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Guia Pratico Conceitos Ferramentas PDF
Guia Pratico Conceitos Ferramentas PDF
1ª edição
Brasília | 2015
Catalogação na Fonte
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
B823g | Brasil. Ministério do Meio Ambiente
Guia prático: conceitos e ferramentas de gestão e auditoria energéticas / Ministério
do Meio Ambiente. Brasília: MMA, 2015.
80 p. ; Il. Color.
ISBN 978-85-7738-251-4
Citar o livro:
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Guia prático: conceitos e ferramentas de
gestão e auditoria energéticas. Brasília: MMA, 2015. 80 p.
ISBN 978-85-7738-251-4
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Edição
Empoderando vidas.
Fortalecendo nações.
Esse trabalho foi elaborado no âmbito do Projeto Transformação do Mercado de Eficiência Energética
no Brasil - BRA/09/G31, cuja agência executora é o Ministério do Meio Ambiente, com o apoio do
PNUD, para implementação e recursos doados pelo GEF ao governo brasileiro.
Consórcio
Synergia Consultoria Socioambiental
EcoSapiens Comunicação
Textos
Arthur Cursino (revisão técnica)
Eduardo Nunomura
Apresentação
O objetivo deste guia é sensibilizar gesto- energética em seus locais de atuação. Reunir
res ligados aos departamentos de gestão, dados detalhados é um componente-chave
manutenção e administração de edifícios para se obter o máximo que o processo de
públicos federais para a importância da auditoria e a prática da gestão energética
diminuição do gasto com a conta de energia podem oferecer. Utilizar esses mesmos dados
elétrica. A promoção do uso racional da para criar estratégias e ações de redução
eletricidade já se provou como o caminho no consumo energético é a essência de uma
certo nessa direção. Quanto mais se desen- boa gestão energética do edifício.
volver a cultura e um mercado de eficiência
energética em prédios e instalações comer- Este guia mostrará ainda como as Comis-
ciais e públicas, mais o país estará perto de sões Internas de Conservação de Energia
atingir suas metas de redução de emissões (CICEs) já contribuem e podem ajudar ainda
de gases do efeito estufa – o setor de edifi- mais na disseminação da cultura do uso
cações responde por mais de 40% do total racional da eletricidade nas edificações. Por
de eletricidade consumida no Brasil. último, este documento tratará do Sistema
de Informação Energética Municipal (SIEM),
Há ferramentas e conceitos de auditoria um software desenvolvido pelo Programa
e gestão energéticas, apresentados ao de Conservação de Energia (PROCEL), que
longo deste guia, que auxiliam os gestores
e também as administradoras e incorpora-
possibilita a inserção e o acompanhamento
de dados de unidades consumidoras e de
BOA LEITURA E
doras de imóveis a promoverem a eficiência indicadores energéticos. BONS PROJETOS!
SUMÁRIO
14 / Auditoria energética
52 / Gestão de energia
65 / Medição e Verificação
COMO ALCANÇAR A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
GESTAO
1 É a adoção de medidas que visam otimizar a
utilização de energia por meio de orientações,
direcionamento, propostas de ações e controles
sobre os recursos humanos, materiais e econômicos.
12
2 AUDITORIA
Fornece informações que correspondem ao “ponto de
partida” para o controle e o estabelecimento de metas de
conservação de energia na edificação.
CICE
A Comissão Interna de Conservação de
Energia é a entidade responsável por
elaborar, implantar e acompanhar as metas
e por divulgar amplamente os resultados,
proporcionando a conscientização e a
participação dos usuários
13
1 Análise do
consumo de
energia atual
2 Descrição
e análise
dos sistemas
3 Apresentação
das análises
de engenharia
existentes e economia
Tipo de edificação, uso principal e Envoltória (paredes, cobertura, piso, Apontamento de equipamentos
área útil (m2) lajes, janelas, etc.) consumidores de energia e seus
custos anuais
Indicador Anual de Consumo de Iluminação (interna e externa)
Energia (kWh/m2) Recomendação de medidas,
Ar condicionado (resfriamento e incluindo economia prevista e custo
18 Indicador Anual do Custo de Energia aquecimento) e ventilação de implantação
(R$/m2)
Produção de água quente Estimativa de custo dos investimentos
Espaços por tipo de uso, utilidade e para que as medidas descritas
área Cargas elétricas
sejam eficazes
Apontar problemas de manutenção Preparo de comida
Custo dos métodos de medição
ou práticas de baixa eficiência Sistemas de transportes e verificação para determinar a
energética eficácia do projeto
Outros sistemas
Comparação com benchmarking Sumário da análise de energia:
com indicadores de uso de energia • Energia usada no presente, meta
e custos com edifícios/instalações de uso e custos
semelhantes • Economia alcançada pelas
medidas recomendadas e
comparação com a meta final
Fonte: ASHRAE, Procedures for Commercial Building Energy Audits, segunda edição (2011)
O passo seguinte é uma visita técnica a adoção das medidas apontadas. de confiança nos resultados das análises
nos principais ambientes e nas casas de técnico-financeiras.
máquinas, além de uma checagem dos Uma auditoria pode ser realizada por
equipamentos. A averiguação in loco qualquer agente ou pessoa capacita- A principal referência internacional para
permite verificar itens como envoltória, da, participante da empresa ou não. auditorias energéticas é o Procedures
iluminação e condicionamento de ar, assim A necessidade de contratação de uma for Commercial Building Energy Audits
como outros sistemas que têm alta deman- consultoria externa para a elaboração (Procedimentos de Auditoria Energética
da de energia. da auditoria depende, basicamente, da para Edificações Comerciais) da American
complexidade dos sistemas e da execu- Society of Heating, Refrigerating, and
Com essas informações levantadas, a au- ção de projetos específicos. Air-Conditioning Engineers (ASHRAE), dos
ditoria apresentará uma radiografia com Estados Unidos. Lançado em 2004 e revisto
a descrição e a análise dos sistemas de É importante lembrar que a auditoria em 2011, esse documento explica como
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uso de energia da edificação, baseadas energética pode ser realizada com base uma auditoria pode ser feita em diferentes
nas observações do local, nas medições e em objetivos específicos do interessado. níveis de detalhamento.
nos cálculos de engenharia. Isto é, a instituição pode desejar obter
a classificação do uso de energia da Neste guia, serão apresentados os níveis
O relatório final da auditoria energética edificação (etiquetas e selos) ou querer e procedimentos a serem adotados por
fará recomendações para conserva- conhecer a indicação de investimentos em uma auditoria energética tomando como
ção de energia, indicará investimentos melhorias para redução do consumo de base o texto da ASHRAE. Trata-se de uma
(detalhando equipamentos e custos) que energia. O estudo fornecerá, em qualquer versão adaptada e em português do guia
podem ser feitos e projetará metas de situação, informações completas para que original, o que facilita a sua adoção em
consumo e economias que ocorrerão com os gestores tenham um nível significativo edificações brasileiras.
