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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

UNESA - CAMPUS MACAÉ - RJ


FÍSICA II – CCE1540
UNIDADE IV – ÓPTICA

APOSTILA DE FÍSICA II – UNIDADE V

Eng. Rodolfo J. M. Torres

Fonte: http://fisicanocotidianovl.blogspot.com/2016/09/fluidos.html (2020)

Unidade 5: Introdução à Termodinâmica – Temperatura

5.1 Conceito de Temperatura


5.2 Lei zero da Termodinâmica
5.3 Termômetros e escalas de Temperatura
5.4 Dilatação Térmica
Macaé - RJ
- 2020 -

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FÍSICA II – CCE1540
UNIDADE IV – ÓPTICA

Unidade 5: Introdução à Termodinâmica – Temperatura

5.1 Conceito de Temperatura

A temperatura é uma grandeza física escalar, medida em kelvim (K), de acordo com o
Sistema Internacional de Unidades, que mede o valor do grau de agitação térmica, ou a
energia cinética, translacional, rotacional e vibracional dos átomos e moléculas que constituem
um corpo. Quanto maior for a agitação das moléculas, maior será o valor da sua temperatura.
Cabe ressaltar, que o estado físico da matéria está diretamente relacionado com o valor da
temperatura da matéria. Na escala macroscópica, a agitação térmica afeta a velocidade, bem
como as distâncias entre os átomos e moléculas de um corpo; desse modo, os efeitos
percebidos são as mudanças de estado físico, conforme apresentado na Figura 01.

Figura 01 – Influência da Temperatura sobre o Estado Físico da Matéria

Além da unidade Kelvin, existem outras escalas de temperaturas como a escala

Celsius[1] (ºC) ou Fahrenheit[2] (ºF). Essas escalas são, geralmente, construídas com base nas
mudanças de características que algumas substâncias apresentam a certas temperaturas,
como os pontos de fusão e ebulição.

Segundo Helerbrock (2020), teoricamente, não existe um limite superior para a


temperatura de um corpo, no entanto, existe um valor mínimo:0ºK, também conhecido como

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A escala Celsius cuja unidade é ºC, também conhecida como a escala centrífuga, é uma escala
termométrica do sistema métrico usada na maioria dos países do mundo. Teve origem a partir do modelo
proposto pelo astrônomo sueco Anders Celsius (1701-1744).
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Fahrenheit é uma escala de temperatura proposta por Daniel Gabriel Fahrenheit em 1724. Sua unidade é o
grau Fahrenheit (°F). Nesta escala, o ponto de fusão da água é de 32 F e o ponto de ebulição é de 212 F. Uma
diferença de 1,8 F é igual a uma diferença de 1 C. Daniel Gabriel Fahrenheit foi um físico, engenheiro e
soprador de vidro alemão-polonês, mais conhecido por ter inventado o termômetro de mercúrio (1714), e
pelo desenvolvimento de uma escala de temperatura em sua homenagem.
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zero absoluto. Esse valor de temperatura corresponde ao estado de menor agitação térmica
possível, no qual todos os átomos e até mesmo as partículas subatômicas devem encontrar-se
estáticas, em completo repouso. Apesar de existir teoricamente, algumas imposições, como a
terceira lei da termodinâmica, indicam que essa temperatura é simplesmente inalcançável.

5.2. Lei Zero da Termodinâmica

A Lei Zero da Termodinâmica foi desenvolvida pelo físico inglês Ralph H. Fowler (1889-
[3]
1944), um físico inglês e foi postulada no século XX. Entretanto, mesmo tendo formulado a lei
com base no conhecimento que envolve as trocas de calor entre os corpos, existiu a
[4] [5]
necessidade de estruturar a apresentação dessa lei, pois a Primeira e a Segunda Lei da
Termodinâmica, já faziam parte dos conceitos de termodinâmica.

Para resolver a questão, foi pensado o termo lei zero, usado pela física até os dias
atuais. Fowler começou o processo de busca por respostas para a questão da sensação de frio
ou calor, fenômeno que ainda gera debate e estudo no meio científico, especialmente por
envolver a temperatura.

