Você está na página 1de 12

Escola Superior de Tecnologia

Escola Superior de Ciências Empresariais

Combate a Incêndios e
MÓDULO
ORGANIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA
Organização da Protecção
Civil

Mestrado em Segurança e Higiene no Trabalho

Docente:
Prof. Nuno Nunes

Discentes:
Andreia Realista
Artur Miranda
Cláudia Santos e Lopes
João Calado

26 de Julho de 2012
Índice

1. Objectivo ...................................................................................................................... 1
2. Questões ....................................................................................................................... 2
2.1 Questão 1 ............................................................................................................... 2
2.1.1 Resolução ........................................................................................................... 2
2.2 Questão 2 ............................................................................................................... 4
2.2.1 Resolução ........................................................................................................... 4
2.3 Questão 3 ............................................................................................................... 6
2.3.1 Resolução ........................................................................................................... 6
2.4 Questão 4 ............................................................................................................... 7
2.4.1 Resolução ........................................................................................................... 7
3. Conclusão ..................................................................................................................... 9
4. Bibliografia ................................................................................................................. 10
Combate a Incêndios e Organização da Protecção Civil

1. Objectivo

A realização deste trabalho surge no âmbito da unidade curricular de Organização de


Emergência referente à matéria de Combate a Incêndios e Organização da Protecção Civil.
Este trabalho é constituído por quatro questões que serão respondidas com base nas aulas
leccionadas pelo Docente, por uma aula aberta dada pelo Sr. José Luís Bucho – Coordenador
Serviço Municipal de Proteção Civil e Bombeiros de Setúbal e alguma pesquisa.

1
Combate a Incêndios e Organização da Protecção Civil

2. Questões

2.1 Questão 1
Tendo em consideração a Marcha Geral de Operações no combate a incêndios refiram a fase
em que devem ser efetuados os salvamentos assim como os procedimentos e cuidados a ter.

2.1.1 Resolução
A marcha geral das operações de combate a incêndios é definida pelas operações de combate
a um incêndio que se desenvolvem, através das seguintes fases:
 Reconhecimento;
 Salvamentos;
 Estabelecimento dos meios de acção;
 Ataque e protecção;
 Rescaldo;
 Vigilância.
A fase do salvamento é uma fase prioritária, uma vez que existem vidas em perigo. Esta
fase, no desenrolar das operações de socorro, deve ser efectuada logo após a informação de
que existem, ou se suspeita que existam, vítimas ou pessoas em perigo.
É, portanto, um factor decisivo na determinação da táctica e dos procedimentos a usar no
teatro de operações, podendo a necessidade de efectuar salvamentos retardar as restantes
operações.
As ameaças para os ocupantes do edifício onde se desenvolve um incêndio têm de ser
correctamente avaliadas, a fim de serem dados os passos possíveis no sentido de as reduzir
ou eliminar. É esse o papel do comandante das operações de socorro.
Quando se prevê que existam salvamentos a efectuar utilizam-se duas tácticas distintas:
 Recorrendo aos próprios meios do edifício, pelo seu interior;
 Recorrendo a meios exteriores ao edifício.
Na primeira situação, utilizam-se as escadas e outras circulações do edifício para
encaminhar ou transportar as pessoas para o exterior. Este método é o método mais seguro,
devendo ser utilizado sempre que as condições do incêndio e do edifício o permitam. É de
salientar que os elevadores nunca devem ser utilizados como meio de evacuação.

2
Combate a Incêndios e Organização da Protecção Civil

A segunda situação é efectuada quando já não é possível efectuar os salvamentos pelos


