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Obrigações em

sede de IVA:
o caso de Angola

Pedro Montez
TAX Technology Manager da PRIMAVERA BSS

Licenciado e Pós-Graduado em Fiscalidade pelo IPCA


pedro.montez@primaverabss.com

1 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


ÍNDICE

Resumo 3

Introdução 4

Contexto Tributário em Angola 5


IVA, o novo imposto Angolano 6
Regime de Facturação 16

Método de Investigação 22

Resultados 25

Conclusão 28

Referências Bibliográficas 29
RESUMO

A entrada em vigor do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) em Angola, bem


como a obrigação de utilização de programas de facturação certificados pela
Administração Geral Tributária Angolana (AGT), coloca às empresas questões de
enquadramento em sede IVA e questões relacionadas com o cumprimento das
obrigações declarativas.

Face à necessidade de apresentar, de forma resumida, as obrigações declarativas


em sede IVA das empresas em Angola, foi estudada a legislação fiscal directamen-
te relacionada, de forma a aferir, de acordo com o regime de IVA, as obrigações daí
resultantes.

Para tal, foi utilizado o método investigação-acção, alicerçado nas acções de for-
mação denominadas MasterClass – IVA em Angola, com quatro edições em 2019.

Como resultado, surgiu a Matriz de IVA em Angola, uma ferramenta fiscal cuja utili-
zação permitirá às empresas, aos contabilistas, aos consultores fiscais e a todos os
interessados neste tema, validar os processos declarativos das empresas e permi-
tir o planeamento fiscal ao nível das obrigações declarativas em sede IVA.

Palavras-chave: Angola, IVA, Volume de Negócios, Certificação de Software,


Obrigações, Declarações

3 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


INTRODUÇÃO

A entrada em vigor do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) em Angola, bem


como a obrigação de utilização de programas de facturação certificados pela
Administração Geral Tributária Angolana (AGT), levanta questões de enquadra-
mento em sede de IVA das empresas, mas também questões relacionadas com
o cumprimento das obrigações declarativas.

As obrigações declarativas dependem de dois parâmetros principais: o regi-


me de IVA e a tipologia da empresa, tendo em consideração o seu volume de
negócios. Face à necessidade de apresentar de forma resumida as obrigações
declarativas das empresas em Angola em sede de IVA, foi estudada a legislação
fiscal, de forma a aferir, de acordo com o regime de IVA, as obrigações daí resul-
tantes.

Este estudo foi efectuado no âmbito das quatro edições da MasterClass – IVA
em Angola, onde se abordaram os temas: introdução ao IVA, o impacto na
contabilidade e na gestão, as obrigações decorrentes da implementação do IVA
e a tecnologia inerente a todo o processo. Nestas sessões, os formandos foram
desafiados a construir uma matriz de obrigações, considerando as empresas em
que se encontravam a trabalhar, com o objectivo de a elaborar uma matriz mais
abrangente e aplicável à generalidade das empresas angolanas.

A Matriz do IVA em Angola, apresentada no final deste estudo, é o culminar de


um objetivo ambicioso que consistia em encontrar uma chave (matriz) que pu-
desse, de forma simples e directa, ser consultada pelas empresas, com o intuito
de as ajudar no cumprimento das regras fiscais, em particular, o cumprimento
declarativo em sede de IVA.

Desenvolver essa matriz não seria possível sem o contributo dos formandos que
participaram nas acções de formação, por isso, fica expresso um agradecimento
muito especial a todos os formandos pelos seus inputs e discussões, que permiti-
ram aprimorar o resultado final.

4 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


CONTEXTO TRIBUTÁRIO
EM ANGOLA

No contexto tributário de Angola podemos afirmar a existência de três grandes


áreas de tributação.

1 Tributação do Rendimento

A área de tributação do rendimento, onde se situam impostos como Imposto so-


bre o Rendimento do Trabalho (IRT) e Imposto Industrial (II). 1

2 Tributação do Património

A área de tributação do património é aquela onde se situa parcialmente o


Imposto Predial e Urbano (IPU) e o Imposto sobre as Sucessões e Doações.

3 Tributação da Despesa

A área da tributação da despesa é aquela onde se situava o Imposto sobre o


Consumo (IC). O Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) situa-se na área da
tributação da despesa e veio substituir o anterior IC. 2

1
A Lei nº 4/19, de 18 de Abril publicou a última alteração ao Código do Imposto Industrial.
2
Com a entrada em vigor do IVA em Angola o IC foi revogado nos termos do nº 1 do art. 2º do
preâmbulo da Lei nº 7/19 de 24 de Abril que aprovou o Código do IVA. Foi estabelecido um
regime transitório para regularização do IC até 2022 nos termos do art. 9º do preâmbulo da
Lei nº 7/19 de 24 de Abril.

5 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


IVA, O NOVO IMPOSTO ANGOLANO

O IVA é genericamente caracterizado por se tratar de um imposto indirecto,


geral, plurifásico e neutral, e por obedecer ao princípio de tributação no destino.
É um imposto indirecto, uma vez que tributa a manifestação da capacidade
contributiva do contribuinte que se evidencia através da aquisição de bens
e serviços. É também um imposto geral, pois incide sobre a generalidade
das transmissões de bens, serviços e importações. As transmissões de bens
correspondem, genericamente, à transferência onerosa de bens corpóreos por
forma correspondente ao exercício do direito de propriedade.3

O Código do IVA prevê algumas formas de assimilar determinadas operações


a transmissão de bens, tais como, contracto de comissão e não devolução no
prazo de 180 dias de mercadorias colocadas à consignação.

Principais características do IVA

1 Plurifásico

O IVA é um imposto plurifásico, ou seja, tributa todas as fases do circuito eco-


nómico, mas sem efeito cumulativo, sendo o seu pagamento fraccionado por to-
dos os intervenientes. Esta característica é uma das que realmente se diferencia
quando comparamos o IVA e o Imposto de Consumo (IC), sendo este último um
imposto marcadamente monofásico. 4

2 Neutralidade

Outra característica importante do IVA é a sua neutralidade, pois é um imposto


que se baseia no método subtractivo e do crédito do imposto, assegurando o
reembolso do crédito.5 A neutralidade do IVA está espelhada na possibilidade que
os sujeitos passivos têm de, ao valor do IVA liquidado nas vendas e prestações
de serviços, poderem deduzir o IVA suportado nas compras ou aquisições de
serviços. 6

De referir que a neutralidade não é completa, uma vez que existem exclusões

3
O fornecimento de energia eléctrica, o gás, o calor, o frio, a água e similares são equiparados
a bens nos termos do nº 2 do art. 5 do Decreto Presidencial nº 292/18 de 3 de Dezembro que
aprovou o Regime Jurídico das Facturas e Documentos Equivalentes.
4 Sobre uma análise comparativa entre IC e IVA consultar (Tavares & Chitandalua, 2016).
5
Sobre o tema de reembolsos de IVA foi publicado o Decreto Presidencial nº 180/19 de 24 de Maio
que aprovou o Regulamento do Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado.
6
Alínea b) do nº 1 do art. 24 da Lei nº 7/19 de 24 de Abril que aprovou o Código do Imposto sobre
o Valor Acrescentado.

