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CORANTES

OS CORANTES
AlImENTÍCIOS

O
s órgãos dos sentidos do ser humano captam cerca de 87% de suas percepções
pela visão, 9% pela audição e os 4% restantes por meio do olfato, do paladar
e do tato. A percepção da cor não se refere apenas à habilidade do homem
em distinguir a luz de diferentes comprimentos de onda. A cor é o resultado produzido
no cérebro pelo estimulo recebido quando a energia radiante penetra nos olhos,
permitindo a distinção do verde, do azul, do vermelho e de outras cores. A aceitação
do produto alimentício pelo consumidor está diretamente relacionada a sua cor. Esta
ADITIVOS & INGREDIENTES

característica sensorial, embora subjetiva, é fundamental na indução da sensação global


resultante de outras características, como o aroma, o sabor e a textura dos alimentos.
Desta forma, a aparência do alimento pode exercer efeito estimulante ou inibidor
do apetite. Além de necessária para sobrevivência, a alimentação também é fonte
de prazer e satisfação. Por essa razão, o setor alimentício preocupa-se tanto com a
aplicação de cores e obtenção de alimentos que agradem aos olhos do consumidor.
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CORANTES

Os corantes artificiais fornecem indicado pela tecnologia. Já o corante


DEfINIçÃO E ampla gama de cores, proporcionan- artificial é a substância obtida por
ClASSIfICAçÃO do praticamente todas as tonalidades processo de síntese (com composição
do espectro visível de cor. O fabrican- química definida).
Em 1856, William Henry Perkin te de alimentos dispõe de infinitas
sintetizou o primeiro corante, a mal- variações de misturas de corantes CORANTES
va ou malveína. Até então, todos os de diferentes composições de acordo
corantes alimentícios provinham de com o meio que pretende colorir. NATuRAIS
vegetais comestíveis, de extratos de A maioria dos corantes artificiais Comercialmente os tipos de
origem animal ou vegetal normalmen- apresenta alta estabilidade (luz, oxi- corantes naturais mais empregados
te não consumidos, e de resultados da gênio, calor e pH), uniformidade na pelas indústrias alimentícias têm sido
transformação de substâncias naturais. cor conferida, alto poder tintorial, os extratos de urucum, carmim de
Em 1906, surgiu nos Estados isenção de contaminação microbioló- cochonilha, curcumina, antocianinas
Unidos a primeira legislação relativa gica e custo de produção relativamen- e as betalaínas.
à utilização na indústria alimentícia; te baixo. Apesar dessas vantagens, sua
somente sete corantes foram autori- substituição por corantes naturais Antocianinas - As antocianinas
zados. No final do século XIX, mais tem sido gradativa. representam, juntamente com os
de 90 corantes eram utilizados pela Os corantes artificiais permitidos carotenóides, a maior classe de subs-
indústria alimentícia. no Brasil são o amarelo crepúsculo, tâncias coloridas do reino vegetal.
Corantes são aditivos alimentares azul brilhante FCF, bordeaux S ou ama- Encontram-se amplamente distribuí-
definidos como toda substância que ranto, eritrosina, indigotina, ponceau das em flores, frutos e demais plantas
confere, intensifica ou restaura a cor 4R, tartrazina e o vermelho 40. superiores, sendo consumidas pelo
de um alimento. Segundo o Item 1.2 Os corantes naturais têm sido homem desde tempos remotos. São
da Portaria SVS/MS 540/97, aditivo utilizados há anos, sendo que alguns encontradas em grande número de
é qualquer ingrediente adicionado apresentam solubilidade em óleo, pro- espécies de plantas, sendo que algu-
intencionalmente aos alimentos porcionam matizes suaves e conferem mas já foram experimentadas como
com o objetivo de modificar suas ao produto aspecto natural, o que fonte industrial em potencial.
características físicas, químicas, aumenta a aceitação pelo consumidor. Os subprodutos da indústria da
biológicas ou sensoriais, durante Podem ser divididos em três grupos uva e do vinho já são empregados na
sua fabricação, processamento, pre- principais. Os compostos heterocícli- preparação comercial de antociani-
paração, tratamento, embalagem, cos com estrutura tetra-pirrólica, que nas. A enocianina é, provavelmente,
acondicionamento, armazenagem, compreendem as clorofilas presentes a antocianina mais antiga disponível
transporte ou manipulação, sem o em vegetais, o heme e as bilinas encon- comercialmente.
propósito de nutrir. tradas em animais. Os compostos de As antocianinas pertencem ao
De acordo com a resolução nº estrutura isoprenóide, representados grupo de compostos orgânicos deno-
44/77 da Comissão Nacional de pelos carotenóides, encontrados em minados flavonóides e apresentam a
Normas e Padrões para Alimentos animais e, principalmente em vegetais, estrutura básica C6-C3-C6. Diferen-
(CNNPA), do Ministério da Saúde, e os compostos heterocíclicos conten- temente dos outros flavonóides, as
os corantes permitidos para uso em do oxigênio, como os flavonóides, que antocianinas são capazes de absorver
alimentos e bebidas são classificados são encontrados exclusivamente em fortemente a luz na região do espec-
em corante orgânico natural, obtido a vegetais. Além desses existem outros tro visível, conferindo uma infinidade
partir de vegetal ou, eventualmente, de dois grupos de corantes presentes de cores, entre o laranja, o vermelho,
animal, cujo princípio tenha sido iso- unicamente em vegetais: as betalaínas, o púrpura e o azul, dependendo do
lado com o emprego de processo tec- que são compostos nitrogenados, e os meio em que se encontram.
nológico adequado; corante orgânico taninos, que agrupam diversos compos- Quimicamente, pode-se definir
artificial, obtido por síntese orgânica, tos de estruturas altamente variáveis. as antocianinas como glicosídeos de
mediante o emprego de processos tec- Existem três categorias de coran- antocianidinas. Essas por sua vez, são
nológicos adequados e não encontrado tes permitidas pela legislação para uso agliconas polihidroxi e/ou polimetoxi,
ADITIVOS & INGREDIENTES

em produtos naturais; corante orgâni- em alimentos: os corantes naturais, o derivadas do 2-fenilbenzopirilium ou


co sintético idêntico ao natural, cuja corante caramelo e os corantes artifi- cátion flavilium (veja Figura 1).
estrutura química é semelhante a do ciais. Considera-se corante natural, o As formas de antocianinas diferem
princípio isolado do corante orgânico pigmento ou corante inócuo extraído entre si pelo número de grupos hidroxí
natural; e corante inorgânico ou pig- de substância vegetal ou animal. O licos e/ou metoxílicos presentes na
mento, obtido a partir de substâncias corante caramelo é o produto obtido aglicona, pela natureza, número e po-
minerais e submetido à processos de a partir de açúcares pelo aquecimen- sição dos açúcares e de ácidos alifáticos
elaboração e purificação adequados ao to em temperatura superior ao seu ou aromáticos ligados à molécula de
seu emprego em alimentos. ponto de fusão e ulterior tratamento açúcar, o que confere grande diver-

