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Caracterização dos Filmes Desenvolvidos

Foram desenvolvidos filmes de materiais híbridos orgânico-inorgânicos, em


diferentes composições, a partir dos materiais precursores polietileno graftizado com
anidrido maleico e ionizado com hidróxido de alumínio (PE-g-MA-Al) e fosfato de
alumínio amorfo, impregnado com alumínio e/ou ferro (AlPO4-Al, AlPO4-Fe e AlPO4-
Fe,Al), para serem utilizados como membranas na recuperação de efluentes de
galvanoplastia. Na aplicação dos filmes desses materiais híbridos (PE-g-MA-Al/AlPO4-
Al e/ou Fe) foram utilizados 03 tipos de efluentes de processo de galvanoplastia,
diferentes na composição, na concentração de metais e no pH.
Esses filmes desenvolvidos primeiramente foram caracterizados por difração de
raio X (XRD), espectroscopia na região do infravermelho (FTIR), termogravimetria
(TGA) e análise textural (ASAP).

- Difração de raios X (DRX) dos materiais precursores (PE-g-MA-Al e AlPO4-Al


e/ou Fe).

A Figura 1 apresenta o difratograma de raio X dos filmes de PE-g-MA-Al(1)


utilizados na recuperação dos dois primeiros efluentes (1º e 2º efluentes).

3000
PE-g-MA-Al
2500
21,5º (110)
Intensidade (cps)

2000
1500
24º (200)
1000
500
0
0 10 20 30 40 50

Figura 1 – Difratograma de raio X dos filmes de PE-g-MA-Al(1).

Esse difratograma mostra os picos mais característicos da estrutura cristalina do


polietileno, com seus respectivos valores do ângulo (2θ ). Normalmente, o polietileno
apresenta uma estrutura cristalina tipicamente ortorrômbica (planos 110 e 200)
(MUNARO, 2007; MATHIAS, 2010), com picos de intensidades elevadas, de acordo
com seu grau de cristalinidade. Porém, nesse difratograma os picos de difração do
polietileno modificado e ionizado apresentaram-se com menor intensidade. Essa
diferença pode ser atribuída a modificação química sofrida pelas cadeias do polímero
cristalino (graftização e ionização), mas também devido ao processo de formação do
filme (temperatura e tempo), à partir da mistura dos materiais em suspensão,
acarretando na desorganização das cadeias poliméricas e consequentemente diminuindo
os picos de difração do polietileno.
A Figura 2 apresenta os difratogramas de raio X dos materiais inorgânicos
AlPO4, AlPO4-Al e AlPO4-Fe, utilizados como precursores na obtenção dos filmes dos
materiais híbridos utilizados na recuperação dos dois primeiros efluentes (1º e 2º
efluentes).

3000

2500
Intensidade (cps)

AlPO4
2000 AlPO4-Al
1500 AlPO4-Fe

1000

500

0
0 10 20 30 40 50 60
º 2θ

Figura 2 – Difratogramas de raio X das amostras de AlPO4, AlPO4-Al e AlPO4-Fe.

Os resultados da análise de difração de raios-x (XRD) para as amostras de


fosfato de alumínio com e sem impregnação com alumínio e/ou ferro (Figura 2),
revelaram que os sólidos sintetizados apresentam baixa cristalinidade, com os
difratogramas apresentando um único pico de raio X bastante alargado, centralizado em
aproximadamente 23º (2θ ), característica do AlPO4 amorfo, conforme descrito na
literatura (ALMEIDA Jr. et al., 2001; KUMAR et al., 2006; BAUTISTA et al., 2003).
Pode-se observar, entretanto, que esse halo amorfo diminuiu ainda mais com a adição
do FeCl3 ao AlPO4, indicando que o ferro impregnado à superfície do fosfato sólido
interferiu na estrutura morfológica do mesmo, modificando a leitura da difração. Fato
evidenciado também com a aparição de dois picos entre 30º e 40º (2θ ) referentes aos
picos de óxido de ferro (OLIVEIRA, RANGEL, 2003).
Novas amostras foram obtidas para formação de filmes utilizados em uma
terceira filtração de efluentes do processo de galvanoplastia. A Figura 3 apresenta o
difratograma de raio X dos filmes de PE-g-MA-Al(2), com os valores dos ângulos dos
picos mais característicos da estrutura cristalina do polietileno.

3000 21,8º (110)

2500 PE-g-MA-Al
Intensidade (cps)

2000
1500 17,5º (010)
14,7º (010)
1000 24,3º (200)

500
0
4 14 24 34 44

Figura 3 – Difratograma de raio X dos filmes de PE-g-MA-Al(2).

Além da estrutura cristalina tipicamente ortorrômbica (planos 110 e 200), o


polietileno pode apresentar também a estrutura cristalina metaestável monoclínica
(plano 010) (MUNARO, 2007; MATHIAS, 2010), como mostrado na Figura 3.
A presença da estrutura metaestável monoclínica (14,7º e 17,5º) pode ser
atribuída a formação de diferentes cristais durante o processo de obtenção do filme do
material, à partir de uma suspensão, utilizando o método de evaporação. O tempo dado
à formação do filme pode ter propiciado a formação de diferentes estruturas cristalinas.

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