6 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


ao direito de dedução do imposto que impedem a total dedução do imposto
suportado.

A título de exemplo, o valor do IVA suportado em despesas de alojamento,


alimentação, bebidas e despesas de recepção estão excluídas do direito de
dedução do IVA.

Ainda assim, esta característica da neutralidade de imposto afirma-se como


grande elemento diferenciador entre o IVA e o IC, uma vez que este último era
um imposto cumulativo.

3 Tributação no país de destino

A tributação é efectuada no país do destino onde o bem ou serviço será consumi-


do, evitando-se a dupla tributação, ao mesmo tempo que se promove a competiti-
vidade dos bens e serviços no mercado internacional. Por este motivo, estão de-
finidas isenções completas no âmbito das exportações, permitindo a dedução
do imposto suportado para a aquisição ou produção dos bens exportados. 7

Ainda no âmbito deste princípio de tributação no destino, destaca-se a aquisição


de serviços a estrangeiros. Estas operações são reconhecidas pela técnica fiscal
de “Reverse Charge” em que o sujeito passivo adquirente (a empresa angolana)
está obrigado a liquidar o imposto e poderá exercer o respectivo direito à
dedução.

Questões a considerar no tratamento do IVA

Como tratar as importações


Consideram-se importações as entradas de bens no território angolano. Para
estes efeitos, a entrada efectiva de bens em território angolano apenas se
verifica quando forem introduzidos no consumo.

Prestação de serviços
O conceito de prestação de serviços corresponde a qualquer operação efectuada
a título oneroso que não constitua transmissão ou importação de bens ou de
dinheiro, por esse motivo, é um conceito muito abrangente que poderá abarcar
um sem número de situações. Embora à primeira vista possa não parecer, a
prestação gratuita de serviços ou a utilização de bens em sectores de actividade
isentos também são consideradas prestações de serviços à luz do Código do
IVA, quando tenha havido dedução total ou parcial do imposto.

7
Art. 15º da Lei nº 7/19 de 24 de Abril que aprovou o Código do IVA.

7 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


Regimes de IVA

1 Regime geral

O regime geral do IVA encontra-se caracterizado nos capítulos I a VII da Lei nº


7/19, de 24 de Abril que aprovou o Código do IVA em Angola. Desde 1 de Outu-
bro de 2019, este regime aplica-se obrigatoriamente aos Grandes Contribuintes8.
As empresas com um volume de negócios superior a USD 250 mil podem
efectuar a opção pelo regime. A partir de 1 de Janeiro de 2021 as empresas
com um volume de negócios superior a USD 250 mil serão enquadradas no
regime geral.

A aplicação deste imposto abrange vários tipos de incidências, nomeadamente:

_Incidência real ou objectiva

No âmbito da incidência real ou objectiva, são introduzidos novos conceitos


no ordenamento jurídico tributário angolano detalhando, essencialmente, os
conceitos de transmissão e importação de bens e prestação de serviços em
sede de IVA.

_Incidência pessoal ou subjectiva

Já no que concerne à incidência pessoal ou subjectiva, é definido a quem se


aplica o imposto. O conceito de sujeito passivo é caracterizado tendo em conta
a sua qualidade de pessoa singular, colectiva ou outra entidade na forma como
actua perante o imposto.

_Incidência territorial

A incidência territorial responde a questões sobre o local onde é devido o im-


posto tendo em consideração se se trata de uma transmissão de bens ou da
prestação de serviços. A regra geral define que a prestação de serviços ocorre
no território angolano quando nele o adquirente possui domicílio, sede ou esta-
belecimento estável para o qual os serviços são adquiridos. As excepções a esta
regra geral são diversas e têm em conta o tipo de prestações de serviços9.

A definição do momento a partir do qual se dá o facto gerador ou se torna exigível


o imposto também tem em consideração se se trata de uma transmissão de
bens, uma prestação de serviços ou uma importação. Por isso, são estabelecidas
algumas regras gerais e outras regras de excepção, sendo, talvez, a excepção

8
O Estatuto dos Grandes Contribuintes foi aprovado pelo Decreto-Presidencial nº 147/13, de 1 de
Outubro. A Administração Geral Tributária a 22 de Maio de 2019 publicou uma lista actualizada com
421 empresas consideradas Grandes Contribuintes.
9
O art. 10º do Código do IVA estabelece um conjunto de excepções à regra geral sobre a
localização das prestações de serviços.

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mais relevante o caso de recebimento de um adiantamento em que o imposto se
torna exigível antes de haver a transmissão de bens ou prestação de serviços.

Os sujeitos passivos enquadrados no regime geral do


IVA estão obrigados a emitir a facturação de acordo com
o Regime Jurídico das Facturas e Documentos Equiva-
lentes, através de programas informáticos de facturação
certificados.

2 Isenção de IVA

Este imposto prevê um conjunto de isenções, ou seja, operações sobre as quais


não haverá liquidação de IVA e que se podem, essencialmente, reconhecer em
dois tipos:

Isenções simples

As isenções simples10 caracterizam-se pela não liquidação de imposto nas


facturas emitidas e, ao mesmo tempo, não permite a dedução do imposto
incluído nos inputs do sujeito passivo. De referir que, o âmbito das isenções
simples, previstas na alínea a) do nº 1 do art. 12º e Anexo I ao Código do IVA, foi
alargado pela Lei nº 17/19 de 13 de Agosto, passando a ser mais abrangente a
incluir, a título de exemplo, as prestações de serviço que tenham por objecto o
ensino.

Isenções completas

As isenções completas11, à semelhança das isenções simples, não dão lugar a


liquidação de imposto na emissão de facturas relativas a transmissão de bens ou
prestação de serviços, mas permitem deduzir o imposto contido nos inputs do
sujeito passivo.

Taxas aplicáveis

Regra geral, o valor tributável corresponde, para efeitos de IVA, ao valor da con-
traprestação obtida ou a obter do adquirente, do destinatário ou de terceiro.
Caso não seja conhecido o valor da contraprestação, pode ser estabelecido o
valor normal.

10
Exemplo das isenções simples são as isenções previstas no art. 12º do Código do IVA.
11 Exemplo das isenções completas são as isenções previstas no art. 15º do Código do IVA.

9 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


A taxa aplicável à generalidade das situações sujeitas a
IVA é de 14%. Existe, no entanto, uma taxa «especial» de
2% aplicável às transmissões e importações efectuadas
na província de Cabinda. Sendo que, no que concerne às
prestações de serviços efectuadas nesta província, a taxa
de imposto a aplicar é de 14%.12

Regras de liquidação e dedução

Já no âmbito das regras de liquidação e dedução, são estabelecidas as


condições que permitem a dedução do imposto incidente sobre as operações
tributáveis que efectuaram no imposto e que lhes foi facturado na aquisição de
bens e serviços por outros sujeitos passivos, pago pela importação e o imposto
liquidado resultante de operações tributáveis efectuadas por sujeitos passivos
estabelecidos no estrangeiro, quando estes não tenham incluído imposto na
factura ou documento equivalente.

