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CURITIBA
2013
GISELE CRISTINE TRAPPEL
CURITIBA
2013
TERMO DE APROVAÇÃO
Esta monografia foi julgada e aprovada para obtenção do diploma de Bacharel em Direito, Curso de Direito da
Universidade Tuiuti do Paraná.
___________________________________
Bacharelado em Direito
Universidade Tuiuti do Paraná
Prof.__________________________
Prof.__________________________
Dedico inteira e completamente o
presente trabalho à minha família, por
seu intermitente apoio e
compreensão.
AGRADECIMENTOS
A toda minha família, que é meu eixo motivador, sempre companheiros e prontos
para ajudar, em especial para minha querida Mãe.
Agradeço ainda, ao meu nobre orientador, Prof. Néfi Cordeiro, que é merecedor
de toda a minha estima e agradecimento, por sua bondade e paciência.
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................08
2 CRIMINOLOGIA.........................................................................................10
3.3 TEORIAS....................................................................................................21
4 EXAME CRIMINOLÓGICO..................................................................25
4.3 CRIMINOGRAFIA.....................................................................................30
5 RESSOCIALIZAÇÃO..............................................................................44
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................46
7 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................48
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1 INTRODUÇÃO
Será necessário expor as diversas teorias sobre o tema, sua forma efetiva de
aplicação e os resultados obtidos através desses métodos. Serão utilizadas doutrinas
antigas e atuais fazendo um paralelo entre elas; mostrando, inclusive, o descompasso
da aplicação da lei penal sem distinção e a aplicação dos métodos da psicanálise para
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2 CRIMINOLOGIA
A palavra criminologia vem do latim crimino (que significa crime) e logia (que
significa estudo), ou seja, estudo do crime. Ela pode ser definida como uma matéria
interdisciplinar, pois não pertence nem somente ao Direito Penal nem somente a
Psicologia, transitando entre diferentes ciências. Considera-se a criminologia como
uma ciência fundamentalmente antropológica, devido à dificuldade na sua verdadeira
definição.
seu meio social; conquanto que ROUSSEAU definiu a criminologia como a busca da
delinquência do agente no meio social. (BANDEIRA, José Ricardo Rocha, 2008. p.
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Com efeito, o crime e a pena são encarados sob duas perspectivas diferentes:
ou são estudados pelas disciplinas normativas, como o direito penal e o
direito penitenciário, ou pelas ciências causal-explicativas, como as ciências
criminológicas. (ALBERGARIA, JASON, 1988, p.24)
Ademais, não quer se dizer que mesmo sendo essas disciplinas diversas que não
estarão ligadas entre si; ao contrário, elas formam um conjunto que dão base ao estudo
da criminologia.
A criminologia não pode ser reduzida ao estudo do criminoso pelo tipo penal
em que está incurso, pois ela vai muito além da norma legal, estudando a ação humana
como forma de fenômeno social.
Tanto assim, que não se torna necessário o conhecimento da lei penal para
que um ser humano assuma o caráter de criminoso, por outras palavras, o
desconhecimento das determinações daquele Código não excusa ninguém da
possibilidade de vir a responder pelas ofensas que acaso cometa, dentro das
exigências cabíveis em justiça. (CARVALHO, Hilário Veiga de, 1973, p.
59/60).
Com isso, vemos que por um lado aceitação de que possa existir um criminoso
nato, por hereditariedade, por exemplo, é contrário ao pensamento de alguns
estudiosos, como fora citado acima.
criminoso a partir do seu aspecto físico, mesmo estando hoje superada a sua teoria, ela
foi de grande valia para os atuais estudos do delinquente.
Já em outra linha de pensamento temos Feldman, que diz não se pode ter muita
credibilidade essa linha de raciocínio, uma vez que, não foram feitos exames na
população em geral, somente eram feitos depois que o individuo já tinha cometido o
crime, e mesmo quando se encontra uma associação esta não indica necessariamente
uma ligação direta. (FELDMAN, M. Philip, 1979, p. 190)
Por contrariar uma forte linha de pensamento que foi seguida durante muito
tempo por vários doutrinadores, Feldman nos dá sua possível solução para que o
resultado do exame com base no biotipo seja mais real: “um teste mais verídico, ainda
por realizar, seria uma associação entre a constituição física e o tipo de crime no qual
nenhuma vantagem é proporcionada por qualquer constituição em particular”.
