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A própria sociedade se articula de forma a incentivar o consumo local, eles estão cientes que
essa decisão é fundamental para o desenvolvimento do bairro, a partir do momento que eles tomam
ciência que estavam gastando seus recursos em produtos e serviços providos externamente e que
esse fator resultava em um empobrecimento local passam a focar em satisfazerem suas demandas
internamente. E a partir dessa mudança de foco passam a surgir novos empreendimentos,
incentivados pela política local de empréstimo a baixas taxas de juros para que dessa forma possam
cada vez mais atender dentro do próprio bairro as necessidades de seus moradores.
As transformações produzidas na vida do território são evidentes, seus moradores citam que
o incentivo ao consumo local foi o responsável por gerar o desenvolvimento do bairro. Mais de 50
empreendimentos foram criados após a criação de um banco próprio que incentiva o
desenvolvimento local. Foi relatado que anteriormente não havia condições dignas de moradia,
moravam dentro do mato sem rede de saneamento e nem energia elétrica.
A própria forma de se relacionar entre o banco e os moradores é diferenciada. O dinheiro
emprestado para as pessoas se dá sem a cobrança de juros, uma vez que o objetivo principal é sanar
a dificuldade de quem precisa e não o de lucrar com essa transação, outro diferenciador é que esse
empréstimo se dá apenas em moeda local (a palma), garantindo desse maneira que o dinheiro
circule no bairro incentivando dessa forma a politica de desenvolvimento local. Cabe salientar que
diferentemente dos empréstimos convencionais, os quais fazem uma análise financeira e da
capacidade da pessoa em honrar essa obrigação, para a concessão de seus empréstimos o Banco
Palmas se baseia na informação coletada junto aos seus vizinhos o que acaba provendo uma maior
interação entre os moradores do bairro.