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OS CORANTES
AlImENTÍCIOS
O
s órgãos dos sentidos do ser humano captam cerca de 87% de suas percepções
pela visão, 9% pela audição e os 4% restantes por meio do olfato, do paladar
e do tato. A percepção da cor não se refere apenas à habilidade do homem
em distinguir a luz de diferentes comprimentos de onda. A cor é o resultado produzido
no cérebro pelo estimulo recebido quando a energia radiante penetra nos olhos,
permitindo a distinção do verde, do azul, do vermelho e de outras cores. A aceitação
do produto alimentício pelo consumidor está diretamente relacionada a sua cor. Esta
ADITIVOS & INGREDIENTES
29
CORANTES
R R
+ OH OH
O HO
+
O H²O O
OH
R’ OH R’
OG OG
HO OH
H, + B
sidade a esse grupo de substâncias.
Geralmente, os açúcares ligados a an-
tocianidina são a glicose, a arabinose, +H+ -H+
a galactose e a ramnose. Em menor
intensidade podem ser encontrados di R
e trissacarídeos. Em muitos casos, os OH R
resíduos de açúcar são acilados pelos O O HO OH OH
ácidos p-cumárico, cafeíco, ferúlico, R’ OG
malônico, p-hidroxibenzóico, oxálico, OG R’
málico, succicínico ou acético.
OH OH O
Entre as antocianidinas, as mais
comuns são pelargonidina, cianidina, A C
delfinidina, peonidina, malvidina e
petunidina. Essas são menos estáveis bastante ácida. Adicionalmente, para a na indústria de alimentos; aproxima-
e solúveis do que as correspondentes manutenção da coloração, a proteção damente 70% de todos os corantes
antocianinas e não são encontradas do cátion flavilium contra a hidratação naturais empregados e 50% de todos
naturalmente nos vegetais. é absolutamente necessária. Uma das os ingredientes naturais que exercem
Dependendo do grau de acidez maneiras de estabilizar essa coloração essa função são derivados do urucum.
ou alcalinidade, as antocianinas ado- envolve a remoção da água do meio, Os pigmentos do urucum são
tam diferentes estruturas químicas promovendo o deslocamento do equi- extraídos da camada externa das se-
em meio aquoso. Cada uma dessas líbrio hidratação/desidratação para a mentes e consistem, principalmente,
estruturas apresenta absorção carac- forma colorida, o cátion flavilium. de cis-bixina, também denominada
terística na região do espectro visí- Urucum - O urucum contém pig- alfa-bixina (éster monometílico do
vel. As modificações estruturais das mento carotenóide amarelo-alaranja- ácido dicarboxílico alfa-norbixina
antocianinas em água são devidas à do obtido da semente do urucuzeiro, pouco solúvel em óleo). A alfa-bixina
alta reatividade da aglicona. Em meio planta originária das Américas Central representa mais de 80% dos carote-
ácido e temperatura de 25ºC quatro e do Sul. Do urucum são fabricados nóides totais presentes no urucum.
estruturas coexistem em equilíbrio: o os corantes naturais mais difundidos O cromóforo da bixina é o sistema
cátion flavilium (AH+), a base quinoi-
dal (A), a pseudo base ou carbinol (B) FIGURA 3 - FÓRMULAS ESTRUTURAIS DA BIXINA, DA NORBIXINA E DO SEU SAL
e a chalcona (C). Entretanto, somente
o cátion flavilium e a base quinoidal Me Me
apresentam coloração, o carbinol e a MeOOC
chalcona são incolores (veja Figura 2). COOH
Além do pH, a cor das soluções Me Me
de antocianinas depende de outros
fatores, como concentração, tipo de Me Me
solvente, temperatura, estrutura do
MeOOC
ADITIVOS & INGREDIENTES
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CORANTES
31
CORANTES
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submetida a altas temperaturas. A atividade de água afeta
significativamente a sua estabilidade. O suco de beterraba em pó estocado
CORANTES
é muito estável, mesmo em presença de oxigênio (BOBBIO, 1996;
JACKMAN e SMITH, 1996).