NÍVEIS E PROCEDIMENTOS
DE UMA AUDITORIA
De acordo com o guia da ASHRAE, uma mental para garantir uma boa consistência
auditoria energética possui três níveis de dos dados. Essa etapa preparatória deve
detalhamento sequenciais, partindo de levantar informações básicas, como contas
uma versão simples realizada em uma visita de consumo, tarifas praticadas e principais
técnica (nível 1), até processos específicos atividades do edifício a ser auditado.
para determinados sistemas (como ilumi-
nação, ar condicionado etc) com níveis de Os resultados da análise preliminar podem
detalhamento maiores (nível 3). Apesar de ser comparados a um benchmarking que
a auditoria de nível 1 possuir uma estrutura mostra o consumo típico de um edifício pa-
mais simples, ela já apresenta resultados drão ou do setor como um todo. No Brasil
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significativos que podem ser obtidos com a ainda existem poucos dados comparativos
aplicação de suas recomendações. para diferentes tipos de edifícios. Mais
uma referência importante é o projeto
Para a realização da auditoria, indepen- Desempenho Energético Operacional em
dentemente do nível final de detalhe Edificações (DEO) do Conselho Brasileiro
pretendido, uma análise preliminar é funda- de Construção Sustentável (CBCS).
Nível 3: Pesquisa e
3 > Análise refinada por sistema
análise minuciosa > Medidas de eficiência adicionais
> Simulação do consumo
Nível 2: Pesquisa e
análise energética
2 > Divisão do consumo por uso final
> Análise detalhada
> Análise de custo/benefício das medidas de eficiência energética
> Alterações em Operação e Manutenção (O&M)
Custos totais de energia e demanda por tipo de combustível Possíveis melhorias que requerem investimentos mais
para o último ano e durante dois anos anteriores, se disponí- consideráveis, com estimativa preliminar de potenciais
vel. Apresentar o potencial de economia em Reais (R$); custos e economias.
NÍVEL 2 - PESQUISA ENERGÉTICA E ANÁLISE ENERGÉTICA
Exame detalhado e avaliação das medidas de eficiência
Rever plantas e verificar as práticas de Para cada medida, avaliar o potencial de redução nos custos
Operação e Manutenção (O&M) de energia, bem como no indicador de consumo da edificação
Rever os problemas de O&M existentes Estimar o impacto de cada medida nos custos operacionais,
e o planejamento de reformas de manutenção e custos não relacionados à energia
Listar alterações em equipamentos e O&M Preparar uma avaliação financeira do investimento total,
com potencial para reduzir o consumo de acordo com as expectativas de retorno do proprietário
Rever a lista de alterações com o proprietário Selecionar com o proprietário medidas que deverão ser
analisadas mais detalhadamente no nível 3
Resumo do consumo atual de energia e os custos associa- Para cada medida prática:
dos para cada uso final. Apresentar os cálculos realizados
ou citar o nome e a versão do software utilizado e incluir Discussão sobre a situação existente e as causas que
tanto os dados de entrada quanto os de saída. Para facili- levam a um maior consumo de energia;
tar a leitura, apresentar os dados de uso final em gráficos Descrição da medida de eficiência, incluindo o seu impac-
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de pizza ou outros formatos gráficos. Fornecer interpreta- to na saúde, no conforto e na segurança dos ocupantes;
ção das diferenças entre o uso total de energia medido e Descrição de todas as reformas que serão necessárias
o uso final calculado ou simulado; para que uma medida seja eficaz;
Impacto da medida de eficiência sobre o perfil de uso
Descrição da edificação, incluindo características das dos serviços oferecidos aos ocupantes, tais como, venti-
plantas dos pavimentos e inventários dos equipamentos; lação e iluminação em horas após o expediente;
Avaliação preliminar do impacto da medida de efici- Esse quadro deve listar a sequência assumida para
ência nos procedimentos de operação e manutenção, implementação das medidas e declarar que o retorno
bem como seus custos; econômico pode ser diferente, caso seja adotada uma
sequência diferente de implementação;
Vida útil esperada do novo equipamento e o impacto
sobre a vida útil do equipamento existente; Lista de medidas identificadas, porém, consideradas
impraticáveis, com razões concisas para a rejeição de
Avaliação preliminar de quaisquer novas competências cada uma;
exigidas da equipe de operações e recomendações
para treinamento ou contratação; Discussão de diferenças entre a economia projetada
nesta análise e as economias projetadas na análise
Descrição dos cálculos efetuados ou o nome e a ver- prévia do nível 1 da auditoria;
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são do software utilizado (incluindo tanto os dados de
entrada quanto os de saída); Avaliação total do projeto econômico;
Benefícios não relacionados à energia, especialmente Métodos de medição e verificação aconselhados que
as melhorias para a saúde, a segurança e o meio serão necessários para determinar a real eficácia das
ambiente e os decréscimos no tempo de operação de medidas recomendadas;
equipamentos e nas horas de trabalho;
Discussão de medidas de eficiência que requerem
Tabela listando os custos estimados para todas as me- investimento intensivo e que possam exigir uma análise
didas de eficiência e pacotes de medidas recomenda- mais detalhada de nível 3.
das, a economia e indicador de desempenho financeiro
(por exemplo, período de retorno do investimento).
NÍVEL 3 - PESQUISA MINUCIOSA E ANÁLISE
Simulação de consumo e medidas adicionais
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Na auditoria, são sugeridos métodos de medição e verificação para atestar a eficácia das medidas
OPORTUNIDADES COM A Termos importantes
AUDITORIA ENERGÉTICA Definições e conceitos utilizados para avalia-
ção do contrato com a concessionária.
