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Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas

Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences


vol. 42, n. 2, abr./jun., 2006

Informações toxicológicas de alguns fitoterápicos utilizados no Brasil

Monica Silva dos Reis Turolla, Elizabeth de Souza Nascimento*

Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo

Unitermos
As plantas medicinais vêm sendo utilizadas com finalidades • Informações toxicológicas
terapêuticas há milhares de anos. Seu uso popular foi propagado de • Medicamentos fitoterápicos
geração em geração e descrito nas diversas farmacopéias. A partir • Plantas medicinais
do desenvolvimento da química orgânica, tornou-se possível obter • Toxicidade pré-clínica

substâncias puras através do isolamento de princípios ativos de


plantas, entre elas, a digoxina e a morfina, resultando em desinteresse
pela pesquisa de substâncias de origem vegetal. Entretanto, a partir
da década de 1980, foram desenvolvidos novos métodos de
isolamento de substâncias ativas, tornando-se possível identificar
substâncias em amostras complexas como os extratos vegetais,
ressurgindo o interesse por compostos de origem vegetal que
pudessem ser utilizados como protótipos para o desenvolvimento de
novos fármacos. Atualmente, apesar da crescente importância dos
medicamentos fitoterápicos, relativamente poucos estudos foram
realizados a fim de comprovar sua eficácia e segurança, sendo que
muitas plantas ainda são utilizadas com base somente no seu uso
popular bem estabelecido. O objetivo deste trabalho foi avaliar, junto
aos principais bancos de dados e fontes públicas de informação, a
disponibilidade de dados de toxicidade pré-clínica de dez plantas
*Correspondência: medicinais comercializadas na forma de medicamentos fitoterápicos
E.S. Nascimento
no Brasil,. Observou-se que há poucos dados sobre a toxicidade
Departamento de Análises Clínicas e
Toxicológicas pré-clínica das dez plantas pesquisadas, mas, de maneira geral, os
Faculdade de Ciências Farmacêuticas experimentos em animais demonstraram baixa toxicidade aguda,
da Universidade de São Paulo
Av Lineu Prestes, 580, bloco 13B
subaguda e crônica e não mostraram atividades mutagênicas ou
05389-970 - São Paulo, SP - Brasil teratogênicas.
E-mail: esnasci@usp.br

INTRODUÇÃO 78 d.C., o botânico grego Pedanios Dioscorides descreveu


cerca de 600 plantas medicinais, além de produtos mine-
Há milhares de anos, o homem vem utilizando os re- rais e animais no tratado De Materia Medica. Este trata-
cursos da flora no tratamento de diversas patologias. Há do permaneceu como fonte de referência por mais de ca-
relatos, por exemplo, do uso de plantas com finalidades te- torze séculos (Robbers, Speedie, Tyler, 1996; Tyler, 1996).
rapêuticas por volta de 3.000 a.C. na obra Pen Ts’ao do Foi através da observação e da experimentação pelos po-
chinês Shen Nung (Ko, 1999; Tyler, 1996). No ano vos primitivos que as propriedades terapêuticas de deter-
290 M. S. R. Turolla, E. S. Nascimento