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CORANTES

FIGURA 1 - CÁTION FLAVILIUM FIGURA 2 - ESTRUTURAS QUÍMICAS DA ANTOCIANINA EM MEIO AQUOSO

R R
+ OH OH
O HO
+
O H²O O
OH
R’ OH R’
OG OG
HO OH
H, + B
sidade a esse grupo de substâncias.
Geralmente, os açúcares ligados a an-
tocianidina são a glicose, a arabinose, +H+ -H+
a galactose e a ramnose. Em menor
intensidade podem ser encontrados di R
e trissacarídeos. Em muitos casos, os OH R
resíduos de açúcar são acilados pelos O O HO OH OH
ácidos p-cumárico, cafeíco, ferúlico, R’ OG
malônico, p-hidroxibenzóico, oxálico, OG R’
málico, succicínico ou acético.
OH OH O
Entre as antocianidinas, as mais
comuns são pelargonidina, cianidina, A C
delfinidina, peonidina, malvidina e
petunidina. Essas são menos estáveis bastante ácida. Adicionalmente, para a na indústria de alimentos; aproxima-
e solúveis do que as correspondentes manutenção da coloração, a proteção damente 70% de todos os corantes
antocianinas e não são encontradas do cátion flavilium contra a hidratação naturais empregados e 50% de todos
naturalmente nos vegetais. é absolutamente necessária. Uma das os ingredientes naturais que exercem
Dependendo do grau de acidez maneiras de estabilizar essa coloração essa função são derivados do urucum.
ou alcalinidade, as antocianinas ado- envolve a remoção da água do meio, Os pigmentos do urucum são
tam diferentes estruturas químicas promovendo o deslocamento do equi- extraídos da camada externa das se-
em meio aquoso. Cada uma dessas líbrio hidratação/desidratação para a mentes e consistem, principalmente,
estruturas apresenta absorção carac- forma colorida, o cátion flavilium. de cis-bixina, também denominada
terística na região do espectro visí- Urucum - O urucum contém pig- alfa-bixina (éster monometílico do
vel. As modificações estruturais das mento carotenóide amarelo-alaranja- ácido dicarboxílico alfa-norbixina
antocianinas em água são devidas à do obtido da semente do urucuzeiro, pouco solúvel em óleo). A alfa-bixina
alta reatividade da aglicona. Em meio planta originária das Américas Central representa mais de 80% dos carote-
ácido e temperatura de 25ºC quatro e do Sul. Do urucum são fabricados nóides totais presentes no urucum.
estruturas coexistem em equilíbrio: o os corantes naturais mais difundidos O cromóforo da bixina é o sistema
cátion flavilium (AH+), a base quinoi-
dal (A), a pseudo base ou carbinol (B) FIGURA 3 - FÓRMULAS ESTRUTURAIS DA BIXINA, DA NORBIXINA E DO SEU SAL
e a chalcona (C). Entretanto, somente
o cátion flavilium e a base quinoidal Me Me
apresentam coloração, o carbinol e a MeOOC
chalcona são incolores (veja Figura 2). COOH
Além do pH, a cor das soluções Me Me
de antocianinas depende de outros
fatores, como concentração, tipo de Me Me
solvente, temperatura, estrutura do
MeOOC
ADITIVOS & INGREDIENTES

pigmento, presença de substâncias


COOH
capazes de reagir reversível ou ir-
reversivelmente com a antocianina, Me Me
entre outras.
O pH é certamente o fator mais Me Me
+ -
importante no que diz respeito à co- M COO
loração das antocianinas. Tornam-se COOH- + M
estáveis e assumem a forma colorida Me Me
(cátion flavilium) somente em solução

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CORANTES

mais utilizado como ingrediente em


FIGURA 4 - INTERCONVERSÃO ENTRE
OS DIFERENTES PIGMENTOS DO URUCUM
diversos produtos alimentícios nas
formas hidrossolúvel e lipossolúvel.
O extrato lipossolúvel do urucum foi
cix-bixina trans-bixina compostos degradados um dos primeiros corantes a ser usado
calor calor
hidrólise hidrólise em margarina e manteiga. O corante
cix-norbixina trans-norbixina
hidrossolúvel tem sido, por sua vez,
tradicionalmente empregado em quei-
jos, como o queijo prato. Apresenta
de duplas ligações conjugadas, as A principal reação que ocorre aplicação também em produtos cárne-
quais conferem coloração particular. no extrato de urucum é a oxidação, os, como salsichas, peixes defumados
Infelizmente, essa série de duplas particularmente importante quando e, quando na forma em pó, em bebidas
ligações conjugadas é também a o pigmento é adicionado em matriz instantâneas e misturas secas.
causa da suscetibilidade da bixina ao alimentícia. A velocidade em que A bixina é um carotenóide com
oxigênio, a luz e a temperatura. ocorre a perda de cor devido à oxi- elevada ação antioxidante. Suas du-
A partir da bixina são obtidos dação depende da temperatura, da plas ligações conjugadas atuam como
os demais pigmentos do urucum, luminosidade e, principalmente, da excelente capturador de radicais
como a norbixina (lipossolúvel), o disponibilidade de oxigênio no meio. livres. Apresenta potencial importân-
sal da norbixina (hidrossolúvel) e Apesar de apresentar caracte- cia para saúde humana por ser absor-
os produtos de degradação térmica rísticas inerentes aos carotenóides, vida facilmente pelo organismos,
(lipossolúveis e de coloração amarela de modo geral, o urucum pode ser passando para corrente sangüínea.
mais estável). O corante hidrossolú- considerado bastante estável, prin-
vel do urucum é o sal da norbixina, cipalmente quando comparado com Carmin - O termo carmin é usado,
que pode ser convertido em norbixina outros grupos de corantes naturais. mundialmente, para descrever com-
por precipitação ácida, tornando o A bixina é sensível às variações de plexos formados a partir do alumínio e
pigmento lipossolúvel. A Figura 3 pH, tendo a coloração alterada do o ácido carmínico. Esse ácido é extraí-
mostra os três tipos principais de amarelo-alaranjado para o rosa fraco. do a partir de fêmeas dessecadas de
pigmentos do urucum. Entretanto, em pH reduzido apresen- insetos da espécie Dactylopius coccus
Com o aquecimento, a cis-bixina é ta estabilidade térmica satisfatória Costa. O termo cochonilha é empre-
convertida à trans-bixina, mais está- em temperaturas abaixo de 100ºC. gado para descrever tanto os insetos
vel e mais solúvel. A Figura 4 ilustra A bixina em condições alcalinas desidratados como o corante derivado
a interconversão entre os pigmentos pode sofrer saponificação e produzir o deles. Muitas espécies desses insetos
do urucum. ácido dicarboxílico livre, denominado têm sido usadas como fonte de coran-
Normalmente são utilizados três norbixina. Em excesso de alcali, o ácido tes vermelhos. Cada inseto é associado
diferentes métodos para extrair o dicarboxílico dissocia-se para formar com uma planta hospedeira particu-
pigmento das sementes, sendo eles um sal, geralmente de potássio ou lar, gerando cores características, no
a extração com óleo refinado, a ex- sódio, solúvel em água. Para aplicações entanto, a cochonilha americana é a
tração com solventes orgânicos e a em produtos aquosos esta é a forma de única com expressividade comercial.
extração com solução alcalina. No pigmento normalmente empregada. A principal origem desses insetos é
primeiro caso, o pigmento é obtido Historicamente, o urucum tem peruana e a cochonilha é de extrema
por abrasão do pericarpo submerso sido usado com vários objetivos. Os importância para a economia do país,
em óleo vegetal aquecido a 70ºC. indígenas usavam o pigmento em não apenas pelo seu valor comercial,
Quando extraído com solventes or- cerâmicas e também como repelente mas também pelos empregos gerados
gânicos, como acetona e metanol, contra insetos, aplicando o produto na em todo sistema desde a criação do
pode-se obter produtos com concen- pele. No Brasil, o urucum vem sendo inseto até a obtenção do corante.
trações mais elevadas de pigmento,
alcançando teor entre 3,5% a 5,2% de FIGURA 5 - ESTRUTURA QUÍMICA DO ÁCIDO CARMÍNICO
bixina. Nesse caso, após a extração, o
ADITIVOS & INGREDIENTES

