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Breve Histórico
do Pensamento Psicológico
Brasileiro Sobre Relações
Étnico-Raciais
Brief History Of Brazilian Psychological
Thinking About Ethnic/Racial
Relationships

Breve Histórico Del Pensamiento Psicológico


Brasileño Sobre Relaciones Étnico-
Raciales

Alessandro de
Oliveira dos Santos
Universidade de São Paulo

Lia Vainer Schucman


Universidade de São Paulo

Hildeberto Vieira Martins


Universidade Federal
Fluminense
Artigo
PSICOLOGIA: CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2012, 32 (num. esp.), 166-175
167
PSICOLOGIA:
CIÊNCIA E PROFISSÃO,
2012, 32 (num. esp.), 166-175
Alessandro de Oliveira dos Santos, Lia Vainer Schucman & Hildeberto Vieira Martins

Resumo: O artigo descreve três momentos do


pensamento psicológico brasileiro sobre relações étnico-
raciais no final do século XIX e no início do século XX,
caracterizado pela consolidação da Escola Nina Rodrigues,
que investiga características psicológicas dos escravos e
ex-escravos e fornece elementos para a configuração do
negro como sujeito psicológico; o período de 1930 até
1950 é caracterizado pelo debate da construção
sociocultural das diferenças e da desconstrução do
determinismo biológico das raças, e o período de 1990 em
diante, pelos estudos sobre branqueamento e
branquitude. Utilizando a perspectiva histórica, foi
possível traçar uma linha no tempo identificando esses
momentos de ruptura e de configuração de novos saberes
em Psicologia: biológico-causal, culturalista e relacional. A
construção dessa linha no tempo configura uma tentativa
de trazer para o campo da Psicologia uma outra
perspectiva de discussão da temática étnico-racial,
repensando o papel dos modelos e das teorias
psicológicas.
Palavras-chave: História da Psicologia-Brasil. Relações
étnico-raciais. Psicologia social. Atitudes étnicas e raciais.

Abstract: The article describes three periods of the


Brazilian psychological thinking about ethnic/racial
relationships: the late nineteenth and the early twentieth
century, characterized by the consolidation of the Escola
Nina Rodrigues, which investigated the psychological
characteristics of slaves and former slaves, providing
elements for setting the black as psychological subjects;
from 1930 to 1950 the studies are characterized by the
debate on the differences of social and cultural
construction and deconstruction of biological determinism
of race, and from 1990 onwards, characterized by the
studies on “whitening” and “whiteness”. Using the
historical approach, it was possible to draw a timeline
identifying these moments of rupture and configuration of
new knowledge in psychology: biological-causal, cultural
and relational. The construction of this timeline sets an
attempt to bring to the field of psychology a different
perspective of discussion about the ethnic/racial thematic,
thinking over the role of psychological theories and
models. Keywords: History of psychology-Brazil. Ethnic-
racial relations. Social psychology. Racial ethinic attitudes.

