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ANÁLISE ECONÔMICA NA ESPECIFICAÇÃO DO MOTOR DE INDUÇÃO

TRIFÁSICO
Ueslei Barbosa Fernandes, Victor de Paula e Silva, Décio Bispo, Antônio Carlos Delaiba, Sérgio Ferreira
de Paula Silva.
Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Engenharia Elétrica, Uberlândia – MG,
ueslei_@hotmail.com, vpaulasilva@gmail.com, deciobispo@yahoo.com.br, delaiba@ufu.br, sergio@feelt.ufu.br

Resumo – O presente estudo propõe representar o Como os motores de indução trifásicos são responsáveis
funcionamento do motor de indução trifásico (MIT) por grande parcela do consumo desta energia é interessante
através de curvas características que mostram o iniciar um estudo de eficiência energética estudando
desempenho de variáveis elétricas (corrente, fator de justamente esses motores. Para tal, em primeira instância,
potencia) e variáveis mecânicas (escorregamento, deve-se analisar o dimensionamento dos motores de indução
rendimento). Através das curvas características trifásicos, pois se os mesmos estiverem mal dimensionados
levantadas são conduzidas avaliações concernentes às ocorrerá desperdício de energia, fato este que pode ser
técnicas de eficiência energética aplicadas a sistemas evitado. Para analisar o dimensionamento dos motores, serão
motrizes, considerando também as análises econômicas utilizadas suas curvas características, que retratam o
indispensáveis no correto dimensionamento destes comportamento dos mesmos, sendo estas levantadas ou
motores. obtidas diretamente do fabricante [2].

Palavras-Chave – Análise Econômica, Curvas II. DIMENSIONAMENTO E DIAGNÓSTICO


Características do MIT, Dimensionamento de Motores, ENERGÉTICO
Eficiência Energética, Motor de Indução Trifásico (MIT).
Com o objetivo de obter a eficiência energética de uma
ECONOMIC ANALYSIS IN THE planta ou processo em que esteja presente o motor de
indução trifásico, ou seja, produzir mais com o menor gasto
SPECIFICATION OF THE de energia elétrica possível, o dimensionamento correto do
TRIPHASE INDUCTION MOTOR motor é um fator determinante na busca por uma boa
eficiência. Sendo assim, pode-se realizar o diagnóstico
Abstract - The present study proposes to represent the energético do motor verificando se existe economia de
operation of the triphase induction motor (MIT) through energia com a substituição do mesmo [3].
characteristics curves that show the performance from
electricals variables (Current, Power Factor) and A. Dimensionamento
mechanicals variables (Slip, Efficiency). Through those As quatro principais causas do uso ineficiente de um
obtained characteristics curves evaluations are conducted motor elétrico são: superdimensionamento, reparo
concerning the energy efficiency techniques applied in inadequado do motor, utilização de motores de baixo
motive systems also considering indispensable economic rendimento e acoplamento motor-carga de baixa eficiência.
analysis on correct specification of these motors. Em relação aos custos relacionados aos motores elétricos,
deve-se ressaltar o custo de aquisição, referente ao preço de
Keywords - Characteristics curves of MIT, specification compra do motor no mercado, e o custo operacional, relativo
of motors, Energetic efficiency, triphase induction motor ao custo da energia elétrica necessária para o funcionamento
(MIT), Standard motor. do motor [4].

I. INTRODUÇÃO 1) Superdimensionamento – É dito que um motor está


superdimensionado quando sua potência nominal é
No Brasil, o setor industrial é responsável por 44% do significativamente superior à potência solicitada pela carga
consumo da energia elétrica produzida no país, dentro dos mecânica. As conseqüências dessa situação são, entre outras,
quais os motores elétricos são responsáveis por a redução do fator de potência, do rendimento do motor e
aproximadamente 55% do consumo, o que corresponde a uma maior corrente de partida. Em geral, para cargas entre
cerca de 30% da energia total gerada. Estudos mostram que 75% e 100% da nominal, o motor pode ser considerado bem
economizar custa menos que gerar a mesma quantidade de dimensionado, entre 50% e 75%, deve ser realizado o
energia, portanto qualquer iniciativa de otimizar o seu diagnóstico energético e abaixo de 50%, considera-se a troca
consumo é de grande importância [1]. imediata do motor por outro, de menor potência, compatível
com a carga.

