Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo
Este trabalho tem como objetivo identificar as principais zonas de produção e atração e também elaborar
uma distribuição de viagens das mais significativas commodities agrícolas exportadas por via marítima.
Através da análise pelo Diagrama de Pareto percebeu-se, que por terem sido responsáveis por quase 99%
de exportações agrícolas nacionais em 2006, as commodities agrícolashidas foram a cana-de-açúcar e a
soja. Para a cana-de-açúcar a principal zona de produção (ZP) é o estado de São Paulo e a principal zona
de atração (ZA) é o porto de Santos. Para a soja as principais zonas de produção (ZP) são os estados de
Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul e as zonas de atração (ZA) são os portos de: Paranaguá, Santos
e Rio Grande.
Abstract
This paper aims to identify key areas of production and attraction and also draw up a distribution of travel
of the most significant agricultural commodities exported by sea. Through analysis by Pareto chart
realized is that by having been responsible for almost 99% of Brazilian agricultural exports in 2006, the
commodities were chosen to sugar cane and soy. For sugar cane the main area of production (ZP) is the
state of Sao Paulo and the main area of interest (ZA) is the port of Santos. For the main soybean-
producing areas (ZP) are the states of Mato Grosso, Paraná and Rio Grande do Sul and areas of interest
(ZA) are the ports of: Paranaguá, Santos and Rio Grande.
Na Tabela 1 tem-se as taxas de crescimento do PIB real por setor, onde verifica-se a importância da
agricultura na economia nacional. Na década de 90 a agricultura cresceu 43% acima do crescimento do
PIB. Nos 7 anos dos anos 2000, a relação foi de 37% acima do PIB e no período entre 1990 e 2007 foi de
40%. Isto prova que pelo menos desde os anos 90, o crescimento do agronegócio vem superando o da
economia como um todo.
Pág: 1
Apesar de a situação dos portos brasileiros ter apresentado considerável melhora nos últimos dez anos,
ainda persistem preocupações legítimas com a possibilidade de esgotamento da capacidade operacional
por falta de investimentos elementares em obras como dragagem para manutenção do calado, melhoria
dos acessos terrestres (rodoviário e ferroviário) e marítimos (dragagem de aprofundamento do canal de
acesso), bem como o aumento do calado do cais de atracação dos terminais.
São realizadas por via marítima 85% das exportações brasileiras, o que confere importância fundamental
à qualidade dos serviços portuários prestados. A importância da eficiência dos portos brasileiros se torna
ainda mais relevante haja vista o crescimento das exportações, que vem ganhando força a cada ano,
conforme Figura 1.
O volume de carga movimentado e a produtividade dos portos e terminais aumentaram muito nos últimos
anos. Para que se tenha uma idéia, os volumes movimentados quase dobraram nos últimos 12 anos,
passando de 340 milhões de toneladas para 620 milhões de toneladas. Embora a natureza da carga
embarcada se divida em granéis sólidos, líquidos e carga geral, destaca-se o embarque de granéis sólidos
(minério de ferro), granéis agrícolas - complexo de soja e açúcar ). Esse desempenho levou as
exportações brasileiras da média histórica de 0,9% do fluxo mundial para 1,13%, em 2005, conforme
pode ser verificado na Figura 2.
Avaliando a evolução da carga geral de forma isolada, nota-se que o porto de Santos-SP continua sendo o
responsável por quase 1/3 do total movimentado desta natureza de carga no país. Também merecem ser
Pág: 2
citados os portos de Paranaguá, Itajaí, Barra do Riacho, Vitória, Itaguaí, Vila do Conde e Imbituba pelo
crescimento em 2005 e por manterem crescimento contínuo desde 2003.
Avaliando a evolução do granel líquido, nota-se que houve recuperação da perda de 1,7% do ano anterior.
O bom desempenho de 7,22% sobre 2005 deveu-se principalmente aos bons resultados dos portos de
Angra dos Reis, Santos, Porto Alegre e Vila do Conde.
Quanto a evolução do granel sólido, verifica-se que foi mantida a concentração de mais de 60% do total
de cargas movimentadas destas mercadorias em 3 portos/terminais (Tubarão, Itaqui e Itaguaí). Levando-
se em conta que em todos eles o produto que alavanca as respectivas performances é o minério de ferro, o
Brasil mostra-se muito dependente de um único produto para projetar a sua movimentação portuária.
