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EDAFOLOGIA

Profª Tânia Morselli


Departamento de solos
FAEM/UFPel
UNIDADE I

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA
EDAFOLOGIA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EDAFOLOGIA

O QUE É EFAFOLOGIA?
 Edaphos = solo
 Logo + ia = estudo, ciência

CONCEITOS EDAFOLÓGICOS FUNDAMENTAIS


Morfologia do Solo
Gênese do Solo
Solo
Pedologia
Pedon e Polipedon
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EDAFOLOGIA

CONCEITOS DE SOLO
Mitscherlich Dokuchaev
Thaer Sibirtzev
Liebig Glinka
Davy Wiegner
Sprengel Marbut
Milne Vageler e Alten
Fallou JOFFE
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EDAFOLOGIA

CONCEITO MAIS COMPLETO


 Joffe:

 Corpo natural
 Constituintes minerais e orgânicos
 Horizontes de profundidade variável
 Diferentes - propriedades F, Q e B.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EDAFOLOGIA

Física
Biologia Química

Engenharia Botânica

Pedologia
Geologia Zoologia
demais
ciências
Geografia Microbiologia

Climatologia Agricultura
Matemática
Constituição do solo

FS

Solo
FL FG
Fase sólida do solo
Partículas de natureza diferente:
- Mineral
- Orgânica
Partículas de tamanho diferente:
- Areia
- Silte
- Argila
Partículas de origem diferente:
- Orgânica
- Mineral (Pedogênica)
Fase líquida do solo
 Água do solo
 Plasma do solo
 Relacionada com as partículas do solo:

- tamanho
- forma
- superfície
- quantidade
- arranjamento
Fase gasosa do solo
 A composição da atmosfera do solo é diferente
da atmosfera do ar:
 • Mais CO2
 • Menos O2
 • Umidade
 • Mais vapor de água
 • Temperatura
 • Depende da profundidade
Fase gasosa do solo

Ar O2 CO2 N2
---------------(%)---------------
Solo 0 - 21 0,03 - 20 78 - 79

Atmosfera 21 0,03 78
Tipos de solos

Solo orgânico Solo mineral

 mais de 20% de  menos de 20% de


M.O. M.O.

 mais de 11,5% de  menos de 11,5% de


carbono total carbono total
Tipos de solo

Solo ideal Solo Orgânico


PM PO PL PG
PM PO PL PG

15%
17% 35%
45% 30%
34% 20%

5%
Tipos de solos orgânicos

Turfas Muck
 solos orgânicos parcialmente
decompostos
 Turfa ácida  solo orgânico bem
-pH 3,5 a 4,0 e decomposto
-relação C/N 30 a 40:1
 Turfa cálcica
-pH > 7,0
-relação C/N 15 a 30:1
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EDAFOLOGIA

RAMOS DA PEDOLOGIA
 Morfologia do Solo

 Química do Solo

 Física do Solo

 Microbiologia do Solo

 Biologia do Solo

 Classificação do Solo
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EDAFOLOGIA

EDAFOLOGIA E SUA RELAÇÃO COM


BIOLOGIA DO SOLO

 IMPORTÂNCIA DA FAUNA EDÁFICA


 CLASSIFICAÇÃO DA FAUNA EDÁFICA

A) Geófilos
Ciclo incompleto na superfície do solo
(coleópteros)
B) Geobiontes
Ciclo completo no solo
(oligoquetas, ácaros e colêmbolos)
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EDAFOLOGIA

CLASSIFICAÇÃO DA FAUNA
EDÁFICA QUANTO AO MEIO

A) Epiedáficos

B) Hemiedáficos

C) Euedáficos
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EDAFOLOGIA

CLASSIFICAÇÃO DA FAUNA
EDÁFICA QUANTO AO
REGIME ALIMENTAR
A) Saprófitas
B) Fitófagos
C) Necrófagos
D) Coprófagos
E) Predadores
F) Parasitas
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EDAFOLOGIA

CLASSIFICAÇÃO DA FAUNA EDÁFICA


QUANTO AO PORTE ANIMAL

A) Microfauna (< 0,2mm)


(poucos nematóides)
B) Mesofauna (0,2 a 4mm)
(ácaros, colêmbolos, nematóides)
C) Macrofauna (4 a 80mm) (minhocas)
D) Megafauna (80mm a 1,6m)
(roedores, répteis, anfíbios)
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EDAFOLOGIA

