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Membros:
JUNIA TIYOMI UTIDA
LUCAS PIMENTEL DE OLIVEIRA FILHO
MAYRA DE CHRISTO THEIS
BRUNO REZENDE PIMENTA
Versão 1 – Junho/2020
RUA CAVALHEIRO TORQUATO RIZZI, 215 - JD SÃO LUIZ - 14020-300 - RIBEIRÃO PRETO - SP
APRESENTAÇÃO
Esta cartilha foi elaborada pelos membros da Comissão de Direito Tributário da 12ª
Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção São Paulo (OAB/SP), com base na
legislação tributária brasileira na data de sua publicação, como documento de apoio e
consulta ao compliance dos advogados e escritórios de advocacia na prestação de
serviços jurídicos remunerados.
Este material não se caracteriza como opinião legal, parecer jurídico ou qualquer tipo
de consulta jurídica perante as normas da OAB, não podendo ser utilizado como
embasamento em demanda de qualquer natureza, seja administrativa ou judicial.
Este material somente poderá ser divulgado e/ou compartilhado com a autorização
prévia do Presidente da 12ª Subseção da OAB/SP, sendo permitida a sua reprodução,
desde que mantida a integralidade do conteúdo e com citação de autoria.
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Sumário
APRESENTAÇÃO _______________________________________________________________ 2
I. FORMAS DE ORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA _______________________________________ 4
I.1. Pessoa Física _____________________________________________________________ 4
I.1.2. Dos Registros ___________________________________________________________ 4
I.2. Sociedade Individual _______________________________________________________ 5
I.3. Sociedade de Advogados ___________________________________________________ 6
I.4. Associação entre escritórios de advocacia _____________________________________ 7
I.5. Quadro Resumo __________________________________________________________ 8
II. TRIBUTAÇÃO ______________________________________________________________ 9
II.1. Pessoa Física_____________________________________________________________ 9
II. 1.1. Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF ___________________________________ 9
II.1.2. Contribuição para o INSS ______________________________________________ 10
II.1.3. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS ________________________ 12
II.2. Sociedade Unipessoal de Advocacia _________________________________________ 12
II.3. Sociedade de Advogados __________________________________________________ 13
II.3.1. Honorários de Sucumbência ___________________________________________ 13
II.3.2. Distribuição de Lucros ________________________________________________ 14
II.3.3. SIMPLES Nacional ____________________________________________________ 14
II.3.4. Lucro Presumido _____________________________________________________ 15
II.3.4.1. IRPJ ______________________________________________________________ 16
II.3.4.2. CSLL _____________________________________________________________ 16
II.3.4.3. Contribuição para o PIS/Pasep e COFINS (regime cumulativo) _______________ 16
II.3.4.4. Contribuição ao INSS, GIIL-RAT e a Terceiros (SESC, SEBRAE, SENAC, Salário
Educação e outros) ________________________________________________________ 17
II.3.4.5. ISS _______________________________________________________________ 17
II.3.5. Lucro Real __________________________________________________________ 17
II.3.5.1. IRPJ ______________________________________________________________ 17
II.3.5.2. CSLL _____________________________________________________________ 18
II.3.5.3. Contribuição para o PIS/Pasep e COFINS (regime não cumulativo) ___________ 18
II.3.5.4. Contribuição ao INSS, GIIL-RAT e a Terceiros (SESC, SEBRAE, SENAC, Salário
Educação e outros) e ISS____________________________________________________ 18
III. ESTUDOS DE CASO E SIMULAÇÕES DE CUSTO FISCAL ____________________________ 19
REFERÊNCIAS ________________________________________________________________ 21
MODELOS DISPONIBILIZADOS PELA SECIONAL DA OAB-SP ___________________________ 23
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I. FORMAS DE ORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA
Uma vez inscrito, o advogado autônomo precisará também realizar outros registros,
como por exemplo, no INSS e no município em que estiver estabelecido.
O advogado autônomo é contribuinte obrigatório do INSS, por essa razão, deverá estar
cadastrado como contribuinte individual. O procedimento é simples, podendo inclusive ser
realizado pela Internet ou procurando qualquer posto ou agência do INSS, bastando estar de
posse de sua Carteira de Identidade e do Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Economia
(CPF/ME).
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Comprovante de endereço residencial e do estabelecimento profissional, se
houver;
Para constituir uma sociedade unipessoal de advocacia o titular deve ser formado em
Direito, estar inscrito na OAB e não possuir qualquer impedimento legal. Além disso, o advogado
não pode ter participação em outro tipo de sociedade relacionada ao Direito, como uma
sociedade simples, com sede ou estabelecimento filial na mesma área territorial do respectivo
Conselho Seccional, e seu escritório não pode ter características das sociedades empresariais,
como por exemplo, adotar nome fantasia ou mesmo praticar qualquer atividade estranha à
profissão.
