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O Caminho de Elohim

Sétima Parte do Manifesto Judaico do Caminho

Introdução

Um dos temas (supostamente) mais complexos das Escrituras é o entendimento da


natureza de Elohim. Esse tema, e suas doutrinas (como trindade, modalismo, arianismo,
etc.) tem sido fonte de grandes conflitos ao longo da história.  O grande problema é que, por
trás de todas as doutrinas e teorias formuladas, sempre encontramos uma boa dose de
idéias preconcebidas e tentativas de fazer com que essas idéias se encaixem com as
Escrituras. Por exemplo: Alguns partem do pressuposto de que o Judaísmo jamais poderia
ter crido dessa ou daquela maneira. Ao fazerem isso, elevam a tradição humana ao status
de Verdade. Outros ignoram o fato de que algumas doutrinas, como o Trinitarismo, surgiram
como formas de conciliação política de diferentes visões. Outras visões ainda tomam
unicamente como base o chamado Novo Testamento, ou elementos históricos do que
supostamente cria este ou aquele grupo. Outros imediatamente rotulam esta ou aquela
visão como “cristã” e automaticamente rejeitam qualquer razão bíblica por detrás do
argumento. E assim por diante.

Todas essas diferentes visões sobre a natureza de Elohim são muito boas no fazer o
seu “dever de casa” e apontar os embaraços históricos e/ou bíblicos de doutrinas
opositoras. Porém, são extremamente falhas  em reconhecer as suas próprias dificuldades
históricas e/ou bíblicas.

Na realidade, por incrível que pareça, quando atentamos unicamente para o que
dizem as Escrituras, reconhecendo-as como a única fonte plausível para extrairmos uma
verdade de fé, podemos perceber que o entendimento sobre a natureza de Elohim torna-se
muito mais simples do que parece à primeira vista. É uma questão de estarmos dispostos a
nos desnudarmos de qualquer dogma pré-concebido, seja ele judaico, cristão, ou qualquer
outro. Depois, voltemo-nos para o que dizem as Escrituras. E é este o nosso objetivo com
este estudo.

 
O Monoteísmo e as Pragas do Egito

Ao lermos a narrativa da Torá sobre a saída do povo de Israel do Egito, nos deparamos com
a seguinte expressão:

“E eu passarei pela terra do Egito esta noite, e ferirei todo o primogênito na terra do Egito,
desde os homens até aos animais; e em todos os deuses do Egito farei juízos. Eu sou
YHWH.” (Shemot/Êxodo 12:12)

O interessante dessa leitura é que a Torá nos apresenta as diferentes pragas que YHWH
fez cair sobre o Egito como um juízo sobre “os deuses do Egito”. Por que a Torá nos diz
isso?

A interpretação praticamente unânime dessa passagem é a de que os egípcios possuíam


vários deuses, e de que cada praga demonstrava a eles que, na realidade, era YHWH quem
estava no controle daqueles elementos.

Por exemplo. Os egipciios criam no deus Hapi, o deus do Nilo, que em rese controlaria as
cheias do rio Nilo e que portanto era fundamental para a fertilidade da área. Podemos ver
abaixo uma imagem de Hapi esculpida no templo deLuxor erguido por Amunhotep por volta
do século 19 AC. As duas figuras de Hapi representam Hapi no baixo Nilo e no alto Nilo.

Assim sendo, quando a Torá afirma que YHWH transformou o Nilo em sangue , esta foi uma
demonstração para Faraó e para os egípcios de que somente YHWH é Elohim sobre os
céus e a terra e que Hapi não tem poder algum. O mesmo pode ser dito para os demais
deuses do Egito, cada um tendo sido “afligido” por uma das pragas.

O Egito, sob esse aspecto, não era diferente de qualquer outra sociedade politeísta
primitiva. O politeísmo caracteriza-se fundamentalmente pela crença de que as forças da
natureza são, na realidade, deuses diferentes.

Harsh Nevatia, professor de mitologia hindu, em seu artigo “The Pagan Origins of Hindusim”
descreve com bastante precisão o fenômeno do politeísmo:

“Em praticamente todas as civilizações antigas, a religião se iniciou como um fenômeno


pagão. O paganismo era caracterizado por um panteão de deidades amplamente
representando as forças da natureza. Por exemplo, Helios era o deus sol na Grécia antiga e
Horus era o deus do céu para os egípcios antigos. Civilizações antigas inicialmente não
tinham explicações para fenômenos naturais, então acreditavam que as forças divinas eram
responsáveis por eles.

