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SUJEIÇÃO DA ESPOSA

33O matrimônio é mais outra relação que requer sujeição a um


chefe. Por isso, Pedro relaciona sua consideração da sujeição da
esposa com a sua admoestação anterior sobre a sujeição debaixo de
condições adversas, começando com a palavra grega que significa “da
mesma maneira”. Lemos:
“Da mesma maneira vós, esposas, estai sujeitas aos
vossos próprios maridos, a fim de que, se alguns não
forem obedientes à palavra, sejam ganhos sem palavra,
por intermédio da conduta de suas esposas, por terem sido
testemunhas oculares de sua conduta casta, junto com
profundo respeito.” — 1 Pedro 3:1, 2.
34A situação mencionada aqui, em que as esposas cristãs são
exortadas a estarem em sujeição, é desfavorável. Quando o marido não
aceita os princípios da Palavra de Deus, pode tornar a vida muito difícil
para a esposa cristã, sendo duro e desarrazoado nos tratos com ela.
Mas isto não a desculpa de não agir em harmonia com o fato de que o
marido é o chefe da família. Portanto, sempre que os pedidos dele não
entrem em conflito com a lei divina, a esposa cristã deve querer fazer o
máximo para agradar ao marido.
35 Conforme salientou o apóstolo Pedro, o exemplo excelente dela
pode ajudar o marido a se tornar crente. Ganhar a esposa assim seu
marido “sem palavra” não significa, porém, que ela nunca compartilharia
com ele idéias bíblicas, mas ela deixaria que suas ações louváveis
falassem ainda mais alto do que as palavras. O marido poderia assim
ver que a conduta de sua esposa é casta ou pura em palavra e em
atos, e que ela o respeita profundamente.
36Aquilo que o apóstolo Paulo escreveu sobre as mulheres fornece
ainda mais pormenores quanto a que se pode esperar da esposa cristã.
Ele diz na sua carta a Tito:
“As mulheres idosas sejam reverentes no comportamento,
não caluniadoras, nem escravizadas a muito vinho,
instrutoras do que é bom, a fim de fazerem as mulheres
jovens recobrar o bom senso para amarem seus maridos,
para amarem seus filhos, para serem ajuizadas, castas,
operosas em casa, boas, sujeitando-se aos seus próprios
maridos, para que não se fale da palavra de Deus de modo
ultrajante.” — Tito 2:3-5.
37 De acordo com esta admoestação, a mulher deve procurar
conscienciosamente comportar-se de maneira que mostre seu apreço
pelo fato de todo o seu proceder na vida estar sob a vista de Jeová
Deus e do Senhor Jesus Cristo. Ela se empenhará arduamente em usar
sua língua para edificar e estimular outros, não para recorrer à calúnia
ou à tagarelice prejudicial. Certamente é própria a moderação na
comida e na bebida. Como esposa e mãe, a mulher cristã deve ser
exemplar no seu amor, cuidando de que faça a sua parte em prover
refeições nutritivas e em tornar o lar um lugar limpo e agradável. O
amor ao marido e aos filhos inclui estar disposta a colocar os interesses
da família à frente de seus próprios. O marido não deve poder encontrar
evidência de que sua esposa negligencia seriamente os seus deveres.
Mas deve poder ver que ela, quando comparada com as mulheres
incrédulas, é deveras exemplar.