Diante do exposto, imagine que existem dois corpos, com as mesmas dimensões, a
mesma massa e confeccionados com o mesmo material, mas com temperaturas diferentes: um
com a temperatura mais alta (corpo quente) e outro com a temperatura mais (corpo frio). O que
poderia ocorrer quando esses dois corpos estiverem em contato entre si?

A Lei Zero, ou a antiprimeira lei, da termodinâmica estabelece como acontecem as


trocas de calor entre os corpos. Ela está relacionada de com a energia interna dos materiais
expressa, indiretamente, pela temperatura. Desta forma:
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Ponto de partida de uma argumentação ou raciocínio: hipótese, suposição, conjectura, pressuposto, etc.
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A 1ª Lei da Termodinâmica o princípio da conservação de energia aplicada à termodinâmica, o que torna
possível prever o comportamento de um sistema gasoso ao sofrer uma transformação termodinâmica.
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Dentre as duas leis da termodinâmica, a segunda é a que tem maior aplicação na construção de máquinas
e utilização na indústria, pois trata diretamente do rendimento das máquinas térmicas. Dois enunciados,
aparentemente diferentes ilustram a 2ª Lei da Termodinâmica, os enunciados de Clausius e Kelvin-Planck:

 Enunciado de Clausius: O calor não pode fluir, de forma espontânea, de um corpo de temperatura
menor, para um outro corpo de temperatura mais alta. Tendo como consequência que o sentido
natural do fluxo de calor é da temperatura mais alta para a mais baixa, e que para que o fluxo seja
inverso é necessário que um agente externo realize um trabalho sobre este sistema.
 Enunciado de Kelvin-Planck: É impossível a construção de uma máquina que, operando em um
ciclo termodinâmico, converta toda a quantidade de calor recebido em trabalho. Este enunciado
implica que, não é possível que um dispositivo térmico tenha um rendimento de 100%, ou seja, por
menor que seja, sempre há uma quantidade de calor que não se transforma em trabalho efetivo.

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 Quando um corpo é aquecido ou resfriado ocorrem mudanças em suas propriedades


físicas: a maioria parte dos sólidos, líquidos e gases, aumentam seu volume quando
aquecidos; por exemplo, um condutor elétrico tem o valor de sua resistência elétrica
aumentada quando aquecido enquanto alguns tipos de resistores tem resistência
diminuída. Assim e mais outras propriedades dos corpos indicam que houve variação
de temperatura com os mesmos.

 Agora imaginem o seguinte: quando preparamos um tipo de molho branco, misturamos


o creme de leite no mesmo para dar a aparência branquinha e a consistência cremosa.
Bem esse molho deve estar a uma temperatura de 120oC e você deixa uma colher
metálica no interior da panela, colher esta que acaba de retirar do armário (temperatura
aproximada de 20oC). O que acontecerá com a colher? Se ela for deixada em parte
imersa no molho a um tempo suficiente, a mesma estará entrando em equilíbrio térmico
com o molho, ou seja, a colher estará absorvendo parte da energia térmica cedida pelo
molho e variando algumas de suas propriedades, entre elas, a sua temperatura. Assim
ela aumentará a temperatura até que esta seja igual à do molho.

Os corpos de maior temperatura possuem maior energia térmica. Quando um corpo de


menor energia térmica é colocado em contato com este, a tendência é de que a energia
térmica flua, em parte, do corpo de maior temperatura até o corpo de menor temperatura.
Quando os dois corpos atingem a mesma temperatura, cessa a troca de energia. Mas é
importante lembrar que cada material tem características diferentes e, na maioria das vezes, a
temperatura de equilíbrio não corresponde à média das temperaturas.
Desta forma, a definição da Lei Zero da Termodinâmica é: "se dois corpos estiverem em
equilíbrio térmico com um terceiro, estarão em equilíbrio térmico entre si."