solvente é removido e o pigmento na OH O


forma de pó é re-suspendido em óleo. HO OH
A forma solúvel em água é produzida
pela abrasão do pericarpo em solução O OH
alcalina a 70ºC, quando ocorre a HO
saponificação do éster monometíli- OH O OH O
co. O produto resultante é o sal de HO OH ³
norbixina nas formas cis e trans, que OH
apresenta coloração alaranjada.

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CORANTES

ção que o condimento. É obtido por


FIGURA 6 - ESTRUTURA QUÍMICA DA CURCUMINA
extração com solvente em processo
O O idêntico ao usado para outros oleo-
resinas de condimentos. O extrato
R1 R2 de curcumina contém o responsável
pelo poder corante e apresenta poucos
HO componentes aromatizantes da cúr-
cuma. É produzido pela cristalização
O ácido carmínico é o principal excelente corante. Deve, no entanto, da oleoresina e apresenta níveis de
constituinte da cochonilha (res- ser aplicado em alimentos com pH pureza em torno de 95%.
ponsável pelo poder tintorial do acima de 3,5, o que inclui produtos A curcumina pura não é ideal
corante), sendo considerado um cárneos (salsichas, surimi e marinados para aplicação direta em alimentos,
composto toxicologicamente seguro vermelhos). Outros usos importantes devido a sua insolubilidade em água a
para ser utilizado em alimentos. compreendem alguns tipos de con- necessidade de convertê-la em forma
Quimicamente, o ácido carmínico é servas, gelatinas, sorvetes, produtos adequada para uso. É comum misturar
um composto orgânico derivado da lácteos e sobremesas diversas. a curcumina com solventes e emulsifi-
antraquinona, especificamente uma Curcumina - A curcumina é o cantes de grau alimentício. Além dessa
hidroxiantraquinona ligada a uma principal corante presente nos rizo- forma, é possível encontrar suspensões
unidade de glicose, cuja estereo- mas da cúrcuma (Cúrcuma longa). de curcumina em óleo vegetal.
química foi recentemente definida Além de ser utilizada como corante Uma vez adequadamente dispersa
(veja Figura 5). Sua nomenclatura e condimento, apresenta substâncias em meio aquoso, a curcumina apresen-
oficial é ácido 7-D-glucopiranosil- antioxidantes e antimicrobianas que ta cor amarelo limão, em meio ácido, e
7-D-glucopiranosil-9,10-dihidroxi- lhe conferem a possibilidade de em- laranja, em meio básico, sendo estável
3,5,6,8-tetrahidroxi-1-metil-9,10- prego nas áreas de cosméticos, têxtil, ao aquecimento. A curcumina é sensí-
dioxi-2-antraceno-carboxílico. medicinal e de alimentos. vel a luz, fator que usualmente limita
O ácido carmínico é solúvel em A cúrcuma (veja Figura 6) contém o seu emprego em alimentos. De modo
água e a sua coloração depende do três componentes amarelos, a curcu- geral, cátions podem induzir a forma-
pH do meio. Em pH ácido adquire mina (CC) e seus dois derivados de- ção de coloração laranja-amarronzada
a cor laranja, tornando-se vermelho metoxilados, a demetoxi-curcumina e o SO2 tende a diminuir a intensidade
na faixa de 5,0 a 7,0 e azul na região (DMC) e a bis-demetoxi-curcumina da cor da solução.
alcalina. Entretanto, apresenta in- (BDMC). Os pigmentos da cúrcuma A cúrcuma apresenta maior apli-
tensidade de coloração relativamente apresentam 50% a 60% de CC, 20% cação na coloração de picles e como
baixa (175), o que restringe a sua a 30% de DMC e 7% a 20% de BDMC. ingrediente em molhos de mostarda.
aplicação comercial. Os três componentes apresentam É usada também sozinha ou em com-
Graças a habilidade do ácido espectro de absorção máxima na binação com outros corantes, como o
carmínico de complexar com deter- faixa de 420 a 425 ηm, o que justifica urucum, em condimentos, sobreme-
minados metais, como o alumínio, a prática usual de se expressar a cor sas, sorvetes, iogurtes e óleos.
obtém-se o corante carmin. As lacas total como curcumina.
de alumínio, como são conhecidos A cúrcuma é cultivada em vários Betalaínas - As betalaínas, assim
tais complexos, apresentam maior países tropicais, incluindo Índia, como os flavonóides, são pigmentos
intensidade de coloração do que o China, Paquistão, Peru e Haiti. O seu encontrados exclusivamente em plan-
ácido carmínico, solubilidade em so- rizoma é comercializado desidratado, tas e apresentam comportamento e
luções alcalinas, sendo insolúveis em geralmente reduzido a pó fino, sendo aparência semelhante às antocianinas.
soluções ácidas. Diferentemente do muito empregado como condimento Na literatura antiga eram conhecidas
ácido carmínico, sua coloração pouco devido ao seu aroma característico.
se altera com as variações de pH do O pó, genericamente chamado de FIGURA 7 - ESTRUTURA BÁSICA
meio (é vermelha em pH 4 e muda cúrcuma, é cristalino, pouco solúvel DAS BETALAÍNAS
para azul apenas em torno de pH 10). em água e solúvel em etanol.
R1
ADITIVOS & INGREDIENTES

A baixa solubilidade em pH redu- Três tipos de extratos são comu- R2


+
zido é a única limitação técnica para mente obtidos a partir do rizoma da N
o seu emprego. O carmin é consi- cúrcuma, sendo eles o óleo essencial, a
derado bastante estável ao calor e a óleo-resina e a curcumina. A distinção
luz, resistente a oxidação e não sofre entre os três componentes da cúrcu-
alterações significativas pela ação do ma ocorre pela cor e pelo aroma. Oleo-
dióxido de enxofre. Em razão de sua resina é o extrato mais comumente HOOC COOH
N
estabilidade, o carmin é considerado, produzido e contém os componentes H
sob o ponto de vista tecnológico, do aroma e da cor na mesma propor-

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submetida a altas temperaturas. A atividade de água afeta
significativamente a sua estabilidade. O suco de beterraba em pó estocado
CORANTES
é muito estável, mesmo em presença de oxigênio (BOBBIO, 1996;
JACKMAN e SMITH, 1996).