Resumen: El artículo describe tres momentos del


pensamiento psicológico brasileño sobre relaciones
étnico-raciales en el final del siglo XIX y en el inicio del
siglo XX, caracterizado por la consolidación de la Escuela
Nina Rodrigues, que investiga características psicológicas
de los esclavos y ex-esclavos y proporciona elementos
para la configuración del negro como sujeto psicológico; el
período de 1930 hasta 1950 es caracterizado por el
debate de la construcción sociocultural de las diferencias
y de la desconstrucción del determinismo biológico de las
razas, y el período de 1990 en adelante, por los estudios
sobre blanqueamiento y blancura. Utilizando la
perspectiva histórica, fue posible trazar una línea en el
tiempo identificando esos momentos de ruptura y de
configuración de nuevos saberes en Psicología: biológico-
causal, culturalista y relacional. La construcción de esa
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línea en atribui e
el
grupo social fornece os
investi ga as
tiempo elementos necessários para
configur características
a configuração do negro
a una psicológicas dos
como sujeito psicológico e
tentativ escravos e ex-
a de objeto da ciência.
escravos, a massa
traer
para el negra, considerada
(b) Período de 1930 até
campo por uma parcela
1950 – caracterizado pela
de la da sociedade
Psicolog introdução da Psicologia
brasileira um
ía otra no ensino superior e pelo
perspec elemento
debate sobre a construção
tiva de perigoso, e, por
sociocultural das diferenças:
discusió isso, sujeito ao
n de la contribuições de Raul
temátic controle e à
Briquet, Arthur Ramos,
a exclusão social. O
Donald Pierson, Virginia
étnico- olhar científico
racial, Leone Bicudo, Aniela
sobre esse
repensa Ginsberg e Dante Moreira
ndo el Leite. É um momento de
papel
crítica e de desconstrução
de los
modelo do determinismo biológico
s y de das raças na constituição
las do campo da Psicologia e
teorías
da Psicologia social no
psicológ
icas. Brasil.
Palabra (c) Período de 1990 em
s clave: diante – caracterizado
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Psicologí CIÊNCIA Hildeberto Vieira Martins
a. E
PROFISS
Relacion ÃO,
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étnico- esp.), 166-175
raciales.
chamadas a participar da
Psicologí resolução de problemas pelo início dos estudos em
a social. relacionados à saúde, à Psicologia sobre
Actitude educação e à
s étnicas organização do
branqueamento e
o trabalho. branquitude, com Jurandir
raciales. Freire Costa, Irai Carone,
Maria Aparecida Bento e
Edith Pizza, e de debates e
Este artigo ações de promoção da
descreve (a)o que Antunes (1998)
igualdade étnico-racial no
d
aqui eríodo do final do estaca Brasil. Nesse momento, a
como século
trêsXIX e início que discussão do legado social
tanto
momentosXX – caracterizado a do branqueamento e de
pensamento pelo surgimento Psicol seus efeitos psicológicos
ogia
psicológicoconsolidação quant sobre a identidade
brasileiro modelo
acerca o étnico/racial da pessoa
das psicológico que outras
á
negra é retomada de
culminou
étnico-raciais no na Escola reas do maneira crítica, ao mesmo
País: Nina Rodrigues, saber tempo em que se reflete
foram
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so d tr ar a ligados ao processo de
nação de iguais se a
bre o a reflexão colonização no século XVI,
escravidão (desigualdade)
a d b sobre os a Revolução Industrial, nos
persiste? Eis o problema do
ide e al discursos séculos XVIII e XIX, e as
Brasil e dos seus
nti b h e as grandes guerras, no século
intelectuais, como diz
da at o, práticas XX.
Schwarz (1995).
de e tê da
étn e m Psicologi No século XIX, o tema das Durante o processo de
ico nt si a ao relações étnico- raciais transformação pelo qual
/ra re d longo de adquire importância passou o Brasil na virada
cial p o sua capital para o Brasil, que do século XIX para o XX,
da e in história começava a se tornar problemas antigos se
pe s te quanto independente do jugo colocaram novamente no
sso q rp a essa português. Quem são os quadro de modernização e
a ui el questão. cidadãos desse novo de nacionalização da
bra sa a país? Para responder identidade do povo
nc d d O essa pergunta, tentar-se- brasileiro. De acordo com
a, or os surgi á então construir uma Massimi, o Brasil se
de e p
men imagem que coloque o encontrava, nesse
no s el Brasil no caminho das
mi e a
to período, “diante do
