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Direito do ambiente
O ambiente como objeto de regulação autónomo do direito começa a desenvolver-se a
partir da segunda metade do seculo XX. Relacionando-se com o ambiente humano, a terra, os
recursos naturais e o sistema natural e sobretudo as nossas interações com ele. A designada
consciência ecológica surge após grandes desastres ambientais e a crise petrolífera dos anos 70.
Como tal, o ambiente imiscuísse em diversos universos. Em primeiro lugar desde logo
no universo político, porque a intervenção do Estado é chamada à colação exigindo um quadro
de legislativo de proteção do ambiente. Por exemplo, através da criação de partidos políticos
verdes ou da adoção de políticas públicas. Em segundo lugar, destaca-se a importância do
universo económico em que o objetivo primário é encontrar um equilíbrio entre a ideia
deficiência económica com o impacto ambiental que pode ser gerado. Pensasse na lógica de
custo de benefício. Recentemente tem vindo a ganhar cada vez maior dimensão a dita
fiscalidade verde, ou seja, o estabelecimento da economia do mercado em que os aspetos
ambientais passam também a ter relevância com a imposição de taxas sobre a compra de
determinados bens ou serviços, nomeadamente a compra de sacos plásticos que é um exemplo
mais recente que é no mercado português.
Tudo isto naturalmente em linha com o comércio europeu de licencias de emissão e no
âmbito do protocolo de Quioto.
Toda esta perspetiva leva ainda a uma crescente responsabilização social e ecológica
não só nos cidadãos comuns, mas principalmente nos agentes económicos guiando a sua
atuação.
Neste sentido não se pode ignorar de forma alguma a relação do ambiente e da sua
proteção com o universo ético. Desde logo, alude a um princípio de equidade e de solidariedade
intergeracional. Que se baseia na ideia de que todas as gerações, a nossa, a que nos antecedeu
e as próximas, têm a terra como um bem em comum sejam elas passadas, presentes ou futuras.
Este princípio é, como todos sabem, o alicerce do conhecido do princípio do desenvolvimento
sustentável objetivo primordial a nível internacional, em especial um designo europeu, e claro
em Portugal. Para isso foram sendo aprovadas/adotadas um conjunto de tratados, convenções
internacionais, como Agenda 2030, nos hospícios da ONU e também em Portugal com o
compromisso para o crescimento verde de 2015.
Destaca a professa Carla Amado Gomes, da faculdade de direito de Lisboa, que o
ambiente é um caminho entre a visão utilitarista e a visão egocêntrica pura. O ambiente não se
protege por si só, mas também é um mero instrumento do bem estar do homem. O ambiente
deve ser preservado porque é uma condição de existência dos seres humanos, os quais por sua
vez são parte integrante. O homem fica assim vestido na responsabilidade de promoção e não
de perturbação grave irreversível de forma lesiva do equilíbrio ecológico.
O enquadramento legal é muito vasto. Diversos autores identificam mais de mil
instrumentos internacionais de proteção do ambiente nas suas várias vertentes e não podendo
nós abordar todas elas nós vamos mencionar algumas de caráter internacional, mas vamos
centrar-nos naquilo que a lei, debates da política de ambiente em Portugal, a Lei 19/2014 de 14
abril.
O quadro legislativo de proteção do ambiente é, pois, diverso, mas iremos centrar-nos
no enquadramento constitucional e com os devidos desenvolvimentos na lei de bases.
• O Futuro
Se dúvidas houvesses sobre a importância da questão ambiental, o atual contexto não
nos deixa dúvidas sobre a mesma. É certo que é uma pandemia que podemos entendê-la com
um fenómeno mais na perspetiva da saúde, mas não deixa de ser também uma questão
ambiental, da interação do homem com a própria natureza.
Atualmente, a questão ambiental enfrenta graves problemas desde logo sofre sobre a
falta de implementação e de compromissos diversificados, mecanismos que façam cumprir os
ditos tratados internacionais, como seja o Acordo de Paris adotado em 2015 ou outros
documentos de igual relevância.
A transversalidade da área do ambiente é inegável, o ambiente não vive por si só, o
ambiente interage com outras áreas do conhecimento técnico e científico aliado, hoje, à
tecnologia e à economia de forma a obter-se crescimento económico e aumento do emprego e
das condições de vida ao mesmo tempo que se atinge uma gestão racional do planeta e dos seus
recursos.
É vital reconhecer a múltipla governancia como necessária para ultrapassar os
problemas enfrentados nos dias de hoje. Sendo exigida a cooperação internacional seja entre
os diversos estados seja entre as várias organizações regionais. Não se esquecendo o papel
mobilizador que as organizações não governamentais, as ONG, também assumem neste
domínio.
