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Trabalho de Prática Instrumental 6 – Segundo movimento do Concerto em Sol

maior de Mozart

Samuel Alexandre Alves de Lima

Esse trabalho consiste em olhares gerais sobre a performance de 3 flautistas no


Concerto em Sol maior de Mozart. São observados os seguintes aspectos: uso do
vibrato, digitação do fá sustenido 5 (agudo) e configuração estilística dos trinados.

Jean-Pierre Rampal

A gravação da performance apreciada está disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=71CugOCzcrQ>, acesso em 28/10/2019.

- Uso de vibrato:
No segundo movimento do concerto, o flautista faz uso de um vibrato leve e de
amplitude baixa nas notas longas, com a função de ornamento. Esse vibrato também
está em consonância com o timbre doce e brilhante que o flautista utiliza na peça.
Mesmo em sua cadência, que é bastante expressiva, seu vibrato não é exuberante.
- Digitação do fá sustenido 5:
No segundo movimento, no compasso 19, Rampal usa a digitação de fá
sustenido com o dedo 4 da mão direita, mas usa a posição auxiliar da chave de dó
sustenido com o dedo 5, também na mão direita. Apesar de conseguir manter a afinação,
Rampal não faz a ligadura de oitava entre o fá sustenido 4 e o fá sustenido 5,
empregando uma articulação leve, mas audível. O flautista emite o fá sustenido 5 do
compasso 25 em sua posição real.
- Configuração dos trinados
No segundo movimento, no compasso 21, Rampal inicia o trinado da nota si
com sua nota superior, dó sustenido, e faz a finalização com lá natural, que, seguido do
si (nota principal), conduz a ré e ao fim da frase. Nos trinados dos compassos 23 e 24,
entretanto, o flautista não faz finalizações, apesar de iniciá-los na nota superior. No
trinado do compasso 26, que conduz a uma finalização de frase e de seção, Rampal faz
sua finalização com lá natural. Os trinados do compasso 42 são iniciados pela nota
superior, também, porém sem finalização, visto que já existem três semicolcheias para a
saída de cada um deles. O trinado do compasso 49 se inicia na nota superior e tem
finalização. Essa nota superior, fá sustenido, é emitida pela digitação auxiliar do dedo 3
da mão direita. A finalização é com ré natural. Nesse mesmo compasso, 49, Rampal
opta por não tocar a apogiatura de si para ré. No compasso 51, o músico inicia o trinado
na nota superior, fá sustenido 4, em posição real, mas faz o trinado com o fá na posição
do dedo 3, para ganhar agilidade. O mesmo acontece no compasso seguinte.

Emmanuel Pahud
A gravação da performance apreciada está disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=a-nG6sVJcUo>, acesso em 28/10/2019.
- Uso de vibrato:
O uso do vibrato por esse flautista é bem perceptível. Apesar disso, ele o faz
com bastante delicadeza e sem comprometer o refinamento necessário para a peça.
- Digitação do fá sustenido 5:
No compasso 19, Pahud emite essa nota a partir de sua digitação real, sem
auxílios. É interessante notar que o flautista faz o salto de oitava sem ligadura, porém
sua articulação é muito leve, quase imperceptível. O fá sustenido do compasso 25 é
emitido com a digitação real.
- Configuração dos trinados
Ao contrário de Rampal, Pahud inicia o trinado no compasso 21 do segundo
movimento com sua nota real, si, embora também com finalização com lá natural. O
trinado do compasso 23 é iniciado pela nota superior, e sua finalização está escrita pelo
compositor, assim como no compasso 24. Os trinados do compasso 42 são iniciados
com a nota superior. Pahud faz a apogiatura do compasso 49 e emite o trinado com
início na nota superior, fá, em posição real, e finaliza com ré natural.

Hallfríður Ólafsdóttir
A gravação da performance apreciada está disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=1syDCEn_XOw>, acesso em 28/10/2019.
- Uso de vibrato:
A flautista faz bastante uso do vibrato, mas com maior ênfase nas notas longas.
A amplitude de seu vibrato varia de acordo com o registro da nota que está sendo
tocada.
- Digitação do fá sustenido 5:
Pelo que a gravação permite ver, a flautista emprega a posição real do fá
sustenido 5 no compasso 19. A emissão da oitava desse compasso, entretanto, não é tão
clara: me parece que a flautista não separa os dois fás, mas apenas reforça o mais agudo
com bastante apoio, o que pode dar a impressão de articulação. De toda forma, ela é
mais suave que as articulações usadas por Pahud e Rampal. O fá sustenido 5 do
compasso 25 também é emitido pela posição real.
- Configuração dos trinados
O trinado do compasso 21 é iniciado pela nota real, si, e finalizado com a nota
lá natural. O do compasso 23 é iniciado pela nota superior e não apresenta finalização,
assim como o trinado do compasso seguinte. O trinado do compasso 26 é o mais
distinto de todos os já analisados até aqui: a flautista inicia-o com a nota inferior (lá
natural), trina com dó sustenido e faz a finalização com lá natural. Os trinados do
compasso 42 são executados de forma semelhante às performances de Pahud e Rampal.
O trinado do compasso 49 é iniciado na nota superior e finalizado com ré natural, assim
como o trinado do compasso 52.

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