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Economia Comum – Lei 6/2001

Habitação e mesa – Artº2 LEC


Tempo: 2 anos em economia comum – Artº1 LEC.
Vivência em conjunto: Artº2 nº1 LEC.
Para além de morar junto, frutem rejeições em conjunto, pagam as despesas em conjunto, etc.
Artº2 LEC.

• Não se aplica a Lei Economia Comum (LEC):


1. Pessoas que vivem junto, mas uma delas é hospedes e paga-lhe Artº 3 a) LEC.
2. As empregadas domésticas partilha recurso, mas há outro tipo de contrato. Artº 3
b)
3. Foram deslocados e têm de morar juntos por pouco tempo. Artº 3 c)
4. Se tiver a viver, mas é obrigado (por obrigação). Artº 3 d)

• Vantagens que adivinhem a situação da LEC (Artº 4 LEC):


1. Benefício de férias, faltas e licenças, etc. quer no Público (nº1 a)) ou Privado (nº1
b)) [têm de morar juntos]
2. Impostos (para efeitos fiscais – Artº 4 nº1 c)
3. Casa onde habitam as duas (Artº5)
4. Casa arrendada (Artº6)

• Casa onde habitam as duas – Artº 5 LEC


1. Apenas 5 anos – Não há possibilidade de pagar renda. Tem D. Preferência
2. Tenho ascendentes ou descendentes a viver comigo, os que vivem em economia
comum perdem o direito. Passa a ter direito os ascendentes ou descendentes.
3. Se tiver um filho, os amigos que morram comigo não tem preferência (perdem o
direito de viverem e ficarem lá).

Filiação
1. Estabelecimento da Filiação
a) Maternidade
b) Paternidade

2. Efeitos da Filiação
a) Disposições gerais
b) Responsabilidades Parentais
c) Meios de suprimento

Para ter efeitos Jurídicos tem de ser reconhecido Artº 1797 CC.
Provas médicas – exames de ADN Artº 1801/1802 CC. Para facilitar a prova é a fixação legal da
conceção. Quando há junção do material da mulher e homem e dão origem a uma vida. Para
facilitar há uma fixação legal que uma gravidez dura 300 dias. Para efeitos legais pode ter
acontecido nos primeiros 120 dias e os outros 180 dias, são a gravidez Artº 1798 CC.
Relação de filiação = entre pais e filhos

Vínculo de base natural (biológico), mas que só tem relevância jurídica depois de
reconhecimento pelo Direito.

Atendibilidade da filiação depende do estabelecimento da maternidade e paternidade


(Artº 1797 CC)

Conceção (Artº 1798- 1800 CC)

Provas (Artº 1801 e Artº 1802 CC)

1) Estabelecimento da Filiação

Maternidade Paternidade

• Declaração • Presunção
• Averiguação Oficiosa • Perfilhação
• Reconhecimento judicial • Averiguação oficiosa
(investigação da • Reconhecimento judicial
maternidade) (investigação da
paternidade)

Maternidade

• Declaração de Maternidade

Artº 1802- 1807 CC

Menção da maternidade: quem declarar o nascimento no registo civil deve sempre


que possível identificar a mãe do registando (Artº1803 CC).

→ Regime da declaração

Nascimento há menos de 1 ano (Artº1804 CPC) – maternidade indicada considera-se


estabelecida + notificação pessoal à mãe, exceto se declaração tiver sido feita por esta ou
marido.

Nascimento há mais de 1 ano (Artº 1805 CPC) – maternidade estabelecida se mãe


estiver presente ou representada. Caso contrário é notificada para vir declarar se
confirma:

 Se nada disser: considera-se confirmada


 Se negar ou não for notificada: menção sem efeito.
→ Balção “Nascer Cidadão”
→ Registo omisso (Artº 1806 CC)
→ Impugnação da maternidade estabelecida por declaração (Artº 1807 CC)
• Averiguação oficiosa da Maternidade Artº 1808 – 1813 CC

Sempre que maternidade não for mencionada no ato de registo (ex: bebé
abandonado), funcionário deve remeter certidão do registo e cópia do auto de declaração
para maternidade ser averiguada oficiosamente (Artº 1808 CC):

o Tribunal identifica a mãe e esta confirma = termo e averbamento.


o Tribunal identifica, esta não confirma, mas há provas seguras = remessa do
processo para o Ministério Público para propor ação de investigação.

