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DIREITO AMBIENTAL

Profª Ms Regina Maria Bueno Bacellar


MEIO AMBIENTE

• Evolução:
1. Antropocentrismo puro: domínio e propriedade
do homem, infinito e ilimitado, natureza, todas as
formas de vida menos o homem. Proteção
facultativa
2. Antropocentrismo alargado: vincula os 4
aspectos, inclusão da vida humana.
Obrigatoriedade de proteção
3. Ecocentrismo / biocentrismo: respeito à todas as
formas de vida.
MEIO AMBIENTE

Conjunto de condições, leis, influências e interações


de ordem física, química e biológica, que permite,
abriga e rege a vida em todas as suas formas. (Lei
6938/81)
• Uno e indivisível
• Quatro aspectos complementares entre si:
1. Natural
2. Artificial
3. Cultural
4. Trabalho
A IMPORTÂNCIA DO DIREITO
• Desde os tempos mais primitivos, a convivência em grupo
sempre demandou um ordenamento jurídico mínimo, que
disciplinasse as condutas e que possibilitasse uma vida
social em que não predominasse a guerra de todos contra
todos (Gonzalez, 2000).
• O Direito surge, portanto, como acordo entre os humanos
para possibilitar a vida em uma sociedade de paz.

A IMPORTÂNCIA DO DIREITO
• No Brasil, um dos acordos pré-estabelecidos determina
que a alegação de desconhecimento da Lei não será aceita
como justificativa para não cumpri-la.

• Decreto-Lei Nº 4.657, 04/09/1942 – Lei de Introdução às


normas do Direito Brasileiro

• Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que


não a conhece.

• Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de


acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais
de direito.
A IMPORTÂNCIA DO DIREITO
• O Direito Ambiental Brasileiro, apresenta como finalidade
principal a defesa do meio ambiente como bem de interesse
difuso e coletivo.

• Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 225:


“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações”.
A IMPORTÂNCIA DO DIREITO
• Bens públicos: integram o patrimônio da administração
direta e indireta.
Exemplos: ruas, praças, mares, rios estradas, parques,
edifícios, públicos, museus, bibliotecas, etc.
• Bens privados: bens pertencentes a uma pessoa, um
particular (pessoa física ou jurídica).
• Bem de interesse coletivo: que interessa a um grupo
determinado de pessoas.
• Bem de interesse difuso: caracterizado pela titularidade
indeterminada; indivisibilidade; transindividualidade.
• EXEMPLOS: bens ambientais (fauna, flora, etc).
(Definições conforme Art. 81 do CDC).
A IMPORTÂNCIA DO DIREITO

• A Legislação Ambiental brasileira é considerada


uma das mais avançadas do mundo, destacando-se
os Princípios Gerais do Direito Ambiental que
perpassam a Doutrina, as Decisões Judiciais e as
Normas Ambientais no Brasil.
Princípios Gerais do Direito Ambiental

• 1. Direito ao Meio Ambiente Equilibrado;


• 2. Direito à Sadia Qualidade de Vida;
• 3. Acesso Equitativo aos Recursos Naturais.

A saúde dos seres humanos não está ligada apenas a


inexistência de doenças, mas ao acesso a água, solo, ar, flora,
fauna, paisagem, equilíbrio climático, etc.
O direito ambiental tem a tarefa de estabelecer normas que
garantam a razoabilidade da utilização dos recursos naturais de
forma a evitar o esgotamento desses bens para as presentes e
futuras gerações.
Fonte: Machado, P. A. L. Direito Ambiental Brasileiro, 2011.
Princípios Gerais do Direito Ambiental

• 4. Princípio Usuário Pagador;


• 5. Princípio do Poluidor Pagador.
Exemplos: Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída
pela Lei 9.433 de 8 de janeiro de 1997, cria o Sistema Nacional
de Gerenciamento de Recursos Hídricos e disciplina o
instrumento de Cobrança pelo Uso da Água.
A Política Nacional dos Resíduos Sólidos, instituída pela Lei
12.305 de 02 de agosto de 2010, estabelece a Logística
Reversa prevendo a coleta e a restituição dos resíduos sólidos
ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou
em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final
ambientalmente adequada.
Princípios Gerais do Direito Ambiental
• 6. Princípio da Precaução: Diante da ameaça de danos
sérios ou irreversíveis, mesmo na ausência de absoluta
certeza científica, medidas eficazes devem ser tomadas
para prevenir a degradação ambiental” .
Este princípio não tem por finalidade imobilizar as ações
humanas. A precaução visa gerir a espera da informação.

• 7. Princípio da Prevenção: É dever jurídico evitar a


consumação de danos (conhecidos ou esperados) ao Meio
Ambiente. Prevenir significa agir antecipadamente.
Fonte: Machado, P. A. L. Direito Ambiental Brasileiro, 2011.
Princípios Gerais do Direito Ambiental

• 8. Princípio da Tríplice Responsabilização:


Visa atribuir maior proteção possível ao meio ambiente e
mais ampla punição aos degradadores, de maneira a impedir
a reincidência e estimular a correção de práticas e costumes
contrários ao equilíbrio ambiental (Fabrício, G. 2008, p. 13).

A Constituição Federal de 1988, destacou: “As condutas


consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar
os danos causados” (art. 225, § 3º).
Fonte: Fabrício, G. Direito Ambiental Positivo (...), 2008.
Princípios Gerais do Direito Ambiental

• 9. Princípio da Reparação:
Trata de responsabilidade e indenização por efeitos adversos
advindos dos danos ambientais.
O Brasil adotou na Lei 6.938/81 – Política Nacional do Meio
Ambiente, a responsabilidade objetiva ambiental.
Diz o § 1° do Art. 14 da PNMA – “Sem obstar a aplicação das
penalidades previstas neste artigo (multa; perda ou restrição de
incentivos e benefícios fiscais; perda ou suspensão de participação
em linhas de financiamento; ou suspensão de sua atividade), é o
poluidor obrigado, independentemente de existência de culpa, a
indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a
terceiros, efetuados por sua atividade”.
Princípios Gerais do Direito Ambiental

• 10. Princípio da Função Social da Propriedade:


“Concebida como direito fundamental pela Constituição Brasileira, a
propriedade não é, contudo, um direito que se possa erigir na
suprema condição de ilimitado e inatingível. Daí o acerto do
legislador em proclamar, de maneira veemente, que o uso da
propriedade será condicionado ao bem-estar social”
O Código Civil brasileiro contemplou a função ambiental como
elemento marcante do direito de propriedade: “(...) deve ser
exercitado em consonância com as suas finalidades econômicas e
sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o
estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o
equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como
evitada a poluição das águas” (§1º do art. 1.228 CC).
Princípios Gerais do Direito Ambiental

• 11. Princípio da Informação:


Diz o Princípio 10 da Rio/92, afirma que: “(...) cada indivíduo deve ter
acesso adequado a informações relativas ao meio ambiente (...)”.
O art. 5º, XXXIII da CF/88 diz: “todos têm direito a receber dos órgãos
públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo
ou geral (...)”.

