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capítulos 2 e 3 de Apocalipse revelam o conteúdo de cartas que o próprio Jesus ditou ao apóstolo João

para serem enviadas às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. No
estudo anterior, vimos que essas sete igrejas representam os períodos pelos quais a Igreja de Deus
passou. Nas cartas, encontramos o retrato da relação de Cristo com as diferentes fases da Igreja ao
longo da era Cristã.

Por meio das cartas, Jesus faz elogios, censuras, exortações, advertências e promessas ao Seu povo,
desde Sua crucificação até os dias de hoje. As sete igrejas estavam localizadas na Ásia e a primeira delas,
Éfeso, foi fundada pelos próprios apóstolos.

Você vai notar que ao terminar o conteúdo das cartas, Jesus diz: "Quem tem ouvidos, ouça o que o
Espírito diz às igrejas." Essas palavras confirmam que as mensagens expressas por Cristo são para todos
os Seus seguidores. São mensagens de Jesus para você e para mim.

I - A igreja de Éfeso

Éfeso era uma importante cidade na província romana da Ásia. O que fazia da cidade uma atração
mundial era o famoso templo de Diana, a denominada “deusa da fertilidade” dos efésios. A maioria das
pessoas que viviam na cidade adorava deuses pagãos. Paulo fundou uma igreja cristã em Éfeso e João
viveu ali algum tempo. A carta de Cristo dirigida à igreja de Éfeso representa a mensagem que Ele tinha
para o primeiro período da igreja cristã.

O período relacionado à igreja de Éfeso vai do ano 31 d.C. ao ano 100 d.C. A palavra Éfeso significa
“desejável”. Essa palavra descreve o caráter e as condições espirituais da igreja cristã em sua primeira
etapa. Por muitas razões era a igreja apostólica “desejável” aos olhos de Deus:

1. Foi fundada diretamente por Cristo.

2. Era totalmente fiel aos princípios fundamentais de doutrina de Cristo.

3. Possuía o poder sem limites do Espírito Santo.

4. Deu o mais poderoso testemunho em favor de Jesus.


5. Suas obras missionárias foram inigualáveis. Trinta anos foi o tempo em que os apóstolos pregaram o
evangelho de Jesus por várias partes do mundo.

Apocalipse 2:1: “Ao anjo da igreja de Éfeso escreve: Isto diz aquele que tem na mão direita as sete
estrelas, que anda no meio dos sete candeeiros de ouro:”

Anjos = mensageiros

Sete estrelas = anjos (mensageiros ou emissários) das sete igrejas

Sete candeeiros = sete igrejas

Jesus faz menção sobre Ele mesmo como sendo o autor das mensagens que Seu apóstolo João escreveu.

Apocalipse 2:2: “Conheço as tuas obras e o teu trabalho e a tua perseverança, e que não podes suportar
os maus, e que puseste à prova os que se dizem apóstolos e não o são e os achastes mentirosos.”

“Eu sei as tuas obras.” Elogio de Jesus aos Seus seguidores; é um incentivo para se apegarem às boas
obras e renunciarem as más. Nada passa despercebido por Ele. Ainda na vida dos apóstolos, começaram
a se manifestar os “maus”, dentro da igreja. Ananias e sua esposa Safira foram os primeiros que, de
alguma maneira, queriam mudar os ensinos de Jesus; mas houve muitos deles. Porém, Jesus aprova a
perseverança dos que criam em Seu nome em manter as leis e ensinos puros e retos.

Apocalipse 2:3: “Tens perseverança e por causa do Meu nome sofreste e não desfaleceste.”

A igreja apostólica foi muito perseguida pelos judeus e pelos romanos. Nero incendiou Roma em 19 de
julho de 64. Os historiadores falam com indignação da crueldade de Nero para com os cristãos
incessantemente perseguidos. A perseguição implacável durou quatro anos, até a morte de Nero.

Embora perseguidos, os cristãos eram pacientes e conformados, pois sabiam em Quem criam. Outro
elogio de Jesus diz respeito ao trabalho missionário de Sua igreja. O trabalho missionário do período de
Éfeso foi o mais grandioso de toda a história da Igreja. Os apóstolos percorreram os quatro cantos do
mundo para pregar o evangelho.

Apocalipse 2:4: “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor.”

Jesus, em seu amor, repreende Seu povo sempre que necessário. A gloriosa igreja que em apenas 30
anos evangelizou o mundo é, por fim, acusada da perda do primeiro amor. Não é o caso que a igreja não
amasse mais a Deus, a Jesus e Sua verdade. Mas já não era aquele primeiro amor.

A discussão de assuntos sobre doutrinas sem importância ocupou o tempo que devia ser usado para
pregar o evangelho. Foi nessa hora crítica da Igreja que João foi isolado na ilha de Patmos. Quase todos
os outros apóstolos já estavam mortos.

E até os nossos dias o cristianismo sente falta do primeiro amor, do primeiro entusiasmo. A história
ainda se repete. Quantos cristãos aceitam o evangelho com fervor e entusiasmo, para depois, com o
correr do tempo, esfriarem e se deixarem levar pelo desânimo. Jesus nos chama de volta, nos chama
para a beleza do primeiro amor.

