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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DA NATUREZA E DE TECNOLOGIA

PROJETOS EM CONVERSÃO DE ENERGIA

ELETROQUÍMICA

Tecnologias de Conversão e
ALAN NUNES BONATTO
Armazenamento de Energia Eletroquímica
AUGUSTO PIZZETTA
ELIELTON GRZEÇA
Conversão Eletroquímica de Energia

Conversão
Hidrogênio, Células de Combustível, Fotoeletroquímico

Conversão e Armazenagem
Baterias, Supercapacitores
Baterias

• Dispositivos que utilizam oxidorredução


de materiais para gerar energia elétrica.

• Dispõe de eletrodos que fornecem a


superfície na qual as reações ocorrem
(anodo e catodo), imersos em um meio
com íons em concentrações conhecidas
(eletrólito).

• Ao conectar uma carga, ocorre a


dissociação de prótons e elétrons
através do eletrólito. Os prótons passam
pela membrana causando a redução do Reação básica em uma bateria. Fonte: [4].
material disposto no catodo.
Baterias Metal-Metal
Níquel Cádmio (NiCd)

Baterias de NiCd comerciais. Fontes: [14] e [15] .


Baterias Metal-Metal
Níquel Cádmio (NiCd)
Vantagens:
• Carga rápida e simples;
• Elevado número de ciclos de carga /descarga, pode chegar a 1000 ciclos;
• Bom desempenho de carga, inclusive em baixas temperaturas;
• “Longa vida de prateleira” - em qualquer estado de carga;
• Robusta;
• Menor custo-ciclo;
• Boa gama de tamanhos, a maioria das células de NiCd são cilíndricas.
Baterias Metal-Metal
Níquel Cádmio (NiCd)
Limitações:
• Relativa baixa densidade de energia - em comparação com os sistemas mais recentes.
• Efeito de memória - o NiCd deve periodicamente descarregado para evitar memória.
• Prejudicial ao meio ambiente - o NiCd contém metais tóxicos. Alguns países limitam o uso este tipo de
bateria;
• Tem relativa elevada auto descarga - precisa ser recarregada após o armazenamento.
Baterias Metal-Metal
Níquel Metal Hidreto (NiMh)

Baterias de NiMh comerciais. Fontes: [16] e [17] .


Baterias Metal-Metal
Níquel Metal Hidreto (NiMh)
Vantagens:
• 30 - 40 % maior capacidade comparada a uma NiCd padrão.
• Menos propenso a memória do que o NiCd;
• Ciclos periódicos são necessários com menor frequência, em comparação à anterior;
• Ecologicamente correto - contém toxinas leves;
• Rentável para a reciclagem.
Baterias Metal-Metal
Níquel Metal Hidreto (NiMh)
Limitações:
• Vida útil limitada - 200 a 300 ciclos quando em altas correntes, aconselha-se descargas parciais nesta
situação;
• Corrente de descarga limitada;
• Algoritmo de carga mais complexa e mais lenta em relação ao NiCd;
• Alto custo de manutenção - bateria requer plena descarga regular para evitar a formação cristalina;
• Cerca de 20 % mais caro do que NiCd.
Baterias Metal-Metal
Chumbo Ácido
• Placa de chumbo e dióxido de chumbo mergulhadas em solução de ácido sulfúrico.

Baterias de Chumbo Ácido comerciais. Fontes: [18] e [19] .


Baterias Metal-Metal
Chumbo Ácido
Vantagens:
• Barato e simples de fabricar - em termos de custo por watt horas, o SLA é o menos caro;
• Quando usado corretamente, o SLA é durável e fornece um serviço confiável;
• A taxa de auto descarga é uma das mais baixas dos sistemas recarregáveis;
• Exigências de manutenção baixas - sem memória;
• Capaz de taxas de descarga altas.
Baterias Metal-Metal
Chumbo Ácido
Limitações:
• Não podem ser armazenadas numa condição descarregada;
• Baixa densidade de energia (SLA);
• Permite que apenas um número limitado de ciclos de descarga total;
• Ambientalmente hostil - o eletrólito e o teor de chumbo podem causar danos ambientais.
Baterias Metal-Metal
Chumbo Ácido

Baterias de Chumbo Ácido internamente e reação química.


Fontes: [20] e [21] .
Baterias Metal-Metal
Íon-Lítio

Baterias de Íon-Lítio comerciais. Fontes: [22] e [23] .