A sociedade védica primitiva daquilo que é a Índia hoje também era pagã. Indra era
o deus do trovão, e também o rei dos deuses. Agni era o deus do fogo, Varun o deus do
céu, e assim por diante. Os rios e montanhas também eram deificados; Ganga, o principal
rio da Índia, sendo um exemplo. A flora e a fauna também eram adoradas. Agradar os
deuses pagãos implicava em receber a sua benevolência tal como chuvas temporãs e boa
colheita. Irritá-los levava a incorrer em sua ira, na forma de enchentes ou secas.”
De fato, a Bíblia está cheia de exemplos de como os demais povos primitivos
adoravam outros deuses. Seguem alguns exemplos:

      Dagon, deus dos mares (ex: Jz. 16:23)

      Asherá/Ishtar, deusa da primavera/fertilidade (ex: 1 Re. 15:13)

      Nebo, deus da sabedoria e da escrita (ex: Is. 46:1)

      Fortuna, deusa da sorte (ex: Is. 65:11)

      Marduk, deus da água, vegetação, juízo e magia   (ex: Jr. 50;2)

      Baco, deus do vinho (ex: 2 Mac. 6:7)

      Hermes, deus-mensageiro (ex: At. 14:12)

      Artemis, deusa da floresta (Ex: At. 19:34)

Como podemos ver, esses deuses pagãos estavam sempre associados a lugares
importantes, astros, fenômenos naturais, entre outros. E é fundamental termos isso em
mente para entendermos o que virá a seguir.

O Monoteísmo de Muitos Nomes

Alguns acadêmicos críticos da Bíblia dizem que originalmente a fé bíblica teria sido
politeísta, e que teria posteriormente evoluído para um monoteísmo à medida que a
sociedade israelita primitiva evoluiu. Como uma das principais provas de seus argumentos
citam o fato de que a Bíblia traz muitos nomes e/ou títulos associados a YHWH.

De fato, a Bíblia chama a YHWH por muitos nomes. Porém, o grande erro de tais
acadêmicos está em compreender que os termos bíblicos que aparecem se referindo a
YHWH sejam, na realidade, nomes de divindades diferentes. Não é o caso, como veremos
adiante.

O primeiro ponto importante que precisamos ter em mente é o fato de que YHWH é
insondável e infinito. Sha’ul (Paulo) demonstrou isso plenamente ao dizer:

“O profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como do conhecimentode Elohim! Quão


insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Porque quem
compreendeu a mente de YHWH? ou quem foi seu conselheiro?” (Ruhomayah/Romanos
11:33-34)

O salmista também nos demonstrou que YHWH não tem limites:

“Para onde me irei da tua Ruach, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu
estás; se fizer no Sheol a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da
alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a tua mão me guiará e a tua destra me
susterá.” (Tehilim/Salmos 139:7-10) 
O que ambas as passagens acima têm em comum? O fato de que ninguém é capaz
de se relacionar com a totalidade de YHWH. O ser humano sempre o perceberá de forma
limitada.

Pensemos da seguinte forma: Se estamos bem próximos de uma montanha, não


somos capazes de olhar para a sua totalidade, porque a montanha é muito maior do que as
nossas limitações de percepção. Estando próximos da montanha, podemos talvez olhar
para o seu cume, mas não seremos capazes de ver sua base. Somos capazes de olhar para
sua base, mas não veremos seu cume. E mesmo que nos afastemos um pouco, só seremos
capazes de perceber sua “frente”. Quem seria capaz de ver, ao mesmo tempo, sua frente e
suas “costas”?

Assim sendo, desde o princípio o povo de Israel percebeu que não poderia encontrar
um termo, ou palavra, que pudesse descrever a YHWH em Sua totalidade. Ou talvez
possamos pensar até mesmo do ponto de vista contrário: Não haveria palavra que YHWH
pudesse inspirar nas Escrituras que pudesse descrevê-Lo em Sua totalidade, pois o ser
humano não seria capaz de compreendê-la.  

Por esta razão, os diferentes nomes e/ou títulos atribuídos a YHWH nas Escrituras
nada mais são do que diferentes formas de percebê-Lo. É exatamente como o monte no
exemplo ilustrativo que vimos acima. Podemos chamar o monte de “cume” ao dizer: “Ergui
meus olhos e contemplei o cume verdejante”. O que é o cume, senão o próprio monte? Ou
podemos dizer: “A base é firme, e não haverá deslizamentos.” O que é a base, senão
igualmente o próprio monte.

Perceba ainda que a divisão do monte em “base” e “cume” na realidade é uma


divisão virtual. O monte não é feito com blocos de montar para que possamos de fato
separar o cume da base. Quem decide onde começa o cume, e onde termina a base? O fato
é que a divisão está na nossa própria percepção, e não no monte. Nossa percepção é
limitada, e são os limites da nossa percepção que automaticamente “dividem” o monte.