Observem:

Consideremos dois objetos A e B. Se um terceiro objeto T está em equilíbrio térmico


com A e também em equilíbrio térmico com B, então, pode-se afirmar que os objetos A e B
estão em equilíbrio entre si, conforme apresentado na Figura 02.

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Figura 02 - Equilíbrio térmico entre os corpos A e B.


Fonte: SILVA, 2020

É essa lei que garante a possibilidade de usarmos um termômetro T para averiguar se


dois corpos A e B estão em equilíbrio. Para isso, basta conferir se os dois corpos têm a mesma
temperatura, conforme apresentado na Figura 03.

Figura 03 – Medindo a temperatura de duas substâncias


Fonte: SILVA, 2020

EXERCÍCIO 01: (UNICAMP) Um isolamento térmico eficiente é um constante desafio a ser


superado para que o homem possa viver em condições extremas de temperatura. Para isso, o
entendimento completo dos mecanismos de troca de calor é imprescindível. Em cada uma das
situações descritas a seguir, você deve reconhecer o processo de troca de calor envolvido.
I. As prateleiras de uma geladeira doméstica são grades vazadas, para facilitar fluxo de energia
térmica até o congelador por […]
II. O único processo de troca de calor que pode ocorrer no vácuo é por […]
III. Em uma garrafa térmica, é mantido vácuo entre as paredes duplas de vidro para evitar que
o calor saia ou entre por [….].
Na ordem, os processos de troca de calor utilizados para preencher as lacunas corretamente
são:
a) condução, convecção e radiação.
b) condução, radiação e convecção.
c) convecção, condução e radiação.
d) convecção, radiação e condução.

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EXERCÍCIO 02: (VUNESP-UNESP) Dois


copos de vidro iguais, em equilíbrio térmico
com a temperatura ambiente, foram
guardados, um dentro do outro, conforme
mostra a figura. Uma pessoa, ao tentar
desencaixá-los, não obteve sucesso. Para
separá-los, resolveu colocar em prática seus
conhecimentos da física térmica.

De acordo com a física térmica, o único procedimento capaz de separá-los é:


a) mergulhar o copo B em água em equilíbrio térmico com cubos de gelo e encher o copo A
com água à temperatura ambiente.
b) colocar água quente (superior à temperatura ambiente) no copo A.
c) mergulhar o copo B em água gelada (inferior à temperatura ambiente) e deixar o copo A
sem líquido.
d) encher o copo A com água quente (superior à temperatura ambiente) e mergulhar o copo B
em água gelada (inferior à temperatura ambiente).
e) encher o copo A com água gelada (inferior à temperatura ambiente) e mergulhar o copo B
em água quente (superior à temperatura ambiente).

5.3 Termômetros e escalas de Temperatura

5.3.1. Termômetro e Medidas de Temperatura

A medida de temperatura só deve ser feita ou seu valor aquisitado quando se alcança o
equilíbrio térmico. Devido a essa condição, faz-se necessário esperar certo tempo para seja
aferida corretamente a temperatura do corpo humano, por exemplo. O instrumento utilizado
para medir a temperatura não somente do corpo humano, bem como do meio ambiente é o

termômetro[6]. Esse dispositivo é configurado tomando por base alguma propriedade física,
como a altura de uma coluna de líquido, como o mercúrio ou, ainda, como a resistência elétrica
de uma junção de lâminas metálicas. Esta última é usada em praticamente todos os
termômetros eletrônicos.
Existem vários tipos de termômetros associados às mais diversas atividades ou
necessidades, conforme mostrado na Tabela 01 (ver Tabela 01 no ANEXO 01). Entretanto,
para a maioria das pessoas, quando se fala nesse aparelho é comum a associação ao
termômetro clínico, utilizado para determinar se uma pessoa está com febre. Esse talvez seja o

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[] Substantivo masculino Instrumento que serve para medir a temperatura. ... Termômetro registrador,
aparelho que marca numa folha de papel as variações termométricas. O primeiro termômetro foi inventado
por Galileu em 1602. O termômetro era composto de uma parte de vidro arredondada, chamada de bulbo, e
um fino “pescoço”, também de vidro, que servia para ser imerso em um recipiente que contivesse água e
corante.
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mais comum, que está presente na vida da população em geral e também nos ramos
profissionais, principalmente da saúde.