CONCEITO EQUILIBRADO SOBRE O ADORNO
38 É também importante que a esposa mantenha o adorno na
perspectiva correta. O apóstolo Pedro salientou que a esposa cristã não
deve colocar a ênfase principal em tornar-se atraente por meio de
adorno ostentoso. Ele disse: “Não seja o vosso adorno o trançado
externo dos cabelos e o uso de ornamentos de ouro ou o trajar de
roupa exterior.” (1 Pedro 3:3) No primeiro século E. C., as mulheres
gastavam muito tempo e esforço em trançar seu cabelo comprido em
estilos complexos para atrair a atenção, inclusive em forma de harpas,
trombetas, grinaldas e coroas. Além disso, adornavam-se com
vestimenta muito suntuosa e uma abundância de correntinhas, anéis e
braceletes de ouro. Para a mulher cristã, tal atenção extrema ao adorno
físico era imprópria, visto que podia sugerir que seu principal objetivo na
vida era sua própria pessoa, em vez de ser agradável a Jeová Deus e
ao Senhor Jesus Cristo. Além disso, as mulheres que vivem
principalmente para a ostentação ou a moda costumam cair vítimas do
orgulho, da inveja e da procura de posição social, o que priva a mente e
o coração do espírito de calma, produzindo frustração e irritação.
39 Todavia, isto não significa que a esposa cristã deve dar pouca
atenção à sua aparência. Aconselhando de modo similar contra a
vestimenta ostentosa, o apóstolo Paulo disse também: “Desejo que as
mulheres se adornem em vestido bem arramado, com modéstia e bom
juízo.” (1 Timóteo 2:9) Por isso, a esposa cristã fará bem em cuidar de
não apresentar uma aparência desleixada ao seu marido, por ser
negligente quanto à sua maneira de se vestir e pentear, e na sua
aparência física. Outrossim, a Bíblia diz que “a mulher é a glória do
homem”. (1 Coríntios 11:7) É evidente que uma mulher preguiçosa e
desleixada não dá crédito ou glória ao marido. Ela rebaixa a aparência
dele aos olhos dos outros. E se o marido se orgulhar razoavelmente de
sua própria aparência, sua esposa, pelo relaxamento dela, pode ser
causa de muita irritação. Portanto, é bem desejável que o vestido e o
adorno da mulher cristã indiquem que ela tem bom senso na escolha
daquilo que é modesto ou decente, e apropriado para a sua pessoa.
O “ESPÍRITO QUIETO E BRANDO”
40 No entanto, a verdadeira beleza da esposa cristã está naquilo que
ela é no coração. O apóstolo Pedro exorta sabiamente que o adorno
dela “seja a pessoa secreta do coração, na vestimenta incorrutível dum
espírito quieto e brando, que é de grande valor aos olhos de Deus”.
(1 Pedro 3:4) Este “espírito quieto e brando” não deve ser confundido
com uma aparência superficial de doçura. Por exemplo, a mulher talvez
fale de modo suave e se sujeite meigamente, em palavras, aos desejos
do chefe da família. Mas, no coração, ela talvez procure dominar seu
marido por ser rebelde, ardilosa e manhosa.
41 No caso da mulher que realmente tem o “espírito quieto e brando”,
este espírito humilde reflete o que ela realmente é no íntimo. Como
pode a mulher saber se tal “espírito” faz parte de seu adorno
permanente? Ela poderia perguntar a si mesma: ‘O que acontece
quando meu marido, em certas ocasiões, não mostra consideração, é
desarrazoado ou se esquiva de suas responsabilidades? Fico amiúde
exaltada, enfurecendo-me e criticando-o duramente pelas suas falhas?
Ou costumo manter-me calma por dentro, evitando um confronto
aberto?’ A mulher que tem “espírito quieto e brando” não parece apenas
por fora pacífica, quando, realmente, no íntimo, é como um vulcão ativo,
prestes a explodir. Não, ela procura manter-se calma e serena nas
circunstâncias provadoras, tanto por fora como no íntimo, causando nos
observadores uma profunda impressão pela força íntima que mostra ter
e pela maneira bondosa com que se comporta.
