que aquele
que consegue suportar, tornando-se frágil com déficit cognitivo e baixa imunidade.
O estresse pode ser positivo quando nos motiva, mas passa a ser algo
negativo quando pode nos pôr para baixo. Muitos fatores podem contribuir para o
estresse que experimentamos e pode, inclusive, causar alterações no corpo que
afetam a saúde física, mental e emocional do indivíduo. A depressão é mais grave e
duradoura do que o estresse, e exige um tipo diferente de ajuda. Em uma pesquisa
de 2010 da American College Health Association, 28% dos estudantes da faculdade
relataram sentir-se tão deprimidos em algum momento que tiveram problemas para
funcionar e 8% procuraram tratamento para a depressão (MENTAL HEALTH
AMERICA, 2017). A boa notícia é que a depressão é uma condição altamente
tratável. No entanto, não é algo que a pessoa sozinha, por conta própria, possa
resolver. É importante obter ajuda de um profissional adequado.
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Após o estudo, muitos dos ratos apresentaram os mesmos sintomas de
depressão que os humanos: incapacidade de sentir alegria, padrões de sono mais
pobres, limite inferior da dor, capacidade de aprendizagem mais fraca e memória de
trabalho reduzida. Logo, os pesquisadores concluíram que o estresse pode
desencadear uma condição de depressão em ratos. Em seguida, os pesquisadores
estudaram o tecido cerebral dos ratos para encontrar vestígios de mudanças físicas
no cérebro causadas pelo estresse. Comparando os cérebros de ratos estressados
e ratos saudáveis, os pesquisadores descobriram que os ratos estressados
produziam menos células cerebrais novas – 20% menos do que os ratos saudáveis
–, isso explica por que a depressão é tão generalizada em nossa sociedade
moderna e estressada (HILDEBRANDT, 2012).
ESTRESSE DEPRESSÃO
Problemas para dormir Isolando-se do convívio com outras pessoas
Sentindo-se sobrecarregado Sentir-se triste e sem esperança
Problemas com a memória Falta de energia, entusiasmo e motivação
Problemas de concentração Problemas para tomar decisões
Mudança nos hábitos alimentares Sendo inquieto, agitado e irritado
Sentindo-se nervoso ou ansioso Comer/Dormir mais ou menos do que o habitual
Sentindo-se bravo, irritado ou facilmente Problema de concentração e com a memória
frustrado
Sentindo que você não pode superar Sentindo-se mal por você mesmo ou se sentir
dificuldades em sua vida culpado
Problemas no trabalho ou na vida pessoal Sentindo que você não pode superar
dificuldades em sua vida
Não apresenta Pensamentos de suicídio Pensamentos de suicídio
14
Entretanto, apesar da depressão sempre ter sido associado ao estresse,
outros estudos apontam que a depressão pode estar relacionada à fatores
biológicos. Um desses estudos, do professor Bo Li aposta que a depressão também
pode estar ligada à composição genética do indivíduo. Isso explicaria, por exemplo,
por que pessoas reagem de maneira diferente a um mesmo gatilho estressor.
15
notáveis: ratos uma vez fortes e resilientes tornaram-se indefesos, mostrando todos
os sinais clássicos de depressão. (WALTON, 2014).
16
quanto as tarefas que o indivíduo precisa fazer, seu ambiente de trabalho e
relacionamentos com colegas. Gerenciar o estresse no local de trabalho é
importante para a saúde geral. Algumas pressões no trabalho podem ser
motivadoras, mas quando elas se tornam excessivas, isso pode levar ao estresse
relacionado ao trabalho. Outras causas do estresse relacionado ao trabalho incluem
(FIT FOR WORK, 2017): incertezas no trabalho, problemas de relacionamento de
trabalho, gestão de mudanças, apoio insuficiente, exige muito ou muito pouco e falta
de controle.
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período, além disso demonstrou-se maior prevalência de segurados do sexo
feminino.
20
Com a nova estruturação do mercado de trabalho, o qual visa o lucro e a
produtividade, este exerce sobre o funcionário cargas cada vez maiores como
cargas horárias insalubres, ritmo intenso de trabalho, metas a serem atingidas,
diminuição de funcionários, direitos, que através de subterfúgios, acabam sendo
negados, e juntamente com a precarização das condições do mesmo a que o
trabalhador se submete gerando uma grande carga de estresse que acaba por
desencadear uma depressão (GONÇALVES et al, 2014).
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falta de reconhecimento por sua hierarquia das dificuldades inerentes à sua posição.