2) Reparo inadequado do motor – O reparo do motor


geralmente apresenta menor custo inicial em relação ao custo
da aquisição de um novo motor. Contudo, é necessário ter
cautela ao se optar pelo reparo, pois, os métodos utilizados
neste serviço podem, muitas vezes, afetar seu rendimento
devido às alterações nas suas propriedades magnéticas e/ou
mecânicas.

3) Motores de baixo rendimento - Optar por motores de


alto rendimento (AR), nem sempre é a melhor escolha a ser
feita. A economia no consumo de energia e o tempo de
retorno do investimento são funções dos rendimentos dos
motores, do tempo de operação, da potência solicitada pela
carga, da tarifa de energia elétrica e dos seus preços iniciais.

4) Acoplamento motor-carga – O acoplamento é


responsável pela transmissão da potência do motor para a
carga e pode ser feito de vários tipos. Dependendo da forma
adotada, seu rendimento pode variar de 50% a 99%. Os
principais tipos de acoplamento são direto, polias e correias e Fig. 1. Determinando o carregamento do motor.
caixas de engrenagens.
Dependendo do carregamento do motor, deve-se
B. Diagnóstico Energético prosseguir com a análise de eficiência energética. Portanto, a
Para realizar o diagnóstico energético, assim como, a partir do Ponto II, eleva-se uma reta vertical interceptando as
verificação do dimensionamento de um determinado motor, é curvas de fator de potência e de rendimento.
necessário colher algumas informações em campo. Essa fase
é fundamental, pois, são os dados colhidos que irão garantir a
veracidade do resultado do estudo. O levantamento dos
dados deve ser feito o mais detalhado possível, através dos
dados de placa e medições no motor [3].

1) Horas de funcionamento - A viabilidade de uma


medida de eficiência energética em motores é diretamente
influenciada pelo seu regime de funcionamento, fazendo-se
necessário o conhecimento do tempo de operação de cada
motor. Este trabalho é muito difícil, pois, não há medidores
de tempo para as máquinas. Assim, recomenda-se adquirir
esses dados através de informações com o pessoal de
operação e manutenção, pelo monitoramento dos motores ou
da produção.
Fig. 2. Determinando o fator de potência e o rendimento.
2) Dados de placa - A norma NBR 7094/1996 define que
todo motor de indução deve conter informações relativas às O cálculo da energia consumida por esse motor é dado
suas características de operação e de fabricação. pela seguinte fórmula.
( Pot motor × Carreg × h × 0 ,736 )
3) Dados construtivos - Esses dados dizem respeito à Energia = (1)
η
situação em que o motor se encontra instalado na planta
Onde:
industrial como tipo e local da fixação.

