4 Sexta-feira, 17 de Agosto de 2018
Vidas Transformadas
{ Paternidade
bem resolvida!
Como pai, não sabia como ser um mas tinha certeza de como não ser
Meu nome é Anderson, sou o
filho mais velho de três irmãos.
Tive uma infância quase sem a
presença do meu pai. Ele traba-
lhava em uma plataforma em
alto mar e ficava 15 dias no tra-
balho e 15 dias em casa, mas o
tempo que passava em casa ou
ele estava brigando com minha
mãe, ou estava nervoso, ou al-
coolizado.
Depois de muitas brigas,
quando eu estava com 8 anos,
minha mãe resolveu sair de
casa conosco para fugir daque-
la situação. Lembro perfeita-
mente da cena de quando ela
esticou alguns lençóis no chão
fazendo grandes trouxas com
nossas coisas e logo uma ami-
ga vindo nos buscar. Começava
aí uma sequência de mudanças,
morando sempre de favor no
quartinho de bagunças da casa
de alguém.
Algum tempo depois, uma de-
terminação judicial nos colocou
de volta em nossa casa. Sem
meu pai, a casa com algumas
prestações atrasadas, nós sem
nada, era somente eu, minha
mãe e meu irmão mais novo.
Até minha mãe arrumar alguns
empregos e colocar as contas
em ordem, fomos ajudados por
alguns vizinhos e amigos dela.
A medida que eu ia crescen-
do e vendo a dificuldade dela
para nos criar e alimentar, fui
criando um ódio de meu pai,
que logo se casou e foi morar
em outro país, isso quando eu
tinha 10 anos de idade. Minha
mãe, criada em um lar disfun-
cional, agora estava cuidando
de mais um lar disfuncional. A
partir daí cresci solto e tinha
a responsabilidade de cuidar
do meu irmão enquanto minha
mãe trabalhava. Fui obrigado
a crescer, comecei a trabalhar
cedo e também a praticar pe-
quenos furtos. Tinha poucas
referências masculinas e fui
criado com minhas próprias
verdades.
Entre acertos e muitos erros
cresci. Engravidei minha namo-
rada e nos casamos. Quando
meu filho estava com aproxima-
damente 2 anos, meu pai retor-
nou ao Brasil. Eu, com 29 anos
e sem conhecer a Cristo, não
queria vê-lo. Naquele momento
da minha vida eu era pai, mas
não tinha um pai presente, não
sabia muito bem como ser um,
mas tinha certeza de como não
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ser. Eu não queria que ele co-
nhecesse meu filho. Achava que
ele não merecia conhecê-lo mas
minha esposa tanto falou que
um dia acabei cedendo. Não foi
exatamente como eu esperava,
mas meu ódio ia diminuindo
aos poucos.
Em setembro de 2013, fui a
uma celebração da Igreja da Ci-
dade. Era a primeira vez que as-
sistia a um culto evangélico em
minha vida. Fiquei impressio-
nado! Coro, orquestra, músicas
lindas e ninguém me apontan-
FRASE do ou olhando atravessado. Na
mensagem, tive a sensação de
que alguém do meu convívio ha-
EE“Pai, te amo
demais, me inspiro via vindo antes e contado minha
história para o pastor. O auditó-
em você, agradeço rio estava lotado, mas o pastor
a Deus por ter que pregava parecia que só fala-
você!” va comigo. Senti que havia algo
diferente ali. Naquela celebra-
ção entreguei minha vida pra
Jesus e desde então comecei a
acreditar que eu podia ser mais,
poderia ser melhor. Havia des-
coberto que era filho e que meu
Pai do céu estava comigo. Co-
mecei a enxergar minha esposa
e meu filho como tesouros que
Deus havia me dado, e a investir
melhor meu tempo com eles.
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Percebi que a partir de minha
geração, aquelas dificuldades
geracionais tinham chegado ao
fim, e que eu, me aproximando
de Deus, meu filho se aproxi-
maria cada vez mais de mim.
Tenho vivido dias fantásticos
com ele!
Tenho caminhado ao lado de
homens que são referências
para mim. Tenho batalhado e
vencido em várias áreas em mi-
nha vida que antes eu não con-
seguiria sozinho. E no dia dos
pais deste ano, acompanhado
do presente que meu filho me
deu, recebi um cartão escrito
por ele que dizia: “Pai, te amo
demais, me inspiro em você,
Divulgação
agradeço a Deus por ter você!”