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Cálcio

99% esqueleto
1000 g de cálcio 1% fluídos extracelulares
e tecidos

Cálcio, Vitamina D e Fósforo


Metabolismo, Funções, Biodisponibilidade, Funções Básicas
Necessidades e Recomendações Nutricionais • Esqueleto - prover integridade
• Fluídos- manutenção e controle de processos bioquímicos

Profa Dra. Lígia A. Martini – Mineral mais abundante no organismo humano


HNT 130 - Nutrição Normal

Funções Fisiológicas Cálcio na Contração Muscular

 Manutenção do produto mineral normal, necessário para a Ca intracelular + troponina-C contração muscular
mineralização óssea
+ calmodulina enzimas
Serve como co-fator na cascata de coagulação

 Envolvido na vasoconstrição e vasodilatação, na transmissão quebra glicogênio


nervosa, através da liberação de neurotransmissores e na secreção
de hormônios (insulina) energia
 Contração muscular – ligação com a troponina-C e calmodulina
Contração muscular

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Metabolismo Celular Frações Circulantes de Cálcio
Complexadas P, citrato e
Transporte: Ligadas a proteínas (albumina)
bicarbonato
não-difundiveis
a) Transcelular biologicamente inativas,
não excretadas 10%
saturável envolve
a calbindina
40%
b) Paraceluar
Não saturável 50%
Depende de concentração
Ionizadas (livres)
biologicametne ativas

Ca2+ Total = Ca2+ ionizado + Ca2+ ligado proteínas + Ca2+ complexado


(2,2 - 2,6 mmol/L) ( 1,1-1,3 mmol/L) (0,9-1,1 mmol/L) (0,2-0,3 mmol/L)

Metabolismo Extracelular Hormônios e a Homeostasia do Cálcio

Ca ionizado (Cai)

• Metabolicamente disponível, melhor reflete a concentração do íon

• Tanto a acidose quanto a alcalose alteram a capacidade de ligação


e a quantidade do Cai

• Atua fisiologicamente com o PTH e com a 1,25 (OH)2D3

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Dieta Absorção Intestinal de Cálcio
1000 mg/dia PTH

1,25 (OH)2D3
Incorporação
Balanço de 500 mg/dia

Absorção cálcio
300 mg/dia Principal estímulo hormonal para a absorção intestinal do Ca,
Reabsorção
Filtração 500 mg/dia que ocorre a nível de duodeno e jejuno
Secreção 10.000 mg/dia
100 mg/dia Reabsorção
9.800 mg/dia Ingestão Baixa (160 mg/d) absorção é de ≅ 120 mg/d
Ingestão Normal (800 mg/d) absroção é de ≅ 400 mg/d
calcitonina
Crescimento e Gestação > absorção
Fezes
800 mg/dia
1,25 (OH)2 Vit D Urina
200 mg/dia
4 mg/kg/d

Fatores que intereferem na absorção Excreção Renal de Cálcio

Cálcio sérico normal = 9.0 a 10.4 mg/dl


excreção renal deve ser < 4 mg/kg/dia

98% do filtrado é reabsorvido no túbulo renal


70% reabsorvido no túbulo proximal
reabsroção passiva e paracelular
•Crescimento, Gestação •Idade
Lactação •Ingestão excessiva de gorduras, ingestão excreção - 6 a 8% do Ca ingerido aparece na urina
• produção de 1,25 (OH)2D3 fibras, fitatos, oxalato, fósforo
•Hiperparatireoidismo produção de 1,25 (OH)2D3
•IRC Fatores dietéticos que a excreção renal de Ca
•Sarcoidose
•Hipertireoidismo
•Síndrome do Intestino Curto Ingestão elevada de proteína, sal

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Pico de massa óssea
Considerações Nutricionais
Quantidade máxima de tecido ósseo
alcançada durante a vida
Organismo humano se adapta facil e rapidamente as
variações no cálcio dietético

Algumas populações mantém crescimento e esqueleto


normais com ingestão de 400 mg/dia (genética ?), porém Quantidade máxima Perda decorente a eventos
parecem apresentar > incidência de osteoporose de massa óssea fisiológicos ou patológicos

USA > incidência de osteoporose com ingestão de 650 mg/d

INGESTÃO ADEQUADA NO PICO DE MASSA ÓSSEA


Massa óssea principal determinante do risco de fraturas

Ingestão Ótima de Cálcio Biodisponibilidade de cálcio em alguns alimentos

Bebes Crianças Homens/Mulheres Gestantes/Lactantes Alimento Porção Cálcio (mg) % cálcio Absorção Porções
meses anos anos anos absorvido estimada (mg) necessarias =
1 copo leite
0- 6 7-12 1-3 4-8 9-18 19-50 > 51 < 18 19-30 >31
Leite 1 copo gde 300 32 96 1
210 270 500 800 1300 1000 1200 1300 1000 1000 Queijo 1 fatia media 303 32 97 1
Feijão 1/2 copo coz 41 24 10 9.7
Food and Nutrition Board – Institute of Medicine
Dietary Reference Intakes - AI (Ingestão Adequada), 1997 Tofu 1/2 copo 258 31 80 1.2
Couve 1/2 copo coz 61 49 30 3.2
Brocoli 1/2 copo coz 35 61 22 4.5
Maximizar o pico de massa óssea
Espinafre 1/2 copo coz 115 5 6 16.3
Manutenção durante a vida adulta Suco de Frutas 1 copo gde 300 52 156 0.6
com calcio
Minimizar perda com o decorrer da idade