Eles têm que lidar com contradições, como satisfazer um cliente, lidar com a dor do
paciente (no caso da Saúde) ou enfrentar uma sala de aula com adolescentes e
hormônios em ebulição.
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entidade global, sem o uso de ferramentas de diagnóstico para avaliar seu impacto
em termos de distúrbios mentais (KISSI et al, 2014).
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3 METODOLOGIA
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Para a Revisão de Literatura, foram utilizadas outras fontes de interesse para
a pesquisa bibliográfica, além de livros de leitura corrente, tais como: obras de
referência, teses e dissertações, periódicos científicos, anais de encontros científicos
e periódicos de indexação e de resumo.
A análise dos dados foi feita a partir da elaboração de um quadro para facilitar
o entendimento da revisão de literatura.
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4 RESULTADOS
Foram encontrados 300 artigos. Destes, foram excluídos 282 por não
contemplarem os critérios de inclusão do estudo, sendo compatíveis apenas 18
artigos relacionando o período de 2012 a 2017 com características interligadas a
depressão na Enfermagem, tendo como principal diferencial o método do estudo,
pois almejava dados qualitativos e quantitativos para melhor integração entre os
resultados. Após leitura dos resumos foi constatado que muitos artigos incluíam
apenas técnicos e auxiliares de Enfermagem, não contemplando o profissional
Enfermeiro, o que fez com que se tornasse incompleto para o estudo proposto, além
de estudos com foco no papel da Enfermagem no tratamento de pacientes com
Depressão.
2016 PR Vieira et al Uso de psicotrópicos pelo enfermeiro: sua relação Qualitativa do tipo
com o trabalho descritivo-exploratória
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2015 RJ Alves et al Prevalência de Transtornos Mentais Comuns entre Transversal Observacional
profissionais de saúde com abordagem qualitativa
27
Quanto aos locais de desenvolvimento das pesquisas, 02 foram realizadas na
região Nordeste do Brasil (11,2%); 10 na região Sudeste (50%); 07 na região Sul
(38,8%). Não foram encontradas pesquisas realizadas na Região Norte, ou mesmo
aqui no estado de Roraima.
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5 DISCUSSÃO
Por estarem expostos a situações como lidar com a morte, com clientes
desequilibrados, com atividades nem sempre agradáveis e que são inerentes da
profissão é fundamentalmente difícil, causam problemas de saúde nos profissionais,
além do erro deles podem ser determinantes entre vida e morte do paciente
(PEREIRA et al, 2017; NOGUEIRA-MARTINS, 2003; SEEMANN; GARCEZ, 2012).
Jesus (2012) relata que o sofrimento psíquico é uma questão primordial, uma
vez que a profissional lida frequentemente com a dor e o sofrimento do outro. Além
disso, podem existir situações em que as condições de trabalho não lhe são
favoráveis, o que eleva o risco de agravar a saúde deste trabalhador. É
perfeitamente compreensível que o profissional de Enfermagem, por se deparar
todos os dias com as mazelas humanas, vendo rotineiramente pessoas morrerem e
doentes classificados como terminais, tenha o psicológico extremamente
comprometido (OLIVEIRA et al, 2015).
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5.1.2. Ritmo de Trabalho
30
acima de sua disponibilidade, e também à complexidade dessas tarefas. Barbosa et
al (2012) citam a sobrecarga de trabalho como desencadeador do desenvolvimento
da exaustão, podendo levar à depressão grave, que pode ser um preditor para
Síndrome de Burnout. Os autores ressaltam também que a sobrecarga de trabalho
quando frequente, faz com que as pessoas sintam um desequilíbrio na carga entre o
trabalho e a sua vida doméstica, e muitas vezes chegam a sacrificar o tempo com a
família ou até mesmo as férias, para concluir algum trabalho.
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emergência e traumática, nesta condição este trabalhador tem que lidar com riscos
durante o seu trabalho, com suporte bem restrito de materiais e profissionais, a fim
de estabilizar o paciente para que o mesmo possa ser transferido para um hospital.
Toda essa carga é imposta ao profissional, sem que haja uma retaguarda para sua
saúde física emocional, deixando-os resolver por conta própria o que é um grande
gerador de depressão (ANTONIO et al, 2014).
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(2015). A profissão de Enfermagem é exposta diariamente a situações estressantes
que contribuem para o desenvolvimento da ansiedade e depressão. Segundo
Oliveira et al (2015) estes profissionais são encarregados de desempenhar os
cuidados diretos, assistências a pacientes graves, funções burocráticas, somando a
isso uma grande parcela ainda mantém mais de um vínculo empregatício.