5.3.2. Escalas Termométricas

Para a aquisição dos dados referentes às temperaturas, são usadas as escalas


termométricas, cujos valores representam as medidas de temperatura de acordo com as
propriedades físicas dos mais diversos materiais. A escala mais popular de todas, a Escala
Celsius que está baseada nos pontos de fusão (0ºC) e ponto de ebulição da água (100 ºC).

Outra escala comum, usada em alguns países, é a Escala de Fahrenheit. Essa escala
foi criada com base em uma mistura composta por água, gelo e sal, em algumas proporções,
sendo que a esse estado atribuiu-se a temperatura de 0 ºF. Ao estado em que havia iguais
proporções de água e gelo, atribuiu-se a temperatura de 32 ºF. O terceiro ponto adotado por
Daniel Fahrenheit foi o ponto de 96 ºF, correspondente à temperatura do corpo humano. Desse
modo e até hoje, a Escala Fahrenheit utiliza os pontos fixos de 32ºF e de 212ºF, este
correspondente à temperatura de fervura da água.

Observando a Equação 01, nela se apresenta a relação que nos permite converter as
diferentes escalas de temperatura, Celsius, Kelvin e Fahrenheit em umas nas outras:

T C T F −32 T K −273 Eq. 01


= =
5 9 5

Onde:

TC – temperatura em celsius
TF – temperatura em fahrenheit
TK – temperatura em kelvin

EXERCÍCIO 03: (ITA) O verão de 1994 foi particularmente quente nos Estados Unidos da
América. A diferença entre a máxima temperatura do verão e a mínima do inverno anterior foi
de 60ºC. Qual o valor dessa diferença na escala Fahrenheit?

a) 33ºF
b) 60ºF

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c) 92ºF
d) 108ºF
e) 140ºF

EXERCÍCIO 04: (Unesp 2003) Uma panela com água é aquecida de 25°C para 80°C. A
variação de temperatura sofrida pela panela com água, nas escalas Kelvin e Fahrenheit, foi de:

a) 32 K e 105°F.
b) 55 K e 99°F.
c) 57 K e 105°F.
d) 99 K e 105°F.
e) 105 K e 32°F.

EXERCÍCIO 05: Julgue as afirmações abaixo:

I – A escala Celsius atribui 0° para o ponto de fusão do gelo e 100º para o ponto de ebulição da
água;
II – O limite inferior para a escala Kelvin corresponde a -273°C;
III – 1°C equivale a 1°F.
Estão corretas:
a) I e II apenas
b) I e III apenas
c) I, II e III
d) II e III apenas
e) I apenas

EXERCÍCIO 06: Existe uma temperatura que tem o mesmo valor na escala Celsius e na escala
Fahrenheit. Qual é essa temperatura?

5.4 Dilatação Térmica

Quando um material é exposto a uma alta temperatura, as moléculas presentes nele


tendem a se agitarem, fazendo com que elas se afastem uma das outras, acarretando, desta
forma, o fenômeno de dilatação térmica. No geral, com algumas exceções, todas as formas da
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matéria (sólido, líquido e gasoso) dilatam com o aumento da temperatura e contraem com a
diminuição da mesma.
Na maior parte dos casos, principalmente nos sólidos, essa variação de tamanho por
conta do aumento da temperatura não é notado. Mas, para se ter uma ideia, todas as
construções são planejadas para suportar a dilatação térmica dos materiais. Se você já passou
por um viaduto, deve de ter notado que a pista é composta por juntas de expansão, que são
pequenas fendas formadas por um encaixe de metal. Isso é preciso, pois no verão, quando o
concreto esquenta muito, ele se dilata. Se não existissem essas fendas, o concreto, ao se
dilatar, iria causar rachaduras no viaduto.
Outro exemplo de dilatação térmica, que ocorre no nosso dia-a-dia, são os potes de
conserva com tampas de metal. Se houver dificuldade em abri-los, basta aquecer as tampas
sob água quente que ficará mais fácil abri-las, já que o metal se dilata facilmente com o
aumento da temperatura.
De uma maneira geral, os corpos, sejam eles sólidos, líquidos ou gasosos, aumentam
suas dimensões quando aumentam sua temperatura.

