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sucessão.
Assim a abertura da Sucessão corresponde a uma situação de ruptura em qua a morte de
alguém vai gerar na esfera de quem lhe suceder. Art 2024
Existem duas espécies de sucessores: herdeiros e os legatários art 2030, 1 CC
Herdeiro o que sucede na totalidade ou numa quota do património do falecido.
Legatário o que sucede num determinado bem ou valor determinado, 2030, 2 CC
Apos a abertura da sucessão da.se o chamamento dis sucessores que gozam de
prioridade na hierarquia dos sucessíveis desde que preencham os pressupostos legais
para o efeito nomeadamente a capacidade sucessória 2032, 1 CC.
A capacidade sucessória 2033. 1 CC são todas as pessoas nascidas ou concebidas na
altura da abertura da sucessão e tb as PC e as sociedades 2033, 2 CC
No caso dos primeiros sucessíveis não quiserem ou não aceitem por não puder são
chamados os subsequentes. 2032, 2 CC
SUCESSAO INTERVIVOS
2029 CC acto jurídico feito em vida pelo autor da sucessão ex doação. Aqui a relação
jurídica modifica se ainda em vida do anterior titular. E um acto jurídico que se traduz
num negócio jurídico entre o antigo titular e o novo titular de onde resulta a
transmissão. Aqui o facto jurídico morte não e importante, ou seja ano e causa para a
transmissão do bens. Aqui aplicam-se as regras do das doações 940 e ss e tb as regras da
compra e venda CC
SUCESSAO MORTIS CAUSA
Aqui a modificação daquela relação jurídica so opera com o facto jurídico morte.
Sempre que esteja em causa uma situalºao jurídica de suvessao motis causa aplicamse as
regras do livro VI do CC direito das sucessoes
2027 CC A sucessão pode ser legal, que decorre da lei e divide se em: sucessão legitima
e sucessão legitimária.
A legitima e aquela que pode ser afastada pelo autor da sucessão ou seja é a sua quota
disponível. Aqui ele pode dispor dos seus bens na forma de doação ou na forma de
testamento desde que não afecte a legitima dos herdeiros legitimários.
A legitimaria e a que resulta da lei imperativa e que não pode ser afastada pelo autor da
sucessão ou seja a quota inbdisponivel.. Quer dizer que aos herdeiros legitimários
(cônjuge, ascendentes e descendentes) cabe uma porção de bens que o autor da sucessão
não pode dispor.
TITULOS DE VOCAÇÃO SUCESSORIA
Vocação subsequente – pode acontecer que estes primeiros sucessores não queiram ou
não possam aceitar a herança. São os chamados sucessíveis subsequentes (ex o
sucessível e chamado apos o repudio). É uma vocação indirecta pois aqui ocorre o
chamamento de outro sucessível e não o que tinha sido designado segundo a prioridade
na hierarquia.
A prevalência da designação sucessória quer dizer que so são chamados os que tenham
prioridade na hierarquia das sucessões, filhos e netos, chamam-se apenas os filhos.
2033 e ss CC A capacidade sucessória é uma noção típica do Direito das Sucessões, que
podemos definir como a idoneidade para ser destinatário de uma vocação sucessória, ou
seja ser herdeiro ou legatário. Por exemplo se estiver em causa um menor este tem
capacidade sucessória.
Portanto, é um conceito que nada se relaciona com a noção de capacidade jurídica que
conhecemos: não se trata de uma incapacidade natural, pelo que aqueles que sofrem de
incapacidade de exercício, como os menores, não carecem de capacidade sucessória.
Por outro lado, é sempre um conceito relativo, já que se reporta sempre à sucessão de
uma pessoa determinada. Ninguém é incapaz de suceder a toda a gente: é necessário
avaliar a capacidade em relação a uma determinada sucessão. A regra é a da
capacidade: serão incapazes de suceder apenas aqueles que forem declarados indignos
ou que forem deserdados
para que alguém adquira bens por via sucessória (heranças ou legados) é necessária a
aceitação, que está regulada nos artigos 2050.º e ss CC, aplicáveis aos legados por força
do artigo 2249.º do mesmo Código.
