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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

PROJETO DE PONTE RODOVIÁRIA HIPERESTÁTICA


EM CONCRETO ARMADO COM SEÇÃO TRANSVERSAL COM DUAS VIGAS
PRINCIPAIS

ALUNOS: DANIEL BRAZ E MARCELO FERREIRA

PROFESSOR ORIENTADOR: DR. JOSÉ NERES DA SILVA FILHO

NATAL - RN
2016.02
PROJETO DE PONTE RODOVIÁRIA HIPERESTÁTICA
EM CONCRETO ARMADO COM SEÇÃO TRANSVERSAL COM DUAS VIGAS
PRINCIPAIS

Atividade Prática do Curso de


Pontes da Escola de Engenharia
Civil da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte.

NATAL - RN
2016.02
RESUMO

Esse documento faz referência ao projeto de ponte hiperestática em concreto armado com
seção transversal com duas longarinas retas. Apresentam-se o memorial descritivo, aspectos
de pré-dimensionamento e dimensionamento dos principais elementos da superestrutura,
mesoestrutura e infraestrutura. Por se tratar de um projeto interdisciplinar, o projeto
envolve aspectos de diferentes disciplinas da Engenharia Civil. Procurou-se, de forma
didática, expor as principais etapas, considerações e expressões inerentes ao projeto de uma
ponte.

Palavras Chaves: ponte, concreto armado, dimensionamento


Sumário
1 Memorial descritivo ............................................................................................................. 1

2 Pré-dimensionamento .......................................................................................................... 2

3 Cálculo da viga principal ..................................................................................................... 4

3.1 Levantamento da carga permanente ............................................................................. 4

3.1.1 Determinação da carga g1 ....................................................................................... 4

3.1.2 Determinação da carga g2 ....................................................................................... 5

3.1.3 Determinação da carga G1 e G1’ ............................................................................ 5

3.1.4 Determinação da carga G2 ...................................................................................... 5

3.2 Esforços solicitantes devidos à carga permanente ........................................................ 6

3.2.1 Momento fletor....................................................................................................... 6

3.2.2 Esforço cortante...................................................................................................... 6

3.3 Determinação do trem-tipo de cálculo das vigas principais ......................................... 7

3.3.1 Seção que passa pelo veículo-tipo .......................................................................... 9

3.3.2 Seção fora do veículo-tipo...................................................................................... 9

3.3.3 Composição do trem-tipo longitudinal ................................................................. 10

3.3.4 Coeficiente de impacto ......................................................................................... 10

3.4 Traçado das linhas de influência ................................................................................. 12

3.5 Esforços solicitantes devidos à carga móvel ............................................................... 13

3.6 Envoltórias dos esforços solicitantes .......................................................................... 13

3.7 Dimensionamento e detalhamento das armaduras ...................................................... 14

3.7.1 Dimensionamento da armadura longitudinal ....................................................... 15

3.7.2 Dimensionamento da armadura transversal ......................................................... 18

3.7.3 Verificação à fadiga das armaduras ..................................................................... 21

3.7.4 Armadura de pele ................................................................................................. 26

4 Cálculo das lajes ................................................................................................................ 28


4.1 Esforços solicitantes ................................................................................................... 28

4.2 Dimensionamentos das armaduras de flexão .............................................................. 31

4.2.1 Lajes L1 = L7 ....................................................................................................... 31

4.2.1 Laje L2 ................................................................................................................. 33

4.2.1 Lajes L3, L4, L5 e L6 ........................................................................................... 35

4.2.1 Laje de transição................................................................................................... 37

4.3 Verificação das tensões cisalhantes ............................................................................ 38

4.3.1 Lajes L1 = L7 ....................................................................................................... 38

4.3.1 Laje L2 ................................................................................................................. 39

4.3.1 Lajes L3, L4, L5 e L6 ........................................................................................... 41

4.3.1 Laje de transição................................................................................................... 43

5 Cálculo das transversinas e cortina .................................................................................... 45

5.1 Levantamento das cargas permanentes ....................................................................... 45

5.1.1 Peso próprio das transversinas ............................................................................. 45

5.1.2 Reação do peso próprio da laje e do pavimento ................................................... 45

5.1.3 Esforços solicitantes devido às cargas permanentes ............................................ 46

5.2 Reação da carga móvel ............................................................................................... 48

5.3 Envoltórias dos esforços solicitantes .......................................................................... 48

5.4 Dimensionamento e detalhamento das armaduras ...................................................... 49

5.4.1 Dimensionamento da armadura longitudinal ....................................................... 50

5.4.2 Dimensionamento da armadura transversal ......................................................... 50

5.4.3 Verificação à fadiga das armaduras ..................................................................... 50

5.4.4 Armadura de pele ................................................................................................. 51

5.5 Dimensionamento da cortina ...................................................................................... 52

5.5.1 Empuxos sobre a cortina ...................................................................................... 52


5.5.2 Peso próprio e reações das lajes ........................................................................... 54

6 Cálculo dos elementos da mesoestrutura e infraestrutura ................................................. 55

6.1 Esforços solicitantes verticais ..................................................................................... 55

6.2 Ações horizontais longitudinais .................................................................................. 56

6.2.1 Aceleração e frenagem ......................................................................................... 56

6.2.2 Componente longitudinal do vento ...................................................................... 56

6.2.3 Empuxo de terra e sobrecarga nas cortinas .......................................................... 57

6.2.4 Empuxo de terra nos pilares ................................................................................. 57

6.2.5 Retração e variação de temperatura ..................................................................... 59

6.2.6 Distribuição das ações horizontais longitudinais ................................................. 59

6.2.7 Resumo das ações horizontais longitudinais ........................................................ 63

6.3 Ações horizontais transversais .................................................................................... 63

6.3.1 Componente transversal do vento ........................................................................ 63

6.3.2 Pressão da água nos pilares .................................................................................. 63

6.3.3 Distribuição das ações horizontais transversais ................................................... 64

6.4 Esforços solicitantes nos pilares e tubulões ................................................................ 64

6.5 Dimensionamento e detalhamento das armaduras dos pilares e tubulões .................. 70

6.6 Dimensionamento da base do tubulão ........................................................................ 74

7 Estado-limite de Serviço de Deformações Excessivas ...................................................... 76

8 Detalhamentos ................................................................................................................... 77

8.1 Longarinas e Transversinas......................................................................................... 78

8.2 Lajes ............................................................................................................................ 79

8.3 Pilares e Tubulões ....................................................................................................... 80

9 Considerações finais .......................................................................................................... 81

10 Referências ...................................................................................................................... 82
1 Memorial descritivo
Este trabalho tem por objetivo o desenvolvimento do projeto de uma ponte
hiperestática em concreto armado com seção transversal com tabuleiro sobre duas
longarinas retas. Para este fim, foram observadas as recomendações das seguintes normas:
NBR 6118:2014 Projeto de estruturas de concreto - Procedimento;
NBR 7187:2003 Projeto de pontes de concreto armado e de concreto protendido -
Procedimento;
NB-6:1982 Carga móvel em ponte rodoviária e passarela de pedestre;
NBR 7188:2013 Carga móvel rodoviária e de pedestres em pontes, viadutos,
passarelas e outras estruturas;
NBR 8681:2003 Ações e segurança nas estruturas - Procedimento.
A resistência característica do concreto para a estrutura é de 30 MPa e a classe da
ponte é classe 30. Esta apresenta extensão total de 40,0 m, com vãos principais de 16,0 m e
balanços, em cada extremidade, de 4,0 m, conforme o esquema geral exposto na Figura 1.
Além disso, conta com lajes de transição de 3,0 m para o acesso. Sob as vigas encontram-se
pilares de seção circular com gabarito livre mínimo de 5,0 m, considerados engastados no
topo dos tubulões. Os aparelhos de apoio, designados por AN na ilustração abaixo, são de
neoprene fretado.
Figura 1 - Esquema geral da ponte

Fonte: Autores (2016).

A seção transversal da ponte apresenta 13,0 m de extensão, sendo 6,60 m a distância


entre os eixos das longarinas. O capeamento asfáltico tem inclinação de 1% a partir do
centro do tabuleiro, com espessura mínima de 9,0 cm. Maiores detalhes quanto as
dimensões serão apresentadas no Capítulo 2.

1
Adiante, apresentam-se os detalhes da barreira lateral, pingadeira, aba lateral e
cortina.
Figura 2 - Detalhes da barreira lateral, pingadeira, aba lateral e cortina

Fonte: Silva Filho (2016).


Figura 3 - Detalhes da cortina e laje de transição

Fonte: Silva Filho (2016).

2 Pré-dimensionamento
O pré-dimensionamento dos elementos estruturais foi feito com base nas
recomendações da seção 9.1 Dimensões das peças da NBR 7187:2003 e de projetos
consultados.
Segundo a norma, as lajes maciças devem respeitar altura mínima de 15 cm, para
pontes destinadas ao tráfego rodoviário. Portanto, para a estrutura em dimensionamento
define-se altura constante de 25 cm.

2
As vigas não devem ter largura de alma bw inferior a 20 cm e a altura pode ser
estimada entre 1/10 e 1/12 do comprimento do vão entre apoios. Considerando a
recomendação prática de alargar a base das longarinas no sentido do vão ao apoio, adotam-
se bases de 50 cm no meio do vão e 60 cm no apoio. Norteado pelo critério prático,
adotam-se vigas de 180 cm de altura.
Na direção horizontal, entre as longarinas, foram adotadas mísulas de 50 cm de
comprimento e 15 cm de altura a partir da face das vigas, com comprimento longitudinal
igual à distância entre as transversinas. Os detalhes da seção transversal no meio do vão e
apoio são apresentados na Figura 4.
Figura 4 - Seção transversal

Fonte: Autores (2016).

As transversinas, elementos utilizados para conferir maior rigidez ao tabuleiro, são


dispostas a cada 4,0 m para coincidir com os apoios e meio do vão. Estas apresentam altura
de 135 cm, segundo critério de 75% da altura da longarina, e base de 25 cm. Associadas às
transversinas são dispostas mísulas com um metro de comprimento e 10 cm de altura,
conforme a Figura 5. As cortinas, já apresentadas na Figura 3, apresentam altura de 200 cm.
Figura 5 - Detalhe da Transversina

Fonte: Autores (2016).

3
3 Cálculo da viga principal
3.1 Levantamento da carga permanente
O levantamento é feito considerando a distribuição dos carregamentos ao longo da
longarina apresentado na Figura 6.
Figura 6 - Esquema dos carregamentos permanentes na longarina

Fonte: Siqueira, Lucena (2015).

Para este levantamento, consideram-se os pesos específicos de 25 kN/m3 para o


concreto armado e 24 kN/m3 para o pavimento asfáltico, além de uma carga adicional de 2
kN/m2, sugerida pela NBR 7187:2003, para atender a um possível recapeamento.
A seguir, apresenta-se a expressão (01) para a determinação de cargas permanentes
uniformemente distribuídas sobre a longarina. A expressão (02) indica o cálculo para as
cargas concentradas sobre a longarina.
g= γ∙A (01)
G=γ∙V (02)
onde
g: carga permanente distribuída;
γ: peso específico do material constituinte;
A: área considerada obtida com o AutoCAD;
G: carga concentrada;
V: volume do elemento; produto da área obtida no AutoCAD pelo comprimento.
3.1.1 Determinação da carga g1
A carga g1 refere-se ao peso próprio da meia seção transversal da ponte onde a base
da alma da longarina é de 50 cm, além do peso das barreiras de concreto e do pavimento. A
partir das áreas obtidas para os elementos de concreto (A1 = 2,760 m2) e pavimento
asfáltico (Aasf = 0,735 m2) que compõem a meia seção transversal da ponte, determina-se a
carga g1 conforme a expressão (26).
L kN2
g1 = γc ∙ A1 + γasf ∙ Aasf + ∙ 2 = 25 ∙ 2,760 + 24 ∙ 0,735 + 6,10 ∙ 2 = 98,83 kN/m
2 m

4
3.1.2 Determinação da carga g2
A carga g2 refere-se ao peso próprio da meia seção transversal da ponte onde a base
da alma da longarina é de 60 cm. A partir das áreas obtidas para os elementos de concreto
(A2 = 2,913 m2) e pavimento asfáltico (Aasf = 0,735 m2), determina-se a carga g2.
L kN2
g 2 = γc ∙ A2 + γasf ∙ Aasf + ∙ 2 = 25 ∙ 2,913 + 24 ∙ 0,735 + 6,1 ∙ 2 = 102,66 kN/m
2 m
3.1.3 Determinação da carga G1 e G1’
A carga concentrada G1 refere-se aos pesos das transversinas e respectivas mísulas
no meio do vão. A carga concentrada G1’ refere-se aos pesos das transversinas e respectivas
mísulas no apoio.
G1 = γc ∙ (Vtransversina + Vmísula ) = 25 ∙ (0,839 + 0,305) = 28,59 kN
G1′ = γc ∙ (Vtransversina + Vmísula ) = 25 ∙ (0,825 + 0,300) = 28,13 kN
3.1.4 Determinação da carga G2
A carga concentrada G2 refere-se aos pesos da cortina, aba lateral, mísula no
encontro, laje de transição (com a camada do pavimento e barreira) e do pavimento
(camada acima da cortina). A metade da carga da laje de aproximação será considerada
como a reação sobre a estrutura da ponte. Os respectivos volumes obtidos via AutoCAD
são:
Vcortina = 4,339 m3
Vaba lateral = 0,744 m3
Vmísula no encontro = 0,358 m3
Vlaje de transição = 5,571 m3
Vpavimento sobre a laje = 2,205 m3
Vpavimento sobre a cortina = 0,184 m3
Ameia laje = 18,3 m2
G2,concreto = γc ∙ (Vcortina + Vaba lateral + Vmísula no encontro ) = 136,00 kN
G2,pavimento = γasf ∙ Vpavimento sobre a cortina + 2Aasf = 5,88 kN
G2,reação da laje = 0,5 ∙ (γc ∙ 5,571 + γasf ∙ 0,184 + 2 ∙ 18,3) = 114,40 kN
G2 = G2,concreto + G2,pavimento + G2,reação da laje = 256,28 kN
De posse das intensidades das ações permanentes, determina-se o esquema
estrutural da longarina, conforme a Figura 7.
5
Figura 7 - Esquema estrutural

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).

3.2 Esforços solicitantes devidos à carga permanente


O cálculo dos esforços permanentes nas longarinas foi feito com auxílio do
programa computacional Ftool (MARTHA, 2015). De posse das intensidades das ações
permanentes levantadas na seção anterior, determinam-se os diagramas de esforços.
3.2.1 Momento fletor
Figura 8 - Diagrama de momento fletor (kNm)

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).

3.2.2 Esforço cortante


Figura 9 - Diagrama de esforço cortante (kN)

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).

6
3.3 Determinação do trem-tipo de cálculo das vigas principais
De acordo com a definição do memorial descritivo, a ponte é categorizada na classe
30. Segundo a NB-6:1982, a esta classe corresponde um veículo-tipo de 300 kN de peso
total, cuja configuração em planta é exposta adiante, e carga de multidão de 5 kN/m2
disposta segundo a Figura 11.
Figura 10 - Veículo-tipo classe 30

Fonte: Marchetti (2008).


Figura 11 - Carga de multidão p

Fonte: Marchetti (2008).

Cada roda apresenta peso de 50 kN. As dimensões b1, b2 e b3 são iguais a 0,40 m e o
comprimento de contato de cada roda é de 0,20 m. A distância entre os eixos é de 1,50 m e
entre centros de roda de cada eixo, de 2,00 m.
Conhecidas as características do veículo de projeto, determina-se a composição
longitudinal do trem-tipo pelo processo das reações de apoio, que considera,
separadamente, a seção que passa pelo veículo-tipo e a seção que compreende apenas a
carga uniformemente distribuída, como demonstrado nas figuras a seguir.

7
Figura 12 - Corte dentro da faixa do veículo-tipo

Fonte: Autores (2016).

Figura 13 - Esquema estrutural da seção dentro da faixa do veículo-tipo

Fonte: Autores (2016).

Figura 14 - Corte fora da faixa do veículo-tipo

Fonte: Autores (2016).