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CÁLCIO - OUTRAS FUNÇÕES cálcio circulante 1,25 diidroxivitamina D3

Cálcio intracelular
Hipertensão

Hipertensão Obesidade

Obesidade resistência vascular lipólise

pressão sanguínea lipogênese

Zemel, MB - 2002 J Am Coll Nutr Elevada ingestão de derivados do leite


desnatados risco de DM em homens
Choi HK – Arch Inter Med, 2005
Ingestão de cálcio - papel na regulação do metabolismo
energético

Cálcio da dieta

Elevada ingestão calórica Restrição calórica


atenua acumulo de lipídeos no adipócito lipólise
ganho de peso mantém termogenêse
Para cada porção de leite desnatado ou magro
ingerida o RR para DM foi 11%

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Interação com drogas
Vitamina D
Uso de suplementos:
diuréticos tiazídicos calcemia Substância cristalina solúvel em gorduras,
Digitálicos alterações ritmo cardiaco usada no tratamento do raquistismo
absorção de tetraciclina, quinolona, bisfosfonatos e levotiroxina
Hôrmonio esteróide com 2 formas moleculares:
Uso de bloqueadores H2 e inibidor da bomba protons
(cimetidina) (omeprazol)
Colecalciferol - D3 (produzida na pele) Biologicamente
Ergocalciferol - D2 (derivada de fontes vegetais) inativas
Absorção de carbonato e fosfato de cálcio

Interação com nutrientes


hidroxilação renal e
Presença de Ca pode absorção de ferro não heme, hepática
PORÉM a suplementação de Ca por 12 semanas não alterou o
estado nutricional do ferro, talvez devido a absorção do ferro metabolitos ativos 1,25 (OH)2 D3 -calcitriol

Metabolismo da Vitamina D3

Pró-vitamina D3 (7-diidrocolesterol) melanina


Fenômenos filtros solares
fotoquímicos poluição
colecalciferol envelhecimento
localização geográfica
α-globulina)
circulação sanguinea (α

Fígado - hidroxilação C25 25(OH)D ou calcifediol


Níveis normais = 5 a 8 ng/ml
Ca, P e PTH

Rim - hidroxilação C1 1,25(OH)2D3 ou calcitriol

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Concetração de vitamina D circulante, após Influência da estação do ano, na síntese de pró-vitamina D3
em Boston
exposição aos raios UV
7 JULHO

Concentração sérica de vitamina D


35

Formação % de Vitamina D3
30 6

25 5
ng/ml)

20 Jovens
4
15 Idosos

10 3
OUTUBRO
5 2
0
1 2 3 4 5 6 7 1
dias 6:30 8:30 12:30 16:30 18:30

Horário de exposição

Adaptado Holick et al, Lancet 1989 Adapado Holick, 1992

Metabolismo Ação genômica da Vit D

Ca sérico ↓ PTH ↑ produção 1,25(OH)2D3


V
1,25(OH)2D3 + D
R

V R
D X
R R

VDRE

+ ou – a transcrição gênica
de proteínas de transporte no osso, rim e intestino

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Funções
Receptores para vitamina D - VDR
Promover absorção de cálcio e de fósforo pelo intestino presentes no rim, intestino, ossos, paratireóide
pele, fígado, mama, pâncreas, músculos, próstata
Mobilização de cálcio e fósforo no osso adrenal, linfócitos e células neoplásicas
Depósito de cálcio no tecido ósseo

Participação no mecanismo de contração e relaxamento 1997 - Li YC et al


muscular VDR Knockout Mice (camundongo sem o gene do VDR)

Ação no metabolismo do cálcio no músculo sobrevida até 6 meses


15 dias - expansão da zona de hipertrofia dos condrócitos
Diferenciação celular 21 dias - hipocalcemicos ↑ PTH
35 dias - osteomalácia e raquitismo
Imunidade (VDR identificados nos linfócitos T) 4 semanas - alopécia