Tal “espírito quieto e brando” distinguia as mulheres tementes a
42

Deus nos tempos pré-cristãos. Chamando atenção para isso, o apóstolo


Pedro escreveu:
“Pois assim se costumavam adornar também antigamente
as santas mulheres que esperavam em Deus, sujeitando-
se aos seus próprios maridos, assim como Sara
costumava obedecer a Abraão, chamando-o de ‘senhor’. E
vós vos tornastes filhas dela, desde que persistais em
fazer o bem e não temais qualquer causa para terror.” —
1 Pedro 3:5, 6.
43 Sara, como uma das “santas mulheres” dos tempos pré-cristãos,
depositava sua esperança e confiança em Jeová. Dessemelhante da
esposa de Ló, que olhava almejantemente para trás, para Sodoma, e
pereceu por isso, Sara abandonou voluntariamente os confortos de Ur e
passou a viver em tendas com seu marido, Abraão, durante o resto de
sua vida. Junto com Abraão, aguardava uma moradia permanente sob o
governo divino. (Hebreus 11:8-12) Sara certamente não dava
importância demais aos bens e confortos materiais. Vivia dum modo
que revelava um conceito espiritual. Sara reconhecia que Deus a
recompensaria ricamente por ocasião da ressurreição. De maneira
similar, as mulheres cristãs de hoje tomam sabiamente por objetivo
principal na vida agradar a Jeová Deus. — Veja Provérbios 31:30.
44 A bela Sara tinha profundo respeito pelo seu marido. Quando certa
vez chegaram visitantes inesperados, Abraão não se sentia hesitante
em dizer a sua fiel companheira: “Depressa! Apanha três seás [22 litros]
de flor de farinha, amassa-a e faze bolos redondos.” (Gênesis 18:6)
Naquele mesmo dia, Sara chamou Abraão de seu “senhor”. Visto que
fez isso no íntimo e não aos ouvidos de outros, mostra claramente que
ela, no coração, estava submissa a seu marido. — Gênesis 18:12.
45Todavia, Sara não era mulher de personalidade fraca. Quando
notou que Ismael, filho da escrava egípcia Agar, ‘caçoava’ de seu
próprio filho Isaque, Sara falou resolutamente a Abraão, dizendo:
“Expulsa esta escrava e o filho dela, pois o filho desta escrava não vai
ser herdeiro com o meu filho, com Isaque!” Mas, que ela estava fazendo
um apelo vigoroso a Abraão, não demandando ou ordenando de modo
impróprio, é demonstrado por Jeová ter aprovado o pedido de Sara. O
Todo-poderoso notou que o apelo fora feito no espírito correto e
orientou Abraão para que o executasse. — Gênesis 21:9-12.
46 Do mesmo modo, a submissa mulher cristã não precisa ser fraca
ou irresoluta. Pode expressar conceitos pessoais, específicos, e tomar
a iniciativa em cuidar de certos assuntos de importância para a
felicidade da família. Mas, ela se esforçaria a lembrar-se dos desejos e
sentimentos do marido, deixando-se guiar por eles ao fazer compras,
decorar o lar ou cuidar de outros afazeres domésticos. Se não tiver
certeza do que ele pensa sobre determinada atividade ou grande
compra, ela poderá evitar problemas por consultá-lo antes Quando
procura desincumbir-se de seus deveres como esposa, dum modo que
agrade a Deus, ela agradará também ao marido, não lhe dando
nenhum motivo válido para crítica Tal esposa costuma obter uma
posição honrosa e digna na família Sua situação mostra ser similar à da
esposa capaz descrita em Provérbios 31:11, 28: “Nela confia o coração
do seu dono . . . Seus filhos se levantaram e passaram a chamá-la feliz;
seu dono se levanta e a louva “ O marido que confia em que sua
esposa aja sabiamente e não ponha em perigo o bem-estar da família
não achará necessário estabelecer uma porção de regras destinadas a
controlar ações imprudentes. Simplesmente haverá bom entendimento
entre eles. Cuidando dos assuntos da família, ela terá prazer em usar
sua capacidade e iniciativa de modo pleno.