CLASSIFICAÇÃO DA FAUNA EDÁFICA

A) Transporte de material
B) Galerias
C) Melhorias na estrutura do solo
D) Decomposição da M. O.
E) Indicadores de qualidade do solo
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EDAFOLOGIA

FATORES QUE DETERMINAM A FAUNA


EDÁFICA

A) Alimento

B) Umidade (60 a 100%)

(da capacidade de campo)

C) Aeração

D) Temperatura (15 a 26ºC)


FAUNA EDÁFICA MAIS REPRESENTATIVA

Colêmbolos  Reprodução
(macho e fêmea)
 Forma primitiva  Alimento
 Na superfície do solo  Auxilia na agregação
 Anuais  Distribuição horizontal
 3 a 12 gerações (24ºC) no solo
 > 25ºC (uma geração  Mais de 80% da
por ano) população do solo
 Alguns apenas 3 meses  23.000 a 28.000/m²
no solo (1-3cm) da superfície
 50 ovos/postura  Sofrem com o manejo
inadequado do solo
COLÊMBOLOS
FAUNA EDÁFICA MAIS REPRESENTATIVA

 Ácaros
 Maioria põe apenas um ovo

 Tem de 1 a 5 gerações

 Suportam bem a seca

 No inverno: jovens em maioria

 Maior número de indivíduos no outono


Nutrição dos ácaros

 Mesostigmatas

 Ácaros grandes
 Mastigadores, sugadores
 Se alimentam de:
insetos, ácaros, mematóides,
animais mortos, plantas vivas, fungos
Nutrição dos ácaros

Prostigmata Cryptostigmata:
 Ácaros sugadores  Se alimentam de:

 Se alimentam de: Restos vegetais,


larvas e ovos de algas
insetos e fungos
ÁCAROS
Nutrição dos ácaros

 Dos oribates (Cryptostigmata)

(50 a 70% atacam os restos vegetais)

(25% são carnívoros, necrófagos, coprófagos)


Fatores que afetam a preferência
alimentar dos ácaros

 Tamanho da partícula do alimento

 Estrutura bucal

 Decomposição do alimento

 Teor de umidade do alimento


Densidade populacional dos ácaros

 Solos de floresta (100.000 a 500.000 por m²)


(50% oribates)
 Solos cultivados (20.000 a 30.000 por m²)
(2% mesostigmata)
(70% oribates)
(1% prostigmata)
Número de colêmbolos em diferentes
sistemas de produção
(SF= solo de floresta, CN= campo nativo, CC= cultivo
convencional, SD= solo desnudo)
250
número de organismos

COLÊMBOLOS
200

150

100

50

0
SF CN CC SD
Sistemas
Número de ácaros jovens e adultos em
três estações do ano

45

40
Jovens Adultos
Número de ácaros por

35
metro quadrado

30

25
20

15

10
5

0
Fim do Verão Outono Início do
inverno Inverno
Estações do ano
OLIGOCHAETAS

INTRODUÇÃO
 Vulgarmente – minhocas

 OLIGO = poucos, CHAETA = pelos

 Existem - 600 milhões de anos

 Margem do Rio Nilo – proibido cultivar

 Importante – pedogênese, fertilidade

propriedades físicas,
manejo do solo
OLIGOCHAETAS

 BIOLOGIA
Saprófagos, necrófagos, predadores
Alimento mais comum: M.O., silte, argila
Necessita solo entre a Cc e o Pm
Corpo – de 80 a 90% água
Solos alagados (aerados) – sobrevivem
até 50 semanas
OLIGOCHAETAS
 BIOLOGIA
 Resistem à dessecação
 Ex. Lumbricus terrestris – sobrevive perdendo
70% de seu conteúdo hídrico.
 Ex. Allolobophora chlorótica – 75% do conteúdo
 Não sobrevivem – conteúdo de umidade corporal
< 18 %
 Muitas sobrevivem vários meses de seca – estado
latente
 Sem órgão respiratório específico
 Glândulas de Morren (secretam CaCO3)
 Temperatura – 6 a160C
OLIGOCHAETAS

 Reprodução:
 Cruzamento normal: Allolobophora, Lumbricus
 Partenogênese: Octalasium, Eisenella
 Produção de ovos (condições ambientais)
Ex. Allolobophora chlorótica
 Eclode em umidade favorável:
 36 dias (200C), 49 dias (150C), 112 dias (100C)
 Produzem de 3 a 100 casulos por ano
ACASALAMENTO
Minhocas após o acasalamento
Acasalamento (três organismos)
OLIGOCHAETAS
 Crescimento:
 varia com o clima
 Ex. Allolobophora chlorótica: 13 semanas a 180C
17 a 19 semanas a 150C