Os próximos anos serão sem dúvida marcados pelo aumento da população mundial e
por estranhas alterações climáticas, secas, chuvas intensas, sendo que a elevada concentração
de Dióxido de Carbono (CO2) na atmosfera levará a um aumento acrescento da temperatura
mundial, com o consequente aumento do nível do mar e de libertação do metano, enquanto
alguns países são inundados ou sofrem de falta de água.
Ira-se comemorar no próximo dia 22 de Março o Dia Mundial da Água e importa que
nem todas as pessoas em todos os lugares do planeta, importa recordar que nem todos dispõem
desse bem essencial. Deste bem que é reconhecido pela Organização das Nações Unidas como
um direito fundamental.
É, portanto, necessária a mobilização da população mundial para lidar com estes
problemas antes da chegada a uma situação de não retorno.
Deve-se fomentar uma perspetiva de precação e de prevenção evitando que os danos
ocorram, em vez de responsabilizar esses mesmo danos, lembramos a este prepósito todos nós
do nosso ditado popular “Mais vale prevenir do que remediar”.
A educação ambiental assume um papel importante devendo institucionalizar a ideia de
consciência ecológica, sobretudo aos mais altos níveis de representação política de forma a
permitir uma sugestão sustentável do planeta. Também no ensino superior, no IPB ou na EsAct,
devemos pugnar pela defesa do bem jurídico que é o ambiente consagrado na CRP.
• O desenvolvimento sustentável
Obriga à satisfação das necessidades do presente sem comprometer-se as gerações
futuras, como é comum dizer-se que nós não herdemos o planeta dos nossos pais, nós tomamos
conta dele para as gerações futuras. A preservação e prevenção é central. Nós temos que gerir
cada vez mais e melhores os nossos recursos com uma certeza, não são infinitos.
A Terra tem seguramente recursos para satisfazer as nossas necessidades, mas não tem
recursos para satisfazer todas as nossas ambições, temos de ser cumodidos na utilização dos
recursos.
→ Da prevenção e da precaução
São princípios fundamentais na política de ambiente como também na politica de saúde e
como podemos prever no atual contexto.
→ Poluidor pagador
Poluidor somos todos, mas aqueles que poluem mais têm obrigação de contribuir mais
para a sociedade.
Este princípio obriga o responsável pela poluição assumir os custos da atividade
poluente e da introdução de medidas de prevenção e controlo da própria poluição.
• Utilizador pagador
Este princípio obriga utente dos serviços públicos a suportar os custos da utilização dos
recursos assim como da recuperação proporcional aos custos associados à sua disponibilização
visando a respetiva utilização racional.
Quem usa tem de pagar. Exemplo: Todos nós conhecemos o princípio das portagens, eu
uso a autoestrada e pago a autoestrada.
A responsabilidade obriga a todos os cidadãos, aos particulares, às instituições
públicas/privadas e naturalmente, em primeira linha, ao Estado. A responsabilidade obriga
assim à responsabilização de todos direta ou indiretamente com dolo ou em negligência, que
provocam ameaças ou danos ao ambiente, cabendo ao Estado à aplicação de sanções devidas
não estando excluída a possibilidade de indemnização aos termos da lei.
Existe um regime penal de crimes ambientais.
Mas quando a prevenção não é possível temos de recorrer ao princípio da recuperação
em que obriga ao causador do dano ambiental à restauração do ambiente, tal como se
encontrava anteriormente à ocorrência do facto danoso.
Há ideias repetidas na lei da base. Quis trazer para o território a lei dos solos que estava
inicialmente separada. Foi publica 30 de 2014 e entrou em vigor no mês de junho.
Notas gerais dos motivos do legislador para rever a legislação:
1º simplificar o planeamento da gestão territorial – é um pouco complexo. A ideia chave:
reforço do papel dos planos municipais, planos de urbanização e plano de pormenor (de detalhe
para áreas especifica, por exemplo, o plano diretor municipal histórico de Bragança o castelo).
Planos municipais sendo o único instrumento dos particulares e o uso do solo, enquanto
cidadãos quando precisamos o que podemos construir eu devo consultar o plano diretor
municipal para dar referencia à área.
A lei de base veio ajudar a distinguir duas categorias: plano e programa. Em sentido
jurídico não se confunde, Artº 38 da lei de bases. Um programa territorial estabelece um quadro
estratégico. Os planos territoriais são as opções em concreto. Programa é um quadro
estratégico.
