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Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Programa de Pós Graduação em Engenharia Mecânica

Projeto de um Parque Eólico na Região Sul do Brasil

Andrés Felipe Loaiza Patiño

Yuri Theodoro Barbosa de Lima

Porto Alegre, 18 de agosto de 2014


Introdução

Uma das grandes preocupações é a crescente demanda da sociedade por energia e as


consequências que ela traz ao meio ambiente. Isso está mudando a forma de vida das pessoas.
Encontrar formas para reduzir o consumo de energia, especialmente de fontes não renováveis
está cada vez mais em pauta em diversos trabalhos e pesquisas cientificas.

No presente trabalho, criamos um evento hipotético de criação e implementação de um


parque eólico na região do balneário pinhal, para alimentar 100% a demanda do município e o
excedente ser vendido, assim entrando no caixa da região.

Foi comparada duas maquinas presentes no mercado e escolhida uma delas para o parque. No
final do tralho expedimos um parecer e concluímos que é beneficio para o município a
implementação do mesmo.
1. Escolha do lugar para a implementação do empreendimento eólico

O local escolhido foi a praia de balneário pinhal- Magistério, ela possui 10.855 habitantes, se
localiza em uma região de fácil acesso uma vez que se pode acessar pela RS-040 ou pela
freeway sendo assim um local propicio para a logística de todo maquinário de um parque
eólico.

Com relação a inspeção do de campo, temos a proximidade com a linha de transmissão uma
vez que existe próximo ao local de instalação do parque uma central de distribuição de energia
da companhia elétrica da região, assim diminuindo os custos com cabeamento e necessidades
de conexões com subestações.

Em relação às barreiras geográficas e topológicas temos como senário o litoral sul rio-
grandense onde temos dunas de areia que compõem a paisagem, se mostrando no modelo de
relevo como sendo de uma escala próxima a zero, toda a região das dunas onde se planeja a
implementação do parque é de propriedade da marinha brasileira.

Como foi citada anteriormente a acessibilidade da região é boa, com duas rotas para se chegar
ao local planejado para o parque, onde é possível a logística dos caminhões para o
carregamento das peças sem o problema de pontes e tuneis.

Em relação ao clima da região, temos uma estimativa da precipitação anual para a região que
fica em torno de 1800 mm, a temperatura média anual é de 17°C.

O modelo de rugosidade para a praia de Magistério se coloca na faixa de 0,001, muito bom
para a implementação de um parque, pois não haverá problemas para a captação do vento
pelas turbinas. Para o nosso projeto foi escolhida a implementação de turbinas a 75 metros de
altura, nessa condição temos medições da velocidade média anual do vento que para a região
fica em torno de 8,3 m/s, valor considerado ótimo. Para os cálculos teóricos envolvendo a
teoria de medição de ventos, temos que levar em consideração no nosso modelo o fator de
forma de Weibull(k), onde temos a medição anual desse fator, ele fica em torno de 2,3. Para
finalizar os dados de medição dos fatores que influenciam a implementação de um parque
eólico na região temos que levar em conta a velocidade dos ventos extremos, que nas
medições ficou em torno de 60 m/s.

Em relação as limitações ambientais, o parque não oferece muitos problemas, uma vez que
não vai alterar consideravelmente o ecossistema da região nem alterar os movimentos
sazonais que as dunas apresentam, uma vez que a alteração do vento se faz em um pico muito
mais alto no que o nível do chão, o maior impacto sentido pela região é em relação à avifauna,
quirópteros, drenagem e ruídos, mas como visto em fotos e em visita ao local, o local se
encontra afastado da região de ocupação urbana, assim o problema do ruído das máquinas se
torna ínfimo, mesmo que para o projeto se usará aerogeradores que apresentam baixo ruído.

Mesmo com os estudos a mortandade de quirópteros e aves se faz presente, assim se inclui
como um aspecto negativo na implementação do parque. Um aspecto que dificulta o
licenciamento de parques nessa região é pelo fato de haver rotas migratórias de aves. Apesar
desses empecilhos para a implementação do parque eólico na região, os estudos mostram que
a região apresentam fatores favoráveis para a fixação do parque.

