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Gestão de Estoques
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Gestão de Estoques
• Estoques;
• Previsão de Demanda e Gestão de Estoques;
• Controle de Estoques.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Apresentar as características da Gestão de Estoques e os métodos e
ferramentas quantitativas para controle de estoques.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Gestão de Estoques
Contextualização
Os estoques são acúmulos de materiais, necessários a quase todos os tipos de
indústrias; porém, investir em compras de materiais é um investimento em bens,
sem retorno imediato para a Empresa.
Vamos à leitura?
Bons estudos!
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Estoques
Manter um estoque significa guardar itens para atender de forma mais rápida os
clientes, sejam eles internos ou externos, atuando como um regulador de fluxo entre
o suprimento e a demanda (FERNANDES; GODINHO FILHO, 2010; MARTINS;
ALT, 2009).
Um estoque estratégico deve ser feito quando existe algum risco de desabas-
tecimento de um item considerado essencial para a operação da Empresa ou para
seu faturamento, assumindo um papel de reserva contingencial para diminuir os
impactos da falta de oferta.
Em outras palavras, podemos definir que o estoque de uma Empresa deve ser
grande o suficiente para atender às suas necessidades e deve custar o mínimo
possível aos cofres dessa Organização.
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UNIDADE Gestão de Estoques
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Antes de definir a demanda de matérias-primas, é necessário estabelecer a de-
manda para os produtos acabados. Existem grupos classificatórios para as técnicas
de previsão de consumo. Tais técnicas são definidas por Dias (2009) como:
• Projeção: considera que o cenário atual irá repetir o passado, seja em número
de vendas, seja em evolução desse número dentro do horizonte de planeja-
mento atual, ou os dois. São usadas técnicas exclusivamente quantitativas;
• Explicação: busca explicar as vendas do passado usando leis que as relacionam
com outras variáveis de evolução previsível ou conhecida;
• Predileção: funcionários experientes e conhecedores de fatores influentes
nas vendas e no mercado estabelecem o nível de evolução das vendas futuras.
Previsão de demanda
Conforme descrito, as demandas de itens para estoque estão ligadas às demandas
de produção de itens finais. Logo, então, deve-se realizar um processo de projeção
de demanda. A previsão de demanda é importante para o planejamento de ações
antecipadas (TUBINO, 2017).
Uma previsão de demanda estruturada possui cinco passos, que estão detalhados
na Figura 1.
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UNIDADE Gestão de Estoques
C1 + C2 + C3 + Cn
P=
n
Onde:
P = Previsão de consumo
P=
( C1 ∗ PS1) + ( C2 ∗ PS2 ) + ( Cn ∗ PSn)
PS1 + PS2 + n
Onde:
P = Previsão de consumo
Controle de Estoques
O controle de estoques define-se como um fluxo de informações que permite
a comparação entre os resultados reais e os planejados para a atividade de Gestão
(FRANCISCHINI; GURGEL, 2015).
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Recomenda-se que essas atividades de controle sejam feitas de maneira formal
e documentada.
Para que o controle seja implantado, é essencial que sejam determinados, pri-
meiramente, os índices que serão monitorados.
Deve existir previamente uma expectativa para o resultado desses índices es-
colhidos e o fluxo de informações na Empresa deve ser claro (FRANCISCHINI;
GURGEL, 2015).
Níveis de Suprimentos
Os níveis de suprimentos, também chamados de nível de serviço ou ainda
nível de atendimento, é um indicador para medir o quão eficaz foi o estoque para
atender as solicitações dos usuários (MARTINS; ALT, 2009).
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UNIDADE Gestão de Estoques
Controle de Estoques
A Gestão de Estoques é composta pelo conjunto de ações necessárias para o
administrador verificar se os estoques estão sendo bem utilizados, bem localizados
perante o seu local de utilização e devidamente controlados. (MARTINS; ALT, 2009)
COMPRAS PRODUÇÃO
ADMINISTRAÇÃO
DOS ESTOQUES
FINANCEIRO VENDAS
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Esses departamentos podem ter relação conflituosa entre disponibilidade de
estoques e capital disponível para esta atividade, conforme Dias (2010).
Níveis de estoque
O estoque mínimo, também conhecido como estoque de segurança, é a quan-
tidade determinada para a cobertura de atrasos eventuais no suprimento, variações
de demanda, visando a garantir o funcionamento pleno do Sistema Produtivo, sem
o risco de faltas (PALOESCHI, 2014; DIAS, 2009; FERNANDES; GODINHO
FILHO, 2010).