Apocalipse 2:5: “Lembra-te de onde caíste! Arrepende-te e pratica as primeiras obras. Se não te
arrependeres, brevemente virei a ti e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres.”

Uma admoestação e uma advertência – Deus não estava alheio à gravidade do perigo. Deus apela para
que todo cristão faça três coisas:

1. Lembrar-se do momento ou circunstância que o fez se separar das verdades bíblicas.

2. Arrepender-se.

3. E praticar as primeiras obras de fé e fervor.

Se a Igreja não voltasse às primeiras obras, o candeeiro seria retirado. Isso significava que Jesus privaria
a Igreja da luz e das bênçãos do evangelho, para confiá-las a outras mãos.
Como cristãos, devemos verificar se estamos ou não sob a influência do “primeiro amor”. A indiferença
é a pior coisa na vida espiritual. A proposta de Jesus é a transformação da vida.

Apocalipse 2:6: “Tens, porém, a teu favor, que odeias as obras dos nicolaítas, as quais Eu também
odeio.”

Os nicolaitas faziam parte de uma seita fundada por Nicolau, da Antioquia. Se diziam cristãos, mas
consideravam normal o adultério e outras práticas odiadas por Deus. Eles achavam que a fé em Jesus os
liberava da obediência aos Dez Mandamentos.

Cristo sempre se preocupava em não apenas apontar os erros, mas em oferecer a cura.

Apocalipse 2:7: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, dar-lhe–ei a
comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus.”

“Quem tem ouvidos” – a advertência é para todos! Mas vencer o quê? O que há para ser vencido? O
pecado. A promessa ao vencedor é bem clara: participação “da árvore da vida que está no paraíso de
Deus”. Duas pessoas apenas da família humana – Adão e Eva – provaram da árvore da vida, quando
ainda em estado de inocência e pureza. O impedimento do acesso à árvore da vida foi uma das maiores
perdas do homem. Mas Jesus assegura devolver essa bênção ao vencedor.

II - A igreja de Esmirna

Esmirna é uma das cidades mais antigas do mundo. Atualmente é chamada Izmir, e é a terceira maior
cidade da Turquia. Fica ao norte de Éfeso, numa linha da baía do Mar Egeu, Grécia. O Período
relacionado à igreja de Esmira vai do ano 100 d.C ao ano 313 d.C.

A palavra esmirna significa “mirra”, “perfume” ou “cheiro suave”. Compreendemos que a igreja, no
segundo período de sua história, seria esmagada por perseguições de seus adversários; porém, na
opressão, liberaria o suave perfume da fidelidade e do amor a Jesus.
Apocalipse 2:8: “Ao anjo da igreja de Esmirna escreve: Isto diz o primeiro e o último, o que foi morto e
reviveu.”

Jesus faz menção sobre Ele mesmo como sendo o autor das mensagens que Seu apóstolo João escreveu.

Apocalipse 2:9: “Conheço a tua tribulação e a tua pobreza, mas tu és rico, e a blasfêmia dos que se
dizem judeus e não o são, mas são sinagoga de Satanás.”

“Eu sei as tuas obras”, é a frase de Cristo em cada uma das sete cartas, antes de referir-Se à condição da
igreja em cada período. Por si só, essa frase constitui uma denúncia ou um elogio às obras de cada
cristão. É muito importante que cada cristão medite nessa frase dirigida à Igreja e analise sua condição
espiritual.

A pobreza que enriquece – Jesus diz à igreja que sabia de sua pobreza material, mas que ela era rica,
pois tinha muita fé.

Falsos judeus – A acusação de Cristo de que na igreja de Esmirna havia falsos judeus, equivale a dizer
que havia nela falsos cristãos. Afirmou Jesus que esses pertenciam à “sinagoga de Satanás”.

Apocalipse 2:10: “Não temas as coisas que estás para sofrer. Escutai: o diabo lançará alguns de vós na
prisão, para que sejais provados, e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, a dar-te-ei a
coroa da vida.”

Sabemos que nas profecias das Sagradas Escrituras um dia equivale a um ano. Em vez de dias literais,
temos aqui dez anos proféticos de perseguição contra a igreja do período de Esmirna. Essa perseguição
sem trégua durou dez anos (de 303 a 313), durante o governo do imperador Diocleciano. Foi a maior
perseguição que a igreja cristã recebeu durante o domínio da Roma pagã, o Imperador não queria
apenas matar todos os cristãos, mas acabar com o Cristianismo na face da Terra.
Apocalipse 2:11: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. O que vencer, de modo algum
sofrerá o dano da segunda morte.”

Pela primeira vez no Apocalipse é feita menção à segunda morte. Só o cristão vencedor não passará pela
experiência da segunda morte. Mas o que é a segunda morte? De acordo com uma citação de autor
desconhecido, “é o resultado da persistência do homem em pecar voluntariamente”. Todos os ímpios
serão ressuscitados para a segunda morte ou condenação. Entretanto, aos fiéis, Jesus garantiu a vitória
sobre a segunda morte.

No próximo estudo conheceremos a mensagem às igrejas de Pérgamo e Tiatira.

(Texto da jornalista Graciela Érika Rodrigues, inspirado na palestra do advogado Mauro

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