Para que seja possível deduzir o imposto é necessário que as facturas ou docu-
mentos equivalentes estejam emitidos nos termos do Regime Jurídico das
Facturas e Documentos Equivalentes. Contudo, o legislador introduz limitações
ao direito de dedução do IVA.

Exclui-se do direito à dedução as despesas relacionadas com viaturas de tu-


rismo, barcos de recreio, helicópteros, aviões, motos e motociclos. A aquisi-
ção ou importação de tabaco também fica excluída do direito à dedução.
No entanto, estas duas exclusões não devem ser tidas em conta caso façam
parte da própria actividade do sujeito passivo.

De referir ainda que as despesas respeitantes a alojamento, alimentação,


bebidas e tabaco e despesas de recepção são sempre excluídas de dedução do
imposto.

A dedução do IVA depende da conformidade das facturas


ou documentos equivalentes emitidos nos termos do Re-
gime Jurídico das Facturas e Documentos Equivalentes.

12
Para conhecer em maior detalhe a aplicabilidade da taxa de IVA na província de Cabinda consultar
a Lei nº 22/19 de 20 de Setembro que aprovou o Regime Especial Aduaneiro, Portuário e de
Transmissão de Bens para a Província de Cabinda.

10 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


3 Autoliquidação de Imposto e Imposto Cativo

Antes de prosseguir para o apuramento do IVA, é importante fazer referência


ainda a dois processos bem definidos no Código do IVA: Autoliquidação de Im-
posto e Imposto Cativo.

Autoliquidação

A autoliquidação de imposto consiste na obrigação do adquirente liquidar o IVA,


no caso de aquisição de serviços a entidades não residentes e sem domicílio es-
tável no território angolano13. Na literatura internacional, este processo é deno-
minado de “reverse charge” que, no fundo, obriga o adquirente angolano que
adquire serviços, a liquidar o imposto, substituindo-se dessa forma ao fornece-
dor.

Imposto cativo

O Imposto cativo é um processo inovador contido no Código do IVA em que o


IVA é alvo de retenção pela entidade adquirente no momento da recepção da
factura de aquisição. Esta cativação é efectuada com base numa percentagem
que, neste momento, pode variar entre 50% e 100%, de acordo com o tipo de
entidade cativadora.14

O apuramento do imposto consiste em efectuar o cálculo do imposto a entregar


ao Estado. Por isso, o imposto a entregar ao Estado corresponde à diferença
entre o IVA liquidado deduzido do IVA dedutível.

De forma muito resumida, podemos afirmar que o IVA liquidado corresponde


ao IVA das vendas e das prestações de serviços efectuadas, adicionado, se for
o caso, do valor do IVA Autoliquidado por aquisição de serviços a estrangeiros,
bem como do IVA Cativo. O IVA dedutível corresponderá ao IVA das compras e
outros bens e serviços adicionado, se for o caso, do IVA de aquisição de serviços
a estrangeiros e do IVA que foi cativado.

Caso o resultado do apuramento seja de IVA a reportar, casos em que o montan-


te de IVA dedutível é superior ao IVA liquidado, pode ser solicitado reembolso do
imposto ao Estado. O pedido de reembolso deve seguir um conjunto de regras
próprias.15

No que concerne a obrigações, os sujeitos passivos enquadrados no regime ge-


ral do IVA estão obrigados a emitir a facturação de acordo com o Regime Jurídi-

13
Alínea d) do nº 1 do art. 4 conjugado com o nº 2 do art. 29º ambos do Código do IVA.
14
Este processo está descrito em detalhe no art. 21 do Código do IVA.

15
O regime de reembolsos de IVA encontra-se previsto no art. 26 do Código do IVA e no Decreto
Presidencial nº 180/19 de 24 de Maio que aprovou o Regulamento do Código do Imposto sobre o
Valor Acrescentado.

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co das Facturas e Documentos Equivalentes, através de programas informáticos
de facturação certificados. Estão também obrigados a entregar, mensalmente,
por via electrónica de dados, a Declaração Periódica de IVA e respectivos ane-
xos16. Estes sujeitos passivos também ficam obrigados a entregar a declaração
de início, de alteração ou de cessação da sua actividade.17

4 Regime de Não Sujeição

O regime de não sujeição a IVA encontra-se caracterizado no capítulo X, rela-


tivo a Regimes Especiais, na secção I, do artigo 60º ao 65º da Lei nº 7/19, de 24
de Abril, que aprovou o Código do IVA em Angola.

Este regime é aplicável a sujeitos passivos de imposto que não tenham atingido,
nos 12 meses anteriores, um volume de negócios ou operações de importação
igual ou inferior ao equivalente em Kwanzas, a USD 250 mil.18

O legislador estabeleceu regras específicas sobre a estimativa de volume de ne-


gócios. Para os casos em que o sujeito passivo está em início de actividade, o
volume de negócios a tomar em consideração é estabelecido de acordo com
a previsão efectuada relativa ao ano civil corrente. Sendo que, caso o início de
actividade tenha lugar ao longo do ano civil, deverá o volume de negócios relati-
vo a esse período ser convertido num volume de negócios anual correspondente.
O cálculo do volume de negócios deverá ter ainda em consideração, se aplicável,
o volume de negócios de entidades relacionadas.

De referir, ainda, que o volume anual de negócios deverá ser calculado com a
taxa de câmbio média anual de venda do Banco Nacional de Angola.

Este regime é aplicável a sujeitos passivos de imposto que


não tenham atingido, nos 12 meses anteriores, um volume
de negócios ou operações de importação igual ou inferior
ao equivalente em Kwanzas, a USD 250 mil.

Obrigações declarativas e de facturação

No que concerne a obrigações declarativas e de facturação, este regime prevê


a dispensa das obrigações previstas em sede de IVA, à excepção da entrega das

16
Alínea c) do nº 1 do art. 32º do Código do IVA

17 Alínea a) do nº1 do art. 32 do Código do IVA conjugado com os artigos 43º, 45 e 46º todos do
Código do IVA.

18
Montante previsto para as Microempresas, conforme a alínea a) do nº 2 do artigo 5º da Lei nº
30/11, de 13 de Setembro, Lei das Micro, Pequenas e Médias Empresas.

12 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


declarações de início e de cessação de actividade. No entanto, para os sujeitos
passivos enquadrados nos regimes de não sujeição, subsiste a obrigação de en-
trega mensal, por transmissão electrónica de dados, do mapa de fornecedores,
sempre que adquiram bens e serviços a sujeitos passivos do regime geral do
imposto.19

Ainda no âmbito das obrigações declarativas, estes sujeitos passivos são obriga-
dos a manter boa ordem e a exibir, sempre que lhes seja solicitado, os documen-
tos comprovativos do seu volume de negócios.

Em termos de facturação, as facturas e documentos equivalentes emitidas


por sujeitos passivos enquadrados no regime de não sujeição devem conter a
menção “IVA – Regime de Não Sujeição”.

Os sujeitos passivos não residentes sem estabelecimento estável, bem como os


sujeitos passivos enquadrados na Repartição Fiscal dos Grandes Contribuintes,
não podem usufruir deste regime.