Lúcia Valle Figueiredo (in Machado, 2006, p. 57) acrescenta: “Decisões


secretas, editais ocultos, mesmo a publicidade restrita ao mínimo exigido
por lei (e conhecida de pouquíssimos), não atendem, de forma alguma,
aos princípios constitucionais e, sobretudo, à transparência da
Administração”.

Fonte: Machado, P. A. L. Direito à Informação e Meio Ambiente, 2006.


Princípios Gerais do Direito Ambiental

Dia 18/11/2011 foi sancionada a Lei nº 12.527, que


regulamenta o direito constitucional de acesso dos cidadãos às
informações públicas.

• Site do Governo:
http://www.cgu.gov.br/acessoainformacoes/
“Por tornar possível uma maior participação
popular e o controle social das ações
governamentais, o acesso da sociedade às
informações públicas permite que ocorra uma
melhoria na gestão pública.”
Princípios Gerais do Direito Ambiental

• 12. Princípio da Participação:


Art. 10 da Declaração do Rio de Janeiro/92: “O melhor modo de tratar
as questões do meio ambiente é assegurando a participação de
todos os cidadãos interessados, no nível pertinente”. No nível
nacional, cada pessoa deve ter a “possibilidade de participar no
processo de tomada de decisões”.

“O Direito Ambiental faz os cidadãos saírem de um estatuto passivo


de beneficiários, fazendo-os partilhar da responsabilidade na gestão
dos interesses da coletividade inteira”
(Alexandre- Charles Kiss, in Machado, 2004, p. 81).
Fonte: Machado, P. A. L. Direito Ambiental Brasileiro, 2011.
"Atores somos todos nós, e cidadão não é aquele
que vive em sociedade: é aquele que a transforma!“
Augusto Boal
Hierarquia das Normas

• Constituição Federal;
• Leis Complementares;
• Leis Ordinárias; Medidas Provisórias;
• Decretos;
• Resoluções; Portarias; Instruções
Normativas.
Hierarquia das Normas
• Tramitação das Leis Federais

Art. 61 da Constituição Federal de 1988, determina


que um Projeto de Lei pode ser apresentado por
qualquer membro ou Comissão da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal ou do Congresso
Nacional, Presidente da República, Supremo Tribunal
Federal, Tribunais Superiores, Procurador-Geral da
República e cidadãos, na forma e nos casos previstos
nesta Constituição.
Hierarquia das Normas

• Tramitação das Leis Federais


No caso de Iniciativa Popular, é necessário coletar
assinaturas de no mínimo 1% da população eleitoral
nacional.
Como temos cerca de 135,8 milhões de eleitores no
Brasil (TSE/jun./2010), são necessárias 1,36 milhões de
assinaturas para um projeto de iniciativa popular.
Competências

• Competência privativa para legislar: é aquela que estabelece


qual ente da federação pode elaborar leis acerca de
determinado assunto.
Ex.: Art. 22 (CF/88): “Compete privativamente à União legislar
sobre:
(...) IV – águas, energia, informática,
telecomunicações e radiodifusão; (...)
Parágrafo único: Lei complementar poderá autorizar os
Estados a legislar sobre questões específicas das matérias
relacionadas neste artigo.”
Competências

• Competência comum: é aquela que se estende a todos os entes


federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
A competência comum que trata o Art. 23 da CF, não se refere
apenas a legislar. Trata-se de competência material que implica
ações de todos os entes.
“Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios:
(...) III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor
histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais
notáveis e os sítios arqueológicos; (...)
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer
de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; (...)
Competências
• Competência concorrente para legislar: atribui a um ente
estabelecer normas gerais (União), e aos outros, a possibilidade
de legislar atendendo às peculiaridades locais.

Art. 24 (CF/88): “Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal


legislar concorrentemente sobre:
(...) V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do
solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da
poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e
paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a
bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico; (...)”
Competências

§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da


União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas
gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados
exercerão a competência legislativa plena, para atender a
suas peculiaridades.
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais
suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Competências

• Competência suplementar: permite ao Município


ampliar, enriquecer, aperfeiçoar ou ser mais restritivo em
matéria ambiental, que os Estados ou a União.

Art. 30 (CF/88): “Compete aos Municípios:


I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que
couber; (...)”.
Constituição Federal de 1988

• Capítulo do Meio Ambiente


Constituição Federal de 1988
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.
Constituição Federal de 1988
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito,
incumbe ao poder público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos
essenciais e prover o manejo ecológico das espécies
e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do
patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades
dedicadas à pesquisa e manipulação de material
genético;
Constituição Federal de 1988

III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços


territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente
através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;

IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade


potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;
Constituição Federal de 1988

V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de


técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a
vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;

VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de


ensino e a conscientização pública para a preservação do meio
ambiente;

VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as


práticas que coloquem em risco sua função ecológica,
provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a
crueldade.
Política Nacional do Meio Ambiente
LEI N°6.938, de 31 de agosto de 1981
(...) DOS OBJETIVOS DA POLíTICA NACIONAL DO
MEIO AMBIENTE
Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social
com a preservação da qualidade do meio ambiente e do
equilíbrio ecológico;
Política Nacional do Meio Ambiente
LEI N°6.938, de 31 de agosto de 1981