Tarifação de energia elétrica relação entre hábitos e consumo de uma
Uma das primeiras medidas que podem instalação comercial, industrial ou de Demanda contratada: demanda de
potência ativa (kW) a ser disponibilizada
ser realizadas a partir da auditoria prédios públicos. Mas para isso é preciso pela concessionária no ponto de entrega,
energética é analisar a necessidade de re- entender como são efetuados os dois tipos conforme valor e período de vigência no
adequação dos contratos de fornecimento de cobrança no Brasil. contrato de fornecimento, e que deverá ser
paga, tendo sido utilizada ou não durante
de energia elétrica. Os dados analisados o período de faturamento.
sobre o consumo passado da instalação As unidades consumidoras de energia elétrica
Tarifa: preço da unidade de energia (R$/MWh)
podem indicar uma demanda contratada são classificadas nos grupos tarifários A (com e/ou da demanda de potência ativa (R$/kW).
acima da necessária. Ou uma escolha de tarifa binômia) e B (tarifa monômia). No pri-
Tarifa binômia: conjunto de tarifas de forne-
tarifa inadequada para a atividade. meiro grupamento, estão indústrias, shopping cimento, constituído por preços aplicáveis ao
centers e alguns edifícios comerciais. Poucos consumo de energia elétrica ativa (kW∙h) e
à demanda faturável (kW). Esta modalidade 29
A partir das faturas de energia elétrica, prédios públicos pertencem a esse grupo. As
é aplicada aos consumidores do grupo A.
que trazem informações de consumo (kWh) unidades consumidoras do grupo A são aten-
e demanda (kW), inicia-se um estudo da didas em alta tensão (acima de 2.300 volts). Tarifa monômia: tarifa de fornecimento de en-
ergia elétrica constituída por preços aplicáveis
unicamente ao consumo de energia elétrica
ativa (kW∙h). Esta tarifa é aplicada aos consumi-
A1 dores do grupo B (baixa tensão).
GRUPO NÍVEL DE TENSAO (em kV) A2
A3 Consumo de energia elétrica: quantidade
A A4
A3a de potência elétrica (kW) consumida em um
intervalo de tempo, expresso em quilo-
De 88 > 230 watt-hora (kWh) ou em pacotes de 1.000
A5 De 30 De 69
2,3 a 138 unidades (MWh).
a 25 a 44 Demanda: média das potências elétricas
< 2,3*
ativas ou reativas, solicitadas ao sistema
elétrico pela parcela da carga instalada em
operação na unidade consumidora, durante
*A partir do sistema subterrâneo de distribuição
um intervalo de tempo especificado.
Já as unidades atendidas em tensão energia elétrica. Caso haja necessidade, Energia elétrica: de forma simplificada, é o
abaixo de 2.300 volts são classificadas pode-se também solicitar junto da fornece- produto da potência elétrica pelo intervalo
de tempo de utilização de um equipamento
no grupo B. Fazem parte dessa classe dora a correção do fator de potência. ou de funcionamento de uma instalação
residências, lojas, agências bancárias, (residencial, comercial ou industrial).
pequenas oficinas, edifícios residenciais, Importante ressaltar que para o grupo A Potência: quantidade de energia elétrica
grande parte dos edifícios comerciais e a o contrato específico com a concessioná- solicitada na unidade de tempo. A
maioria dos prédios públicos federais. A ria pode prever cobranças que variam potência vem escrita nos manuais dos
aparelhos, sendo expressa em watts (W)
divisão em subgrupos é feita em função em função da demanda contratada, da ou quilowatts (kW), que corresponde a
da atividade do consumidor. hora do dia (ponta ou fora da ponta) ou 1.000 watts.
do período do ano (seco ou úmido). As Horário de ponta: é o período de 3 horas
Cada empresa ou instituição deve levar em concessionárias têm tarifas maiores no pe- consecutivas, exceto sábados, domingos
conta as alternativas de enquadramento ríodo de ponta, também conhecido como e feriados, definido pela concessionária.
30 Em algumas modalidades tarifárias, nesse
tarifário, porque elas correspondem a horário de pico, que corresponde a um horário a demanda e o consumo de ener-
diferentes valores contratuais de demanda. intervalo de 3 horas do dia, e também de gia elétrica têm preços mais elevados.
Não é raro que mudanças de enquadra- maio a setembro, meses marcados pelas
mentos resultem em menor despesa com a poucas chuvas. Horário fora de ponta: corresponde às
demais 21 horas do dia, que não sejam às
referentes ao horário de ponta.
GRUPO ATIVIDADE
Período seco: período com poucas chuvas,
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Componentes como transformadores, cabos elétricos, disjuntores e relógios medidores, entre outros, devem ser analisados em detalhes
Ar-condicionado funcionamento, coeficientes de performan- o “frio” requerido (ou vice-versa) e serve
Um dos maiores consumidores de energia ce (eficiência energética) e demandas de para orientar o projetista ou o consumidor
nas edificações, visto até como vilão, é o energia. O responsável pelo setor energé- quanto à escolha do equipamento. Na
sistema de condicionamento de ar. Hoje, tico deve ter ciência da carga térmica da internet, em literatura especializada, nos
o horário de pico no consumo elétrico do edificação para estimar os parâmetros de catálogos de fabricantes e nas normas téc-
país ocorre no meio da tarde, nos meses projeto e das normas aplicáveis antes de nicas, há diferentes formas de se expressar
de verão. A explicação para esse padrão contratar uma solução para o sistema de esse indicador de eficiência (Coeficiente
foi o aumento do uso do aparelho de ar condicionamento de ar. De posse desses de Performance- COP, Energy Efficiency
condicionado nos escritórios e residências. elementos, é possível realizar uma audito- Rating- EER e Eficiência em kW/TR).
Mas trabalhar em um ambiente com uma ria e avaliar os desperdícios que podem
temperatura adequada e agradável refle- estar ocorrendo. O segundo aspecto que o gestor deve
te no aumento da produtividade. Logo, é levar em conta são as noções de carga
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preciso encontrar soluções adequadas de Para encontrar o equipamento ou o térmica da edificação e dos fenômenos
uso racional do equipamento. sistema de climatização adequado à térmicos que influem nos cálculos dessa
edificação, o gestor deve ter uma compre- carga. São eles que demandarão diferen-
Há inúmeras tecnologias disponíveis no ensão sobre a eficiência dos aparelhos e tes dimensionamentos para o projeto de
mercado e tipos diferentes de equipamen- as normas que devem ser atendidas para ar condicionado. Esses conhecimentos são
tos, com aplicações que variam conforme o as cargas térmicas. No primeiro caso, o in- desejáveis tanto na fase de diagnóstico
porte e a atividade das instalações. Esses dicador de eficiência relaciona o consumo preliminar, quanto na realização dos proje-
aparelhos possuem distintos mecanismos de de energia elétrica necessário para gerar tos básico e executivo.
CARGAS TÉRMICAS SOBRE UMA EDIFICAÇAO
Como um ambiente recebe influências que alteram o conforto térmico.