luzes e do progresso que a desafio de tornar-se uma
na p pr da
Europa já havia alcançado. nação moderna tendo um
da si o Psic Com a constituição de um projeto unitário político,
bra c bl ologi novo contexto social e social e cultural” (2007,
nq ól e a no político, anuncia-se o p.159). A crescente
uit o m Brasi empecilho e o paradoxo atuação do Estado na
ud g á lea de lidar com a escravidão, gerência de diversos
e o tic
Esco e, ao mesmo tempo, com aspectos da vida cotidiana
s a os ideais liberais. Afinal,
O q da
la trouxe uma “progressiva
como construir uma estruturação dos papéis dos
ar u s Nina
indivíduos, vindo estes a
tig e, re Rodr
ser considerados como
o n la igue funções e produtos do
te a çõ s processo social” (2007,
m s es
p.159). Dessa forma,
co s ét A foram postos em marcha
mo u ni constitui meios que permitissem
me a co ção das consolidar, como
ta s - relações instrumentos de
co v ra intercult promoção do processo de
ntr ár ci urais e modernização, saberes que
ibu ia ai raciais oferecessem uma leitura
ir s s, no funcional da relação entre
pa fr e Brasil ser humano e sociedade.
ra e pa decorre
a n ra de Antunes (1998) destaca que
am te ap grandes tanto a Psicologia quanto
pli s ro fluxos outras áreas do saber foram
aç d fu migratór chamadas a participar da
ão e nd ios resolução de problemas
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170
re a o cos psiquiatria, neurologia, atribuindo-se certas formas
la f m nessa Medicina social e de doença mental como
ci o a época Medicina legal, de alunos típicas de determinadas
o i a era de faculdades de etnias-raças. Tais trabalhos
n a ut fruto Medicina do Rio de Janeiro ganharam evidência no
a m or de e da Bahia. Em diversos Brasil devido ao
d p a, teses desses trabalhos, foram crescimento de uma
os l gr nas feitas associações entre imprensa nacional que fez
à a a áreas características étnico- dos jornais da época um
sa m n de raciais e tipos de caráter, dos espaços
ú e d P
SICOLOG
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CIÊNCIA
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uc s o privilegiados para a ta
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ã ci tr difusão de ideias ém
o a a defendidas por a
e d b médicos, cientistas, sol
à a al políticos e juristas. uç
or à h ão
ga M o No final do século do
ni e s XIX, a articulação Bra
za d q entre raça e nação sil)
çã ic u produzia seus e
o i e primeiros efeitos de
d n v com base em co
o a er estudos mo
tr e sa acadêmicos sobre ess
a à v o negro e sobre a e
b e a análise dos pr
al d m aspectos sociais, obl
h u s culturais e em
o. c o políticos a
N a br decorrentes da afe
es ç e presença desse tav
se ã as grupo na a a
p o s sociedade soc
er . u brasileira. O ied
ío D nt problema de qual ad
d e o raça resultava ao e
o, a s final do processo bra
a c p sile
de miscigenação
Ps o si
(fenômeno social ira
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que foi est
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considerado, em av
o o ó
certos períodos, o a
gi c gi
problema e pre
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sente grande presença da
Os trabalhos de Raimundo Nina Rodrigues e Crítica e
discursos raça negra e
da denominada Escola Baiana de desconstrução do
práticas mestiços
Antropologia ou Escola Nina Rodrigues
interessadosque, determinismo
possibilitaram a formulação de um modelo
propor doenças,
psicofísico de explicação sobre as
biológico das raças
às dificuldades
religião, influenciavam
deficiências do negro brasileiro e sobre as
de o restante A partir da década de 30, o
consequências sociais da manutenção do
uma população. convívio com essa raça. Tal discussão teve debate sobre raça e nação só
civilizada. os mestiços continuidade no início do século XX pelas se intensificaria no campo
conformavam mãos de alguns dos seus discípulos, como dos saberes psicológicos.
É raça,
nesse Arthur Ramos, Juliano Moreira e Afrânio Nomes como Raul Briquet,
momento inferiores
que o pela Peixoto (Martins, 2009). Arthur Ramos, Donald
médico influência de seus Pierson, Virginia Leone
Raimundoancestrais negros e A progressiva penetração das teorias Bicudo, Aniela Ginsberg e
Rodriguesindígenas (Chaves, científicas na cultura brasileira associou-se Dante Moreira Leite estão
afirma 2003). Trata-se de um fortemente às formas de interpretação das entre os principais