II - à definição de áreas prioritárias de ação


governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio
ecológico, atendendo aos interesses da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios;
Política Nacional do Meio Ambiente
LEI N°6.938, de 31 de agosto de 1981
III – ao estabelecimento de critérios e padrões de
qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e
manejo de recursos ambientais;
Política Nacional do Meio Ambiente
LEI N°6.938, de 31 de agosto de 1981
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de
tecnologias nacionais orientadas para o uso racional
de recursos ambientais;
Política Nacional do Meio Ambiente
LEI N°6.938, de 31 de agosto de 1981
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à
divulgação de dados e informações ambientais e à formação
de uma consciência pública sobre a necessidade de
preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
Política Nacional do Meio Ambiente
LEI N°6.938, de 31 de agosto de 1981
VI - à preservação e restauração dos recursos
ambientais com vistas à sua utilização racional e
disponibilidade permanente, concorrendo para a
manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida;
Política Nacional do Meio Ambiente
LEI N°6.938, de 31 de agosto de 1981
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de
recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da
contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins
econômicos.
Política Nacional do Meio Ambiente
LEI N°6.938, de 31 de agosto de 1981
Artigo 6°- Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as
fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela
proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o
Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim
estruturado:

I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de


assessorar o Presidente da República na formulação da política
nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e
os recursos ambientais;
Política Nacional do Meio Ambiente
LEI N°6.938, de 31 de agosto de 1981
II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a
finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho
de Governo, diretrizes de políticas governamentais para
o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no
âmbito de sua competência,sobre normas e padrões
compatíveis com o meio ambiente ecologicamente
equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida;
(Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990)
Política Nacional do Meio Ambiente
LEI N°6.938, de 31 de agosto de 1981
III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência
da República (hoje MMA), com a finalidade de planejar,
coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a
política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o
meio ambiente;

IV - órgão executor: o IBAMA, com a finalidade de executar e


fazer executar, como órgão federal, a política e diretrizes
governamentais fixadas para o meio ambiente; (Redação dada
pela Lei nº 8.028, de 1990)
Política Nacional do Meio Ambiente
LEI N°6.938, de 31 de agosto de 1981
V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades
estaduais responsáveis pela execução de programas,
projetos e pelo controle e fiscalização de atividades
capazes de provocar a degradação ambiental;
Ex.: CETESB, IAP

VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades


municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização
dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições.
Ex.: Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
Política Nacional do Meio Ambiente
LEI N°6.938, de 31 de agosto de 1981
Artigo 9° - São instrumentos da Política Nacional do Meio
Ambiente:
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II - o zoneamento ambiental;
III - a avaliação de impactos ambientais;
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou
Potencialmente poluidoras;
(...)
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente
poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais; (Incluído
pela Lei nº 7.804, de 1989)
(...).
LICENCIAMENTO


LICENCIAMENTO

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001, 23/01/86

Artigo 1º - Para efeito desta resolução, considera-se impacto


ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas
e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de
matéria ou energia resultante das atividades humanas que,
direta ou indiretamente, afetam:
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II - as atividades sociais e econômicas;
III - a biota;
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V - a qualidade dos recursos ambientais.
LICENCIAMENTO
Artigo 2º - Dependerá de elaboração de estudo de
impacto ambiental e respectivo relatório de impacto
ambiental - RIMA, a serem submetidos à aprovação
do órgão estadual competente, e do IBAMA e em
caráter supletivo, o licenciamento de atividades
modificadoras do meio ambiente, tais como:
I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de
rolamento;
II - Ferrovias;
III - Portos e terminais de minério, petróleo e
produtos químicos;
LICENCIAMENTO

IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do


Decreto-Lei nº 32, de 18.11.66;
V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e
emissários de esgotos sanitários;
VI - Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV;
VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais
como: barragem para fins hidrelétricos, acima de 10MW, de
saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação,
drenagem e irrigação, retificação de cursos d'água, abertura de
barras e embocaduras, transposição de bacias, diques;
LICENCIAMENTO

VIII - Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão);


IX - Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no
Código de Mineração;
X - Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos
tóxicos ou perigosos;
Xl - Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte
de energia primária, acima de 10MW;
XII - Complexo e unidades industriais e agroindustriais
(petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de álcool,
hulha, extração e cultivo de recursos hídricos);
LICENCIAMENTO

XIII - Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI;


XIV - Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas
acima de 100 hectares ou menores, quando atingir áreas
significativas em termos percentuais ou de importância do ponto
de vista ambiental;
XV - Projetos urbanísticos, acima de 100 há ou em áreas
consideradas de relevante interesse ambiental a critério da
SEMA e dos órgãos municipais e estaduais competentes;
XVI - Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em
quantidade superior a dez toneladas por dia.
LICENCIAMENTO

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 237, DE 19 DE DEZEMBRO DE


1997.

Art. 4º - Compete ao IBAMA o licenciamento ambiental(...) de


empreendimentos e atividades com significativo impacto
ambiental, a saber:
I - localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em
país limítrofe; no mar territorial; na plataforma continental;
na zona econômica exclusiva; em terras indígenas ou em UC
do domínio da União (agora ICMBio).
II - localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados;
LICENCIAMENTO

III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os


limites territoriais do País
ou de um ou mais Estados;
IV – (...) material radioativo, em qualquer estágio, ou
que utilizem energia nuclear (...),
mediante parecer da Comissão Nacional de Energia
Nuclear - CNEN;
V- bases ou empreendimentos militares, quando
couber, observada a legislação específica.
LICENCIAMENTO

Art. 5º - Compete ao órgão ambiental estadual ou do


Distrito Federal (...):
I - localizados ou desenvolvidos em mais de um
Município ou em unidades de conservação de domínio
estadual ou do Distrito Federal;
II - localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais
formas de vegetação natural de Preservação
Permanente relacionadas no artigo 2º da Lei nº 4.771,
de 15 de setembro de 1965, e em todas as que assim
forem consideradas por normas federais, estaduais ou
municipais;
LICENCIAMENTO

III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os


limites territoriais de um ou mais Municípios;
IV – delegados pela União aos Estados ou ao
Distrito Federal, por instrumento legal ou convênio. (...)
Art. 6º - Compete ao órgão ambiental municipal,
ouvidos os órgãos competentes (...), o licenciamento
ambiental de empreendimentos e atividades de
impacto ambiental local e daquelas que lhe forem
delegadas pelo Estado por instrumento legal ou
convênio.
LICENCIAMENTO

Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua


competência de controle, expedirá as seguintes
licenças:
I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar
do planejamento de empreendimento ou atividade
aprovando sua localização e concepção, atestando a
viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos
básicos e condicionantes a serem atendidos nas
próximas fases de sua implementação;
LICENCIAMENTO

II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação de


empreendimento ou atividade de acordo com as especificações
constantes dos planos, programas e projetos aprovados,
incluindo as medidas de controle ambiental e demais
condicionantes, da qual constituem motivo determinante;
III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da
atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo
cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as
medidas de controle ambiental e condicionantes determinados
para a operação.
LICENCIAMENTO

Art. 19 - O órgão ambiental competente, mediante decisão


motivada, poderá modificar os condicionantes e as medidas
de controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença
expedida, quando ocorrer:
I - Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou
normas legais.
II - Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que
subsidiaram a expedição da licença.
III - superveniência de graves riscos ambientais e de saúde.
LICENCIAMENTO

Art. 10 - O procedimento de licenciamento ambiental


obedecerá às seguintes etapas:
I - Definição pelo órgão ambiental competente, com a
participação do empreendedor, dos documentos, projetos e
estudos ambientais, necessários ao início do processo de
licenciamento correspondente à licença a ser requerida;
II - Requerimento da licença ambiental pelo Empreendedor,
acompanhados dos documentos, projetos e estudos ambientais
pertinentes, dando-se a devida publicidade;
LICENCIAMENTO

III - Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do


SISNAMA, dos documentos, projetos e estudos ambientais
apresentados e a realização de vistorias técnicas, quando
necessárias;

IV - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo


órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, uma
única vez, em decorrência da análise dos documentos, projetos e
estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo
haver a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos
e complementações não tenham sido satisfatórios;
LICENCIAMENTO

V - Audiência pública, quando couber, de acordo com a


regulamentação pertinente;
VI - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo
órgão ambiental competente, decorrentes de audiências
públicas, quando couber, podendo haver reiteração da
solicitação quando os esclarecimentos e complementações não
tenham sido satisfatórios;
VII - Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber,
parecer jurídico;
VIII - Deferimento ou indeferimento do pedido de licença,
dando-se a devida publicidade.
ANEXO I
ATIVIDADES OU EMPREENDIMENTOS SUJEITAS AO LICENCIAMENTO
AMBIENTAL:
Extração e tratamento de minerais
Indústria de produtos minerais não metálicos
Indústria metalúrgica
Indústria mecânica
Indústria de material elétrico, eletrônico e comunicações
Indústria de material de transporte
LICENCIAMENTO
Indústria de madeira
Indústria de papel e celulose
Indústria de borracha
Indústria de couros e peles
LICENCIAMENTO

• Indústria química
• Indústria de produtos de matéria plástica
• Indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos de tecidos
• Indústria de produtos alimentares e bebidas
• Indústria de fumo
• Indústria diversas
• Obras civis
• Serviços de utilidade
• Transporte, terminais e depósitos
• Turismo
• Atividades diversas
• Atividades agropecuárias
• Uso de recursos naturais
LICENCIAMENTO
Quem deve solicitar: EMPREENDEDOR
O licenciamento ambiental prévio de empreendimentos
potencial ou efetivamente causadores de degradação
ambiental deve ser realizado com base em estudos ambientais
(EIA, RAP ou EAS), definidos pelas Resoluções CONAMA 01/86,
237/1997, Lei Complementar 140/2011 e dos Órgãos Ambientais

O pedido de Licença Prévia das atividades / empreendimentos


que constituem fonte de poluição, consideradas potencial ou
efetivamente causadoras de degradação do meio ambiente, será
dirigido também ao Departamento de Avaliação de Impacto
Ambiental (Licenciamento, com apresentação de RAP ou
EIA/RIMA.
LICENCIAMENTO

Requerimento de Licença Prévia (LP)


A Licença Prévia pode ser obtida com os seguintes estudos ambientais:
Estudo Ambiental Simplificado- EAS
Para atividade ou empreendimento de impacto muito pequeno e não
significativo.
Relatório Ambiental Preliminar – RAP
Para Atividade ou empreendimento potencial ou efetivamente causadores
de degradação do meio ambiente.
Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental - EIA e
RIMA
Para atividade ou empreendimento potencial ou efetivamente causador de
significativa degradação do meio ambiente.
Participação Cidadã
Participação Cidadã

AÇÃO POPULAR: Lei 4.717/65. Antes desta lei, o


titular de uma ação só poderia ser o ofendido. Com
ela, qualquer cidadão (eleitor) com o um advogado
contratado pode mover uma ação;

AÇÃO CIVIL PÚBLICA: Lei 7.347/85. O titular pode


ser: Ministério Público, Associações com legitimidade
e Poder Público. As indenizações vão para o Fundo
Nacional do Meio Ambiente.
Participação Cidadã

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º,


garantiu:
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais (...).
Participação Cidadã
AUDIÊNCIA PÚBLICA: Resolução CONAMA Nº 009/87.
Pode ser solicitada por entidade civil, pelo Ministério
Público, ou por 50 (cinqüenta) ou mais cidadãos.
Deverá ser divulgada em órgãos da imprensa local. Ao
final de cada audiência pública será lavrada uma ata
sucinta. Serão anexados à ata, todos os documentos
escritos e assinados que forem entregues ao
presidente dos trabalhos durante a seção.