minadas plantas foram sendo descobertas e propagadas de ramento de medicamentos fitoterápicos e sua produção
geração em geração, fazendo parte da cultura popular. em escala industrial. O novo avanço dos medicamentos
No século XVI, o médico suíço Philippus Aureolus fitoterápicos, longe de ser volta ao passado, caracteriza-se
Theophrastus Bombastus von Hohenheim, conhecido pela busca de produção em escala industrial, diferente-
como Paracelsus (1493-1541), formulou a “Teoria das mente das formas artesanais que caracterizaram os estági-
Assinaturas”, baseada no provérbio latim similia os iniciais de sua utilização.
similibus curantur, “semelhante cura semelhante”. Com Atualmente, os fitoterápicos são amplamente uti-
esta teoria acreditava-se que a forma, a cor, o sabor e o lizados em diversos países. Na África, por exemplo, 80%
odor das plantas estavam relacionados com as suas pro- da população depende do uso destes medicamentos, os
priedades terapêuticas, podendo dar indícios de seu uso quais representam alternativa frente ao alto custo dos
clínico. Algumas destas plantas passaram a fazer parte fármacos sintéticos. O mercado mundial de medicamen-
das farmacopéias alopáticas e homeopáticas a partir do tos fitoterápicos é de US$ 43 bilhões por ano. Somente
século XIX, quando se começou a investigar suas bases nos Estados Unidos da América, este mercado representa
terapêuticas (Elvin-Lewis, 2001). US$ 5 bilhões por ano, sendo o setor de mais rápido cres-
O isolamento da morfina da Papaver somniferum em cimento no mercado farmacêutico norte-americano
1803 pelo farmacêutico Friedrich Wilhelm Adam Sertürner, (Aschwanden, 2001). Estima-se que cerca de 60% dos
marcou o início do processo de extração de princípios ativos fármacos com atividades antitumorais e antimicrobianas,
de plantas. A partir de então, outras substâncias foram isola- já comercializados ou em fase de pesquisa clínica, sejam
das, como por exemplo, a quinina e a quinidina obtidas da de origem natural (Shu, 1998).
Cinchona spp, em 1819, e a atropina da Atropa belladona, em As plantas medicinais desempenham, portanto, pa-
1831, que passaram a ser utilizadas em substituição aos ex- pel muito importante na medicina moderna. Primeira-
tratos vegetais (Schulz, Hänsel, Tyler, 2001; Tyler 1996). mente porque podem fornecer fármacos extremamente
Assim, a produção de fármacos via síntese química, o importantes, os quais dificilmente seriam obtidos via sín-
crescimento do poder econômico das indústrias farmacêuti- tese química, como por exemplo, os alcalóides da
cas e a ausência de comprovações científicas de eficácia das Papaver somniferum e os glicosídeos cardiotônicos da
substâncias de origem vegetal aliada às dificuldades de con- Digitalis spp. Em segundo lugar, as fontes naturais for-
trole químico, físico-químico, farmacológico e toxicológico necem compostos que podem ser levemente modifica-
dos extratos vegetais até então utilizados, impulsionaram a dos, tornando-os mais eficazes ou menos tóxicos. Em
substituição destes por fármacos sintéticos (Rates, 2001). terceiro lugar, os produtos naturais podem ser utilizados
Após a década de 1960, observou-se, então, um de- como protótipos para obtenção de fármacos com ativida-
sinteresse da indústria farmacêutica e dos institutos de des terapêuticas semelhantes a dos compostos originais
pesquisa pela busca de novas substâncias de origem vege- (Robbers, Speedie, Tyler, 1996).
tal, por se acreditar que já haviam sido isoladas as princi- Diante da grande importância dos medicamentos
pais substâncias ativas das drogas vegetais conhecidas, fitoterápicos, vários países da Europa estão intensifican-
bem como já haviam sido realizadas todas as possíveis do esforços para unificar a legislação referente aos medi-
modificações químicas de interesse destas substâncias camentos fitoterápicos, amplamente comercializados nes-
(Schenckel, Gosman, Petrovick, 2000). tes países (em especial na Alemanha e França). Por outro
Entretanto, a partir dos anos 1980, os avanços técni- lado, nos Estados Unidos, as preparações à base de plan-
cos e o desenvolvimento de novos métodos de isolamen- tas são classificadas como suplementos nutricionais, não
to de substâncias ativas a partir de fontes naturais, permi- sendo necessário submeter dados de segurança e eficácia
tiram maior rapidez na identificação de substâncias em ao Food and Drug Administration (FDA) para a
amostras complexas como os extratos vegetais, ressurgin- comercialização destes produtos.
do o interesse pela pesquisa destas substâncias como pro- No Brasil, a legislação para medicamentos
tótipos para o desenvolvimento de novos fármacos. fitoterápicos vem sofrendo modificações nos últimos
Assim, mesmo com o desenvolvimento de grandes anos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária
laboratórios farmacêuticos e dos fármacos sintéticos, as (ANVISA) vem elaborando normas para a regulamenta-
plantas medicinais permaneceram como forma alternati- ção destes medicamentos, desde a Portaria n. 6 de 1995,
va de tratamento em várias partes do mundo. Observou-se que estabeleceu prazos para que as indústrias farmacêuti-
nas últimas décadas a revalorização do emprego de prepa- cas apresentassem dados de eficácia e segurança dos me-
rações fitoterápicas. Assim, alguns grupos farmacêuticos dicamentos fitoterápicos, passando pela RDC n. 17 de
passaram a desenvolver esforços voltados para o aprimo- 2000, e a Resolução RDC n. 48 de 16 de março de 2004,
Informações toxicológicas de alguns fitoterápicos utilizados no Brasil 291