→ Inadmissibilidade da averiguação oficiosa (art. 1809):


Existe perfilhação e pretensa mãe e perfilhante são parentes ou afins na linha reta ou
parentes no 2ºgrau da linha colateral (relação incestuosa);
Mais de 2 anos sobre a data de nascimento.

Carácter secreto da instrução (art. 1812)


Improcedência da ação de averiguação oficiosa não obsta a que seja intentada nova ação de
investigação, ainda que com os mesmos factos (art. 1813)

• Reconhecimento Judicial – Investigação da Maternidade – Artº 1814-1825 CC


Quando não resulte da declaração ou da averiguação oficiosa, maternidade pode ser
estabelecida em ação intentada pelo filho para esse efeito (art. 1814)
Não é admitida em contrário da que conste do registo (art. 1815) –registo tem de ser
retificado, declarado nulo ou cancelado
→ Prova da maternidade (art. 1816):
- Filho deve provar que nasceu da pretensa mãe (nº 1)
- Está dispensado (maternidade presume-se) quando houver “posse de estado”
ou carta/escrito inequívoco (nº 2)
- Presunção considera-se ilidida quando existam dúvidas sérias (nº 3)

→ Prazo (art. 1817):


Menoridade ou nos 10 anos posteriores à maioridade ou emancipação (nº 1) ou
3 anos seguintes da retificação do registo (nº 2) ou
3 anos posteriores ao conhecimento de circunstâncias, cessação do tratamento como filho,
etc. (nº 3)

→ Legitimidade:
ATIVA = filho (art. 1814) –v. art. 1818
PASSIVA = pretensa mãe (art. 1819); se for filho nascido ou concebido na constância do
matrimónio, também contra o marido (art. 1822)

Paternidade

• Presunção de Paternidade - Art. 1826 1846 CC


Estabelecimento da paternidade por presunção legal (em relação ao marido da mãe ) de
filho nascido ou concebido na constância do matrimónio (art.
Casamento putativo não exclui esta presunção (art. 1827)
→ 3 Hipóteses:
❖ Filho nascido e concebido na constância do matrimónio: presunção funciona em pleno
❖ Filho nascido no casamento e concebido antes : cessa a presunção se mãe ou marido
declararem que marido não é o pai (art. 1828)
❖ Filho nascido depois do casamento mas concebido durante: cessa a presunção se
nascimento ocorrer 300 dias depois de finda a coabitação (art. 1829)
→ Afastamento da presunção:
❖ Mulher casada pode declarar o nascimento com indicação de que o filho não é do
marido (art. 1832)
❖ Marido pode declarar no ato de registo que não é o pai (art. 1828)

→ Prazo legal de conceção:


❖ Primeiros 120 dias dos 300 que precedem o nascimento (art. 1798)
❖ Daí que mãe ou marido possam impugnar a paternidade do filho nascido nos 180 dias
posteriores ao casamento –concebido antes (art. 1840)
❖ Se filho nasceu depois de a mãe ter contraído novo casamento ou dentro dos 300 dias
após a dissolução do anterior, presume-se que o pai é o 2º marido (art. 1834)

→ Impugnação da paternidade estabelecida por presunção:


❖ Em princípio a paternidade presumida não pode ser impugnada (art. 1838)
❖ Exceções:
-Se for provado judicialmente que a paternidade do marido é manifestamente
improvável (art. 1839)
-Se o filho nascer dentro dos 180 dias posteriores ao casamento –concebido antes (art.
1840)