F
B
E F 33
C
Exterior Interior
A. Radiação solar: incide sobre a cobertura e as paredes e janelas, irradi- E. Transmissão de calor: ocorre por diferenciais de temperaturas entre
ando e aquecendo o ambiente. áreas internas à edificação e adjacentes.
B. Ganhos por condução: calor decorrente da diferença de temperatura F. Pessoas: calor dissipado em função da “queima metabólica” e varia con-
exterior e interior que passa pelas paredes externas e cobertura. forme a atividade (trabalho sentado, em movimento, atividades intensas).
C. Infiltração: ar externo que entra por aberturas, esquadrias de janelas G. Iluminação e equipamentos: lâmpadas, reatores, equipamentos que
e outras frestas. dissipem calor.
D. Ar de ventilação: fração de ar introduzida no sistema visando à H. Perdas por dutos: dutos não-isolados ou mal isolados e que passam em
renovação do ar. áreas não condicionadas.
O projetista do sistema de condicionamen- titativo de luminárias, equipamentos de
to de ar deve, então, fazer um levanta- escritório e outros equipamentos que
mento detalhado das seguintes caracterís- dissipem calor;
ticas da edificação:
Especificação dos materiais constru-
Temperaturas (interna e externa) tivos (paredes, lajes, vidros, tipos e
de projeto para a respectiva zona materiais de esquadrias, elementos de
bioclimática2;
sombreamento, portas externas, etc).
Orientação geográfica e tamanho das
aberturas nas fachadas (Norte, Sul, Com esses elementos e as plantas da
Leste, Oeste); edificação, o projetista poderá calcular
a carga térmica de cada ambiente e de
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Condições operacionais da instalação toda a edificação. Esse cálculo é feito
(horários, número de pessoas e intensi- com auxílio de diferentes programas
dade do trabalho); computacionais, como o EnergyPlus,
preferencialmente compatível com a
Arranjo físico de pessoas nos postos metodologia desenvolvida pela ASHRAE.
de trabalho (layout); O software escolhido deve ser capaz de
interpretar resultados e fazer correções
Distribuição, arranjo, potências e quan- quando necessário.
2
Mais detalhes sobre as zonas bioclimáticas podem Automatização ajuda a ter maior precisão
ser consultados na ABNT NBR 15220:2008 sobre os dados de consumo
Iluminação instalação de iluminação apenas para re-
A iluminação é um elemento fundamental duzir o consumo de energia. Para atender
na arquitetura. Um bom projeto deve par- a esses quesitos de forma combinada, é
tir de uma premissa básica: a função que preciso contar com o uso de equipamentos
a iluminação terá em determinado am- de alta eficiência energética, instalação
biente. Em escritórios, bancos, indústrias e de controles apropriados e sensores de
escolas, por exemplo, a luz está relacio- automação (quando aplicáveis), além da
nada às condições de visibilidade. Já em utilização da luz natural disponível.
museus, restaurantes, residências e outros
espaços de atividades não-laborativas, A aquisição de equipamentos eficientes
ela serve para ambientar os espaços, de iluminação com controles, que con- Iluminação que privilegia a entrada de luz na-
criando efeitos especiais e despertando somem menos energia e requerem um tural é parte de um bom projeto arquitetônico
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o sistema sensorial das pessoas. Projetos menor orçamento anual (ainda que seus
bem executados devem perseguir o me- custos de implementação sejam mais
lhor conforto luminoso, a melhor qualidade elevados), e o uso de lâmpadas com
e o menor custo possível. vida útil mais longa cujo descarte seja
de baixo impacto ambiental são duas
Um projeto luminotécnico deve responder a medidas recomendadas para um projeto
três questões preliminares: como a luz deve luminotécnico. Um gestor precisa ter em
ser distribuída pelos ambientes, como mãos as relações entre custos e benefí-
a luminária irá distribuir a luz e qual a cios (imediatos e no futuro), prevendo em
ambientação que se quer dar ao espaço. quanto tempo o investimento extra com os
É importante tomar o cuidado de não equipamentos pode ser amortizado pela É recomendável o uso de lâmpadas com vida
comprometer os aspectos visuais de uma redução na conta de energia elétrica. útil mais longa e descarte de baixo impacto
COMO ESCOLHER A LÂMPADA CERTA
Modelos que geram economia na conta de energia elétrica
Uso residencial Uso residencial Comercial com Áreas industriais, Uso residencial,
e comercial e comercial demanda de alto siderúrgicas, comercial e
fluxo luminoso aeroportos, industrial
Vapor de sódio estaleiros, portos,
de alta pressão ferrovias, pátios e
estacionamentos
Uma auditoria energética deve ser capaz de manutenção ou usuários, por projeções reduz a emissão de calor nos ambientes.
responder a essas questões, apresentando a partir das medições de curto prazo A redução de energia nos sistemas de
várias medidas de desempenho econômico: ou por meio de uma análise do histó- iluminação pode representar para o
rico de contas de consumo de energia sistema de ar condicionado uma econo-
Estimativa de custos de energia – o elétrica, é possível estimar o total de mia de 10% a 30%;
ideal é que seja apresentada uma horas de uso do sistema de iluminação;
previsão do consumo anual de energia Tarifas para fornecimento de energia
dos projetos alternativos, permitindo Controles de iluminação automática elétrica – como existem alternativas
projetar o custo adicional com o sistema – a existência de sensores de presen- tarifárias, é preciso atenção a essa
de iluminação eficiente e comparar com ça, controles de iluminação natural, medida. Sistemas de iluminação em
o histórico de medição de consumo; calibradores automáticos de nível edifícios públicos podem funcionar de
de iluminamento e temporizadores forma diferenciada durante o horário
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Potência instalada de iluminação – a permitem ajustes, a qualquer momento, de ponta, por exemplo. Assim, um kW
auditoria deve percorrer o edifício, da energia consumida pelo sistema de de potência reduzida na iluminação
contando as lâmpadas por tipo e de- iluminação do edifício; pode também representar um kW de
terminando a sua potência. Essa tarefa redução da demanda contratada;
permitirá descobrir a potência instala- Energia consumida – potência de
da do sistema de iluminação. Esse valor iluminação instalada multiplicada pelas Outros custos operacionais – é preciso
é único para determinada combinação horas anuais de operação; estimar os custos de manutenção e
lâmpada-reator e é influenciada pelo substituição das lâmpadas, dados que
tipo de lâmpada e tipo de reator Ajustes para o consumo de energia no podem ser fornecidos pelas empresas
(eletrônico ou eletromagnético); sistema de ar condicionado – um projeto de manutenção e pelos fabricantes. A
luminotécnico bem planejado tem o variedade de produtos e as diferen-
Horário de funcionamento – em benefício de reduzir a carga térmica tes vidas úteis das lâmpadas devem
entrevistas com os responsáveis pela do sistema de ar condicionado, já que ser consideradas nessas projeções.
