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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA

FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO WYK.

ESCULÁPIO DA SILVA, brasileiro, casado,


engenheiro, portador do RG nº..., CPF nº..., residente e domiciliado na
capital do Estado de WYK, com endereço de e-mail..., por intermédio de
sua advogada que esta subscreve, vem a Vossa Excelência, com fulcro
no artigo 5, LXXIII, C.F. propor:

AÇÃO POPULAR

em face do 1-Estado WYK, pessoa jurídica de direito


público, com sede à... com o endereço de e-mail desconhecido; 2-
MASTODONTE S.A., pessoa jurídica de direito privado, com sede à...
com o endereço de e-mail desconhecido; 3- MAMUTE S.A. pessoa
jurídica de direito privado, com sede à... com o endereço de e-mail
desconhecido; 4- DENTE DE SABRE S.A. pessoa jurídica de direito
privado, com sede à... com o endereço de e-mail desconhecido, pelos
fatos a seguir expostos:

I. DOS FATOS
O autor que move esta ação, ciente de seus direitos e
das formas de iniciar uma contratação pública, tomou conhecimento de
algo terrível que a administração pública de seu Estado tinha feito, tal
atitude foi repudiada ao dar início nesta ação, simplesmente por este
fato é possível ver o tamanho da indignação do autor com a tomada de
conhecimento por seus amigos, de que, o Estado está providenciando
um plano de obras custosas e pretendendo que elas sejam entregues,
independentemente de licitação, a empresas com vínculos pessoais com
dirigentes do seu partido político.
O gasto estimado destas obras é no valor de R$
1.000.000.000,00 (um bilhão) de reais destinados ao evento artístico de
grande repercussão a realizar-se em aproximadamente um ano, o que
inviabilizaria a realização de procedimento licitatório.
O autor inconformado com esta situação, que gosta
de participar ativamente da defesa da Administração Pública e está em
dia com seus direitos políticos, não teve outra opção a não ser acionar a
máquina judiciária.

II. DO CABIMENTO
O art. 5°, inciso LXXIII, da CRFB, admite a ação
popular, visando anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
Pelos fatos narrados ficou perfeitamente
demonstrada a lesão ao patrimônio público, viabilizando o ingresso da
presente ação popular.

III. DA TUTELA DE URGÊNCIA


Tendo em vista, o ato de preservar e defender o
patrimônio público, o Código de Processo Civil, em seu artigo 300, se
não, vejamos:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida
quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco
ao resultado útil do processo.

Ainda, art. 5º, §4º da Lei nº 4.717/65, será possível


a concessão da Tutela, in verbis:
Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é
competente para conhecer da ação, processá-la e
julgá-la o juiz que, de acordo com a organização
judiciária de cada Estado, o for para as causas que
interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado
ou ao Município.
Evidenciado esta, a existência de ato lesivo ao
patrimônio público, sendo assim, devemos observar o:

- FUMUS BONI IURIS, isso porque, o valor da obra é


de um R$1.000.000.000,00 (bilhão de reais), o que causará grande
desfalque aos cofres públicos.
Assim, conforme destaca a doutrina, não há razão
lógica para aguardar o desfecho do processo, quando diante de direito
inequívoco:
“Se o fato constitutivo é incontroverso não há
racionalidade em obrigar o autor a esperar o tempo
necessário à produção da provas dos fatos impeditivos,
modificativos ou extintivos, uma vez que o autor já se
desincumbiu do ônus da prova e a demora inerente à
prova dos fatos, cuja prova incumbe ao réu certamente o
beneficia." (MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de
Urgência e Tutela da Evidência. Editora RT, 2017. p.284)

-PERICULUM IN MORA, está caracterizado quando a


espera de um provimento final coloca em risco o bem público, além de
se tornar difícil e até mesmo incerta a reparação do dano, caso ainda se
permita a continuidade dos efeitos dos atos impugnados, conforme
leciona Humberto Theodoro Júnior:
"um risco que corre o processo principal de não ser útil
ao interesse demonstrado pela parte", em razão do
"periculum in mora", risco esse que deve ser
objetivamente apurável, sendo que e a plausibilidade do
direito substancial consubstancia-se no direito "invocado
por quem pretenda segurança, ou seja, o "fumus boni
iuris" (in Curso de Direito Processual Civil, 2016. I. p.
366).

Comprovado os presentes requisitos, a não


concessão da medida liminar, não suspenderá os atos de dispensa de
licitação com o repasse de verbas públicas que causam prejuízo ao
erário.

IV. DA LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA


O presente remédio constitucional poderá ser
previsto por qualquer cidadão em pleno gozo dos direitos políticos,
previsto no artigo 1º § 3º, lei 4.717/65, in verbis:
Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear
a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao
patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados,
dos Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades
de economia mista, de sociedades mútuas de seguro nas
quais a União represente os segurados ausentes, de
empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de
instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o
tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de
cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de
empresas incorporadas ao patrimônio da União, do
Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de
quaisquer pessoas jurídicas ou entidades
subvencionadas pelos cofres públicos.
        