→ Legitimidade:
❖ ATIVA: marido da mãe, mãe ou filho (art. 1839) ou Ministério Público (art. 1840)
❖ Verdadeiro pai não pode impugnar diretamente a paternidade presumida, só através
do MP
❖ PASSIVA: devem ser demandados a mãe, o filho e o presumido pai (art. 1846)

→ Prazos:
❖ Pelo marido: 3 anos (do conhecimento das circunstâncias)
❖ Pela mãe: 3 anos (do nascimento)
❖ Pelo filho: 10 anos (da maioridade ou emancipação) ou 3 anos (do conhecimento das
circunstâncias)
❖ Pelo MP: requerido pai 60 dias (art. 1841)

• Perfilhação – Artº 1849-1863 CC


Ato pelo qual alguém se declara como pai de outrem (reconhecimento voluntário)
Ato pessoal e livre, mas pode ser feito por procurador com poderes especiais (art. 1849)

→ Forma (art. 1853):


❖ Declaração perante o funcionário do registo civil
❖ Testamento
❖ Escritura pública
❖ Termo lavrado em juízo

→ Capacidade (art. 1850)


❖ 16 anos, não-acompanhados nem afetados por perturbação mental notória.

→ Prazo:
❖ A todo o tempo (art. 1854), incluindo de filhos maiores (art. 1857)
❖ Antes ou depois do nascimento –se for nascituro, só é válida se posterior à conceção e
identificada a mãe (art. 1855)
❖ Mesmo depois da morte –só produz efeitos a favor dos descendentes (art. 1856)

→ Legitimidade:
❖ Não obsta à perfilhação o facto da maternidade não se encontrar declarada (art. 1851)
❖ Não é admitida a perfilhação em oposição à que consta do registo (art. 1848)

Perfilhação é irrevogável e, quando feita em testamento, não é prejudicada pela


revogação deste (art. 1858)

→ Impugnação e anulabilidade:
❖ Por falsidade –impugnável, a todo o tempo (mesmo depois da morte do perfilhado)
pelo perfilhante, perfilhado, qualquer outra pessoa com interesse moral ou
patrimonial ou pelo MP (art. 1859)
❖ Por vício na declaração –anulável por erro ou coação moral (art. 1860)
❖ Por incapacidade –anulável a requerimento do perfilhante, pais, tutor ou
acompanhante (art. 1861)

• Averiguação Oficiosa da Paternidade – Artº 1864- 1868 + Artº1811-1813 (remissão)


→ Registo de nascimento apenas com maternidade estabelecida –funcionário deve
remeter ao tribunal certidão do registo para identidade do pai ser averiguada
oficiosamente (art. 1864 e 1865):
❖ Indicação da mãe ou outro meio e pretenso pai confirma= termo de perfilhação
❖ Pretenso pai nega, mas tribunal conclui pela viabilidade da ação(provas seguras) =
remessa do processo para MP para propor ação de investigação

→ Não é admitida averiguação oficiosa (art. 1866):


❖ Mãe e pretenso pai são parentes ou afins na linha reta ou parentes no 2ºgrau da linha
colateral (relação incestuosa)
❖ Mais de 2 anos sobre a data de nascimento (exceto processo crime –art. 1867)

• Reconhecimento Judicial – Investigação da Paternidade – Artº 1869-1873 + Artº1817-


1819 e 1821 (Remissão)
Se a maternidade já se encontrar estabelecida ou for pedido conjuntamente o
reconhecimento da maternidade e paternidade (art. 1869)
Não é admitida em contrário da que conste do registo (art. 1848) –registo tem de ser
retificado, declarado nulo ou cancelado
→ Legitimidade para intentar a ação:
❖ Filho (art. 1869)
❖ Mãe menor, em representação do filho (art. 1870)

→ Para efeitos de ónus de prova, paternidade presume-se (art. 1871):