atualmente em vigor, que dispõe sobre o registro de medi- RESULTADOS


camentos fitoterápicos.
Esta preocupação das autoridades regulatórias com a As Figuras 1 e 2 destacam, respectivamente, a evo-
normatização dos medicamentos fitoterápicos propicia a lução do volume de vendas e o faturamento dos medica-
avaliação de aspectos importantes, como a eficácia e seguran- mentos fitoterápicos à base das dez plantas medicinais
ça do uso destes medicamentos. O uso tradicional de diver- selecionadas, no período 1999-2002.
sas plantas medicinais baseado em conhecimentos populares, As Tabelas II a XI apresentam informações
aliado à crença de que, por ser natural não causa reações ad- toxicológicas obtidas junto às fontes de informações
versas, fez com que poucas plantas medicinais fossem ava- pesquisadas para as dez plantas selecionadas.
liadas através de estudos pré-clínicos e clínicos, a fim de
comprovar sua eficácia e segurança. DISCUSSÃO
Além disto, sabe-se que muitas plantas medicinais
apresentam substâncias que podem desencadear reações Para as dez plantas selecionadas neste trabalho,
adversas, seja por seus próprios componentes, seja pela foram avaliadas as informações com relação à
presença de contaminantes ou adulterantes presentes nas toxicidade aguda, subaguda e crônica, mutagenicidade
preparações fitoterápicas, exigindo um rigoroso controle e teratogenicidade em importantes fontes de informa-
de qualidade desde o cultivo, coleta da planta, extração de ção, como The Complete German Commission E
seus constituintes, até a elaboração do medicamento final. Monographs (Blumenthal, 1998); WHO Monographs
Assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar as on Selected Medicinal Plants (WHO, 1999 e 2002);
informações sobre a toxicidade pré-clínica de dez plantas Monographs on the medicinal Uses of Plant Drugs
medicinais comercializadas como medicamentos (ESCOP, 1999). Observamos, por exemplo, que, para
fitoterápicos no Brasil junto aos principais bancos de da- Piper methysticum, as três fontes listadas acima não in-
dos e fontes públicas de informação. dicam quaisquer dados sobre estudos de toxicidade
aguda, subaguda e crônica, o mesmo ocorrendo com
MATERIAL E MÉTODO Hypericum perforatum e Cimicifuga racemosa, embora
as demais bases pesquisadas apresentem algumas infor-
Material mações.
Para Passiflora incarnata, a disponibilidade de in-
Para este estudo, foram selecionadas dez plantas formações sobre sua toxicidade é limitada e apoiada no
medicinais comercializadas na forma de medicamentos seu uso bem-estabelecido na medicina tradicional, con-
fitoterápicos, os quais apresentaram volume de vendas e forme a base de dados Thomson MICROMEDEX. Ape-
número de unidades vendidas significativos entre os anos sar dessa relativa escassez, uma das referências (Fisher,
de 1999 e 2002, segundo informações da IMS Health. As Purcell, Le Couteur, 2000) relata eventos adversos
plantas selecionadas são as seguintes: cardiovasculares e gastrintestinais após seu uso em do-
ses terapêuticas por uma mulher jovem, os quais poderi-
1. Passiflora incarnata L. am estar relacionados aos alcalóides e flavonóides pre-
2. Ginkgo biloba L. sentes na formulação. A Passiflora incarnata é utilizada
3. Aesculus hippocastanum L. em combinação com Valeriana officinalis e Melissa
4. Plantago ovata Forsk. officinalis, chamado “Chá Sedativo”, aprovado na Ale-
5. Panax ginseng C. A Meyer manha pela Comissão “E”.
6. Piper methysticum G. Forst. Já com relação a Ginkgo biloba, mais de 400 estu-
7. Valeriana officinalis L. dos foram conduzidos com os extratos padronizados de
8. Hypericum perforatum L. suas folhas nos últimos 30 anos e somente os extratos
9. Cimicifuga racemosa (L.) Nutt. padronizados comprovam os efeitos terapêuticos estuda-
10.Rhamnus purshiana D.C. dos. Outras formas de utilização, como as folhas frescas,
ou os extratos em baixas concentrações, não produzem os
Método efeitos desejados (Blumenthal, 2000). O primeiro extrato
desenvolvido foi o EGb 761, por W.Schwabe Co., na Ale-
As dez plantas medicinais selecionadas foram avalia- manha, o qual foi intensivamente estudado quanto aos
das quanto aos aspectos toxicológicos nas bases de dados e aspectos químicos, farmacológicos e toxicológicos. Os
fontes de referência disponíveis, apresentadas na Tabela I. ginkgolídeos, em especial o ginkgolídeo B, podem agir
292 M. S. R. Turolla, E. S. Nascimento