dos pelaTABELA
compressão 1 - COMPARAÇÃO
da beterraba ENTRE A INTENSIDADE DE COR DA
FIGURA 8 - ESTRUTURA BETANINA
previamente branqueada, seguido COM TABELA
ALGUNS 1 - CORANTES
COMPARAÇÃOSINTÉTICOS
ENTRE
QUÍMICA DA BETANINA EQUIVALENTES A INTENSIDADE DE COR DA
de filtração e concentração a vácuo BETANINA COM ALGUNS CORANTES
GLICOSE O até 60% a 65% de sólidos totais. Esse SINTÉTICOS EQUIVALENTES
+ COOH extrato pode serCorante
convenientemente ECorante 1cm
1%
E 1cm E 1cm 1% λmÆx. η
OH N transformado em pó, com veículo
Betanina 1120 537
adequado por meio de secagem em 1120
Betanina 537
atomizador. O suco de beterraba Amaranto 438 523
Amaranto 438 523
contém considerável quantidade de Carmim 545 515
HOOC N COOH açúcares, tornando Carmim a fermentação 545 Ponceau 4R 431 515
505
H necessária para a obtenção do co- Fonte: VON ELBE et al., 1974.
rante. A segundaPonceau
forma4R de se obter 431 505
como antocianidinas nitrogenadas. o corante é a partir de beterrabas teve início em 1856, com a síntese do
Fonte: VON ELBE et al., 1974.
As betalaínas são encontradas desidratadas e pulverizadas. primeiro corante derivado da hulha.
principalmente na ordem de vegetais Os pigmentos da beterraba são Desde então, nos Estados Unidos
Centrospermeae, a qual pertence usados em misturas em pó devido a e Europa, mais de uma centena de
a beterrada (Beta vulgaris), sendo Na maioria
sua excelente dos países
solubilidade são permitidas
e boa esta- corantesduas foram oudesenvolvidos
três formas dee corantes
lan-
facilmente extraídas com água. bilidade e em produtos lácteos, como çados no mercado. são preparados pela
obtidos a partir da beterraba. Concentrados líquidos
São conhecidas aproximadamente iogurtes compressão
e sorvetes, na daconfecção
beterrabade previamente Nas branqueada,
primeiras décadas seguido
dode filtração e
século
70 betalaínas, todas com a mesma concentração
balas, confeitos e snacks. a vácuo até 60-65%
XX já existiam em todo o mundo maispode
de sólidos totais. Esse extrato
estrutura fundamental (veja Figura ser convenientemente transformado em pó, com
de 80 corantes veículodisponíveis
sintéticos adequado por
7), ou seja, 1,7 diazoheptamelina. meio de secagem em atomizador. O suco de beterraba
para alimentos, entretanto não exis- contém
Corantes considerável quantidade de açúcares, tornando a fermentação necessária
Das 70 espécies conhecidas, 50 delas tiam quaisquer regulamentações de
são pigmentos vermelhos denomina- artificiais
para a obtençãooudo corante. A seus segundausos forma
ou graus de de
sepureza.
obter o Devido
corante é a
partir de beterrabas desidratadas e pulverizadas (FRANCIS, 1999).
dos betacianinas e 20 são pigmentos sintéticos a essa diversidade de substâncias com
amarelos, as betaxantinas. poder corante, a lista dos permitidos
Das betacianinas, 75% a 95% Os pigmentos
Os corantes da beterraba
artificiais são uma sãoem usados em misturas
cada país em pó devido a sua
variava substancialmen-
consistem em betanina (veja Figura excelente solubilidade e boa estabilidade e em
classe de aditivos sem valor nutritivo, te. Com a utilização cada vez produtos lácteos,
maiorcomo
8) e pequenas quantidades de isobe- iogurtes e sorvetes, na confecção de balas, confeitos
introduzidos nos alimentos e bebidas desses aditivos, os países começaram a e snacks.
taninas e prebetaninas, além de dois com o único objetivo de conferir cor, estabelecer legislações para controlar
pigmentos amarelos denominados tornando-os mais atrativos. Por esse seu uso. Assim, comitês internacio-
vulgaxantina I e vulgaxantina II. motivo, do3 CONSIDERAÇÕES
ponto de vista da saúde, FINAIS
os nais, tais como a Comissão do Codex
A beterraba constitui excelente corantes artificiais em geral não são Alimentarius, têm sido criados com
fonte de pigmentos e algumas varie- O número
recomendados, de corantes
justificando seu artificiais,
uso, o intuitocomprovadamente
de, entre outros inócuos à saúde, é
objetivos,
dades contêm valores superiores a pequeno e pode ser reduzido de acordo com os resultados
quase que exclusivamente, do ponto estabelecer especificações e critérios de toxicidade
200mg de betacianina por 100g do que novas pesquisas possam revelar. Assim, muitos estudos
de vista comercial e tecnológico. Mes- para a utilização de aditivos alimenta- sobre fontes,
vegetal fresco, o que representa conte- mo assim, os corantes são amplamen- res, incluindo os corantes sintéticos.
údo de sólidos solúveis superior a 2%. te utilizados nos alimentos e bebidas Os Estados Unidos, que chegou
A betanina, pigmento de colora- devido à sua grande importância no a ter no início do século XX mais
216 B.CEPPA, Curitiba, v. 20, n. 2, jul./dez. 2002
ção intensa, apresenta maior poder aumento da aceitação dos produtos. de 700 substâncias com poder co-
tintorial do que alguns corantes Com a descoberta dos corantes rante, hoje reduziu a quantidade de
sintéticos (veja Tabela 1). sintéticos nos séculos XVIII e XIX, bem corantes sintéticos permitidos em
Assim como as antocianinas, a es- como da influência da cor na aparência alimentos para nove, sendo dois de
tabilidade da betanina depende do pH e, conseqüentemente, de uma maior uso restrito. No Japão, segundo a
(excelente estabilidade entre pH 4 e 5 aceitação dos produtos pelos consumi- legislação, permite-se o uso de 11
e razoável entre pH 3 e 4 e pH 5 e 7). É dores, o interesse das indústrias pelo corantes sintéticos. Com a criação
instável em presença de luz e oxigênio, uso dos corantes artificiais aumentou, da União Européia, houve a neces-
sendo destruída quando submetida inclusive na tentativa de mascarar ali- sidade de uma harmonização das
ADITIVOS & INGREDIENTES

a altas temperaturas. A atividade de mentos de baixa qualidade. Desde en- legislações dos países membros.
água afeta significativamente a sua tão, os corantes sintéticos foram cada Assim, foram elaboradas as diretrizes
estabilidade. O suco de beterraba em vez mais usados, especialmente por que controlam o uso de aditivos em
pó estocado é muito estável, mesmo apresentarem maior uniformidade, es- alimentos, sendo as que englobam
em presença de oxigênio. tabilidade e poder tintorial em relação os corantes são as diretrizes 94/36/
Na maioria dos países são per- às substâncias naturais, incentivando EC e a 95/45/EC. Atualmente, 17
mitidas duas ou três formas de co- novas descobertas. corantes artificiais são permitidos na
rantes obtidos a partir da beterraba. O emprego de materiais sinté- União Européia para uso em alimen-
Concentrados líquidos são prepara- ticos, principalmente para colorir, tos e bebidas. Alguns países, como a