dos pelaTABELA
compressão 1 - COMPARAÇÃO
da beterraba ENTRE A INTENSIDADE DE COR DA
FIGURA 8 - ESTRUTURA BETANINA
previamente branqueada, seguido COM TABELA
ALGUNS 1 - CORANTES
COMPARAÇÃOSINTÉTICOS
ENTRE
QUÍMICA DA BETANINA EQUIVALENTES A INTENSIDADE DE COR DA
de filtração e concentração a vácuo BETANINA COM ALGUNS CORANTES
GLICOSE O até 60% a 65% de sólidos totais. Esse SINTÉTICOS EQUIVALENTES
+ COOH extrato pode serCorante
convenientemente ECorante 1cm
1%
E 1cm E 1cm 1% λmÆx. η
OH N transformado em pó, com veículo
Betanina 1120 537
adequado por meio de secagem em 1120
Betanina 537
atomizador. O suco de beterraba Amaranto 438 523
Amaranto 438 523
contém considerável quantidade de Carmim 545 515
HOOC N COOH açúcares, tornando Carmim a fermentação 545 Ponceau 4R 431 515
505
H necessária para a obtenção do co- Fonte: VON ELBE et al., 1974.
rante. A segundaPonceau
forma4R de se obter 431 505
como antocianidinas nitrogenadas. o corante é a partir de beterrabas teve início em 1856, com a síntese do
Fonte: VON ELBE et al., 1974.
As betalaínas são encontradas desidratadas e pulverizadas. primeiro corante derivado da hulha.
principalmente na ordem de vegetais Os pigmentos da beterraba são Desde então, nos Estados Unidos
Centrospermeae, a qual pertence usados em misturas em pó devido a e Europa, mais de uma centena de
a beterrada (Beta vulgaris), sendo Na maioria
sua excelente dos países
solubilidade são permitidas
e boa esta- corantesduas foram oudesenvolvidos
três formas dee corantes
lan-
facilmente extraídas com água. bilidade e em produtos lácteos, como çados no mercado. são preparados pela
obtidos a partir da beterraba. Concentrados líquidos
São conhecidas aproximadamente iogurtes compressão
e sorvetes, na daconfecção
beterrabade previamente Nas branqueada,
primeiras décadas seguido
dode filtração e
século
70 betalaínas, todas com a mesma concentração
balas, confeitos e snacks. a vácuo até 60-65%
XX já existiam em todo o mundo maispode
de sólidos totais. Esse extrato
estrutura fundamental (veja Figura ser convenientemente transformado em pó, com
de 80 corantes veículodisponíveis
sintéticos adequado por
7), ou seja, 1,7 diazoheptamelina. meio de secagem em atomizador. O suco de beterraba
para alimentos, entretanto não exis- contém
Corantes considerável quantidade de açúcares, tornando a fermentação necessária
Das 70 espécies conhecidas, 50 delas tiam quaisquer regulamentações de
são pigmentos vermelhos denomina- artificiais
para a obtençãooudo corante. A seus segundausos forma
ou graus de de
sepureza.
obter o Devido
corante é a
partir de beterrabas desidratadas e pulverizadas (FRANCIS, 1999).
dos betacianinas e 20 são pigmentos sintéticos a essa diversidade de substâncias com
amarelos, as betaxantinas. poder corante, a lista dos permitidos
Das betacianinas, 75% a 95% Os pigmentos
Os corantes da beterraba
artificiais são uma sãoem usados em misturas
cada país em pó devido a sua
variava substancialmen-
consistem em betanina (veja Figura excelente solubilidade e boa estabilidade e em
classe de aditivos sem valor nutritivo, te. Com a utilização cada vez produtos lácteos,
maiorcomo
8) e pequenas quantidades de isobe- iogurtes e sorvetes, na confecção de balas, confeitos
introduzidos nos alimentos e bebidas desses aditivos, os países começaram a e snacks.
taninas e prebetaninas, além de dois com o único objetivo de conferir cor, estabelecer legislações para controlar
pigmentos amarelos denominados tornando-os mais atrativos. Por esse seu uso. Assim, comitês internacio-
vulgaxantina I e vulgaxantina II. motivo, do3 CONSIDERAÇÕES
ponto de vista da saúde, FINAIS
os nais, tais como a Comissão do Codex
A beterraba constitui excelente corantes artificiais em geral não são Alimentarius, têm sido criados com
fonte de pigmentos e algumas varie- O número
recomendados, de corantes
justificando seu artificiais,
uso, o intuitocomprovadamente
de, entre outros inócuos à saúde, é
objetivos,
dades contêm valores superiores a pequeno e pode ser reduzido de acordo com os resultados
quase que exclusivamente, do ponto estabelecer especificações e critérios de toxicidade
200mg de betacianina por 100g do que novas pesquisas possam revelar. Assim, muitos estudos
de vista comercial e tecnológico. Mes- para a utilização de aditivos alimenta- sobre fontes,
vegetal fresco, o que representa conte- mo assim, os corantes são amplamen- res, incluindo os corantes sintéticos.