importância discurso formulado a relações étnico-raciais. Segundo Costa, a estudiosos desse campo no
raça como partir
fatorda constituição psiquiatria brasileira, a partir da década período de 1930 até 1950;
explicativoda ideia de de 1930, passou a ter grande apreço pela ao mesmo tempo, também
fundamental degeneração da raça “incidência e prevalência dos diversos tipos são responsáveis pelos
sociedadeque tem seu de doença mental e sua distribuição étnica” primeiros cursos
brasileira central no (2007, p.117). Nesse período, os negros e os acadêmicos que tratam de
seus negro, e mestiços recebiam muito mais diagnósticos Psicologia social e de
Com base nascente de doenças mentais toxinfecciosas, como delimitação do campo da
brasileira
evolucionismo a sífilis e o alcoolismo, do que os brancos. Psicologia no Brasil.
social a responder, E também eram mais acometidos pelas
darwinismo divulgadora de uma doenças chamadas constitucionais, como a Raul Briquet ministrou o
social, ideia de raça e de esquizofrenia e a psicose maníaco- primeiro curso de
qual nação a partir do depressiva. Psicologia social, em 1933,
humanos modelo da Medicina na Escola Livre de
desiguais legal.por P
SICOLOG
natureza devido IA:
Alessandro de Oliveira dos Santos, Lia Vainer Schucman &
CIÊNCIA Hildeberto Vieira Martins
às E
aptidões PROFISS
ÃO,
que 2012, 32 (num.
esp.), 166-175
superiores e
outros Sociologia e Política co
inferiores, de São Paulo. O ntr
produziu curso gerou a a
estudos publicação do livro ne
relacionando Psicologia Social, gro
raça, patologias em 1935, no qual s
psiquiátricas e destaca os grupos era
tipologias sociais e as m
criminais. questões relativas acr
elaborou ao preconceito esc
conceito de que racial, em um ida
o retrocesso momento em que s
econômico da ao preconceito bar
Bahia
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172
reiras Bahia, fruto de sua
pela UNESCO, que buscava entender com que o negro adquira
japonesa notesePaís.
de doutorado
aquilo que considerava uma experiência consciência de cor, e o
O segundodefendida
curso na
singular e bem sucedida de acomodação aumento dessa consciência
foi ministrado
de Chicago,
por
de diferenças raciais em um país, e eleva o esforço de
Arthur Ramos,
Donaldem Pierson
envolvia trabalhos em Pernambuco, Bahia, superação do sentimento
1935, na Escola
para deseu
Amazonas, Rio de Janeiro e São Paulo. Os de inferioridade e a busca
Economia Psicologiae
resultados dos trabalhos realizados em por instrução e posições de
Direito da influência
extinta dessa escola
São Paulo por Virginia Leone Bicudo e maior destaque. Contudo,
Universidade
americana,
do conhecida
Aniela Ginsberg são publicados em 1955, mesmo ascendendo, há
Distrito Federal,
por inaugurar um
no livro Relações Raciais entre Negros e limitações nos contatos
no pensamento
Brancos em São Paulo, de Roger Bastide e sociais devido ao
Do curso, resultou
sociológico centrado
Florestan Fernandes (Santos, 2010). preconceito de cor (Santos,
o livro nos problemas sociais
2010).
à Psicologia
e na sua reparação;
Em 1945, sobre a orientação da Donald
Social assim, em seu curso, Virginia Leone Bicudo
Pierson, Virginia Leone Bicudo conclui, na
em 1936. focaliza
Arthur os conceitos articula, em sua
Escola Livre de Sociologia e Política de São
Ramos já de indivíduo,
era grupo, dissertação, análise
Paulo, a primeira dissertação de mestrado
conhecido comportamento
por e sociológica (estrutura de
sobre relações étnico-raciais defendida em
sua obra comunicação à luz das classes, mobilidade social,
uma instituição universitária brasileira:
Brasileiro temáticas da valores sociais) com
Estudo de Atitudes Raciais de Pretos e
1934, eimigração,
por da Psicologia social (atitudes
Mulatos em São Paulo. Nesse estudo, ela
criticar adesorganização
visão social sociais), em um momento
realiza entrevistas com pais de alunos de
determinista
e das relações étnico- em que as pesquisas iniciais
escolas públicas residentes em quatro
biológica de
raciais
raça(Bonfim, 2004). sobre atitudes raciais
bairros populares de São Paulo e um de
de seu mestre (preconceitos e
classe média e com ex- militantes da Frente
É no âmbito
Nina Rodrigues na da Escola
Negra Brasileira (FNB), organização criada estereótipos) realizadas nos
explicação Livre dade Sociologia e
EUA buscavam fazer frente
em 1931 que visava a unir os negros para a
Política
inferioridade dos de