47 Para ser esposa temente a Deus, no sentido bíblico, a esposa
cristã precisa ser diligente e apta para tomar a iniciativa em ajudar
outros. De modo que não será uma mulher que virtualmente vive ‘à
sombra’ do marido. (Veja Provérbios 31:13-22, 24, 27.) Isto é evidente
na descrição das mulheres cristãs que se habilitaram a ser colocadas
numa lista especial, no primeiro século E. C. Lemos: “Seja colocada na
lista a viúva que não tiver menos de sessenta anos de idade, esposa de
um só marido, dando-se dela testemunho de obras excelentes, se tiver
criado filhos, se tiver hospedado estranhos, se tiver lavado os pés dos
santos, se tiver socorrido os em tribulação, se tiver seguido
diligentemente toda boa obra.” (1 Timóteo 5:9, 10) Note que sua
reputação de boas obras remontaria ao tempo em que era “esposa de
um só marido”. Por isso, não devemos confundir um “espírito quieto e
brando” com o que na realidade talvez seja apenas falta de iniciativa e
diligência.
BENEFÍCIOS DA DEMONSTRAÇÃO DUM ESPÍRITO CRISTÃO
48 Visto que Cristo é ‘o modelo a ser seguido por todos os seus
discípulos’, a esposa cristã desejará empenhar-se em se tornar mais
semelhante a ele, quando confrontada com circunstâncias
desfavoráveis. (1 Pedro 2:21) Isto requer que seja honesta consigo
mesma na avaliação de suas palavras e ações. Daí, por considerar com
oração o exemplo de Jesus Cristo e por continuar a pedir a Jeová Deus
a ajuda de seu espírito, para se tornar esposa melhor, passará a ter a
“mente de Cristo” em grau maior. (1 Coríntios 2:16) Seu progresso se
tornará evidente aos outros. Isto se dá porque quanto mais pensarmos
nas qualidades excelentes e atos louváveis de alguém a quem
amamos, tanto mais desejaremos ser semelhantes a ele.
49Mesmo quando o marido mostra falta de consideração, é
desarrazoado ou se esquiva da responsabilidade, a esposa pode ter
plena confiança em que a aplicação dos princípios bíblicos lhe trará os
melhores resultados possíveis nestas circunstâncias. Pouco conseguirá
a esposa que fizer uma grande questão por causa de cada decisão
errada tomada pelo marido, desconsiderando assim o conselho bíblico
de ser submissa. Os humanos estão inclinados a defender-se mesmo
quando errados. Portanto, se a esposa ‘criar caso’ sempre que seu
marido não usar de bom critério, ela poderá obter uma reação contrária
à que procura. Ele talvez fique ainda mais decidido a não fazer caso do
que ela diz, só para provar-lhe que não precisa do conselho dela. Por
outro lado, se a reação dela mostra a compreensão de que nós,
humanos pecaminosos, não podemos inteiramente evitar erros de
critério, ele talvez esteja muito mais inclinado a tomar em consideração
os pensamentos dela, da próxima vez. Ele achará mais fácil impedir
que o seu orgulho fique envolvido demais na questão.
50 Animando assim o marido de maneira bondosa e gentil, a esposa
cristã pode induzi-lo a refletir seriamente no modo em que ele se
comporta, começando então a fazer mudanças na vida dele. Embora
este progresso possa ser vagaroso, a esposa consegue uma
recompensa imediata. Qual? A de evitar a enorme tensão emocional,
amargura e desgosto a que estaria sujeita pelo confronto aberto com o
marido. — Provérbios 14:29, 30.
51 A aderência fiel da esposa às Escrituras, na conduta e na maneira
de falar, talvez nem sempre faça com que seu marido incrédulo se torne
cristão. Mas, ainda assim ela tem a satisfação de saber que seu
proceder é “bem agradável a Deus”. A maneira elogiável com que ela
cuida de suas responsabilidades como esposa e mãe faz parte de sua
reputação de boas obras, que é como um tesouro armazenado no céu.
Este tesouro produzirá muitos juros na forma de bênçãos divinas.