údo de sólidos solúveis superior a 2%. te utilizados nos alimentos e bebidas Os Estados Unidos, que chegou
A betanina, pigmento de colora- devido à sua grande importância no a ter no início do século XX mais
216 B.CEPPA, Curitiba, v. 20, n. 2, jul./dez. 2002
ção intensa, apresenta maior poder aumento da aceitação dos produtos. de 700 substâncias com poder co-
tintorial do que alguns corantes Com a descoberta dos corantes rante, hoje reduziu a quantidade de
sintéticos (veja Tabela 1). sintéticos nos séculos XVIII e XIX, bem corantes sintéticos permitidos em
Assim como as antocianinas, a es- como da influência da cor na aparência alimentos para nove, sendo dois de
tabilidade da betanina depende do pH e, conseqüentemente, de uma maior uso restrito. No Japão, segundo a
(excelente estabilidade entre pH 4 e 5 aceitação dos produtos pelos consumi- legislação, permite-se o uso de 11
e razoável entre pH 3 e 4 e pH 5 e 7). É dores, o interesse das indústrias pelo corantes sintéticos. Com a criação
instável em presença de luz e oxigênio, uso dos corantes artificiais aumentou, da União Européia, houve a neces-
sendo destruída quando submetida inclusive na tentativa de mascarar ali- sidade de uma harmonização das
ADITIVOS & INGREDIENTES
a altas temperaturas. A atividade de mentos de baixa qualidade. Desde en- legislações dos países membros.
água afeta significativamente a sua tão, os corantes sintéticos foram cada Assim, foram elaboradas as diretrizes
estabilidade. O suco de beterraba em vez mais usados, especialmente por que controlam o uso de aditivos em
pó estocado é muito estável, mesmo apresentarem maior uniformidade, es- alimentos, sendo as que englobam
em presença de oxigênio. tabilidade e poder tintorial em relação os corantes são as diretrizes 94/36/
Na maioria dos países são per- às substâncias naturais, incentivando EC e a 95/45/EC. Atualmente, 17
mitidas duas ou três formas de co- novas descobertas. corantes artificiais são permitidos na
rantes obtidos a partir da beterraba. O emprego de materiais sinté- União Européia para uso em alimen-
Concentrados líquidos são prepara- ticos, principalmente para colorir, tos e bebidas. Alguns países, como a
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CORANTES
sal tri-sódico 4-
sal de cálcio
[4-(N-etil-p-
di-4-
sulfobenzil
sal tri-sódico sal di-sódico de [dietilamino
sal di-sódio 6- sal di-sódico 4- sal tri-sódico do sal tri-sódico 7- sal tri-sódico de amino) -
5-hidroxi-1-(4- 1-(2-metoxi-5- ciclohexa-2,5- sal di-sódico do
hidroxi-5-[(4- hidroxi-3- ácido 3-hidroxi-4- hidroxi-8- sal di-sódico 4’,4”-di (N-etil-3- fenil]-(4-hidroxi-2
Nome sulfofenil)-4-[(4- metil-4- dienilideno-(-4- ácido 5,5’-
sulfofenil) azo]- [(4-sulfo-1-naftil) (4-sulfo-1-naftil (4-sulfo-1-naftil 2,4,5,7-tetraiodo sulfonatobenzil -sulfofenil-metileno)-
Químico sulfofenil) azo]- sulfofenilazo)- dietilaminofenil) indigotino
naftaleno-2- azo]-naftaleno-1- azo)-naftaleno- azo)-naftaleno- fluoresceina amino)-trifenil 1-
pirazole-3- 2-naftol-6- metil]-6- sulfonato
sulfonato sulfonato 2,7-di-sulfonato 1,3-di-sulfonato metil-2-sulfonato (N-etil-N-p-
carboxilato sulfonato hidroxibenzeno
sulfobenzil)-
– 1,3-di-
∆2,5-ciclohexa
sulfonato
dienimina.