Outro exemplo interessante que temos na natureza de como nossa percepção pode
criar divisões está no relâmpago. Os antigos sempre o descreviam como “raios e trovões”.
Ora, na realidade, “raios e trovões” são uma coisa só. Ocorre apenas que a luz é mais
rápida do que o som, e como nossos ouvidos só escutam sons relativamente próximos,
percebemos a luz muito antes de percebermos o som. Ou seja, percebemos “raios e
trovões” de forma separada, quando na realidade trata-se do mesmo fenômeno físico: uma
descarga elétrica que vai da atmosfera ao solo. Analogamente, são os limites de nossa
percepção que automaticamente “dividem” YHWH. Às vezes, só percebemos um de seus
aspectos, como no caso da montanha, ou em outras ocasiões, percebemos dois ou mais
aspectos supostamente divididos, embora tal divisão seja unicamente criada pelo limite de
nossa percepção.

Podemos ver tal coisa ao olharmos para os nomes e/ou títulos dados a YHWH nas
Escrituras. Por exemplo, o salmista nos diz em Tehilim/Salmos 91:

“Tu que estás no esconderijo do Elyon e moras à sombra do Shadai.”

O termo “Elyon” literalmente significa “alto”, e evidentemente subendente-se aí que se refira


ao “Altíssimo”, isto é, aquele que está no topo de todas as coisas.

Em outras palavras: o termo “Elyon” é uma referência a YHWH como aquele que habita nos
altos céus. Agora compare esse termo como a referência que o salmista faz no Sl. 139
sobre descer até o Sheol. Ora, o Sl. 86:13 ilustra bem o fato de que na Bíblia, o Sheol era
figurativamente um abismo:

“porque é grande para comigo o teu amor; das profundezas do Sheol me tiraste.”  
Em suma: o termo “Elyon” é um bom descritivo para YHWH, pois YHWH de fato
habita nos altos céus. Todavia, é um termo insuficiente para descrever a totalidade de
YHWH, pois quando David fala que YHWH está até mesmo no Sheol, vemos que YHWH
não habita unicamente as alturas, mas também as profundezas.  Devemos pois, como faz o
Zoroastrismo, supor então uma dualidade de deuses? Devemos supor que YHWH é
composto de dois deuses: Um que habita nas alturas, e outro que habita no Sheol?
Evidentemente que não! Apenas, esbarramos mais uma vez nas limitações humanas.

Tomemos como outro exemplo o termo “Shechiná”. Esse é um termo bíblico mais
recente, que aparece, por exemplo, em Ivrim/Hebreus 1:3:

“Por causa da Sua porção, sendo Ele o resplendor da Sua Shechiná e o Criador de todas as
coisas pelo poder da Sua Palavra, em Sua essência realizou a purificação dos nossos
pecados”

Duas coisas são importantes sobre o termo “Shechiná”. A primeira delas é o fato de
que o termo é feminino. Portanto, é um termo que diz respeito ao aspecto feminino de
YHWH. Como sabemos, YHWH tem um aspecto feminino, pois a Bíblia diz:

“E criou Elohim o homem à sua imagem: à imagem de Elohim o criou; homem e mulher os
criou.” (Bereshit/Gênesis 1:27)

Além disso, o termo Shechiná significa literalmente “habitação” ou, mais interpretativamente,
“presença”. Ou seja, o termo se refere à presença de YHWH. Aliás, não apenas isso, como
um aspecto feminino da presença de YHWH.

Ora, se a Shechiná é um aspecto feminino de YHWH, então o termo Shechiná também é


insuficiente para descrever a totalidade de YHWH. Por exemplo, há trechos em que as
Escrituras dizem que YHWH é Pai:

“Mas tu és nosso Pai, ainda que Avraham não nos conhece, e Israel não nos reconhece; tu,
ó YHWH, és nosso Pai; nosso Redentor desde a antiguidade é o teu nome.”
(Yeshayahu/Isaías 63:16)

Por um lado, vemos a Shechiná habitando em Israel:

“Não contaminareis pois a terra na qual vós habitais, no meio da qual eu habito; pois eu,
YHWH, habito no meio dos filhos de Israel.” (Bamidbar/Números 35:34)

Por outro, quando o povo estava aos pés do Sinai, YHWH os advertiu para que não se
aproximassem excessivamente:

“E disse YHWH a Moshe: Desce, adverte ao povo que não traspasse o termo para ver
YHWH, para que muitos deles não pereçam.” (Shemot/Êxodo 19:21)

Se a Shechiná já estava presente em meio ao povo, por que o povo não poderia se
aproximar do Sinai? Novamente, percebemos que as nossas palavras tornam-se
insuficientes para descrever a totalidade de YHWH. Não é difícil, todavia, entendermos que
a experiência com YHWH no Sinai era muito mais intensa e íntima do que o experimentar a
Sua presença no dia-a-dia. E há outros tantos exemplos. Se Elohim habita nos corações dos
justos (1 Jo. 4:16) por que é que ninguém poderia adentrar o santuário, salvo em certas
condições (Nu. 4:20)? Novamente, a resposta é simples: Ninguém é capaz de ter uma
experiência plena com Elohim. Pelo menos, não nesta vida.