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I.3. Sociedade de Advogados
A sociedade plurilateral de advocacia é aquela constituída por dois ou mais sócios, com
o objetivo de exercício única e exclusivamente da atividade de advocacia. Conforme disposto no
artigo 16 do Estatuto da OAB, uma sociedade de advogados sempre será do tipo simples, seja
ela unipessoal ou com pluralidade de advogados, por se tratar de uma atividade intelectual com
fins lucrativos.
• Não pode fazer parte da sociedade advogado que esteja proibido de advogar por
qualquer um dos motivos de incompatibilidade expostos no artigo 27 do Estatuto da
OAB;
• O advogado pode fazer parte de apenas uma sociedade de advogados por Conselho
Seccional.
O nome da sociedade não poderá ser composto por nome fantasia, devendo ser
formado pelo nome de pelo menos um dos advogados que a integra e ser findado com
expressões como, “sociedade de advogados”, “sociedade de advogadas e advogados”,
“advogados”, “advocacia” ou “advogados associados”.
1
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8906.htm. Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994.
Acesso em 09/jun/2020.
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Na sociedade pluripessoal poderá ocorrer a distinção entre sócios patrimoniais e
sócios de serviço, cabendo aos primeiros a contribuição pecuniária para o capital social e aos
demais somente a realização do trabalho profissional.
Conforme dispõe o artigo 5º, inciso XVII, da Constituição da República de 1988, é plena
a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar. Nesse sentido, tem-
se que os escritórios de advocacia, organizados como pessoas jurídicas de direito privado,
podem associar-se entre si, visando oferecer uma prestação de serviços jurídicos de qualidade,
integral e especializada, para seus clientes.
Dessa forma, é possível que dois ou mais escritórios de advocacia, inscritos ou não na
mesma Seccional da OAB, firmem entre si um contrato de associação entre sociedades de
advogados, para que promovam atuação conjunta e/ou integrada de serviços jurídicos.
Para tanto, é necessário que esses escritórios estejam quites com as obrigações
perante as suas respectivas Seccionais, devendo o contrato ser averbado à margem do registro
da sociedade, em livro próprio ou ficha de controle mantidos para esse fim (arts. 8º, IV e 12 do
Provimento OAB nº 112/06).
Dentro desse modelo associativo, cada um dos escritórios associados manterá o seu nome, total
independência de gestão e autonomia de suas obrigações, de modo que essa aliança não
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implicará que um contratante se torne sócio do outro, tampouco ocorra a formação de uma
nova pessoa jurídica (art. 8º, § 3º do Provimento OAB nº 112/06).
Como forma de resumir cada uma das modalidades de exercício da advocacia, bem
como suas particularidades, elaboramos o quadro resumo a seguir:
Quadro comparativo
Sociedade Unipessoal de
Sociedade de Advogados Advogado Autônomo
Advocacia
Número de Apenas um advogado
Apenas um titular Dois ou mais sócios
advogados (pessoa física)
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II. TRIBUTAÇÃO
O advogado que exerce a profissão como pessoa física está sujeito, em resumo, ao
recolhimento dos seguintes tributos: Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), Contribuição
para o INSS e ISS).
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Em relação aos demais recebimentos, em que não há a retenção na fonte, o advogado
autônomo deve apurar e recolher o IRPF mensalmente, podendo valer-se do programa Carnê-
Leão, disponibilizado pela RFB no site:
http://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/pagamentos-e-
parcelamentos/pagamento-do-imposto-de-renda-de-pessoa-fisica/carne-
leao/2020/programa-carne-leao-2020
No Carnê-Leão, o advogado autônomo vai inserir os seus dados, clicar na aba “Livro
Caixa – Escrituração” e realizar os respectivos lançamentos de receitas e despesas. Ao final, as
informações inseridas no programa Carnê-Leão podem ser transferidas para o programa do
IRPF, facilitando, assim, o preenchimento da Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda
da Pessoa Física (DIRPF), entregue até o último dia útil de abril do ano-calendário seguinte.
Nesse ponto, vale ressaltar que é muito importante o profissional manter um controle
documentado relativo aos valores dos clientes levantados e depositados em sua conta bancária,
inclusive com a respectiva prova do repasse. Se o advogado cair na malha fina, será intimado a
comprovar a origem de cada depósito, podendo ser autuado por omissão de renda em relação
aos valores não comprovados.