5.4.1. Dilatação Térmica dos Sólidos

Um aumento de temperatura faz com que aumente a vibração e o distanciamento entre


os átomos que constituem um corpo sólido. Em consequência disso, ocorre um aumento nas
suas dimensões e, dependendo da dilatação mais significativa em uma determinada dimensão
(comprimento, largura e profundidade), a dilatação dos sólidos é classificada em: linear,
superficial e volumétrica.

5.4.1.1. Dilatação Térmica dos Sólidos

A dilatação linear leva em consideração a dilatação sofrida por um corpo apenas em


uma das suas dimensões. É o que acontece, por exemplo, com um fio, em que o seu
comprimento é mais relevante do que a sua espessura.
Para calcular a dilatação linear é utilizada a Equação 02:

ΔL = L0.α.Δθ Eq. 02

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Onde:
ΔL: Variação do comprimento (m ou cm)
L0: Comprimento inicial (m ou cm)
α: Coeficiente de dilatação linear (ºC-1)
Δθ: Variação de temperatura (ºC)

5.4.1.2. Dilatação Superficial

A dilatação superficial leva em consideração a dilatação sofrida por uma determinada


superfície. É o que acontece, por exemplo, com uma chapa de metal delgada.

Para calcular a dilatação superficial é utilizada a Equação 03:

ΔA = A0.β.Δθ Eq. 03

Onde,
ΔA: Variação da área (m2 ou cm2)
A0: Área inicial (m2 ou cm2)
β: Coeficiente de dilatação superficial (ºC-1)
Δθ: Variação de temperatura (ºC)

Importa destacar que o coeficiente de dilatação superficial (β) é igual a duas vezes o
valor do coeficiente de dilatação linear (α), ou seja:

β=2.α

5.4.1.3. Dilatação Volumétrica

A dilatação volumétrica resulta do aumento no volume de um corpo, o que acontece,


por exemplo, com uma barra de ouro.

Para calcular a dilatação volumétrica é utilizada a Equação 04:

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ΔV = V0.γ.Δθ Eq. 04

Onde,
ΔV: Variação do volume (m3 ou cm3)
V0: Volume inicial (m3 ou cm3)
γ: Coeficiente de dilatação volumétrica (ºC-1)
Δθ: Variação de temperatura (ºC)

Repare que o coeficiente de dilatação volumétrico (γ) é três vezes maior que coeficiente
de dilatação linear (α), ou seja:

γ=3.α

5.4.2. Coeficientes de Dilatação Linear

A dilatação sofrida por um corpo depende do material que o compõe. Desta forma, no
cálculo da dilatação é levado em consideração a substância de que o material é feito, através
do coeficiente de dilatação linear (α).
A Tabela 02 indica os diferentes valores que podem assumir o coeficiente de dilatação linear
para algumas substâncias:

Tabela 02 – Coeficiente de Dilatação Linear

Substância Coeficiente de Dilatação Linear (ºC-1)


Porcelana 3.10-6
Vidro Comum 8.10-6
Platina 9.10-6
Aço 11.10-6
Concreto 12.10-6
Ferro 12.10-6
Ouro 15.10-6
Cobre 17.10-6
Prata 19.10-6
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Alumínio 22.10-6
Zinco 26.10-6
Chumbo 27.10-6
Fonte: O Autor

5.4.3. Dilatação Térmica dos Líquidos

Os líquidos, salvo algumas exceções, aumentam de volume quando a sua temperatura


aumenta, da mesma forma que os sólidos. Entretanto, devemos lembrar que os líquidos não
apresentam forma própria, adquirindo a forma do recipiente que os contém. Por isso, para os
líquidos, não faz sentido calcularmos, nem a dilatação linear, nem a superficial, só a
volumétrica. A Tabela 03 apresenta os coeficientes de dilatação volumétrico de algumas
substâncias.
Tabela 03 – Coeficiente de Dilatação Linear