33
5.1.6 Questão de Gênero
5.2.1 Absenteísmo
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Por estar em sofrimento a Enfermagem tem autos índices de absenteísmo o
que contribui para o déficit de funcionários e sobrecarrega os que estão no plantão
(SANTANA et al, 2016, MINIEL et al, 2013, ARAÚJO et al, 2017). Este por sua vez
causa grandes prejuízos a pessoa, a família, ao labor, a empresa contratante, a
sociedade e aos cofres públicos, de acordo com o primeiro boletim quadrimestral
sobre benefícios por incapacidade de 2017. Benefícios concedidos relacionados ao
trabalho, os transtornos mentais ocupam a terceira posição, com uma média de
gasto por beneficiário de R$ 41.502,73 entre os anos de 2012 e 2016.O segurado
entra com benefício após 15 dias, antes disso fica por conta da empresa, que além
de arcar com as despesas do empregado que soma o gasto dos dias perdidos, mais
as férias proporcionais, mais um funcionário extra para poder cobrir essa falta.
Diante disso Razzouk (2016) observou que a depressão e a ansiedade são as
responsáveis por um decréscimo anual de produtividade de mais de um trilhão de
dólares. Constatou também que pouca parte da renda destinada a saúde é voltada
para saúde mental o que significa que poucas serão as pessoas tratadas o que
contribuirá para maior tempo de afastamento e maior quantidade de aposentadorias
precoces.
5.2.2. Comorbidades
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al (2013), Semann e Garcez (2012) grande parte dos trabalhadores de Enfermagem
queixam-se de estresse afetando seu cotidiano no trabalho e fora dele. Também
relacionam esse alto nível de estresse à ansiedade e depressão, já sendo
manifestados por queixas sintomáticas como: taquicardia, dores pelo corpo,
problemas gástricos, cefaleia, insatisfação com o trabalho, cansaço, dificuldade de
memória, ganho ou perda de peso, irritabilidade, problemas na qualidade do sono,
podendo se manifestar por hipersonia ou insônia, visto que várias destas
manifestações são comuns às duas patologias.
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6 CONCLUSÃO
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Não existe dúvida acerca do ambiente hospitalar há diversos fatores que
podem afetar a saúde dos trabalhadores, principalmente nos cenários nos quais o
trabalho em saúde ocorre, como se dá em centros de saúde, instituições de ensino e
ambiente domiciliar.
Durante a pesquisa ficou nítido que pouco se preocupa com a saúde mental
do trabalhador de saúde, pois o quantitativo de material encontrado foi muito
pequeno diante do quantitativo de artigos relacionados a depressão e cuidados de
Enfermagem para com os deprimidos, poucos artigos de pesquisa, nenhum de
Roraima.
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REFERÊNCIAS
40
FIT FOR WORK. Mental Health Problems. 2017. Disponível em:
<https://fitforwork.org/employee/taking-a-leave-of-absence/causes-of-
absence/mental-health-problems/>. Acesso em: 21 Nov. 2017.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2012.
HILDEBRANDT, S. How stress can cause depression. Science Nordic, fev. 2012.
Disponível em: <http://sciencenordic.com/how-stress-can-cause-depression>.
Acesso em: 21 nov. 2017.
KISSI, Y. el et al. Prévalence des troubles anxieux et dépressifs chez les infirmiers
du CHU Farhat Hached : évaluation par la version tunisienne du CIDI. La tunisie
Medicale, v. 92, n.1, p. 18-23. 2014. Disponível em:
<http://www.latunisiemedicale.com/article-medicale-tunisie_2351_fr>. Acesso em: 21
Nov. 2017.
41
MINIEL, V.A. et al; Cargas de trabalho, processos de desgaste e absenteísmo-
doença em Enfermagem. Rev. Lat-Am. Enfermagem, São Paulo, v.21, n. 6, p.
1290-7. 2013. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/rlae/v21n6/pt_0104-1169-rlae-21-
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42
ROMBALDI A.J. Prevalência e fatores associados a sintomas depressivos em
adultos do sul do Brasil: estudo transversal de base populacional. Disponível
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VIEIRA, G.C.G. et al. Uso de psicotrópicos pelo enfermeiro: sua relação com o
trabalho. 2016. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.17058/cinergis.v17i3.8118
Cinergis, 2016 - online.unisc.br>. Acesso 16 ago 2017.
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ANEXOS
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