4) Dados de carga acionada – As grandezas que devem Potmotor - potência do motor em CV;
ser obtidas são: corrente de cada fase, tensão entre fases Carreg -carregamento atual do motor em porcentagem;
(linha), potência ativa de entrada, fator de potência, h - número de horas de funcionamento;
velocidade de rotação e dados de processo. Essas medidas η - rendimento do motor para o carregamento
podem ser realizadas através de equipamentos elétricos em questão dado em porcentagem;
próprios. É importante lembrar que todas as medições citadas Energia - dada em kWh.
acima devem ser feitas quando a máquina estiver operando
com máximo carregamento. A escolha de um motor mais adequado pode ser feita
através do cálculo da potência real solicitada pela carga, que
C. Aplicando o Método é calculada multiplicando-se a potência nominal do motor
Iniciando o procedimento, deve-se medir as correntes nas pelo seu carregamento.
três fases e calcular a média. Em seguida, introduz-se o valor Pot real = Pot motor × Carreg (2)
médio das correntes na curva característica do motor (Ponto Onde:
I). Desta forma verifica-se o carregamento (Ponto II).
Potmotor - potência do motor em CV;
Carreg - carregamento atual do motor;
Potreal - potência real do motor em CV. possível analisar situações nas quais o motor sofreu um
reparo, verificando a sua qualidade após a reforma, e
A partir desse valor, escolhe-se o motor imediatamente também, a troca de um motor da linha padrão por um motor
superior ao mesmo. Em seguida, calcula-se o rendimento do de alto rendimento, sendo que, nesta situação, o tempo de
novo motor, dado pela relação entre a potência real e a retorno do investimento inicial do motor de alto rendimento
potência deste último. deve ser levado em consideração para um trabalho mais
Pot real completo [5].
Carreg novomotor = × 100% (3)
Pot novomotor
III. CURVA DE CARGA NO TEMPO
Onde:
Em determinadas aplicações, um motor pode operar com
Potnovomotor - potência do motor em CV; regime de carga e rendimento variáveis ou constantes durante
Potreal - potência real do motor em CV. o seu funcionamento. Sabe-se que as perdas de um motor
Carregnovomotor - carregamento atual do motor dado em estão relacionadas ao seu nível de carregamento, portanto,
porcentagem; desta forma torna-se necessário a analise de perdas referente
à sua operação em cada instante de carregamento.
Novamente, através da curva característica do novo motor
e através de seu carregamento, encontram-se os novos A. Curva de carga Constante
valores referentes à sua corrente, rendimento e fator de Quando o motor em sua operação não apresenta variação
potência. de carga, dizemos que ele esta operando em um ciclo de
carga constante, como exposto na figura abaixo

Fig. 4. Curva de carga Constante Genérica

1) Diferença de Perdas
Pode-se desta forma calcular a diferença de perdas na
substituição dos motores pela equação:
Fig. 3. Determinado os dados do novo motor a partir do
1 1
carregamento ∆Pp = Ps × 100  −  (6)
η1 η 2 
Portanto, a energia consumida pelo novo motor pode ser
Onde:
calculada aplicando a equação 1, assim, calcula-se a
economia de energia através da diferença entre o consumo η1 - Rendimento do Motor AR;
dos dois motores.
Energiaeco = Energia1 − Energia2 (4) η2 - Rendimento do Motor Standard;
Onde: Ps - Potência Nominal do Motor em kW;
ΔPp - Diferenças de Perdas em kW.
Energia1 - energia consumida pelo motor analisado
em kWh; 2) Redução do consumo Mensal
Energia2 - energia consumida pelo novo motor em A redução em kWh horas não consumido na presente
kWh; substituição é dada por:
Energiaeco - energia economizada kWh. ∆Energia = ∆Pp × HFM (7)
Onde:
E a economia financeira é dada pela equação abaixo.
Economia = Energiaeco × Tarifa (5) ∆Pp - Diferença de perdas em kW;
Onde: HFM - Horas de funcionamento no mês.

Economia - o valor monetário da economia;


3) Economia Mensal
Tarifa - tarifa cobrada pela concessionária de
A economia dado em valores monetários é o valor
energia elétrica pelo kWh;
consumido em kWh multiplicado pelo custo de energia.
Dessa maneira, realiza-se a análise de dimensionamento e EcoR $ mensal = ∆Energia × Ck (8)
diagnóstico energético de motores de indução trifásicos. É Onde:
EcoR $ mensal - Economia por mês em reais; economizada ao longo da vida útil do equipamento, etc. O
caso analisado neste trabalho corresponde à substituição de
Ck - Custo de Energia. um motor padrão por um de alto rendimento [6].