Substância Coeficiente de Dilatação Volumétrica (ºC-1)


Água 1,3.10-4
Mercúrio 1,8.10-4
Glicerina 4,9.10-4
Álcool 11,2.10-4
Acetona 14,93.10-4
Fonte: O Autor

EXERCÍCIO 07: Um fio de aço apresenta comprimento igual a 20 m quando sua temperatura é
de 40 ºC. Qual será seu comprimento quando sua temperatura for igual a 100 ºC? Considere
do coeficiente de dilatação linear do aço igual a 11.10-6ºC-1.

EXERCÍCIO 08: Uma chapa quadrada de alumínio, possui lados iguais a 3 m quando sua
temperatura é igual a 80 ºC. Qual será a variação da sua área, se a chapa for submetida a uma
temperatura de 100 ºC? Considere o coeficiente de dilatação linear do alumínio 22.10-6ºC-1.

EXERCÍCIO 09: Um frasco de vidro de 250 ml contém 240 ml de álcool a uma temperatura de
40 ºC. A que temperatura o álcool começará a transbordar do frasco? Considere o coeficiente

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ANEXO 01 - Tabela 01 – Tipos de Termômetros e suas aplicações


Tipos de Características
Termômetros
Analógicos (mercúrio) O líquido prateado que mencionamos é o mercúrio, uma substância que expande
quando é aquecida. Assim, quando o termômetro analógico é colocado em contato
com o corpo, o líquido sobe em consequência dessa expansão. A escala de medida
encontra-se estampada e/ou impressa no corpo do termômetro. Há duas razões pelas
quais o uso dos termômetros desse tipo não mais é recomendado. A primeira delas é
o risco de quebra do dispositivo, que libera mercúrio (um metal tóxico) no ar. A
segunda é a falta de precisão desses instrumentos, principalmente daqueles com
maior tempo de uso.
Digital Equipados com sensores de temperatura, esses instrumentos mostram a temperatura
em uma pequena tela. As versões mais modernas apresentam memória interna para
guardar os últimos registros. O termômetro digital é preciso na medição e não contém
mercúrio.
Infravermelho Todo corpo emite calor, e é isso o que um termômetro infravermelho mede. O
equipamento é preciso, desde que ele seja usado de acordo com as instruções do
fabricante. Assim como os modelos digitais, também mostra o resultado em um
display.
Bimetálico O princípio desse termômetro parte da junção de duas lâminas metálicas de materiais
diferentes (ferro e latão, por exemplo). Quando elas são submetidas ao calor, dilatam-
se diferentemente, fazendo com que a lâmina se curve. Esse tipo de termômetro é
muito utilizado como termostato em ferros elétricos, controlando o aquecimento, e
também na abertura e fechamento de circuitos elétricos (disjuntores, etc.).
Radiação Como o próprio nome indica, este tipo de termômetro utiliza radiação para medir a
temperatura de objetos a grandes distâncias, sem precisar se aproximar. Em termos
práticos, ele consegue medir qualquer objeto que emita uma radiação
eletromagnética, captando os sinais de calor. É muito utilizado em satélites
meteorológicos, que fazem medições da Terra à distância.
Meteorológico Estes também estão entre os tipos populares de termômetros, e é bastante comum
vê-los nas ruas. Isso porque eles são utilizados para medir a temperatura do
ambiente, mostrando a temperatura máxima e mínima que pode registrar em um
período de tempo. Alguns modelos também podem trazer outras informações, como
umidade relativa do ar.
Fio de Platina Também conhecido como termo resistência, este tipo de termômetro mede a variação
da temperatura a partir de uma resistência elétrica, que é registrada por um circuito
eletrônico. O nome “fio de platina” se deve ao uso desse material como sensor da
resistência, ou seja, o que irá identificar a temperatura.

Fonte: O Autor

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