EFICIÊNCIA
NOS ÓRGAOS
Envoltória com isolamentos térmicos e outras prote-
PÚBLICOS
A envoltória pode ser entendida como ções solares podem ser necessárias. Tipos
a “pele” do edifício. As paredes, os pi- e tamanhos de aberturas (janelas) afetam
sos e as coberturas formam o conjunto a necessidade de iluminação interna e Quatro ministérios (Planejamento, Meio
de elementos que delimitam espaços e do uso de ar-condicionado e também Ambiente, Minas e Energia e Secretaria-
Geral da Presidência da República) se
fronteiras através dos quais a energia precisam ser estudados.
juntaram com o propósito de incentivar
térmica é transferida. Uma envoltória
órgãos e instituições públicas federais a
auxilia na eficiência energética quando Alterações na envoltória, normalmente, promoverem a sustentabilidade ambiental
a troca de calor entre a edificação requerem investimentos significativos e e socioeconômica na Administração
e o ambiente exterior é reduzida e obras de grande porte e duração. Por Pública Federal. Instituído pela Portaria
os ganhos de calor solar e de fontes essa razão, sua execução deve ser estu- Interministerial número 244, de 6 de
internas são controlados. dada com grande nível de detalhamento. junho de 2012, o Projeto Esplanada
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Ao se buscar a eficiência energética de Sustentável (PES) é uma iniciativa
Aspectos construtivos influenciam nos uma edificação, a auditoria deve se ater a que serve para difundir um modelo de
efeitos que a envoltória produz no diferentes variáveis como: gestão organizacional e de processos,
consumo energético da edificação. A estruturado na implementação de ações
forma arquitetônica interfere diretamente Transmitância e capacidade térmica voltadas ao uso racional de recursos
naturais. Cada órgão federal pode escolher
nos fluxos de ar no interior e no exterior, das paredes externas e cobertura
as despesas que serão monitoradas, mas
bem como nas quantidades de luz e calor
energia elétrica, água e esgoto são itens
solar recebidas pelo edifício. Na fase de Absortância solar das superfícies obrigatórios. Inúmeras ações integram o
projeto, deve-se estudar a orientação de projeto, como o Programa de Eficiência
uma edificação e as características das Tamanho das aberturas em relação à no Gasto Público, o Programa Nacional de
zonas bioclimáticas, aproveitando-se dos área de fachada Conservação de Energia Elétrica - Procel,
fatores naturais para controlar o compor- a Agenda Ambiental na Administração
tamento térmico dos ambientes. Paredes Tamanho e ângulo das aberturas zenitais Pública (A3P) e a Coleta Seletiva Solidária.
Orientação do edifício
Aquecimento solar
O uso da energia solar para promover
o aquecimento de água pode reduzir o
consumo de energia em edifícios públicos
que possuem consumo significativo de água
quente. É uma solução eficiente e que ain-
da tem largo potencial de aproveitamento.
Projetar, instalar e usar um aquecedor solar Aquecimento de água com energia solar é uma solução para reduzir consumo energético
é uma tarefa relativamente simples.
Um sistema eficaz funciona a partir das forma convencional de energia, como mente à energia utilizada na máquina de
funções de captação da energia solar, da aquecedores elétricos ou a gás. tração. Em prédios de idade avançada – a
transferência dessa energia para a água, do vida média de um elevador é de 20 anos
armazenamento eficiente da água quente A instalação de um sistema de aqueci- –, uma reforma total do equipamento pode
e do controle do seu funcionamento. Existem mento solar começa por uma visita técnica gerar economias de energia da ordem
vários tipos de coletores solares. A escolha prévia e pelo levantamento das caracte- de 40%. Há outras recomendações que
do tipo de coletor vai depender da tempe- rísticas do local e do projeto. Ele pode ser podem ser aplicadas para a boa adminis-
ratura desejada da água e da estação do instalado tanto em obras antigas como tração dos atuais elevadores:
ano (ou clima) em que se deseja utilizar esse em novas, cada qual exigindo cuidados
tipo de energia com mais intensidade. distintos. Os melhores coletores solares Troca do gerador de corrente contínua
e reservatórios térmicos apresentam – CC (sistema de excitratriz girante)
Além da captação da energia solar, o etiqueta do Inmetro, pois foram submetidos para um motor de corrente alternada –
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planejamento deve prever um tanque de a rigorosos ensaios de qualidade e efici- CA (sistema com excitatriz estática);
armazenamento termicamente isolado que ência. É importante verificar se todos os
minimize as perdas térmicas. Esse reservató- produtos entregues na obra possuem essa Sistemas mais eficientes de aciona-
rio deve ter sua capacidade dimensionada etiqueta e o código de rastreabilidade. mento, como comandos eletrônicos que
para armazenar entre 1,2 a 2 vezes o ligam a iluminação e a ventilação da
consumo diário. A maioria dos projetos de Elevadores cabina apenas quando os elevadores
reservatório prevê um sistema que atenda Os gastos com a energia elétrica consu- estão em uso;
a maior parte da demanda, e que um mida pelos elevadores podem chegar a
percentual entre 15% e 40% seja fornecido 6% do custo total de um edifício típico de Controladores de tráfego, que podem
por um sistema auxiliar, utilizando alguma escritório. O consumo se deve principal- evitar que uma mesma chamada deslo-
que mais de um elevador. Ou sistemas Um SSC (também conhecido como Scada, do
que registram apenas as chamadas inglês Supervisory Control and DataAcqui-
para o elevador mais próximo; sition) funciona como uma central computa-
dorizada, fornecendo dados em tempo real.
Uso de quadro de comandos computa- Sempre que uma variável monitorada sai da
dorizados, que facilitam a manutenção faixa aceitável, o sistema gera um alarme na
e eliminam paralisações constantes; tela, informando ao operador um eventual
problema. No caso das edificações, o SSC
Sinalizador de alertas para elevadores pode checar o funcionamento de equipa-
presos por mais de 15 ou 30 segundos. mentos e sistemas como ar condicionado,
distribuição de água e consumo de energia
Sistemas de Supervisão e Controle elétrica. Ao se detectar rapidamente desvios
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Shoppings centers, aeroportos, comple- do padrão ótimo de trabalho, é possível
xos esportivos, edifícios de escritórios, fazer as intervenções necessárias e reduzir
indústrias e outras instalações de maior os custos operacionais e de manutenção.
porte devem contar com Sistemas de
Supervisão e Controle (SSC). Eles são Em geral, os SSCs podem coletar as informa-
responsáveis pelo monitoramento do ções do processo e armazená-los em banco
consumo de energia, de água, da de dados, que podem ser integrados com
refrigeração, das telecomunicações e de outros sistemas produtivos e de monitora-
outros insumos de uma edificação. mento das atividades.