De acordo com Dias (2009), o estoque mínimo pode ser determinado por
meio de uma fixação de uma determinada projeção mínima (projeção estimada
de consumo) ou por cálculos com base estatística. Em Dias (2009) e Martins e Alt
(2010) podem ser encontrados diversos métodos diferentes para chegar a um valor
de estoque mínimo.
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UNIDADE Gestão de Estoques
Quantidade
140
120
100
Reposição
Co
Co
n
n
80
su
su
mo
mo
60
40
20
Tempo
J F M A M J J A S O N D (T)
Quantidade
140
120
100
80
60
40
20
0
Tempo
-20
J F M A M J J A S O N D (T)
-40
-60
-80
J J A S
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O ponto de ruptura é sinalizado quando existe necessidade de um item e ele se
encontra zerado. O estoque deixa de atender as necessidades, como no exemplo
da Figura 3, em que existiu a necessidade de 80 unidades e elas não estavam
disponíveis.
Qmax
d
Quantidade
Q
PP
Qmin
t Tempo
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UNIDADE Gestão de Estoques
Chegada de Q1
Chegada de Q2
Pedido de Q1
Pedido de Q2
250 T T T
Alvo
200
Nível de Estoque
Q2
150 Q1
Q2
Q1
100
50
L L
0
0 15 18 30 33 45 Dias
Curva ABC
A curva ABC, chamada também de Classificação ABC ou Regra de Pareto,
é um Sistema de Classificação de itens presentes em um estoque de acordo com a
sua importância estratégica para a Empresa, categorizando cada item dentro de três
recortes: o de alta importância (Classe A), o de média importância (Classe B) e o
de baixa importância (Classe C) (FERNANDES; GODINHO FILHO, 2010).
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Essa classificação é feita por meio de critérios de desempenho. Fernandes e
Godinho Filho (2010) apontam que tais critérios são: volume de vendas, faturamento,
lucro e participação de Mercado, referentes a um dado período.
Slack et al. (2016) apontam que, geralmente, 80% das vendas de uma operação
correspondem por 20% de todos os itens estocados. Os mesmos autores descrevem
as classificações da curva ABC como:
• Itens Classe A: representam 20% de itens de alto valor, que representam
80% do valor total do estoque;
• Itens Classe B: itens de valor médio, geralmente, são 30% dos itens que
representam 10% do valor total dos itens estocados;
• Itens Classe C: itens de baixo valor, compostos pela quantidade de 50% dos
itens, que representam apenas 10% do valor dos estoques.
Gurgel e Francischini (2015) sugerem alguns passos para realizar uma análise
utilizando a Curva ABC. Primeiramente, deve ser feita uma análise do cenário
dos estoques, coletando dados referentes a custos unitários e quantidades para o
cálculo dos custos totais. Depois de obtidas essas informações, deve ser gerada
uma Tabela para ordenar os dados de forma crescente.
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UNIDADE Gestão de Estoques
%
100
95,7
90
80,1
80
70
60
50
40
30
20 A B C
10
0
F J A E D K L H C B G I Itens
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Após a curva montada, deve ser feita a análise dos resultados. No modelo
apresentado, vemos que os itens F e J representam 80,1% dos valores totais dos
estoques e 16,7% do número de itens; logo, eles podem ser classificados como
itens classe A.
Já, se for feita uma redução de custos de 50% nos itens classe C (sete itens),
teremos 50% * 4,3% = 2,2%, ou seja, ao se trabalhar na redução de dois itens,
os resultados serão mais significativos do que se trabalhar na redução de custos de
sete outros itens.
Giro de Estoque
O giro de estoque mede quantas vezes o estoque se renovou num determi-
nado período de tempo, sendo uma relação entre o consumo anual e o estoque
médio do produto (DIAS, 2010; ALT; MARTINS, 2010).
Consumo médio
Giro =
Estoque médio
Esse indicador pode ser usado como benchmarking entre as Empresas, lembran-
do de que o giro pode ser calculado de forma segmentada (matérias-primas, com-
ponentes comprados, produtos acabados) ou de forma global (incluindo insumos,
estoques em processo) (DIAS, 2010; FERNANDES; GODINHO FILHO, 2010).
Cobertura
A cobertura ou antigiro é um indicador que tem por objetivo mostrar a quan-
to tempo de consumo equivale o estoque real ou o estoque médio, sendo que o
período pode ser determinado em dias, meses, anos etc. (DIAS, 2010).