Caso não se pretenda aceitar uma herança ou legado há assim que repudiar, sendo o
repúdio um negócio jurídico unilateral através do qual alguém manifesta a sua
vontade de não se tornar herdeiro ou legatário, admitindo-se que o mesmo seja praticado
através de representante legal (para o caso de o herdeiro ou legatário ser menor) ou
voluntário.
Em regra, não é possível aceitar uma parte da herança e repudiar a outra parte
(princípio da indivisibilidade da vocação, consagrado no artigo 2054.º, n.º 2 do CC),
mas há exceções previstas no artigo 2055.º do CC (que admite que um herdeiro
chamado por lei e por testamento possa em certos casos aceitar a deixa testamentária e
repudiar a sucessão legal e vice-versa) e no artigo 2250.º (a propósito da posição do
legatário a quem tenha sido atribuído mais que um legado ou a propósito do herdeiro
que seja ao mesmo tempo legatário).
O repúdio é um ato formal e deve seguir a forma prevista para a alienação da herança
(artigo 2063.º do CC), o que nos remete para o artigo 2126.º do CC. Assim, exige-se
que o repúdio se formalize através de escritura pública ou por documento particular
autenticado se na herança existirem bens cuja alienação deva revestir essa forma,
como será o caso de bens imóveis. Fora desses casos, o repúdio deve revestir forma
escrita.
O repúdio é irrevogável (artigo 2066.º do CC) e não pode ser anulado com base em
erro, mas apenas em caso de dolo ou coação (artigo 2065.º do CC).
Por último, de referir que há um prazo de 10 anos para o sucessível chamado à
herança decidir se quer aceitar ou repudiar (artigo 2059.º do CC), sem prejuízo de os
demais herdeiros poderem recorrer ao tribunal para que este notifique os sucessíveis
para se pronunciarem, presumindo-se que aceitam caso nada digam (artigo 2049.º do
CC).
Em regra, não é possível aceitar uma parte da herança e repudiar a outra parte
(princípio da indivisibilidade da vocação, consagrado no artigo 2054.º,
n.º 2 do CC), mas há exceções previstas no artigo 2055.º do CC (que
admite que um herdeiro chamado por lei e por testamento possa em
certos casos aceitar a deixa testamentária e repudiar a sucessão legal e
vice-versa) e no artigo 2250.º (a propósito da posição do legatário a
quem tenha sido atribuído mais que um legado ou a propósito do
herdeiro que seja ao mesmo tempo legatário).
A aceitação pode ser expressa ou tácita (artigo 2056.º), sendo expressa quando nalgum
documento escrito o sucessível chamado à herança declara aceitá-la ou assume o título
de herdeiro com a intenção de a adquirir. Será tácita quando alguém se comporta
como herdeiro, embora os simples atos de administração, como seja mandar fazer uma
obra urgente num bem da herança, não signifiquem aceitação.
A aceitação não pode ser anulada com base em erro, mas apenas em caso de dolo ou
coação (artigo 2060.º do CC).
DIREITO DE ACRESCER
O disposto no artigo 2301.º, com as devidas adaptações, aplica-se aos legatários que
tenham sido nomeados em relação ao mesmo objeto, independentemente do facto de a
nomeação ser ou não conjunta (n.ºs 1 e 2 do artigo 2302.º do CC).
3. Não haverá direito de acrescer, de acordo com o artigo 2304.º do CC, se o testador
tiver disposto de forma a precludir o exercício desse direito, se o legado tiver natureza
pessoal ou se houver direito de representação. Gozam do direito de representação na
sucessão testamentária os descendentes de pessoa falecida antes do testador, ou do que
repudiou a herança ou legado, salvo se houver outra causa de caducidade da vocação
sucessória (n.º 1 do artigo 2041.º do CC).
O artigo 2030.º do Código Civil (CC) determina que os sucessores se dividem em duas
espécies: ou são herdeiros ou são legatários.
Do mesmo modo se A deixa por morte 1% dos seus bens a B, B será também herdeiro.
Neste caso, o herdeiro, se aceitar, é obrigado a ficar com aquele bem determinado que
lhe foi atribuído pelo autor da sucessão mas pode exigir outros bens se forem
necessários para perfazer a sua quota.