Classe monoazo monoazo monoazo monoazo monoazo xanteno monoazo trifenilmetano indigóide trifenilmetano trifenilmetano
Fórmula C H N Na O S C H N Na O S C H N Na O S C H N Na O S C H N Na O S C H I Na O C H N Na O S C H N Na O S C H N Na O S C H N Na O S C H N Na O S
¹⁶ ⁹ ⁴ ³ ⁹ ² ¹⁶ ¹⁰ ² ² ⁷ ² ²⁰ ¹² ² ² ⁷ ² ²⁰ ¹¹ ² ³ ¹⁰ ³ ²⁰ ¹¹ ² ³ ¹⁰ ³ ²⁰ ⁶ ⁴ ² ⁵ ¹⁸ ¹⁴ ² ² ⁸ ² ²⁷ ³¹ ² ² ⁶ ² ¹⁶ ⁸ ² ² ⁸ ² ³⁷ ³⁴ ² ² ⁹ ² ³⁷ ³⁴ ² ² ¹⁰ ³
Massa Molar 534,35781 452,36374 502,42354 604,46361 604,46361 879,86194 496,41674 566,66147 466,34734 792,84314 808,84254
CAS Number 1934-21-0 2783-94-0 3567-69-9 915-67-3 2611-82-7 16423-68-0 25956-17-6 3536-49-0 860-22-0 3844-45-9 2353-45-9
Color Index
19140 15985 14720 16185 16255 45430 16035 42051 73015 42090 42053
(C.I.)
Código Brasil E-102 E-110 E-122 E-123 E-124 E-127 E-129 E-131 E-132 E-133 E-143
Absorção λmax. =
λmx. = 480nm λmax. = 515nm λmax. = 523nm λmax. = 505nm λmax. = 526nm λmax. = 502nm λmax. = 635nm λmx. = 610 λmax. = 629nm λmax. = 625nm
Máxima 426nm
Absortividade 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1%
(em água) E1cm = 527 E1cm = 551 E1cm = 545 E1cm = 438 E1cm = 431 E1cm = 1154 E1cm = 556 E1cm = 2000 E1cm = 498 E1cm = 1637 E1cm = 1560
IDA
(mg/Kg peso 7,5 2,5 4,0 0,5 4,0 0,1 7,0 15,0 5,0 10,0 10,0
corpóreo)
Indigo
Sunset yellow FD&C Blue
Tartrazine, Amaranth; New coccine, Acid blue 3; carmine, Fast green FCF,
FCF; Food Carmoisine, Erythrosine B, Allura Red No.1, Food
FD&C Yellow Food Food Red 7, Patent Blue FD&C Blue Food Green 3,
Sinônimos Yellow No.5, Food Red 3, Food Red 14, AC, Blue 2,
No. 5, Food Red No.2; Food Red V, No. 2, FD&C Green No
FD&C Yellow Acid ed 14 Acid Red 18 Food Red 17 Brilliant
Yellow No.4 Bordeaus S No.102 Food Blue 5 Food Blue 3
No.6 blue FCF
No.2
Noruega e a Suécia, proíbem o uso Pela legislação atual, através de INS (International Numbering
de corantes artificiais nos alimentos. das Resoluções n° 382 a 388, de 9 System). A Tabela 2 mostra algumas
No Brasil, o Decreto n° 50.040, de agosto de 1999, da ANVISA, são propriedades físicas e químicas dos co-
de 24 de janeiro de 1961, dispunha permitidos no Brasil para alimentos rantes artificiais permitidos no Brasil,
sobre as normas técnicas especiais e bebidas o uso de apenas 11corantes bem como algumas classificações de
reguladoras do emprego de aditivos artificiais sendo eles:Amaranto, Ver- uso internacional. Eles são divididos
químicos em alimentos, sendo al- melho de Eritrosina, Vermelho 40, em quatro grupos de corantes: azo; tri-
terado pelo Decreto nº 691, de 13 Ponceau 4R, Amarelo Crepúsculo, fenilmetanos; indigóides e xantenos.
de março de 1962. A legislação foi Amarelo Tartrazina, Azul de Indigoti-
alterada novamente por conta do na, Azul Brilhante, Azorrubina, Verde CORANTES AZO
Decreto n° 55.871 de maço de 1965. Rápido e Azul Patente V. Isto ocorreu Esta classe compreende vários
Em 1977, a resolução CNNPA nº 44 devido à necessidade de harmoni- compostos que apresentam um anel
estabeleceu as condições gerais de zação da legislação entre os países naftaleno ligado a um segundo anel
elaboração, classificação, apresen- membros do Mercosul para o uso de benzeno por uma ligação azo (N=N).