(FELDMAN, M. Philip, 1979, p. 190/191)
Para estabelecer uma defesa com base na loucura é preciso estar claramente
comprovado que no momento de cometer o ato o acusado agia sob tal falha
da razão, resultante de doença mental, ignorando portanto a natureza e a
qualidade do ato que praticava; ou, caso a conhecesse, ignorava ser errado o
que fazia. (FELDMAN, M. Philip, 1979, p. 240/241)
Segundo Jason Albergaria, há uma linha tênue entre onde começa o biológico e
termina o social e vice-versa, por isso a importância da analise do meio circundante e
diz que “na realização do delito, a personalidade do criminoso não seria independente
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Feldman, em sua obra Comportamento Criminoso, traz uma série de teorias que
embasam o Meio Circundante, a qual não se faz necessária para o presente estudo, no
entanto assevera e nos ensina ao dizer que:
Essas são apenas algumas das considerações que devem ser feitas a respeito do
presente estudo, no entanto, não cabe ao presente trabalho tal aprofundamento, que por
sua vez tem como objetivo na verdade mostrar a existência das teorias e a sua
influencia para o enfoque do trabalho.
Diversas são as obras que falam a respeito da criminologia, bem como sobre a
classificação dos criminosos. Parece-nos que tudo que envolve qualquer tema a
respeito da criminologia (crime, criminoso, crimogênese e etc.) se nivelam no que diz
respeito à dificuldade na sua conceituação e definição.
3.3 TEORIAS
Várias são as teorias que norteiam o estudo da criminologia com especial ênfase
no criminoso. Essas teorias são sociológicas e psicológicas que versam sobre a
delinquência. Seguindo a linha de raciocínio de Jason Albergaria em sua obra
Criminologia: teoria e prática (1988) iremos expor as teorias abordadas pelo autor, de
forma breve, pois não é de fiel importância ao nosso estudo.
b) Teoria Ecológica
d) Teoria da Anomia
f) Teorias Bioantropológicas
g) Teoria de Lombroso
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A teoria de Lombroso defende que há uma criminalidade nata, que podem ser
observadas através de características anatômicas, que podem ser vistas pelo exterior do
delinquente. Segundo Jason Albergaria,
Sua classificação para alguns foi considerada como uma atraso para o estudo da
criminologia moderna, enquanto que para outros foi e é considerado um grande
precursor, motivando vários pesquisadores. No ANEXO A, poderemos verificar tipos
criminosos do Atlas de Lombroso.
h) Teoria de Hooton
i) Teorias Psicodinâmicas
j) Teoria de De Greef
É uma teoria de ordem psicomoral, que foi permitida pelo estudo da psicanálise,
que trata do estudo clínico psicológico do crime e do criminoso, onde explica as varias
etapas que o delinquente percorreu antes de executar o crime. De Greef dividiu seu
estudo “Quanto à execução do crime encarada relativamente à personalidade” e
“Quanto à gênese do crime, encarada relativamente à personalidade”.
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4 EXAME CRIMINOLÓGICO
Com o que já fora explanado até agora podemos dizer que o exame
criminológico serve para indicar se o condenado apresenta ou não o risco de voltar a
delinquir, quando do seu retorno ao convívio social.
Segundo Newton Fernandes e Valter Fernandes, o exame criminológico permite
que se conheça integralmente o homem-delinquente, que por sua vez é um princípio
básico da Criminologia Clínica. Citam ainda suas principais metas:
a) Estudar a personalidade do criminoso;
b) Sua capacidade para o delito;
c) Medida de sua periculosidade;
d) Sensibilidade à pena;
e) Sua respectiva capacidade de correção.
Ainda no mesmo escrito, Fernandes e Fernandes entendem o exame
criminológico como repetidas análises que chegam a uma visão pluridimensional da
personalidade do delinquente, portanto, tendo os profissionais que os manuseiam ter
conhecimento sobre a criminologia clínica. E corroboram para a explicação dizendo:
Já a Lei de Execução Penal dispõe sobre o exame criminológico nos artigos 8º, e
96, parágrafo único, vejamos:
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o
condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime semi-
aberto.
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Ainda nas linhas de Albergaria, que cita o renomado J. PINATEL, que esse por
sua vez tem uma visão pormenorizada da criminologia clínica. PINATEL foi
responsável pela elaboração do Colóquio de Roma em 1958, quando colocou seus
princípios e métodos da criminologia. Esses princípios e métodos tinham a finalidade
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4.3 CRIMINOGRAFIA
Será a partir dessa classificação que iremos estudar os métodos que compõe o
exame criminográfico.
Da mesma forma como os exames anteriores, não é excludente dos demais estudos
quando se chega a um diagnostico positivo de epilepsia, pois não é o suficiente para a
comprovação da criminalidade.
No que diz respeito ao exame social, este já fora objeto de nosso estudo em outros
tópicos, e por isso a fundamentação se perfaz. Nesse exame procura-se conhecer quais
foram os elementos de ordem social que pudessem influenciar no comportamento
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delituoso. Procura-se coletar a maior arte de dados possível, seu ambiente familiar, sua
situação econômica, ambiente de trabalho, seus costumes e etc.