2030, 3 - completa a definição do n.º 2 e esclarece que será também herdeiro o que
sucede no remanescente dos bens do falecido.
Assim acontecerá se, por exemplo, A fizer testamento em que diz que deixa a sua casa
de Lisboa a B e o restante da sua herança a C. Neste caso, C será também herdeiro.
Uma ideia a reter é a que não se é herdeiro por se receber muito e legatário por se
receber pouco. O estatuto de herdeiro ou de legatário não tem a ver com a quantidade
de bens recebidos. Muitas vezes o legatário até tem uma posição muito mais vantajosa
patrimonialmente do que os herdeiros.
Pode também acontecer que não haja herdeiros e que uma herança seja integralmente
distribuída em legados.
Por último, de referir que o testador não pode qualificar uma deixa que de acordo com
a lei é herança como legado nem vice-versa mas já poderá associar parte do regime do
herdeiro a um legatário e vice-versa, desde que não contrarie disposições legais
imperativas.
Abertura da sucessão
Palavras-chave: abertura da sucessão; lugar da abertura da sucessão; momento da
abertura da sucessão; sucessão por morte;
TEXTO
A abertura da sucessão, nos termos do artigo 2031.º do Código Civil (CC), verifica-se
no momento da morte, ou seja, a morte determina a abertura da sucessão.
De notar que o artigo 68.º, n.º 3 do CC considera que ocorreu a morte de uma pessoa,
mesmo que o seu cadáver não seja encontrado ou reconhecido, se o seu
desaparecimento se tiver dado em circunstâncias que não permitam duvidar da sua não
sobrevivência. Será o caso de um avião que explode e se desintegra em pleno voo: se se
provar que determinada pessoa viajava nesse avião terá de ser considerar morta. Há um
processo previsto e regulado no Código do Registo Civil para estes casos (vide artigos
207.º e 208.º do CRC).
Para além da morte física, há também que ter em conta o instituto da ausência, em
especial a declaração de morte presumida e a curadoria definitiva, já que esta também
terá efeitos sucessórios.
O direito de acrescer na sucessão legal está previsto no n.º 2 do artigo 2137.º do Código
Civil (CC) e ocorre quando um ou mais herdeiros chamados à herança não a aceitarem e
existirem outros na mesma classe sucessória.
O disposto no artigo 2301.º, com as devidas adaptações, aplica-se aos legatários que
tenham sido nomeados em relação ao mesmo objeto, independentemente do facto de a
nomeação ser ou não conjunta (n.ºs 1 e 2 do artigo 2302.º do CC).
3. Não haverá direito de acrescer, de acordo com o artigo 2304.º do CC, se o testador
tiver disposto de forma a precludir o exercício desse direito, se o legado tiver natureza
pessoal ou se houver direito de representação. Gozam do direito de representação na
sucessão testamentária os descendentes de pessoa falecida antes do testador, ou do que
repudiou a herança ou legado, salvo se houver outra causa de caducidade da vocação
sucessória (n.º 1 do artigo 2041.º do CC).
Trata-se de uma noção típica do Direito das Sucessões, que podemos definir como a
idoneidade para ser destinatário de uma vocação sucessória, ou seja, para que possa ser
atribuído o direito de aceitar ou repudiar uma herança ou um legado. Trata-se, assim, de
um conceito que nada se relaciona com a noção de capacidade jurídica em geral: não se
trata de uma incapacidade natural, pelo que aqueles que sofrem de incapacidade de
exercício, como os menores, não carecem, por esse facto, de capacidade sucessória.
Por outro lado, a capacidade sucessória é sempre um conceito relativo, já que se reporta
sempre à sucessão de uma pessoa determinada. Ninguém é incapaz de suceder em geral.
Só se avalia a capacidade sucessória em relação a uma determinada sucessão e por isso
se diz que é um conceito relativo.
Também nos casos previstos no n.º 2 do artigo 2035.º do CC, ou seja, quando a
instituição de herdeiros ou a nomeação de legatários é feita sob condição suspensiva, até
ao momento da verificação da condição é preciso averiguar se é ou não afetada essa
capacidade sucessória.
