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SOCIOLOGIA JURÍDICA

Turma: Noite
Grupo: Geisebel Venancio da Silva Gomes - Matrícula 201804150649
Gabriela Ariana Souza Freitas – Matrícula 201908710942

CONTEXTO HISTÓRICO

O Brasil surge na História como a “descoberta”, pelos portugueses. Mas diversos


povos nativos habitavam todas as extensões do continente americano desde tempos
imemoriais. Estima-se que, à época do descobrimento, até cinco milhões de índios
viviam no país. A chegada dos portugueses foi uma verdadeira catástrofe para os
nativos e resultou no extermínio de muitos povos indígenas no Brasil em decorrência
de conflitos armados, doenças trazidas pelos europeus e pelo processo de
escravização. Após o contato e a partir da criação das capitanias hereditárias, que
marcam o início das atividades de colonização do Brasil, os índios foram
escravizados e se tornaram a base da formação da economia colonial.

A partir da década de 1970, com as políticas expansionistas do governo militar, os


índios brasileiros passaram a organizar seus próprios movimentos sociais para
defender seus direitos. O movimento começou com as assembleias indígenas em
1974, em que chefes e demais participantes atuaram como sujeitos conscientes do
processo de dominação, mas sem se subjugarem. Esse movimento ganhou força
com a presença dos índios no Congresso Nacional durante a Constituinte de 1988.
Eles passaram a representar a si mesmos. O movimento indígena brasileiro tem se
caracterizado pela atuação em três frentes: formação de lideranças próprias,
articulação entre os povos e parceria com entidades de apoio e com o Estado.

O QUE BUSCA O MOVIMENTO INDÍGENA?

Uma das principais causas do movimento indígena é justamente a defesa das terras
dos índios. Por isso, o movimento indígena defende a regularização das terras
indígenas através do processo de demarcação, a intensificação das medidas de
fiscalização das terras demarcadas, a liação das terras já demarcadas para que elas
sejam suficientemente grandes para garantir a estabilidade das etnias nelas vivendo
e permitir a permanência nesses espaços das famílias indígenas e o combate a
empreendimentos que causem danos à natureza ou à vida das famílias que vivem
nas aldeias. Um dos objetivos do movimento indígena é a revogação do Decreto Nº
1.775, de 8 de janeiro de 1996, por permitir a contestação das demarcações mesmo
depois de sua homologação.

• Defesa dos território


Além da defesa dos territórios habitados pelos índios contra investidas espoliadoras
e das vidas e integridades físicas dos indígenas contra agressões, o movimento
indígena também defende o direito dos índios de preservar suas culturas, seu modos
de viver.
Ademais, entende o movimento indígena que as circunstâncias dos povos indígenas
exigem, da parte das autoridades, a elaboração de projetos socioeconômicos
especiais, projetos diferenciados de saúde pública para o atendimento dos povos
indígenas e cuidados especiais para que os índios possam ter acesso à educação.
A terra indígena não é apenas o espaço ocupado pelos índios, mas todo o espaço
necessário para a sobrevivência de sua cultura. O estudo para sua demarcação,
portanto, leva em conta todo o território utilizado pelo índio para sobreviver e para
manter suas crenças, em respeito à Constituição Federal.
A competência é da Funai. Cabe ao órgão o papel de tomar a iniciativa, orientar e
executar a demarcação de terras, por meio da Diretoria de Proteção Territorial (DPT),
conforme disposições da Lei nº 6.001, de 19/12/1973 (Estatuto do Índio), do Decreto
nº 1.775, de 08/01/1996, e do Decreto nº 7.778, de 27 de julho de 2012 que
determina as atribuições da Diretoria de Proteção Territorial (DPT) da Funai.

• A LUTA PELA GARANTIA DOS DIREITOS

A luta pela garantia dos direitos de povos indígenas se confunde com a própria história
americana, trazendo à tona questões socioambientais e humanitárias que ainda
precisam ser discutidas. O marco do movimento indígena data de 1940, no México
Momento em que foi realizado o primeiro Congresso Indigenista Americano
(Convenção de Patzcuaro), com o objetivo de criar e discutir políticas que pudessem
zelar pelos índios na América.

Porém, no Brasil, começaria a se manifestar de maneira mais organizada apenas na


década de 70, tendo em vista a necessidade de proteção de terras em relação a
políticas expansionistas da ditadura militar. Logo após esse período, em 1983, o
primeiro deputado indígena é eleito no país, reforçando a ideia de que, para evoluir em
sua luta, os povos indígenas precisariam ser representados por quem a conhecia e
vivenciava de fato.
Nos anos seguintes, os indígenas fizeram-se presentes no Congresso Nacional e na
política de forma geral, organizando protestos e criando grupos autônomos de
reivindicações. Algum tempo se passou até que, em 2002, fosse criada a APIB
(Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), como uma maneira de unir as
necessidades dos povos em geral em uma única voz.
• O ESTATUTO DO ÍNDIO E A CONSTITUIÇÃO DE 1988

A Constituição de 1988 HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui


%C3%A7%C3%A3o_de_1988" dá um novo tratamento aos povos indígenas:
reconhece sua identidade cultural própria e diferenciada (organização social,
costumes, línguas, crenças e tradições), assegurando o direito de permanecerem
como índios e explicita como direito originário (que antecede a criação do estado) o
usufruto HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Usufruto" das terras que
tradicionalmente ocupam. Segundo a constituição, cabe ao Estado zelar pelo
reconhecimento destes direitos por parte da sociedade. O papel do estado passa,
então, da tutela de pessoas para a tutela de direitos.
Diante desta mudança, tornou-se necessária a revisão do Estatuto do Índio. Neste
sentido, foram apresentados na Câmara Federal três projetos de lei: um de autoria do
Poder Executivo HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_Executivo" e outros
dois de autoria de organizações não governamentais HYPERLINK
"https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_n
%C3%A3o_governamental". A partir de 1992, criou-se, na câmara, uma comissão
especial para examinar o assunto. Em junho de 1994, esta comissão aprovou um
substitutivo que disciplina o Estatuto das Sociedades. Entretanto, antes de seguir
para o Senado HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Senado" , em dezembro do
mesmo ano, após as eleições presidenciais, parlamentares entraram com um recurso
para que o projeto fosse submetido ao plenário da Câmara. A revisão do Estatuto do
Índio é uma das principais demandas dos povos indígenas hoje no Brasil, ao lado da
demarcação das suas terras.

Bibliografia:

https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/o-indigena-no-brasil-
uma-luta-historica-para-existir.htm

https://www.unbciencia.unb.br/humanidades/94-historia/280-pesquisa-recupera-
historia-do-movimento-indigena-no-brasil#:
https://tempodepolitica.com.br/movimento-indigena/

https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-04/povos-indigenas-
conheca-os-direitos-previstos-na-constituicao

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

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