Pode-se dizer que o que realmente se quer é conhecer a vida do delinquente, pois o
meio social está inserido mesmo antes do seu nascimento, por isso mister é sua
importância para o diagnostico da criminalidade. (CARVALHO, Hilario Veiga de,
1973)
No tocante ao exame moral, iniciaremos com o que nos ensina o Professor Hilario
Veiga de Carvalho:
Aqui não há muito que se fazer a não ser estudar o passado do delinquente. Pois a
formação de sua moral já aconteceu, e talvez tenha sido justamente por esse fator que
o delito ocorreu. Verifica-se se recebeu durante a sua infância, por exemplo, uma
educação moral, de que tipo as recebeu, a pessoa que era seu modelo de certo ou
errado e coisas afins.
Por fim, o exame histórico, também conhecido como exame indireto, preocupa-se
em recolher todos os elementos referentes ao delinquente, sua relação com seus
antepassados, sua descendência e seus relacionamentos com seus colaterais. Isso em
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medicina tem o nome de “anamnese”, que para os fins que nos interessa deverá ter
uma abrangência muito maior, como a evolução social do delinquente e de seus
parentes, a sua situação econômica, seu modo de vida, suas tendências, gastos, enfim
todo o seu viver. (CARVALHO, HILARIO VEIGA DE, 1973, p. 257/258).
Certamente como verificamos através dos diferentes exames que são necessários
para o exame criminográfico, ele compreende um caráter pluridimensional, devido à
necessidade de o estudo ter que ser direcionado a vários métodos. No entanto nesse
estágio do estudo da criminologia tem-se a certeza de maior segurança nos
diagnósticos, pois ao contrário das teorias como a de Hooton e Lombroso, que apesar
de não serem integralmente aplicadas, têm seus reflexos no exame criminológico.
individuo possa ter seus traços esclarecidos, para total compreensão na hora da
avaliação. (COSTA, Álvaro Mayrinki da, 1972)
Sob outra ótica, temos o programa de tratamento, que deve ser analisado a partir
de sua evolução, progressão e regressão. Quer com isso dizer que dentro de cada
diferente fase o programa de tratamento estará presente, independente se é regime
fechado, semiaberto e aberto. (idem)
O programa de tratamento é inicialmente dado pelo juiz, que é quem ira fixar o
regime no qual o delinquente será incurso, e por isso faz mister sua importância dentro
do processo do programa de tratamento. Atualmente, o trabalho do juiz fere as
barreiras da sensatez e equidade, chegando ao ponto de ser considerado também no
papel de um juiz social. Sobre isso, nos ensina Marc Angel, que diz :
5 RESSOCIALIZAÇÃO
Já o art. 28 e seguintes da mesma lei nos traz o trabalho do preso como forma
de ressocialização, no entanto, existem controvérsias sobre os verdadeiros benefícios e
objetivos do trabalho em relação ao Estado, já que por muitas vezes o que ocorre são
verdadeiras explorações. Contudo, cabe a esse assunto um estudo mais aprofundado,
motivo pelo qual iremos apenas delineá-lo no presente trabalho. Nas ilustres palavras
de Mirabette:
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Numa feliz síntese, afirma Francisco Bueno Arus que o trabalho do preso é
imprescindível por uma série de razões: do ponto de vista disciplinar, evita
os efeitos corruptores do ócio e contribui para manter a ordem; do ponto de
vista sanitário é necessário que o homem trabalhe para conservar seu
equilíbrio orgânico e psíquico; do ponto de vista educativo o trabalho
contribui para a formação da personalidade do indivíduo; do ponto de vista
econômico, permite ao recluso de dispor de algum dinheiro para suas
necessidades e para subvencionar sua família; do ponto de vista da
ressocialização, o homem que conhece o ofício tem mais possibilidades de
fazer vida honrada ao sair em liberdadȅ . (MIRABETE, 1996, p. 92).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A divergência entre as teorias que embasam o estudo nos mostra que apesar de
há anos a criminologia e suas vertentes serem estudadas por grandes e conhecidos
autores, como por exemplo, LOMBROSO, ainda não se encontra pacificada, pois essa
tem caráter interdisciplinar, e por envolver outras ciências está em constante
movimento.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, Roque de Brito. Ciência Criminal. 1ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 1995.
COSTA, Àlvaro Mayrinki da. Exame Criminológico. ed. São Paulo: Editora Jurídica e
Universitária, 1972.
MOLINA, Antonio Garcia Pablos de; GOMES, Luiz Flávio. Criminologia: introdução
e seus fundamentos teóricos, introdução às bases criminológicas da lei 9.99/95 – Lei
dos Juizados Especiais criminais. 5ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.