Mudança de regime de IVA

No caso de sujeitos passivos enquadrados no regime de não sujeição que preten-


dam optar pelo regime geral de tributação, o primeiro passo será a submissão da
declaração de alteração de actividade. Esta declaração produzirá efeitos a partir
do mês seguinte ao da conclusão do período. 20

Após a adesão ao regime geral de tributação, o sujeito passivo deve nele


permanecer por um período de cinco anos. Na passagem para o regime geral
de tributação, o sujeito passivo pode deduzir o imposto contido nas existências
adquiridas nos 12 meses anteriores aquela passagem.21

À semelhança da possibilidade prevista para mudança de regime de não


sujeição para o regime geral, também se encontra prevista a possibilidade de
passagem do regime geral para o regime de sujeição. Neste caso, os sujeitos
passivos devem, em primeiro lugar, preencher as condições previstas no art. 60º
do Código do IVA e, em segundo lugar, submeter uma declaração de alteração
de actividade, a qual produz efeitos a partir de 1 de Janeiro do ano civil seguinte.

19
O legislador estabelece um benefício fiscal, para os sujeitos passivos enquadrados no regime de
não sujeição em que sempre que submeterem o mapa de fornecedores poderão usufruir de uma
dedução à colecta do imposto sobre o rendimento devido de que sejam titulares, até ao limite
de 10% do imposto suportado nas suas aquisições de bens e serviços, nos termos do art. 65º do
Código do IVA.
20 Deverá existir uma aprovação prévia por parte da Administração Geral Tributária, tal como
definido na parte final do nº 1 do art. 61º do Código do IVA. Caso existam indícios de vantagens
injustificadas para o sujeito passivo a Administração Geral Tributária pode, em qualquer altura,
enquadrar oficiosamente o mesmo no regime geral de tributação.
21 O legislador deixa de fora a possibilidade de dedução do imposto suportado nas aquisições
relativas a activo imobilizado bem como prestações de serviços.

13 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


Quando a opção recai sobre o regime de não sujeição em desfavor do regime
geral de tributação, os sujeitos passivos devem efectuar a regularização do
imposto deduzido respeitante a activos existentes na declaração referente ao
último período de tributação.22

5 Regime de IVA Transitório

O regime de IVA Transitório encontra-se caracterizado nos artigos 4º e 5º do


Preâmbulo da Lei nº 7/19, de 24 de Abril, que aprovou o Código do Imposto
sobre o Valor Acrescentado.

Este regime poderá ser aplicável a empresas, entre 1 de Outubro de 2019 a 31 de


Dezembro de 2020, desde que tenham atingido no exercício anterior, um volume
anual de negócios ou operações de importação superior ao equivalente em
Kwanzas do montante previsto para as Micro-empresas23. O volume de negócios
ou operações de importação no valor de USD 250 mil deve ser calculado tendo
em conta a taxa de câmbio média anual do Banco Nacional de Angola.

Na emissão de facturas por parte de sujeito passivo enquadrado no regime


transitório não há lugar a liquidação de IVA nos documentos e é necessário
apresentar a menção “Regime Transitório”.

Obrigações declarativas

Ao nível das obrigações declarativas, o sujeito passivo enquadrado neste regime


deve submeter o mapa de fornecedores contendo as operações efectuadas
no mês anterior, sempre que adquiram bens e serviços a sujeitos passivos do
regime geral do imposto, bem como a prestadores de serviços não residentes,
por transmissão electrónica de dados, até ao último dia do mês seguinte.

Obrigatoriamente, deverá manter em boa ordem e exibir, sempre que lhe


seja solicitado, os documentos comprovativos das suas aquisições e outros
documentos comprovativos do seu volume de negócios.

Neste regime, o apuramento do imposto é calculado mediante a aplicação


da metade da taxa do imposto sobre o valor acrescentado sobre o volume de
negócios respeitante aos três meses anteriores, com direito à dedução, até ao
limite de 4% do imposto suportado nas suas aquisições de bens e serviços que
constem do mapa de fornecedores.

De referir que para o apuramento do IVA, neste regime, considera-se volume

22
Ao contrário do que acontece no caso de passagem do regime de não sujeição para o regime
geral, o legislador solicita a regularização do IVA relativo aos activos existentes na última
declaração periódica do período.
23 Montante previsto para as Micro-empresas, conforme a alínea a) do nº 2 do artigo 5º da Lei nº
30/11, de 13 de Setembro, Lei das Micro, Pequenas e Médias Empresas.

14 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


de negócios o montante efectivamente recebido das vendas efectuadas e/ou
serviços prestados, com excepção das operações isentas ao abrigo do Código
do Imposto sobre o Valor Acrescentado.

Existe também o caso particular da aquisição de serviços a não residentes em


que o sujeito passivo enquadrado no regime transitório do IVA aplicará as regras
de liquidação e pagamento do regime geral de tributação quando adquiram
serviços a prestadores não residentes.

Por fim, não haverá lugar a reembolso do IVA se o montante da dedução for su-
perior ao imposto apurado, caso em que a dedução efectuada nos períodos de
impostos seguintes até ao fim do período transitório, considerando-se definitivo
o imposto suportado.

15 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


REGIME DE FACTURAÇÃO

As facturas ou documentos equivalentes devem ser emitidos nos termos do


disposto no Regime Jurídico das Facturas e Documentos Equivalentes.24

O Regime Jurídico das Facturas e dos Documentos Equivalentes25 estabelece


as regras aplicáveis à emissão, conservação e arquivamento das facturas e
documentos equivalentes, aplicável aos contribuintes com residência fiscal em
Angola. Convém salientar, no entanto, que determinados documentos não são
considerados facturas, nem documentos equivalentes, como é o caso da factura
pró-forma, a nota de preço, a nota de encomenda, a nota de remessa e outros.26

No âmbito deste regime, o fornecimento de energia eléctrica, o gás, o calor, o


frio, a água e similares são equiparados aos bens.

É facultativa a emissão de facturas sempre que, cumulativamente, a aquisição de


bens ou serviços não esteja relacionada, de nenhuma maneira, com a actividade
comercial, industrial ou prestação de serviços ou com o exercício de profissão
liberal se o adquirente for uma pessoa singular. No entanto, a emissão de factura
é obrigatória sempre que o adquirente a solicite.

Dispensa de emissão de factura

São várias as situações que se enquadram na dispensa de factura, por essa


razão, o legislador chega mesmo a estabelecer os casos em que a emissão de
factura se encontra dispensada:27

_ Transmissão de bens efectuados por vendedores ambulantes e feirantes


devidamente autorizados ou licenciados por entidade competente;

_ Transmissão de bens através de aparelhos de distribuição automática ou de


recurso aos sistemas electrónicos;

_ Prestações de serviços em que seja habitual a emissão de bilhete de ingresso


ou de transporte, senha, portagens ou outro documento impresso, emitido ao
portador, comprovativo do pagamento.

Nestes últimos dois casos, o talão de venda ou de serviços prestados deverá ser
datado, numerado sequencialmente e conter outros elementos.28

24
Alínea b) do nº 1 do art. 32º conjugado com o art. 34º ambos do Código do IVA.
25 O Regime Jurídico das Facturas e Documentos foi aprovado pelo Decreto Presidencial nº 292/18,
de 3 de Dezembro que revogou o Decreto Presidencial nº 149/13, de 1 de outubro.
26 Nº 4 do art. 3º do Regime Jurídico das Facturas e Documentos Equivalentes aprovado pelo
Decreto Presidencial nº 292/18, de 3 de Dezembro.