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CORANTES

Tabela 2 - Propriedade dos corantes utilizados no Brasil


Amarelo
Nome Usual Tartrazina Azorrubina Amaranto Ponceau 4R Eritrosina Vermelho 40 Azul Patente V Azul Indigotina Azul Brilhante Verde Rápido
Crepúsculo

sal tri-sódico 4-
sal de cálcio
[4-(N-etil-p-
di-4-
sulfobenzil
sal tri-sódico sal di-sódico de [dietilamino
sal di-sódio 6- sal di-sódico 4- sal tri-sódico do sal tri-sódico 7- sal tri-sódico de amino) -
5-hidroxi-1-(4- 1-(2-metoxi-5- ciclohexa-2,5- sal di-sódico do
hidroxi-5-[(4- hidroxi-3- ácido 3-hidroxi-4- hidroxi-8- sal di-sódico 4’,4”-di (N-etil-3- fenil]-(4-hidroxi-2
Nome sulfofenil)-4-[(4- metil-4- dienilideno-(-4- ácido 5,5’-
sulfofenil) azo]- [(4-sulfo-1-naftil) (4-sulfo-1-naftil (4-sulfo-1-naftil 2,4,5,7-tetraiodo sulfonatobenzil -sulfofenil-metileno)-
Químico sulfofenil) azo]- sulfofenilazo)- dietilaminofenil) indigotino
naftaleno-2- azo]-naftaleno-1- azo)-naftaleno- azo)-naftaleno- fluoresceina amino)-trifenil 1-
pirazole-3- 2-naftol-6- metil]-6- sulfonato
sulfonato sulfonato 2,7-di-sulfonato 1,3-di-sulfonato metil-2-sulfonato (N-etil-N-p-
carboxilato sulfonato hidroxibenzeno
sulfobenzil)-
– 1,3-di-
∆2,5-ciclohexa
sulfonato
dienimina.

Classe monoazo monoazo monoazo monoazo monoazo xanteno monoazo trifenilmetano indigóide trifenilmetano trifenilmetano

Fórmula C H N Na O S C H N Na O S C H N Na O S C H N Na O S C H N Na O S C H I Na O C H N Na O S C H N Na O S C H N Na O S C H N Na O S C H N Na O S
¹⁶ ⁹ ⁴ ³ ⁹ ² ¹⁶ ¹⁰ ² ² ⁷ ² ²⁰ ¹² ² ² ⁷ ² ²⁰ ¹¹ ² ³ ¹⁰ ³ ²⁰ ¹¹ ² ³ ¹⁰ ³ ²⁰ ⁶ ⁴ ² ⁵ ¹⁸ ¹⁴ ² ² ⁸ ² ²⁷ ³¹ ² ² ⁶ ² ¹⁶ ⁸ ² ² ⁸ ² ³⁷ ³⁴ ² ² ⁹ ² ³⁷ ³⁴ ² ² ¹⁰ ³

Massa Molar 534,35781 452,36374 502,42354 604,46361 604,46361 879,86194 496,41674 566,66147 466,34734 792,84314 808,84254

CAS Number 1934-21-0 2783-94-0 3567-69-9 915-67-3 2611-82-7 16423-68-0 25956-17-6 3536-49-0 860-22-0 3844-45-9 2353-45-9

Color Index
19140 15985 14720 16185 16255 45430 16035 42051 73015 42090 42053
(C.I.)

Código Brasil E-102 E-110 E-122 E-123 E-124 E-127 E-129 E-131 E-132 E-133 E-143

Absorção λmax. =
λmx. = 480nm λmax. = 515nm λmax. = 523nm λmax. = 505nm λmax. = 526nm λmax. = 502nm λmax. = 635nm λmx. = 610 λmax. = 629nm λmax. = 625nm
Máxima 426nm

Absortividade 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1%

(em água) E1cm = 527 E1cm = 551 E1cm = 545 E1cm = 438 E1cm = 431 E1cm = 1154 E1cm = 556 E1cm = 2000 E1cm = 498 E1cm = 1637 E1cm = 1560

Água 20 Água 19 Água 8 Água 25 Água 9 Água 22 Água 1,6 Água 20


Solubilidade Água 5-10
Glicerina 18 Glicerina 20 Glicerina 1,5 Glicerina 1,4 Glicerina 20 Glicerina 3 Glicerina 1 Glicerina 20
(g/100mL) g/100mL a Água < 10 Água < 10
Propileno 7 Propileno 2,2 Propileno 0,4 Propileno 1,4 Propileno 20 Propileno 1,5 Propileno 0,1 Propileno 20
a 25 C 19·C
Etanol < 0,1 Etanol < 0,1 Etanol < 0,1 Etanol 0,02 Etanol 1 Etanol 0,001 Etanol < 0,1 Etanol 0,15

IDA
(mg/Kg peso 7,5 2,5 4,0 0,5 4,0 0,1 7,0 15,0 5,0 10,0 10,0
corpóreo)

Indigo
Sunset yellow FD&C Blue
Tartrazine, Amaranth; New coccine, Acid blue 3; carmine, Fast green FCF,
FCF; Food Carmoisine, Erythrosine B, Allura Red No.1, Food
FD&C Yellow Food Food Red 7, Patent Blue FD&C Blue Food Green 3,
Sinônimos Yellow No.5, Food Red 3, Food Red 14, AC, Blue 2,
No. 5, Food Red No.2; Food Red V, No. 2, FD&C Green No
FD&C Yellow Acid ed 14 Acid Red 18 Food Red 17 Brilliant
Yellow No.4 Bordeaus S No.102 Food Blue 5 Food Blue 3
No.6 blue FCF
No.2

Noruega e a Suécia, proíbem o uso Pela legislação atual, através de INS (International Numbering
de corantes artificiais nos alimentos. das Resoluções n° 382 a 388, de 9 System). A Tabela 2 mostra algumas
No Brasil, o Decreto n° 50.040, de agosto de 1999, da ANVISA, são propriedades físicas e químicas dos co-
de 24 de janeiro de 1961, dispunha permitidos no Brasil para alimentos rantes artificiais permitidos no Brasil,
sobre as normas técnicas especiais e bebidas o uso de apenas 11corantes bem como algumas classificações de
reguladoras do emprego de aditivos artificiais sendo eles:Amaranto, Ver- uso internacional. Eles são divididos
químicos em alimentos, sendo al- melho de Eritrosina, Vermelho 40, em quatro grupos de corantes: azo; tri-
terado pelo Decreto nº 691, de 13 Ponceau 4R, Amarelo Crepúsculo, fenilmetanos; indigóides e xantenos.
de março de 1962. A legislação foi Amarelo Tartrazina, Azul de Indigoti-
alterada novamente por conta do na, Azul Brilhante, Azorrubina, Verde CORANTES AZO
Decreto n° 55.871 de maço de 1965. Rápido e Azul Patente V. Isto ocorreu Esta classe compreende vários
Em 1977, a resolução CNNPA nº 44 devido à necessidade de harmoni- compostos que apresentam um anel
estabeleceu as condições gerais de zação da legislação entre os países naftaleno ligado a um segundo anel
elaboração, classificação, apresen- membros do Mercosul para o uso de benzeno por uma ligação azo (N=N).
tação, designação, composição e corantes em alimentos. A Resolução Esses anéis podem conter um, dois
fatores essenciais de qualidade dos GMC nº 50/98 trata dessa harmoni- ou três grupos sulfônicos. Esse grupo
corantes empregados na produção zação, bem como a Resolução GMC representa a classe de corantes sinté-
ADITIVOS & INGREDIENTES