Em vista disso, o advogado recebe seus pagamentos por meio da emissão de Recibo
de Pagamento a Autônomo (RPA), impresso em duas vias, uma para o tomador de serviços e
outra para o prestador, com informações acerca da retenção da contribuição ao INSS, do ISS e
do IRRF, devendo o advogado estar atento às normas da legislação do ISS de seu Município.
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Tabela 2020
* Alíquota exclusiva do Facultativo Baixa Renda. Não dá direito a Aposentadoria por Tempo de
Contribuição e Certidão de Tempo de Contribuição.
** Alíquota exclusiva do Plano Simplificado de Previdência. Não dá direito a Aposentadoria por Tempo de
Contribuição e Certidão de Tempo de Contribuição.
Além disso, também existe para a pessoa jurídica que contrata serviços de profissionais
autônomos a obrigação do recolhimento da contribuição ao INSS a cargo da empresa, no
percentual de 20% sobre as remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no período, a
esses profissionais.
http://receita.economia.gov.br/contato/fale-conosco/cidadao/contribuicoes-
previdenciarias/inscricao-de-contribuinte-individual
A RFB disponibiliza um sistema para gerar a GPS com código de barras, a partir da
inserção do NIT/PIS/PASEP do contribuinte, podendo o recolhimento ser efetuado em
instituições financeiras ou casas lotéricas:
http://sal.receita.fazenda.gov.br/PortalSalInternet/faces/pages/calcContribuicoesCI/f
iliadosApos/selecionarOpcoesCalculoApos.xhtml
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II.1.3. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS
Assim, como regra geral, o advogado, como prestador de serviços, deve recolher o ISS
ao Município em que se localiza o seu estabelecimento, com aplicação de alíquota que varia de
2% até 5% sobre o preço exigido em contrapartida à prestação do serviço, de acordo com a
legislação aplicável a cada municipalidade.
https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/sfazenda/caempresa/i30iautonomos.php
Além disso, os profissionais liberais e autônomos que prestem serviço sob a forma de
trabalho pessoal e as sociedades simples uniprofissionais poderão aderir ao Regime Anual Fixo
do ISS, previsto no artigo 9º, §§ 1º e 3º, do Decreto-Lei nº. 406/68, e no artigo 18, § 18 - Simples
Nacional, com as limitações do §19 - da Lei Complementar nº. 123/06.
Para 2019 em diante, esse valor será de R$ 980,60 (novecentos e oitenta reais e
sessenta centavos), calculado em relação a cada profissional habilitado que preste serviço em
nome da sociedade, nos termos do artigo 104-A do Código Tributário do Município de Ribeirão
Preto e Decreto nº. 322/18.
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O principal objetivo da alteração legislativa era o de facilitar o enquadramento da
atividade no regime de tributação diferenciado e favorecido previsto na Lei Complementar nº
123/06 (Simples Nacional).
No bojo dessa ação judicial, houve deferimento de tutela antecipada para reconhecer
a abrangência do regime do Simples Nacional às sociedades unipessoais de advocacia, decisão
que foi confirmada pela sentença, publicada no dia 15/10/2018. Atualmente, o processo se
encontra no gabinete do relator Desembargador Federal Novély Vilanova, da Oitava Turma do
Tribunal Regional Federal da 1ª Região, para análise em sede de apelação e reexame necessário.
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Dessa forma, com a finalidade de evitarem-se transtornos, na procuração deve constar
no campo “outorgado” o nome e a qualificação da sociedade de advogados juntamente com os
nomes e as qualificações dos advogados responsáveis. Além disso, o contrato de prestação de
serviços deve ser feito em nome da sociedade, juntando-se o contrato aos autos antes do
requerimento dos honorários sucumbenciais, solicitando que seja feito em nome da sociedade
de advogados.
Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$)
1a Faixa Até 180.000,00 4,50% -
2a Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 9,00% 8.100,00
a
3 Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 10,20% 12.420,00
4a Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 14,00% 39.780,00
5a Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 22,00% 183.780,00
a
6 Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33,00% 828.000,00
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Percentual de Repartição dos Tributos
Faixas
IRPJ CSLL Cofins PIS/Pasep ISS (*)
a
1 Faixa 18,80% 15,20% 17,67% 3,83% 44,50%
2a Faixa 19,80% 15,20% 20,55% 4,45% 40,00%
a
3 Faixa 20,80% 15,20% 19,73% 4,27% 40,00%
4a Faixa 17,80% 19,20% 18,90% 4,10% 40,00%
5a Faixa 18,80% 19,20% 18,08% 3,92% 40,00% (*)
6a Faixa 53,50% 21,50% 20,55% 4,45% -
(*) O percentual efetivo máximo devido ao ISS será de 5%, transferindo-se a diferença, de
forma proporcional, aos tributos federais da mesma faixa de receita bruta anual. Sendo assim,
na 5a faixa, quando a alíquota efetiva for superior a 12,5%, a repartição será:
Faixa IRPJ CSLL Cofins PIS/Pasep ISS
5a Faixa, com (Alíquota (Alíquota (Alíquota Alíquota Percentual
alíquota efetiva efetiva – 5%) x efetiva – efetiva – 5%) x efetiva – de ISS fixo
superior a 12,5% 31,33% 5%) x 30,13% 5%) x em 5%
32,00% 6,54%
Quando a sociedade de advogados optante pelo Simples Nacional prestar serviços para
entidades estrangeiras, não haverá incidência de Contribuição para o PIS/Pasep, COFINS e ISS,
dada a imunidade das receitas de exportação de serviços a esses tributos, prevista na
Constituição Federal de 1988.
Podem optar por essa modalidade de apuração do IRPJ as pessoas jurídicas que
possuem receita bruta anual de até 78 milhões de reais.
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Uma das vantagens dessa sistemática de apuração em relação ao lucro real é a não
obrigatoriedade, do ponto de vista do Fisco, de manutenção de escrituração contábil integral,
bastando apenas a escrituração dos recebimentos e pagamentos ocorridos mensalmente no
livro-caixa, bem como a emissão de notas fiscais (eletrônicas) no período.
II.3.4.1. IRPJ
II.3.4.2. CSLL
Por se tratar do regime cumulativo, obrigatório para as pessoas jurídicas optantes pelo
lucro presumido, não há direito à apuração de créditos.
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II.3.4.4. Contribuição ao INSS, GIIL-RAT e a Terceiros (SESC, SEBRAE, SENAC,
Salário Educação e outros)
II.3.4.5. ISS
O ISS tem como fato gerador a prestação de serviços, tendo como alíquota máxima 5%
sobre o valor total cobrado pelo serviço. Vale lembrar que, por ser um imposto de competência
Municipal, a alíquota pode variar de acordo com o município em que for prestado o serviço.
A apuração pela sistemática do lucro real é tema bastante complexo, não sendo
possível abarcar todos os seus aspectos nesta cartilha. Além disso, poucos são os escritórios de
advocacia que se utilizam dessa modalidade de apuração, em função dos benefícios e facilidade
de apuração do Simples Nacional e do lucro presumido.
II.3.5.1. IRPJ
Sua apuração, em regra, é trimestral, com vencimento no último dia útil do mês
seguinte ao término do trimestre, utilizando-se a alíquota de 15% (mais adicional de 10% sobre
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o montante que ultrapassar os R$ 20 mil mensais) sobre o lucro líquido apurado na escrituração
contábil e ajustado no Livro de Apuração do Lucro Real (e-LALUR) pelas adições, exclusões e
compensações previstas na legislação. No caso de apuração de prejuízo fiscal e/ou base negativa
de CSLL, o contribuinte poderá escriturar o crédito para compensação em períodos de apuração
subsequentes, no limite de 30% do lucro real.
O IRPJ também pode ser pago anualmente, devendo ocorrer antecipação mensal por
estimativa, calculada na forma do modelo do Lucro Presumido, sendo autorizado reduzi-lo ou
suspendê-lo por meio de balancete de redução/suspensão levantado mensalmente, contendo
o lucro real acumulado até o encerramento do período, em 31/12 de cada ano.
II.3.5.2. CSLL
A apuração da base de cálculo da CSLL será realizada nos mesmos moldes do IRPJ (IN
RFB nº. 1.700/17), sendo a contribuição devida à alíquota de 9%.
Para optantes pelo Lucro Real, a Contribuição para o PIS/Pasep e a COFINS serão
apuradas pelo regime não cumulativo, com alíquotas de, respectivamente, 1,65% e 7,6% sobre
a receita bruta mensal da sociedade de advogados, sendo admitidos pela legislação –
notadamente, as Leis nº. 10.637/02 e nº. 10.833/03 -, créditos para abatimento da base de
cálculo, tais como, por exemplo: bens e serviços utilizados como insumo na prestação de
serviços, aluguel de imóvel utilizado na atividade do escritório e pago a pessoa jurídica,
benfeitorias em imóveis de terceiros, energia elétrica, vale-transporte, vale-refeição ou vale-
alimentação fornecidos aos empregados, entre outros.