O porto de Santos lidera a lista dos portos/terminais que mais movimentaram granéis sólidos em 2006,
cujo produto principal foi açúcar. Em seguida apresentam-se os portos de Paranaguá e Rio Grande, que
haviam apresentado redução nestas movimentações em 2005, porém em 2006 registraram recuperação,
ainda parcial, de 13,86% e 48,01%, respectivamente.
Houve uma redução da participação de derivados de Petróleo de 9,98% em 2005 para 5,90% em 2006. A
soja e seu derivado, o farelo, que em 2005 representavam juntos 5,21%, em 2006 passaram a representar
6,24%, sendo que o farelo de soja teve maior incremento.
Através do Diagrama de Pareto, que é o método de identificação de dados por uma representação de
forma visual da distribuição de eventos que estão sendo estudados, priorizando os mais importantes, neste
estudo a menor quantidade representanto 80% do resultado. Na Tabela 3 será analisado quais as
principais commodities agrícolas exportadas através dos portos brasileiros, foi diagnosticado que
concentrando 98,83% das exportações agrícolas brasileiras estão o complexo da soja(soja em grãos e
farelo) e do açúcar.
Pág: 3
Tabela 3: Relação dos portos, quantidade e que tipos de commodities agrícolas são exportadas
Farelo de
Açúcar Arroz Soja Milho Soja Trigo
Angra dos Reis(RJ)
Aratu-BA
Barra do Riacho(ES)
Barra dos Coqueiros(SE)
Belém(PA)
Cabedelo(PB)
Cáceres(MT) - Fluv
Charqueadas(RS)
Corumba(MS) - Fluv
Estrela(RS) 53.215
Forno(RJ)
Fotaleza(CE)
Ilhéus(BA) 711.921
Imbituba(SC) 140.603
Itaguaí(RJ)
Itaguaí(RJ)
Itajaí(SC) 73.308
Itaqui(MA) 1.769.902
Maceio(AL) 1.717.608
Natal(RN) 63.286
Niterói(RJ)
Panorama(SP) - Fluv
4.046.80 5.058.78
Paranaguá(PR) 2.677.337 3 0
Pelotas(RS)
Porto Alegre(RS)
Porto Velho(RO) - Fluv
Praia Mole(ES)
Pres Epitácio(SP) - Fluv
Recife(PE) 522.740
Regência(ES)
Rio Grande(RS) 201.811 1.765.048 3.525.876 76.300
RJ(RJ)
Salvador(BA)
Santana(AP)
Santarém(PA) 2.017.380
Santos(SP) 9.941.397 2.017.380 6.807.732
270.93
São Franscisco do Sul(SC) 518.989 7 3.038.670
São Sebastião(SP)
Suape(PE) 95.750
259.07
Tubarão(ES) 806.306 0 2.628.579
Vila do Conde(PA)
Vitória(ES) 220.903
270.93 27.030.27
Total 15.232.029 201.811 4.301.417 7 9 76.300
% 32,33% 0,43% 9,13% 0,58% 57,37% 0,16%
Fonte: ANTAQ, 2008, modificado pelo autor.
Pág: 4
Fonte: ANTAQ, 2008, modificado pelo autor.
Figura 3: Participação % dos principais portos de exportação de cada commodity
3. COMMODITIES AGRÍCOLAS
Segundo dados do IBGE (2008), as principais commodities agrícolas são: arroz, cana-de-açúcar, milho,
soja e trigo. Avaliando conjuntamente com os dados da Tabela 3, este trabalho somente estudará a cana
de açúcar e a soja.
Na Figuras 4 percebe-se que é proporcional a relação entre a quantidade produzida e a geração de valor
da cana-de-açúcar para cada estado.
58,86%
56,86%
% Quantidade produzida
% Valor da produção
7,42% 7,04%
5,14%
4,17%
7,17% 6,84%
5,38% 3,88%
Pág: 5
3.2. Soja
Soja é um grão rico em proteínas, cultivado como alimento tanto para humanos quanto para animais. É
considerada uma fonte de proteína completa, isto é, contém quantidades significativas de todos os
aminoácidos essenciais que devem ser providos ao corpo humano através de fontes externas, por causa de
sua inabilidade para sintetizá-los.
