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ROTEIRO DE AULA
AÇÃO PENAL
1 - Considerações Iniciais
2 - Conceito –
Vertentes Majoritária (Ada Pellegrini Grinover) = A ação penal é um direito público subjetivo
garantido constitucionalmente que detém a parte de provocar o estado-juiz para resolver a demanda penal
.
Minoritária (Ovídio Baptista/Pontes de Miranda) = A ação penal não é um direito, é apenas o
poder/agir do titular da ação de exigir do Estado-Juiz para solucionar a demanda penal
B – Abstração.
C – Instrumentalidade.
Princípio da necessidade do processo penal, pois o processo penal é o instrumento eficaz, eficiente e
adequado, também é o condutor necessário para a operalização e aplicação do direito penal, a pretensão
punitiva, coação mediata e imediata.
Doutrina majoritária = aponta a incompatibilidade de lide no processo penal, pois o Ministério Público não tem interesse
contraposto ao do réu, mas ele teria interesse na justa aplicação da lei penal, seja com a condenação ou absolvição.
Não há possibilidade da aplicação da pena sem o devido processo legal, não existindo lide, dessa forma.
5 - Condições da Ação.
5.1.1 Regra nas Ações Penais Públicas (art. 129, I, CF) e Ações Penais Privadas.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas
físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato.
+
Pressuposto 02: Que o crime ambiental tenha se consumado no interesse ou
benefício da entidade.
5.1.4 - Interesse de Agir
Teoria Tripartite
Necessidade:
Adequação:
Utilidade:
- STF Súmula nº 693 - Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena
de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária
seja a única cominada.
- STF Súmula nº 694 - Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar
ou de perda de patente ou de função pública.
STF Súmula nº 695 - Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.330
Se analisa a causa de pedir e não o pedido. Dessa maneira, estar-se-ia analisando o mérito, motivo pelo
qual a possibilidade jurídica do pedido não seria condições da causa.
Tipicidade!
Se o crime pretérito estiver prescrito, nada impede em dar seguimento à ação penal
envolvendo os crimes de lavagem de capitais.
Teoria Clássica (art. 485,VI do NCPC/2015) X Teoria da Asserção (in status assertiones).
Teoria Clássica= Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: VI - verificar
ausência de legitimidade ou de interesse processual; (Sem resolução do mérito).
Teoria da Asserção= Após a instrução, verificada a ausência das condições da ação,
seria mais justo um julgamento de mérito, uma sentença absolutória. (com resolução
do mérito).
(Ada Pelegrine, Alexandre de Freitas Câmara) – para casos em que fora analisada a
inicial, deve ser analisado o mérito, pois estava certo, a princípio, acerca da existência
das condições da ação.
O NCPC indica que foi adotada a teoria clássica. Mas devemos aguardar as decisões
jurisprudenciais.
Cândido Rangel Dinamarco= O problema da teoria da asserção é que a natureza jurídica da ação
passa a ser múltipla, pois em análise no recebimento da inicial, trata-se de uma análise processual,
após essa etapa, trata-se de uma análise de mérito.
Art. 257. Ao Ministério Público cabe: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma estabelecida neste
Código;
No novo CPP, essa modalidade será extinta, a tendência é que desapareça, pois é resquício de
vingança privada não tolerada no Estado Democrático de Direito.
(a) Primários:
Obrigatoriedade
Indisponibilidade
(In)Divisibilidade
Intranscendência.
(b) Acidentais:
Autoritariedade.
Oficiosidade.
Oficialidade.
Art. 4o O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, reduzir
em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de
direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação
e com o processo criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou mais dos
seguintes resultados: § 4o Nas mesmas hipóteses do caput, o Ministério
Público poderá deixar de oferecer denúncia se o colaborador: (I) não for o
líder da organização criminosa; (II) for o primeiro a prestar efetiva colaboração
nos termos deste artigo.
- Postura do MP:
Sistema Recursal e o MP? O MP não é obrigado a recorrer. Porém, se recorrer não poderá
desistir do recurso.
9.2.1.1. – Representação.
Não, a emancipação cível não autoriza a legítima representação. Dependerá de representante legal. Pois
ainda estará presente o critério biológico.
Caso houvesse a possibilidade, o menor teria carta branca para sair representando sem qualquer
punibilidade caso a representação seja infundada.
A representação é em razão do fato e não em face do agente, ou seja, se durante as investigações for
constado a presença de outro agente, este deverá ser denunciado também. (ex.: namorado e outros
estupraram a vítima, ele não representou o namorado, o MP denunciou todos, inclusive o namorado).
LFG não concorda, pois a vítima deveria ser intimada para informar se quer representar, após saber todos
os envolvidos ou não.
Exemplo: Crime contra a honra do Presidente da República (art. 141, I c/c art. 145 do
CPB).
(d) Prazo?
(e) Retratação – Posição Clássica X Posição Moderna (Ato Administrativo -> autotutela ->
possibilidade).