O motivo para a implementação do parque nesse local é pelo fato de poder gerar energia
renovável e ser o município pioneiro em auto sustento energético, uma vez que não haverá a
necessidade de utilização de energia provinda de outras formas de abastecimento energético,
sendo assim possível suprir a demanda energética da população do local na época de inverno e
no verão ter como energia em reserva as outras formas de abastecimento.

Fig.1-Localização geográfica do Balneário Pinhal.


2. Licenças de Instalação

Em relação as licenças ambientais o projeto se deteve as licenças da região, para a região do


balneário pinhal é necessária a licença da FEPAM, órgão responsável pela liberação da licença,
onde um estudo sobre o local é solicitado para EIA/RIMA; RAS e assim verificar se o parque
está se adequando as normas legais, as quais para a região adotada por nós são:

AMA 237/97;

CONAMA 369/06;

CONAMA 302/02;

CONAMA 303/02;

Código Florestal;

Lei Estadual 11520;

Lei da Mata Atlântica;

Código Florestal Estadual;

Decreto 6660/08.

Para se obter a licença da ANEEL o parque tem que satisfazer uma sequência de requisitos
compostos da checklist da ANEEL, que são as seguintes:

O tempo de medição dos ventos da região, que deve ser de no mínimo 3 anos;

Interferência entre parques eólicos: -Direção predominante do vento, análise de interferência


entre aerogeradores, outras direções de vento distintas da predominante;

Georeferenciamento dos aerogeradores;

Aerogeradores na região de turbulência de outro parque eólico:

1) Proibição de implementação de novos aerogeradores em áreas de turbulência de


parques eólicos já outorgados, uma vez que se torna difícil definir uma região ótima
pois depende das características de cada região.

Despacho de Requerimento de Outorga

Garantia de Fiel Cumprimento :

1) Dessa forma, de acordo com a contribuição, sugere-se que sejam verificados os seguintes
marcos para liberação parcial das garantias:

i. Redução de 10% do valor originalmente aportado após o início da


concretagem das fundações das bases das torres das unidades geradoras;

ii. Redução de 40% do valor originalmente aportado após o início da montagem


eletromecânica das torres das unidades geradoras; e

iii. Redução de 60% do valor originalmente aportado após o início da operação em teste da
primeira unidade geradora.

Concepção Técnica:
1) Características dos aerogeradores;
2) Descrição dos componentes;
3) Sistemas e equipamentos elétricos;

Certificação de medição anemométrica e certificado de produção anual de energia;

Demais informações sobre a implementação do parque eólico, bem como suas licenças
necessárias estão descritas nesta cartilha do governo:

http://www.epe.gov.br/leiloes/Documents/Leil%C3%B5es%20A-3%20e%20Reserva
%202011/EPE-DEE-017-2009-r6_EOL_10-mar-2011.pdf

Para a região estudada por nós, os itens anteriores caracterizam as licenças necessárias para a
implementação de um parque eólico na região estudada.

Fig.2 – Implementação e construção das torres.


3. Averiguação da Produção de Energia, Estudo da Viabilidade Técnica Preliminar

Vamos fazer a comparação entre duas turbinas eólicas IMPSA-V82 e enrcon 2MW e ver qual é
a que melhor se encaixa no projeto do parque eólico na região. Este projeto vai ser
implementado no local já citado anteriormente, no local vai ser possível conectar os
aerogeradores diretamente na rede, pois a poucos metros do local de implementação existe
uma distribuidora da rede, pertencente a concessionária que administra a energia no
local(CEEE).

O local apresenta um consumo energético considerado razoável, uma vez que é um pequeno
local com poucos moradores, assim o consumo e fornecimento vai ser para abastecer essas
casas pertencentes ao balneário pinhal/magistério, onde através dos cálculos feitos por nós
vão ser necessárias 8 turbinas para gerar a energia de abastecimento total do local.