Nas Figura 5 observa-se que o cultivo da soja é concentrado nos estados do centro-sul do país. Também é
verificado, como para a cana-de-açúcar os estados que mais produziram a soja também são os estados que
mais geraram valor.
Segundo dados da Embrapa (2008), 77,5% da colheita de soja é transformada em farelo, e desse
montante, 60,3% é exportado.
29,72%
% Quantidade produzida
% Valor da produção
24,05%
20,91%
17,85%
15,67%
14,41%
11,47% 11,45%
7,92% 7,93%
Mato Grosso Paraná Rio Grande do Sul Goiás Mato Grosso do Sul
Seguindo este modelo, em respeito a produção e atração para exportação do açúcar, percebe-se da
observação das figuras 3 e 4 que a produção é concentrado em São Paulo (58,86%) e a atração é
concentrada em Santos (64,33%). Ou seja, a geração de viagens têm um volume concentrado no estado de
São Paulo.
Já para a soja, a geração de viagens, segundo a Figura 7, verifica-se onde estão localizadas as principais
ZP e ZA dos mais importantes players do mercado produtor e exportador de soja. Percebe-se que as
viagens são elaboradas, como as empresas trabalham nas duas pontas do processo (produção e atração),
as viagens já são programadas conforme estão seus armazens portuários (atração).
Pág: 6
Fonte: Labtrans/UFSC (2005)
Figura 7: Unidades Benefiaciadoras e Exportadoras por Empresas
(1)
Restrições:
(2)
(3)
(4)
em que
Cij: custo do frete da zona de atração i para a zona de produção j;
Xij: volume transportado da zona de atração i para a zona de produção j;
Ai: somatório de todo o volume exportado considerado;
Pj: somatório de toda produção considerada;
4.1.1. Açúcar
ATRAÇÃO
Santos Paranaguá
9.941.39
7 2.677.337
Fonte: IBGE,2008 e ANTAQ,2008, modificado pelo autor.
Paraná 0 0 0
Minas Gerais 0 0 0
9.941.39
Total 7 2.677.337
Conforme a Tabela 6, por ter o menor custo de frete a atração de Santos é atingida plenamente pela
produção de São Paulo que também atende a demanda total de Paranaguá.
O porto de Paranaguá não atrai a produção de açúcar do Paraná e Minas Gerais, pois segundo a tabela de
fretes da SIFRECA (Esalq-Log, 2008), não existe custo de frete entre estes estados e o porto de
Paranaguá.
Pág: 8
Tabela 8: Volume de Produção(t) e Atração(t) de Farelo de Soja
PRODUÇÃO ATRAÇÃO
São
Mato 12.085.5 Paranag Rio
Santos Franscisco Tubarão
Grosso 21 uá Grande
do Sul
7.256.24 4.046.80 1.765.04 2.017.38
Paraná 8 3 8 0 518.989 806.306
Rio Grande 5.858.45
do Sul 1
4.663.73
Goiás 2
Mato
Grosso do 3.218.99
Sul 5
Fonte: IBGE,2008 e ANTAQ,2008, modificado pelo autor.
Rio Grande do
Sul 0 0 0 0 0 0
Goiás 0 0 0 0 0 0
Mato Grosso 2.017.38
0 0 2017380 0 0
do Sul 0
4.046.80 2.017.38
Total 3 0 0 0 0
Conforme a Tabela 9, por ter o menor custo de frete a atração de Paranaguá é atingida plenamente pela
produção do Paraná e a de Santos pelo o estado de São Paulo.
Percebe-se que os portos de Rio Grande, São Franscisco do Sul e Tubarão não atraem as produções de
farelo de soja dos estados selecionados. O porto de Santos não atrai a produção do Paraná. O estado do
Rio Grande do Sul não envia sua produção para nenhum dos portos selecionados, o que indica que sua
produção não é voltada para a exportação por via marítima, pois segundo a tabela de fretes da SIFRECA
(Esalq-Log, 2008), não existe custo de frete entre estes estados e estes portos.
Pág: 9
Mato Grosso
94,60 Sem link 102,61 Sem link Sem link
do Sul
Fonte: SIFRECA(Esalq-Log, 2008).