27 Nº 1 do art. 6 do Regime Regime Jurídico das Facturas e Documentos Equivalentes aprovado pelo
Decreto Presidencial nº 292/18, de 3 de Dezembro.

28
Nº 2 do art. 6 do Regime Regime Jurídico das Facturas e Documentos Equivalentes aprovado.

16 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


Determinados documentos não são considerados
facturas, nem documentos equivalentes. Entre os quais,
factura pró-forma, a nota de preço, a nota de encomenda,
a nota de remessa e outros.

Processamento de facturas

No que concerne ao processamento de facturas, os agentes económicos com


um volume de negócios igual ou superior ao montante equivalente em AKZ a
USD 250 mil devem emitir facturas ou documentos equivalentes através de
programas informáticos certificados nos termos da Lei.

A factura ou documento equivalente deve ser emitida até ao quinto dia útil se-
guinte ao da operação que lhe deu causa, nomeadamente a transmissão de bens
ou prestação de serviços. Sendo que, no caso em que a transmissão de bens ou
prestação de serviços se prolongue no tempo, pode o contribuinte emitir uma
factura global com periodicidade máxima mensal.

Este regime prevê que a anulação ou rectificação deve ser efectuada por emis-
são de notas de crédito. A nota de crédito deve conter a expressão “anulação
ou rectificação”, a identificação do documento rectificado ou anulado, bem
como, prova de que o adquirente dos bens ou serviços tomou conhecimento
dessa anulação ou rectificação.29

Auto-facturação

A auto-facturação, processo em que o adquirente dos bens ou serviços emite


a factura em nome do fornecedor, pode ser apenas utilizada por entidades do
sector da hotelaria, restauração e similares com contabilidade organizada.

O legislador limitou a utilização de auto-facturação a 10% do Custo das Merca-


dorias Vendidas e das Matérias Consumidas (CMVMC) e desde que relativas a
aquisições de produtos dos sectores da agricultura, silvicultura, apicultura, avi-
cultura, pescas e pecuária.

O Regime Jurídico de Facturas e Documentos Equivalentes estabelece os ele-


mentos que, obrigatoriamente, as facturas e documentos equivalentes, com ex-
cepção dos talões de venda ou serviços prestados, devem conter, designada-
mente:

29
O legislador entendeu permitir a rectificação ou anulação de documentos apenas através
de documentos rectificativos como a nota de crédito. No entanto, existem situações
práticas, por exemplo erros de cabeçalho, em que a anulação do documento é o único
processo possível. Os programas informáticos de facturação certificados conseguem com-
provar o motivo, quem e quando foi efectuada a anulação. Espera-se alteração da letra de
lei neste ponto em particular.

17 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


a. Nome, firma ou denominação social, número de identificação fiscal, sede ou
domicílio do fornecedor dos bens;

b. Nome, firma ou denominação social, número de identificação fiscal, sede


ou domicílio do adquirente dos bens, quando este seja uma pessoa singular ou
colectiva no exercício da sua actividade profissional, comercial, industrial e civil
com ou sem forma comercial;

c. Numeração sequencial e cronológica por tipo de documento e anos


económicos, podendo ser utilizadas em uma ou mais séries devidamente
identificadas;

d. Discriminação dos bens ou serviços prestados, com indicação das quantida-


des ou unidades de referência;

e. Preço unitário e total em moeda nacional, salvo facturas que resultem de


processo de importação ou de exportação, que estão sujeitas às regras do
comércio internacional;

f. Taxas de imposto aplicáveis e o montante de imposto, quando devido;

g. Motivo justificativo da não liquidação do imposto quando devido, com


indicação da norma legal que o fundamente;

h. Data e o local em que os bens foram colocados à disposição dos adquirentes,


em que os serviços foram prestados, bem como, se aplicável, a data em que
foram efectuados pagamentos antecipados;

i. Redacção em língua portuguesa;

j. Data de emissão;

k. Identificação do sistema informático utilizado para a emissão de factura ou


documento equivalente, bem como sempre que aplicável, o respectivo número
de certificação. Este elemento está directamente ligado ao ponto seguinte so-
bre certificação de software.

O Regime Jurídico das Facturas e Documentos Equivalentes prevê, adicional-


mente, as regras que devem obedecer no caso de emissão tipográfica de factu-
ras ou documentos equivalentes.30

30
O art. 12º do Regime Jurídico das Facturas e Documentos Equivalentes deve ser lido no contexto
do Decreto Executivo nº 73/19, de 6 de Março que aprovou as regras para Impressão Tipográfica
de Facturas e Documentos Equivalentes.

18 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


Submissão Electrónica dos Elementos Contabilísticos dos
Contribuintes

1.1.1 Certificação de software informático de facturação

A constante evolução dos sistemas fiscais e económicos, assim como a evolução


tecnológica, provocam transformações na forma como comunicamos com a Ad-
ministração Pública, mais particularmente com a Administração Geral Tributária.

A instabilidade da legislação e das técnicas que baseiam a actividade económica


fazem com que os conhecimentos herdados da história não sejam suficientes
para fazer face às novas exigências da Administração Geral Tributária. Os
agentes económicos, os técnicos de contas, auditores e gestores devem ser
conhecedores dos novos instrumentos de comunicação, independentemente
da área onde operam e do grau de cepticismo informático.

No caso de Angola, a legislação fiscal vigente introduz procedimentos e pro-


cessos tributários passíveis de utilização com recurso a meios tecnológicos e
informáticos, necessários à modernização e eficiência do sistema tributário.
Neste contexto, foi aprovado e publicado o diploma que estabelece o Regime
de Submissão Electrónica dos Elementos Contabilísticos31, incluindo facturação,
contabilização e inventariação, dos Contribuintes, bem como dos requisitos de
validade dos Sistemas de Processamento Electrónico de Dados32.

Ao mesmo tempo, foi aprovada a estrutura e o Formato Normalizado de Inspec-


ção Tributária, o ficheiro SAF-T (AO).

Ficheiro SAF-T (AO)

O ficheiro SAF-T (Standard Audit File for Tax Purposes) é um ficheiro de audito-
ria para efeitos fiscais, formatado em linguagem XML, regulado por normas in-
ternacionais definidas pela OECD (Organização para a Cooperação e Desenvol-
vimento Económico) e adoptado em vários países europeus como um meio de
apresentar informação contabilística e fiscal.

Tal como referido no preâmbulo do Decreto Executivo nº 74/19 de 6 de Março, a


falta de padronização funcional dos sistemas de processamento electrónico de
facturação dos contribuintes introduz novos riscos em termos de auditoria tribu-
tária, potenciando situações de fraude e evasão fiscal.

31
O Decreto Presidencial nº 312/18, de 21 de Dezembro publicou o Regime de Submissão
Electrónica dos Elementos Contabilísticos dos Contribuintes.
32
O Decreto Executivo nº 74/19 de 6 de Março publicou as regras e requisitos de Validação de
Sistemas de Processamento Electrónico de Facturação dos Contribuintes.