meios próprios do edifício, actuando-se pelo exterior com recurso aos meios de salvamento
próprios dos bombeiros, desenvolvendo as chamadas manobras de salvados. Este método é
mais demorado e implica manobras com o envolvimento de meios como escadas de gachos,
escadas extensíveis, cintos ou outros aparelhos de salvados, mangas, escadas ou plataformas
elevatórias.
Nas operações de salvamento incluem-se ainda todas as acções a desenvolver no interior do
edifício, necessárias para localizar e salvar vítimas, sempre que se suspeitar da existência de
pessoas em perigo. Essas acções designam-se por busca e salvamento.
Na fase de busca e salvamento de vítimas no interior de edificios é essencial que esta seja
feita no mínimo por dois elementos dos bombeiros. Em edificios com varios pisos é
necessario ter especial atenção ao piso onde se encontra o incêndio, ao piso imediatamente
acima do piso do incêndio e ao piso mais elevado devido ao aumento da temperatura e as
concentrações elevadas de fumo que tornam o ar irrespirável.
Quando se efectua a busca e salvamento deve-se ter especial atenção ao fogo e gases
provenientes da combustão. Esta fase deve ter início o mais próximo possível do foco de
incêndio, as paredes devem ser utilizadas como guia para contornar os compartimentos e os
obstáculos que existirem e o contacto com as mesmas deve ser efectuado sempre com as
costas da mão e nunca com a parte de dentro da mão para que na eventalidade de existirem
objectos quentes permitir uma reacção rápida por parte do bombeiro.
A busca de vítimas num compartimento deve percorrer toda a sua área e o bombeiro deve
sair pela porta onde entrou de forma a garantir que todo o compartimento foi precorrido. De
forma a garantir que as várias equipas não revistem os mesmos locais, os já verificados
devem ser assinalados de forma bem visível, como por exemplo nas portas. Nos
compartimentos deve ter-se especial atenção atrás das portas, atrás de mobílias, debaixo da
scamas, dentro de armários e nas casas de banho.
Em último recurso a busca e salvamento de vítimas em edifícios pode ser feita através do
acesso ao edíficio pela fachada (pelas janelas), através da utilização de escadas, mangas e
cordas. Este procedimento revela um maior sucesso quando as características do edifício o
permitem, nomeadamente as suas fachadas.

3
Combate a Incêndios e Organização da Protecção Civil

2.2 Questão 2
Durante a fase de ataque e proteção, indiquem as estratégias que se podem usar no combate
a um incêndio. Refiram o critério que deve ser usado para a escolha da estratégia, indicando
as vantagens e os cuidados a ter em cada uma das estratégias referidas.

2.2.1 Resolução
A escolha da melhor estratégia de combate a incêndio é da responsabilidade do comandante
das operações de socorro, este decidirá tendo em conta as condições em que o incêndio se
encontra e aos meios disponíveis no local.
Existem duas estratégias de combate a incêndios urbanos e industriais, a estratégia ofensiva
e a estratégia defensiva.
A estratégia ofensiva consiste no ataque ao incêndio colando os meios de combate de modo
a cortar o seu desenvolvimento, circunscrevendo-o à menor área possível. Em incêndios
urbanos, a aplicação desta estratégia consiste na montagem de linhas de mangueira para
ataque no interior do edifício.
Esta estratégia é mais eficaz e deve ser utilizada sempre que as condições de segurança do
edifício e a intensidade e dimensão do incêndio o permitem.
Sempre que possível a estratégia ofensiva deve ser efectuada, ponderando os meios
disponíveis, de modo a empurrar as chamas, o fumo e os gases de combustão para o exterior
do edifício, combinando as operações de extinção com as de ventilação táctica. A estratégia
ofensiva é a mais eficaz no combate a incêndios urbanos e industriais.
Para além da ventilação táctica, as operações de combate ao incêndio pelo interior são
também apoiadas pelas operações de abastecimento de água, montagem de acessos pelo
exterior (utilizando as escadas disponíveis nos bombeiros) e abertura de acessos, recorrendo
a métodos de entrada forçada.
Se existirem pessoas no interior do edifício é obrigatório o recurso à estratégia ofensiva.
A estratégia defensiva é utilizada quando a intensidade e a dimensão do incêndio,
ponderadas em relação aos meios disponíveis, ou a falta de segurança do edifício não
permitam desenvolver as operações de ataque ao incêndio pelo seu interior, esta estratégia
desenvolve-se pelo exterior.
A estratégia defensiva consiste em fazer incidir os meios de combate a partir do exterior,
através de portas, janelas ou outros vãos abertos nas fachadas ou, ainda, através de aberturas