Por fim, nosso último exemplo: YHWH é chamado de “YHWH Tseva’ot”. O termo “tseva’ot” é
traduzido literalmente como “exércitos”. Ou seja, “YHWH dos Exércitos” ou “YHWH das
Hostes [Celestiais]”. Podemos ver tal nome em Yeshayahu/Isaías 22:14:
“Porque este dia é o dia de Adonai YHWH Tseva’ot, dia de vingança para ele se vingar dos
seus adversários; ; e a espada devorará, e fartar-se-á, e embriagar-se-á com o sangue
deles; porque  Adonai YHWH Tseva’ot tem um sacrifício na terra do norte, junto ao rio
Eufrates.” (Yirmiyahu/Jeremias 46:10)

O termo “YHWH Tseva’ot” refere-se a YHWH enquanto guerreiro. Isto é: Aquele que se
vingará de seus adversários no dia do juízo. Ora, esse termo também é insuficiente para
descrever a totalidade de YHWH, pois YHWH também é amoroso, misericordioso e
longânimo. Isso invalida seu lado guerreiro? Evidentemente que não! Apenas é mais um
caso que nos mostra que um único termo não é suficiente para descrevê-Lo.

O Monoteísmo dos Nomes Plurais

Retomemos a questão do politeísmo. Como vimos, os povos politeístas identificavam que as


diferentes forças que regiam seu mundo eram, na realidade, diferentes divindades. Em
seguida, vimos que Israel tinha uma visão mais elaborada sobre YHWH. Afinal, os diferentes
nomes, como vimos, referiam-se a diferentes aspectos do Seu Ser. Mas a questão vai além
disso.

Não é à toa que alguns dos principais nomes e/ou títulos de YHWH são plurais. Os termos
bíblicos “Elohim”, “Shadai” e “Adonai” não são termos singulares, e sim termos plurais.

Elohim: O termo “Elohim” é, na realidade, um plural da raiz “El”, que significa literalmente
“poder” ou “força”. O termo plural torna a palavra superlativa, e podemos compreendê-la
como “poder supremo”. Mas, por que, a palavra torna-se superlativa? Exatamente porque,
diferentemente dos demais povos, Israel reconhecia que todos os “poderes” ou todas as
“forças” que regiam as suas vidas vinham de um único Ser. Ou seja, Elohim é a somatória
de todas as forças/poderes. Ele é o poder único e supremo. Se já não se houvesse formado
uma cultura em torno da tradução deste nome, a melhor forma de traduzi-lo seria “Todo-
Poderoso”.

Shadai: O termo “Shadai” também é, na realidade, o plural da raiz “shad”, que significa
literalmente “espírito”, mas no sentido de uma aparição sobrenatural. É a mesma raiz que dá
origem à palavra “shedim”, que muitas vezes traduzimos como “demônios”. O que então
significa o termo Shadai? Significa que Israel compreendia que tudo o que acontecia de
sobrenatural (evidentemente aí está implícito todo evento sobrenatural positivo) tinha sua
raiz em YHWH. Em outras palavras, Ele é o “Senhor dos Espíritos”, aquele que enviava os
seus mensageiros para dar visões e palavras ao povo.

Adonai: Mais uma vez, o termo “Adonai” também é a forma plural do termo “Adon”, que
significa “senhor”. Em outras palavras, Israel reconhecia que todo “senhorio” na realidade
pertencia a YHWH. Não havia, como os outros povos entendiam, vários “senhores”. Esses
“senhores” – os poderes por trás do vento, das chuvas, e do governo de todas as coisas –
na realidade eram unicamente um. “Adonai” é o “único senhor” ou, em sua forma extendida
“Adonei haAdonim” (Senhor dos senhores).

Em suma, aqui Israel se diferencia das outras religiões, por reconhecer que todas as
manifestações sobrenaturais na realidade eram regidas por Um Único Ser.

Resumindo o que temos até aqui: Um Único Ser que, por ser infinito e muito além da
capacidade humana, não poderia ser percebido ou descrito de uma única forma, e que na
realidade era Aquele que governava todas as coisas.
 

YHWH comunica-se consigo mesmo

Não é difícil percebermos, pelo que vimos até aqui, o porquê é possível perceber
manifestações duais, trinas, ou mais, de YHWH. Mas, será que achamos exemplos disso na
Bíblia? Certamente, pelo que vimos até aqui, que todos os indícios apontam na direção de
que Israel entendia tais coisas. Mas, para provarmos tal ponto, é preciso encontrarmos
unicamente na Bíblia a confirmação desse fato.