B. Curva de carga Variável A. Tempo de retorno simples


A análise para um ciclo de carga variável difere em sua É o tempo necessário para que o capital investido na
resolução da analise de ciclo constante. A Figura 5 mostra de aquisição de um equipamento mais eficiente seja retornado
forma genérica a operação do motor com um ciclo de carga na forma de parcelas mensais que deixarão de ser pagos na
variável conta de energia (economia mensal).
O tempo de retorno simples não considera a capitalização
do valor da economia mensal (taxa de juros zero) e é dado
pela seguinte fórmula:
∆C
t RS = (13)
EcoR $ mensal
Onde:

Fig. 5. Curva de carga Variável Genérica tRS - Tempo de retorno simples


ΔC - Custo do investimento;
1) Diferença de Perdas EcoR$mensal - Economia por mês em reais;
Neste caso, a diferença entre as perdas pode ser calculada
por: Como está sendo considerado um retorno em parcelas
 1 1  mensais, o valor obtido com a equação acima deverá ser
∆Ppn = Ps × 100  − 
(9)
η
 1n η 2n 
arredondado para o próximo inteiro.
Onde: B. Tempo de retorno capitalizado
Considerando uma taxa de juros i em valores percentuais
η1n - Rendimento do Motor AR; e considerando k períodos (meses) pode ser calculado o
retorno capitalizado pela expressão abaixo:
η2n - Rendimento do Motor Standard;
 
Ps - Potência Nominal do Motor em kW;  EcoR $ mensal 
ΔPp - Diferenças de Perdas em kW; log 
i 
n - Período de tempo.  EcoR $ mensal − ∆C ⋅ 
t RC =  100  (14)
Assim, o calculo de diferença de perda total para um  i 
regime de carga variável é dado por: log 1 + 
 100 
∆PpT = ∆Pp1 + ∆Pp 2 + .... + ∆Ppn (10)
Onde:
Onde:
tRC - Tempo de retorno capitalizado;
ΔPpn - Diferença de perdas no período considerado. i - Taxa de juros;
O cálculo da diferença de energia é dado por:
∆Energia = ∆Pp1 × t1 + ∆Pp 2 × t 2 + .... + ∆Ppn × t n (11) C. Tempo de retorno capitalizado considerando o aumento
do custo da energia
2) Redução do consumo Mensal Para se calcular o tempo de retorno pode ser incluído um
A redução do consumo Mensal em kWh é dada por: possível aumento no custo da energia elétrica. Primeiro se
deve encontrar uma taxa de juros líquida, utilizando a
∑t =1 ∆C = ∆Ppn × tn × DFM n
n
(12) seguinte expressão:
Onde:  i  
 1 + 100  
ΔPpn - Diferença de perdas em kW no tempo; =iL    − 1 ⋅100 (15)
tn - tempo de funcionamento durante o dia;  1 + ie  
  100  
DFMn - Dias de funcionamento durante o mês;   
n - Regime de tempo de operação. Onde:
IV. ANÁLISE ECONÔMICA iL - Taxa de juros líquidos;
ie - Taxa de aumento do custo da energia.
As análises econômicas visam determinar os seguintes
fatores: tempo de retorno (simples e capitalizado), economia
De acordo com a fórmula acima se percebe que com a
mensal gerada pela aquisição de um equipamento mais
inclusão da taxa de aumento do custo da energia elétrica, a
eficiente ou de uma nova tecnologia, custo da energia
taxa de juros a ser utilizada no tempo de retorno capitalizado
será menor do que se não tivesse considerando este aumento
no custo da energia, com isso o tempo de retorno será menor ir - Taxa de rendimento ao mês.
quando considerado a taxa de aumento do custo da energia m - Quantidade de meses depois de pago o
elétrica, portanto para o cálculo do retorno de investimento custo do investimento.
capitalizado utilizaremos a nova taxa de juros chegando Sendo:
assim à seguinte expressão: m = Vu − t RC (20)
  Onde:
 EcoR $ mensal 
Vu’ - Vida útil do equipamento em meses.
log 
 Eco iL 
 R $ mensal − ∆C × 
t RC =  100  (16) V. ESTUDO DE CASO
 i 
log1 + L  O estudo de caso considera um motor em funcionamento
 100  com as seguintes características: motor de indução trifásico;
linha padrão; ligado em delta; 20cv; carcaça 160; W-21; 4
D. Vida útil do equipamento pólos; 1760 rpm; 220/380V; In 52,6/30,05; opera 3168
Para se saber a vida útil do motor não existe uma fórmula horas/ano; vida útil de 19,4 anos.
para se calcular e sim métodos que fazem uso da estatística. Primeiramente, é realizado o estudo de diagnóstico
De acordo com o estudo estatístico a vida média dos motores energético no que diz respeito ao correto dimensionamento
elétricos é de 13.3 anos, isto considerando todas as faixas de do motor. Esta análise objetiva verificar se este motor está
potência. Este valor pode ser utilizado para fins de análise operando ou não em condições adequadas e favoráveis de
econômica. funcionamento.
Considerando que em condição de carregamento máximo,
E. Energia Economizada ao longo da vida útil as correntes de linha são: Ia=30,9A; Ib= 29,8A; Ic=30,2A, a
A energia economizada ao longo da vida útil do média das correntes resulta em: Imédia=30,3 A.
equipamento pode ser calculada através da seguinte fórmula: Este valor de corrente média é introduzido no gráfico do
EcoVU = Ecomensal .VU (17) motor, determinado então o seu carregamento, fator de
Onde: potencia e rendimento:

EcoVU - Economia de energia ao longo da vida útil


do equipamento;
Ecomensal - Economia de energia mensal;
VU - Vida útil do equipamento em meses.

F. Valor líquido retornado ao longo da vida útil


Este valor permite saber o quanto o empreendedor irá
lucrar com o investimento realizado, ou seja, o quanto o novo
equipamento retornará em reais para o proprietário. Este
retorno pode ser calculado considerando ou não, a
capitalização nas parcelas. O valor líquido sem considerar a
capitalização pode ser encontrado através da seguinte
expressão:
V LS = EcoVU .Vtaf − ∆C (18) Fig. 6. Carregamento Motor 20cv

Onde: Através da equação 1, calcula-se a energia consumida por


este motor:
VLS - Valor líquido simples retornado ao longo Energia = 23.864 ,4 kWh / ano
da vida útil.
Percebe-se que o motor de 20cv esta operando com um
Vtaf -Valor da tarifa de Energia.
carregamento de 45% dentro da faixa critica de
Considerando que o empreendedor empregará as parcelas superdimensionamento, abaixo de 50%. Assim utilizando a
retonadas depois de pago o custo do investimento em um equação 2, temos:
investimento que tenha uma taxa de rendimento ir (juros Pot real = 9 cv
sobre juros), que deve ser utilizada na seguinte fórmula: A partir deste valor, escolhe se o motor imediatamente
 ir 
m
 superior a este valor.
1 +  − 1 O motor comercial encontrado imediatamente acima da
 i   100  
VLC = 1 + r  ×  × Eco R $ mensal (19) potência real requerida foi o Motor de 10cv, logo pela
 100  i r equação 3 tem-se:
100 Carreg novomotor = 90%
Onde:
De acordo com o acima exposto o novo motor deve ∆Pp1 = 0,173kW ; ∆Pp2 = 0,152kW ; ∆Pp3 = 0,225kW
possuir as seguintes características: motor de indução
; ∆Pp = 0,18kW .
4
trifásico; linha padrão; ligado em delta; 10cv; carcaça 132S;
W-21; 4 pólos; 1760 rpm; 220/380V; In 26,6/15,4 A.;
operando conforme descrito na Figura 5. ∆Energia1 = 0,51kWh ; ∆Energia 2 = 0,45kWh ;
Depois de realizada a correta especificação do motor, a ∆Energia 3 = 0,88kWh ; ∆Energia 4 = 0,54kWh ;
segunda etapa consiste em analisar a viabilidade econômica
deste novo motor, considerando a compra de um motor de ∆EnergiaTotal = 2,38kWh .
alto rendimento (AR). Sendo que este motor trabalha no Pela equação (11) tem-se a redução do consumo de energia
seguinte regime de operação descrito na figura V, onde: mensal, ΔEnergia é de 52,36 kWh.
• t1 - 3 horas - Ia=25 A; Ib=25,6 A; Ic=24,8 A. O cálculo da Economia em termos de valores monetários,
• t2 - 3 horas - Ia=18 A; Ib=19 A; Ic=17,8 A. pela equação (8), tem-se que ΔE é de R$ 3,66 /mês.
• t3 - 4 horas - Ia=15 A; Ib=16 A; Ic=14,8 A. O cálculo do tempo de retorno simples, pela equação (13), tRS
• t4 - 3 horas - Ia=20 A; Ib=21 A; Ic=19,6 A. é de 124,56 meses, que é aproximadamente 125 meses, ou,
 O motor trabalha 22 dias no mês; 11 anos.
 O preço pago pelo usuário é de R$ 0,07 /kWh; O cálculo da Energia Economizada ao longo da vida útil pela
 A taxa de juros considerada é de 1% ao mês; equação (17), EcoVU é de 12189,4 kWh.
 Motor Standard: R$ 1178,80; O cálculo do valor de retorno Simples é dado pela equação
 Motor Alto Rendimento: R$ 1634,72. (18), VLS tendo seu valor de R$ 397,30.
De acordo com as curvas do motor da linha padrão:
VI. CONCLUSÕES