Resolvendo o problema formulado pelas equações de 1 a 4, utilizando os dados das Tabelas 10 e 11,
através da ferramenta Solver do Microsoft Office Excel®, o mínimo custo total no transporte do farelo de
soja para os portos de Paranaguá, Rio Grande, Santos, São Franscisco do Sul e Tubarão obtido foi de R$
1.068.292.265.
Rio Grande
0 1700840 0 0 0
do Sul
Goiás 1353987 0 0 0 0
Mato
Grosso do 934547 0 0 0 0
Sul
Total
A partir da Tabela 12, verifica-se que a produção do Paraná e do Rio Grande do Sul estão
respectivamente alocados completamente nos portos de São Francisco do Sul e Rio Grande. A demanda
do porto paranaense é atingida por completo, por ter os menores custos de frete, pelas produções de Mato
Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul. As atrações de Rio Grande e São Franscisco do Sul são atingidos
em sua plenitude por seus respectivos estados. O porto de Santos somente recebe o restante (21%) da
produção matogrossense.
Percebe-se que o porto de Tubarão não atrai a produção de grãos de soja dos estados selecionados, o
porto de Santos não atrai a produção gaúcha, o porto de São Franscisco do Sul não atrai as produções de
Goiás e Mato Grosso do Sul e o porto de Rio Grande somente recebe a produção do Rio Grande do Sul.
Além de enviar produção para os porto do Rio Grande e São Franscisco do Sul.
5. CONCLUSÃO
Somados, açúcar e o complexo soja (farelo e grãos), representam mais de 8% de todo o volume de
exportação brasileira. Portanto analisar quais são as zona de produção e atração de cada um destes
Pág: 10
produtos, e sus respectivas quantidades, é de extrema importância para que se identifique o volume
transportado e a distribuição de viagens.
Através dos dados da ANTAQ (2008), foram selecionados as principais commodities agrícolas exportadas
e quais os mais representativos portos utilizados nesta operação.
Pelos dados do IBGE(2008), foi selecionado os estados mais representativos na produção e na agregação
de valor ao produto, da cana-de-açúcar e soja. Percebe-se que para a cana-de-açúcar a relação entre
produção e valor é praticamente a mesma. Já para a soja, não é que há uma inversão de importância, mas
a soja do Mato Grosso é menos valorizada do que a do Paraná. O Paraná tem um % de quantidade
produzida menor, porém com maior valor agregado, já que possui % de valor do produto maior.
Para a cana-de-açúcar foi identificado que as mais importantes ZP são: São Paulo, Paraná, Minas Gerais,
Alagoas e Goiás, que representam 82,63% da produção nacional e 80,13% do valor financeiro gerado por
essa produção. As principais ZA são Santos(SP) e Paranaguá(PR) que são responsáveis por 81,66% de
toda exportação nacional.
No caso da soja as mais significativas ZP são os estados da região Centro Oeste, o Paraná e o Rio Grande
do Sul, com 81,36% da produção nacional e exatos 80% da geração de valor. As principais ZA são:
Paraná(PR), Santos(SP), Rio Grande(RS), São Francisco do Sul(SC) e Tubarão(ES) com a exportação de
86,91% de toda a soja exportada.
Referência Bibliográfica
ANTAQ (2008a); Estatísticas; Anuários; Anuário Estatístico Portuário - 2006; Análise da Movimentação
de Cargas: http:// www.antaq.gov.br
ANTAQ(2008b); Estatísticas; Anuários; Anuário Estatístico Portuário - 2006; Informações Gerais dos
Portos: http:// www.antaq.gov.br
BAYLISS, B. Transport policy and planning: an integrated analytical approach. Washington: The World
Bank, 1996. 68p.
Copersucar(2006); Relatório de Gestão 05-06.
IBGE(2008); Industria; Produção Física; Agroindústria: http://www.ibge.gov.br
Embrapa (2008); Soja; Dados Econômicos: http:// www.cnpso.embrapa.br
Labtrans/UFSC(2005). Modelo de Planejamento Logístico e de Transportes: Desenvolvimento e Estudo
Aplicado. Trabalho Realizado para a ANTT e a SUEME.
Esalq-Log(2008); SIFRECA – Sistemas de Informações de Fretes.
Pág: 11