§ 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será
feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele
corresponda.
Sendo assim, qualquer cidadão em pleno gozo dos
direitos políticos possui legitimidade para impugnar ato lesivo ao
patrimônio público, bem como a boa administração, princípio previsto
no art. 37 Constituição Federal.
Logo, o Autor preenche os requisitos subjetivos para
o ingresso da ação, tendo em vista, possui o título de eleitor, estando
em dia com suas obrigações eleitorais e não se encontra em nenhuma
das condições de privação dos direitos políticos (documentos em anexo).
No tocante aos réus apontados na ação, estes são
efetivamente os responsáveis pelo ato ilegal, lesivo ao patrimônio
público, conforme art. 6° da Lei 4.717/65:
Art. 6º - A ação será proposta contra as pessoas públicas
ou privadas e as entidades referidas no art. 1º, contra as
autoridades, funcionários ou administradores que
houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o
ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado
oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do
mesmo.
Neste caso, o ato praticado pelo Estado WYK, bem
como as demais empresas ao estar providenciando um plano de obras
custosas e pretendendo que elas sejam entregues, independentemente
de licitação, a empresas com vínculos pessoais com dirigentes do seu
partido político, causa danos lesivos que se não houver nenhuma
medida, causará grandes danos ao patrimônio público.

V. DO DIREITO
Conforme comprovado, ocorreu ato ilegal, ato este
lesivo ao patrimônio público, tendo em vista que não foram atendidos os
artigos 3º e 4º da Lei 4.717/65.
Todo cidadão residente no país, possui o dever de
cumprir a legislação pátria, tendo em vista, a supremacia legal da
Constituição Federal.
No que tange o princípio da licitação, assim é
previsto:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:
(...)
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as
obras, serviços, compras e alienações serão contratados
mediante processo de licitação pública que assegure
igualdade de condições a todos os concorrentes, com
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos
da lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à
garantia do cumprimento das obrigações. (grifo nosso)

Vale frisar que TODOS os atos efetuados pela Ré,


ferem os princípios constitucionais, inclusive não há o que se falar em
dispensa de licitações, pois visa garantir a igualdade de condições a
todos os concorrentes.
Sendo assim, cumpre discutir o Princípio Da
Moralidade no referido caso:

A. MORALIDADE PÚBLICA

Entende-se por Improbidade Administrativa, atos


que ferem os princípios administrativos praticados por servidor público,
com ou sem participação de terceiro. Houve preocupação da Carta
Magna em fortalecer o caráter moral da função pública, ao trazer à tona
em seu art. 37 o princípio da moralidade, com o intuito de que a
administração pública não se distanciasse da   boa-fé, lealdade e
probidade; requisitos quais fortalecem o caráter honesto do Poder
Público.
Porquanto, tais preceitos são indispensáveis para se
evitar situações onde haja dispensa de licitação indevida, por exemplo:
a contração de determinada empresa sem licitação.
Assim, deve o réu ser condenado à devolução do
dano ao erário, além das penalidades cabíveis por improbidade:
ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
DANO AO ERÁRIO. DEVOLUÇÃO DOS VALORES PELO
RÉU. PENA DE MULTA. JUSTIÇA GRATUITA. 1. A
circunstância do ora apelante ter sido punido no âmbito
administrativo não impede a apuração dos fatos e a sua
consequente responsabilização em ação de improbidade
administrativa (art. 12 - Lei nº 8.429/92). Eventual
ressarcimento do dano não afasta a possibilidade de ser
imposta a penalidade de multa. 2. Hipótese em que se
aconselha a concessão da justiça gratuita ao apelante,
em razão da sua hipossuficiência econômica, com a
dispensa temporária do pagamento das custas e dos
honorários advocatícios (Lei 1.060/50 - art. 12). 3.
Apelação provida em parte. (TRF-1 - AC:
14384620084014000, Relator: DESEMBARGADOR
FEDERAL OLINDO MENEZES, Data de Julgamento:
12/09/2014, QUARTA TURMA, Data de Publicação:
23/09/2014).

Desta forma, perfeitamente caso comprovado o dano


ao erário, deve ser determinado o imediato ressarcimento ao erário e
notificação ao Ministério Público para fins de condução do devido
processo de Improbidade Administrativa.

DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, REQUER:
a) A citação das partes Rés, para que, querendo manifestem-se, sob
pena de revelia;
b) A concessão da tutela de urgência, com fulcro no artigo 300, do
CPC, e no 5º, §4º da Lei nº 4.717/65;
c) Intimação do Ministério Público nos termos do art. 7º da Lei nº
4.717/65;
d) Condenação dos responsáveis no ressarcimento dos danos
causados nos termos do art. 11 da Lei nº 4.717/65;
e) Condenação dos Réus ao pagamento de honorários advocatícios,
custas e demais despesas processuais nos termos do art. 12 da
Lei nº 4.717/65;
f) Requer por fim, sejam feitas todas as publicações no nome da
advogada ..., OAB nº..., sob pena de nulidade.

Dá-se o valor da causa R$... (...)

Termos em que,
Pede deferimento!

Local, data

Advogada...
OAB....

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