Na realidade, a Bíblia não só está repleta de tais exemplos, como ainda mostra que, do
ponto de vista do ser humano, YHWH parece comunicar-se consigo mesmo. Uma das
principais críticas do arianismo é a de que supostamente as outras visões sobre a natureza
de YHWH faziam com que o mesmo parecesse um ventríloquo ou um esquizofrênico,
falando consigo mesmo. No entanto, a Bíblia mostra isso acontecendo sem qualquer
sombra de dúvidas.

Esquecem-se os proponentes de tal vertente que a “comunicação” de YHWH consigo


mesmo, é unicamente um antropomorfismo gerado unicamente por causa da nossa
limitação de percepção. Será que quando a Bíblia diz que YHWH falou aos seus anjos, isto
significa que Ele inspirou ar; expirou; vibrou suas cordas vocais; posicionou sua língua;
gerou uma onda sonora que se propagou até os ouvidos dos anjos? E será que o tímpano
dos anjos vibrou, traduzindo a onda sonora em impulso elétrico que trafegou pelo sistema
nervoso dos anjos até os seus cérebros? Evidentemente que não podemos afirmar que foi
isso que aconteceu. E, no entanto, a Bíblia nos diz que YHWH falou aos anjos. E falar é
exatamente o fenômeno descrito acima. Podemos perceber que isso é um antropomorfismo:
Uma forma de tentar explicar, em termos humanos, o que aconteceu.

Utilizamos antropomorfismos a todo momento, para explicar em termos que possamos


entender, fenômenos que transcendem a nossa percepção imediata. Por exemplo: Seu
cérebro se comunica com seu braço. E, nem por isso, braço e cérebro são distintos – na
realidade, ambos fazem parte do mesmo ser. A própria classificação em “braço” ou
“cérebro” é uma divisão arbitrária feita pela percepção do ser humano quanto à
funcionalidade dos órgãos.

Semelhantemente, quando a Bíblia traz YHWH comunicando-se consigo mesmo, é por duas
razões bastante simples: Primeiramente porque YHWH está se manifestando de tal forma
que o ser humano o enxerga como mais de um – isso é devido ao limite humano (já falamos
sobre isso nos exemplos da montanha e do relâmpago). E em segundo lugar, porque os
escribas utilizaram de antropomorfismos para explicarem em termos que pudéssemos
compreender.

1) “Então YHWH fez chover enxofre e fogo, de YHWH desde os céus, sobre Sodoma e
Gomorra." (Bereshit/Gênesis 19:24)

            Aqui podemos ver uma dupla-manifestação. YHWH havia estado com Avraham
(Abraão), e manifestava-se como um homem na terra (vide capítulo 18). Em seguida, sua
manifestação na terra faz chover enxofre de YHWH dos céus.
2) "Dá-me ouvidos, ó Ya'akov, e tu, ó Israel, a quem chamei; Eu sou o mesmo, eu o
primeiro, eu também o último. Também a minha mão fundou a terra, e a minha destra mediu
os céus a palmos; eu os chamarei, e aparecerão juntos. Ajuntai-vos todos vós, e ouvi:
Quem, dentre eles, tem anunciado estas coisas? YHWH o amou, e executará a sua vontade
contra babilônia, e o seu braço será contra os caldeus. Eu, eu o tenho falado; também já o
chamei, e o trarei, e farei próspero o seu caminho. Chegai-vos a mim, ouvi isto: Não falei em
segredo desde o princípio; desde o tempo em que Ela se fez eu estava ali, e agora Adonai
YHWH me enviou a mim, e a sua Ruach. Assim diz YHWH, o teu Redentor, o Santo de
Israel: Eu sou YHWH teu Elohim, que te ensina o que é útil, e te guia pelo caminho em que
deves andar." (Yeshayahu/Isaías 48:12-17)

            Podemos observar claramente que é YHWH quem está falando. Ele afirma que a
Sua mão fundou a terra. E, no entanto, YHWH afirma que Adonai YHWH o enviou, e
também enviou à Ruach Elohim (Espírito do Eterno). Ou seja, podemos ver que YHWH
envia a YHWH e à Sua Ruach. Claramente vemos aqui não apenas o diálogo de YHWH
para consigo mesmo, como ainda as Suas diferentes manifestações.

3) "E disse-lhe YHWH... Mas da casa de Yehudá me compadecerei, e os salvarei por


YHWH seu Elohim, pois não os salvarei pelo arco, nem pela espada, nem pela guerra, nem
pelos cavalos, nem pelos cavaleiros." (Hoshea/Oséias 1:4-7)

            Aqui vemos outra manifestação dual. YHWH, que é o interlocutor e o Salvador de
Israel, diz que os salvará "por YHWH seu Elohim".