 Longevidade:
 média 2 anos (Variando de 15 a 31 meses)

 Atividade:
 estacional (maior produção de coprólitos na primavera e
outono)
OLIGOCHAETAS
 PEDOBIOLOGIA  Diâmetro das galerias: 3 a
Galerias 12mm
 Mistura de resíduos
orgânicos e matéria mineral
Ação das dejeções
 Maior penetração de raízes
 Melhoram a camada
 Melhoram a CI superficial do perfil do solo
 Melhoram a aeração do perfil  Ativam a microbiota total do
 Aumentam a CRA solo
Tamanho das galerias:  Melhoram a agregação do
solo
 Solos arenosos até 6m
 Ativa a meso e microfauna
 Solos argilosos mais de 1m e
(Cadeia trófica)
menos de 6m
 Lumbricus terrestris até 3,5m
INFLUÊNCIA DAS MINHOCAS NO SOLO

 Seus efeitos são reduzidos com a


profundidade do perfil do solo
 São importantes na formação do solo:

 - Movimentação das partículas no perfil


 - Modificam a porosidade total

 - Atuam na estabilização de agregados

 - Influenciam a CRA e CI
Ação das minhocas
a) Perda de solo por escorrimento d) A estabilização dos coprólitos
superficial (selamento da depende:
superfície pelos coprólitos Fibras vegetais incorporadas
secos)
Hifas fúngicas
b) Incremento na Pt pelas galerias
e EAA Excreções bacterianas

c) Coprólitos dependem:
 Da umidade do ambiente e) Pontoscolex corethrurus:
 Estações do ano Coprólitos grandes
 Tipo de solo Facilmente dispersos quando
secos
 Tipo de argila
Tende a reduzir a Pt
 Teor e qualidade da M.O.
 Espécie de minhocas
presentes
Região anterior da minhoca Lumbricus terrestris
(corte transversal)
A)Tubo digestivo de Lumbricus terrestris
B) Órgão genital e sistema nervoso de Lumbricus terrestris
Coleta de organismos do solo

A) Armadilha de Tretzel
 Função: coletar organismos mais ativos
que habitam a superfície do solo
 Material necessário para cada coleta:

- Pá de corte
- Enxada e marreta
- Uma telha francesa ou similar
- Dois suportes de ferro
- Um vidro de boca larga com tampa
- Formol a 2,5%
Coleta de organismos do solo

 Operação de coleta:

- Escolher um local alto no terreno

- Limpar a superfície do terreno

- Retirar a vegetação

- Cavar em forma de cunha medindo a profundidade do

vidro

- Colocar formol no vidro e tampá-lo


Coleta de organismos do solo
 Operação de coleta:
- Acomodar o frasco na cova, bem como a terra e
vegetação retirada
- Retirar a tampa do frasco
- Colocar a telha
- Deixar as armadilhas no campo por um período de
48h
- Levar o material ao Laboratório de Solos
- Examiná-lo em lupas utilizando placas de Saracusa ou
de Petri
- Proceder a contagem dos organismos
Coleta de organismos do solo

B) Funil de Tüllgren
 Função: coletar organismos menos ativos que habitam
o interior do solo.
 Material necessário para cada coleta:

- Pá de corte
- Enxada e marreta
- Anéis de volume conhecido
- Faca ou espátula
- Sacos plásticos
- Etiquetas e atilhos de borracha
Coleta de organismos do solo

 Operação de coleta:

- Aproveitar o espaço preparado para a coleta AT

- Cravar o anel no solo

- Cobrir o anel com um metal

- Bater no anel até o solo aparecer na sua superfície

- Retirar o anel do solo com cuidado

- Proceder a limpeza com faca ou espátula


Coleta de organismos do solo

- Transferir a amostra para um saco plástico


- Etiquetar o saco plástico
- Encaminhar a amostra - Laboratório de Biologia do Solo
- Acomodar a amostra na peneira de 2mm
- Colocar na base do funil um becker de 50-100mL
- Adicionar no becker de 4 a 6 gotas de glicerina
- Ligar a lâmpada do aparelho
- Deixar instalado o funil por 48h
- Examinar o material coletado em lupas e proceder a
contagem dos organismos
Apresentação de relatório
 Introdução

 Material e métodos

 Resultados encontrados

 Conclusão

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