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Carnaval, Futebol e...

Ciência

Apesar do protagonismo internacional do Brasil nos últimos anos, ainda é comum no imaginário
estrangeiro a ideia de que somos, predominantemente, a terra do carnaval, do futebol, do samba,
do mar, das mulheres etc. Sem abandonar a defesa de nossa cultura e atributos naturais, pelo
contrário, nosso país é muito mais diverso e múltiplo.

Em artigo recente, a revista The Economist examina o excelente momento em que passa o Brasil na
produção de ciência e tecnologia. O texto deixa claro que o resultado extremamente positivo nessa
área foi alcançado durante os 8 anos de Governo Lula.

Lula, sempre criticado por boa parte da grande imprensa e da elite devido à sua “falta de títulos
acadêmicos” criou 214 escolas técnicas, 14 universidade (inclusive a do ABC) e mais 124 extensões.
O governo FHC não criou nenhuma escola técnica federal, nenhuma universidade e cortou
substancialmente recursos das agências federais de financiamento à pesquisa, como CNPq e Finep.

Entre outros pontos, a revista inglesa destaca a formação de meio milhão de bacharéis e 10 mil
doutores por ano, além do aumento de 1,7% para 2,7% da participação do Brasil na produção de
ensaios científicos entre 2002 e 2008; bem como o reconhecimento internacional da liderança
brasileira em bioenergia, botânica e medicina tropical.

O ex-Ministro da Ciência e Tecnologia do governo Lula, Sérgio Rezende, em entrevista à Rede Brasil
Atual, afirma que durante a administração passada, tivemos o melhor momento do Brasil no setor.
Justifica sua declaração com alguns números, como o empréstimo de R$ 1,5 bilhão em 2010 pela
Finep para o fomento científico e tecnológico, sendo que a média até 2002 era de somente R$ 100
milhões. No mesmo período, sublinha a elevação do orçamento do Fundo Nacional do
Desenvolvimento Científico e Tecnológico de R$ 350 milhões para R$ 3,2 bilhões e o crescimento
dos recursos do Programa Espacial Brasileiro de R$ 70 milhões para R$ 400 milhões.

No último mês de novembro, a UNESCO publicou um relatório sobre a situação da produção


científica no mundo. Nele constatou que nosso país é o 13º maior produtor de ciência, tendo
publicado 26.482 artigos científicos. 90% das universidades públicas.

No ABC há também grandes perspectivas para a geração de ciência e tecnologia. Entre elas,
informa a última edição da revista INOVABCD, a empresa sueca Saab implantará em São Bernardo
um centro de pesquisas com investimento de US$ 50 milhões. Em parceria com a Universidade
Federal do ABC e o Centro Universitário da FEI, a nova instituição trabalhará nas áreas
aeroespaciais, segurança civil, inovação urbana e defesa.

Ainda há muito que crescer no setor para podermos alcançar a média dos países capitalistas
centrais, mas os primeiros passos foram efetivamente dados. Cabe às empresas e aos governos
seguirem ampliando e melhorando suas políticas e investimentos.

Eduardo Magalhães é sociólogo, mestrando em Relações Internacionais pela PUC-SP e


blogueiro e colunista do Jornal ABCD MAIOR e da Revista Filantropia.

elaboreseuprojeto@email.com

25 de Janeiro de 2011

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