4
Combate a Incêndios e Organização da Protecção Civil

e partes destruídas da cobertura do edifício. Não é aplicável quando ainda existam pessoas
no interior do edifício, mesmo que sejam bombeiros, pois coloca-as em sério risco.
Recorrendo-se à estratégia defensiva é, muitas vezes, necessário proteger as exposições
exteriores. Tal deve-se ao facto de só se adoptar esta estratégia se o edifício estiver de tal
maneira afectado pelo incêndio que impossibilite o combate pelo seu interior. Ora, nessas
circunstâncias é muito provável que os edifícios vizinhos (protecções exteriores) fiquem em
risco.
Há ainda circunstâncias particulares que podem levar o comandante das operações de
socorro a optar por uma estratégia defensiva, protegendo apenas as exposições exteriores,
não combatendo o incêndio. São disso exemplos as situações de:
 Explosão iminente (BLEVE);
 Existência de produtos tóxicos ou outras matérias perigosas no interior do edifício,
que apresentem riscos demasiado elevados para os bombeiros;
 Eminência de derrocada, total ou parcial, do edifício.
No caso de instalações industriais com maior risco de incêndio, em que a carga de incêndio
é muito elevada, é mais provável surgir uma situação que imponha a estratégia defensiva.

5
Combate a Incêndios e Organização da Protecção Civil

2.3 Questão 3
Um incêndio industrial no concelho de Setúbal é combatido por elementos da Companhia de
Sapadores de Setúbal, sendo o mais graduado um Chefe Principal e elementos do Corpo de
Bombeiros Voluntários de entre os quais se encontra o seu Comandante. Digam a quem
compete comandar as operações de socorro. Refiram a vossa opinião e justifiquem.

2.3.1 Resolução
Qualquer bombeiro que seja responsável por uma operação de socorro e assistência designa-
se por comandante das operações de socorro (COS). Assumirá a função de COS, na ausência
de um elemento de comando, o bombeiro mais graduado presente no local tendo em conta
que nos municípios com CB sapadores ou municipais o COS será sempre o elemento mais
graduado dessa unidade presente no local se for a sua área de intervenção.
Neste caso, temos presentes no local como mais graduados, o chefe principal da Companhia
de Sapadores, e o Comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários.
A área de intervenção da Companhia de Bombeiros Sapadores corresponde à área do
Município de Setúbal. O concelho é composto por oito freguesias como ilustra a imagem
seguinte:

Fig.1 – Área do Município de Setúbal

Sempre que as circunstâncias o justifiquem a Companhia pode intervir fora da sua área, de
acordo com os mecanismos de colaboração ou de intervenção operacional conjuntamente
com outros tipos de corpos de Bombeiros previstos na lei.
Sendo assim, dado que estamos perante num incendio no concelho de Setúbal, compete
comandar as operações de socorro o Chefe Principal da Companhia de Sapadores.
6
Combate a Incêndios e Organização da Protecção Civil

2.4 Questão 4
Considerem o seguinte cenário: Incêndio numa unidade industrial onde se encontram
armazenadas grandes quantidades de amoníaco. Existe um número considerável de vítimas e
há o perigo da zona exterior circundante ao perímetro da instalação industrial ser afetada
com uma fuga de gases.
Considerando que a unidade industrial possui planos de emergência (interno e exterior),
refiram os vários agentes da proteção civil que deverão participar nas ações de socorro
indicando possíveis funções para cada um desses agentes.

2.4.1 Resolução
Neste caso estamos perante um acidente grave uma vez que envolve uma substância
perigosa, a unidade fabril deverá acionar de imediato os mecanismos de emergência
designadamente o Plano de Emergência Interno, comunicar de imediato a ocorrência através
dos números de emergência às forças e serviços necessários à intervenção imediata e ao
serviço municipal de protecção civil. Posteriormente, a comissão municipal de protecção
civil, face à activação do Plano de Emergência Interno, activará o Plano de Emergência
Externo se a unidade industrial não conseguir controlar o incêndio bem como os efeitos do
mesmo e este se começar a expandir para o exterior pondo em risco também as
populações/industrias vizinhas.
São agentes de proteção civil, de acordo com as suas atribuições próprias: os corpos de
bombeiros, as forças de segurança (Guarda Nacional Republicana – GNR e Polícia de
Segurança Pública – PSP), as forças armadas, as autoridades marítima e aeronáutica, o
Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e demais serviços de saúde e os sapadores
florestais.
A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) exerce, em cooperação com os demais agentes e em
harmonia com o seu estatuto próprio, funções de proteção civil nos domínios da intervenção,
apoio, socorro e assistência sanitária e social.
Os agentes de protecção civil prestam socorro e assistência às pessoas em perigo e procuram
limitar os danos, neste caso deverão estar presentes nas acções de socorro: os corpos de
bombeiros, as forças de segurança (Guarda Nacional Republicana – GNR ou Polícia de
Segurança Pública – PSP consoante o local onde se encontra a unidade industrial onde está a
ocorrer o incêndio) e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