FIGURA 1 - Evolução da quantidade vendida dos medicamentos fitoterápicos à base das dez plantas medicinais
selecionadas. Brasil,1999-2002. Fonte: IMS Health – dados pesquisados em outubro 2003.

FIGURA 2 - Evolução do faturamento dos medicamentos fitoterápicos à base das dez plantas medicinais selecionadas.
Brasil, 1999-2002. Fonte: IMS Health – dados pesquisados em outubro 2003.

como um potente inibidor do fator ativador de plaquetas analisados de 1985 a 1994. Cerca de 50% das exposi-
e seu uso crônico pode estar associado com o aumento no ções ocorreram com crianças entre 0 e 5 anos de idade:
tempo de sangramento e com o risco de hemorragia espon- em 77% (2374) dos casos não foram detectados quais-
tânea. Glicosídeos cianogênicos podem ser encontrados quer efeitos tóxicos; em 11,5% (356) dos casos ocorre-
na planta, mas sua atividade biológica não foi estudada ram efeitos mínimos a moderados. Nos demais 11,5%
(WHO, 1999). As sementes, caules e folhas contém 4'-O- (359) dos casos, os efeitos foram classificados como
metilpiroxidina, que causa sintomas de deficiência da vi- toxicidade potencialmente desconhecida. Matyunas et
tamina B6, incluindo convulsões (Mils, Bone, 2000). al. (1997) concluíram que a maioria das exposições
Outras plantas também foram avaliadas em estu- não resultou em efeitos tóxicos; nenhuma toxici-
dos clínicos. Em grande estudo com indivíduos expos- dade grave foi relatada segundo dados de Thomson
tos a 8 espécies do gênero Aesculus, 3099 casos foram MICROMEDEX.
TABELA I - Bases de informações toxicológicas sobre medicamentos fitoterápicos

Base de Dados Mantenedor Fontes de Informação e Critérios de Seleção Objetivo da Base de Dados Condições de Acesso
às Informações

The Complete German Comissão “E” Baseado em amplos estudos de revisão de literatura em Avaliar medicamentos naturais de Publicado: Blumenthal
Commission “E” química, toxicologia, uso terapêutico consolidado, (1998)
Monographs, 1998 farmacologia e experiência informando ao consumidor e
clínica. facilitando a submissão para registro
pelas empresas interessadas.

Herbal Medicine American Botanical Ampliação baseada nas monografias aprovadas para uso sem Fornecer informação sobre os Publicado: Blumenthal
Expanded Commission Council prescrição do The Complete German Commission E benefícios e riscos potenciais dos (2000)
“E” Monographs, 2000 Monographs e adição de seis outros medicamentos comuns fitoterápicos no mercado norte-
nos EUA. americano.