luta antirracista. A autora conclui que existe ao evolucionismo social e
que umtambém
negros usando
preconceito de cor, que se manifesta à ao determinismo biológico
desenvolve,
viés culturalista. O no início
medida que o negro ascende socialmente. A das raças, investigando as
da década
terceiro curso de de 50, um
rejeição por causa da cor traumatiza e faz motivações
Psicologia importante
social estudo P
sobreporrelações SICOLOG
foi ministrado IA:
Alessandro de Oliveira dos Santos, Lia Vainer Schucman &
raciais
Donald Pierson, CIÊNCIA Hildeberto Vieira Martins
E
na coordenado PROFISS
ÃO,
1940, Roger 2012, 32 (num.
Florestan esp.), 166-175
Livre
e em São Paulo, no
psicossociais das Hol
Paulo. a Psicologia
hostilidades entre oca
ele chamada
os grupos sociais: ust
através de Virgínia
Brasil lecionando
étnico-raciais e o,
Sociologia,Leone Bicudo e Aniela
religiosas, entre qu
Psicologia Ginsberg.
social e O estudo foi
outros. Essa e
solicitado
Antropologia
interface entre im
social, e, dentre
Sociologia e pul
seus trabalhos, já
Psicologia social sio
se destacava a
ganha mais na
obra
evidência no final um
Brazil: a Study of
dos anos 40, sob os a
Race Contact at
ecos do age
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nda de pesquisa
relação
e sexos se devem mais às variáveis externas Virgínia Leone Bicudo,
em negras
ciências
do que às variáveis internas dos sujeitos Aniela Ginsberg e Dante
humanas no analisando
pós-
pesquisados, ou seja, são os determinantes Moreira Leite explicam as
guerra justificativas
voltada
do meio que geram as diferenças e as diferenças entre raças
para o estudo
preferências.
de
particularidades (Azevedo, 2002). através dos fatores
estereótipos,
Gisnberg é uma das
ambientais, e combatem
atitudes eprincipais autoras de
Em 1950, Dante Moreira Leite publica o a noção de que existem
nacional. Psicologia
Assim,
artigo Preconceito Racial e Patriotismo em determinantes genéticos
para o estudo
de 1950
da
Seis Livros Didáticos, no Boletim 03 de subjacentes a essas
UNESCO, lecionava na Escola
Psicologia, da Faculdade de Filosofia, Letras diferenças, que são
Leone Livre
Bicudo
de Sociologia e
e Ciências Humanas da USP. Nesse artigo, ele explicáveis pelas condições
decide retomar
Políticaode São Paulo,
denuncia a falta de fundamento científico do econômicas e
tema das na Universidade
preconceito racial, e mostra que, a partir da educacionais e pela
raciais realizando
Bahia e
compreensão dos processos subjetivos que socialização. Os estudos
o Universidade
interferem na percepção, é possível de Psicologia e de
Atitudes Católica
dos de São Paulo.
entender porque tal preconceito se Psicologia diferencial
Alunos Ela estuda
dos grupos sob
mantém. Na percepção do comportamento realizados pelos três
Grupos Escolares
diversos
de uma pessoa, interferem os sentimentos pesquisadores nas
em Relação(raças,
com a idades,
negativos e positivos que se tem em relação décadas de 40 e 50 são
Cor dos comseuso objetivo
a ela. Quando a percepção do outro é fundamentais para
Alunos compará-los.
deformada por conceitos pré- existentes e desconstruir a visão
analisa as atitudes
processos
que servem ao mesmo tempo para reforçá- determinista biológica das
de rejeiçãointraculturais,
ou de
intimidade,relações los, ocorre a permanência do preconceito. raças que prevalecia na
aproximação,
imigração Ele serve à manutenção da estabilidade Psicologia até então e para
estudantes,centro social em sistemas onde existe desigualdade mostrar que é na interação
associando-as
investigações.
à Suas de condições, e justifica o domínio, a dos indivíduos com os
cor da pele,
pesquisas
bem tinham opressão e os tratamentos e as grupos e com a
como a influência
preocupação oportunidades desiguais (Graciano, 1976; sociedade que as
da família detectar
na Paiva, 2000). diferenças podem
constituição
especificidades transformar-se em
dessas raciais, desigualdades.
P
preferências
nacionais, SICOLOG
IA:
Alessandro de Oliveira dos Santos, Lia Vainer Schucman &
(Maio, entender CIÊNCIA Hildeberto Vieira Martins
e questionando a EPROFISS
Para universalidade do ÃO,
2012, 32 (num.
UNESCO, saberAniela psicológico.
esp.), 166-175
Ginsberg realiza
Dentreoseus trabalhos,
trabalho é importante destacar Estudos sobre co
sobre as Atitudes
Psicologia Diferencial m
branqueamen
de um Grupo de no livro
publicado os
to e est
Escolares em São
Psicologia Moderna
Paulo de Otto Klineberg, em
branquitude ud