Baterias Metal-Metal
Íon-Lítio
Vantagens:
• Alta densidade de energia - potencial para capacidades ainda maiores;
• Relativa baixa auto descarga - auto descarga é inferior a metade do NiCd e NiMH;
• Baixa Manutenção - nenhuma descarga periódica é necessária;
• Não possui efeito memória.
Baterias Metal-Metal
Íon-Lítio
Limitações:
• Requer circuito de proteção;
• Sujeito ao envelhecimento, mesmo se não estiver em uso;
• Caro para fabricar - cerca de 40% maior no custo do que NiCd.
Baterias Metal-Metal
Íon-Lítio

Bateria de Íon-Lítio em reação química de carga e descarga. Fonte: [24]


Baterias de Fluxo
Redox Flow Batteries (RFB)
• Possui duas câmaras com componentes químicos
dissolvidos em soluções químicas (eletrólitos)
separadas por uma membrana. Comercialmente,
utilizam-se soluções de Vanádio.

• Os fluídos são bombeados de um lado a outro da


célula, ocorrendo a ionização quando em contato com
os eletrodos.

• Capacidade em aplicações práticas: 1V a 2,2V por Princípio de funcionamento de bateria de


célula. fluxo redox (redução – oxidação). Fonte:
[5].
Baterias de Fluxo
Redox Flow Batteries (RFB)

Célula de bateria de fluxo com


área de seção de 700cm²
(1kWh). Fonte: [8].
Baterias de Fluxo
Hybrid Flow Batteries (HFB)
• Similar as baterias de fluxo redox, as baterias de fluxo híbridas trabalham com o fluido disperso
sobre o eletrólito.

• Neste caso apenas o eletrólito positivo é armazenado em um tanque externo, enquanto o


eletrólito negativo é armazenado entre as placas das células (não há fluxo).

• Aplicações típicas utilizam Zinco-Brometo (ZnBr2) como fluído.


Representação gráfica aproximada das características de diferentes tecnologias de armazenamento de energia.
Fonte: [6].
Características de diferentes tecnologias de armazenamento de energia. Fonte: [1].
Geração de Hidrogênio
Eletrólise da Água em Alta (HT) e Baixa Temperatura (LT)
• Sistemas LT podem operar com uma
grande variação na carga, embora não
alcançam o rendimento de sistemas HT.

• É possível utilizar a própria energia


térmica do processo para auxiliar os
sistemas HT. O sistema peca no preço, já
que é tecnologia recente e necessita de
condicionamento mais refinado (devido à
alta temperatura).

Princípios de operação de eletrólise em baixa e alta


temperatura com diferentes eletrólitos. Fonte: [1].
Geração de Hidrogênio
Eletrólise com Auxílio de Carbono
• O processo necessita em torno de um
terço da energia se comparado a
eletrólise da água.

• Possui densidades de corrente menores


que os sistemas anteriores, manifestando
a cinética “lenta” do carbono.

• Pode apresentar boa relação custo-


benefício se operando em HT, no entanto Reações envolvidas na eletrólise com auxílio de carbono
ainda necessita de estudos devido a em baixa e alta temperatura para geração de hidrogênio.
complexidade do sistema. Fonte: [1].
Geração de Hidrogênio

Conceito de um sistema de energia renovável a hidrogênio para geração de energia distribuída. Fonte: [1].
Células de Combustível
• Os agentes químicos necessários a reação são fornecidos
e consumidos continuamente.

• Reagentes comumente utilizados são o hidrogênio,


álcool, gás natural (reformadores de hidrocarbonetos),
carvão e oxigênio.

• Diferentes tipos de células, que variam de acordo com o


eletrólito: Náfion (derivado do teflon), ácido fosfórico,
hidróxido de potássio, entre outros.

Esquemático de célula de combustível


típica. Fonte: [3].
Células de Combustível

• Em sistemas HT (>350°C), rendimento de 40% a 60%


(pode chegar a 85% com reaproveitamento dos gases
dispersos).

• Em sistemas LT (<150°C), rendimento de 35% a 40%.

• Temperaturas intermediárias geram sistemas com


rendimento em torno de 50%.

Célula de combustível típica. Fonte: [7].


Células de Combustível
Microbial Fuel Cells (MFC)
• Converte material orgânico em energia elétrica
através de processos metabólicos por microrganismos.

• Microrganismos formam um biofilme sobre o anodo,


realizando sua oxirredução. Como combustível são
utilizados compostos orgânicos.

• A oxirredução pode ser dada diretamente (elétrons


são carregados diretamente das enzimas respiratórias
da bactéria para o eletrodo) ou através de um Modos de operação do MFC. (A)Reação direta,
mediador (azul de metileno, tionina, ácido húmico). (B)Reação indireta. Fonte: [1].

• Bactérias com reação direta: Shewanella


putrefaciens, Aeromonas hydrophila.
Células de Combustível
Direct Carbon Fuel Cells (DCFC)
• Utiliza um material rico em carbono como
combustível (como a biomassa).