7
Combate a Incêndios e Organização da Protecção Civil

Os corpos de bombeiros deverão, para além de combater o incendio, prestar socorro às


populações e transporte de acidentados.
A GNR ou PSP deverá auxiliar e proteger os cidadãos e defender e preservar os bens que se
encontrem em situações de perigo, devido ao incêndio. Perante este acidente deverá
controlar o tráfego e acessos e coordenar as acções de movimentação de populações se for
necessário.
O INEM deverá assegurar o funcionamento de um sistema integrado de emergência médica,
de forma a garantir às vítimas a pronta e correcta prestação de cuidados de saúde.

8
Combate a Incêndios e Organização da Protecção Civil

3. Conclusão
O combate a um incêndio não é uma tarefa fácil como podemos pensar. É muito importante
que a actuação seja imediata e eficaz de forma a reduzir os danos e garantir um melhor
controlo e domínio da situação.
A marcha geral das operações de combate a incêndios é definida pelas operações de combate
a um incêndio que se desenvolvem, através das seguintes fases: reconhecimento,
salvamento, estabelecimento dos meios de acção, ataque e protecção, rescaldo e vigilância,
sendo que a fase do salvamento é a fase prioritária. Uma vez que existem vidas em perigo,
esta fase deve ser efectuada logo após a informação de que existem, ou se suspeita que
existam, vítimas ou pessoas em perigo.
A escolha da melhor estratégia de combate a incêndio é da responsabilidade do comandante
das operações de socorro, este decidirá face às condições em que o incêndio se encontre e
aos meios disponíveis no local. No entanto, existem duas estratégias de combate a incêndios
urbanos e industriais, a estratégia ofensiva e a estratégia defensiva.
A estratégia ofensiva consiste no ataque ao incêndio colando os meios de combate de modo
a cortar o seu desenvolvimento, circunscrevendo-o à menor área possível. A estratégia
defensiva é utilizada quando a intensidade e a dimensão do incêndio, ponderadas em relação
aos meios disponíveis, ou a falta de segurança do edifício não permitam desenvolver as
operações de ataque ao incêndio pelo seu interior, esta estratégia desenvolve-se pelo
exterior.
Qualquer bombeiro que seja responsável por uma operação de socorro e assistência designa-
se por comandante das operações de socorro (COS). Assumirá a função de COS, na ausência
de um elemento de comando, o bombeiro mais graduado presente no local tendo em conta
que nos municípios com CB sapadores ou municipais o COS será sempre o elemento mais
graduado dessa unidade presente no local se for a sua área de intervenção.
A Protecção Civil é uma actividade desenvolvida não só pelo estado mas também pelos
cidadãos. Tem a finalidade de prevenir riscos colectivos resultantes de acidentes graves,
catástrofes ou calamidades sejam de origem natural ou tecnológica, bem como de limitar os
seus efeitos, socorrer e assistir as pessoas em perigo, caso essas situações ocorram.
É muito importante haver uma boa organização da protecção civil no sentido de minimizar
os efeitos adversos de um acidente grave ou catástrofe, promover maior eficácia e rapidez na
intervenção, minimizar perdas de vida e bens, restabelecer o mais rápido possível as
condições mínimas de normalidade.

9
Combate a Incêndios e Organização da Protecção Civil

4. Bibliografia

Apontamentos fornecidos pelo Docente Nuno Nunes, Entidades e Organismos Responsáveis


pela Protecção pela Protecção Civil, Junho de 2011

Apontamentos fornecidos pelo Docente Nuno Nunes, Combate a Incêndios Urbanos ou


Industriais, Junho de 2011

Aula Aberta dada pelo Sr. José Luís Bucho – Coordenador Serviço Municipal de Proteção
Civil e Bombeiros de Setúbal, 2012

http://www.proteccaocivil.pt/AutoridadeNacional/Pages/Apresentacao.aspx (consultado em
18/07/2012)

http://www.sapadoressetubal.com/index.php/entrada/cbssetubal/areaintervencao (consultado
em 18/07/2012)

10

Você também pode gostar