com as Crianças
1953, no qual sustenta os
Na década de de
de que as diferenças
1990, o Jur
as encontradas nos
pensamento an
de estudos
psicológico sobre dir
autora investiga
entre culturas, povos,
as relações étnico- Fre
preferênciaraças
raciais no Brasil ire
crianças
ganha novo fôlego
Breve Histórico do Pensamento Psicológico Brasileiro Sobre Relações Étnico-Raciais
174
Costa, os efeitos
Iray benéficos da
Com essa pergunta, os estudos sobre raça consideradas de margem e
Carone, assimilação
Maria
no Brasil passam a buscar inspiração nos voltá-lo para a
Aparecida pela
Bento e miscigenação
estudos críticos sobre branquitude (critical autoconstrução do centro
Edith racial, que impedia o
whiteness studies) realizados nos Estados com o intuito de ver, revelar
racismo de se
Unidos. Ocorre uma mudança de foco, que e denunciar também o
Em posicionar contra os
permite que novos olhares sobre o tema conteúdo dessas
Freire contatos
possam surgir. identidades hegemônicas,
encontramosraciais.
que até então haviam sido
esboço
O movimento de mudança nesses estudos poupadas de uma análise
de Para Maria
se deu quando os olhares acadêmicos da crítica.
branqueamento
Bento,
Psicologia social se deslocaram dos outros
dentro branqueamento
racializados para o centro sobre o qual Alinhadas a essa
pensamento processo político e foi construída a noção de raça, ou seja, perspectiva, Iray Carone,
psicológicopsicológico
como que para os brancos. Esse novo enfoque foi Maria Aparecida Bento e
aquilo do medo das chamado de estudos sobre branquitude. Edith Pizza inauguram os
permitiria brasileiras
Tais estudos, marcados pela transferência estudos de branquitude e
sustentar crescimento da do olhar das margens para o centro, branqueamento na
Brasil população negra e correspondem ao mesmo posicionamento psicologia social brasileira.
ideologia mestiça;
racial refere-se à
dos estudos feministas, que recolocaram a O foco deixa de ser a
que não construção
prima de uma questão do gênero em outros parâmetros. negritude e passa a ser a
pela “ideologia da branca pela
identidade Considerando a categoria gênero como branquitude, ou seja, a
pureza racial”,
pessoae negra, que relacional, passaram também a investigar identidade étnico-racial que
cujos efeitos são a um conjunto
incorpora o problema do homem, retirando, assim, a uma pessoa branca pode
diminuiçãode padrões
da de beleza, mulher do foco problemático no qual escolher ou não revelar:
hostilidade e da
de atitudes e de recaíam os estudos sobre as desigualdades “ser branco é não ter de
aversão ao
valores visando a de gênero. Na mesma lógica, a pensar sobre isso”. Trata-se
e
assemelhar-se a um heterossexualidade passou a ser de um modo de
assim
modelo branco e a questionada em sua norma e suas práticas, comportamento social a
passa
construir uma com a finalidade de desmarginalizar a partir de uma situação
apropriar dos
identidade étnico- homossexualidade. Em todos esses casos, a estruturada de poder,
comportamentos
racial positiva lógica foi tirar o olhar das identidades baseada em uma
sociais
2002). Por racialidade
brancos, a P
se a escravidão, SICOLOG
embranquecer IA:
Alessandro de Oliveira dos Santos, Lia Vainer Schucman &
abolição CIÊNCIA Hildeberto Vieira Martins
seus traços (Costa,
E
contribuíram
2007). PROFISS
direcionar ÃO,
identifica 2012, 32 (num.
para o processo esp.),
intelectuais de 166-175
década de branqueamento,
30, algo dith Pizza argumenta
também ocorreu com que, se há algo neutra, não nomeada,
como Oliveira característico da identidade
os brancos. Como os percebida como não
Viana, indícios racial branca, essa
processos psicossociais característica constitutiva da identidade
dessa
é a invisibilidade, imediata do sujeito, mas
que, presentes
que se concretiza
de dominação sustentada pelos privilégios
tempo diariamente através da falta
de percepção do indivíduo sociais cotidianamente
proclamavaafetaram e os brancos e branco como ser experimentados (Carone &
defendia como eles a passaram a racializado.
Bento, 2002).
construir
inferioridade suas
identidades?
constitucional
Bento estudou as
biológica
manifestações da racialidade
negros,
E branca, denominada
Breve Histórico do Pensamento Psicológico Brasileiro Sobre Relações Étnico-Raciais
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br e, al ndência como negro significa
uma forma de manter a
an q da para identificá-lo como sujeito
