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BIOLOGIA E GEOLOGIA - 10º ANO

ATIVIDADE PRÁTICA (Continuação)

A história de um grão de areia

Eu vi, pela primeira vez, a luz do dia lá no alto da Serra da Estrela. No interior da minha rocha-mãe, eu tremia
de frio durante a noite e assava debaixo dos raios solares do meio-dia. Por vezes, eu e os meus irmãos ouvíamos
terríveis ruídos seguidos de derrocadas brutais de grandes blocos como o nosso.Um dia, uma corrente de água
levou-nos da nossa “terra natal”. A grande viagem tinha começado! Horrorizados, resvalámos por um declive
vertiginoso, chocámos uns contra os outros e ferimo-nos com as irregularidades da encosta da montanha.
Gradualmente, eu e alguns dos meus irmãos fomo-nos separando uns dos outros, à medida que íamos sendo
sacudidos pela força da água da corrente. Numa manhã cinzenta, depois desta viagem tão atribulada, dou por
mim no rio Mondego (Figura 1), completamente só. Eu não era mais do que um minúsculo grão de areia de
quartzo branco separado dos meus irmãos, o quartzo róseo, o feldspato, a mica brilhante, negra ou branca, aos
quais tinha estado unido toda a minha vida no “coração” da velha rocha-mãe. Cada um de nós teve de
enfrentar, sozinho, os percalços do resto da jornada. Continuei a minha longa, muito longa viagem. À custa de
tanto rolar na corrente do rio Mondego, cheguei a Coimbra. Tinha mudado! As arestas vivas de nascença tinham
sido desgastadas e, dos choques com os meus irmãos, fiquei polido. Mas eu ainda iria mudar mais! Pelas águas do
Mondego, cheguei à Figueira da Foz e aí, o rio empurrou-me com todas as suas forças para o oceano. Foi com
grande surpresa que vi tanta água salgada.
No oceano, em vez de me afastar de terra, andava para a frente e para trás, num bailado ao sabor das ondas e
das marés. De dia para dia e de ano para ano, ia-me desgastando e brilhava cada vez mais. Num fim de tarde,
uma tempestade atirou-me para a serra da Boa Viagem, onde as ondas não chegam. Mas a minha história não
acaba aqui! Passaram-se milhares de anos e ao longo deste tempo muitos outros irmãos e irmãs foram chegando,
depositando-se uns por cima dos outros até ficarmos todos muito apertadinhos, quase sem nos podermos mexer.
Com o passar do tempo deixamos de ver a luz do dia e iamo-nos afundando cada vez mais. Sentiamo-nos muito
apertados , cheios de medo, demos as mãos e nunca mais nos largamos. Algumas substâncias que se
encontravam dissolvidas na água que nos rodeava começaram a ligar-nos uns aos outros, de maneira a que não
nos pudéssemos separar. Agora estou de novo acompanhado e sinto-me forte – “A união faz a força”.
Adaptado de: https://pt.calameo.com/read/000509080135055aad485

1 Atividade Prática (Continuação) – Rochas - 10º Ano


Figura 1 – Perfil longitudinal do Rio Mondego
Adaptado de: https://slideplayer.com.br/slide/10224893/

1. Identifique a Rocha-mãe do grão de areia.

2. Identifique o tipo de meteorização evidenciada na frase “…frio durante a noite e assava debaixo dos raios
solares do meio-dia.”

3. Identifique o principal agente de transporte do grão de Areia.

4. Explique qual das areias estudadas poderia encontrar em Nelas.

5. Indique o arredondamento que o grão de areia teria quando foi atirado para a Serra da Boa Viagem.

6. Identifique a etapa do ciclo sedimentar que o grão de areia sofreu na Serra da Boa Viagem.

7. Identifique a rocha na qual o grão de areia se encontra acompanhado.

2 Atividade Prática (Continuação) – Rochas - 10º Ano

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