8
Figura 15 - Esquema estrutural da seção fora da faixa do veículo-tipo

Fonte: Autores (2016).


d1 + d3 d2 + d3
RP = P ∙ ( )+P∙( ) (03)
d3 d3
d4 1
R p1 = p ∙ d4 ∙ ∙ (04)
2 d3
d4 + 1,50
R p2 = 3p ∙ ( ) (05)
d3
3.3.1 Seção que passa pelo veículo-tipo
A partir dos esquemas e expressões acima, tendo em mente a configuração do
veículo-tipo da classe 30, define-se o esquema estrutural a seguir para a respectiva seção.
Figura 16 - Seção que passa pelo veículo-tipo

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).

Do esquema estrutural acima, calculam-se:


2,30 + 6,60 6,60 + 0,30
RP = 50 ∙ ( ) + 50 ∙ ( ) = 119,70 kN
6,60 6,60
6,40 1
R p1 = 5 ∙ 6,40 ∙ ∙ = 15,52 kN/m
2 6,60
3.3.2 Seção fora do veículo-tipo
A partir dos esquemas e expressões acima, tendo em mente a configuração do
veículo-tipo da classe 30, define-se o esquema estrutural a seguir para a respectiva seção.

9
Figura 17 - Seção que passa fora do veículo-tipo

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).

Do esquema estrutural acima, calcula-se:


R p2 = 3 ∙ 5 ∙ (1,50 + 6,40) ÷ 6,60 = 17,95 kN/m
3.3.3 Composição do trem-tipo longitudinal
O trem-tipo de flexão para as longarinas apresenta a composição ilustrada na Figura
18. O trem-tipo obtido nesta análise é apresentado na Figura 19.
Figura 18 - Composição do trem-tipo longitudinal

Fonte: Autores (2016).


Figura 19 - Trem-tipo longitudinal

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).

3.3.4 Coeficiente de impacto


De acordo com a NBR 7188:2013 Carga móvel rodoviária e de pedestres em
pontes, viadutos, passarelas e outras estruturas, as cargas verticais devem ser ponderadas
pelo produto dos coeficientes apresentados a seguir.
a) Coeficiente de Impacto Vertical
As cargas móveis verticais características devem ser majoradas para o
dimensionamento de todos os elementos estruturais pelo CIV, dado por:
CIV = 1,35 (para vão menor que 10 m); (06)
20
CIV = 1 + 1,06 ∙ ( ) (07)
Liv + 50
onde

10
Liv usado para estruturas de vão isostático. Liv: média aritmética dos vãos nos casos
de vãos contínuos;
Liv é o comprimento do próprio balanço para estruturas em balanço;
L é o vão, expresso em metros (m).
b) Coeficiente de Número de Faixas
As cargas móveis características devem ser ajustadas pelo CNF, dado por (08).
CNF = 1 − 0,05 ∙ (n − 2) > 0,9 (08)
onde
n é o número inteiro de faixas de tráfego rodoviário a serem carregadas sobre um
tabuleiro transversalmente contínuo. Acostamentos e faixas de segurança não são
faixas de tráfego da rodovia.
Este coeficiente não se aplica ao dimensionamento de elementos estruturais
transversais ao sentido do tráfego (lajes, transversinas etc.).
c) Coeficiente de Impacto Adicional
Os esforços das cargas móveis definidas devem ser majorados na região das juntas
estruturais e extremidades da obra. Todas as seções dos elementos estruturais distantes
horizontalmente em até 5,0 m de cada lado da junta ou descontinuidade estrutural devem
ser dimensionadas com os esforços das cargas móveis majorados pelo CIA, definido a
seguir.
CIA = 1,25, para obras em concreto ou mistas (09)
CIA = 1,15, para obras em aço (10)
Como exposto, a norma brasileira determina o coeficiente de impacto pelo produto
dos coeficientes de impacto vertical CIV (06), coeficiente de número de faixas CNF (07) e
coeficiente de impacto adicional CIA (08). No entanto, o software Ftool (MARTHA, 2015)
não permite a adoção de diferentes coeficientes de impacto para uma mesma estrutura.
Portanto, calculam-se os coeficientes de impacto vertical considerando separadamente os
vãos contínuos e os balanços. Além disso, como não foram previstas juntas de dilatação,
adota-se CIA = 1,00. Dos valores abaixo obtidos, será adotado o maior para fins de
segurança.

11
Tabela 1 - Coeficiente de impacto

Região Liv (m) CIV CNF CIA CIV∙CNF∙CIA


Vão 16,00 1,32 1,00 1,00 1,32
Balanço 4,00 1,39 1,00 1,00 1,39
Fonte: Autores (2016).

3.4 Traçado das linhas de influência


Por se tratar de uma estrutura hiperestática, o traçado das linhas de influência é feito
com o auxílio do software de análise estrutural. O Ftool (MARTHA, 2015) fornece as
linhas de influência de momento fletor e esforço cortante para cada seção desejada.
Adiante, apresentam-se as LI dos esforços nas seções de apoio extremo, meio do vão e
apoio central.
Figura 20 - Linha de influência do esforço cortante no apoio extremo

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).


Figura 21 - Linha de influência do esforço cortante no meio do vão

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).


Figura 22 - Linha de influência do esforço cortante no apoio central

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).


Figura 23 - Linha de influência do momento fletor no apoio extremo

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).

12
Figura 24 - Linha de influência do momento fletor no meio do vão

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).


Figura 25 - Linha de influência do momento fletor no apoio extremo

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).

3.5 Esforços solicitantes devidos à carga móvel


Os esforços solicitantes devidos à carga móvel podem ser obtidas diretamente das
linhas de influência, isto é, multiplicando as ordenadas das linhas pelas cargas concentradas
dispostas sobre estas ordenadas mais a multiplicação das áreas das LI sobre os respectivos
carregamentos distribuídos sobre estas áreas.
Na Tabela 2, dispõem-se os valores de momento fletor e esforço cortante devidos à
carga móvel nas seções de apoio extremo (x = 4,00 m), meio do vão (x = 12,00 m) e apoio
central (x = 20,00 m). As posições foram indicadas a partir da extremidade da ponte.
Tabela 2 - Esforços devido à carga móvel

Posição (m) Mq (kNm) Vq (kN)


-1420,45 -84,04
x = 4,00 m
0,00 704,39
-914,84 -360,97
x = 12,00 m
2131,93 225,10
-2127,02 -118,25
x = 20,00 m
471,48 837,72
Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).

3.6 Envoltórias dos esforços solicitantes


A seguir, apresentam-se as envoltórias do esforço cortante e momento fletor
fornecidas pelo Ftool. As intensidades expostas nas Figuras 26 e 27 não correspondem às
intensidades dos esforços de projeto para dimensionamento. Estas serão calculadas, em

13
momento oportuno, segundo as considerações normativas de combinação de ações e
respectivos coeficientes.
Figura 26 - Envoltória do esforço cortante

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).


Figura 27 - Envoltória do momento fletor

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).

3.7 Dimensionamento e detalhamento das armaduras


Para o dimensionamento das armaduras longitudinal e transversal, considera-se a
expressão (11) para combinação última normal. De acordo com a NBR 8681, para ações
permanentes diretas e ações variáveis agrupadas, os coeficientes γg e γq assumem os
valores apresentados respectivamente nas Tabelas 3 e 4 para a combinação normal.
Tabela 3 - Ações permanentes diretas agrupadas na combinação normal, 𝛄𝐠

Efeito
Combinação Tipo de estrutura
Desfavorável Favorável
Grandes pontes1) 1,30 1,0
2)
Normal Edificações tipo 1 e pontes em geral 1,35 1,0
3)
Edificação tipo 2 1,40 1,0
1)
Grandes pontes são aquelas em que o peso próprio da estrutura supera 75% da
totalidade das ações permanentes.

14
2)
Edificações tipo 1 são aquelas onde as cargas acidentais superam 5 kN/m2.
3)
Edificações tipo 2 são aquelas onde as cargas acidentais não superam 5 kN/m2.
Fonte: adaptado da NBR 8681:2003.
Tabela 4 - Ações variáveis consideradas conjuntamente na combinação normal, 𝛄𝐪

Combinação Tipo de estrutura Coeficiente de ponderação


Pontes e edificações tipo 1 1,5
Normal
Edificações tipo 2 1,4
Fonte: adaptado da NBR 8681:2003.

Fd = ∑ γg Fgik + γq (Fq1k + ∑ ψ0j Fqjk ) (11)

onde
Fgik : ação permanente em seu valor característico;
Fq1k : ação variável principal em seu valor característico;
Fqjk : ação variável secundária em seu valor característico.
3.7.1 Dimensionamento da armadura longitudinal
Antes de iniciar o dimensionamento, é necessária a definição da seção transversal T
segundo as recomendações da NBR 6118:2014. De acordo com a NBR 6118:2014, seção
14.6.2.2 Largura colaborante de vigas de seção T, para a determinação da geometria da
seção, estabelecem-se os critérios definidos na figura a seguir, onde a é a distância entre
pontos de momento fletor nulo.

Figura 28 - Largura de mesa colaborante

Fonte: adaptado da NBR 6118:2014.

15
A distância a pode ser verificada mediante exame dos diagramas de momentos
fletores ou estimada, em função do comprimento ℓ do tramo considerado, segundo os
critérios abaixo:
- viga simplesmente apoiada: a = 1,00 ℓ;
- tramo com momento em uma só extremidade: a = 0,75 ℓ;
- tramo com momentos nas duas extremidades: a = 0,60 ℓ;
- tramo em balanço: a = 2,00 ℓ.
No caso de vigas contínuas, como as longarinas do modelo proposto, a norma
permite calcular uma única largura colaborante para todas as seções, inclusive nos apoios
sob momentos negativos, desde que essa largura seja calculada a partir do trecho de
momentos positivos onde a largura resulte mínima. Desta feita, determina-se a geometria da
seção T conforme apresentado na Figura 28.
Tabela 5 - Geometria da seção T

a c1 c3 b2 b1 b4 b3 bf
384,0 15,0 22,0 595,0 38,4 233,0 38,4 126,8
Fonte: Autores (2016).
Figura 29 - Seção T (cm)

Fonte: Autores (2016).

A armadura longitudinal de flexão é calculada segundo rotina de cálculo da Tabela


1.1 Flexão simples em seção retangular - Armadura simples (PINHEIRO, 2010), que
utiliza os parâmetros expressos em (12) e (13).
bw d2
kc = (12)
Md

16
As d
ks = (13)
Md
O dimensionamento se dará em três seções: apoio extremo, seção de momento
máximo no vão e apoio central. Na Tabela 6, apresentam-se as intensidades de momento de
cálculo e as posições das respectivas seções.
Tabela 6 - Momentos fletores de cálculo

Posição (m) Mg (kNm) Mq (kNm) g q Md (kNm)


-1846,40 -1420,45 1,35 1,50 Md,mín -4623,32
x = 4,00 m
-1846,40 0,00 1,00 1,50 Md,máx -1846,40
1163,54 -978,09 1,00 1,50 Md,mín -303,60
x = 11,00 m
1163,54 2177,03 1,35 1,50 Md,máx 4836,32
-2595,75 -2127,02 1,35 1,50 Md,mín -6694,79
x = 20,00 m
-2595,75 471,48 1,00 1,50 Md,máx -1888,53
Fonte: Autores (2016).

De acordo com as expressões (12) e (13), calculam-se as áreas de aço necessárias


para as seções apresentadas. As áreas obtidas devem ser superiores à mínima normativa,
dada para uma taxa de  = 0,150% para elementos de concreto de 30 MPa, o que
corresponde à 13,50 cm2 (7 16). Os resultados obtidos são expostos a seguir.

Tabela 7 - Armadura positiva de flexão

Md b d kc ks x As n° 
Posição Seção T
(kNm) (cm) (cm) (cm2/kN) (cm2/kN) (cm) (cm2) (mm)
x = 4,00 m 126,8 x 180 - - - - - - -
x = 11,00 m 126,8 x 180 4836,32 126,80 160,00 6,71 0,024 16,00 72,54 1525
x = 20,00 m 126,8 x 180 - - - - - - -
Fonte: Autores (2016).

Tabela 8 - Armadura negativa de flexão

Posição Seção Md (kNm) b (cm) d (cm) kc (cm2/kN) ks (cm2/kN) As (cm2) n° (mm)


x = 4,00 m 50 x 180 -4623,32 50,00 160,00 2,77 0,026 75,13 2420
x = 11,00 m 50 x 180 -303,60 50,00 160,00 42,16 0,023 4,36 716
x = 20,00 m 50 x 180 -6694,79 50,00 160,00 1,91 0,028 117,16 2425
Fonte: Autores (2016).

17
3.7.2 Dimensionamento da armadura transversal
O dimensionamento da armadura transversal será feito conforme o Modelo de
cálculo I, exposto na NBR 6118:2014 na seção 17.4.2.2. Este admite diagonais de
compressão inclinadas de θ = 45° em relação ao eixo longitudinal. As expressões
normativas válidas para o modelo considerado são apresentadas a seguir.
a) verificação da compressão diagonal do concreto:
𝑉Rd2 = 0,27 ∝v2 𝑓cd 𝑏w 𝑑 (14)
onde
∝v2 = (1 − 𝑓ck / 250) e 𝑓ck em MPa;
b) cálculo da armadura transversal:
𝑉Rd3 = 𝑉c + 𝑉sw (15)
onde
𝑉sw = (𝐴sw / 𝑠) 0,9𝑑𝑓ywd (senα + cosα)
𝑉c = 𝑉c0 = 0,6 𝑓ctd 𝑏w 𝑑
𝑓ctd = 𝑓ctk,inf / γc = 0,7 𝑓ct,m / γc
onde
𝑏w é a menor largura da seção, compreendida ao longo da altura útil 𝑑;
𝑑 é a distância entre a borda comprimida ao centro de gravidade da armadura de
tração;
𝑠 é o espaçamento dos estribos, medido segundo o eixo longitudinal do elemento
estrutural;
𝑓ywd é a tensão na armadura transversal passiva não superior a 435 MPa;
α é a inclinação dos estribos em relação ao eixo longitudinal do elemento estrutural,
situado no intervalo 45° ≤ α ≤ 90°.
As áreas de armadura obtidas devem ser superiores à mínima, cuja taxa é dada pela
expressão abaixo.
𝐴sw 𝑓ct,m
ρsw = ≥ 0,2 (16)
𝑏w ∙ 𝑠 ∙ senα 𝑓ywk
onde
𝐴sw é a área da seção transversal dos estribos;
2/3
𝑓ct,m = 0,3 ∙ 𝑓ck .

18
Na Tabela 9, apresentam-se as intensidades de esforço cortante de projeto, a cada
metro, conforme fornecido pelo Ftool (MARTHA, 2015). Baseado nos valores expostos e
nas expressões normativas, definem-se as áreas de armadura transversal e a escolha de
bitola e espaçamento (Tabela 11).