Considerações Nutricionais
Deficiência Toxicidade

Fontes alimentares
Crianças - Raquitismo Após ingestão de doses ↑ (500 a 600 mcg/kg),  Óleo de fígado de bacalhau, gordura de peixe (salmão,
pode ocorrer acúmulo de Vit D no: hering, sardinha), gema do ovo, manteiga e alimentos
tecido adiposo, musculo esquelético fortificados
Adultos - Osteomalácia
fígado e rim
Recomendações - Ingestão Adequada 1997 UL
Sintomas: 5 µg/d 25 µg/d (1000 IU)
↓ rigidez nos ossos 0 a 12 meses
náusea, anorexia, fraqueza, 1 a 8 anos 5 µg/d 50 µg/d (2000 IU)
dor de cabeça, poliuria, disturbios Homens e Mulheres
digestivos, endurecimento da aorta, 9 a 50 anos 5 µg/d
deramtite e lesão renal. 51 a 70 10 µg/d 50 µg/d (2000 IU)
+ de 71 15 µg/d
Gestantes e Lactantes 5 µg/d

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Vitamina D

Deficência de vitamina D – inibição da mineralização óssea


(Osteomalácia)

Insuficiência de vitamina D – induz PTH, Quantidade Necessária da


acelera perda massa óssea
ingestão de vitamina D para
Osteoporose Prevenir Perda de Massa Óssea

Níveis séricos de vitamina D suficientes


para manter PTH adequado 2 copos de leite fortificado = 5 µg/dia

25(OH) D sérica
25(OH)D 8 nmol/L
Autor nmol/l ng/ml
Chapuy e cols, 97 75-80 30-32 Nível mínimo = 25 nmol/L
Thomas e cols, 98 65-70 26-30
Malabanan e cols, 98 50 20 Quanto ingerir de vitamina D ?
McKeena & Freaney, 98 70-75 28-30 Idosos 14 µg/dia = 40 nmol/l
Adolescetens 10 µg/dia = 37,5 nmol/l durante o inverno
Mulheres pós-menopausa 20 µg/dia = 69 nmol/l
Meunier PJ, Vitamin D Insufficiency. Nutritional Aspects of Osteoporsis, 2001 Mulheres idosas 50 µg/dia = 59 nmol/d, 80 nmol/d

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Metabolismo Extracelular
Fósforo

85% forma cristalina no osso 70% orgânico - fosfolipideos


600 g de fósforo 15% fluídos extracelulares na sangue 30% inorgânico 85% livre ou complexado ao Na, Ca e Mg
forma de P inorgânico 15% ligado a proteínas
éster de P - tecidos moles
Fósforo inorgânico
2 º mineral mais abundante no organismo humano
Funções 90% ultrafiltrado
• Componente estrutural das células
P sérico varia muito durante o dia, influenciado pela idade,
• Parte dos ácidos nucleicos, necessários para síntese protéica
• Participação em processos bioquímicos, incluindo sexo, dieta, pH e alguns hormônios
geração e transferência de energia (ATP)
Importante na manutenção da produção iônica para a
• Manutenção do equilibrio ácido-básico
mineralização óssea

Metabolismo Celular

Absorção Intestinal de Fósforo


Transporte passivo e determinado pelo movimento de cátions,
principlamente o Ca.
Menos rigidamente controlada no intestino
Rim exerce papel fundamental
Dentro da célula os ésteres são importantes:
- manutenção e conservação de energia
Transporte passivo predominante após refeições
- constituição da membrana celular
Transporte ativo estimulado pela 1.25(OH)2 D3
- regulação da função de proteínas
Quando a ingestão é baixa (62 a 43 mg/d) ocorre secreção
Ingestões normais (775 a 1860 mg/d) 60 a 80% é absorvido
Absorção reduzida na deficiência de 1.25(OH)2 D3 (IRC)
Menor Biodisponibilidade com uso de alumínio e cálcio

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Excreção Renal de Fósforo Fatores que interferem na reabsorção

PTH
Fósforo sérico normal = 2.5 a 4.5 mg/dl

Excreção urinária de 25mmol/d Principal hormônio regulador da reabsorção


12,5 % do filtrado é excretado na urina e excreção de P

85% da reabsorção ocorre no túbulo proximal


transcelular e dependente da concetração
Ingestão baixa de P > reabsorção
Hipercalcemia < reabsorção
Expansão de volume extracelular < reabsorção

Deficiência Toxicidade
HIPOFOSFATEMIA HIPERFOSFATEMIA
Considerações Nutricionais
Dieta em P
Individuos em risco – alcoólatras Em consequência a IRC
diabéticos em recuperação de cetoácidose e absorção de sais de P
inanição, anorexia nervosa Deficiência de Fósforo - RARO
Sintomas:
Entretanto deficiência de Vitamina D ⇓ níveis séricos de P
Perda de apetite, anemia, fraqueza
muscular, dor óssea, raquitismo e Uso excessivo de antiácidos (com alumínio) ⇓ absorção de P
osteomalácia, sensibilidade a infecções
dormência nas extremidades, dificuldade Principais Fontes Alimentares
para caminhar Calcificação de
Carnes, peixes, leite e derivados
tecidos moles

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