19 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


Por este motivo, é necessária a definição de regras e requisitos que garantam
a inviolabilidade da informação registada, pelo que a certificação de software
engloba um conjunto largo de requisitos no que concerne aos seguintes temas:

_ A criação de documentos emitidos pelos programas de facturação;

_Processo de Identificação (assinatura) dos documentos e consequente


gravação na base de dados;

_ Outros requisitos a observar pela aplicação.

De destacar que um dos principais requisitos, para além da assinatura, é que o


programa de software de facturação seja capaz de emitir o ficheiro SAF-T (AO)
de acordo com as regras estabelecidas no Decreto Presidencial nº 312/18, de
21 de Dezembro.

1.1.2 Comunicação de documentos à Administração Geral Tributária

No âmbito dos impostos, os sujeitos passivos têm um leque alargado de obri-


gações declarativas, contabilísticas e de pagamento.

Em Angola, com a entrada em vigor da certificação de software e do Imposto


sobre o Valor Acrescentado (IVA), as obrigações declarativas passaram a incluir
a comunicação obrigatória dos documentos emitidos até ao último dia do mês
seguinte.33

A obrigação de comunicação de documentos aplica-se aos contribuintes que


no âmbito da sua actividade comercial, industrial ou de prestação de serviços
possuam um volume anual de negócios, ou operações de importação de mer-
cadorias, com valores superiores a AKZ: 50.000.000,00 (cinquenta milhões de
Kwanzas), apurado com base na declaração de rendimentos relativa ao exercício
fiscal do ano anterior, com efeitos a partir do ano seguinte ao do apuramento.

Deste modo, o legislador fez depender a obrigatoriedade de comunicação de do-


cumentos apenas do volume de negócios e não do regime de enquadramento
em sede de IVA em que cada agente económico possa ser enquadrado.

A comunicação de documentos deve ser efectuada através da submissão à AGT


de um ficheiro do tipo “Facturação” e “Aquisição de Serviços”, respeitante às
operações realizadas no mês anterior. A submissão do ficheiro deve ser efectua-
da através do carregamento no portal da AGT.34

33
Nº 1 do art. 3º do Decreto Presidencial nº 312/18, de 21 de Dezembro.

34 No art. 5º do Decreto Presidencial nº 312/18, de 21 de Dezembro, o legislador prevê outras formas


de comunicação dos documentos, mas para efeitos de simplificação apenas é referida
a comunicação por via do ficheiro SAF-T (AO).

20 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


De referir ainda que a obrigação de comunicação de documentos iniciou-se, re-
gra geral, a 1 de Outubro de 2019. No entanto, o legislador fez publicar o Decreto
Presidencial nº 231/19, de 22 de Julho onde se dispunha que a comunicação
obrigatória de documentos se aplicará, por regra geral, aos contribuintes no re-
gime geral de tributação e do regime transitório do IVA, a partir de 1 de Janeiro
de 2020. Contudo, os contribuintes enquadrados no regime geral de tributação
do IVA são obrigados a enviar até ao final do mês de Janeiro de 2020 os ficheiros
relativos aos meses de Outubro, Novembro e Dezembro de 2019.

A submissão do ficheiro deve ser efectuada através do


carregamento no portal da Administração Geral Tributária.

21 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO

O método escolhido para este trabalho foi a investigação-acção. São várias


as definições existentes para o conceito de investigação-acção, no entanto,
considera-se que McKerman (1998, cit. por Máximo-Esteves, 2008) define este
conceito de uma forma clara e que sintetiza as definições de outros autores
(Rapoport, 1970; Halsey, 1972; Elliott, 1991; Bogdan & Biklen, 1994; Altrichter,
1996; Kemmis & McTaggart, 1998):

“Investigação-ação um processo reflexivo que caracteriza uma investigação


numa determinada área problemática cuja prática se deseja aperfeiçoar ou au-
mentar a sua compreensão pessoal” (Máximo-Esteves, 2008, p.20, cit. por Silva,
Rodrigues, Botelho, [s.d]).

Afonso (2005) apresenta cinco características da investigação-acção identifi-


cadas em League of Schools Reaching Out (1991, p.75, cit. por Silva et al., [s.d]):
“Em primeiro lugar, é uma investigação realizada por pessoas directamente
envolvidas na situação social que é objecto da pesquisa. Em segundo lugar, o
ponto de partida da pesquisa é constituído por questões práticas do trabalho
quotidiano (...). Em terceiro lugar, a opção por esta abordagem implica o respeito
e a adequação aos valores e às condições de trabalho na organização (...). Em
quarto lugar, existe um grande eclectismo metodológico no que respeita às
técnicas de recolha e tratamento dos dados, pois o que é relevante é que sejam
compatíveis com os recursos disponíveis, e que não perturbem as práticas
da organização. Finalmente, a investigação-acção implica perseverança num
esforço contínuo para ligar, relacionar e confrontar acção e reflexão. A reflexão
abre novas opções para a acção, e a acção permite reexaminar a reflexão que a
orientou.”

É possível afirmar que a maioria destes aspectos coincide, de facto, com o


contexto em que se realizou a investigação. Assim, o campo de análise teve
lugar em contexto formativo, junto de quatro turmas, uma por cada trimestre de
2019, abrangendo mais de cem formandos de diferentes organizações, estando
efectivamente representadas todas as áreas de actividade económica.

22 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


No que concerne à segunda característica, tendo em conta a questão de
partida: Obrigações em sede de IVA: caso de Angola, o método é perfeitamente
adequado. Embora não se trate de um grande tema da área fiscal, pode
auxiliar no processo de apoio ao cumprimento declarativo fiscal, tendo um fim
maioritariamente prático.

De referir que o eclectismo metodológico está também presente no projecto, já


que, para melhor aceder às informações necessárias foi fundamental recorrer a
diferentes estratégias de recolha e análise de dados.

A última característica é a que se encontra parcialmente presente. De facto, a


reflexão é um dos aspectos centrais deste trabalho. Contudo, ainda que tenha
sido a partir da acção que se pôde reflectir sobre esta e sobre a validade ou não
da questão de investigação, relativamente ao contexto, dada a curta duração
da intervenção, não foi possível construir nova acção a partir daquela reflexão.

Assim, em geral, o método que melhor se adequou ao projecto foi a investigação-


acção, seguindo-se muitas das suas características, ainda que sem possibilidade
de realizar um processo cíclico. A dualidade prática e reflexiva não deixou, no
entanto, de estar presente permitindo este método aprofundar um tema actual
da fiscalidade angolana.

Participantes

O presente estudo foi realizado com quatro turmas no âmbito de uma Master-
Class sobre o IVA organizada pela PRIMAVERA Academy (AO), durante o ano
de 2019, tendo existido quatro edições diferentes. Cada turma era constituída
por cerca de 25 formandos, tendo sido, no global, ultrapassados mais de 100
formandos presentes. Ao nível etário, todos os formandos eram adultos, com
diferentes backgrounds académicos, sendo, no entanto, na sua maioria,
detentores de licenciatura.