2
Contratação do
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Contratação da auditoria
energética e da elaboração
do projeto básico;
Posterior fiscalização
A Instrução Normativa nº 02, de 4 de junho de 2014, dispõe sobre regras para a aquisição ou locação de máquinas e aparelhos consumidores
de energia pela Administração Pública Federal e o uso da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) nas edificações públicas federais
APENAS novas ou que recebam retrofit. Com a norma, deve ser dada preferência à aquisição de máquinas e aparelhos consumidores de energia com
ETIQUETAS DE Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) com classe de eficiência “A”. Já projetos de edificações públicas federais novas devem
NÍVEL A ser desenvolvidos ou contratados visando, obrigatoriamente, a obtenção da ENCE Geral de Projeto classe “A” no PBE Edifica. A construção deve,
igualmente, ser conduzida para a obtenção do nível A da ENCE Geral da Edificação. A recomendação da instrução é que as obras de retrofit sejam
contratadas visando a etiqueta parcial da edificação construída classe A para iluminação e condicionamento de ar.
Para o encaminhamento da auditoria ener- vista técnico ou antieconômicas nos prazos projeto executivo, preferencialmente de
gética em edifícios públicos, sugerem-se esperados. Algumas instalações podem forma modular, evitando o atrelamento de
ainda os seguintes procedimentos: apresentar limitações físicas para instalação propostas entre si.
de sistemas de ar-condicionado ou possuir
1. Para a contratação da auditoria energéti- impedimentos legais por força de tomba- 3. A etapa seguinte é a da contratação do
ca, recomenda-se que seja solicitada a clas- mentos históricos. projeto executivo. Ele consiste no detalha-
sificação da edificação, segundo os critérios mento das opções definidas no projeto
do sistema de etiquetagem de edificações 2. Uma vez realizada a auditoria energé- básico, considerando as condições de
comerciais e de serviços do PBE Edifica, do tica, a administração da edificação deve implementação, as interferências entre siste-
Procel/Inmetro. Para alguns edifícios públicos aprovar as medidas consideradas conve- mas, os detalhes operacionais da obra e as
da esfera federal essa etiquetagem já é nientes e que poderão ser executadas. Essa especificações completas de equipamentos,
inclusive obrigatória. É importante que esses tarefa é anterior à contratação do projeto componentes, acessórios e sistemas. Deve
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dados contenham não só as condições origi- básico, porque deve servir de orientadora também contemplar os cronogramas de exe-
nais, como também quais etiquetas poderão para a elaboração de cálculos e especifi- cução e de desembolsos e estar de acordo
ser obtidas pela revitalização planejada. cações adicionais àquelas medidas de real com as normas pertinentes da Associação
O PBE Edifica permite a classificação em interesse da administração. Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
separado de envoltória, iluminação e condi-
cionamento de ar. Se, por exemplo, houvesse uma determina- Essa etapa é composta pela apresenta-
ção de tempo máximo de retorno do inves- ção da documentação de cada projeto,
Essa estratégia funciona para fixar uma timento (payback), nem todas as propostas inclusive com as memórias de cálculo. Essa
meta a ser atingida e auxilia o gestor na to- apresentadas em uma auditoria poderiam documentação será de fundamental im-
mada de decisões. Nos casos de reformas ser consideradas. O projeto básico deve, portância para a manutenção e eventuais
de edificações antigas, algumas soluções assim, refletir fielmente as economias alterações futuras na edificação. O projeto
necessárias para obter a nota máxima de energia identificadas na auditoria e executivo deve manter a modularidade das
do PBE Edifica são inviáveis do ponto de fornecer elementos para a contratação do opções, porque é possível que algumas
medidas previstas no projeto básico sejam 5. Para a execução das obras, a penúltima nhecimento específicas, e tem a vantagem
escalonadas por questões orçamentárias. etapa de um projeto de eficiência energé- de não fracionar ou diluir responsabilidades.
Apenas se deve tomar o cuidado em não tica, a modalidade do tipo turnkey é tida
se postergar demais a execução, já que as como preferencial. Nessa modalidade, a É de fundamental importância o registro
tecnologias se tornam obsoletas. empresa contratada fica responsável pelas das modificações para a execução dos
aquisições de equipamentos, instalações, serviços, detalhando-as em documentação
4. Para a última etapa, a da fiscaliza- compatibilização entre sistemas, partida conhecida como as built. O gestor das
ção e acompanhamento dos resultados, dos equipamentos e ajustes e garantia de obras deve exigir esse tipo de documenta-
recomenda-se a utilização do Protocolo operação correta. Essa modalidade é es- ção, porque pode ser necessário em novas
Internacional de Medição e Verificação de pecialmente recomendada em edificações auditorias, reparos ou até contratação de
Performance – PIMVP/2012, que será apre- públicas com equipes técnicas reduzidas ou outras empresas, sobretudo em reformas de
sentado em detalhes no capítulo seguinte. carentes de profissionais em áreas de co- edificações antigas.
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ENGAJAMENTO
Gestores e funcionários devem
estar conscientes da importância
da colaboração de todos
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TUDO CONTA
INFORMAÇAO
A consciência sobre o padrão de
consumo energético aumenta o
sucesso das ações de eficiência
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1
A edificação é obrigada a ter uma comissão se apresentar consumo anual de energia elétrica superior a 600 mil kWh ou de combustível
acima de 15 teps (toneladas equivalentes de petróleo)
RESUMO DAS PRINCIPAIS ATRIBUIÇOES DA CICE
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Gerência
da CICE
Equipe de divulgação
De forma resumida, recomenda-se a essa
gerência que:
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Luzes das dependências - manter ambientes MUDANÇAS DE HÁBITOS Monitores com timer - programe seu
como salas de reunião, banheiros e áreas computador para desligar a tela em períodos
ornamentais desligados, se estiverem sem uso Algumas medidas imediatas sem necessidade de investimento curtos sem uso
Luminárias limpas e abertas - permite a elas Período de almoço - quando possível,
o máximo da reflexão da luz e, sem o protetor estabelecer um horário fixo, permitindo que os
de acrílico, possibilita a redução de até 50% no sistemas de iluminação e condicionamento de
número de lâmpadas ar sejam desligados
Iluminação natural - desligar as luminárias Controle do ar condicionado - encontre a
sempre que se possa aproveitar a claridade da temperatura de conforto. Ligue os aparelhos
luz pela janela uma hora depois do início do expediente e
desligue-o uma hora antes do término
Horário de limpeza - alterá-lo para que ocorra
pouco antes do início do expediente ou no Desligamento parcial dos elevadores - nos
decorrer do mesmo, em vez de realizar a períodos de pouca demanda (meio da manhã
limpeza quando não se está executando e meio da tarde), alguns desses equipamentos
nenhum outro serviço podem ser desligados
A partir da auditoria energética também consumo de energia e estabelecer as metas
é importante que a CICE faça requisição a serem obtidas pelo órgão ou entidade.