de alimentos e bebidas. A Portaria nº 52/98 que trata dos critérios para ticos em alimentos mais importante
nº 02 DINAL/MS, de 28 de janeiro de determinar funções de aditivos, aditi- e utilizada. Pertencem a essa classe
1987, excluiu da Tabela I do Decreto vos e seus limites máximos para todas os corantes citados a seguir.
55871/65, os corantes Amarelo Áci- as categorias de alimentos.
do ou Amarelo Sólido (13015), Azul Os rótulos dos alimentos coloridos Amaranto - Esse corante apre-
de Indantreno ou Azul de Alizarina artificialmente devem conter os dize- senta boa estabilidade à luz, calor
(69800), Laranja GGN (15980), Ver- res “Colorido artificialmente” e ter e ácido, mas descolore em presença
melho Sólido E (16045), e Escarlate relacionado nos ingredientes o nome de agentes redutores, como o ácido
GN (14815) para uso em alimentos. completo do corante ou seu número ascórbico e SO2. Alguns estudos são

35
CORANTES

forma, seu uso liberado para alimentos


FIGURA 9 – ESTRUTURA QUÍMICA FIGURA 10 – ESTRUTURA QUÍMICA
DO CORANTE AMARANTO DO CORANTE PONCEAU 4R
no Canadá e Estados Unidos.

OH SO3[Na] Azorrubina - Possui boa estabili-


OH
[Na]O3S N N
dade à luz, calor e ácido. Seu uso é
[Na]O3S N N liberado para alimentos nos países
da União Européia, porém é proibido
[Na]O3S nos Estados Unidos. Mesmo com seu
SO3[Na] uso liberado, necessita de estudos
adicionais sobre o seu metabolismo.
SO3[Na]
A Figura 12 mostra a estrutura quí-
FIGURA 11 – ESTRUTURA QUÍMICA
DO CORANTE VERMELHO 40 mica deste corante.
FIGURA 12 – ESTRUTURA QUÍMICA
OMe OH DO CORANTE AZORRUBINA Tartrazina - Apresenta excelente
estabilidade à luz, calor e ácido, des-
OH
[Na]O3S N N colorindo em presença de ácido ascór-
bico e SO2. Dentre os corantes azo, a
[Na]O3S N N
[Na]O3S tartrazina tem despertado uma maior
atenção dos toxicologistas e alergistas,
SO3[Na]
CH3 SO3[Na] sendo apontado como o responsável
por várias reações adversas, causando
desde urticária até asma. Estima-se que
FIGURA 13 – ESTRUTURA QUÍMICA DO CORANTE TARTRAZINA uma em cada 10 mil pessoas apresenta
reações a esse corante. Provavelmen-
OH
te, de 8% a 20% dos consumidores
N SO3[Na] sensíveis à aspirina, são também
[Na]O3S N N N sensíveis a tartrazina (veja Figura 13).
Entretanto, é um dos corantes mais
COO[Na] empregado em alimentos e é permi-
tido em muitos países, como Canadá,
Estados Unidos e União Européia.
contraditórios quanto à inocuidade FIGURA 14 – ESTRUTURA QUÍMICA DO
carcinogênica deste corante, sendo, CORANTE AMARELO CREPÚSCULO Amarelo crepúsculo - Possui boa
por medida de segurança, proibido OH estabilidade na presença de luz, calor
nos Estados Unidos desde 1976. e ácido, apresentando descoloração
No Canadá é permitido, pois sua [Na]O3S N N na presença de ácido ascórbico e SO2.
estrutura química (veja Figura 9) é Os Estados Unidos, Japão e países da
bastante semelhante a outros coran- União Européia permitem seu empre-
tes considerados não carcinogênicos. go em alimentos, já o Canadá permite
Na Inglaterra seu uso é permitido em seu emprego em alguns produtos es-
SO3[Na]
caráter provisório, até que se apre- pecíficos e em concentração máxima
sentem estudos mais conclusivos. de 300ppm. A Figura 14 mostra a
No Japão foi voluntariamente banido realizados sobre sua toxicidade. A estrutura química deste corante.
pelas indústrias de alimentos, e na estrutura química deste corante
União Européia seu uso é permitido. pode ser observada na Figura 10 . CORANTES TRIFENILMETANOS
Ponceau 4R - Apresenta boa es- Esse grupo apresenta estrutura bási-
tabilidade ao calor, à luz e ao ácido, Vermelho 40 - Este apresenta boa ca de três radicais arila, em geral grupos
descolore parcialmente na presença estabilidade à luz, calor e ácido, além fenólicos, ligados a um átomo de carbo-
ADITIVOS & INGREDIENTES

de alguns agentes redutores, como de ser o corante vermelho Mais estável no central; apresentam, ainda, grupos
o ácido ascórbico e SO2. Não é para bebidas na presença do ácido sulfônicos que lhes conferem alta so-
permitido nos Estados Unidos, na ascórbico, um agente redutor. Países lubilidade em água. Com a legislação
Inglaterra seu uso é provisório e da União Européia permitem seu uso. das normas do Mercosul, passam a in-
restrito, nos países da União Euro- Estudos metabólicos mostraram que o tegrar esse grupo além do azul brilhan-
péia e no Japão seu uso é permitido, vermelho 40 (veja Figura 11) é pouco te, o verde rápido e o azul patente V.
mas foi voluntariamente banido absorvido pelo organismo e em estudos
pelas indústrias japoneses. Isso se de mutagenicidade não apresentou Azul patente V - Excelente estabi-
deve aos poucos estudos relevantes potencial carcinogênico, tendo desta lidade à luz, ácido e calor, mas apre-

36
CORANTES

FIGURA 15 – ESTRUTURA QUÍMICA FIGURA 16 – ESTRUTURA QUÍMICA DO CORANTE VERDE RÁPIDO


DO CORANTE AZUL PATENTE V
H5C2 C2H5
+
+ N N
N N
H2O CH2

SO3[Na] SO3[Na]
[Na]O3S
SO3[Na]

OH
SO3[Na]

senta descoloração na presença de FIGURA 17 – ESTRUTURA QUÍMICA DO CORANTE AZUL BRILHANTE


ácido ascórbico e SO2. Seu uso não é
permitido nos Estados Unidos, porém H5C2 C2H5
+
é liberado para uso em alimentos nos N N
países da União Européia. É um dos CH2
H2O
corantes utilizados em alimentos
(veja Figura 15) que também apre- SO3[Na]
senta a necessidade de mais estudos [Na]O3S SO3[Na]
sobre seu metabolismo.