• A reação dispersa dióxido de carbono puro, que pode


ser capturado mais facilmente (e com menos custo)
que as formas tradicionais de conversão a
combustão.

• Devido a sua alta eficiência, requer menos carbono


que os sistemas de combustão para gerar a mesma
quantidade de energia.
Sistema DCFC típico. Fonte: [4].

• Eletrólito comum : metal fundido.


Células de Combustível – Eficiência

Eficiência teórica e real de diferentes tecnologias de células de combustível. Fonte: [1].


Alkali Metal Thermo-Electrochemical Energy
Converters (AMTEC)
• Utiliza luz solar incidente, reações nucleares ou até mesmo sistemas de combustão como fonte de
calor, utilizado em reações químicas para gerar eletricidade.

• Utiliza metal alcalino, geralmente sódio ou potássio como fluído, pois possui alta condutividade
iônica (requer menos energia de ionização).

• Eficiência teórica de 15% a 40%. Em sistemas reais 20%.

• O eletrólito separa a seção de alta pressão (> 20kPa) e alta temperatura (700-950°C) do sistema
da de baixa pressão (~100Pa) e baixa temperatura (100-350°C).
Alkali Metal Thermo-Electrochemical Energy
Converters (AMTEC)
• Com o calor proveniente da fonte externa, o metal
líquido é evaporado e tem sua pressão elevada.

• Na parte inferior a temperatura é reduzida pelo


dissipador, todavia ainda é alta para manter o
metal na forma líquida.

• Devido a alta pressão sobre o eletrólito, surge uma


diferença de potencial sobre os eletrodos. Ao
conectar uma carga no sistema, o vapor do metal é
ionizado, e as cargas positivas são transportadas
pelo eletrólito.
Princípio de operação dos sistemas AMTEC. Fonte:
[1].
• O vapor de metal é condensado e retorna a seção
do anodo por revaporização.
Supercapacitores
• Diferem-se por armazenar energia em
virtude de separação de cargas, diferente
de baterias, as quais armazenam através
de transformação química dos eletrodos.

• Normalmente simétricos, inicialmente


foram abandonados devido a energia
específica máxima que atingiam
(5Wh/kg).

• Supercapacitores híbridos mostram-se


interessantes, através da construção de Características básicas de um supercapacitor de duas
eletrodos com estruturas de carbono e camadas (óxido de titânio-lítio). Fonte: [1].
eletrodos de baterias (conjunto).
Reatores Eletroquímicos
• Conversão de energia de uma forma para outra afim de facilitar o armazenamento e o transporte
de energia (hidrogênio, amônia, syngas).

• Possibilidade de utilização de eletrólitos sólidos, garantindo uma diversidade de condições de


operação (dependendo da reação).

• Atualmente, dois tipos de sistemas são desenvolvidos. Os que possuem eletrólitos de íon de
oxigênio e os de próton (hídron).

• Novamente os processos em HT se tornam mais interessantes devido a eficiência.


Reatores Eletroquímicos
Oxidação Parcial , De- e Hidrogenação, Produção de Amônia
• Utilizada membrana condutiva ou mixa de íons de oxigênio ou hidrogênio. Normalmente é
aplicado catalisador em ambas lados da membrana (entre os eletrodos) auxiliando no migração
dos íons, que se dá devido ao campo elétrico aplicado ou por uma diferença de potencial.

• Neste processo pode ocorrer redução ou oxidação (processos normalmente fortes em HT) do
reagente, produzindo combustível e produtos químicos adicionais.

• Amônia é um excelente meio de armazenamento com infraestrutura para distribuição e


transporte. Contém em torno de 17,6 wt% (fração de massa) de hidrogênio.

• Amônia ainda é bastante difundido na indústria, podendo ser produzido a baixo custo em relação
a outros processos de produção de hidrogênio.
Reatores Eletroquímicos
Biomassa, Dióxido de carbono e Foto eletroquímico
• HT garante alta eficiência, sendo neutro a
dióxido de carbono.

• Pode converter resíduos em eletricidade,


calor, gases (monóxido de carbono,
metano, hidrogênio) e combustíveis
líquidos (metanol, etanol, biodiesel).

• A utilização de eletrodos formados por


um semicondutor e um foto catalisador
permite absorver fótons, no entanto
possui baixa eficiência e custo alto. Reações envolvidas em vários processos de produção de
combustível a partir de resíduos. Fonte: [1].
Dados de Uso e Áreas de Pesquisa
• Atualmente no Brasil, a indústria mantem-se fortemente concentrada na produção de baterias
chumbo-ácido (linha automotiva). Embora algumas empresas trabalhem com tecnologias mais
modernas, que melhoram o desempenho de seus produtos, não há empresas que produzam
baterias de níquel-metal hidreto (NiMH) ou de íon-lítio [9].