desigualdade racial. A
qui u de culpabili discriminado e remeter-se
autora chama isso de pacto
tu ai ra zar o a si próprio como branco e
narcísico, isto é, um pacto
de, s ci negro cúmplice ou beneficiário de
entre pessoas do mesmo
no s al pelas uma situação moralmente
grupo, no caso, os brancos,
s ej no dificulda condenável.
em não falar de racismo,
dis a Br des
não apontar os privilégios
cur m as vividas Os participantes da
que o racismo deixa para os
sos : il, por ele, pesquisa de Bento
brancos, e não
de (1 po (3) o reconhece m que
responsabilizar o branco
ges ) ré tema das existe racismo e
pelo passado e pelo
tor h m, relações desigualdade racial, mas
presente de discriminação.
es á nã étnico- não associam esse fato à
de o o raciais é discriminação. O fato de
Edith Pizza argumenta
pe re se constant ser negado aos negros o
que, se há algo
sso c no emente acesso aos espaços sociais
característico da
al. o ta silenciad é visto como um
identidade racial branca,
E, n a o; dessa problema deles mesmos
essa característica é a
por h di formal, ou como uma
invisibilidade, que se
me e sc a cor consequência direta da
escravidão; porém, se o concretiza diariamente
io ci ri da pele através da falta de
da m mi do passado escravista traz
consequências para o percepção do indivíduo
s e na branco branco como ser
negro, isso também é
ent nt çã é vivida racializado. A brancura,
verdade para o branco e
rev o o como nesse caso, é vista pelos
para o mestiço, tema em
ist d vi neutra e próprios sujeitos brancos
geral silenciado.
as a vi como a como algo natural e
rea e da norma, normal. Edith Pizza
Segundo Bento, a
liza xi pe (4) não classifica essa identidade
branquitude é uma
da st lo se nota coletiva como uma
determinada forma de
s, ê ne os construção em
viver o mundo, garanti da
del n gr negros contraposição, em que os
pelos benefí cios
ine ci o nos não brancos são aqueles
simbólicos decorrentes do
ou a co espaços que têm a visibilidade da
privilégio em que a
um d ti sociais, raça. Assim, para a autora,
hierarquia racial coloca e
a o di ou, no a branquitude só existe
mantém os brancos. Desse
sér ra an dizer da em relação.
modo, o silêncio e a
ie ci a autora,
omissão desse grupo são
de s m não se Não se trata, portanto,
car m en nota a da invisibilidade da cor,
mas da intensa
act o te “parte
visibilidade da cor e de
erí e , negra do outros traços
stic d (2 negro”, fenotípicos aliados a
as a ) isso estereótipos sociais e
morais para uns, e a
da d há porque
neutralidade racial
bra e u reconhec para outros. As
nq si m er o consequências dessa
uit g a sujeito visibilidade para os
negros são bem
ud u te negro conhecidas, mas a da
Breve Histórico do Pensamento Psicológico Brasileiro Sobre Relações Étnico-Raciais
176
neutralip 4 s e não pode ser anunciada ou são capazes de perceber e
dade a ), por permanecer invisível. de reconhecer sua
branco
é r p outros; Como exemplo, podemos branquitude a ponto de
como a a depend citar a discussão sobre as se posicionarem contra,
‘natural’d r endo cotas raciais na dizendo que as cotas os
,
a a dos universidade pública. excluem. Para
ele
modelon q interess Nessa discussão, os Frankenberg, a
paradig a u es, ela brancos, em sua maioria, invisibilidade acontece
mático s e P
SICOLOG
de IA:
Alessandro de Oliveira dos Santos, Lia Vainer Schucman &
o m Hildeberto Vieira Martins
aparênci CIÊNCIA
a e dec a E
PROFISS
condiçãoi id ÃO,
humanaó e 2012, 32 (num.
(Pizza, esp.), 166-175
2002, p.l n
72) o ti somente quando rel
g d uma sociedade aç
Sc a a incorpora uma ideia õe
h n d de supremacia s
uc o e racial branca tão de
m r r poderosa na qual po
a t a os não brancos não de
n e ci têm voz nem poder r
(2 - al para apontar a qu
0 a b hegemonia dessa e
1 m r identidade racial, e ess
2) e a os brancos, por sua a
q ri n vez, não est
u c c conseguem se rut
es a a perceber como ura
ti n n mais uma das lev
o a ã identidades raciais, a:
n R o e sim, como a ao
a u é identidade racial pri
es t in normal, que deve vil
sa h vi ser alcançada pelas égi
in F sí outras nos níveis o
vi r v intelectuais, si
si a el morais, estéticos, mb
bil n , econômicos. óli
id k m co
a e a Os estudos sobre e
d n s branqueamento e ma
e b vi branquitude ter
n e st realizados pela ial
o r a Psicologia a partir do
Br g p da década de 90, ao s
as ( o tomarem a raça suj
il, 2 r como uma eit
a 0 u construção social, os
m 0 n evidenciam as bra