Tabela 9 - Esforços cortantes de cálculo

Posição (m) Vg (kN) Vq (kN) g q Vd (kN)


-256,28 -166,38 1,35 1,50 Vd,mín -595,55
x = 0,00 m
-256,28 0,00 1,00 1,50 Vd,máx -256,28
-358,94 -187,96 1,35 1,50 Vd,mín -766,51
x = 1,00 m
-358,94 0,00 1,00 1,50 Vd,máx -358,94
-461,60 -375,91 1,35 1,50 Vd,mín -1187,03
x = 2,00 m
-461,60 0,00 1,00 1,50 Vd,máx -461,60
-564,26 -563,87 1,35 1,50 Vd,mín -1607,56
x = 3,00 m
-564,26 0,00 1,00 1,50 Vd,máx -564,26
-666,92 -84,04 1,35 1,50 Vd,mín -1026,40
xe = 4,00 m
-666,92 704,38 1,00 1,50 Vd,máx 389,65
794,35 -84,04 1,00 1,50 Vd,mín 668,29
xd = 4,00 m
794,35 704,39 1,35 1,50 Vd,máx 2128,96
692,17 -85,87 1,00 1,50 Vd,mín 563,37
x = 5,00 m
692,17 631,41 1,35 1,50 Vd,máx 1881,54
590,95 -91,37 1,00 1,50 Vd,mín 453,90
x = 6,00 m
590,95 560,70 1,35 1,50 Vd,máx 1638,83
490,68 -115,39 1,00 1,50 Vd,mín 317,60
x = 7,00 m
490,68 493,85 1,35 1,50 Vd,máx 1403,19
391,37 -160,13 1,00 1,50 Vd,mín 151,18
xe = 8,00 m
391,37 431,24 1,35 1,50 Vd,máx 1175,21
362,78 -160,23 1,00 1,50 Vd,mín 122,44
xd = 8,00 m
362,78 431,24 1,35 1,50 Vd,máx 1136,61
263,95 -206,51 1,00 1,50 Vd,mín -45,82
x = 9,00 m
263,95 372,98 1,35 1,50 Vd,máx 915,80
165,12 -255,46 1,00 1,50 Vd,mín -218,07
x = 10,00 m
165,12 319,17 1,35 1,50 Vd,máx 701,67

19
66,29 -307,05 1,00 1,50 Vd,mín -394,29
x = 11,00 m
66,29 269,86 1,35 1,50 Vd,máx 494,28
-32,54 -360,99 1,35 1,50 Vd,mín -585,41
xe = 12,00 m
-32,54 225,08 1,00 1,50 Vd,máx 305,08
-61,13 -360,97 1,35 1,50 Vd,mín -623,98
xd = 12,00 m
-61,13 225,10 1,00 1,50 Vd,máx 276,52
-159,96 -416,96 1,35 1,50 Vd,mín -841,39
x = 13,00 m
-159,96 184,87 1,00 1,50 Vd,máx 117,35
-258,79 -474,65 1,35 1,50 Vd,mín -1061,34
x = 14,00 m
-258,79 152,69 1,00 1,50 Vd,máx -29,76
-357,62 -533,71 1,35 1,50 Vd,mín -1283,35
x = 15,00 m
-357,62 141,27 1,00 1,50 Vd,máx -145,72
-456,45 -593,80 1,35 1,50 Vd,mín -1506,91
xe = 16,00 m
-456,45 132,40 1,00 1,50 Vd,máx -257,85
-485,04 -593,80 1,35 1,50 Vd,mín -1545,50
xd = 16,00 m
-485,04 132,40 1,00 1,50 Vd,máx -286,44
-584,35 -654,62 1,35 1,50 Vd,mín -1770,80
x = 17,00 m
-584,35 125,87 1,00 1,50 Vd,máx -395,55
-684,61 -715,86 1,35 1,50 Vd,mín -1998,01
x = 18,00 m
-684,61 121,48 1,00 1,50 Vd,máx -502,39
-785,84 -777,19 1,35 1,50 Vd,mín -2226,67
x = 19,00 m
-785,84 119,01 1,00 1,50 Vd,máx -607,33
-888,02 -118,25 1,35 1,50 Vd,mín -1376,20
xe = 20,00 m
-888,02 837,75 1,00 1,50 Vd,máx 368,61
888,02 -118,25 1,00 1,50 Vd,mín 710,65
xd = 20,00 m
888,02 837,72 1,35 1,50 Vd,máx 2455,41
Fonte: Autores (2016).

Tabela 10 - Parâmetros de cálculo

fct,m fctd bw d Asw,mín Vsw,mín


fck (MPa) v2
(MPa) (MPa) (cm) (cm) (cm2/m) (kN)
30 2,90 1,45 0,88 50 160 5,79 362,87
Fonte: Autores (2016).

20
Tabela 11 - Armadura transversal

Posição (m) VSd (kN) VRd2 (kN) Vc0 (kN) Vsw (kN) Asw (cm2/m) Asw (cm2/ramo) Escolha
x = 0,00 m 595,55 4073,14 695,15 -99,60 5,79 2,90
x = 1,00 m 766,51 4073,14 695,15 71,36 5,79 2,90 10 c/10
x = 2,00 m 1187,03 4073,14 695,15 491,87 7,85 3,93 (2 ramos)
x = 3,00 m 1607,56 4073,14 695,15 912,40 14,57 7,28
x = 4,00 m 2128,96 4073,14 695,15 1433,81 22,89 7,63
x = 5,00 m 1881,54 4073,14 695,15 1186,39 18,94 6,31
10 c/10
x = 6,00 m 1638,83 4073,14 695,15 943,68 15,07 5,02
(3 ramos)
x = 7,00 m 1403,19 4073,14 695,15 708,04 11,30 3,77
x = 8,00 m 1175,21 4073,14 695,15 480,06 7,66 2,55
x = 9,00 m 915,80 4073,14 695,15 220,65 5,79 2,90
x = 10,00 m 701,67 4073,14 695,15 6,51 5,79 2,90
x = 11,00 m 494,28 4073,14 695,15 -200,87 5,79 2,90 10 c/20
x = 12,00 m 585,41 4073,14 695,15 -109,74 5,79 2,90 (2 ramos)
x = 13,00 m 841,39 4073,14 695,15 146,23 5,79 2,90
x = 14,00 m 1061,34 4073,14 695,15 366,19 5,85 2,92
x = 15,00 m 1283,35 4073,14 695,15 588,20 9,39 3,13
x = 16,00 m 1545,50 4073,14 695,15 850,35 13,58 4,53
x = 17,00 m 1770,80 4073,14 695,15 1075,65 17,17 5,72 10 c/8
x = 18,00 m 1998,01 4073,14 695,15 1302,86 20,80 6,93 (3 ramos)
x = 19,00 m 2226,67 4073,14 695,15 1531,52 24,45 8,15
x = 20,00 m 2455,41 4073,14 695,15 1760,25 28,10 9,37
Fonte: Autores (2016).

3.7.3 Verificação à fadiga das armaduras


3.7.3.1 Combinação de ação
De acordo com a NBR 6118:2014, verifica-se o estado-limite último de fadiga
utilizando combinação frequente de ações, típica de estado-limite de serviço, conforme a
expressão (17). Os coeficientes apresentados foram extraídos da NBR 8681:2003.
m n

Fd,ser = ∑ Fgik + ψ1 Fq1k + ∑ ψ2j Fqjk (17)


i=1 j=2

Para pontes rodoviárias, objeto deste estudo, temos:


ψ1 = 0,5 para verificação das vigas;
ψ1 = 0,7 para verificação das transversinas;
ψ1 = 0,8 para verificação das lajes de tabuleiro.

21
3.7.3.2 Modelo de cálculo
A norma permite que os esforços solicitantes sejam calculados em regime elástico.
No caso das tensões decorrentes da força cortante em vigas, devem ser aplicados os
modelos I ou II, respeitando-se as seguintes condições:
- no modelo I, o valor de Vc deve ser multiplicado pelo fator redutor 0,5;
- no modelo II, o valor de Vc deve ser multiplicado pelo fator redutor 0,5 e a inclinação das
diagonais de compressão, , deve ser corrigida pela equação tgθcor = √tgθ ≤ 1.
Devem ser adotados:
γf = 1,0
γc = 1,4
γs = 1,0
Para o cálculo dos esforços solicitantes e verificações das tensões, admite-se o
modelo linear elástico com relação entre os módulos de elasticidade do aço e do concreto
e = 10.
3.7.3.3 Verificação da fadiga da armadura
A verificação é satisfeita se a máxima variação de tensão calculada, s, para a
combinação frequente de cargas satisfizer:
γf ∙ ∆σSs ≤ ∆𝑓sd,fad (18)
Os valores de ∆𝑓sd,fad são dados na Tabela 12 a partir de parâmetros fornecidos na
Tabela 13, ambas adaptadas das Tabelas 23.2 e 23.3 contidas na NBR 6118:2014. As
constantes k apresentadas na Tabela 13 são obtidas a partir de gráficos da função da
resistência à fadiga para o aço, representada em escala log.log. Esta função consiste em
segmentos de reta da forma (∆𝑓sd,fad )m x N = constante, conforme Figura 30.

22
a
Tabela 12 - Parâmetros para as curvas S-N (Woeller) para os aços dentro do concreto

Armadura passiva, aço CA-50


Valores de Δfsd,fad,mín, para 2 x 106 ciclos (MPa)
 (mm)
Caso Tipob
10 12,5 16 20 22 25 32 40
Barras retas ou dobradas com D ≥ 25
190 190 190 185 180 175 165 150 T1

Barras retas ou dobradas com:
D < 25 
105 105 105 105 100 95 90 85 T1
D = 5  < 20 mm
D = 8  ≥ 20 mm
Estribos
85 85 85 - - - - - T1
D = 3  ≤ 10 mm
Ambiente marinho
65 65 65 65 65 65 65 65 T4
Classe IV
Barras soldadas (incluindo solda por
ponto ou das extremidades) e 85 85 85 85 85 85 85 85 T4
conectores mecânicos
Armadura ativa
Valores de Δfpd,fad,mín, para 2 x 106 ciclos
Caso
(MPa)
Pré-tração, fio ou cordoalha reto 150 T1
Pós-tração, cabos curvos 110 T2
Cabos retos 150 T1
Conectores mecânicos e ancoragens
70 T3
(caso de cordoalha engraxada)
a
Admite-se, para certificação de processos produtivos, justificar os valores desta Tabela em
ensaios de barras ao ar. A flutuação de tensões deve ser medida a partir da tensão máxima de
80% da tensão nominal de escoamento e frequente de 5 Hz a 10 Hz.
b
Ver Tabela 4.
Fonte: adaptado da NBR 6118:2014.

Tabela 13 - Tipos da curva S-N

Tipo N* k1 k2
T1 106 5 9
T2 106 3 7
T3 106 3 5
T4 107 3 5
Fonte: adaptado da NBR 6118:2014.

23
Figura 30 - Formato das curvas de resistência característica à fadiga (curvas S -N) para o aço

Fonte: NBR 6118:2014.

3.7.3.4 Fadiga da armadura longitudinal


A determinação do fator de fadiga requer a definição da posição da linha neutra e da
inércia no estádio II. Da resistência dos materiais, define-se a posição da linha neutra xII e a
inércia 𝐼II neste estádio a partir das expressões (20) e (21).
Para
2
bw ∙ xII + 2[hf ∙ (bf − bw ) + αe (As + A′ s )]xII − [h2f ∙ (bf − bw ) + 2αe ∙ (As d + A′ s d′ ] = 0 (19)
sendo
𝑎1 = bw
𝑎2 = 2[hf ∙ (bf − bw ) + αe (As + A′ s )]
𝑎3 = −[h2f ∙ (bf − bw ) + 2αe ∙ (As d + A′ s d′]
Temos que a posição da linha neutra no estádio II é dada por:
−𝑎2 ± √𝑎22 − 4 ∙ 𝑎1 ⋅ 𝑎3
xII = (20)
2 ⋅ 𝑎1
bf ∙ h3f hf 2 bw ∙ (xII − hf )3
𝐼II = + bf ∙ hf ∙ (xII − ) + + αe ∙ [As ∙ (d − xII )2 + A′ s ∙ (d′ − xII )2 ](21)
12 2 3
onde
bw é a largura da alma da seção T;
bf é a largura da mesa colaborante da seção T. Para M < 0, bf = bw ;
hf é a espessura da mesa colaborante. Para momentos negativos, hf = 0;
As é a área de aço da armadura longitudinal de flexão tracionada pelo momento;
A′ s é a área de aço da armadura longitudinal de flexão comprimida pelo momento;
αe é a razão entre os módulos de elasticidade do aço e do concreto;
d é a altura útil da armadura tracionada por ocasião do momento considerado;

24
d′ é a altura útil da armadura comprimida por ocasião do momento considerado.
Obtidos estes parâmetros, calculam-se as tensões máximas σmáx,s e mínimas σmín,s
na armadura longitudinal, por meio das expressões (22) e (23).
αe ∙ Md,máx ∙ (d − xII )
σmáx,s = (22)
𝐼II
αe ∙ Md,mín ∙ (d − xII )
σmín,s = (23)
𝐼II
A partir das expressões acima, calculam-se os parâmetros do estádio II (Tabelas 14
e 15) e, por fim, definem-se os fatores de fadiga das armaduras longitudinais. Nas tabelas a
seguir, as tensões são expressas em MPa e os momentos em kNm.
As alturas úteis foram calculadas a partir das recomendações da NBR 6118:2014:
a) Cobrimento mínimo igual ao maior valor entre 30 mm (CAA II) e diâmetro da barra;
b) Espaçamento horizontal dado pelo maior valor entre: 20 mm, diâmetro da barra e 1,2 vez
a dimensão máxima característica do agregado graúdo (brita 19 mm);
c) Espaçamento vertical dado pelo maior valor entre: 20 mm, diâmetro da barra e 0,5 vez a
dimensão máxima característica do agregado graúdo;
d) Diâmetro dos estribos de 10 mm.
Os resultados obtidos são apresentados na Tabela 15.
Tabela 14 - Parâmetros de entrada

Posição bw (cm) bf (cm) hf (cm) Md,mín Md,máx As (cm2) A's (cm2) d (cm) d' (cm)
x = 4,00 m 50,0 50,0 0,0 -2556,63 -1846,40 75,40 0,00 172,00 0,00
x = 10,00 m 50,0 126,8 25,0 527,20 2114,96 73,63 14,07 172,75 4,80
x = 20,00 m 50,0 60,0 0,0 -3659,26 -2360,01 117,81 0,00 170,38 0,00
Fonte: Autores (2016).

Tabela 15 - Fator de fadiga da armadura longitudinal, tensões em MPa

Posição a1 (cm) a2 (cm) a3 (cm) xII (cm) III (m4) Δ𝜎s Δ𝑓sd,fad f.f
x = 4,00 m 50,0 1507,96 -259369,89 58,51 0,1305 61,77 185 0,334 ∴ 1,00
x = 10,00 m 50,0 5594,11 -303746,51 40,00 0,1577 133,67 175 0,764 ∴ 1,00
x = 20,00 m 50,0 2356,19 -401436,64 69,09 0,1758 74,85 175 0,428 ∴ 1,00
Fonte: Autores (2016).

25
3.7.3.5 Fadiga da armadura transversal
O fator de fadiga da armadura transversal é calculada a partir das expressões (24) e
(25), tomando-se as intensidades de esforço cortante obtidas pela combinação (17). Neste
cálculo, considera-se a redução em 50% dos mecanismos complementares, conforme
apresentado em 3.7.3.2.
V𝑠max − Vc
σmáx,sw = 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 (24)
bw ∙ 𝑑 ∙ 𝜌sw
Vsmin − Vc
σmín,sw = 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 (25)
bw ∙ 𝑑 ∙ 𝜌sw
sendo
𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 Asw /𝑠
𝜌sw = ⁄b a taxa de armadura transversal calculada.
w

Os resultados obtidos são apresentados na Tabela 16.

Tabela 16 - Fator de fadiga da armadura transversal, tensões em MPa

Posição Vd,min (kN) Vd,max (kN) Vc (kN) σmín,sw σmáx,sw Δ𝜎s Δ𝑓sd,fad f.f
x = 3,00 m -846,20 -564,26 248,27 -435,69 -323,46 112,24 85,00 1,32
x = 4,00 m 752,33 1146,55 248,27 133,77 238,40 104,62 85,00 1,23
x = 14,00 m -496,12 -182,45 248,27 -591,91 -342,49 249,42 85,00 2,93
x = 20,00 m 828,90 1306,88 248,27 123,31 224,82 101,51 85,00 1,19
Fonte: Autores (2016).

As armaduras corrigidas à fadiga são apresentadas a seguir.

Tabela 17 - Armaduras transversais corrigidas

Posição Asw,original (cm2/m) f.f Asw (cm2/m) Asw (cm2/ramo) Escolha


x = 3,00 m 15,70 1,32 20,73 6,91 10 c/11(3 ramos)
x = 4,00 m 23,55 1,23 28,99 9,66 10 c/8 (3 ramos)
x = 14,00 m 7,86 2,93 23,06 7,69 10 c/10 (3 ramos)
x = 20,00 m 29,43 1,19 35,15 8,79 10 c/8.5 (4 ramos)
Fonte: Autores (2016).