Os programas territoriais são definidos pela administração central. Planos territoriais
são de iniciativa municipal.
Artº 38 dos planos e programas.
O regime territorial diz-nos os âmbitos: nacional e no continente (regiões planas). O
legislador veio criar o âmbito no intermunicipal e são uma nova forma de organização do poder
público, embora não existem planos intermunicipais.
Planos territoriais municipal – é a questão da vinculação jurídica e externa, porque há
aspetos da legislação que ultrapassam os domínios jurídicos. Vamos verificar os aspetos jurídicos
da questão. Artº 46. Os vínculos jurídicos são mais sérias tem implicações.
Artº 46 para o Artº3 RJIGT.
Os particulares são obrigados de ler penacot? Mas não nos vincula. Os planos territoriais
de competência municipal Artº 46 nº2. São vinculativos dos municípios e dos cidadãos. Nós
vamos aos programas territoriais ao PDM ou plano de pormenor.
Planos territoriais municipais vinculam os particulares. Os poderes públicos os
municípios, a legislação limita os poderes.
Os planos têm uma parte que os arquitetos fazem, mas tem um regulamento
administrativo, é vinculante para a entidade publica que o aprovou e para nós os cidadãos.
Artº46 nº3. O legislador vem com as questões florestais porque tem tido uma
regulamentação própria.
PDM – Artº 43 – fala em âmbito municipal. Os planos territoriais municipais estabelece
na CRP e na lei. Em qualquer regulamento do município está sempre referido nos termos
constitucionais. Artº 43 nº3 elaboração obrigatória desde da década 80. os municípios fizeram
o plano porque não recebiam os fundos municipais. Mais tarde revisto, já se fala em terceira
geração dos planos. Há um problema: o que ainda não foram revistos, os terceiros da geração
até 30 de junho, tem de ser revistos, os planos municipais têm de ser revistos.
O plano de urbanização – o legislador já não diz que não é obrigatório o plano de
urbanização. Mas todos os municipais têm planos de urbanização.
Planos de pormenor – questões mais limitadas serão feitos se serão necessários.
Aumenta a restrições de ocupação de espaço.
Artº 43 os três grandes planos.
Aspetos gerais: os programas e planos não vivem isolamento. a lei de base tem de ser
compatível já pré existentes. Rever os PDM a legislação acima do PDM foi revista, ou seja, tem
de ser ajustado. A obrigatoriedade vem definida desde da lei de 2014.
Regime de gestão territorial: o legislador pretendeu que tudo ficasse concentrado no
plano do diretor municipal.
Lei de bases consagrou ainda algumas normas significativas de relevâncias: 1º aspeto
definição do uso do solo, Artº 20 nº1. Outros aspetos de alterar as restrições publicas, Artº 11
nº3 (exemplo reserva ecologia nacional, espaços de reserva ecologia).
As cartas de REN também têm de ser revistas (reservas ecológicas nacionais).
Outra ideia do legislador: identificação da reabilitação das áreas urbanas. Há um
conceito regeneração é uma casa antiga e vou recuperá-lo.
Outro aspeto da lei de bases: criar u regime excecional, o legislador constatou que
tínhamos muitas zonas operações urbanísticas que não tinham respeito nenhum instrumento
aplicado, então temos de regularizar as operações urbanísticas. Há operações que estão ilegais,
temos de as legalizá-las e regularizar. Artº 59 (legalização) remete ao 102, 102 A o rjue…
A jurisprudência não foi a mega nalgumas situações e usou a expressão legalização. O
motivo do legislador, onde há moradias que estão em desconformidade, vamos legalizar.
Nota geral: a lei de bases veio impor a necessidade de ser revista no espaço de 6 meses
o regime jurídico instrumentos em gestão territorial e regime jurídico instrumento
urbanificação. a legislação complementar Artº 81, de qualquer forma quando não há um prazo
administrativo pode ser os 180 dias, ou seja, os 6 meses.
Sobre a norma revogatório: esta lei que aparece, Artº 83, a Lei 48/98 era anterior lei que
foi alterada em 2007. DL 794/76 teve remissão era a chamada lei dos solos. A lei de bases
obrigou a um conjunto de diplomas vastos.
A lei de bases andou décadas a ser discutido.