Posição clássica= É um ato político, e por ser ele ponderado, não há se falar em revogação
demonstrando a fragilidade da administração, por isso não há se falar em retratação.
Posição moderna= A requisição tem caráter de ato administrativo, sendo isso, é possível a
retratação pela autotutela
Não há vinculação ao MP
9.3 - Ação Penal Privada
(B) Renúncia
B.1– Modalidades: Expressa e Tácita (art. 57 CPP)/ Consequência? Extinção de
Punibilidade.
B.3 - Momento/Irretratabilidade
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á
perempta a ação penal:
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, (5) esta se extinguir sem deixar
sucessor.
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de
todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.
– Fiscalização do MP (custos legis). Qual será a postura adotada pelo MP?
Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido, poderá ser aditada pelo Ministério
Público, a quem caberá intervir em todos os termos subsequentes do processo. (não poderá acrescentar
agentes no polo passivo, mas apenas para acrescentar retificações de caráter material).
Obrigatoriedade Oportunidade
Indisponibilidade Disponibilidade
* (In)divisibilidade Indivisibilidade
Intranscendência Instranscendência
9.3.3 - Modalidades de Ação Privada
(a) Ação Privada Exclusiva ou propriamente dita - Essa ação admite sucessão
por morte ou ausência! CADI. (admite-se a sucessão processual)
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão
judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge,
ascendente, descendente ou irmão.
Art. 236, Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado
não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por
motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
(D) Ação Privada Subsidiária da Pública (art. 5º, LIX, CF e art. 100, parágrafo 3º
CPB).
Hipótese que trata de ação penal privada subsidiária da pública, iniciada por
queixa oferecida em função de o Ministério Público, em crime de homicídio culposo,
ter deixado de apresentar denúncia contra alguns dos indiciados, ofertando-a contra
os demais. Evidenciada a ocorrência de arquivamento implícito – eis que o
Ministério Público não teria promovido a denúncia contra os pacientes por entender
que não havia prova da prática de delito pelos mesmos – impede-se a propositura
de ação penal privada subsidiária da pública. A alegação de ausência de justa
causa para o prosseguimento do feito pode ser reconhecida quando, sem a
necessidade de exame aprofundado e valorativo dos fatos, indícios e provas, restar
inequivocamente demonstrada, pela impetração, a configuração do arquivamento
implícito do feito contra o paciente.
Há prazo de decadência de 06 (seis) meses para o ajuizamento da ação penal pública a partir
do prazo para o MP se manifestar [ 05 dias preso – 10 dias solto].
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante
ação penal pública condicionada à representação. (Redação dada pela Lei nº 12.015,
de 2009)
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública
incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável.
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
- O processo se iniciaria pela Portaria da autoridade polícia. Mas não foi recepcionado pela CF,
pois necessita de um órgão específico para apresentar a Denúncia.
- Exceção? Habeas Corpus (art. 654, parágrafo 2º CPP)? Cuidado!
- Parcela da doutrina entende que é possível pelo habeas corpus. O habeas corpus pode ser
reconhecido de ofício, desde que não seja condenatória
9.4.9. Ação Penal Adesiva – 2 Posições.
Art. 88. Além das hipóteses do Código Art. 41. Aos crimes praticados com
Penal e da legislação especial, violência doméstica e familiar contra a
dependerá de representação a ação mulher, independentemente da pena
penal relativa aos crimes de lesões prevista, não se aplica a Lei no 9.099,
corporais leves e lesões culposas. de 26 de setembro de 1995.
Súm. 542 do STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal (leve) resultante
de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada. “Mulheres eram
pessoas hipervulneráveis” (Min, Marco Aurélio)
Obs.2: Todo crime praticados com violência doméstica e familiar à mulher será de
ação pública incondicionada? Pública condicionada à representação em relação à lesão
corporal está na Lei 9.099/95, mas a Lei 11.340/06, nesses crimes não há se falar em ação
condicionada. Mas as demais previstas no CP concernentes à ação condicionada
permanecem inalteráveis.
Apesar do art. 41 mencionar que os crimes praticados não serão aplicados à lei 9099, o
STF realizou interpretação extensiva, considerando que as contravenções penais, em
hipóteses alguma, terão contra si aplicados os aspectos e benefícios despenalizadores a
LJE.
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as
suas circunstâncias (I), a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais
se possa identificá-lo (II), a classificação do crime (III) e, quando necessário, o rol
das testemunhas.
10.1. Exposição do Fato criminoso, com todas as suas circunstâncias.
Denúncia Geral: detalhamento de quem praticou cada um dos delitos expostos na inicial.
- Críticas à distinção.
É requisito formal que não vincula ao juiz, podendo modificar a classificação na sentença, com
regra.
- Emendatio Libelli (art. 383 CPP) – É possível a alteração da capitulação pelo
juiz quando do recebimento da inicial acusatória? Em situações excepcionais,
apenas para benefício do réu.