Breve Histórico do Pensamento Psicológico Brasileiro Sobre Relações Étnico-Raciais


177
ncos eumaaosvirada
evidenciando a força dessa categoria como entre todas as raças-etnias
aviltamentos discussão,
fator de diferenciação e de hierarquização do País.
relacionados Virgínia
aos Leone
social.
negros emAniela nossa Ginsberg e
Defendemos também a
sociedade.Dante ElesMoreira Leite,
Utilizando a perspectiva histórica como realização de novos estudos
mostram queque,passaram
recurso analítico, foi possível identificar que permitam o
assim como explicar
as
categorias entrederaças esses três momentos na construção do aprofundamento das
classe edos de pensamento psicológico sobre as relações especificidades históricas,
gênero, ambientais a étnico-raciais, definidos aqui como sociais e políticas de cada
categoria (condições
raça momentos: biológico- causal, culturalista e um desses momentos,
constitui, econômicas, relacional. Trata-se de momentos de ruptura bem como a sistematização
diferencia,educacionais e e de configuração de novos saberes em do debate travado acerca
hierarquizasociais), e com Psicologia sobre essa temática do ponto de da problemática racial e das
localiza os desujeitos
desconstruir a vista da compreensão das experiências de ideias e dos argumentos dos
em ideia
nossa
da alteridade, de poder e de intersubjetividade. principais autores
sociedade.determinantes envolvidos. Acreditamos
genéticos que A construção da linha do tempo foi uma que investigar a história da
Consideraçõ pudessem causar tentativa de trazer para o campo da constituição do pensamento
es finais essas diferenças. Psicologia uma outra perspectiva de psicológico sobre as
fim, tomando discussão da temática étnico-racial, relações étnico-raciais em
Neste como uma repensando o papel dos modelos e das finais do século XIX e suas
construção
buscamos traçar social, teorias psicológicas nesse debate. transformações ao longo do
uma linha Jurandir
século XX possibilitará
tempo Maria Aparecida
Os estudos na área devem considerar que refletir sobre a própria
pensamento Bento e
o momento atual sugere maior ênfase gênese da Psicologia e sua
psicológico focalizaram
no aspecto relacional da construção das atualidade na produção de
acerca relações
das identidades. Seria conveniente, portanto, visões de mundo e de ser
relações étnico- investigar as relações étnico-raciais entre humano.
raciais no Brasil.
negros, brancos, amarelos, indigenas, enfim,
Compreende-se P
que, SICOLOG
IA:
Alessandro de Oliveira dos Santos, Lia Vainer Schucman &
inicialmente, CIÊNCIA Hildeberto Vieira Martins
E
trabalhos PROFISS
ÃO,
Raimundo Nina 2012, 32 (num.
esp.), 166-175
Rodrigues
garantiram a
consolidação de
um modelo
psicofísico
explicação
as
negro
e
consequências
sociais
manutenção
convívio
essa raça. Em
seguida, ocorreu
Breve Histórico do Pensamento Psicológico Brasileiro Sobre Relações Étnico-Raciais
178
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Brasil. São Paulo
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mestrado
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