Direito de representação
Palavras-chave: direito de representação; sucessão por morte; vocação indireta;
TEXTO
O direito de representação é uma modalidade de vocação indireta, o que significa que só
ocorre quando o sucessível instituído em primeiro lugar não pode ou não quer aceitar a
herança ou legado a que teria direito. O não poder aceitar significa que o sucessível não
sobreviveu ao autor da sucessão ou que foi declarado indigno ou deserdado. O não
querer aceitar corresponde ao repúdio.
No direito português, para que alguém adquira bens por via sucessória (heranças ou
legados) tem, como regra geral, de ser previamente chamado para dizer se pretende ou
não aceitar a sucessão, só existindo um caso em que a aquisição da qualidade de
herdeiro se processa sem necessidade de aceitação: é o caso em que o Estado concorre
como herdeiro legítimo, na falta de outros herdeiros.
A capacidade sucessória é uma noção típica do Direito das Sucessões, que podemos
definir como a idoneidade para ser destinatário de uma vocação sucessória. Portanto, é
um conceito que nada se relaciona com a noção de capacidade jurídica que conhecemos:
não se trata de uma incapacidade natural, pelo que aqueles que sofrem de incapacidade
de exercício, como os menores, não carecem de capacidade sucessória. Por outro lado, é
sempre um conceito relativo, já que se reporta sempre à sucessão de uma pessoa
determinada. Ninguém é incapaz de suceder a toda a gente: é necessário avaliar a
capacidade em relação a uma determinada sucessão. A regra é a da capacidade: serão
incapazes de suceder apenas aqueles que forem declarados indignos ou que forem
deserdados.
Indignidade sucessória
Palavras-chave: capacidade sucessória; deserdação; direito de
suceder; indignidade; vocação sucessória;
TEXTO
A capacidade sucessória é uma noção típica do Direito das Sucessões, que podemos
definir como a idoneidade para ser destinatário de uma vocação sucessória, ou seja, para
que seja atribuído o direito de aceitar ou repudiar uma herança ou legado. A regra é a da
capacidade: serão incapazes de suceder apenas aqueles que forem declarados indignos
ou que forem deserdados.
Enquanto que a indignidade deve ser declarada pelo tribunal, a deserdação é feita pelo
próprio autor da sucessão, através de testamento.
Neste legado, previsto e regulado no artigo 2165.º do Código Civil (CC), o autor da
sucessão faz testamento dando ao herdeiro legitimário uma alternativa: ou escolhe o
legado ou a legítima. Por exemplo, A faz testamento deixando ao seu filho B um imóvel
em Lisboa em substituição da sua legítima. De acordo com a lei, B não é obrigado a
aceitar este legado, podendo pretender outros bens da herança. Todavia, se for
notificado para dizer se aceita ou repudia e nada disser, a lei considera aceite o legado.
Se o sucessível aceitar o legado, deixa de ter direito à legítima, o que significa que se o
legado for de valor inferior à legítima, não terá direito à diferença.
O legado por conta da legítima é uma das formas de efetivação do direito à legítima, ou
seja, àquela quota de que os herdeiros legitimários (cônjuge, descendentes e
ascendentes) não podem ser privados por vontade do autor da sucessão, sendo, por isso,
designada de quota indisponível.
Neste legado, previsto e regulado na parte final do artigo 2163.º do Código Civil (CC),
o autor da sucessão faz testamento dizendo que pretende que certos bens sirvam para
preencher a legítima do herdeiro legitimário. Por exemplo, A faz testamento e diz que
deixa ao seu filho B um imóvel em Lisboa para perfazer a sua legítima. De acordo com
a lei, B não é obrigado a aceitar este legado, podendo pretender outros bens da herança.
Todavia, se aceitar o legado, não deixando de ser herdeiro legitimário, tem direito a
ficar com aquele bem determinado que lhe é deixado em testamento. Fala-se neste caso
da figura da herança ex re certa, ou seja, de coisa certa, em que alguém tem
simultaneamente a qualidade de legatário e de herdeiro.