tação, designação, composição e corantes em alimentos. A Resolução Esses anéis podem conter um, dois
fatores essenciais de qualidade dos GMC nº 50/98 trata dessa harmoni- ou três grupos sulfônicos. Esse grupo
corantes empregados na produção zação, bem como a Resolução GMC representa a classe de corantes sinté-
ADITIVOS & INGREDIENTES
de alimentos e bebidas. A Portaria nº 52/98 que trata dos critérios para ticos em alimentos mais importante
nº 02 DINAL/MS, de 28 de janeiro de determinar funções de aditivos, aditi- e utilizada. Pertencem a essa classe
1987, excluiu da Tabela I do Decreto vos e seus limites máximos para todas os corantes citados a seguir.
55871/65, os corantes Amarelo Áci- as categorias de alimentos.
do ou Amarelo Sólido (13015), Azul Os rótulos dos alimentos coloridos Amaranto - Esse corante apre-
de Indantreno ou Azul de Alizarina artificialmente devem conter os dize- senta boa estabilidade à luz, calor
(69800), Laranja GGN (15980), Ver- res “Colorido artificialmente” e ter e ácido, mas descolore em presença
melho Sólido E (16045), e Escarlate relacionado nos ingredientes o nome de agentes redutores, como o ácido
GN (14815) para uso em alimentos. completo do corante ou seu número ascórbico e SO2. Alguns estudos são
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CORANTES
de alguns agentes redutores, como de ser o corante vermelho Mais estável no central; apresentam, ainda, grupos
o ácido ascórbico e SO2. Não é para bebidas na presença do ácido sulfônicos que lhes conferem alta so-
permitido nos Estados Unidos, na ascórbico, um agente redutor. Países lubilidade em água. Com a legislação
Inglaterra seu uso é provisório e da União Européia permitem seu uso. das normas do Mercosul, passam a in-
restrito, nos países da União Euro- Estudos metabólicos mostraram que o tegrar esse grupo além do azul brilhan-
péia e no Japão seu uso é permitido, vermelho 40 (veja Figura 11) é pouco te, o verde rápido e o azul patente V.
mas foi voluntariamente banido absorvido pelo organismo e em estudos
pelas indústrias japoneses. Isso se de mutagenicidade não apresentou Azul patente V - Excelente estabi-
deve aos poucos estudos relevantes potencial carcinogênico, tendo desta lidade à luz, ácido e calor, mas apre-
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CORANTES
SO3[Na] SO3[Na]
[Na]O3S
SO3[Na]
OH
SO3[Na]
Japão, Estados Unidos e Inglaterra. adicionados em alimentos e bebidas e a caramelização. A reação de ca-
O sistema cromóforo desta classe consumidos no mundo. ramelização da sacarose faz intervir
de corantes possui uma estrutura No Brasil, o seu uso é permitido, uma dissociação do dissacarídeo em
tetrapólo (veja Figura 18). entre outras aplicações, em molhos, glicose e frutose, seguida de uma re-
gelados comestíveis, biscoitos, doces, combinação em pseudodissacarídeos
Eritrosina - Insolúvel em pH bebidas alcoólicas e refrigerantes, espirodioxânicos. Essas entidades
abaixo de 5. É o único representante destacando-se principalmente no específicas, cuja estrutura pode variar
dessa classe permitido no Brasil. É sabor cola e guaraná. em função do tratamento térmico ou
também permitido nos Estados Uni- Existem dois tipos de reações de da acidez, podem ser glicosiladas em
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CORANTES
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CORANTES
volume), colocada em cubeta qua- aquecimento e usado como aroma naturais vêm assumindo deve-se não
só à tendência mundial de consumo
Requisitos analíticos para o corante caramelo de produtos naturais, mas também
Tipo I E 150 A Tipo II E 150 B Tipo III E 150 C Tipo IV E 150 D às propriedades funcionais atribuídas
a alguns desses pigmentos. O apelo
Intensidade da cor 0,01 – 0,14 0,05 – 0,13 0,08 – 0,36 0,10 – 0,60
mercadológico estimula cada vez mais
Nitrogênio total * < 0,1 % < 0,2% 0,7 – 3,3% 0,3 – 1,7% o desenvolvimento de novos estudos
Enxofre total * < 0,2% 1,0 – 3,5% < 0,2% 0,8 – 2,5% com o intuito de superar as limita-
• Expresso em uma base de cor equivalente • Fonte: D.D. Williamson ções tecnológicas existentes.
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