4) "Porque assim diz YHWH Tseva'ot: Depois da glória ele me enviou às nações que vos
despojaram; porque aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho. Porque eis aí
levantarei a minha mão sobre eles, e eles virão a ser a presa daqueles que os serviram;
assim sabereis vós que YHWH Tseva'ot me enviou. Exulta, e alegra-te ó filha de Tsiyon,
porque eis que venho, e habitarei no meio de ti, diz YHWH. E naquele dia muitas nações se
ajuntarão a YHWH, e serão o meu povo, e habitarei no meio de ti e saberás que YHWH
Tseva'ot me enviou a ti." (Zechariyah/Zacarias 2:8-11)

Aqui vemos dois personagens: O locutor, como podemos ver, é YHWH Tseva'ot (o Eterno
dos Exércitos). Ora, esse mesmo locutor diz que YHWH Tseva'ot o enviou. Fica bem clara
novamente a manifestação dual de YHWH.

5) "Mas YHWH  disse a Satan: YHWH te repreenda, ó Satan, sim, YHWH, que escolheu
Yerushalayim, te repreenda; não é este um tição tirado do fogo?" (Zechariyah/Zacarias 3:2)

            Aqui podemos mais uma vez vermos uma dupla-manifestação. YHWH não diz "Eu te
repreendo", e sim "YHWH, que escolhe Yerushalayim, te repreenda".

Acima vimos 5 casos em que YHWH manifesta-se como mais de um, inclusive
comunicando-se consigo mesmo. Provavelmente há outros exemplos, mas estes já são
suficientes para ilustrar a questão.

Propositadamente, os exemplos escolhidos foram do Tanach (o chamado “Antigo


Testamento). Isso prova que a idéia é muito anterior à B’rit Chadashá (o chamado “Novo
Testamento”) e que portanto não é uma idéia que tem sua gênese no Cristianismo, ou na
influência de algum tipo de paganismo, como alguns supõem.
Existe uma Trindade?

Mas, podemos então concluir que a doutrina da Trindade é correta, e que se trata de 3
pessoas em 1 único Ser? Na realidade não. A doutrina da Trindade também contém erros,
que veremos mais adiante. O primeiro de que já podemos falar está na artificialidade de
separar YHWH em três pessoas. Como vimos, não é YHWH que é separado, é o mundo
que não é capaz de enxergá-Lo por inteiro. A separação é virtual, e não real.

A Trindade nega o aspecto feminino de YHWH

Em segundo, lugar, a doutrina da Trindade traz como problema o fato de que o termo
“Ruach HaKodesh” (traduzido como Espírito Santo) é um termo feminino, e o dogma
trinitário o coloca como masculino. Na realidade, a doutrina trinitária nega qualquer
manifestação feminina de YHWH, embora a Bíblia esteja repleta delas, desde seu primeiro
capítulo.

Há momentos inclusive muito claros, como por exemplo quando YHWH se manifesta como
Mãe – fato associado à Shechiná:

“Como alguém a quem consola sua mãe, assim eu vos consolarei; e em Yerushalayim vós
sereis consolados.” (Yeshayahu/Isaías 66:13)

Não é à toa que, antes da doutrina da Trindade se firmar no meio cristão, o texto hebraico
de Matitiyahu se referia à Ruach HaKodesh (Espírito Santo) como “Mãe de Yeshua”.
Segundo Orígenes (com. de Jo. 2:12; com. de Jer. – homilia 15:4) e Jeronimo (com. de Mic.
7:6; com de Eze. 16:3; com. de Is. 40:9), o texto original de Matitiyahu/Mateus 4:1 no
hebraico diz:

‘’Então foi conduzido Yeshua pela Ruach HaKodesh ao deserto, para ser tentado pelo
Acusador, conforme nos disse: “Assim minha mãe a Ruach HaKodesh me tomou por um de
meus fios de cabelo,53 e me carregou até o grande monte Tabor.””

Equívoco sobre o termo K’numah

Em terceiro, a doutrina da Trindade partiu de uma compreensão equivocada do termo


aramaico “k’numah”, defendido pelos nestorianos, que diziam que YHWH possuíam 3
k’numeh.

O entendimento nestoriano baseava-se no versículo abaixo citado, a partir do aramaico


original de Yochanan/João:

"Assim como o Pai tem vida em sua k’numah, assim ele deu também ao seu Filho a vida em
sua k’numah." (Yochanan/João 5:26)

O termo aramaico “k’numah” signfiica “aspecto, elemento, substância ou essência”. Não é


difícil entendermos: o “Filho” não é o “Pai”, no mesmo sentido de que “Elyon” (Altíssimo) não
é “Shechiná” (Presença). Cada termo se refere a um tipo de manifestação distinta de
determinado aspecto/essência (aramaico: k’numah) de YHWH.