Se um legado por conta da legítima for de valor inferior à legítima do herdeiro que é
contemplado com o legado, este poderá sempre reclamar a diferença uma vez que não
perde a qualidade de herdeiro legitimário.
Presunção de comoriência
Palavras-chave: direito de suceder; pressupostos da vocação; presunção de
comoriência; sobrevivência; vocação;
TEXTO
No direito português, para que alguém adquira bens por via sucessória (heranças ou
legados) tem, como regra geral, de ser previamente chamado para dizer se pretende ou
não aceitar a sucessão, só existindo um caso em que a aquisição da qualidade de
herdeiro se processa sem necessidade de aceitação: é o caso em que o Estado concorre
como herdeiro legítimo, na falta de outros herdeiros.
Considera-se que não sobrevive ao autor da sucessão aquele que falece sem que haja
evidências de que morreu depois deste, ou seja, no direito português há uma presunção
de comoriência ou de não sobrevivência, consagrada no artigo 68.º, n.º 2 do Código
Civil. Assim, em caso de dúvida, presume-se que o sucessível não sobreviveu ao autor
da sucessão. É o que acontece, nomeadamente, em caso de acidentes de viação em que,
quando o socorro chega ao local encontra pai e filho mortos: nem o pai sucede ao filho,
nem o filho sucede ao pai.
A capacidade sucessória é uma noção típica do Direito das Sucessões, que podemos
definir como a idoneidade para ser destinatário de uma vocação sucessória, ou seja, para
que seja atribuído o direito de aceitar ou repudiar uma herança ou legado. A regra é a da
capacidade: serão incapazes de suceder apenas aqueles que forem declarados indignos
ou que forem deserdados.
O artigo 2034.º prevê as causas de indignidade, que têm um caráter taxativo, não
podendo ser aplicadas por analogia. Estão em causa:
Apesar de se tratar de uma questão que tem suscitado divergências doutrinárias, parece
resultar da lei que a indignidade não funciona automaticamente, carecendo de ser
declarada pelo tribunal e estando fixado um prazo, em regra dois anos após a morte do
autor da sucessão, para ser intentada em tribunal a correspondente ação. Quando à
legitimidade para propor a ação, não está expressamente prevista na lei mas crê-se que,
durante a vida do autor da sucessão, só ele terá legitimidade. Depois da abertura da
sucessão, tal legitimidade caberá a todos aqueles que beneficiarem com o afastamento
do sucessível, estando o Ministério Público obrigado a propor tal ação sempre que seja
o Estado a beneficiar com o afastamento (cf. artigo 2036.º do CC).
Por último, cabe referir o instituto da reabilitação, previsto no artigo 2038.º do CC, e
que pode ser expressa ou tácita. Será expressa quando o autor da sucessão, conhecendo
a causa de indignidade, declarar, através de testamento ou escritura pública, que, apesar
disso, quer que o sucessível lhe suceda. Será tácita se, nas mesmas circunstâncias, o
autor da sucessão fizer testamento contemplando aquele que incorreu em causa de
indignidade. Ao contrário da reabilitação expressa, a reabilitação tácita não impede uma
posterior declaração de indignidade, tendo o indigno apenas direito a receber a deixa
feita em testamento.
Herdeiro
Palavras-chave: herança; herdeiro; legatário;
TEXTO
O artigo 2030.º do Código Civil (CC) determina que os sucessores se dividem em duas
espécies: ou são herdeiros ou são legatários.
Diz o seu n.º 2 que herdeiro será aquele que sucede na totalidade ou numa quota do
património do falecido. Se A faz testamento e deixa todos os seus bens a B, B será
herdeiro. Do mesmo modo se A deixa por morte 1% dos seus bens a B, B será também
herdeiro.
Uma questão colocada pela doutrina é a de saber se a quota do herdeiro pode ou não ser
preenchida com bens determinados, ou seja, pode o autor da sucessão dizer “Deixo 1/3
dos meus bens, mas quero que esse 1/3 seja preenchido com a minha casa de férias”?