Órgão Ambiental: convoca a Audiência Pública


Empreendedor: se responsabiliza pela sua realização.
SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Unidades de Conservação
Lei No 9.985, de 18 de Julho De 2000

Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza:


Institui dois grupos de Unidades de Conservação:
I - Unidades de Proteção Integral:
§ 1o O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é
preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos
seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos nesta
Lei.
II - Unidades de Uso Sustentável:
§ 2o O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é
compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável
de parcela dos seus recursos naturais.
Lei No 9.985, de 18 de Julho De 2000

Art. 8o- O grupo das Unidades de Proteção Integral é


composto pelas seguintes categorias de unidade de
conservação:
I - Estação Ecológica;
II - Reserva Biológica;
III - Parque Nacional;
IV - Monumento Natural;
V - Refúgio de Vida Silvestre.
Lei No 9.985, de 18 de Julho De 2000

Art. 14. Constituem o Grupo das Unidades de Uso Sustentável as


seguintes categorias de unidade de conservação:
I - Área de Proteção Ambiental;
II - Área de Relevante Interesse Ecológico;
III - Floresta Nacional;
IV - Reserva Extrativista;
V - Reserva de Fauna;
VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e
VII - Reserva Particular do Patrim. Natural.
Lei No 9.985, de 18 de Julho De 2000

DA CRIAÇÃO, IMPLANTAÇÃO E GESTÃO DAS UNIDADES DE


CONSERVAÇÃO

Art. 22. As unidades de conservação são criadas por ato do


Poder Público.
§ 2o A criação de uma unidade de conservação deve ser
precedida de estudos técnicos e de consulta pública
(...).
§ 7o A desafetação ou redução dos limites de uma unidade de
conservação só pode ser feita mediante lei específica.
Lei No 9.985, de 18 de Julho De 2000

Art. 25. As unidades de conservação, exceto Área de


Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio
Natural, devem possuir uma zona de amortecimento
e, quando conveniente, corredores ecológicos.

§ 1o O órgão responsável pela administração da


unidade estabelecerá normas específicas
regulamentando a ocupação e o uso dos recursos da
zona de amortecimento (...).
Lei No 9.985, de 18 de Julho De 2000

Art. 27. As unidades de conservação devem dispor de um Plano


de Manejo. (...)

§ 1o O Plano de Manejo deve abranger a área da unidade de


conservação, sua zona de amortecimento e os corredores
ecológicos, incluindo medidas com o fim de promover sua
integração à vida econômica e social das comunidades
vizinhas.(...)

§ 3o O Plano de Manejo de uma unidade de conservação deve


ser elaborado no prazo de cinco anos a partir da data de sua
criação.
Lei No 9.985, de 18 de Julho De 2000

§ Art. 28. São proibidas, nas unidades de conservação,


quaisquer alterações, atividades ou modalidades de utilização
em desacordo com os seus objetivos, o seu Plano de Manejo e
seus regulamentos.

Art. 29. Cada unidade de conservação do grupo de Proteção


Integral disporá de um Conselho Consultivo, presidido pelo
órgão responsável por sua administração e constituído por
representantes de órgãos públicos, de organizações da
sociedade civil
(...).
LEI Nº 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999

• Política Nacional de Educação Ambiental


LEI Nº 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999

CAPÍTULO I - DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Art 1º Entendem-se por educação ambiental os


processos por meio dos quais o indivíduo e a
coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do
povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua
sustentabilidade.
LEI Nº 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999

Art 2º A educação ambiental é um componente


essencial e permanente da educação nacional,
devendo estar presente, de forma articulada, em
todos os níveis e modalidades do processo educativo,
em caráter formal e não-formal.
LEI Nº 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999

SEçãO II - Da Educação Ambiental no Ensino Formal

Art 9º Entende-se por educação ambiental na educação escolar


a desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições de
ensino públicas e privadas, englobando:

I – educação básica: a) educação infantil; b) ensino fundamental


e c) ensino médio;
II – educação superior;
III – educação especial;
IV – educação profissional;
V – educação de jovens e adultos.
SEçãO III
Da Educação Ambiental Não-Formal

Art 13. Entendem-se por educação ambiental não-formal as


ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da
coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização
e participação na defesa da qualidade do meio ambiente.
Parágrafo único. O Poder Público, em níveis federal, estadual e
municipal, incentivará:
LEI Nº 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999
LEI Nº 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999

I – a difusão, por intermédio dos meios de comunicação de


massa, em espaços nobres, de programas e campanhas
educativas, e de informações acerca de temas relacionados ao
meio ambiente;

II – a ampla participação da escola, da universidade e de ONGs


na formulação e execução de programas e atividades vinculadas
à educação ambiental não-formal;

III – a participação de empresas públicas e privadas no


desenvolvimento de programas de educação ambiental em
parceria com a escola, a universidade e as organizações não-gov.;
LEI Nº 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999

IV – a sensibilização da sociedade para importância


das unidades de conservação;
V – a sensibilização ambiental das populações
tradicionais ligadas às unidades de conservação;
VI – a sensibilização ambiental dos agricultores;
VII – o ecoturismo.
LEI Nº 9.433, DE 8
DE JANEIRO DE 1997.

Política Nacional de Recursos Hídricos - FUNDAMENTOS (Art. 1º)


I - a água é um bem de domínio público;
II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor
econômico;
III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos
hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais;

LEI Nº 9.433, DE 8
DE JANEIRO DE 1997.

IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre


proporcionar o uso múltiplo das águas;

V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para


implementação da Política (...);

VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser


descentralizada e contar com a participação do Poder
Público, dos usuários e das comunidades.
LEI Nº 9.433, DE 8
DE JANEIRO DE 1997.

INSTRUMENTOS (Art. 5º):


I - os Planos de Recursos Hídricos;
II - o enquadramento dos corpos de água em classes,
segundo os usos preponderantes da água;
III - a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;
IV - a cobrança pelo uso de recursos hídricos;
V - a compensação a municípios;
VI - o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.
LEI Nº 9.433, DE 8
DE JANEIRO DE 1997.
DA OUTORGA – Objetivos (Art. 11): assegurar o controle
quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo
exercício dos direitos de acesso à água.
Art. 12. Estão sujeitos a outorga (...):
I - derivação ou captação de parcela da água existente em um
corpo de água para consumo final, inclusive abastecimento
público, ou insumo de processo produtivo;
LEI Nº 9.433, DE 8
DE JANEIRO DE 1997.

II - extração de água de aqüífero subterrâneo para consumo


final ou insumo de processo produtivo;

III - lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos


líquidos ou gasosos, tratados ou não, com o fim de sua diluição,
transporte ou disposição final;
IV - aproveitamento dos potenciais hidrelétricos;

V - outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a


qualidade da água existente em um corpo de água.
LEI Nº 9.433, DE 8
DE JANEIRO DE 1997.
§ 1º Independem de outorga pelo Poder Público, conforme
definido em regulamento:
I - o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades
de pequenos núcleos populacionais, distribuídos no meio rural;

II - as derivações, captações e lançamentos considerados


insignificantes;

III - as acumulações de volumes de água consideradas


insignificantes.
(...)
LEI Nº 9.433, DE 8
DE JANEIRO DE 1997.
Art. 13. Toda outorga estará condicionada às prioridades de uso
estabelecidas nos Planos de Recursos Hídricos e deverá
respeitar a classe em que o corpo de água estiver enquadrado e
a manutenção de condições adequadas ao transporte
aquaviário, quando for o caso.
(...)
LEI Nº 9.433, DE 8
DE JANEIRO DE 1997.