3.7.4 Armadura de pele


De acordo com as seções 17.3.5.2.3 Armadura de pele e 18.3.5 Armadura de pele
da NBR 6118, esta armadura é destinada para vigas com altura superior a 60 cm. A mínima

26
armadura lateral deve ser de 0,10% Ac,alma em cada face da alma da viga, com espaçamento
não maior que 20 cm ou um terço da altura útil d.
Diante do exposto e considerando que a longarina apresenta dimensões retangulares
de 180 cm x 50 cm, temos que a área mínima de pele é de 9 cm2. Para o atendimento dos
critérios de espaçamento, adotar-se-ão 812.5 em cada face lateral.

27
4 Cálculo das lajes
O cálculo das lajes se dá com o auxílio das tabelas de Rüsch (1965), obtidas a partir
da metodologia de superfícies de influência. Para este projeto, considerando a simetria da
estrutura, dividir-se-á o dimensionamento à flexão das lajes, expostas na Figura 31, em
quatro grupos de lajes. Com exceção da laje de transição, as demais lajes apresentam
larguras de 4,0 m. Todas as lajes apresentam altura de 25 cm, conforme especificado no
memorial descritivo.
Figura 31 - Vista inferior do tabuleiro com a identificação das lajes

Fonte: Autores (2016).

4.1 Esforços solicitantes


Segundo metodologia da tabela de Rüsch (1965), calculam-se os momentos devidos
à carga permanente (26) e à carga móvel (27) como se segue.
Mg = k ∙ g pp ∙ l2x (26)
Mq = ϕ ∙ (P ∙ ML + p ∙ Mp + p′ ∙ Mp′ ) (27)
onde:
k é o coeficiente fornecido pela tabela para momentos permanentes;
g pp é o peso próprio total sobre a laje considerada;
lx é o comprimento do lado da laje paralelo ao eixo x, conforme Figura 32;
ϕ é o coeficiente de impacto da estrutura, igual a 1,39 (ver seção 3.3.4);
P é o peso de uma roda do veículo-tipo, igual a 50 kN;
ML , Mp , Mp′ são os coeficientes fornecidos pela tabela para momentos acidentais;
p, p′ são as cargas de multidão, iguais a 5,0 kN/m2.

28
Os pesos distribuídos por área são determinados conforme (28), onde h é a altura ou
espessura do elemento correspondente ao peso específico considerado.
g=γ∙h (28)
Figura 32 - Convenção dos eixos nas tabelas de Rüsch

Fonte: Silva Filho (2016).

Para obtenção dos coeficientes contidos nas expressões (26) e (27), é necessária a
determinação dos parâmetros de entrada da tabela, isto é, os vãos das lajes, nas respectivas
direções x e y; o lado t’ do quadrado equivalente do retângulo de contato da roda do
veículo-tipo e a correspondente projeção t na superfície média da laje, como apresentado na
Figura 33; e a distância a entre os centros geométricos das rodas do veículo, tomada sempre
igual a 2,0 m.
Figura 33 - Parâmetros de entrada

Fonte: Silva Filho (2016).

Para o caso de lajes contínuas, recomenda-se a correção dos efeitos da carga móvel
pelos coeficientes expostos na Figura 34. Além disso, é necessária a compatibilização dos
momentos entre lajes adjacentes segundo os critérios da Figura 35.

29
Figura 34 - Correção dos efeitos da carga móvel

Fonte: Silva Filho (2016).


Figura 35 - Compatibilização dos momentos em lajes contínuas

Fonte: Barros (2015).

30
4.2 Dimensionamentos das armaduras de flexão
Para esta seção, destaca-se a simbologia, própria da Tabela de Rüsch:
Mxm e Mym são os momentos, nas respectivas direções, no meio da placa;
Mxe e Mye são os momentos, nas respectivas direções, no engaste;
Mxr e Myr são os momentos, nas respectivas direções, nas bordas livres.
4.2.1 Lajes L1 = L7
As lajes L1 e L7 correspondem às lajes do balanço. Para suas modelagens,
consideram-se lajes com duas bordas apoiadas na direção y, uma engastada e outra livre,
ambas na direção x. Segundo as expressões já explicitadas, calculam-se os parâmetros de
entrada para as tabelas. A espessura e do pavimento corresponde à média entre as alturas da
extremidade (9 cm) e à 3,20 m (11,8 cm)
Tabela 18 - Parâmetros de entrada das lajes L1 e L7

t' (m) e (m) t (m) lx (m) ly (m) ly/lx lx/a t/a


0,2828 0,1040 0,7808 3,20 20,00 6,25 1,60 0,3904
Fonte: Autores (2016).

Para a determinação dos momentos permanentes no engaste Mxe e na borda livre


Myr, é necessário o cálculo do peso permanente da laje. A partir das dimensões e valores
fornecidos abaixo, obtêm-se os pesos referentes à laje de concreto (com altura média hmédia
= 29,0 cm), ao pavimento asfáltico (com espessura média emédia = 10,4 cm) e recapeamento.
O momento gerado pela barreira lateral será embutido no valor final de Mxe sobre a laje.
Figura 36 - Dimensões (cm) e áreas da laje em balanço

Fonte: Autores (2016).

31
Tabela 19 - Pesos (kN/m2) dos elementos do balanço

glaje gpavimento grecapeamento gtotal


7,355 2,184 2,000 11,539
Fonte: Autores (2016).

Para a vinculação descrita, utiliza-se a Tabela 98.2 de Rüsch para a obtenção dos
coeficientes. Uma vez que os valores de lx/a e t/a são intermediários aos contidos na tabela,
devem ser feitas interpolações entre os valores em destaque. Os resultados decorrentes das
interpolações estão na Tabela 20 e 21.
Figura 37 - Tabela 98.2 de Rüsch

Fonte: Rüsch (1965).


Tabela 20 - Coeficientes interpolados para as lajes L1 e L7

k,Mxe k,Myr ML,xe ML,yr ML,xm ML,ym ML,ym


0,500 0,000 1,685 0,524 0,121 0,200 0,392
Fonte: Autores (2016).
Tabela 21 - Coeficientes interpolados para as lajes L1 e L7 (multidão)

Mp,xe Mp,yr Mp,xm M-p,xm Mp,ym


p p' p p' p p' p p' p p'
0,508 0,168 0,000 0,048 0,000 0,034 0,000 0,044 0,392 0,008
Fonte: Autores (2016).

Com base nos valores dos coeficientes, aplicando-se as expressões (26) e (27),
determinam-se as intensidades de momentos permanentes e variáveis. De posse dos
valores, faz-se a combinação conforme (11) para obtenção dos valores de projeto. Assim

32
como feito para as longarinas, utilizam-se os coeficientes γg = 1,35 (ou 1,00 para efeito
favorável) e γq = 1,50.
Tabela 22 - Momentos permanentes e variáveis (kNm/m) das lajes L1 e L7

Mg,xe Mg,yr Mq,xe Mq,yr Mq,xm Mq,ym M-p,xm


75,440 0,000 121,837 36,718 8,637 14,205 30,041
Fonte: Autores (2016).
Tabela 23 - Momentos de projeto (kNm) das lajes L1 e L7

Md,xe Md,yr Md,xm Md,ym M-d,xm


284,599 55,077 12,955 21,308 45,061
Fonte: Autores (2016).

Para o dimensionamento, utiliza-se o mesmo procedimento descrito em 3.7.1. As


áreas calculadas e as respectivas bitolas e espaçamentos escolhidos são dispostos na Tabela
24. Salienta-se que segundo recomendação da NBR 6118:2014, para concretos de fck = 30
MPa, a taxa de armadura mínima é de 0,15%. Adotando altura média de 29 cm, obtém-se
armadura mínima de 4,35 cm2/m. Além disso, para fins de execução, procurou-se
uniformizar, quando possível, as bitolas para uma mesma direção.
Tabela 24 - Armadura longitudinal das lajes L1 e L7

Laje Md (kNm/m) b (cm) d (cm) kc (cm2/kN) ks (cm2/kN) As (cm2/m) Escolha


Md,xe 284,599 100,00 25,00 2,20 0,027 30,74 16 c/6.5
Md,yr 55,077 100,00 24,00 10,46 0,024 5,51 10 c/14
L1 = L7 Md,xm 12,955 100,00 25,00 48,24 0,023 1,19 10 c/18
Md,ym 21,308 100,00 24,00 27,03 0,023 2,04 10 c/18
M-d,xm 45,061 100,00 25,00 13,87 0,024 4,33 10 c/18
Fonte: Autores (2016).

4.2.1 Laje L2
A laje em análise apresenta vinculação com três bordas apoiadas e uma engastada,
na direção y (paralelo ao sentido do tráfego). A seguir, os parâmetros de entrada desta laje.
Para as lajes intermediárias, a altura e foi calculada pela média entre as espessuras de 11,8
cm e 15,1 cm. Assim como no caso anterior, haverá necessidade de interpolação devido aos
valores calculados de lx/a e t/a.
Tabela 25 - Parâmetros de entrada da laje L2

t' (m) e (m) t (m) lx (m) ly (m) ly/lx lx/a t/a


0,2828 0,1345 0,8018 6,60 4,00 0,61 3,30 0,4009
Fonte: Autores (2016).

33
Os valores dos momentos, como visto, dependem das intensidades dos pesos sobre
a laje considerada. Para este caso, os valores são:
Tabela 26 - Pesos (kN/m2) dos elementos da laje L2

glaje gpavimento grecapeamento gtotal


6,250 3,228 2,000 11,478
Fonte: Autores (2016).

Baseado nas informações fornecidas e na vinculação proposta, determinam-se os


coeficientes a partir de interpolações dos valores destacados da Tabela 86.2, exposta
adiante.
Figura 38 - Tabela 96.2 de Rüsch

Fonte: Rüsch (1965).


Tabela 27 - Coeficientes interpolados para a laje L2

k,Mxm k,Mym k,Mye ML,xm ML,ym ML,ye


0,017 0,030 0,064 0,252 0,324 0,814
Fonte: Autores (2016).
Tabela 28 - Coeficientes interpolados para a laje L2 (multidão)

Mp,xm Mp,ym Mp,ye


p p' p p' p p'
0,003 0,168 0,000 0,485 0,065 1,064
Fonte: Autores (2016).

Com base nos valores dos coeficientes, aplicando-se as expressões (26) e (27),
determinam-se as intensidades de momentos permanentes e variáveis.
Tabela 29 - Momentos permanentes e variáveis (kNm/m) das lajes L1 e L7

Mg,xm Mg,ym Mg,ye Mq,xm Mq,ym Mq,ye


8,500 14,999 31,999 18,716 25,915 64,402
Fonte: Autores (2016).

Dada a continuidade, será feita a correção conforme os coeficientes apresentados na


Figura 34. De acordo com a convenção dos eixos da mesma figura, tem-se que ly’/lx’ = lx/ly

34
= 6,60/4,00 = 1,65 e, portanto, admitido como infinito. Considerando este valor e que os
vãos das lajes são menores que 20 m, calculam-se os coeficientes de correção  para cada
seção (Tabela 30).
Tabela 30 - Coeficientes de correção dos efeitos da carga móvel

MA 1 B 2 C
MB / 3 1,269 1,062 1,419 1,154
Fonte: Autores (2016).

De posse destes parâmetros, corrigem-se as intensidades de momento devido à


carga móvel (apenas na direção da continuidade). Especificamente para L2, os coeficientes
utilizados são 1 (meio da placa) e B (engaste).
Tabela 31 - Momentos variáveis (kNm/m) corrigidos da laje L2

Mq,xm Mq,ym Mq,ye


18,716 32,892 68,365
Fonte: Autores (2016).

Para determinar as áreas requeridas de armadura de flexão, deve-se antes


compatibilizar os momentos na região de continuidade entre L2 e L3.
4.2.1 Lajes L3, L4, L5 e L6
Seguindo o mesmo procedimento, apresentam-se os parâmetros de entrada das
tabelas de Rüsch para as lajes em análise. A modelagem destas se dá admitindo-se duas
bordas apoiadas, na direção x, e duas bordas engastadas, na direção y (paralela ao sentido
do tráfego).
Tabela 32 - Parâmetros de entrada das lajes L3, L4, L5 e L6

t' (m) e (m) t (m) lx (m) ly (m) ly/lx lx/a t/a


0,2828 0,1345 0,8018 6,60 4,00 0,61 3,30 0,4009
Fonte: Autores (2016).

Por apresentarem a mesma geometria da laje L2, os pesos sobre estas lajes terão a
mesma intensidade, conforme Tabela 33.
Tabela 33 - Pesos (kN/m2) dos elementos das lajes L3, L4, L5 e L6

glaje gpavimento grecapeamento gtotal


6,250 3,228 2,000 11,478
Fonte: Autores (2016).

Para a vinculação proposta e parâmetros determinados, determinam-se as


intensidades de momento a partir dos coeficientes interpolados da Tabela 92.2.

35
Figura 39 - Tabela 92.2 de Rüsch

Fonte: Rüsch (1965).


Tabela 34 - Coeficientes interpolados para as lajes L3=L4=L5=L6

k,Mxm k,Mym k,Mye ML,xm ML,ym ML,ye


0,016 0,024 0,050 0,209 0,288 0,660
Fonte: Autores (2016).
Tabela 35 - Coeficientes interpolados para as lajes L3=L4=L5=L6 (multidão)

Mp,xm Mp,ym Mp,ye


p p' p p' p p'
0,025 0,116 0,003 0,390 0,038 0,730
Fonte: Autores (2016).

Das expressões (26) e (27), determinam-se os momentos apresentados na Tabela 36.


Assim como fora feito para a L2, deve-se corrigir os efeitos da carga móvel pelos
coeficientes . Para as lajes internas, em análise, os coeficientes correspondentes são 2
(meio da placa) e C (engaste). Os momentos corrigidos estão contidos na Tabela 37.
Tabela 36 - Momentos permanentes e variáveis (kNm/m) das lajes L3, L4, L5 e L6

Mg,xm Mg,ym Mg,ye Mq,xm Mq,ym Mq,ye


8,000 12,000 24,999 15,474 22,768 51,182
Fonte: Autores (2016).
Tabela 37 - Momentos variáveis (kNm/m) corrigidos da laje L2

Mq,xm Mq,ym Mq,ye


15,474 32,313 59,056
Fonte: Autores (2016).

Dos valores obtidos para as lajes L2 e L3, é possível notar a necessidade de


compatibilizar os momentos (Tabela 38). Este processo é feito segundo o critério
apresentado na Figura 35, isto é, o momento compatibilizado no engaste será o maior valor
entre 80% do maior momento na região engastada e a média dos momentos no engaste. De
acordo com o mesmo, o momento compatibilizado de projeto no engaste será de 134,039

36
kNm/m. Para este valor, corrigem-se os momentos positivos na mesma direção de modo a
se obter Md,ym = 81,293 kNm/m (L2) e Md,ym = 64,669 kNm/m (L3).
Tabela 38 - Momentos de projeto (kNm) das lajes L2 e L3

Laje
Md
L2 L3
Md,xm 39,548 34,010
Md,ym 69,587 64,669
Md,ye 145,746 122,333
Fonte: Autores (2016).

Concluída a compatibilização, dá-se prosseguimento ao dimensionamento das


armaduras de flexão das lajes L2 e L3 = L4 = L5 = L6. O resultado deste processo é
apresentado na Tabela 39. Para fins de execução, procurou-se uniformizar as bitolas,
quando possível.
Tabela 39 - Armadura longitudinal das lajes L2 e L3, L4, L5 e L6

Laje Md (kNm/m) b (cm) d (cm) kc (cm2/kN) ks (cm2/kN) As (cm2/m) Escolha


Md,A 44,680 100,00 20,00 8,95 0,024 5,36 8 c/9
Md,xm 39,548 100,00 21,00 11,15 0,024 4,52 8 c/11
L2
Md,ym 81,293 100,00 20,00 4,92 0,024 9,76 16 c/20
Md,ye 134,039 100,00 20,00 2,98 0,026 17,43 16 c/11
Md,xm 34,010 100,00 21,00 12,97 0,024 3,89 8 c/12
L3 Md,ym 64,669 100,00 20,00 6,19 0,024 7,76 16 c/20
Md,ye 134,039 100,00 20,00 2,98 0,026 17,43 16 c/11
Fonte: Autores (2016).