A doutrina maioritária aceita esta figura, denominada de herança ex re certa (de coisa
certa) ou legado por conta da quota. Neste caso, o herdeiro, se aceitar, é obrigado a ficar
com aquele bem determinado que lhe foi atribuído pelo autor da sucessão mas pode
exigir outros bens se forem necessários para perfazer a sua quota.
O n.º 3 do artigo 20130.º completa a definição do n.º 2 e esclarece que será também
herdeiro o que sucede no remanescente dos bens do falecido. Assim acontecerá se, por
exemplo, A fizer testamento em que diz que deixa a sua casa de Lisboa a B e o restante
da sua herança a C. Neste caso, C será também herdeiro.
Uma ideia a reter é a que não se é herdeiro por se receber muito e legatário por se
receber pouco. O estatuto de herdeiro ou de legatário não tem a ver com a quantidade de
bens recebidos. Muitas vezes o legatário até tem uma posição muito mais vantajosa
patrimonialmente do que os herdeiros.
Pode também acontecer que não haja herdeiros e que uma herança seja integralmente
distribuída em legados.
Por último, de referir que o testador não pode qualificar uma deixa que de acordo com a
lei é herança como legado nem vice-versa mas já poderá associar parte do regime do
herdeiro a um legatário e vice-versa, desde que não contrarie disposições legais
imperativas.
Direito de suceder
Palavras-chave: aceitação; chamamento; repúdio; transmissão por morte; vocação;
TEXTO
O direito de suceder caracteriza-se por ser um direito potestativo, ou seja, quem tem este
direito pode exercê-lo ficando todos os demais sujeitos obrigados a aceitar o que for
decidido pelo seu titular.
É também um direito originário, isto é, não existia na esfera jurídica do falecido, sendo
atribuído directamente aos sucessíveis.
Pré-legado
Palavras-chave: herança; legado; legado em substituição da legítima; legado por conta
da legítima;
TEXTO
O pré-legado é um legado que é atribuído a um herdeiro para além da sua quota e está
previsto no artigo 2264.º do Código Civil.
O autor da sucessão pode fazer testamento deixando por hipótese metade da sua herança
ao seu amigo B, acrescentando que quer que este receba também o seu automóvel. Ao
contrário do legado por conta da quota, também designado herança ex re certa (de coisa
certa), em que o legado é feito para preencher a quota, o pré-legado vai acrescer à quota
recebida a título de herança. Como qualquer legado, o pré-legado deve ser pago antes de
serem satisfeitas as deixas a título de herança.
Também nos casos em que é feito um legado por conta da legítima poderá existir um
pré-legado relativamente à parte que excede a legítima. Certos autores sustentam que o
valor do legado que excede a legítima deve ser considerado um pré-legado. Ao invés,
para outra parte da doutrina, só haveria pré-legado se o valor do legado por conta
excedesse não só a legítima mas toda a quota hereditária, ou seja, aquilo a que um
herdeiro legitimário tem direito quer na quota indisponível, quer na quota disponível.
Vamos supor que A tem dois filhos, B e C e que fez um legado por quota da legítima ao
filho C. Supondo que o legado excede a legítima em 20 e que ainda há 10 para distribuir
pelos 2 filhos, mesmo que dessemos esses 10 a B, C receberia, no total, mais 5 que B,
pelo que esses 5 valeriam como pré-legado.
Legatário
Palavras-chave: herança; herdeiro; legado em substituição da legítima; legado por
conta da legítima; sucessores;
TEXTO
O artigo 2030.º do Código Civil (CC) determina que os sucessores se dividem em duas
espécies: ou são herdeiros ou são legatários.
Diz o seu n.º 2 que legatário será aquele que sucede em bens ou valores determinados.
Assim, se A faz testamento e deixa a B o seu automóvel, B será legatário. Do mesmo
modo, se os bens forem determináveis, isto é, se A deixar a B os seus bens sitos em
Lisboa, B será também legatário.
O n.º 4 do artigo 2030.º determina que o usufrutuário é sempre legatário, quer se trate
do usufruto de um bem determinado, por ex., da quinta do Douro, quer se trate do
usufruto da totalidade ou de uma quota da herança.