Verde rápido - Razoável estabili-


dade à luz, calor e ácido, mas possui dos, países da União Européia, Reino caramelização em produtos alimen-
baixa estabilidade oxidativa. Seu uso Unido e Canadá. Existem estudos de tícios. A primeira é o escurecimento
é permitido nos Estados Unidos des- uma possível associação com tumores enzimático, o qual pode ser observado,
de 1927, mas proibido nos países da na tiróide pela provável liberação de por exemplo, quando frutas são machu-
União Européia. A Figura 16 mostra iodo no organismo, porém esses estu- cadas ou cortadas e a parte exposta
a sua estrutura química. dos não foram conclusivos. O sistema escurece; a segunda, não enzimática,
cromóforo desta classe de corantes é ocorre quando produtos como grãos
Azul brilhante - Apresenta as mes- apresentado na Figura 19. de café, carnes, pães ou açúcares são
mas características de estabilidade do aquecidos. Se alguns frutos escure-
verde rápido. Seu uso é incondicional O corante cem quando cortados, é porque a faca
nos Estados Unidos; no Canadá seu danifica algumas das células que as
limite máximo é de 100ppm; na In- caramelo compõem, liberando seu conteúdo
glaterra pode ser utilizado apenas em Dentre os corantes permitidos e, sobretudo, enzimas que estavam
alguns alimentos; e na União Européia como aditivo na indústria de alimentos, trancadas em compartimentos espe-
seu uso é liberado. A estrutura quími- o corante caramelo ocupa lugar de ciais. Mais precisamente, as enzimas
ca é apresentada na Figura 17. destaque, sendo um dos mais antigos polifenolases oxidam as moléculas
aditivos utilizados para coloração do de polifenóis incolores dos frutos em
CORANTES INDIGÓIDES produto final, para se conseguir uma compostos do tipo ortoquinina, que
Azul de indigotina - Possui baixa cor que pode variar da amarelo-palha à se rearranjam, sofrem uma oxidação e
estabilidade à luz, calor e ácido, baixa marrom escuro até quase negro. se polimerizam em melanina colorida.
estabilidade oxidativa e descolore na Com uma produção anual su- O escurecimento não-enzimático
presença de SO2 e ácido ascórbico. perior a 200.000 toneladas/ano, o em alimentos pode ocorrer de várias
A União Européia considera seu uso corante caramelo representa cerca maneiras sendo que as duas mais
seguro, sendo também empregado no de 90% em peso de todos os corantes importantes são a reação de Maillard
ADITIVOS & INGREDIENTES

Japão, Estados Unidos e Inglaterra. adicionados em alimentos e bebidas e a caramelização. A reação de ca-
O sistema cromóforo desta classe consumidos no mundo. ramelização da sacarose faz intervir
de corantes possui uma estrutura No Brasil, o seu uso é permitido, uma dissociação do dissacarídeo em
tetrapólo (veja Figura 18). entre outras aplicações, em molhos, glicose e frutose, seguida de uma re-
gelados comestíveis, biscoitos, doces, combinação em pseudodissacarídeos
Eritrosina - Insolúvel em pH bebidas alcoólicas e refrigerantes, espirodioxânicos. Essas entidades
abaixo de 5. É o único representante destacando-se principalmente no específicas, cuja estrutura pode variar
dessa classe permitido no Brasil. É sabor cola e guaraná. em função do tratamento térmico ou
também permitido nos Estados Uni- Existem dois tipos de reações de da acidez, podem ser glicosiladas em

37
CORANTES

perfil químico diferente, os perfis de


FIGURA 18 – ESTRUTURA QUÍMICA DO CORANTE AZUL DE INDIGOTINA
cores variando em intensidade, eram
O essencialmente os mesmos dentro de
cada tipo. Esses 4 tipos com importân-
N SO3[Na]
cia comercial, têm aplicações distintas
[Na]O3S
em alimentos e bebidas. Cada tipo
N
tem propriedades funcionais específi-
O cas assegurando sua compatibilidade
com o produto e eliminando efeitos
uma segunda etapa. Polidextroses são uma perda de peso de cerca de 14%, o indesejáveis tais como turbidez, flocu-
simultaneamente formadas a partir que representa oito moléculas de água lação e separação. A escolha do tipo
do glucose residual, bem como alguns para três moléculas de sacarose, e pode de corante caramelo a ser utilizado
produtos voláteis (derivados do furano, ser representada da seguinte forma: deve ponderar, além do poder coran-
pironas, aldeídos, alcoóis e ácidos car- te, a compatibilidade com os demais
boxílicos) provavelmente presos pelas 3C12H22O11 – 8H2O → C36H50025 ingredientes. As partículas que com-
propriedades complexantes dos outros põem o corante caramelo devem ter a
constituintes pseudo-oligossacarídicos. A caramelena é somente solúvel mesma carga das partículas coloidais
Quantidades de dianidridos da frutose, em água e derrete a 154°C. Um aque- do produto a ser colorido.
podendo atingir 80% em peso, foram cimento adicional resulta na forma- Os corantes caramelos mais utili-
detectadas em certos caramelos. ção de um pigmento muito escuro, zados na indústria alimentícia são os
A reação de Maillard, ao contrário quase insolúvel e de composição tipos III e IV, amônia e sulfito amônia,
da caramelização que somente concer- molecular média igual a C125H188080, sendo o primeiro indicado para produ-
ne os açúcares, é uma reação de açúca- chamado caramelina ou humina. tos com partículas carregadas positi-
res com ácidos aminados e proteínas O aroma típico de caramelo, por vamente, e o segundo para meios com
levando, por etapas, a glicosilaminas, sua vez, é o resultado de vários produ- partículas carregadas negativamente.
desoxi-hexosuloses e hexosulosilami- tos de fragmentação e desidratação Os quatro tipos de corante carame-
nas (compostos de Amadori), e em se- dos açúcares, tais como diacetila, lo são o Tipo I, conhecido como sim-
guida a uma variedade de heterociclos ácido acético, ácido fumárico e dos ples, natural, vulgar ou CP (Caramel
nitrogenados, pigmentos e polímeros. produtos de degradação, com aroma Plain); o Tipo II, o caramelo de sulfito
A caramelização da sacarose re- típico de caramelo, o acetilformoina cáustico ou CSC (Caustic Sulfite Cara-
quer temperatura de cerca de 200°C. (4-hidroxi–2,3,5–hexana-triona) e o mel); o Tipo III, o caramelo amoniacal,
A 160°C, a sacarose derrete. A 200°C 4-hidroxi–2,5–dimetil–3 (2H)–furanona. obtido pelo processo amônia, ou AC
ocorre uma seqüência de reações em O corante caramelo é um líquido, (Ammonia Caramel); e o Tipo IV, o
três estágios distintos, bem separados ou sólido, de cor marrom escuro até caramelo de sulfito de amónio, obtido
no tempo. O primeiro passo requer 35 preto, possuindo um odor de açúcar pelo processo sulfito amônia, ou SAC
minutos de aquecimento e envolve queimado e um gosto agradável, (Sulfite-Ammonia Caramel) ou ainda
uma perda de peso de 4,5%, corres- ligeiramente amargo. É totalmente SDC (Soft Drink Caramel).
pondendo a perda de uma molécula de miscível em água e contém agregados O corante caramelo é preparado
água por molécula de sacarose. Essa coloidais responsáveis pela maioria de por tratamento térmico controlado
fase pode levar a formação de com- suas propriedades corantes, e de seu de carboidratos. Os carboidratos
posto tal como o isosacrosano (1,3’; comportamento característico em pre- empregados como matéria-prima são
2,2’-dianidro-α-D-glucopiranosil-β-D- sença de ácidos, eletrólitos e taninos. adoçantes nutritivos, de grau alimen-
glucopiranosil-β-D-fructofuranose). Os estudos definiram quatro tício, disponíveis comercialmente, os
Após mais 55 minutos de aquecimen- tipos distintos de corante caramelo quais são monômeros, glucose ou fru-
to, a perda de peso chega a cerca de e mostraram que, embora cada um tose, e/ou seus polímeros (por exem-
9% e o pigmento formado é chamado desses quatro tipos apresentasse um plo, xaropes de glucose, sacarose e/
de caramelana. Corresponde aproxi- ou açúcares invertidos e dextrose).
madamente, à seguinte equação: FIGURA 19 – ESTRUTURA QUÍMICA Para promover a caramelização po-
ADITIVOS & INGREDIENTES