de valores orçamentários para consolidar
os potenciais de reduções identificados. A CICE tem a função de garantir que a
Com o avanço dos trabalhos e os sucessos cultura de redução do consumo de energia
alcançados com as medidas de eficiência seja inserida dentro das organizações, permi-
energética, será mais fácil criar um orça- tindo que ações sejam implantadas de forma
mento próprio da CICE para custeio de progressiva e constante. Mas não se trata de
suas atividades. uma missão simples. Mudar o comportamen-
to das pessoas requer paciência e a adoção
Medidas de eficiência com alto custo, como de estratégias criativas e eficientes para
reformas de grande porte e troca de equipa- levar o espírito do combate ao desperdício
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mentos caros, deverão ter orçamento reque- ao maior número possível de envolvidos. A
rido para a alta administração, uma vez que equipe da CICE deve estar sempre atenta
os valores ultrapassam a própria receita da a essa necessidade, porque não é incomum
CICE. Mas é essa comissão que deve estar haver descrença ou desmotivação inicial e,
presente nas discussões, junto aos setores de depois de algum tempo, perda do engaja-
compras e serviços gerais, para decidir quais mento do público interno.
aquisições de equipamentos e sistemas mais
eficientes serão realizadas. Pequenos cursos dados no órgão ou na
entidade com temas de esclarecimento
O controle e a divulgação sistemática das sobre a energia, suas formas de produção,
informações são atividades centrais de uma geração, transmissão e distribuição, ajudam
Ações devem ter opção para CICE, e é em função dessas informações a despertar o interesse pelo tema entre os
implementação progressiva e constante que a comissão pode promover a análise servidores, bem como manter o espírito da
de potencialidades para a redução do eficiência energética na organização.
CASO
EXEMPLAR
Implementação
de AEE Consumo da linha
de base ajustado
ECONOMIA ou
CONSUMO EVITADO
Consumo de energia
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Medição do consumo em toda a instalação Análises de dados dos medidores
C Medição contínua Ajustes de rotina
Acesso ao SIEM:
Para ter acesso ao SIEM, é necessário realizar um cadastro com usuário e senha
aprovado pela Eletrobras/Procel. Tanto o cadastro quanto os acessos ao sistema
são feitos através do link: http://www.eletrobras.com/elb/siemweb/main.asp
CASO
EXEMPLAR
PLAMGE TORNA ARARAS só foram possíveis por causa do Plano lidade do município. O método estabelece
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DESTAQUE NACIONAL EM Municipal de Gestão da Energia Elétrica metas, finalidades e meios para a redução
GESTÃO DE ENERGIA (Plamge), desenvolvido pela Eletrobras/ do consumo e busca o desenvolvimento de
Nas escolas municipais e no centro cultural Procel em parceria com o Instituto Brasileiro uma cultura de eficiência energética nas
de Araras, as lâmpadas, os reatores e as de Administração Municipal (Ibam). administrações municipais.
luminárias foram trocados por modelos
mais eficientes. Os semáforos dessa cidade O Plamge, iniciado em 2010 em Araras, As ações não param. Em junho de 2015,
do interior paulista receberam lâmpadas funciona como um diagnóstico energético, a prefeitura de Araras adotou um sistema
LED. Unidades consumidoras de energia monitorando o consumo de energia elé- de timer digital em refletores de quadras
elétrica sem medidores foram mapeadas trica na cidade e analisando suas implica- poliesportivas, localizadas em praças pú-
e catalogadas num banco de dados. A ções dentro de um modelo de uso racional blicas. A iluminação passou a ser aciona-
represa Hermínio Ometto, que abastece e sustentável. Por meio dele, o gestor públi- da em horários diferenciados. No outono
de água o município, ganhou um novo co tem mais condições de adotar medidas e no inverno, a luz é acesa das 18h às
sistema de captação. Essas e outras ações de eficiência energética adequadas à rea- 23h; e na primavera e verão, das 19h às
23h30. Com a medida, devem ser econo- O sucesso na adoção do Plamge se deve das de eficiência energética. Uma de suas
mizados em torno de 64.000 kWh hora em à criação de uma Unidade de Gestão ações é a constante capacitação e cons-
um ano – o equivalente ao abastecimento Energética (Ugem) na Prefeitura e também cientização dos funcionários públicos, um
de quase 400 residências, no período de à parceria com a Elektro Eletricidade e elemento estratégico do Plamge. A Ugem
30 dias. A estimativa da administração mu- Serviços S.A., empresa distribuidora de também criou a cartilha “Boas Práticas para
nicipal é que o investimento seja recuperado energia elétrica. Essa parceria teve início o Uso de Eficiência Energética”, onde são
em três meses. em 2011, quando a cidade foi contemplada abordados assuntos relativos à iluminação,
com a participação no Programa de Efici- ar condicionado, ventiladores, bebedou-
Araras, com 112 mil habitantes, se tornou ência Energética da Agência Nacional de ros, computadores e impressoras. “O mais
referência nacional de boa prática na Energia Elétrica (Aneel) por meio do qual importante é a mudança comportamental; o
gestão eficiente da energia elétrica na ad- as concessionárias de energia investem quilowatt mais importante é aquele que não
ministração pública. Ao mesmo tempo, focar parte de sua receita em ações de combate precisa ser distribuído”, afirma o coorde-
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na eficiência ajudou nas finanças municipais, ao desperdício. nador-geral da Ugem de Araras, Junior
já que a conta de energia elétrica é hoje Salviatto. Nos últimos dois anos, a economia
a segunda maior despesa do orçamento, A Unidade de Gestão Energética (Ugem) é com a eficiência energética em Araras já é
ficando atrás da folha de pagamento. responsável pela implementação das medi- de quase R$ 300 mil por ano.