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UNIDADE Gestão de Estoques
Estoque médio
Cobertura =
Consumo
3000
Cobertura = = 1,5 mês
2000
Custos de estoque
Qualquer espécie de armazenamento de materiais gera determinados custos
que são: juros, depreciação, aluguel, equipamentos de movimentação, seguros,
obsolescência, salários e seguros entre outros (DIAS, 2010).
Todos esses custos podem ser agregados em quatro tipos, conforme Francischini
e Gurgel (2015): custos de aquisição, custos de armazenagem, custo de pedido
e custo de falta.
O EM pode ser calculado pela divisão dos itens presentes no estoque pelo tempo.
PU * Q
PMU =
Q
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Quadro 1 – Fatores para cálculo do CAm
Fatores Descrição Cálculos
Juros médios recebidos em aplicações Juros no tempo T
Juros financeiras ou rentabilidade mínima J=
exigida pela empresa Valor Médio no Estoque no tempo T
Geralmente, são calculados para períodos anuais. Sua fórmula é calculada pela
equação a seguir, onde temos que C é o Custo do pedido; D é a taxa de Demanda,
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UNIDADE Gestão de Estoques
que é dada pela divisão entre a quantidade em estoque e o período de tempo pelo
qual se deseja elaborar o lote:
2C ∗ D
LEC =
CAm
Quantidade
em estoque
Formação Consumo
de estoque de estoque
(p – d) (d)
Qmáx
Tempo
Tp Tc
Após alcançar Qmax, não se produz mais p e passa a existir apenas atividades de
consumo durante um tempo (Tc) até o início do próximo ciclo de produção.
2Cf ∗ D
LEP =
d
CAm 1 −
p
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São necessários alguns cuidados antes do cálculo do LEP. Aqui, D continua se
referindo à demanda total durante o período de tempo, e d refere-se à demanda
durante o período Tc (ou seja, a demanda durante o período de consumo), podendo
as demandas ter períodos de consumo diferentes. Já os períodos de formação de
estoque (Tp) e de consumo do estoque máximo (Tc) devem ter a mesma unidade
de tempo. No exemplo a seguir, contido em Franscischini e Gurgel (2015), será
explicado como chegar ao valor LEP.
Exemplo
Resolução
Temos uma Demanda anual (D) e uma velocidade de produção de 200 produtos/
semana. Isso indica que temos um período de consumo em semanas; logo, a
demanda de período (d) deve ser traduzida em semanas (fazemos isso dividindo a
demanda anual por 52, que é o número de semanas que há no ano). Agora, basta
a aplicação da fórmula para se chegar ao valor do LEP:
2 ∗ 230, 00 ∗ 2600
LEP = = 364, 5 ≅ 365 unidades
2600
52
12, 00 1 −
200
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UNIDADE Gestão de Estoques
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Análise da Gestão de Estoques por interveniência do Gráfico Dente de Serra em uma Empresa de batata frita
GONÇALVES, Wellington et al. Análise da Gestão de Estoques por interveniência
do Gráfico Dente de Serra em uma Empresa de batata frita. Brazilian Journal of
Production Engineering, v. 1, n. 1, 2015.
How consumer demand affects order quantity in practice: an empirical study on inventory management decisions
in fashion retailing
CHAN, Hau-Ling;CHOI, Tsan-Ming; HO, Yee-Man. How consumer demand affects
order quantity in practice: an empirical study on inventory management decisions in
fashion retailing, International Journal of Inventory Research, v. 3, n. 2, 2016.
Leitura
Gestão de Estoques a partir da lista de materiais (bill of materials): o caso de um hospital universitário
OLIVEIRA, Caetano Oliveira de. Gestão de Estoques a partir da lista de materiais (bill
of materials): o caso de um hospital universitário. (Trabalho de Conclusão de Curso em
Engenharia de Produção) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Escola de
Engenharia. Rio Grande do Sul: UFRGS, 2017.
https://goo.gl/nZDqfy
A importância de práticas adequadas de Gestão de Estoques de materiais críticos para a produção: um estudo de
caso em uma Siderúrgica
VASCONCELOS, Indira Winnie. A importância de práticas adequadas de Gestão de
Estoques de materiais críticos para a produção: um estudo de caso em uma Siderúrgica.
2016. 88 f. (Monografia – Graduação em Engenharia de Produção) – Instituto de Ciências
Exatas e Aplicadas, Universidade Federal de Ouro Preto, João Monlevade. 2016.
https://goo.gl/pXjxp1
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Referências
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística.
4.ed. São Paulo: Atlas, 2009.
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