Infelizmente, Roma entendeu que o termo “k’numah” poderia ser entendido como “pessoa”.
Para maiores informações, vide nosso material sobre a origem da doutrina da Trindade.
 Manifestações Artificialmente Afixadas

 Em quarto, a doutrina da Trindade fixa as manifestações de YHWH em Pai, Filho e Espírito.
Na realidade, YHWH pode manifestar-se de diferentes formas. Os nomes/títulos que Ele
recebe nas Escrituras, por exemplo, poderiam ser vistos como diferentes manifestações
dEle.

 Os que defendem a Trindade apontam para a imersão de Yeshua como prova de que Pai,
Filho e Espírito Santo são distintos. Ao fazê-lo, acertam. Todavia, como vimos, nem sempre
YHWH se manifesta como Pai, Filho e Espírito Santo.

YHWH manifesta-se como a Sua Presença (Shechiná), como o Senhor dos Espíritos
(Shadai), como o Guerreiro (YHWH Tseva’ot), ou mesmo de formas mais simples como o
Anjo de YHWH, a sarça ardentes, os pilares de nuvem/fogo, entre outros. 

A razão pela qual a Bíblia se refere a tantas formas de YHWH se manifestar é muito
simples: YHWH é infinito, e o ser humano é muito limitado. O principal, todavia, é
reconhecermos que, como diz o principal axioma do Judaísmo: Shemá Israel YHWH
Eloheinu YHWH Echad. (Ouve, oh Israel, YHWH nosso Elohim, YHWH é UM).

Número de Manifestações Artificialmente Afixado

E, por fim, a doutrina da Trindade fixa o número de manifestações de YHWH em até três.
Como veremos mais adiante, há situações nas Escrituras em que YHWH se manifesta como
mais de três.

Por exemplo, YHWH chega a manifestar-se até mesmo de 8 formas de uma única vez. Isso
pode ser visto com clareza em Guilyana (Apocalipse):

“Yochanan, às sete kehilot que estão na Ásia: Graça e shalom seja convosco da parte
daquele que é, e que era, e que há de vir, e da das Sete Ruchot que estão diante do seu
trono.” (Guilyana/Apocalipse 1:4)

“E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos
um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete chifres e sete olhos, que são as sete
Ruchot de Elohim enviadas a toda a terra.” (Guilyana/Apocalipse 5:6)

Em ambos os casos, vemos YHWH manifestando-se na forma do Cordeiro, e das 7 Ruchot


(Espíritos) que estão diante do trono. Evidentemente, a doutrina da Trindade não tem como
explicar o acima.

Até porque a manifestação de YHWH enquanto 7 Ruchot (Espíritos) não é novidade alguma,
pois aparece no Tanach (o chamado “Antigo Testamento”) de forma bastante clara:

“E repousará sobre ele a Ruach YHWH, a Ruach de sabedoria e de entendimento, a Ruach


de conselho e de fortaleza, a Ruach de conhecimento e de temor de YHWH.”
(Yeshayahu/Isaías 11:2)

Também não é em Yeshayahu (Isaías) que as 7 Ruchot (Espíritos) aparecem pela primeira
vez. Chanoch (Enoque) já havia escrito a respeito delas:
“E Àquele abençoaram com suas primeiras palavras. E exaltaram e louvaram com
sabedoria, e se mostraram sábios no falar e na Ruach Chayim. E YHWH Tseva'ot colocou o
Escolhido no trono da glória. E Ele julgará todas as obras dos santos acima no céu, e na
balança suas obras serão pesadas. E quando Ele erguer a Sua face para julgar seus
caminhos secretos conforme a Palavra do Nome de YHWH Tseva'ot, e o seu caminho
conforme o caminho do juízo reto de YHWH Tseva'ot, então todos eles com uma voz falarão
e abençoarão, e glorificarão e exaltarão e santificarão o Nome de YHWH Tseva'ot. E Ele
convocará todas as hostes celestiais, e todos os santos acima, e a hoste de Elohim: os
k'ruvim, serafim, ofanim, e todos os anjos de poder, e todos os anjos dos principados, e o
Escolhido, e os outros poderes na terra e sobre a água naquele dia levantarão uma voz, e
abençoarão e glorificarão e exaltarão na Ruach da fé, e na Ruach da sabedoria, e na Ruach
da longanimidade, e na Ruach da graça, e na Ruach do juízo e do shalom, e na Ruach da
bondade, e todos dirão em uma voz: "Bendito é Ele, e que o Nome de YHWH Tseva'ot seja
bendito para todo o sempre." (Chanoch/Enoque 61:7-11)

Não apenas temos no final a menção às 7 Ruchot (Espíritos) de Elohim, como se


considerarmos o trecho como um todo, vemos ainda que Elohim se manifesta ainda como
Ruach Chayim (Espírito da Vida), como YHWH Tseva’ot (YHWH dos Exércitos) e como o
Escolhido, isto é, o Mashiach. Em outras palavras, temos nada menos do que 10 diferentes
formas de YHWH se manifestar.