(Mateus 6:20) Reconhecendo a importância de manter uma boa
posição perante Deus, ela deve ‘persistir em fazer o bem’ e não deve
temer qualquer “causa para terror” — qualquer ultraje, ameaça ou
oposição que possa resultar por ela ser discípula de Jesus Cristo. Em
vez de se entregar ao medo e perder sua relação com Jeová e seu
Filho, ela poderá encarar sua experiência como sofrimento pela causa
de Cristo. Mostrará assim ser filha da submissa Sara, mulher piedosa
de fé.
“SEGUNDO O CONHECIMENTO”
52Assim como a esposa tem certos deveres por causa de sua
relação com o marido, também o marido tem, por causa de sua relação
com a esposa. O apóstolo Pedro lembrou isso aos maridos, usando a
palavra grega para “igualmente” ou “da mesma maneira”, para
relacionar sua admoestação a eles com o conselho anterior às esposas,
dizendo:
“Vós, maridos, continuai a morar com elas da mesma
maneira, segundo o conhecimento, atribuindo-lhes honra
como a um vaso mais fraco, o feminino, visto que sois
também herdeiros com elas do favor imerecido da vida, a
fim de que as vossas orações não sejam impedidas.” —
1 Pedro 3:7.
53É digno de nota que o inspirado apóstolo, que era homem casado,
primeiro traz à atenção que a maneira em que o marido mora ou vive
com a esposa deve ser governada pelo “conhecimento”. (Marcos 1:30;
1 Coríntios 9:5) O marido certamente desejará conhecer bem a esposa
— os sentimentos, a força, as limitações, os gostos e as aversões dela.
Mas, o que é ainda mais importante, deve chegar a conhecer suas
responsabilidades como marido cristão. Por realmente conhecer a
esposa e também conhecer seu próprio papel designado por Deus, o
marido pode ‘continuar a morar com a esposa segundo o
conhecimento’.
54 As Escrituras mostram que o marido é cabeça da esposa. Mas não
é chefe absoluto, porque precisa sujeitar-se à chefia de Jesus Cristo em
tratar dos assuntos familiares. “A cabeça de todo homem é o Cristo”,
nos diz a Bíblia. (1 Coríntios 11:3) “Maridos”, escreveu o apóstolo Paulo,
“continuai a amar as vossas esposas, assim como também o Cristo
amou a congregação e se entregou por ela”. (Efésios 5:25) Portanto, a
maneira em que o Filho de Deus trata a congregação cristã serve de
modelo para o marido se desincumbir de suas obrigações familiares.
Certamente não há nada de tirânico ou cruel na chefia de Jesus Cristo
sobre a congregação. Até mesmo deu a sua vida por ela. Portanto, a
chefia do marido não lhe dá o direito de dominar a esposa, colocando-a
numa posição inferior, rebaixada. Antes, impõe-lhe a responsabilidade
de ser abnegado no seu amor, disposto a colocar o bem-estar e os
interesses da esposa à frente de seus próprios desejos e preferências.
55 Visto que Jesus Cristo é o perfeito exemplo para os maridos, estes
farão bem em se familiarizar com o que ele fez ao lidar com os seus
discípulos. O que e mais importante, os maridos devem esforçar-se a se
harmonizar com o modelo do Filho de Deus, no cumprimento de suas
obrigações familiares. Considere apenas algumas das muitas coisas
que Jesus Cristo fez enquanto na terra, ao cuidar de seus discípulos.
56 O Filho de Deus estava genuinamente interessado no bem-estar
espiritual de seus seguidores. Mesmo quando foram vagarosos em
entender assuntos vitais, não ficou impaciente com eles. Tomou tempo
para esclarecer-lhes as coisas e cuidou de que realmente entendessem
seu ensino. (Mateus 16:6-12; João 16:16-30) Quando continuaram a ter
problemas quanto a ter um conceito apreciativo de sua relação mútua,
Jesus repetiu os pontos sobre a necessidade de ministrarem
humildemente uns aos outros. (Marcos 9:33-37; 10:42-44; Lucas 22:24-
27) Na última noite que passou com eles, reforçou seu ensino sobre a
humildade por lavar-lhes os pés, dando-lhes assim um exemplo. (João
13:5-15) Jesus tomou também em consideração as limitações dos
discípulos e não lhes deu mais informações do que podiam
compreender na ocasião. — João 16:4, 12.