4.2.1 Laje de transição


As lajes de transição são vinculadas da seguinte forma: bordas livres nas laterais e
apoiadas nas extremidades. Simplificadamente, elas são calculadas a partir de faixas
análogas a vigas. A seguir, os parâmetros de cálculo e os resultados obtidos para o
dimensionamento à flexão das lajes de transição.
Tabela 40 - Armadura longitudinal da laje de transição

g lx Md b d kc ks As As,min
Laje 2 Escolha
(kN/m ) (m) (kNm/m) (cm) (cm) (cm /kN) (cm /kN) (cm /m) (cm2/m)
2 2 2

Lt 11,142 3,00 17,549 100,00 21,00 25,13 0,023 1,92 3,75 8 c/13
Fonte: Autores (2016).

Da tabela acima, percebe-se que a armadura longitudinal obtida no cálculo resultou


inferior à mínima normativa. Portanto, a armadura adotada corresponde a taxa mínima, para
concretos de 30 MPa, de 0,150% segundo Tabela 17.3 Taxas mínimas de armadura de
flexão para vigas da NBR 6118:2014.

37
4.3 Verificação das tensões cisalhantes
De acordo com a NBR 6118:2014, seção 19.4.1 Lajes sem armadura para força
cortante, as lajes maciças podem prescindir de armadura transversal para resistir as forças
de tração oriundas da força cortante, quando a força de cálculo, a uma distância d da face
do apoio, obedecer à expressão (29).
VSd ≤ VRd1 = τRd ∙ k ∙ (1,2 + 40ρ1 ) ∙ bw ∙ d (29)
onde:
τRd = 0,25𝑓ctd é a tensão cisalhante resistente de cálculo do concreto ao
cisalhamento;
k = |1,6 − 𝑑| é um coeficiente função da altura útil;
ρ1 = 𝐴s1 ⁄𝑏w 𝑑 é a taxa da armadura de tração que se estende até não menos que d +
lb.nec além da seção considerada.
Logo, para que seja feita a verificação, é necessário o cálculo dos esforços cortantes
de cálculo nas lajes consideradas. Assim como para à flexão, a determinação dos esforços
será feita a partir das Tabelas de Rüsch, para as quais são válidas as expressões (30) e (31).
As exceções são as lajes L1 e L7 (balanço) e laje de transição, que serão tratadas
simplificadamente como faixas unitárias de laje.
Vg = k ∙ g pp ∙ lx (30)
Vq = ϕ ∙ (P ∙ VL + p ∙ Vp + p′ ∙ Vp′ ) (31)
4.3.1 Lajes L1 = L7
Como já foi dito, as lajes em questão serão tratadas como faixas unitárias, isto é,
como vigas. Para o cálculo do esforço cortante de projeto, consideram-se as cargas
permanentes - provenientes da barreira lateral e do peso próprio do conjunto laje +
pavimentação - e as cargas móveis - provenientes de duas rodas do veículo de projeto.
Sobre as últimas, aplicam-se o coeficiente de impacto já determinado em seção anterior.
Tabela 41 - Ações sobre as lajes L1 e L7

glaje+pavimentação (kN/m2) 11,539


Abarreira (m2) 0,218
Pbarreira (kN) 5,453
Proda (kN) 100
Coeficiente de impacto φ 1,39
Fonte: Autores (2016).

38
A partir dos valores acima, determinam-se as parcelas de esforço cortante
permanente, variável e de projeto - este calculado a partir da combinação de ações dada em
(11) e coeficientes dados nas tabelas 3 e 4.
Tabela 42 - Esforço cortante de projeto

Vq (kN/m) Vg (kN/m) Vd (kN/m)


139,000 42,379 265,711
Fonte: Autores (2016).

Dada a expressão (29), verifica-se se para as lajes em balanço serão necessários


estribos. As parcelas apresentadas na Tabela 43 foram calculadas com base nos valores de
altura útil e área de armadura fornecida na Tabela 24.
Tabela 43 - Esforço cortante resistente de projeto das lajes L1 e L7

ꚍRd1 (MPa) k ρ1 VRd1 (kN)


0,362 1,35 0,01238 165,700
Fonte: Autores (2016).

Como se pode observar, VRd1 < VSd e, portanto, há necessidade de armadura


transversal para as lajes L1 e L7. Esta é calculada segundo mesmo procedimento
apresentado em 3.7.2. Os valores obtidos são expostos na Tabela 44.
Tabela 44 - Armadura transversal das lajes L1 e L7

fck (MPa) fct,m (MPa) fctd (MPa) v2 bw (cm) d (cm) Asw,mín (cm2/m) Vsw,mín (kN)
30 2,90 1,45 0,88 100 25 11,59 113,40
Direção VSd (kN) VRd2 (kN) Vc0 (kN) Vsw (kN) Asw (cm2/m) Asw (cm2/ramo) Escolha
x 265,711 1272,86 217,24 48,48 11,59 5,79 8 c/8.5
Fonte: Autores (2016).

4.3.1 Laje L2
A determinação do esforço cortante na laje L2 é feita com base na Tabela 102. Para
esta tabela, utiliza-se a convenção de eixos exposta adiante. Conforme a figura, Vy = Qx
(↔) e Vx = Qx (↕). Para a razão entre lados própria da laje L2, considera-se que os cortantes
permanentes em x e em y terão a mesma intensidade. Assim como ocorreu no
dimensionamento à flexão, devido às razões lx/a e t/a (Tabela 25), há necessidade de se
interpolar os coeficientes tabelados.

39
Figura 40 - Convenção de eixos para L2

Fonte: Autores (2016).

Figura 41 - Tabela 102 de Rüsch

Fonte: Rüsch (1965).

Tabela 45 - Coeficientes interpolados para cortante da L2

Vy = Q x ↔ Vx = Qx ↕
VL,y t/a 0,250 0,401 0,500 VL,x t/a 0,250 0,401 0,500
lx/a=3 VL 1,860 1,383 1,070 lx/a=3 VL 1,860 1,353 1,020
VL,y t/a 0,250 0,401 0,500 VL,x t/a 0,250 0,401 0,500
lx/a=4 VL 1,960 1,489 1,180 lx/a=4 VL 1,950 1,449 1,120
lx/a lx/a lx/a lx/a
VL,y 1,383 1,489 VL,y 1,353 1,449
3,00 4,00 3,00 4,00
lx/a=3,3 1,415 lx/a=3,3 1,382
Fonte: Autores (2016).

40
Tabela 46 - Coeficientes interpolados para cortante da L2 (multidão)

lx/a p p' lx/a p p'


3,00 0,03 0,52 3,00 0,02 0,45
Vp,y Vp,x
4,00 0,15 0,86 4,00 0,05 0,96
3,30 0,066 0,622 3,30 0,029 0,603
Fonte: Autores (2016).

A partir dos valores interpolados (em destaque), determinam-se as intensidades de


cortante permanente, variável e projeto. Para esta última, faz-se a verificação da dispensa
de estribos, conforme (29). Os parâmetros para a verificação são calculados de acordo com
os dados de altura útil e área de armadura de flexão fornecida na Tabela 39.
Como aponta a Tabela 47, VRd1 < VSd e, portanto, há necessidade de armadura
transversal para a laje L2. Os valores obtidos são expostos na Tabela 49.
Tabela 47 - Esforço cortante de projeto da L2

k Vg (kN/m) Vy,q (kN/m) Vx,q (kN/m) Vd,y (kN/m) Vd,x (kN/m)


0,44 33,332 103,117 100,422 199,674 195,631
Fonte: Autores (2016).

Tabela 48 - Esforço cortante resistente de projeto das lajes L1 e L7

ꚍRd1 (MPa) k ρ1 VRd1 (kN)


0,362 1,40 0,00914 158,715
Fonte: Autores (2016).

Tabela 49 - Armadura transversal da laje L2

fck fct,m fctd bw d Asw,mín Vsw,mín


v2 2
(MPa) (MPa) (MPa) (cm) (cm) (cm /m) (kN/m)
30 2,90 1,45 0,88 100 20 11,59 90,72
Direção VSd (kN/m) VRd2 (kN/m) Vc0 (kN/m) Vsw (kN/m) Asw (cm2/m) Asw (cm2/ramo) Escolha
y 199,674 1018,29 173,79 25,89 11,59 5,79 8 c/8.5
x 195,631 1018,29 173,79 21,84 11,59 5,79 8 c/8.5
Fonte: Autores (2016).

4.3.1 Lajes L3, L4, L5 e L6


Para as lajes em análise, considera-se a convenção de eixos apresentada adiante. Da
Figura 42, constata-se que, para a direção y (paralela ao tráfego), as lajes têm bordas
engastadas; para a direção x, as lajes têm bordas apoiadas. Desta forma, o cálculo dos
esforços cortantes se dará pelo uso das tabelas 99 (direção x) e 102 (direção y).

41
Devido às razões lx/a e t/a das lajes (Tabela 32), há necessidade de se interpolar os
coeficientes tabelados em destaque nas figuras 41 e 43.
Figura 42 - Convenção de eixos para L3, L4, L5 e L6

Fonte: Autores (2016).

Figura 43 - Tabela 99 de Rüsch

Fonte: Rüsch (1965).


Tabela 50 - Coeficientes interpolados para cortante da L3, L4, L5 e L6

Tabela 102: Vy = Qx ↔ Tabela 99: Vx = Qx ↕


VL,y t/a 0,250 0,401 0,500 VL,x t/a 0,250 0,401 0,500
lx/a=3 VL 1,860 1,383 1,070 lx/a=3 VL 1,460 1,146 0,940
VL,y t/a 0,250 0,401 0,500 VL,x t/a 0,250 0,401 0,500
lx/a=4 VL 1,960 1,489 1,180 lx/a=4 VL 1,530 1,228 1,030
lx/a lx/a lx/a lx/a
VL,y 1,383 1,489 VL,y 1,146 1,228
3,00 4,00 3,00 4,00
lx/a=3,3 1,415 lx/a=3,3 1,171
Fonte: Autores (2016).

42
Tabela 51 - Coeficientes interpolados para cortante da L3, L4, L5 e L6 (multidão)

lx/a p p' lx/a p p'


3,00 0,03 0,52 3,00 0,15 0,42
Vp,y Vp,x
4,00 0,15 0,86 4,00 0,26 1,00
3,30 0,066 0,622 3,30 0,183 0,594
Fonte: Autores (2016).

A partir dos valores interpolados, determinam-se as intensidades de cortante


permanente, variável e projeto. Para esta última, faz-se a verificação da dispensa de
estribos, conforme (29). Os parâmetros para a verificação são calculados de acordo com os
dados de altura útil e área de armadura de flexão fornecida na Tabela 39.
Como aponta a Tabela 53, VRd1 < VSd e, portanto, há necessidade de armadura
transversal para as lajes L3, L4, L5 e L6. Os valores obtidos são expostos na Tabela 54.

Tabela 52 - Esforço cortante de projeto da L3, L4, L5 e L6

Direção Vinculação Tabela k Vg (kN/m) Vq (kN/m) Vd (kN/m)


↕ x Apoiada 99 0,5 37,877 86,764 181,281
↔ y Engastada 102 0,44 33,332 103,117 199,674
Fonte: Autores (2016).

Tabela 53 - Esforço cortante resistente de projeto das lajes L3, L4, L5 e L6

ꚍRd1 (MPa) k ρ1 VRd1 (kN)


0,362 1,40 0,00914 158,715
Fonte: Autores (2016).

Tabela 54 - Armadura transversal das lajes L3, L4, L5 e L6

fck (MPa) fct,m (MPa) fctd (MPa) v2 bw (cm) d (cm) Asw,mín (cm2/m) Vsw,mín (kN)
30 2,90 1,45 0,88 100 20 11,59 90,72
2 2
Direção VSd (kN) VRd2 (kN) Vc0 (kN) Vsw (kN) Asw (cm /m) Asw (cm /ramo) Escolha
y 181,281 1018,29 173,79 7,49 11,59 5,79 8 c/8.5
x 199,674 1018,29 173,79 25,89 11,59 5,79 8 c/8.5
Fonte: Autores (2016).

4.3.1 Laje de transição


Seguindo a mesma metodologia simplificada adotada no dimensionamento à flexão,
determinam-se os esforços cortantes máximos nas lajes de transição considerando uma
faixa unitária de laje. Uma vez determinados, os cortantes máximos são comparados com

43
os respectivos valores de VRd1 de acordo com a expressão (29). Os resultados obtidos são
apresentados na tabela a seguir.

Tabela 55 - Verificação à cortante para a laje de transição


2
Laje g (kN/m ) lx (m) Vd (kN/m) ꚍRd1 (MPa) k ρ1 VRd1 (kN)
Lt 11,142 3,00 23,398 0,36 1,39 0,00184 128,20
Fonte: Autores (2016).

Dos valores expostos, conclui-se que, para a laje de transição, não há necessidade de
armadura transversal.

44
5 Cálculo das transversinas e cortina
Este cálculo considera que as transversinas estarão ligadas à laje. As dimensões
consideradas são as já apresentadas na Figura 5.
5.1 Levantamento das cargas permanentes
5.1.1 Peso próprio das transversinas
O cálculo dos pesos próprios das transversinas intermediárias e de apoio é feito
tomando-se o volume de concreto compreendido entre as faces das longarinas. O peso
correspondente é distribuído no vão entre eixos de longarinas (6,60 m). Desta forma, as
cargas correspondentes aos pesos próprios das transversinas intermediárias g pp,int e de
apoio g pp,apoio são:
Gpp,transversina = γc ∙ (0,25 m ∙ 1,10 m + 2 ∙ 0,10 m ∙ 1,00 m ÷ 2) = 9,375 kN/m
g pp,int = 9,375 kN/m ∙ 6,10 m ÷ 6,60 m = 8,66 kN/m
g pp,apoio = 9,375 kN/m ∙ 6,00 m ÷ 6,60 m = 8,52 kN/m
5.1.2 Reação do peso próprio da laje e do pavimento
O cálculo da reação da laje e do pavimento é feito por meio da regra do trapézio
(SILVA FILHO, 2016). Essa regra determina os ângulos das charneiras plásticas (linhas de
ruptura) e, a partir destes, definem-se áreas de influência S. Considerando a laje
simplesmente apoiada em todos os seus lados, define-se a área de influência conforme a
Figura 44.
Figura 44 - Área de influência

Fonte: Silva Filho (2016).

45
Logo, temos que a reação do peso próprio da laje e do pavimento g laje+pavimento
será:
kN
g laje+pavimento = 0,5Lx ∙ [γc ∙ hlaje + γasf ∙ h̅asf ] + 2 ∙ 𝑆 ÷ Lx (32)
m2
onde
Lx é a distância entre eixos de longarina;
h̅asf é a altura média do pavimento asfáltico, igual a 12,05 cm;
𝑆 é a área de influência.
Portanto, temos que:
kN
g laje+pavimento = 0,5 ∙ 6,6 ∙ [γc ∙ 0,25 + γasf ∙ 0,1205] + 2 ∙ 21,78 ÷ 6,6 = 36,77 kN/m
m2
A partir das intensidades das ações, determinam-se os esquemas estruturais para as
transversinas intermediárias e de apoio.

Figura 45 - Esquema estrutural das transversinas intermediárias

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).

Figura 46 - Esquema estrutural das transversinas de apoio

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).

5.1.3 Esforços solicitantes devido às cargas permanentes


Dos esquemas acima, determinam-se os diagramas de esforços cortante e momento
fletor para as transversinas intermediárias e apoio.

46
Figura 47 - Diagrama de esforço cortante das transversinas intermediárias

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).

Figura 48 - Diagrama de momento fletor das transversinas intermediárias

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).

Figura 49 - Diagrama de esforço cortante das transversinas de apoio

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).

Figura 50 - Diagrama de momento fletor das transversinas de apoio

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).

47
5.2 Reação da carga móvel
O cálculo das solicitações devidas à carga móvel será feito baseado no método
simplificado da NB-6:1982, que determina que para o cálculo de cortinas e transversinas
ligadas às lajes, o carregamento deve ser o de um eixo isolado do veículo-tipo, acrescido do
respectivo impacto. Para a classe 30, o trem-tipo correspondente é dado pela Figura 51.
Para a determinação das envoltórias, conforme constatação da Tabela 1, o coeficiente de
impacto é de 1,39.
Figura 51 - Trem-tipo do método simplificado da NB-6

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).