Isso para nós não deveria ser surpresa alguma. Se um relâmpago, como vimos no exemplo,
é capaz de nos dar a impressão de que são 2 manifestações distintas, o que diremos de um
Ser infinito e ilimitado. Muitas vezes, uma única manifestação não é suficiente para explicar
toda a intensidade da mensagem a ser transmitida.

Por fim, vale ressaltar que em momento algum as Escrituras chamam Pai, Filho e Ruach de
“pessoas distintas”, assim como não chama YHWH, Elohim, Shadai, Shechiná, Elyon,
Eloach, etc. de pessoas distintas. Se o Tanach (chamado de “Antigo Testamento”) nos
ensina algo é que YHWH todas estas são formas de enxergar alguns dos atributos de
Elohim.

Outros Erros

À primeira vista, a descrição dada pode parecer para alguns superficialmente semelhante ao
Modalismo, ou Sabelianismo – nome dado em razão dessa doutrina ter sido defendida pelo
monge Sabélio antes do dogma da Trindade ser fixado por Roma.

Na realidade, existem algumas diferenças básicas para com o Modalismo: A saber, o fato de
que o Modalismo entende que as diferentes manifestações de Elohim são unicamente
diferentes formas de Elohim se revelar. Não é bem assim: Na realidade, são diferentes
percepções que temos de diferentes k’numeh (aspectos ou essências) de Elohim. Embora a
diferença possa parecer semântica, não é. Tertuliano, por exemplo, acertadamente criticou o
Modalismo por seu “Patripassianismo”, isto é, por executar o Pai no madeiro, ao invés do
Filho. De fato, no Modalismo não há nenhuma distinção real entre Pai e Filho. Todavia,
podemos perceber que na visão bíblica, há uma clara distinção, devido às diferentes
k’numeh – assim como Elyon não é Shadai, no sentido de que são aspectos diferentes de
YHWH ou, pelo menos, aspectos percebidos por nós como sendo diferentes devido à nossa
limitação de percepção.
O erro de Sabélio, e dos demais Modalistas, foi um erro que é bastante comum no
Cristianismo: Ignorar o que dizia o Tanach (chamado “Antigo Testamento”) e tentar construir
uma doutrina quase que unicamente neo-testamentária, ignorando as bases anteriores do
Judaísmo.

Outra visão equivocada, como podemos perceber, é o Arianismo, ou a doutrina que diz que
o Pai e o Filho são seres distintos. Já percebemos que manifestações plurais, que o
Arianismo nega, são plenamente bíblicas e abundantes. Também já vimos anteriormente
que Yeshua é de fato YHWH feito carne. Assim, o que simboliza o Arianismo? Um
retrocesso ao politeísmo. Ao dividir Pai e Filho, criam dois poderes celestiais, quando as
Escrituras nos afirmam que há somente UM Elohim. Tal doutrina destaca-se das demais
porque além de equivocada é bastante perigosa, no sentido de que viola a principal mitsvá
(mandamento) da Torá:

“Eu sou YHWH teu Elohim, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás
outros deuses diante de mim.” (Shemot/Êxodo 20:2-3)

Este é também o perigo, na prática, da doutrina da Trindade, pois a idéia de 3 pessoas


compondo um único ser também é perigosamente próxima a de um panteão. Porém, tudo
depende de como na prática isso ocorre. Há grupos modernos que chegam ao ponto de
invocarem separadamente Filho e Espírito, por exemplo. Ao fazerem isso, chegam a um
politeísmo prático, mesmo que filosoficamente a doutrina trinitária se diga monoteísta.

Todavia, como a doutrina da Trindade é demasiadamente complexa e sem qualquer


paralelo na percepção humana, a grande maioria dos trinitários é, na realidade, um
“modalista na prática”. A maioria deles, ao ser abordado com uma descrição do Modalismo,
sem saber o que é, concorda com sua definição e declara pensar dessa forma. E o
Modalismo, embora cometa o equívoco apontado por Tertuliano, é uma doutrina que não
oferece nenhum tipo de “perigo teológico”, chamemos assim, por não ferir nem a unicidade
de YHWH, nem tampouco deixar de reconhecer que Yeshua é YHWH feito carne.

Conclusão

Como podemos perceber, a questão da natureza de YHWH não é trivial, mas é bem mais
simples quando olhamos unicamente para as Escrituras, e o fazemos como um todo. A falta
de sentido das diversas vertentes teológicas explica-se em dois fatores: O ignorar as bases,
ou o partir de idéias preconcebidas ao invés de deixar que as Escrituras falem por si
próprias.

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