57 Portanto, o marido cristão poderia perguntar-se: ‘Quão
preocupado estou com o bem-estar espiritual da minha esposa e dos
filhos? Certifico-me de que realmente entendem os princípios bíblicos?
Quando noto atitudes e ações erradas, esclareço-lhes exatamente por
que são erradas e por que precisa haver uma mudança? Tomo em
consideração suas limitações e cuido de não exigir demais?’
58 O Filho de Deus estava também atento a observar o que seus
discípulos precisavam do ponto de vista físico. Quando os apóstolos,
depois duma viagem de pregação, voltaram a Jesus e lhe relataram
suas atividades, ele disse: “Vinde, vós mesmos, em particular, a um
lugar solitário, e descansai um pouco.” (Marcos 6:31) De maneira
similar, o marido cuida sabiamente de que a esposa e os filhos tenham
tempo para recreação e revigoramento, interrompendo a rotina regular
da vida.
59 No exercício da chefia, Jesus Cristo não restringe os membros da
congregação por meio duma lista de regulamentos complicados Deu-
lhes ordens e orientações realmente importantes como base para
tomarem decisões corretas em lidar com os problemas da vida. Seu
amor abnegado, junto com a sua confiança e fé nos discípulos, na
realidade ‘compele-os’ a corresponderem com amor igual, fazendo o
máximo para agradá-lo. — 2 Coríntios 5:14, 15; veja 1 Timóteo 1:12;
1 João 5:2, 3.
60 De maneira similar, quando o marido mostra que tem confiança na
esposa, isso pode contribuir muito para preservar a felicidade no
matrimônio A esposa que tem pouca margem para usar de iniciativa em
cuidar de suas responsabilidades logo perde a alegria com o seu
trabalho. Ela se sente reprimida no uso de seu conhecimento, de seus
talentos e suas habilidades, o que resulta em frustração. Por outro lado,
quando o marido entrega certos assuntos importantes ao bom critério
dela, ela terá prazer em cuidar das coisas da maneira que agrade ao
marido.
“ATRIBUINDO-LHES HONRA COMO A UM VASO MAIS FRACO”
61 O marido, morando com a esposa segundo o seu conhecimento
dela qual pessoa e de suas responsabilidades bíblicas para com ela,
também ‘lhe atribuirá honra como a um vaso mais fraco, o feminino’.
Visto que a constituição física da mulher lhe impõe maiores limitações
físicas do que se costuma dar com os homens, ela é o “vaso mais
fraco”. Mas, ela deve ocupar uma posição honrosa e digna na família.
As seguintes palavras do apóstolo Paulo ilustram como o marido pode
atribuir honra à esposa: “Deste modo, os maridos devem estar amando
as suas esposas como aos seus próprios corpos. Quem ama a sua
esposa, ama a si próprio, pois nenhum homem jamais odiou a sua
própria carne; mas ele a alimenta e acalenta, assim como também o
Cristo faz com a congregação.” — Efésios 5:28, 29.
62Os maridos, em geral, não rebaixam suas próprias realizações,
fazendo-se parecer incompetentes, nem sujeitam seu corpo a
tratamento cruel, nem desconsideram sua necessidade de descanso e
recreação. Não querem ter a reputação de serem “imprestáveis”, mas
desejam ter uma posição digna aos olhos dos outros. Se o marido
realmente for cristão, não zombará de quaisquer fraquezas que a
esposa possa ter, nem a rebaixará ou fará sentir-se inferior,
menosprezada. Atribuirá à esposa a mesma espécie de dignidade e
consideração que quer para si mesmo, fazendo-a sentir-se querida,
apreciada e necessária.
63 Para que a esposa ocupe uma posição honrosa no lar, o marido
precisa estar disposto a considerar com ela assuntos familiares de
maneira calma e razoável, para saber os pensamentos e as idéias dela.