Procedimentos

Como técnicas de recolha de dados foram utilizadas a observação, entrevista


e utilização de testes de avaliação. Uma das principais técnicas de recolha de
dados escolhida para esta investigação foi a observação directa, mais especifi-
camente, a observação participante. A entrevista foi também uma das técnicas
utilizadas para recolha de dados, sendo conduzida, essencialmente, por entre-
vista ao grupo.

23 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


Discussão da intervenção

Para desenvolver este projecto foi necessário estruturar e planificar a interven-


ção. Desta forma, o desenvolvimento do projecto foi faseado por 3 etapas:

I Apresentação dos temas

Esta fase foi desenvolvida em grupo com a apresentação dos temas: Introdu-
-ção ao IVA, Gestão com IVA, Contabilidade com IVA, Obrigações e Tecnologia.
Durante estas apresentações os formandos puderam intervir e discutir os pon-
tos que, no seu ponto de vista, eram os mais relevantes. No final de cada tema os
formandos estavam sujeitos a um teste de avaliação que permitiu aferir a aquisi-
ção dos conceitos e a colocação em prática dos mesmos.

II Construção da proposta de matriz

Nesta fase os formandos eram desafiados a construir uma matriz que, de certa
forma, pudesse resumir as obrigações em sede de IVA dos contribuintes em An-
gola. A construção desta proposta era efectuada em grupo e com discussão
sobre as componentes e conteúdo da matriz. Esta forma de construção da
proposta de matriz ocorreu em cada uma das quatro edições da MasterClass do
IVA em Angola.

III Discussão dos resultados

Efectuada a construção da proposta matriz, os formandos puderam concluir


sobre a validade das componentes, do conteúdo e utilidade da matriz.

24 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


Resultados

No processo de investigação e construção da matriz definiu-se que esta teria


uma estrutura vertical de sete colunas que identificavam o tipo de entidade, o
regime de IVA, o regime de facturação, a comunicação (vendas e compras), a
declaração periódica de IVA e o Mapa de fornecedores. Na estrutura horizontal
a matriz teria quatro linhas que corresponderiam a cada um dos tipos de entida-
des, ou seja, grandes contribuintes, empresas com volume de negócios superior
ou igual a 250.000 USD, empresas com volume de negócios inferior a 250.000
USD e empresas com um volume de negócios inferior a 50.000.000 AKZ.

A forma de obter os resultados encontrada foi através de questões colocadas


aos formandos e discutidas pelo grupo, p.ex., qual o regime de IVA aplicável à
empresa? A empresa está obrigada a utilizar software certificado de facturação?
Os resultados obtidos foram vertidos para a Matriz do IVA em Angola e podem
ser descritos da seguinte forma:

Grandes de Contribuintes

Ao nível do enquadramento em sede de IVA, este tipo de contribuintes foi


oficiosamente enquadrado no regime de IVA geral, não sendo concedido
qualquer período ou regime transitório. Estes contribuintes estão obrigados
a emitir os seus documentos de facturação por programas certificados de
facturação junto da AGT.

A comunicação de documentos, quer sejam relativos a vendas quer a aquisições


de bens ou serviços (compras), deve ser obrigatoriamente efectuada por via
electrónica para a AGT.

É obrigatória a entrega mensal da declaração periódica do IVA (Modelo 7), cons-


tituída pela folha de rosto, anexos de fornecedores e anexos de regularizações
(clientes e fornecedores) nos casos em que seja aplicável. Este tipo de contri-
buintes não está obrigado à entrega do Mapa de Fornecedores.

Empresas com Volume de Negócios superior a 250.000 USD

Ao contrário do que acontece com os grandes contribuintes, as empresas com


um volume de negócios superior ou igual a 250.000 USD poderão optar entre o
regime geral, até final de 2020, ou pelo regime transitório de IVA. De referir que,
após 2020, os contribuintes cujo volume de negócios seja superior a 250.000
USD ficarão obrigatoriamente enquadrados no regime de IVA geral.

25 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


Estes contribuintes estão obrigados a emitir os seus documentos de facturação
por programas certificados de facturação junto da AGT. A comunicação de do-
cumentos, quer sejam relativos a vendas, quer a aquisições de bens ou serviços
(compras), deve ser obrigatoriamente efectuada por via electrónica para a AGT.

Caso tenham optado pelo regime geral do IVA, as empresas ficam obrigadas
à entrega mensal da declaração periódica do IVA (Modelo 7), constituída pela
folha de rosto, anexos de fornecedores e anexos de regularizações (clientes e
fornecedores) nos casos em que seja aplicável.

Se a opção recair pelo regime transitório do IVA as empresas ficam obrigadas à


entrega trimestral de um modelo simplificado e consequente entrega do Mapa
de Fornecedores.

Empresas com Volume de Negócios inferior a 250.000 USD

Neste cenário as empresas poderão optar pelo enquadramento no regime geral


ou pelo regime de não sujeição do IVA. Estes contribuintes estão obrigados
a emitir os seus documentos de facturação por programas certificados de
facturação junto da AGT. No entanto, caso se trate de uma micro-entidade
certificada pelo INAPEM fica dispensada do uso obrigatório de programas de
facturação certificados.

A comunicação de documentos, quer sejam relativos a vendas, quer a aquisi-


ções de bens ou serviços (compras), deve ser obrigatoriamente efectuada por
via electrónica para a AGT. Em caso de opção pelo regime geral do IVA, as em-
presas ficam obrigadas à entrega mensal da declaração periódica do IVA (mode-
lo 7), constituída pela folha de rosto, anexos de fornecedores e anexos de regu-
larizações (clientes e fornecedores) nos casos em que seja aplicável. Se a opção
recair pelo regime de não sujeição, não existe a obrigatoriedade de entrega de
declaração periódica do IVA. No entanto, existe um benefício fiscal atribuído às
empresas que, enquadradas no regime de não sujeição, efectuem a entrega do
Mapa de Fornecedores.

É atribuído um benefício fiscal às empresas que, enqua-


dradas no regime de não sujeição, efectuem a entrega do
Mapa de Fornecedores.

Empresas com Volume de Negócios inferior a 50.000.000 AKZ

Neste cenário as empresas poderão optar pelo enquadramento no regime ge-


ral, sendo o cenário mais comum, assim se espera, o regime de não sujeição do
IVA.

Estes contribuintes não estão obrigados a emitir os seus documentos de factu-


ração por programas certificados de facturação junto da AGT. A comunicação

26 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


de documentos relativos a vendas ou aquisições de bens ou serviços (compras)
não é obrigatória.

Caso tenham optado pelo regime geral do IVA, as empresas ficam obrigadas
à entrega mensal da declaração periódica do IVA (modelo 7), constituída pela
folha de rosto, anexos de fornecedores e anexos de regularizações (clientes e
fornecedores) nos casos em que seja aplicável. Se estas empresas tiverem en-
quadramento no regime de não sujeição, não existe a obrigatoriedade de en-
trega de declaração periódica do IVA. No entanto, existe um benefício fiscal
atribuído às empresas que, enquadradas no regime de não sujeição, efectuem a
entrega do Mapa de Fornecedores.