5.3 Envoltórias dos esforços solicitantes


Adiante, apresentam-se as envoltórias de cortante e momento fletor para as
transversinas intermediárias e de apoio.
Figura 52 - Envoltória de esforço cortante das transversinas intermediárias

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).


Figura 53 - Envoltória de momento fletor das transversinas intermediárias

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).

48
Figura 54 - Envoltória de esforço cortante das transversinas de apoio

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).

Figura 55 - Envoltória de momento fletor das transversinas de apoio

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).

5.4 Dimensionamento e detalhamento das armaduras


Baseado nos esforços obtidos das envoltórias e considerando a combinação de ações
dada em (11) e os procedimentos de cálculo adotados para as longarinas, dimensionam-se
as armaduras longitudinal e transversal das transversinas para as maiores intensidades de
esforços.
Tabela 56 - Intensidade dos esforços máximos nas transversinas intermediárias

Posição (m) Mg (kNm) Mq (kNm) g q Md (kNm)


x = 3,00 m 245,32 492,82 1,35 1,50 Md,máx 1070,41
Posição (m) Vg (kN) Vq (kN) g q Vd (kN)
x = 0,00 m 149,92 353,82 1,35 1,50 Vd,máx 733,12
Fonte: Autores (2016).

Tabela 57 - Intensidade dos esforços máximos nas transversinas de apoio

Posição (m) Mg (kNm) Mq (kNm) g q Md (kNm)


x = 3,00 m 244,57 492,82 1,35 1,50 Md,máx 1069,40
Posição (m) Vg (kN) Vq (kN) g q Vd (kN)
x = 0,00 m 149,46 353,82 1,35 1,50 Vd,máx 732,50
Fonte: Autores (2016).

49
5.4.1 Dimensionamento da armadura longitudinal
Segundo procedimento feito na seção 3.7.1, dimensionam-se as armaduras
longitudinais das transversinas. Adiante, os resultados obtidos.

Tabela 58 - Armadura longitudinal das transversinas

M+ d b d kc ks As
Posição (m) Seção n°(mm)
(kNm) (cm) (cm) (cm2/kN) (cm2/kN) (cm2)
Transversina intermediária
x = 3,00 m 25 x 135 1070,41 25,00 120,00 3,36 0,025 22,30 332
Transversinas de apoio
x = 3,00 m 25 x 135 1069,40 25,00 120,00 3,37 0,025 22,28 332
Fonte: Autores (2016).

5.4.2 Dimensionamento da armadura transversal


Segundo procedimento feito na seção 3.7.2, determina-se a armadura transversal nas
transversinas.
Tabela 59 - Armadura transversal das transversinas

fct,m fctd bw Asw,mín Vsw,mín


fck (MPa) v2 d (cm)
(MPa) (MPa) (cm) (cm2/m) (kN)
30 2,90 1,45 0,88 25 120 2,90 136,08
VSd VRd2 Vc0 Vsw Asw Asw
Posição (m) Escolha
(kN) (kN) (kN) (kN) (cm2/m) (cm2/ramo)
Transversinas intermediárias
x = 0,00 m 733,12 1527,43 260,68 472,44 10,06 5,03 8 c/10
Transversinas de apoio
x = 0,00 m 732,50 1527,43 260,68 471,82 10,04 5,02 8 c/10
Fonte: Autores (2016).

5.4.3 Verificação à fadiga das armaduras


Segundo procedimento exposto na seção 3.7.3, verificam-se as armaduras
longitudinais e transversais das transversinas intermediárias e de apoio. A seguir,
apresentam-se as tabelas com os resultados.

50
Tabela 60 - Parâmetros de entrada, Transversinas

bw bf hf As A's d d'
Transversina Posição Md,mín Md,máx
(cm) (cm) (cm) (cm2) (cm2) (cm) (cm)
Intermediária x = 3,00 m 25,0 25,0 25,0 245,32 590,29 24,13 0,00 129,40 0,00
Apoio x = 3,00 m 25,0 25,0 25,0 244,57 589,54 24,13 0,00 129,40 0,00
Fonte: Autores (2016).

Tabela 61 - Fator de fadiga da armadura longitudinal das transversinas, tensões em MPa

a1 a2 a3 xII III
Transversina Posição Δ𝜎s Δ𝑓sd,fad f.f
(cm) (cm) (cm) (cm) (m4)
Intermediária x = 3,00 m 25,0 482,55 -62441,79 41,25 0,0246 123,63 165 0,749 ∴ 1,00
Apoio x = 3,00 m 25,0 482,55 -62441,79 41,25 0,0246 123,63 165 0,749 ∴ 1,00
Fonte: Autores (2016).

Tabela 62 - Fator de fadiga da armadura transversal das transversinas, tensões em MPa

Transversina Vd,min (kN) Vd,max (kN) Vc (kN) σmín,sw σmáx,sw Δ𝜎s Δ𝑓sd,fad f.f
Intermediária 149,92 397,59 130,34 16,22 221,38 205,16 85,00 2,41
Apoio 149,46 397,13 130,34 15,84 221,00 205,16 85,00 2,41
Fonte: Autores (2016).

Tabela 63 - Armaduras transversais corrigidas das transversinas

Transversina Asw,original (cm2/m) f.f Asw (cm2/m) Asw (cm2/ramo) Escolha


Intermediária 10,06 2,41 24,28 8,09 10 c/9.5
Apoio 10,06 2,41 24,28 8,09 10 c/9.5
Fonte: Autores (2016).

Logo, as armaduras transversais foram corrigidas para estribos de três ramos de 10
c/9.5Não houve necessidade de alteração da armadura longitudinal, uma vez que os
fatores de fadiga obtidos resultaram inferiores a um.
5.4.4 Armadura de pele
Adiante, determina-se a armadura de pele nas transversinas. A mínima armadura
lateral deve ser de 0,10% Ac,alma em cada face da alma da viga, com espaçamento não maior
que 20 cm ou um terço da altura útil d.

51
Diante do exposto e considerando que as transversinas apresentam dimensões
retangulares de 25 cm x 135 cm, temos que a área mínima de pele é de 3,375 cm2. Para o
atendimento dos critérios de espaçamento, adotar-se-ão 78 em cada face lateral.
5.5 Dimensionamento da cortina
O dimensionamento da cortina compreende duas etapas de cálculo. A primeira
refere-se às contribuições na forma de empuxo ativo EA do volume de terra do aterro e da
carga móvel. A segunda etapa compreende às contribuições do peso próprio da cortina e
das reações das lajes de transição e de extremidade (L2) sobre este elemento.
5.5.1 Empuxos sobre a cortina
Segundo recomendações da seção 7.1.4 Empuxo de terra da NBR 7187:2003, o
peso específico do solo solo será considerado igual a 18 kN/m3 e o ângulo de atrito interno
φ igual a 30°. A partir destas grandezas, sabendo que a cortina tem 2 m de altura,
determina-se a pressão máxima causada pelo aterro sobre a cortina pela expressão de
Coulomb (33).
φ
𝑝aterro = solo ∙ h ∙ tg 2 (45° − ) (33)
2
Além do aterro, considera-se a sobrecarga provocada pela carga móvel. Conforme
Marchetti (2008), utiliza-se na prática a solução aproximada de transformar o peso da carga
móvel em altura adicional de aterro ho e calcular o acréscimo de empuxo devido a essa
altura complementar. O diagrama de tensões resultante é triangular (Figura 56) e partir
deste, calculam-se os esforços. Para este procedimento, utilizam-se as expressões adiante.
Peso do veículo tipo
qv = (34)
3,0 m ∙ 6,0 m
q v ∙ 3,0 + 5 ∙ (ltabuleiro − 3,0)
q̅ = (35)
ltabuleiro

ho = (36)
solo
φ
𝑝total = solo ∙ (h + ho ) ∙ tg 2 (45° − ) (37)
2
onde
q v é a parcela referente ao peso do veículo (300 kN) e p é a carga de multidão;
ltabuleiro é a largura entre barreiras do tabuleiro, igual a 12,20 m.

52
Figura 56 - Diagrama de tensões equivalente

Fonte: Autores (2016).

Além dos esforços decorrentes do empuxo, deve ser considerado o momento MA


obtido em 4.2.1 devido à correção da carga móvel pela continuidade da laje L2. Os esforços
obtidos segundo procedimento de cálculo são expostos na tabela seguinte.
Tabela 64 - Esforços resultantes do empuxo sobre a cortina

 (kN/m3) 18,00
φ 30°
Empuxo de terra h (m) 2,00
𝑝aterro
12,00
(kN/m2)
q v (kN/m2) 16,667
ltabuleiro (m) 12,20
Carga móvel p (kN/m2) 5,00
q̅ (kN/m2) 7,869
ho (m) 0,437
𝑝total
14,623
(kN/m2)
h + ho (m) 2,437
z (m) 0,812
Empuxo ativo Ea (kN) 17,819
MEa
14,476
(kNm/m)
Md,A
44,680
(kNm/m)
VEa (kN) 21,934
Fonte: Autores (2016).

53
Baseado nos esforços e expressões já utilizadas, determinam-se as armaduras
transversal e longitudinal correspondentes.

Tabela 65 - Armaduras devidas ao empuxo

Armadura de cisalhamento
fck
fct,m (MPa) fctd (MPa) v2 bw (cm) d (cm) Asw,mín (cm2/m) Vsw,mín (kN)
(MPa)
30 2,90 1,45 0,88 100 22 11,59 99,79
VSk
VSd (kN) VRd2 (kN) Vc0 (kN) Vsw (kN) Asw (cm2/m) Asw (cm2/ramo) Escolha
(kN)
21,934 30,708 1120,11 191,17 -160,46 11,59 5,79 10 c/13
Armadura de flexão
b d
Md (kNm/m) kc (cm2/kN) ks (cm2/kN) As (cm2/m) As,min (cm2/m) Escolha
(cm) (cm)
64,95 100,00 22,00 7,45 0,024 7,09 3,75 12.5 c/17
Fonte: Autores (2016).

5.5.2 Peso próprio e reações das lajes


Conhecidas as intensidades das reações das lajes (transição e L2) sobre a cortina,
além do peso próprio do elemento estrutural, definem-se os esforços solicitantes de projeto.
A partir destes, calculam-se as respectivas armaduras.

Tabela 66 - Ações permanentes (majoradas) sobre a cortina

Peso próprio Reação da L2 Reação da Lt Carga total Md,máx Vd,máx


(kN/m) (kN/m) (kN/m) (kN/m) (kNm) (kN)
23,363 199,674 23,398 246,435 5205,93 1601,83
Fonte: Autores (2016).

Tabela 67 - Armaduras devidas ao peso próprio e reações das lajes na cortina

Armadura de cisalhamento
fck (MPa) fct,m (MPa) fctd (MPa) v2 bw (cm) d (cm) Asw,mín (cm2/m) Vsw,mín (kN)
30 2,90 1,45 0,88 25,00 195,00 2,90 221,12
2 2
VSk (kN) VSd (kN) VRd2 (kN) Vc0 (kN) Vsw (kN) Asw (cm /m) Asw (cm /ramo) Escolha
1144,161 1601,83 2482,07 423,61 1178,22 15,43 7,72 10 c/10
Armadura de flexão
Md(kNm/m) b (cm) d (cm) kc (cm /kN) ks (cm2/kN) As (cm2/m) As,min (cm2/m)
2
Escolha
5205,93 25,00 195,00 1,83 0,028 74,75 7,50 932
Fonte: Autores (2016).

54
6 Cálculo dos elementos da mesoestrutura e infraestrutura
Os elementos da mesoestrutura e da infraestrutura da ponte são apresentados a
seguir. Foram adotados pilares e tubulões com diâmetro de 100 cm. Para a determinação da
envoltória considera-se o módulo de deformação secante Ecs = 27 GPa, relativo à classe
C30.
Figura 57 - Elementos da mesoestrutura e infraestrutura

Fonte: Autores (2016).

6.1 Esforços solicitantes verticais


Os esforços solicitantes verticais permanentes nos pilares são obtidos a partir da
modelagem no Ftool (MARTHA, 2015) pela introdução de barras verticais conforme
esquema adiante.
Figura 58 - Envoltória de esforços normais nos pilares

Fonte: Autores (2016).

Da envoltória acima, obtêm-se os seguintes valores de esforços normais


permanentes para os pilares:

55
Tabela 68 - Esforços normais permanentes nos pilares

Pilares Reação (kN)


Extremidade (P1/P3) 1498,83
Central (P2) 1785,32
Fonte: Autores (2016).

As demais ações são obtidas considerando a direção longitudinal e transversal da


ponte. A partir dos seus valores e da rigidez de cada pilar, determinam-se os esforços
atuantes.
6.2 Ações horizontais longitudinais
As ações horizontais longitudinais consideradas no cálculo são aceleração e
frenagem, componente longitudinal do vento, empuxo de terra e sobrecarga nas cortinas,
retração e variação de temperatura. Cada uma delas é determinada de acordo com os
procedimentos a seguir.
6.2.1 Aceleração e frenagem
De acordo com a seção 7.2.1.5 Efeitos da frenação e da aceleração da NBR
7187:2003, nas pontes rodoviárias, a força devida aos efeitos em análise deve ser
considerada aplicada na superfície de rolamento e igual ao maior dos valores: 5% do peso
do carregamento do tabuleiro com as cargas móveis distribuídas (excluídos os passeios) ou
30% do peso do veículo-tipo.
Faceleração = 5% ∙ 5 kN/m2 ∙ 12,20 m ∙ 40,00 m = 122 kN
Ffrenagem = 30% ∙ 300 kN = 90 kN
Dos valores acima, temos que a força relativa aos efeitos de aceleração e frenagem e
que será aplicada nos pilares da ponte é de 122 kN.
6.2.2 Componente longitudinal do vento
A NBR 7187:2003 não traz procedimento específico para a consideração da ação do
vento. Logo, será adotado procedimento que envolve duas situações: ponte descarregada e
ponte carregada.
Na primeira situação, para o cálculo de Fv1, considera-se uma ação de 1,5 kN/m2 de
vento transversal à ponte. Para a ponte carregada, para o cálculo de Fv2, considera-se uma
ação de 1,0 kN/m2 de vento transversal, com acréscimo de 2 m de altura referente ao
veículo a partir da superfície de rolamento. Segundo recomendação da American
Association of State Highways and Transportation Officials, para a determinação da

56
componente longitudinal do vento, adotam-se as ponderações de 25% sobre a
superestrutura e 40% sobre a carga móvel. A maior intensidade de força obtida será a
considerada no cálculo dos pilares.
Com base nas figuras 2 e 4 e parâmetros geométricos da seção transversal da ponte,
definem-se as intensidades de força para cada situação. A dimensão de 2,67 m corresponde
à altura da projeção normal ao vento transversal (viga + barreira lateral). Além desta,
considera-se a espessura máxima de pavimento de 15,1 cm no cálculo da ponte carregada.
Fv1 = 25% ∙ 1,5 kN/m2 ∙ 2,67 m ∙ 40,00 m = 40,05 kN
Fv2 = 1,0 kN/m2 ∙ [25% ∙ (1,80 + 0,151)m + 40% ∙ 2,00 m] ∙ 40,00 m = 51,51 kN
A força relativa à ação do vento longitudinal, portanto, será de 51,51 kN.
6.2.3 Empuxo de terra e sobrecarga nas cortinas
O empuxo de terra e sobrecarga nas cortinas é calculado segundo procedimento
apresentado em 5.5.1. No caso da ponte, que não apresenta junta de dilatação no tabuleiro,
admite-se que os empuxos devidos aos aterros extremos se equilibram. Desta forma, sob os
pilares atuará apenas o empuxo diferencial relativo à sobrecarga gerada pela carga móvel.
O empuxo diferencial é calculado a seguir, sendo b a largura da superfície de
contato da cortina, isto é, 12,20 m e h a altura da cortina.
φ 1
EA,cortina = q̅ ∙ h ∙ b ∙ tg 2 (45° − ) = 7,869 kN/m2 ∙ 2,0 m ∙ 12,2 m ∙ = 64 kN
2 3
6.2.4 Empuxo de terra nos pilares
Conforme a Figura 57, os pilares P1 e P3 estão sujeitos à atuação direta de empuxo
de terra. Por se tratarem de superfícies de aterro inclinadas, determina-se o coeficiente e o
empuxo ativo segundo a Teoria de Coulomb. De acordo com a Figura 59, define-se a
expressão do coeficiente de empuxo ativo (38).