❖ Filho reputado como tal pelo pretenso pai e pelo público
❖ Carta ou outro escrito do pretenso pai
❖ Comunhão duradoura de vida ou concubinato duradouro entre pretenso pai e mãe
durante o período legal de conceção
❖ Pretenso pai tenha seduzido a mãe
❖ Relações sexuais provadas entre pretenso pai e mãe durante o período legal de
conceção

• Efeitos da Filiação
→ Deveres de pais e filhos (art. 1874):
❖ Respeito, auxílio e assistência mútuos
❖ Obrigação de prestação de alimentos

→ Nome e apelidos do filho (art. 1875 e 1876)


❖ Escolha dos pais (falta de acordo: juiz)
❖ Alteráveis se maternidade ou paternidade forem estabelecidas posteriormente
❖ Atribuição dos apelidos do marido da mãe, não-pai (art. 1876)

→ Responsabilidades Parentais (art. 1877-1920C)

❖ Duração: até maioridade ou emancipação (art. 1877)


❖ “Responsabilidades parentais” substituiu a expressão “poder paternal” (Lei 61/2008):
reflete exercício por ambos os progenitores e no interesse do filho
❖ Meio de suprimento da incapacidade de exercício dos menores (art. 124)
❖ Poder-dever ou poder funcional
❖ Irrenunciáveis (art. 1882)
❖ Conteúdo das RP(art. 1878): “Compete aos pais, no interesse dos filhos, velar pela
segurança e saúde destes, prover ao seu sustento, dirigir a sua educação, representá-
los, ainda que nascituros, e administrar os seus bens”

Pessoais Patrimoniais Representação

→ Responsabilidades Pessoais
❖ Respeito mútuo (art. 1874)

❖ Guarda e segurança:
 Manter filhos no lar (art. 1887)
 Sem privar do convívio com irmãos e ascendentes (art. 1887-A)
 Zelar pela segurança (art. 1878)
❖ Saúde(art. 1878)

❖ Educação:
 Desenvolvimento físico, intelectual e moral e instrução, de acordo com possibilidades
e aptidões e inclinação (art. 1885)
 Religiosa -menores de 16 anos (art. 1886)

❖ Correção (art. 1878 nº 2 CC e 36 nº 5 CRP)

→ Responsabilidades Patrimoniais
❖ Administração dos bens do filho:
 Como se fossem seus (art. 1897)
 Isentos de prestação de contas (art. 1899) e caução (art. 1898)
 Há casos de exclusão da administração (art. 1888)
 E atos que os pais não podem praticar sem autorização do tribunal (art. 1889)
 Proibição de adquirir bens do filho sem autorização do tribunal (art. 1892)
 Atos anuláveis (art. 1893), a não ser que tribunal confirme (art. 1894)
 Bens cuja propriedade pertence aos pais (art. 1895) –pais devem compensar
 Rendimento dos bens do filho (art. 1896) –“para satisfazerem as despesas com o
sustento, segurança, saúde e educação deste, bem como, dentro dos justos limites,
com outras necessidades da vida familiar”
 Fim da administração (art. 1900)

❖ Alimentos:
 Prover ao sustento do filho (art. 1878)
 Necessidades de sustento, habitação, vestuário + instrução e educação do menor (art.
2003)
 Mesmo em caso de inibição (art. 1917)

❖ Desvios à regra do art. 1877 (“até maioridade ou emancipação”):


 Cessa a obrigação quando filhos estão em condições de suportar encargos (art. 1879)
 Mantém-se para completar formação profissional (art. 1880 e 1905 nº 2): critério de
razoabilidade.

→ Responsabilidades de Representação
❖ Exercício dos direitos e cumprimento das obrigações do filho (art. 1881)

❖ Exceções:
 Atos puramente pessoais
 Atos que o menor tem o direito de praticar pessoal e livremente
 Atos respeitantes a bens cuja administração não pertença aos pais.

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