DA COBRANÇA - Objetivos (Art. 19):


I - reconhecer a água como bem econômico e dar ao
usuário uma indicação de seu real valor;
II - incentivar a racionalização do uso da água;
III - obter recursos financeiros para o financiamento
dos programas e intervenções contemplados nos
planos de recursos hídricos.
Art. 20. Serão cobrados os usos de recursos hídricos
sujeitos a outorga, nos termos do art. 12 desta Lei.
Lei 12.187 de 29 de dezembro de 2009

A POLÍTICA NACIONAL SOBRE MUDANÇAS NO CLIMA - Decreto


Nº 7.390/2010, regulamenta a Lei 12.187/2009.
Lei 12.187 de 29 de dezembro de 2009

Principais conceitos apresentados pela PNMC – Art. 2°:


Adaptação: iniciativas e medidas para reduzir a vulnerabilidade dos
sistemas naturais e humanos frente aos efeitos atuais e esperados da
mudança do clima;

Gases de efeito estufa: constituintes gasosos, naturais ou antrópicos, que,


na atmosfera, absorvem e reemitem radiação infravermelha;

Mitigação: mudanças e substituições tecnológicas que reduzam o uso de


recursos e as emissões por unidade de produção, bem como a
implementação de medidas que reduzam as emissões de gases de efeito
estufa e aumentem os sumidouros;

Sumidouro: processo, atividade ou mecanismo que remova da atmosfera


gás de efeito estufa, aerossol ou precursor de gás de efeito estufa.
Lei 12.187 de 29 de dezembro de 2009

Art. 12. Para alcançar os objetivos da PNMC, o País adotará,


como compromisso nacional voluntário, ações de mitigação das
emissões de gases de efeito estufa, com vistas em reduzir entre
36,1% (trinta e seis inteiros e um décimo por cento) e 38,9%
(trinta e oito inteiros e nove décimos por cento) suas emissões
projetadas até 2020.
Resíduos Sólidos
Lei 12.305 de 02 de agosto de 2010

A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS - Lei


12.305/2010 regulamentada pelo Decreto Nº
7404/2010
Lei 12.305 de 02 de agosto de 2010

CONCEITOS E FERRAMENTAS

Acordo Setorial: ato de natureza contratual firmado entre o poder público e


fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a
implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do
produto;

Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto


de atribuições dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes,
dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e
manejo dos resíduos sólidos pela minimização do volume de resíduos sólidos
e rejeitos gerados, bem como pela redução dos impactos causados à saúde
humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos,
nos termos desta Lei;
Lei 12.305 de 02 de agosto de 2010

Destaques da Política Nacional de Resíduos Sólidos

Logística Reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social,


caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a
viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial,
para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra
destinação final ambientalmente adequada;
Na prática, significa retornar agrotóxicos e suas embalagens; pilhas e
baterias; óleos lubrificantes; pneus; lâmpadas com mercúrio e
eletroeletrônicos para serem tratados e reaproveitados por seus
fabricantes.
Este instrumento pode ser estendido para produtos comercializados em
embalagens de: plástico, metal, vidro ou outros materiais e embalagens cuja
logística seja viável técnica e economicamente.
Lei 12.305 de 02 de agosto de 2010

Destaques da Política Nacional de Resíduos Sólidos

Coleta seletiva: - coleta de resíduos sólidos previamente segregados


conforme sua constituição ou composição;
Ciclo de Vida do Produto: série de etapas que envolvem o desenvolvimento
do produto, a obtenção de matérias primas e insumos, o processo
produtivo, o consumo e a disposição final;
Sistema de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos - SINIR: tem
como objetivo armazenar, tratar e fornecer informações que apoiem as
funções ou processos de uma organização. Essencialmente é composto de um
sub-sistema formado por pessoas, processos, informações e documentos, e
um outro composto por equipamentos e seu meios de comunicação;
Lei 12.305 de 02 de agosto de 2010

Destaques da Política Nacional de Resíduos Sólidos


Catadores de materiais recicláveis: diversos artigos abordam o
tema, com o incentivo a mecanismos que fortaleçam a atuação
de associações ou cooperativas, o que é fundamental na gestão
dos resíduos sólidos;
Planos de Resíduos Sólidos: O Plano Nacional de Resíduos
Sólidos a ser elaborado com ampla participação social, contendo
metas e estratégias nacionais sobre o tema. Também estão
previstos planos estaduais, microrregionais, de regiões
metropolitanas, planos intermunicipais, municipais de gestão
integrada de resíduos sólidos e os planos de gerenciamento de
resíduos sólidos.
O que devemos fazer com nossos resíduos?
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL

• Responsabilidade ambiental:
administrativa
penal
civil
• Cumulativa / processos independentes.
• Lei 6938/81 – CF/88 art 225 - Lei 9605/98
• Decreto 6514/2008
RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL

CF225

Lei 6938/81 – art. 14, parágrafo 3º e CF/88 art 225


Características:

Objetiva pelo risco da atividade


Características:
Independente da existência de análise da conduta do
agente culpa/doloInexistência
teoria do risco integral
de excludentes do
de ilicitude
empreendedor Irrelevância da licitude da atividade
Solidariedade passiva
Basta a ocorrência Poluidor
do dano aofísica
pessoa meio ambiente/ nexo
ou jurídica
causal Responsabilidade do Estado
Lei 6938/81 – art. 14, parágrafo 3- CF/88 art 225

Características:
RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL

• Inexistência de excludentes de ilicitude


• Irrelevância da licitude da atividade
• Solidariedade passiva
• Poluidor pessoa física ou jurídica
• Responsabilidade do Estado
• Imprescritível
Pressupostos para responsabilização:
• a) evento danoso
• b) relação de causalidade/vínculo entre o dano e a atividade.
RESPONSABILIDADE PENAL AMBIENTAL