57
Figura 59 - Cunha de empuxo ativo

Fonte: Marangon (2009).

sen2 (∝ +φ)
Ka = 2 (38)
sen(φ + δ) ∙ sen(φ − β)
sen2 α ∙ sen(α − δ) ∙ [1 + √ ]
sen(α − δ) ∙ sen(α + β)
EA = 0,5 ∙ γ ∙ b ∙ h2 ∙ K a (39)
onde
∝ é a inclinação do elemento em análise (pilar) em relação à horizontal, isto é, 90°;
φ é o ângulo de atrito interno do solo, admitido igual a 30°;
δ é o ângulo de atrito entre a superfície rugosa AB e o solo, admitido igual a 0°;
β é o ângulo de inclinação do aterro, igual a 30°;
b é a largura fictícia igual a três vezes a largura do pilar, segundo NBR 7187:2003;
h é a profundidade de engastamento.
Com base nos parâmetros acima, determina-se Ka = 0,75.
A profundidade h para a determinação do empuxo considera a profundidade de
engastamento do tubulão, dada por 1,8 he .

5 Ecs ∙ Itubulão
he = √ (40)
Kh

sendo
K h o coeficiente de reação lateral do solo, admitido igual a 5000 kN/m3.
De acordo com as expressões acima e a Figura 57, determinam-se os empuxos
ativos nos pilares P1 e P3.

58
Tabela 69 - Empuxos de terra nos pilares

Pilares Ka Ecs (MPa) Itubulão (m4) he (m) 1,8 he (m) Ea (kN)


P1 0,75 27000 0,04909 3,05 5,49 611,386
P3 0,75 27000 0,04909 3,05 5,49 611,386
Fonte: Autores (2016).

6.2.5 Retração e variação de temperatura


As forças correspondentes à retração e à variação de temperatura são determinadas,
respectivamente, conforme as expressões (41) e (42).
Fi,retração = K i ∙ xi ∙ εcs (41)
Fi,∆temperatura = K i ∙ xi ∙ α ∙ ∆T (42)
onde
K i é a rigidez de cada pilar;
xi é a distância entre o pilar e o centro de rigidez;
εcs é a deformação específica determinada segundo Tabela 8.2 da NBR 6118:2014;
α é o coeficiente de dilatação térmica do concreto, igual a 10-5/°C;
∆T é a variação de temperatura, admitida igual a 15°C.
Alternativamente ao uso das expressões acima, adota-se uma variação total de 25°C,
sendo 10°C correspondentes à retração e 15° à variação de temperatura. Conforme Silva
Filho (2016), esta simplificação é utilizada com a finalidade de evitar assimetria de
armação nos pilares. Logo, para o cálculo da força relativa a estes efeitos resta a definição
do centro de rigidez dos pilares, calculado a partir da rigidez de cada um.
6.2.6 Distribuição das ações horizontais longitudinais
6.2.6.1 Rigidezes globais dos pilares e centro de rigidez
O centro de rigidez xg é definido na expressão (43). A rigidez global do pilar K i é
determinada por três parcelas relativas ao pilar K p , ao aparelho de apoio K n e à fundação
K f , como aponta a expressão (44). Cada uma das parcelas é definida adiante. Na Tabela 70,
os resultados obtidos.
∑ K i ∙ xi
xg = (43)
∑ Ki
1 1 1 1
= + + (44)
Ki Kp Kn Kf
3Ep ∙ Ip
Kp = (45)
h30
59
G ∙ An
Kn = (46)
hn
1 + 0,01407 ∙ κ ∙ h5
Kf = (47)
h
12Ef ∙ If (2h + πh0 )(2h + 3h0 )
𝑚solo ∙ dtubulão
κ= (48)
Ef ∙ If
onde
Ep é o módulo de elasticidade do pilar e Ip , a inércia;
h0 é o comprimento do fuste do pilar (parte não enterrada);
G é módulo de elasticidade transversal do neoprene, igual a 1000 kN/m2;
An é a área do apoio de neoprene e hn a espessura da placa;
κ é o coeficiente função do coeficiente de recalque lateral do solo 𝑚solo igual a
6000 kN/m4 para os pilares P1 e 12000 kN/m4 para os pilares P2 e P3;
h é comprimento do tubulão (parte enterrada);
Ef é o módulo de elasticidade do tubulão e If , a inércia;
dtubulão é o diâmetro do tubulão igual a 100 cm.
Para a ponte, foram adotados aparelhos de apoio de neoprene quadrados de 60 cm
de lado com três placas de 1,2 cm. O centro de rigidez é tomado em relação à posição do
pilar central P2.
Tabela 70 - Rigidezes globais dos pilares e centro de rigidez

Pilares Kp (kN/m) Kn (kN/m) κ Kf (kN/m) Ki (kN/m) xi (m) xg (m)


P1 213657,08 10000,00 0,00453 10336,00 4964,51 -16,00
P2 31808,63 10000,00 0,00905 6834,15 3600,21 0,00 1,27
P3 213657,08 10000,00 0,00905 17106,28 6129,76 16,00
Fonte: Autores (2016).

6.2.6.2 Distribuição das ações de aceleração/frenagem, vento e empuxo diferencial


As ações de aceleração/frenagem, vento longitudinal e empuxo diferencial são
distribuídas em cada pilar de forma proporcional à respectiva rigidez, como aponta a
expressão (49). Os valores obtidos são apresentados na Tabela 71. A força longitudinal
total Ftotal por linha de pilar a ser distribuída é de 118,755 kN.
K i ∙ Ftotal
Fi = (49)
∑ Ki

60
Tabela 71 - Ações de aceleração/frenagem, vento e empuxo diferencial por pilar

Linha de Pilar Ki (kN/m) Fi (kN)


P1 4964,51 40,121
P2 3600,21 29,095
P3 6129,76 49,538
Fonte: Autores (2016).

6.2.6.3 Efeitos de variação de temperatura e retração


Determinado o centro de rigidez do conjunto de pilares e a distância xi-cg de cada
um deles em relação a este centro, calculam-se as forças correspondentes aos efeitos de
temperatura e retração, que foram simplificadamente agrupados, a partir da expressão (42).

Tabela 72 - Ações de retração e variação de temperatura por pilar

Linha de Pilar Ki (kN/m) xi (m) Fi (kN)


P1 4964,51 -17,269 -21,433
P2 3600,21 -1,269 -1,142
P3 6129,76 14,731 22,575
Fonte: Autores (2016).

6.2.6.4 Empuxo de terra nos pilares


Como visto, os pilares P1 e P3 estão sujeitos à ação direta do empuxo de terra. Esta
é também distribuída ao pilar P2, conforme procedimento de Araújo (1999) apresentado
adiante.
Figura 60 - Empuxo de terra nos pilares

Fonte: Araújo (1999).

Da figura acima, R1 é a reação fictícia em P1 devido ao empuxo de terra. Esta é


determinada com auxílio do Ftool, segundo esquema estrutural apresentado na Figura 61. A
carga distribuída triangular é definida a partir do empuxo calculado de 611,386 kN: 2 ·
611,386 kN ÷ 5,49 m = 222,73 kN/m. Por apresentar um apoio de neoprene em sua

61
extremidade, define-se a reação R1,ef efetivamente aplicada na parte superior do pilar P1
pela expressão (50).
Kn Ki
R1,ef = R1 ∙ ∙ (1 − ) (50)
Ki ∑ Ki

Figura 61 - Esquema estrutural e diagrama do pilar-tubulão devido ao empuxo

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).


Kn Ki 10000 kN/m 4964,51
R1,ef = R1 ∙ ∙ (1 − ) = 60,10 kN ∙ ∙ (1 − ) = 80,16 kN
Ki ∑ Ki 4964,51 kN/m 14694,48
As demais reações efetivas são calculadas em função das respectivas rigidezes dos
pilares, como aponta a expressão (51).
K i ∙ R1,ef
R i,ef = (51)
∑ Ki
Tabela 73 - Reações do empuxo

Linha de Pilar R1,ef (kN) Ki (kN/m)


P1 80,16 4964,51
P2 19,64 3600,21
P3 33,44 6129,76
Fonte: Autores (2016).

62
6.2.7 Resumo das ações horizontais longitudinais
De posse dos valores calculados, expõem-se a Tabela 74 com o resumo das ações
longitudinais sobre cada pilar.

Tabela 74 - Resumo das ações horizontais longitudinais em cada pilar

Ações horizontais longitudinais (kN) P1 P2 P3


Frenagem, aceleração e vento 40,12 29,10 49,54
Empuxo de terra nos pilares 80,16 19,64 33,44
Variação de temperatura e retração 21,43 1,14 22,57
Total 141,71 49,88 105,55
Fonte: Autores (2016).

6.3 Ações horizontais transversais


6.3.1 Componente transversal do vento
Segundo critérios apresentados na seção 6.2.2, define-se a ação transversal do vento
pela análise de duas situações: tabuleiro livre e tabuleiro ocupado. Os valores resultantes
são:
Fv1 = 1,5 kN/m2 ∙ 2,67 m ∙ 40,00 m = 160,2 kN
Fv2 = 1,0 kN/m2 ∙ 3,951 m ∙ 40,00 m = 158,04 kN
A força relativa à ação do vento transversal, portanto, será de 160,2 kN.
6.3.2 Pressão da água nos pilares
Além do empuxo de terra, que é distribuído pelos pilares, estes poderão estar
sujeitos ao empuxo provocado pela coluna de água. A pressão da água é determinada
segundo a expressão (52), sendo C o coeficiente adimensional igual a 0,34 (pilares de seção
circular) e v a velocidade de escoamento da água (admitida igual a 2,0 m/s). A partir da
pressão, calcula-se a força aplicada Fa no pilar devido à ação da água, considerando uma
área de obstrução tomada pelo produto entre a metade do perímetro do pilar e a altura
máxima da cheia hágua , conforme a expressão (53).
Págua = C ∙ v 2 (52)
∴ Págua = 0,34 ∙ 2,02 = 1,36 kN/m2
π ∙ dpilar
Fa = Págua ∙ ∙ hágua (53)
2

63
O projeto em desenvolvimento, no entanto, não englobará esta parcela de ação nos
pilares por não haver, conforme a Figura 57, água sob a ponte.
6.3.3 Distribuição das ações horizontais transversais
Por simplificação, considera-se que a rigidez transversal é a mesma que a
longitudinal já determinada. Desta maneira, as intensidades de força transversal atuantes
nos pórticos são determinadas pela expressão (54).
1 e ∙ xi
Fi = Ft ∙ K i ( ± ) (54)
∑ K i ∑ K i ∙ xi2
onde
Ft é a força transversal resultante;
e = L/2 − xg é a excentricidade de Ft em relação ao centro de rigidez transversal.
Os resultados obtidos são apresentados na tabela adiante. Os valores finais
considerados nos dimensionamentos são os que resultarem mais críticos. Na tabela abaixo,
o sentido 1 corresponde à rotação horária dos pórticos P1 e P2 e anti-horária do P3 e o
sentido 2 o contrário.

Tabela 75 - Ações horizontais transversais sobre cada pórtico

Fi (kN)
Pórticos Ki (kN/m) e (m) xi (m) Ki · xi2 Fi,final (kN)
Sentido 1 Sentido 2
P1 4964,51 1,269 17,269 1480470,247 60,310 47,936 60,310
P2 3600,21 1,269 1,269 5795,579 39,579 38,920 39,579
P3 6129,76 1,269 14,731 1330213,386 60,310 73,344 73,344
Fonte: Autores (2016).

6.4 Esforços solicitantes nos pilares e tubulões


O cálculo dos esforços solicitantes nos pilares e tubulões será feito, segundo
procedimento sugerido por Marchetti (2008). Na direção longitudinal, os pilares são
modelados como barras engastadas e livres. Na direção transversal, os esforços são
calculados a partir da análise de pórticos formados pelos conjuntos de pilares-tubulões e
vigas de travamento. As formulações propostas são expostas adiante.

64
Figura 62 - Análise estrutural dos esforços longitudinais

Fonte: Marchetti (2008).

Para o cálculo do momento de engastamento Me na base do tubulão, utiliza-se a


expressão (55). Os parâmetros κ, h0 e h são os mesmos já definidos na seção 6.2.6.1. H é a
força longitudinal total aplicada no topo do pilar.
5,59268 ∙ 10−2 ∙ κ ∙ (2h + 3h0 ) ∙ h5
Me = H ∙ [ − (h + h0 )] (55)
6(1 + 0,01407 ∙ κ ∙ h5 )
O momento máximo Mmáx é dado por (56), sendo xm a posição deste em relação à
extremidade engastada determinada por (57) a partir do parâmetro 𝜉 fornecido na tabela
exposta na Figura 63 através do coeficiente 𝛽. Além do Mm , calcula-se o momento na base
do pilar, dado por (59).
Mm = −H(h + h0 − xm ) (56)
xm = 𝜉 ∙ h (57)
6(1 + 0,01407 ∙ κ ∙ h5 )
𝛽= (58)
κ ∙ (2h + 3h0 ) ∙ h4
M0 = H ∙ h0 (59)
Para valores de 𝛽 > 9,472 ∙ 10-2, o momento máximo é o próprio momento de
engastamento.

65
Figura 63 - Tabela 𝝃, 𝜷

Fonte: Marchetti (2008).

66
A análise dos esforços transversais é feita pelas expressões e modelagem a seguir.
Devido à grande rigidez do conjunto do pórtico, são propostas simplificações. HT é a força
transversal total atuante em cada pórtico.
1 (h + h0 )
MT = HT ∙ (60)
2 2
(h − h0 )
MS = MT ∙ (61)
(h + h0 )

Figura 64 - Análise estrutural dos esforços transversais

Fonte: Marchetti (2008).

Resta ainda a análise do tubulão na parte enterrada, conforme modelagem


apresentada a seguir. As expressões definidas em (55), (56) e (58) são válidas para esta
situação, desde que se faça a substituição de h0 por h′0 , dado por:
MS
h′0 = − (62)
HT

67
Figura 65 - Análise estrutural da parte enterrada

Fonte: Marchetti (2008).

Diante do que foi exposto, expõem-se os esforços calculados nas tabelas seguintes.
Para o travamento dos pilares e constituição dos pórticos transversais, foram utilizadas
vigas de 25 cm de base, 135 cm de altura e 560 cm de comprimento. No cálculo do peso
próprio dos conjuntos de pilar-tubulão, são computados os pesos da parte cilíndrica e do
tronco de cone relativo à base alargada do elemento de fundação.

Tabela 76 - Esforços solicitantes P1

Dados do conjunto pilar-tubulão


Ecs (MPa) 27000,00 h (m) 7,850
4
I (m ) 0,04909 h0 (m) 2,650
b (m) 1,00  0,00453
Momentos fletores
Direção longitudinal Direção transversal
H (kN) 141,714 HT (kN) 60,310
 4,278E-02 MT (kNm) 158,315
 0,630 MS = M 0 (kNm) 78,403
xm (m) 4,946 h0' (m) -1,300
 8,574E-02
M0 (kNm) 375,541
 0,305
xm (m) 2,394
Mm (kNm) -787,148
Mm (kNm) -250,635
Me (kNm) -33,634 Me (kNm) -86,215
Esforços normais

68
Ng (kN) 1498,83
Nq,min (kN) -68,46
Nq,max (kN) 1007,12
Peso próprio da viga de travamento 23,63
Peso próprio do tubulão-pilar 331,83
Nk,mín (kN) 1785,83
Nk,máx (kN) 2861,41
Fonte: Autores (2016).

Tabela 77 - Esforços solicitantes P2

Ecs (MPa) 27000,00 h (m) 5,500


I (m4) 0,04909 h0 (m) 5,000
b (m) 1,00  0,00905
Momentos fletores
Direção longitudinal Direção transversal
H (kN) 49,877 HT (kN) 39,579
 4,571E-02 MT (kNm) 103,896
 0,612 MS = M0 (kNm) 4,947
xm (m) 3,366 h0' (m) -0,125
 1,119E-01
M0 (kNm) 249,384
 0,000
xm (m) 0,000
Mm (kNm) -355,821
Mm (kNm) -103,901
Me (kNm) -188,081 Me (kNm) -103,901
Esforços normais
Ng (kN) 1785,32
Nq,mín (kN) -136,06
Nq,máx (kN) 1245,54
Peso próprio da viga de travamento 23,63
Peso próprio do tubulão-pilar 331,83
Nk,mín (kN) 2004,72
Nk,máx (kN) 3386,32
Fonte: Autores (2016).