É possível que a herança seja toda distribuída em legados, ou seja, que não haja
herdeiros. Neste caso, os legatários hão-de ter um regime idêntico ao dos herdeiros,
nomeadamente quanto à responsabilidade pelo pagamento das dívidas da herança (ver
artigo 2277.º do CC).
Por último, de referir que o testador não pode qualificar uma deixa que de acordo com a
lei é herança como legado nem vice-versa.
No direito português, para que alguém adquira bens por via sucessória (heranças ou
legados) é necessária a aceitação, que está regulada nos artigos 2050.º e ss do Código
Civil (CC), aplicáveis aos legados por força do artigo 2249.º do mesmo Código.
Em regra, não é possível aceitar uma parte da herança e repudiar a outra parte (princípio
da indivisibilidade da vocação, consagrado no artigo 2054.º, n.º 2 do CC), mas há
exceções previstas no artigo 2055.º do CC (que admite que um herdeiro chamado por lei
e por testamento possa em certos casos aceitar a deixa testamentária e repudiar a
sucessão legal e vice-versa) e no artigo 2250.º (a propósito da posição do legatário a
quem tenha sido atribuído mais que um legado ou a propósito do herdeiro que seja ao
mesmo tempo legatário).
A aceitação pode ser expressa ou tácita (artigo 2056.º), sendo expressa quando nalgum
documento escrito o sucessível chamado à herança declara aceitá-la ou assume o título
de herdeiro com a intenção de a adquirir. Será tácita quando alguém se comporta como
herdeiro, embora os simples atos de administração, como seja mandar fazer uma obra
urgente num bem da herança, não signifiquem aceitação.
A aceitação não pode ser anulada com base em erro, mas apenas em caso de dolo ou
coação (artigo 2060.º do CC).
Por último, de referir que há um prazo de 10 anos para o sucessível chamado à herança
decidir se quer aceitar ou repudiar (artigo 2059.º do CC), sem prejuízo de os demais
herdeiros poderem recorrer ao tribunal para que este notifique os sucessíveis para se
pronunciarem, presumindo-se que aceitam caso nada digam (artigo 2049.º do CC).
No direito português, para que alguém adquira bens por via sucessória (heranças ou
legados) é necessária a aceitação, que está regulada nos artigos 2050.º e ss do Código
Civil (CC), aplicáveis aos legados por força do artigo 2249.º do mesmo Código.
Caso não se pretenda aceitar uma herança ou legado há assim que repudiar, sendo o
repúdio um negócio jurídico unilateral através do qual alguém manifesta a sua vontade
de não se tornar herdeiro ou legatário, admitindo-se que o mesmo seja praticado através
de representante legal (para o caso de o herdeiro ou legatário ser menor) ou voluntário.
Em regra, não é possível aceitar uma parte da herança e repudiar a outra parte (princípio
da indivisibilidade da vocação, consagrado no artigo 2054.º, n.º 2 do CC), mas há
exceções previstas no artigo 2055.º do CC (que admite que um herdeiro chamado por lei
e por testamento possa em certos casos aceitar a deixa testamentária e repudiar a
sucessão legal e vice-versa) e no artigo 2250.º (a propósito da posição do legatário a
quem tenha sido atribuído mais que um legado ou a propósito do herdeiro que seja ao
mesmo tempo legatário).
O repúdio é um ato formal e deve seguir a forma prevista para a alienação da herança
(artigo 2063.º do CC), o que nos remete para o artigo 2126.º do CC. Assim, exige-se
que o repúdio se formalize através de escritura pública ou por documento particular
autenticado se na herança existirem bens cuja alienação deva revestir essa forma, como
será o caso de bens imóveis. Fora desses casos, o repúdio deve revestir forma escrita.
O repúdio é irrevogável (artigo 2066.º do CC) e não pode ser anulado com base em erro,
mas apenas em caso de dolo ou coação (artigo 2065.º do CC).
Por último, de referir que há um prazo de 10 anos para o sucessível chamado à herança
decidir se quer aceitar ou repudiar (artigo 2059.º do CC), sem prejuízo de os demais
herdeiros poderem recorrer ao tribunal para que este notifique os sucessíveis para se
pronunciarem, presumindo-se que aceitam caso nada digam (artigo 2049.º do CC).