O método proposto é bem simples e aplicável, visto que


nas indústrias há um grande número de motores mal
dimensionados, comprovando o não conhecimento da técnica
apresentada. Em qualquer setor industrial onde houver um
motor de indução incluso num determinado processo, pode-
se verificar o seu dimensionamento, o diagnóstico energético
e a consequente análise econômica.
Outro fator de grande importância corresponde à não
necessidade de desligar o motor durante as análises, evitando
assim danos à produção.
Através do estudo de caso verifica-se a metodologia
desenvolvida ao longo do artigo. Devido às condições de
Fig. 7. Carregamento Motor 10cv da linha padrão. carregamento e o tempo de operação do motor, mesmo
obtendo uma economia de energia ao longo da vida útil,
Fazendo o mesmo procedimento, porém para as curvas do considerando o motor de alto rendimento, sabe-se que o ideal
motor de alto rendimento, com o mesmo perfil de carga seria ter um tempo de retorno de investimento próximo a 2
citando na Figura 5, define-se os rendimentos do motor AR. anos, e no máximo próximo a 4 anos, porém o tempo de
retorno é superior a 5 anos, o que indica a inviabilidade da
troca do motor da linha padrão pelo motor de alto rendimento
apresentado no estudo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Freitas P. C. F., D. Bispo, A. C. Delaiba, S.F.P. Silva.


Análise comparativa dos rendimentos dos motores da
linha padrão e de alto rendimento sob o enfoque da
eficiência energética. 6 páginas. Simpósio Brasileiro de
Sistemas elétricos (SBSE) 2008, Belo Horizonte-MG.
[2] Locatelli, E. Programa de Eficientização Industrial.
Módulo Motor Elétrico. Eletrobrás/Procel.
[3] Szyszka E., M. Américo, Metodologia de Realização de
Diagnósticos Energético.
[4] Moreira, H. J. F. Guia operacional de motores elétricos.
2000. Rio de Janeiro: ELETROBRÁS, 2000.
Fig. 8. Carregamento do motor de 10 cv de alto rendimento. [5] NBR 5383-1 - ABNT -: Máquinas elétricas girantes
Parte 1: Motores de indução trifásicos – Ensaios.
Utilizando as equações (10) e (11) determinam-se as Fevereiro/2002
diferenças de perdas e de energia. [6] Andreas, John C.: Energy Efficient Motors – Selection
and Applications, Marcel Dekker Inc., 1982.

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