DO CORANTE ERITROSINA de-se usar ácidos, álcalis e sais, de grau


2C12H22O11 – 4H2O → C24H36018 I I alimentício, em quantidades condizen-
[Na]O O O tes com as GMP (Good Manufacturing
O pigmento caramelana é solúvel Practice) e conforme as seguintes
em água e etanol e apresenta um gosto estipulações. Compostos de amônia e
mais amargo. Seu ponto de fusão é de I I sulfito não podem ser usados como re-
138°C. Após mais 55 minutos de aque- COO[Na] agentes para corante caramelo Tipo I.
cimento chega-se a formação de cara- Compostos de sulfito devem ser usados
melena. Esse composto corresponde a e compostos de amônia não podem ser

38
CORANTES

usados como reagentes na produção em bebidas e alimentos tais como


de caramelo do Tipo II. Compostos de Segundo a ORF (Ontário Research doces e balas, produtos de confeita-
amônia devem ser usados e compostos Foundation), os açúcares residuais para o ria e outros. Esses são conhecidos
de sulfito não podem ser usados como corante caramelo típico do Tipo IV, single- como açúcares queimados ou açú-
reagentes na produção de caramelo do strenght, intensidade de cor de 0,094 são cares caramelizados.
Tipo III. Tanto os compostos de amô- 23,4% de glucose, 11,2% de maltose e iso- Nos Estados Unidos os reagentes
nia como de sulfito devem ser usados maltose e 4% de outros di e trissacarídeos; usados na produção de corante cara-
como reagentes para os caramelos do para um double-strenghtTipo IV, intensidade melo devem constar do CFR (Code of
Tipo IV. Os compostos de amônia a ser de cor de 0,240, são 3% de glucose, 1% de Federal Regulations), Título 21, Seção
utilizados são o hidróxido, carbonato, maltose e isomaltose e 1% de outros di 73.85. O corante caramelo é listado
bicarbonato, fosfato, sulfato, sulfito e e trissacarídeos. O perfil nutricional para como GRAS (Generally Recognized As
bissulfito de amônia. Os compostos dois produtos similares a esses seria: Safe), e como aditivo alimentício para
de sulfito são o ácido sulfuroso e os uso geral (CFR 21, seção 182.1235.
sulfitos e bissulfitos de potássio, sódio e Tipo IV Tipo IV
amônia. Os compostos que podem ser Single- Double-
strenght strenght Considerações
usados para os quatro tipos de carame-
lo são os ácidos sulfúrico e cítrico, e os Cinzas 2,0 2,0 finais
hidróxidos de sódio, potássio e cálcio. Proteínas Nihil Nihil O número de corantes artificiais,
Os ésteres de poliglicerol de ácidos Umidade 29,6 43,5 comprovadamente inócuos à saúde, é
graxos, de grau alimentício, podem pequeno e pode ser reduzido de acor-
Gorduras Nihil Nihil
ser usados como agente auxiliador no do com os resultados de toxicidade
processo (anti-espumante) em quan- Fibras Nihil Nihil que novas pesquisas possam revelar.
tidade não superior àquela requerida Carboidratos 68,4 54,5 Assim, muitos estudos sobre fontes,
para produzir o efeito desejado. kcal por extração e estabilidade de corantes
1,5 0,2
No decorrer dos últimos anos, a grama naturais têm sido efetuados com o
indústria de bebidas tem aumentado Vitaminas Nihil Nihil intuito de permitir sua utilização em
seu consumo de corante caramelo detrimento dos artificiais. A substitui-
Cobre 1ppm 1ppm
chamado double-strenght. Os termos ção enfrenta dificuldades em virtude
single-strenght e double-strenght refe- Ferro 10ppm 8ppm de questões relacionadas com a estabi-
rem-se a determinados caramelos do Cálcio 30ppm 25ppm lidade, principalmente, nas condições
Tipo IV, designem sua força relativa Sódio 3.300ppm 5.000ppm de processamento e armazenamento
e podem cobrir diferentes gamas de dos alimentos. Impulsionados por con-
cor. Os DS (double-strenght) foram drada de 10 ml de um espectrofotô- sumidores cada vez mais exigentes,
inicialmente desenvolvidos para o metro, com onda de 610 nm. A Se- os pontos críticos da sua produção
uso em bebidas dietéticas porque thness, um dos dois grandes maiores têm sido intensamente analisados e
reduzem o conteúdo calórico trazido produtores de corante caramelo do diversas propostas para solucioná-los
pelo caramelo para a bebida em cerca mundo, junto com a D.D.Williamson, indicam futuro promissor para o em-
de 25% com relação a um single- desenvolveu um método de medida prego dessa matéria-prima. O sucesso
strenght. Os fabricantes também não de cor extremamente interessante, no emprego de corantes naturais
demoraram para perceber que os DS chamado de poder tintorial. reside em controlar a matéria-prima
permitiam uma redução de custo A Oitava Emenda da Diretiva so- (extração, purificação e formulação)
interessante, fato que contribuiu de bre Corantes da CEE deixa claro que de modo a gerar soluções fáceis para
modo decisivo na sua rápida aceita- essas 4 classes de corante caramelo a indústria alimentícia. Os corantes
ção e crescente utilização. referem-se exclusivamente às fun- naturais podem apresentar o mesmo
Para a finalidade dessas espe- ções corantes e não somente devem poder de tingimento dos corantes sin-
cificações, a intensidade de cor é ser distinguidas como também não téticos quando obtidos de forma ade-
definida como a absorvência de uma correspondem em nada ao produto quada e manipulados corretamente.
solução de caramelo a 0,1% (peso/ aromático do açúcar obtido por A notoriedade que os corantes
ADITIVOS & INGREDIENTES

volume), colocada em cubeta qua- aquecimento e usado como aroma naturais vêm assumindo deve-se não
só à tendência mundial de consumo
Requisitos analíticos para o corante caramelo de produtos naturais, mas também
Tipo I E 150 A Tipo II E 150 B Tipo III E 150 C Tipo IV E 150 D às propriedades funcionais atribuídas
a alguns desses pigmentos. O apelo
Intensidade da cor 0,01 – 0,14 0,05 – 0,13 0,08 – 0,36 0,10 – 0,60
mercadológico estimula cada vez mais
Nitrogênio total * < 0,1 % < 0,2% 0,7 – 3,3% 0,3 – 1,7% o desenvolvimento de novos estudos
Enxofre total * < 0,2% 1,0 – 3,5% < 0,2% 0,8 – 2,5% com o intuito de superar as limita-
• Expresso em uma base de cor equivalente • Fonte: D.D. Williamson ções tecnológicas existentes.

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