• Em maio de 2015, a Itaipu Binacional e a Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI) assinaram um
acordo com a Mira, empresa de origem inglesa focada em serviços de engenharia, para o
desenvolvimento e fabricação de uma bateria de lítio para uso em veículos elétricos e no
segmento de energia estacionária no Brasil [10].
Dados de Uso e Áreas de Pesquisa
• Internacionalmente, no contexto de baterias de uso geral, grande parte das empresas ainda
investe em soluções com baterias de Lítio, e sua produção ainda detém grande parte da produção
mundial.

• Em aplicações na linha automotiva, a produção atual é dispersa em baterias de fluxo e células de


combustível. No entanto, continuamente são realizados estudos nas mais diversas áreas,
incluindo melhorias nas tecnologias atuais e processos de manufatura.

• Tecnologias em desenvolvimento:
• Supercapacitores de grafeno - California NanoSystems Institute at UCLA. Fonte: [11].
• Baterias de Lítio-Ar – IBM .Fonte: [12].
• Microbaterias 3D – Universidade de Ilinois. Fonte: [13].
Referências
• [1]. Emerging electrochemical energy conversion and storage technologies; Sukhvinder P. S.
Badwal*, Sarbjit S. Giddey , Christopher Munnings, Anand I. Bhatt and Anthony F. Hollenkamp;
2014.
• [2]. Electrochemical Technologies for Energy Storage and Conversion, Jiujun Zhang, Lei
Zhang, Hansan Liu, Andy Sun, Ru-Shi Liu, 2012.
• [3]. www.geni.org. Acesso em: 03 de setembro de 2015.
• [4]. www.ee.co.za. Acesso em: 03 de setembro de 2015.
• [5]. www.large.stanford.edu. Acesso em: 03 de setembro de 2015.
• [6]. www.optimal-power-solutions.com. Acesso em: 03 de setembro de 2015.
• [7]. www.ecmi-indmath.org. Acesso em: 03 de setembro de 2015.
• [8]. www.messib.eu. Acesso em: 03 de setembro de 2015.
Referências
• [9]. Baterias automotivas: panorama da indústria no Brasil, as novas tecnologias e como os
veículos elétricos podem transformar o mercado global. Bernardo Hauch Ribeiro de Castro, Daniel
Chiari Barros, Suzana Gonzaga da Veiga.
• [10]. http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/22085/brasil-tera-fabrica-de-bateria-de-
litio-para-veiculos-elétricos. Acesso em: 03 de setembro de 2015.
• [11]. http://newsroom.ucla.edu/releases/ucla-scientists-create-quick-charging-hybrid-
supercapacitors. Acesso em: 03 de setembro de 2015.
• [12]. http://www.ibm.com/smarterplanet/us/en/smart_grid/article/battery500.html. Acesso em:
03 de setembro de 2015.
• [13]. https://news.illinois.edu/blog/view/6367/204839. Acesso em: 03 de setembro de 2015.
• [14]. http://www.directindustry.com/prod/power-sonic/product-19906-438153.html. Acesso em:
04 de setembro de 2015.
• [15]. http://www.marginup.com/products/43183/Ni-mh-battery-pack-3NH-4-51200MAH.html.
Acesso em: 04 de setembro de 2015.
Referências
• [16]. http://www.cccme.org.cn/products/detail-8104003.aspx. Acesso em: 04 de setembro de
2015.
• [17]. http://rightbattery.com/tag/1-2v-nimh-battery/page/9/. Acesso em: 04 de setembro de
2015.
• [18]. http://www.lelong.com.my/ps7-12-sealed-lead-acid-battery-12v-7ah-portablepower-
I1866447-2007-01-Sale-I.htm. Acesso em: 04 de setembro de 2015.
• [19]. http://www.directindustry.com/prod/enersys/product-19888-653557.html. Acesso em: 04
de setembro de 2015.
• [20]. http://www.primeproducts.in/. Acesso em: 04 de setembro de 2015.
• [21]. http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/electric/leadacid.html. Acesso em: 04 de
setembro de 2015.
• [22]. http://electronicsgate.com/projects/liioncharger.html. Acesso em: 04 de setembro de 2015.
Referências
• [23]. http://cammyscomiccorner.com/photowfd/li-ion-rechargeable-battery. Acesso em: 04 de
setembro de 2015.
• [24]. https://physicsandsocietybc.wordpress.com/2013/04/03/the-rocking-chair-battery-lithium-
ion-battery/. Acesso em: 04 de setembro de 2015.
• [25]. http://batteryuniversity.com/learn/article/whats_the_best_battery. Acesso em: 04 de
setembro de 2015.

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