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III. ESTUDOS DE CASO E SIMULAÇÕES DE CUSTO FISCAL
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Em relação ao Lucro Real, tratado no tópico II.3.5. do presente documento, tem-se como pouco usual e
recomendável sua adoção por sociedades de advogados, pois além da maior complexidade de apuração,
na atividade de prestação de serviços os custos, despesas e encargos considerados dedutíveis ou passíveis
de créditos na apuração da Contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS são menores que na indústria e
comércio, tornando o Simples Nacional e o Lucro Presumido – que ainda podem ser apurados com base
no regime de caixa - mais atrativos, ressalvadas, claro, as pessoas jurídicas que faturam mais de R$
78.000.000,00 por ano.
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Receita 300.000,00 1.000.000,00 2.921.023,77
Bruta Anual Simples¹ Presumido² ³ Simples¹ Presumido² ³ Simples¹ Presumido² ³
IRPJ 3.742,20 14.400,00 17.839,16 56.000,00 97.998,37 209.681,90
CSLL 2.872,80 8.640,00 19.242,24 28.800,00 100.094,09 84.125,48
PIS 841,05 1.950,00 4.109,02 6.500,00 20.456,73 18.986,65
COFINS 3.883,95 9.000,00 18.941,58 30.000,00 94.244,84 87.630,71
ISS 7.560,00 6.000,00 40.088,00 20.000,00 146.051,19 58.420,48
Total 18.900,00 39.990,00 100.220,00 141.300,00 458.845,23 458.845,23
≠ 21.090,00 ≠ 41.080,00 ≠ 0,00
¹ A arrecadação é realizada de forma unificada, pelo Documento de Arrecadação do Simples
Nacional (DAS). O cálculo dos tributos e contribuições foi realizado com base na repartição das
receitas estabelecida no Anexo IV da Lei Complementar nº. 123/06.
² O adicional do IRPJ somente se aplica à parcela da base de cálculo presumida que exceder
R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) anuais.
³ ISS, no Simples Nacional, calculado de acordo com Anexo IV da Lei Complementar nº. 123/06.
Como visto acima, em geral, a adoção do Simples Nacional para recolhimento dos
tributos federais e municipais pelas sociedades de advogados que faturam anualmente até R$
4.800.000,00 mostra-se mais vantajosa do ponto de vista fiscal, com as seguintes ponderações:
(a) há que se considerar, ainda, as limitações impostas pela Lei Complementar nº. 123/06 para
sócios que mantêm participação em outras pessoas jurídicas (não uniprofissionais) optantes
pelo Simples Nacional; e (b) conforme simulação acima, a partir de determinado volume de
faturamento anual o Simples Nacional passa a ser mais caro que o Lucro Presumido, dado o
caráter progressivo de suas alíquotas, devendo-se considerar, entretanto, o impacto do ISS no
cálculo, que caso recolhido pelo Regime Anual Fixo, implicará ainda maior vantagem em favor
do Simples Nacional, por representar o maior percentual na repartição da arrecadação.
Ressalte-se que a tabela acima representa uma estimativa do custo fiscal, podendo
sofrer variações no caso concreto, em razão das limitações de escopo e abstrações adotadas
para fins desta simulação – para este fim, recomenda-se a assessoria de um contador
especializado. Também não foram consideradas, no Lucro Presumido, as contribuições
previdenciárias exigidas sobre a folha de salários, assim como deixou-se de simular a tributação
da Pessoa Física em razão da necessidade de verificação das deduções no Livro Caixa.
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REFERÊNCIAS
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as Leis no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp123.htm
______. Lei nº. 13.247, de 12 de janeiro de 2016. Altera a Lei nº 8.906, de 4 de julho de
1994 - Estatuto da Advocacia. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13247.htm
______. Lei Complementar nº. 155, de 27 de outubro de 2016. Altera a Lei
Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, para reorganizar e simplificar a
metodologia de apuração do imposto devido por optantes pelo Simples Nacional; altera
as Leis nos 9.613, de 3 de março de 1998, 12.512, de 14 de outubro de 2011, e 7.998,
de 11 de janeiro de 1990; e revoga dispositivo da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp155.htm
RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Instrução Normativa nº. 1.558, de 31 de março de 2015.
Altera a Instrução Normativa RFB nº 1.500, de 29 de outubro de 2014, que dispõe sobre
normas gerais de tributação relativas ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas.
Disponível em:
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=62637&visao=o
riginal
RIBEIRÃO PRETO. Lei nº. 2.415, de 21 de dezembro de 1970. Dispõe sobre o sistema
tributário do município e dá outras providências. Disponível em:
https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/legislacao-municipal/pesquisa
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