A potencia instalada no local vai ser das 8 turbinas as quais vamos fazer a comparação no
próximo tópico e assim escolher qual a que melhor se adequa as necessidades do local, mas
antes dessa escolha é possível estabelecer alguns fatores do aerogerador, para a
implementação desse pequeno parque, vamos utilizar torres de 75 metros.

Dados de comparação entre as duas turbinas:

ENERCON IMPSA
Energia Gerada Estimada 6848,2 MWh 6094 MWh
Fator de Capacidade 33,8 % 46.4%
Diâmetro do Rotor 82 metros 82 metros
Potencia Nominal 2 MW 1,5 MW
Altura da Torre 75 metros 75 metros
Número de Pás 3 3

Como os dados de preço dos aerogeradores não são de divulgação pública não foi possível
averiguar essa informação para as maquinas, mas foi possível fazer a comparação entre os
aspectos mostrados na tabela acima, onde podemos notar um melhor fator de capacidade da
turbina da IMPSA, sendo essa a escolhida por nós para implementar no parque no balneário
pinhal.

A potência instalada para esse parque vai ser de 48772MWh. Em relação ao fator de
capacidade ele se apresenta como sendo muito bom em relação aos padrões estipulados para
a geração de energia eólica, mas como sabemos com um alto fator de capacidade temos um
desgaste maior da máquina, o local escolhido para a implementação do parque se mostra
altamente favorável, uma vez que ele será implementado na beira da praia onde não terá o
problema com morros, casas e outros fatores.

Em relação a análise de risco, os dados estudados para a implementação do parque se


apresentam de forma muito robusta uma vez que temos outro parques na vizinhança assim os
dados estudados se tornam muito confiáveis e como já citado anteriormente o local se mostra
muito bom, pois não apresenta prédios, casas altas nem morros.
Fig.3 – Dados dos ventos do atlas eólico.

Fig.4- Dados dos ventos do atlas eólico.

Fig.5- Dados do programa alwin.


Fig.6- Dados do programa alwin.

Fig.7- Disposição dos aerogeradores.


5- Financiamento do Projeto

Para o financiamento do projeto é necessária a apresentação de todos os dados mostrando


que a sua implementação é viável e que o local escolhido se mostra favorável, também deve-
se atentar para o fato de todas as licenças ambientais devem estar em conformidade com as
leis do município em que se pretende instalar o parque eólico. Para o projeto idealizado no
nosso trabalho, pesquisamos os históricos de financiamento de construção de parques eólicos
no estado do Rio Grande do Sul e concluímos que é possível conseguir o apoio e financiamento
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES), que já financiou a
construção de outros parques no estado.

Outro detalhe também muito importante presenta na parte de financiamento do projeto é o


apoio do governo e das políticas locais, para a facilitação da expedição dos documentos
necessários para o início da obra e para as licenças ambientais e baixa na taxa de impostos.

Para a construção do parque, como o lugar é de fácil acesso e as vias para chegar ao local
também são de fácil acesso não tendo obstáculos, como pontes e tuneis, temos uma
construção considerada normal, onde tomamos os devidos cuidados em relação a segurança
do trabalho, mas em suma a construção segue como a de outros parques, onde se compra o
“pacote” completo com as empresas construtoras dos aerogeradores, compramos junto as
maquinas e sua construção.

A parte do comissionamento é uma série de testes que se faz para saber se as maquinas e os
parâmetros se enquadram nas normas para este tipo de maquina e projeto.
Bibliografia

[1] Atlas eólico do Rio Grande do Sul, Odilon A Camargo[et al] editado pela secretaria de
Energias Minas e comunicações. Porto Alegre. SEMEC 2002.

[2]http://www.mma.gov.br/estruturas/srhu_urbano/_publicacao/125_publicacao2402201105
0000.pdf

[3] http://www.mma.gov.br/estruturas/164/_publicacao/164_publicacao26022010101115.pdf

[4]http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/audiencia/arquivo/2011/036/documento/nt_094ta26
02.pdf

[5]http://www.epe.gov.br/leiloes/Documents/Leil%C3%B5es%20A3%20e%20Reserva
%202011/EPE-DEE-017-2009-r6_EOL_10-mar-2011.pdf

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