• LEI 9.605/98 – Crimes Ambientais


• Norma que o indivíduo transgride com seu
comportamento ilícito;
• Não obtenção de autorização ou licença para o
exercício de atividade;
• Descumprimento de determinações legais ou
administrativas;
• Punibilidade culposa e dolosa (CONDUTA PF)‫‏‬
RESPONSABILIDADE PENAL AMBIENTAL

• sujeito ativo: pessoa física ou jurídica;


“responsabilidade da pessoa jurídica não exclui a das pessoas
físicas autoras, co-autoras ou partícipes do crime”;

Condicionantes para responsabilização da PJ:


a) infração cometida em interesse ou benefício da pessoa
jurídica;
b) decisão de seu representante legal, contratual ou colegiado
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA –
art. 4º da Lei 9.605/98

- ressarcimento dos prejuízos causados ao meio


ambiente

- Não é preciso a verificação de fraudes ou abuso de


direito

- responsabilidade: patrimônio particular dos membros


que compõe a pessoa jurídica
SANÇÕES PENAIS

• PENAS APLICÁVEIS ÀS PESSOAS FÍSICAS:


a) Privativas de liberdade:
- reclusão e detenção
b) Restritivas de direitos:
- prestação de serviços à comunidade;
- interdição temporária de direitos;
- suspensão parcial ou total de atividades;
- prestação pecuniária;
- Recolhimento domiciliar;
c) Multa
SANÇÕES PENAIS

• PENAS APLICÁVEIS ÀS PESSOAS JURÍDICAS:


a) Multa
b) Restritivas de direitos:
- suspensão total ou parcial das atividades;
- interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;
- proibição de contratar com o Poder Público...;
c) Prestação de serviços à comunidade
Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.

• LEI DE CRIMES AMBIENTAIS


Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a
prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas
a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade,
bem como o diretor, o administrador, o membro de
conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o
preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que,
sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de
impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.
Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.

Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas


administrativa, civil e penalmente conforme o disposto
nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida
por decisão de seu representante legal ou contratual,
ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da
sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas
jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-
autoras ou partícipes do mesmo fato.
(...)
Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.

DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE


• Seção I
• Dos Crimes contra a Fauna
Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.

Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar


espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota
migratória, sem a devida permissão, licença ou
autorização da autoridade competente, ou em
desacordo com a obtida:
Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas:
I - quem impede a procriação da fauna, sem licença,
autorização ou em desacordo com a obtida;
Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.

II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou


criadouro natural;
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire,
guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou
transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre,
nativa ou em rota migratória, bem como produtos e
objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não
autorizados ou sem a devida permissão, licença ou
autorização da autoridade competente. (...)
Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.

§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza


experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda
que para fins didáticos ou científicos, quando
existirem recursos alternativos.
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se
ocorre morte do animal.
Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.

Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem


parecer técnico oficial favorável e licença expedida por
autoridade competente:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou
mutilar animais silvestres, domésticos ou
domesticados, nativos ou exóticos:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e
multa.
Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.

Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou


carreamento de materiais, o perecimento de
espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos,
açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou
ambas cumulativamente.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:
I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou
estações de aqüicultura de domínio público;
Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.

II - quem explora campos naturais de invertebrados


aquáticos e algas, sem licença, permissão ou
autorização da autoridade competente;
III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de
qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou corais,
devidamente demarcados em carta náutica.
Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.

Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado:


I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente
ou de sua família;
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação
predatória ou destruidora de animais, desde que legal e
expressamente autorizado pela autoridade competente;
III – (VETADO)
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado
pelo órgão competente.
Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.

• Seção II
• Dos Crimes contra a Flora
Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.

Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada


de preservação permanente, mesmo que em
formação, ou utilizá-la com infringência das normas
de proteção:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa,
ou ambas as penas cumulativamente.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será
reduzida à metade.
Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.

Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de


Conservação (...):
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de
extinção no interior das Unidades de Conservação será
considerada circunstância agravante para a fixação da pena.
§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.
Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.

Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:


Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de
seis meses a um ano, e multa.
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que
possam provocar incêndios (...):
Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as
penas cumulativamente.
Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.

Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é


aumentada de um sexto a um terço se:
I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a
erosão do solo ou a modificação do regime climático;
II - o crime é cometido:
a) no período de queda das sementes;
b) no período de formação de vegetações;
c) contra espécies raras ou ameaçadas (...);
d) em época de seca ou inundação;
e) durante a noite, em domingo ou feriado.
CRIMES AMBIENTAIS - POLUIÇÃO
Crime de Poluição
• Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais
que resultem ou possam resultar em danos à saúde
humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a
destruição significativa da flora:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Crime de Poluição
§ 2º Se o crime:
I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a
ocupação humana;
II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada,
ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou
que cause danos diretos à saúde da população;
III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção
do abastecimento público de água de uma comunidade;


Crime de Poluição
IV - dificultar ou impedir o uso público das praias;
V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou
gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo
com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo
anterior quem deixar de adotar, quando assim o exigir a
autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco
de dano ambiental grave ou irreversível.
Crimes contra o Ordenamento Urbano e
Patrimônio Cultural
Crimes contra o Ordenamento Urbano e
Patrimônio Cultural
Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar:
I - bem especialmente protegido por lei, ato administrativo
ou decisão judicial;
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca,
instalação científica ou similar protegido por lei, ato
administrativo ou decisão judicial:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis
meses a um ano de detenção, sem prejuízo da multa.
Crimes contra o Ordenamento Urbano e
Patrimônio Cultural
Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local
especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão
judicial, em razão de seu valor paisagístico, ecológico,
turístico, artístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico,
etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade
competente ou em desacordo com a concedida:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Crimes contra o Ordenamento Urbano e
Patrimônio Cultural
Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no seu
entorno, assim considerado em razão de seu valor paisagístico,
ecológico, artístico, turístico, histórico, cultural, religioso,
arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da
autoridade competente ou em desacordo com a concedida:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Crimes contra o Ordenamento Urbano e
Patrimônio Cultural
Art. 65. Pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar edificação ou
monumento urbano:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Parágrafo único. Se o ato for realizado em monumento ou coisa
tombada em virtude do seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a
pena é de seis meses a um ano de detenção, e multa.
Crimes contra a Administração Ambiental
Crimes contra a Administração Ambiental

Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou


enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou dados
técnico-científicos em procedimentos de autorização ou de
licenciamento ambiental:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 67. Conceder o funcionário público licença,


autorização ou permissão em desacordo com as normas
ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja
realização depende de ato autorizativo do Poder Público:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Crimes contra a Administração Ambiental

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a


um ano de detenção, sem prejuízo da multa.

Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual


de fazê-lo, de cumprir obrigação de relevante interesse
ambiental:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três
meses a um ano, sem prejuízo da multa.
Crimes contra a Administração Ambiental

Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder


Público no trato de questões ambientais:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento,


concessão florestal ou qualquer outro procedimento
administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou
parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão:
(Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
(Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
Crimes contra a Administração Ambiental

§ 1o Se o crime é culposo: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)


Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.(Incluído pela Lei
nº 11.284, de 2006)
§ 2o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois
terços), se há dano significativo ao meio ambiente, em
decorrência do uso da informação falsa, incompleta ou
enganosa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
AMBIENTAL

“Infração Administrativa Ambiental é toda ação


ou omissão que viole regras jurídicas de uso,
gozo, promoção, proteção e recuperação do
meio ambiente”.
• Lei 9605/98 – art. 70
• Decreto 6514/2008
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
AMBIENTAL
• Auto de Infração: dano/violação à lei
• Termo de Ajustamento de Conduta – TAC
• Sanções Administrativas:
1. Advertência
2. Multa simples
3. Multa diária
4. Apreensão de animais, produtos...
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA AMBIENTAL

05. Destruição ou inutilização do produto


06. Suspensão de venda e fabricação do produto
07. Embargo de obra ou atividade
08. Demolição de obra
09. Suspensão parcial ou total de atividades
10. Restritivas de direitos:
(cancelamento ou suspensão de licenças ou
autorizações...)
MULTAS ADMINISTRATIVAS

Valor mínimo: R$ 50,00


Valor máximo: R$ 50.000.000,00
Aumento para os casos de reincidência
Conversão da multa em prestação de serviços –
redução 40%
Reversão para os Fundos Nacional, Estadual e
Municipal de Meio Ambiente
LEI nº 12561/12 – Código Florestal
LEI Nº 12561 de 2012 – Novo Código Florestal
Brasileiro

• O que muda com o Novo Código Florestal:


Nada muda com o Novo Código em termos
gerais e estruturais, já que a lei aprovada
permitiu tão somente ajustes pontuais para
adequação da situação de fato à situação de
direito pretendida pela legislação ambiental.
Lei nº 12561/12

• A proteção do meio ambiente natural continua


sendo obrigação do proprietário mediante a
manutenção de espaços protegidos de propriedade
privada, divididos entre Área de Preservação
Permanente (APP) e Reserva Legal (RL).
• A grande novidade está, na verdade na
implementação e na fiscalização desses espaços,
agora sujeito ao Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Lei nº 12561/12
• As áreas de preservação permanente são aquelas que devem
ser mantidas intactas pelo proprietário ou possuidor de
imóvel rural, independentemente de qualquer outra
providência ou condição em virtude da sua natural “função
ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a
estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo
gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-
estar das populações humanas” (Art. 3º, II, da Lei 12.561/12).
• Não houve grandes alterações do que eram as APPs sob a
égide da Lei nº 4.771 e o que determina a Lei 12.561/12.
Lei nº 12561/12

• Sem prejuízo de serem áreas de preservação


permanente as encostas, com declividade maior que
45°, foram declaradas de uso restrito, não passíveis
de supressão da vegetação natural, as áreas com
declividade entre 25° e 45º, garantida a manutenção
das atividades atualmente existentes, bem como da
infraestrutura instalada (Art. 11 da Lei 12.651/12).
Lei nº 12561/12
As áreas de Reserva Legal também continuam seguindo a mesma
lógica daquela da Lei de 1.965, alterada pela Medida Provisória
2.166/01. Ou seja, se traduz na obrigação legal do proprietário de
preservar uma área de floresta nativa equivalente a um percentual
da sua área total, variável de 20% a 80%, conforme a localização e o
bioma.
Amazônia Legal (estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará,
Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão – a oeste do meridiano
de 44º de longitude oeste), o percentual de vegetação nativa de
responsabilidade do proprietário será de 80% (oitenta por cento) da área
situada em região de florestas; b) 35% (trinta e cinco por cento) da área
situada em região de cerrado; e c) 20% (vinte por cento) da área situada em
região de campos gerais.
Lei nº 12561/12
Código Florestal de 1965, de que a Reserva Legal era um limite
para o desmatamento lícito. Agora, trata-se, claramente de um
ônus inerente ao exercício da propriedade, cuja responsabilidade
é propter rem, acompanha a coisa, independentemente do
vínculo pessoal.
Quanto à Reserva Legal, a única novidade que entendemos ser
relevante é a possibilidade do cômputo da APP na reserva legal.
Esse benefício, que poderá ser muito útil à regularização de
imóveis rurais.
Lei nº 12561/12
A Reserva Legal continua sendo passível de exploração
limitada, mediante manejo sustentável, sendo que sua
averbação no Cartório de Registro de Imóveis não será
obrigatório a partir da sua declaração e inclusão no CAR –
Cadastro Ambiental Rural.
• Cadastro Ambiental Rural
O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é a grande novidade do
Código Florestal. Da maneira com que está proposto, será a
importante ferramenta que falta ao Poder Público para a
gestão do uso e ocupação do solo quanto às questões
ambientais.
Lei nº 12561/12
De inscrição obrigatória para todos os proprietários rurais, o CAR
será um novo registro público, onde deverão ser inscritas as
propriedades, com seu perímetro identificado e delimitado com
coordenadas geográficas, assim como todos os espaços
protegidos no interior do imóvel, especialmente APPs e Reserva
Legal.
O Cadastro deterá não só o perímetro dos imóveis
georreferenciado, mas também a delimitação geográfica das
áreas do interior das propriedades, cujo acompanhamento e
fiscalização poderá passar a ser feito por imagens de satélite.
Lei nº 12561/12
• Medida Provisória 571/12 altera no berço de
nascimento o Novo Código Florestal.
rmbacellar@yahoo.com.br

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