A MATRIZ do IVA em Angola

O resultado da investigação/acção que decorreu ao longo dos vários meses de


2019 permitiram chegar a uma estrutura matriz do IVA em Angola, que se repre-
senta da seguinte forma:

MATRIZ DO IVA EM ANGOLA

Comunicação
Tipo Entidade Regime IVA Facturação Declaração Mapa
(Informática) Periódica Fornecedores
Vendas Compras

Grandes Geral Modelo 7


Contribuintes
* *

Geral
(Opcional até 2020) Modelo 7
Empresas
VN > 250.000 USD
Transitório Modelo
* * Simplificado

Geral Modelo 7
Empresas
VN < 250.000 USD
Não sujeição Opcional
** (Benefício Fiscal)

Geral
(Opcional) Modelo 7
Empresas
VN < 50.000.000 AKZ Opcional
Opcional
Não sujeição (Benefício Fiscal)

Figura 1: Matriz do IVA em Angola


Esta matriz foi desenvolvida no âmbito da MasterClass sobre o IVA, promovida pela PRIMAVERA
Academy, não devendo ser vinculativa para qualquer tomada de decisão.

*
A comunicação dos ficheiros SAF-T (AO) relativamente a Outubro, Novembro e Dezembro de 2019,
tem de ser efectuada até ao final de Janeiro de 2020.
**
As Micro-entidades certificadas pelo INAPEM ficam dispensadas do uso obrigatório de programas
de facturação certificados.

35
Figura 1: Matriz do IVA em Angola

27 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


CONCLUSÃO

O IVA é o imposto mais tecnológico do mundo, sendo, ao mesmo tempo, depen-


dente de formalidades ao nível da emissão e comunicação de documentos e ao
nível da entrega de declarações.

Face à matriz apresentada podemos concluir que o enquadramento no regime


geral do IVA acarreta, per si, um maior número de obrigações declarativas. Aliás,
muito semelhante às empresas enquadradas no regime de IVA transitório com a
diferença de, neste caso, a declaração periódica do IVA a entregar ser simplifi-
cada, ter periodicidade trimestral e acrescer a necessidade de entrega do mapa
de fornecedores.

As empresas enquadradas no regime de não sujeição vêem as suas obrigações


em sede de IVA mais reduzidas, sendo, talvez, de destacar a não obrigatoriedade
de entrega de uma declaração periódica do IVA e havendo até um benefício fis-
cal a utilizar pelas empresas enquadradas neste regime caso entreguem o mapa
de fornecedores.

As empresas com um volume de negócios inferior a 50.000.000 AKZ têm as suas


obrigações muito mais simplificadas, destacando-se a dispensa de utilização de
software de facturação certificado pelo facto de não ser obrigatória a comunica-
ção de documentos de venda e de compra por via electrónica.

No âmbito do planeamento fiscal, as empresas estão obrigadas a considerar


também o enquadramento das obrigações declarativas fiscais em sede de IVA.
Sabe-se, de antemão, que estas obrigações têm na sua génese objectivos para
a Estado angolano de diminuição da informalidade na economia, clarificação da
técnica fiscal e aumento de receita. Mas também se pode afirmar que estas obri-
gações declarativas, fruto do impacto na vida das empresas, pode levar a um
aumento da eficiência na gestão interna da empresa.

28 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS

Máximo-Esteves, L. (2008). Visão Panorâmica da Investigação-Ação. Porto:


Porto Editora

Silva, F., Rodrigues, M. do R., & Botelho, F. (sem data). A Investigação-ação no


projecto de investigação do mestrado em Educação Pré-escolar e Ensino do 1.o
Ciclo do Ensino Básico. Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico
de Setúbal. https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/9039/1/A%20
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Tavares, F. O., & Chitandalua, I. C. (2016). Imposto de Consumo Angolano vs IVA:


Uma abordagem comparativa [Universidade Portucalense]. http://repositorio.
uportu.pt:8080/handle/11328/1697

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(2019).

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Série No 104 Diário da República 5064 a 5066 (2019).

Regime Especial Aduaneiro, Portuário e de Transmissão de Bens para a Província


de Cabinda, Lei no 22/19, 20 Setembro, Assembleia Nacional Angolana, I Série
No 122 Diário da República 6123 a 6126 (2019).

Regulamento do Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado (RCIVA),


Decreto Presidencial no 180/19, 24 Maio, Presidente da República, I Série No 72
Diário da República 3491 a 4502 (2019).

29 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


Alteração ao Código do Imposto Industrial, Lei no 4/19, 18 Abril, Assembleia
Nacional Angolana, I Série No 53 Diário da República 2875 a 2877 (2019).

Código do Imposto Especial de Consumo (CIEC), Lei no 8/19, 24 abril, Assembleia


Nacional Angolana, I Série No 55 Diário da República 2947 a 2954 (2019).

Alteração ao Código do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho, Lei no 9/19,


24 abril, Assembleia Nacional Angolana, I Série No 55 Diário da República 2953
a 2970 (2019).

Regime Jurídico das Facturas e Documentos Equivalentes (RJFDE), Decreto


Presidencial no 292/18, 3 Dezembro, Presidente da República, I Série No 182
Diário da República 5419 a 5424 (2018).

Regime Jurídico de Submissão Electrónica dos Elementos Contabilísticos dos


Contribuintes, Decreto Presidencial no 312/18, 21 Dezembro, Presidente da
República, I Série No 189 Diário da República 5547 a 5574 (2018).

Alteração ao Regime Jurídico de Submissão Electrónica dos Elementos


Contabilísticos dos Contribuintes, Decreto Presidencial no 231/19, 22 Julho,
Presidente da República, I Série No 96 Diário da República 4795 a 4796 (2019).

Regras e Requisitos de Validação de Sistemas de Processamento Electrónico


de Facturação dos Contribuintes, Decreto Executivo no 74/19, 6 Março,
Ministério das Finanças, I Série No 30 Diário da República 1575 a 1586 (2019).

Regras para Impressão Tipográfica de Facturas e Documentos Equivalentes,


Decreto Executivo no 73/19, 6 Março, Ministério das Finanças, I Série No 30
Diário da República 1573 a 1575 (2019).

30 Obrigações em sede de IVA: o caso de Angola


Sobre a PRIMAVERA BSS

A PRIMAVERA – Business Software Solutions, S.A. é uma multinacional portu-


guesa especializada no desenvolvimento de software de gestão empresarial e
plataformas para integração de processos, que opera em África desde 1997,
através de uma rede de parceiros locais. Em 2006 reforçou a sua presença em
Angola com a abertura de uma subsidiária em Luanda. Actualmente as soluções
da PRIMAVERA são utilizadas por milhares de empresas angolanas de referên-
cia como: Cuca, De Beers, Escom, Ghassist, Oxbow, Somoil, Sonangol, entre
muitas outras.

A PRIMAVERA BSS está presente em Portugal, Espanha, Angola, Moçambique,


Cabo Verde e São Tomé e Príncipe e posiciona-se como um parceiro e fornece-
dor de soluções tecnológicas que visam ajudar os actuais 40 mil clientes espa-
lhados por mais de 20 países a gerirem os seus negócios.

Mais informações: https://ao.primaverabss.com/pt/

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