A esposa deverá poder expressar-se livremente, com a garantia de que
aquilo que diz, na consideração de assuntos sérios, não será
prontamente rejeitado, mas receberá a devida consideração do marido.
(Veja Juízes 13:21-23; 1 Samuel 25:23-34; Provérbios 1:5, 6, 8, 9.) Além
disso, o marido precisa estar atento a observar mais do que apenas a
palavra falada. Profundos sentimentos íntimos podem ser revelados
pelo tom da voz, pelas expressões faciais, ou pela falta de entusiasmo
ou espontaneidade. (Veja Provérbios 15:13.) O marido que chega a
conhecer a esposa não desconsiderará tais coisas, nem prosseguirá
cegamente com algo que possa criar irritação desnecessária.
64 Naturalmente, como chefe da família, quando o marido está
cabalmente convencido, na própria mente, de que os interesses da
família como um todo seriam prejudicados com isso, não satisfará o
desejo da esposa. (Veja Números 30:6-8.) Reconhecerá que tem a
obrigação bíblica de defender aquilo que acredita ser certo, apesar de
quaisquer demonstrações emocionais da esposa. Se o marido acatasse
os desejos da esposa, contrário ao melhor critério, significaria desonrar
a Deus, que confiou ao homem a posição de chefe da família. E se a
questão depois trouxesse dificuldades à família, ele poderia ficar
amargurado com a esposa. Por outro lado, manter-se ele firme a favor
do que definitivamente crê ser certo trará benefícios a família. Se a sua
decisão for tomada com oração e estiver em harmonia com os
princípios bíblicos, a esposa poderá chegar a ver a sabedoria da
decisão tomada e alegrar-se de que o marido permaneceu firme. Isto
deverá aumentar-lhe o respeito por ele e contribuir para a felicidade
dela e de toda a família.
UM MOTIVO ESPIRITUAL
65 Há um forte motivo pelo qual o marido cristão deve viver com a
esposa crente “segundo o conhecimento”, atribuindo-lhe honra. Não é
apenas para propiciar maior paz na família. O apóstolo cristão Pedro
mostrou aos seus concrentes um motivo ainda maior. Salientou que os
maridos são ‘herdeiros com sua esposa do favor imerecido da vida’. Em
vista de sua morte sacrificial, Jesus Cristo abriu tanto para homens
como para mulheres a oportunidade de serem aliviados da condenação
do pecado e da morte, visando a vida eterna. Portanto, a esposa pode
ter uma posição tão aprovada perante Deus e Cristo como seu marido.
Há um motivo sério, portanto, pelo qual o marido deve ter cuidado de
não tratar a esposa como se fosse alguém inferior, de menor valor aos
olhos de Deus do que ele.
66 Quando os assuntos maritais não são tratados em harmonia com
o exemplo de Jesus Cristo com sua congregação, isso tem efeito
pernicioso sobre o estado espiritual tanto do marido como da esposa.
Sim, ‘as orações poderiam ficar impedidas’. No lar, quando há
disposição para brigar, ofender-se, ressentir-se e agir com dureza e
irracionalidade, é difícil apelar para Deus em oração. Visto que a
pessoa se sente condenada no coração, falta-lhe franqueza no falar.
(1 João 3:21) Também, Jeová Deus estabeleceu requisitos para ouvir
orações. Ele não ouve apelos por ajuda daqueles que são impiedosos,
não estando dispostos a perdoar as transgressões dos outros. (Mateus
18:21-35) Somente os que se esforçam a harmonizar sua vida com as
ordens dele recebem audiência favorável. (1 João 3:22) Nem os
maridos, nem as esposas, que deixam de imitar no seu casamento o
exemplo de Jesus Cristo com sua congregação, podem esperar receber
ajuda divina em lidar com os seus problemas. Por outro lado, a fiel
obediência a admoestação bíblica garante a aprovação e a bênção
divinas. Certamente, esta é uma bela recompensa, resultante da
sujeição à chefia do Filho de Deus.

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