Tabela 78 - Esforços solicitantes P3

Ecs (MPa) 27000,00 h (m) 7,850


I (m4) 0,04909 h0 (m) 2,650
b (m) 1,00  0,00905
Momentos fletores
Direção longitudinal Direção transversal
HL (kN) 105,551 HT (kN) 73,344

69
 3,540E-02 MT (kNm) 192,527
 0,675 MS = M0 (kNm) 95,347
xm (m) 5,299 h0' (m) -1,300
 7,095E-02
M0 (kNm) 279,711
 0,445
xm (m) 3,493
Mm (kNm) -548,999
Mm (kNm) -224,193
Me (kNm) 200,744 Me (kNm) -26,563
Esforços normais
Ng (kN) 1498,83
Nq,mín (kN) -68,47
Nq,máx (kN) 1007,12
Peso próprio da viga de travamento 23,63
Peso próprio do tubulão-pilar 331,83
Nk,mín (kN) 1785,82
Nk,máx (kN) 2861,41
Fonte: Autores (2016).

6.5 Dimensionamento e detalhamento das armaduras dos pilares e tubulões


O dimensionamento dos pilares é feito segundo a NBR 6118:2014. Considera-se o
comprimento efetivo dos pilares iguais a:

5 Ecs ∙ Itubulão
lef = h0 + 1,8 ∙ √ (63)
Kh

As demais expressões inerentes ao dimensionamento dos pilares são apresentadas


adiante.
a) Excentricidades inicial ei , acidental ea e mínima emin
M
ei = (64)
N
ea,ext = θ1 l (65)
ea,ext
ea,int = (66)
2
emin = 1,5 + 0,03h (67)
Para θ1 = 1/200 e h em cm.
b) Índice de esbeltez (pilar engastado e livre) e índice de esbeltez limite
2 ∙ lef
λ= (68)
√i

70
25 + 12,5(e1 /h)
λ1 = , sendo 35 ≤ λ1 ≤ 90 (69)
αb
Para pilar engastado e livre, αb é dado pela expressão a seguir, extraída da seção
15.8.2 Dispensa da análise dos efeitos locais de 2ª ordem da NBR 6118:2014.
𝑀meio do pilar
0,85 ≤ αb = 0,80 + 0,20 ≤ 1,0
𝑀engaste
Para e1 = ei e raio de giração i = I/A.
c) Esforço normal reduzido de projeto
Nd
ν= (70)
Ac ∙ fcd
Para Ac igual à área da seção transversal do pilar e resistência de cálculo à
compressão do concreto fcd .
d) Excentricidade de 2a ordem, segundo método do pilar-padrão com curvatura aproximada
l2ef 1
e2 = (71)
10 r
1 0,005 0,005
= ≤ (72)
r h(ν + 0,5) h
Para lef em metros.
e) Momento reduzido de projeto
etotal 𝑀d,total
μ=ν∙ =A (73)
h c ∙ fcd ∙ h

f) Áreas de armadura longitudinal máxima e mínima


As,mín = 0,15 ∙ Nd ⁄fyd ≥ 0,004 Ac (74)
As,máx = 4% Ac (75)
A partir das expressões acima, define-se As,mín = 31,42 cm2 e As,máx = 314,16 cm2.
g) Requisitos para armadura transversal dos pilares: diâmetro mínimo e espaçamentos
5mm
t ≥ {  ⁄4 (76)
l

20cm
smáx ≤{ 12l (77)
b (menor dimensão do pilar)
Através das expressões acima e com o auxílio do ábaco da Figura 66, calculam-se
os parâmetros e dimensionam-se as armaduras dos pilares.

71
Os momentos de dimensionamento são determinados pela soma vetorial dos
momentos de cada direção na mesma posição, resultando em flexão composta normal. As
intensidades destes momentos são obtidas geometricamente com o auxílio do AutoCAD.
Os diagramas de momento fletor resultantes de cada pilar são apresentados adiante.

Figura 66 - Diagrama de momento fletor do P1

Fonte: Autores (2016).

Figura 67 - Diagrama de momento fletor do P2

Fonte: Autores (2016).

72
Figura 68 - Diagrama de momento fletor do P3

Fonte: Autores (2016).

Tabela 79 - Soma vetorial dos momentos e esforços normais máximo e mínimo

Pilar Seção Mlong (kNm) Mtrans (kNm) Mres (kNm) Nk,máx (kN) Nk,mín (kN)
Engaste -33,634 -86,215 92,543
P1 Máximo -787,148 -145,33 800,451 2861,41 1785,83
Meio do pilar -786,500 -121,49 795,828
Engaste -188,081 -103,901 214,871
P2 Máximo -355,821 -103,901 370,680 3386,32 2004,72
Meio do pilar -134,010 -72,530 152,379
Engaste 200,744 -26,563 202,494
P3 Máximo -548,999 -128,290 563,789 2861,41 1785,82
Meio do pilar -548,780 -129,170 563,777
Fonte: Autores (2016).

Tabela 80 - Excentricidades e esbeltezes dos pilares

Pilar lef (m) ei,max (cm) ei,min (cm) ea,ext (cm) ea,int (cm) emin (cm) αb  1
P1 8,145 44,822 27,974 4,072 2,036 4,500 2,520 65,158 35,000
P2 10,495 18,490 10,946 5,247 2,624 4,500 0,942 83,958 35,000
P3 8,145 31,570 19,703 4,072 2,036 4,500 1,357 65,158 35,000
Fonte: Autores (2016).

73
Tabela 80 - Dimensionamento dos pilares

Pilar νmáx νmín 1/rmàx 1/rmín e2 (cm) Md,total (kNm) μ ρ (%) As (cm2) Escolha Estribos
P1 0,17 0,11 0,005 0,005 3,317 2091,582 0,12 1,15 90,32 25 6.3 c/20
P2 0,20 0,12 0,005 0,005 5,507 1386,447 0,08 0,4 31,42 20 5 c/20
P3 0,17 0,11 0,005 0,005 3,317 1560,708 0,09 0,55 43,20 20 5 c/20
Fonte: Autores (2016).

Figura 66 - Ábaco de flexão composta normal

Fonte: Marchetti (2008).

6.6 Dimensionamento da base do tubulão


O dimensionamento da base do tubulão é feito na forma de verificação da dimensão
originalmente adotada. Considerando o pilar mais carregado, verifica-se se a tensão na base
do elemento de fundação é inferior à admissível do solo, de acordo com a expressão (78).
P M
σbase = ± ≤ σadm
solo (78)
A W
onde
P é a força normal máxima no pilar mais carregado;
A é a área da base do tubulão;

74
M é o momento na base do tubulão;
π∙d3tubulão
W é o módulo resistente, dado por W = 32

3386,32 kN 214,871 kNm


∴ σmáx,base = 2
+ = 560,127 kPa ≤ σadm
solo
0,25π ∙ (3,00 m) π ∙ (3,00 m)3 ÷ 32
Supondo que a tensão admissível do solo é superior à máxima calculada, considera-
se que a base pré-dimensionada do tubulão satisfaz à verificação.

75
7 Estado-limite de Serviço de Deformações Excessivas
A análise das flechas totais das transversinas e longarinas se dará com o auxílio do
Ftool. Admitindo que as flechas fornecidas sejam as imediatas, a flecha total é determinada
pela multiplicação da imediata pelo parâmetro αf segundo a expressão (79), sendo ρ′ a taxa
de armadura protendida.
Δξ
αf = (79)
1 + 50ρ′
Da Tabela 17.1 - Valores do coeficiente ξ em função do tempo da NBR 6118:2014,
Δξ = 2. Nas figuras a seguir, apresentam-se as deformadas da longarina e transversina de
apoio. Com base nos valores δfinal finais de flecha, conclui-se que estas resultaram menores
que as admissíveis.
Figura 67 - Deformada da longarina

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).

Figura 68 - Deformada da transversina de apoio

Fonte: Ftool (MARTHA, 2015).

Tabela 81 - Flechas totais nas vigas da ponte

Elemento δi (mm) δfinal (mm)


Longarina 3,275 6,550
Transversina 0,873 1,746
Fonte: Autores (2016).

Para a análise das deformações das lajes, recomenda-se a utilização de softwares


mais sofisticados. Por não ser possível a determinação das flechas pelas Tabelas de Rüsch,
esta análise foi dispensada.

76
8 Detalhamentos
Para o detalhamento das armaduras dos elementos dimensionados, foram adotados
comprimentos de ancoragens segundo a Tabela 82, considerando zona de boa aderência.

Tabela 82 - Comprimentos de ancoragem

COMPRIMENTO DE ANCORAGEM (CM) PARA As,efet = As,calc - AÇO CA-50 - NBR 6118-2014

Concreto C-20 C-25 C-30 C-35 C-40 C-45 C-50


(MPa)
20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
 (mm) SEM COM SEM COM SEM COM SEM COM SEM COM SEM COM SEM COM

39 28 34 24 30 21 27 19 25 17 23 16 23 16
6,3
28 19 24 17 21 15 19 13 17 12 16 11 16 11

50 35 43 30 38 27 34 24 31 22 29 20 29 20
8,0
35 24 30 21 27 19 24 17 22 15 20 14 20 14

62 44 54 38 48 33 43 30 39 28 36 25 36 25
10,0
44 31 38 26 33 23 30 21 28 19 25 18 25 18

78 55 67 47 60 42 54 38 49 34 45 32 45 31
12,5
55 38 47 33 42 29 38 26 34 24 32 22 31 22

100 70 86 60 76 53 69 48 63 44 58 41 57 40
16,0
70 49 60 42 53 37 48 34 44 31 41 29 40 28

125 87 108 75 95 67 86 60 79 55 73 51 71 50
20,0
87 61 75 53 67 47 60 42 55 39 51 36 50 35

156 109 135 94 119 83 107 75 98 69 91 64 89 63


25,0
109 76 94 66 83 58 75 53 69 48 64 45 63 44

200 140 172 121 152 107 138 96 126 88 116 81 114 80
32,0
140 98 121 84 107 75 96 67 88 62 81 57 80 56

271 190 234 164 207 145 187 131 171 120 158 111 147 103
40,0
190 133 164 115 145 102 131 92 120 84 111 77 103 72

Obs:- Número superior, Zona de MÁ ADERÊNCIA - Número inferior, Zona de BOA ADERÊNCIA - SEM (gancho) - COM
(gancho)
Elaborada por: Prof. M.Sc. Antonio de Faria

Os valores máximos para comprimento dos ganchos foram obtidos através da


Figura 69.

77
Figura 69 - Comprimentos de máximo de gancho

Fonte: Vinícus e Libânio (2008).

8.1 Longarinas e Transversinas


Para o detalhamento das longarinas, foram definidas as regiões de detalhamento de
acordo com as faixas de momento fletor apresentadas na figura adiante.

Figura 70 – Faixas de momentos fletores

Fonte: Autores (2016).

Para a armadura negativa, foram estabelecidas diferentes armaduras por faixa,


respeitando, ainda, os comprimentos de ancoragem necessários. Para a armadura positiva,

78
foram estabelecidas armaduras nas extremidades das longarinas para momento mínimo. Já
no centro da longarina, foi realizado o prolongamento da armadura positiva dimensionada
para o momento de projeto, o qual é superior ao mínimo.
Para o detalhamento das transversinas não há necessidade de fazer a divisão em
faixas. Desse modo, o detalhamento das vigas transversinas, tanto de meio de vão como de
apoio, são detalhadas sem mudança de armadura ao longo da viga.
Apesar do comprimento máximo de gancho, a ser reduzido do comprimento de
ancoragem, seja, em geral, inferior a 50 cm, o projeto em questão adotou, como
comprimento de gancho para todas as barras longitudinais das longarinas e transversinas, o
valor de 50 cm.
8.2 Lajes
Para detalhamento da armadura das lajes, esse trabalho se baseou nas tabelas de
Rüsch (1965), que apresentam a posição correta para início da ancoragem das barras.

Figura 71 – Diagrama de momento fletor para lajes centrais

Fonte: Rüsch (1965).

Apesar da Figura 70 ser referente a lajes centrais, permite-se, na prática, a utilização


dos valores de 0,35 lx tanto para lajes centrais como para as que se apoiam em cortinas.
Não havendo diagramas para lajes em balanço, adota-se que as armaduras negativas em
balanço devem entrar 1,5 lbalanço na laje que fornece o equilíbrio ao elemento estrutural em
questão. Esses valores representam apenas a correta posição para início da ancoragem da
armadura, devendo-se assim adicionar o comprimento de ancoragem necessário.

79
8.3 Pilares e Tubulões
Os detalhamentos dos pilares e tubulões foram realizados em conjunto, não havendo
escalonamento de armadura ao longo do fuste. Para cada um dos conjuntos pilar-tubulão, a
armadura foi dimensionada para o momento solicitante de maior intensidade.

80
9 Considerações finais
A elaboração de um projeto de pontes é de caráter interdisciplinar. Dada a sua
complexidade, envolve conceitos das disciplinas de Resistência dos Materiais, Análise
Estrutural, Mecânica dos Solos, Fundações, Estruturas de Concreto Armado e Estruturas de
Contenções. De forma objetiva e explicativa, procurou-se apresentar as principais
considerações, expressões e modelagens inerentes aos principais elementos do projeto, da
superestrutura, mesoestrutura e infraestrutura.
Ressalta-se que, para maiores informações a respeito dos elementos de drenagem,
aparelho de apoio, consolos, barreira lateral e guarda-rodas, é recomendável a consulta de
outros memoriais de cálculo, livros especializados, normas técnicas e manuais de projeto.
Por não apresentar uma norma unificada de pontes, recomenda-se também a consulta de
normais internacionais a esse respeito.

81
10 Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de


estruturas de concreto - Procedimento. 3 ed. Rio de Janeiro, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7187: Projeto de pontes


de concreto armado e de concreto protendido - Procedimento. Rio de Janeiro, 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NB-6: Carga móvel em ponto


rodoviária e passarela de pedestre. Rio de Janeiro, 1982.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7188: Carga móvel


rodoviária e de pedestre em pontes, viadutos, passarelas e outras estruturas. 2 ed. Rio de
Janeiro, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8681: Ações e segurança


nas estruturas - Procedimento. Rio de Janeiro, 2003.

ARAÚJO, Daniel de Lima. Projeto de ponte em concreto armado com duas


longarinas. Goiânia: UFGO, 1999. Apostila da disciplina de pontes do curso de
Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás.

BARROS, Rodrigo. Notas de Aula de Concreto. Natal: UFRN, 2015.

FERNANDES, Gilson B. Tabelas para dimensionamento Flexão simples e


composta. Campinas: Unicamp, 2006.

KHOURI, Gustavo Elias; SERAPIÃO, Mariana Silva; CARDOSO, Sander David. T-


Rüsch, versão 1.0. 2016.

MARANGON, Márcio. Unidade 6: Empuxos de terra. Juiz de Fora: NuGeo/núcleo de


Geotecnia, 2009. Material didático da Faculdade de Engenharia da UFJF.

MARCHETTI, Osvaldemar. Pontes de Concreto Armado. São Paulo: Editora Blucher,


2008.
82
MARTHA, Luiz Fernando. Ftool - Two-Dimensional Frame Analysis Tool, versão 3.01.
Rio de Janeiro, 2015.

PFEIL, Walter. Pontes de Concreto Armado. 1. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Científicos Editora S.A., 1979.

PINHEIRO, Libânio M. Fundamentos do concreto e projeto de edifícios. São Carlos:


Universidade de São Paulo, Escola de Engenharia de São Carlos, 2010.

RÜSCH, Hubert. Berechnungstafeln für rechtwinklige Fahrbahnplatten von


Straβenbrücken. Berlin: Verlag von Wilhelm Ernst & Sohn, 1965.

SILVA FILHO, José Neres. Notas de Aula da disciplina de Pontes. UFRN, 2016.

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