31/2014 tem no seu objetivo três objetos. Artº 1 remete Artº 1 rjigt. Artº 65. Artº 2
conjunto de fins que pretende atingir com a lei de bases, atingir os fins da política de solos e
urbanismos: garantir o desenvolvimento sustentável, evitar a contaminação do solo, etc. uma
das caraterísticas fundamentais: reforço da coesão nacional, deve motivar os sucessivos
governos fazem uma rede de equipamentos no todo nacional. O que tem acontecido 1/3 no
litoral e 2/3 no interior e criar problemas urbanísticos. Na zona de lisboa, bus elétricos, a cidade
torna-se um espaço com muita pressão é preciso devolver o espaço de cidade Às pessoas.
Aumentar a resiliência territorial- o mundo tem necessidade de resiliência há uma
resistência que a sociedade tem de ter como um todo, mas também o próprio sistema urbano,
para ter mais capacidade de gerir os territórios e estar preparada para os fenómenos.
Princípios gerais, Artº3, Artº 3 nº2, não acrescentam nada. No Artº3 nº1 estão os
princípios gerais que tem um valor forçado.
Artº 3 nº1 g) participação dos cidadãos reforçando o acesso…. Tem de haver mais
mecanismos e desenvolvimento.
27- 03- 2020
Artº 3 – íamos destacar que acaba por ser transversal- participação dos cidadãos, porque
é um direito geral e um direito consagrados no direito administrativo tem algum reforço de
aplicação.
cRP, lei de base, estamos a descer até à mais detalhada, até ao municipal.
Propriedade pública do solo
Ideia: Artº 22 nº1 , domínio da administração é todo publico? Parece haver um contra
censo. Aqui o legislador de ponta vista prático: os municípios são proprietários de edifícios
edificados, alguns é domínio publico e jamais podem vender a mim, mas alguns podem vender
em que o terreno é privado e pode vender. casas de função o estado considerou que não era
essencial ter essa propriedade. Há zonas no domínio do público e não podem ser alienadas.
Propriedade administração a entidade publica pode vender, porque entende que já não é função
chave da sua atuação.
Artº 26 – as entidades publicas estão vinculadas.
Sistema de gestão territorial. Lei de bases Artº 43 remete 69 e ss RJIGT 80/2015. Lei de
bases não diz tudo. A lei de bases define as bases da política em conformidade de preceitos em
conformidade e a orientação política. A lei de bases nunca deve ser depois um regulamento
nunca se deve substituir a um dl ou despacho. Artº 1 RJIGT.
Elaboração e aprovação Artº 48 lei de bases, não diz tudo.
Dl 555/99 está em vigor. Dl 136/2014.
Legislação complementar
Dl 15/2015 de 19 agosto.
03-04-2020
DL 80/2015
Ele veio a traz 3 coisas essenciais: proceder ao regime jurídico anterior rijgit, a lei de
bases, procedeu a revisão regime jurídico instrumentos.
80/2015 fez uma revisão profunda. Fez alterações na logica da estrutura. Anterior
regime era planocêntrico. Remeteu tudo para o PDM, passando a ser o nosso guião. Assim sendo
o DL 80 definiu 3 aspetos: coordenação dos âmbitos, regular o regime de uso solo e elaboração,
aprovação, executação e avaliação de gestão territorial.
As principais alterações RJIGT. A grande medida foi concentração do pdm de todas as
normas em matéria ordenamento do território.
Outra ideia geral: classificação do solo (grande alteração), o que não diz a lei de bases
que se eliminou uma classe, a classe urbanizada era um solo que se esperava a serem
urbanizados e fazia com que houve muito solos e ficavam a especulação dos investigadores e o
legislador acabou com isso. A reclassificação solo rustico e urbano, o solo só deve ser urbano só
quando for necessário e não andar a criar solos urbanos para fazer negócios.
Outra ideia: usando plataforma eletrónicas. Para os processos correm sobre esta
plataforma. Quem submete poder ter acesso ao processo.
Outra medida: novas formas de intervenção publica nos solos, nomeadamente, venda e
arrendamento forçado, reserva de solo. Quando os proprietários não cumprem o PDM a
administração pode impor uma venda força. Artº 35 e Artº 36 da lei de bases, o Estado obrigado.
Falta de meios económicos por agentes públicos.
Avaliação há avaliadores independentemente, o tribunal não perde muito tempo. As
variações não são muito significativas, porque há critérios técnicos.
O Estado está a usar o ius imperium. O estado não pode impor sacrifício.
Artº 6, um exemplo do reforço. Nº5 do Artº 6 tem de ser publicada no DR, mas nem
todas merecem isso. Administração tem de analisar criticamente e não responder ou dar a típica
resposta dada, tem de haver esse relatório e tem de ser publica. Desmotivando a participação
dos cidadãos.