Dados locais
SIEM
MANUAL DO SIEM
Na página do SIEM é possível baixar um
manual de utilização do SIEM Web. Nele,
há uma descrição detalhada de todos os
módulos que compõe a ferramenta, bem 73
como funções adicionais, como a criação
e a gestão de usuários e os modelos Para o cadastramento
para importação de dados. Nas páginas de um projeto no SIEM,
seguintes, são apresentadas algumas deve-se informar dados
regionais, como variáveis
telas do sistema e as principais partes de
geográficas e socioeconô-
inserção de dados para a alimentação do
micas de cada município.
software. Recomenda-se que essas
variáveis sejam obtidas na
página do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística
(IBGE).
http://www.ibge.gov.br
Unidade consumidora Parque de equipamentos
A Unidade Consumidora (UC) é a menor medida de Deve-se informar os equipamentos consumidores de ele-
estudo que a plataforma do SIEM permite avaliar. Po- tricidade existentes na UC. O SIEM já possui um conjunto
de-se inserir todos os edifícios públicos e equipamentos de equipamentos cadastrados. Caso o equipamento
(como sistemas de iluminação pública e bombeamento, não exista na lista, é possível inserir um novo item. São
por exemplo). As informações exigidas são a identifica- preenchidos dados de potência, eficiência (rendimento),
ção numérica da UC, a atividade comercial, o endere- quantidade e horário de funcionamento. Com essas
ço e o horário de operação. Também é possível inserir informações a ferramenta pode calcular a curva de
uma foto da UC e os dados de contato do responsável consumo dos equipamentos em função das horas do dia
pela unidade. e o consumo de eletricidade ao longo do tempo.
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Medidor, tarifas e contas
Cadastrar o medidor que registra o
consumo da UC, as tarifas (monômias e/
ou binômias) e o tipo de contrato existente
entre a unidade e a concessionária elétri-
ca. Deve-se ainda inserir os valores das
contas de consumo, incluindo as variáveis
de cobrança, como consumo, demanda,
demanda contratada, demanda consumi-
da, multas, etc. Esses valores podem ser
importados do arquivo digital da conta,
fornecido pela concessionária.
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Gráficos
Com esses dados inseridos, já é possível
gerar gráficos para análise das infor-
mações das UCs. É possível analisar o
consumo por UC ao longo do tempo, os
custos com eletricidade e o consumo por
diferentes indicadores do SIEM. Também é
possível obter valores agrupados de con-
sumo para UCs agrupadas por atividade.
Análise técnica Relatórios
Esse módulo permite observar uma série Nesse módulo, é possível imprimir em for-
de variáveis que impactam o consumo e os mato PDF as informações e as análises no
custos com eletricidade. O gerenciamento SIEM na estrutura que o Plano Municipal
da demanda, por exemplo, acompanha as de Gestão da Energia Elétrica (Plamge)
ultrapassagens e multas, permitindo avaliar exige. Esses documentos podem servir
a necessidade de revisão do contrato com de modelo para compor os relatórios de
a concessionária. A análise da curva de auditoria energética, independente da
carga permite visualizar os horários de participação no Plamge.
operação, oferecendo alternativas para
ajustar o funcionamento de equipamentos
que operam no horário de ponta. Pode-se Projetos
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ainda verificar o dimensionamento dos mo- O SIEM permite planejar os projetos de
tores, a avaliação do fator de potência e a eficiência energética, que podem ser ca-
estimativa de perdas nos transformadores. dastrados na ferramenta e analisados por
meio de três óticas: (1) técnica; (2) orçamen-
Medição e verificação tária; e (3) econômica. O sistema informa a
O módulo permite estimar o consumo redução estimada no consumo, bem como
evitado caso procedimentos de gestão e as economias com eletricidade. Assim, é
ações educativas para racionalização do possível testar os projetos e identificar
consumo sejam adotados. Essas medidas as melhores soluções. O módulo prevê o
de eficiência, consideradas de baixo custo, cadastramento do cronograma de projeto
têm grande potencial para redução do para acompanhamento posterior.
consumo. Por meio do SIEM, é possível
estimar valores em kWh para compor a
auditoria energética.
Cenários
A construção de cenários para acompa-
nhamento dos projetos de eficiência é outra
ação possível de ser feita com o SIEM. O
módulo permite comparar três cenários: (1)
real – criado a partir dos dados históricos
cadastrados; (2) de referência – estimado
pelo SIEM a partir dos dados cadastra-
dos e que indica o consumo futuro sem a
execução do projeto de eficiência; e (3) de
eficiência – estimado pelo SIEM, que indica
o consumo futuro com a adoção do projeto
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de eficiência. É possível testar diferentes
cenários e analisar o potencial de redução
e economia para diferentes projetos. Os
gráficos gerados podem ser utilizados nos
relatórios de auditoria energética.
American Society of Heating Refrigeration and Air Conditioning Engineers – ASHRAE. Procedures for Commercial Building
Energy Audits. Estados Unidos: 2ª edição, 2011.
Centrais Elétricas Brasileiras, Fupai/Efficientia. Gestão Energética. Rio de Janeiro: Eletrobrás, 2005.
Centro de Pesquisas de Energia Elétrica – CEPEL. Guia para eficientização energética nas edificações públicas. Versão 1.0,
outubro 2014. Rio de Janeiro: CEPEL, 2014.
Lamberts, R., Dutra, L., Pereira, F.O.R. Eficiência Energética na Arquitetura. 3ª edição. São Paulo: ProLivros, 2013.
REFERÊNCIAS
KRAUSE, Cláudia Barroso, MAIA, José Luiz Pitanga. Manual de prédios eficientes em eficiência elétrica. Rio de Janeiro:
IBAM/Eletrobrás/Procel, 2002.
Ministério do Meio Ambiente – MMA. Agenda Ambiental na Administração Pública – A3P. Brasília: 5ª edição, 2009.
Ministério de Minas e Energia – MME. Guia para Eficiência Energética nas Edificações Públicas. Rio de Janeiro: CEPEL,
versão completa, 2015.
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG. Coletânea de Melhores Práticas de Gestão do Gasto Público.
Brasília: 3ª edição, abril de 2012.
Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica – PROCEL. Orientações Gerais para Conservação de Energia
Elétrica em Prédios Públicos. Rio de Janeiro: 1ª edição, abril de 2001.
Fotos:
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Acervo Eletrobrás
www.mma.gov.br
Atendimento ao Cidadão
sic@mma.gov.br
Publicado pelo Projeto Transformação do Mercado
de Eficiência Energética no Brasil - BRA/09/G31