WHO Monographs on Organização Mundial de 28 monografias sobre plantas amplamente utilizadas e Pretende promover a informação Publicado em WHO
Selected Medicinal Saúde (OMS) importantes nas regiões da OMS, selecionadas por grupos científica, seu intercâmbio e sua (1999). Endereço na
Plants, volume I, 1999 científicos. O conteúdo foi obtido através de revisão harmonização, no uso dos Internet: www.who.int
sistemática da literatura entre 1975 e 1995 através de revisão fitoterápicos relativas a segurança,
bibliográfica e consulta a diversas farmacopéias e livros de eficácia e controle de qualidade.
referência. Houve ampla revisão em âmbito internacional.

WHO Monographs on Organização Mundial de 30 monografias. Ampliação do Volume I realizada a partir de Mesmo do Volume I. Publicado em WHO
Selected Medicinal Saúde (OMS) 1997. (2002). Endereço na
Informações toxicológicas de alguns fitoterápicos utilizados no Brasil

Plants, volume II, 2002 Internet: www.who.int

E/S/C/O/P Monographs on European Scientific 60 monografias, formato baseado nos Summary of Product Revisão da informação científica Publicado: ESCOP
the Medicinal Uses of Plant Cooperative on Characteristics (SPC), parte integrante da solicitação para sobre usos terapêuticos de (1999) Endereço na
Drugs (6 fascículos) Phytotherapy (ESCOP), autorização de comercialização de produtos medicinais em fitoterápicos. Internet:
Fascículos 1 e 2: 1996 organização que reúne estados da União Européia em conformidade com a Diretiva www.escop.com
Fascículos 3 a 5: 1997 associações nacionais de 65/65/EEC. Incorpora a literatura publicada para cada planta
Fascículo 6: 1999 fitoterapia. com assistência de pesquisadores convidados. Há submissão
a um quadro de avaliadores.

ESCOP Monographs on Idem à publicação Amplia a primeira edição, incluindo mais 20 monografias. Revisão da informação científica Publicado: ESCOP
the Medicinal Uses of Plant anterior sobre usos terapêuticos de (2003) Endereço na
Drugs, 2nd ed., 2003 fitoterápicos. Internet:
www.escop.com

THOMSON Micromedex – Micromedex, empresa Compilação revisada por um corpo editorial de profissionais Fornecimento de informações em Acesso mediante
POISINDEX (marcas do Grupo Thomson de saúde mantido pela própria companhia em vários países. mais de 50 bases de dados temáticas. assinatura paga.
registradas) sediada nos Estados Endereço na Internet:
Unidos. www.micromedex.com

MILLS E BONE (2000) Autores individuais Literatura Complementar a ESCOP e WHO Publicado:MILLS E
com a prática médica. BONE (2000)

Fonte: Blumenthal (1998) Blumenthal (2000), www.who.int; www.escop.com; www.micromedex.com; Mills e Bone (2000)
293
TABELA II - Informações toxicológicas sobre Passiflora incarnata L. em bases de informações selecionadas
294
Fontes de Toxicidade DL50 Toxicidade Toxicidade Teratogenicidade Mutagenicidade
referência aguda subaguda crônica

(1) The Complete German 0 0 0 0 0 0


Commission E Monographs

(2) Herbal Medicines – 0 0 0 0 0 0


Expanded Commission E
Monographs

(3) WHO Monographs on X X X X X X


Selected Medicinal Plants (1999/
2002)

(4) Monographs on the Não foi observada 0 Nenhuma modificação no 0 0 0


Medicinal Uses of Plant Drugs toxicidade aguda em peso, temperatura retal e
(ESCOP 1999) camundongos após coordenação motora
administração em ratos Sprague-Dawley
intraperitoneal após 21 dias de tratamento
(doses até 500 mg/kg e com 10 mg/kg de extrato
900 mg/kg) hidroalcoólico, equivalente
a 5 g/kg da droga.

(5) Thomson MICROMEDEX – 0 Em Ratos: 0 0 Nenhum efeito observado em 0


Poisindex Intraperitoneal: um experimento em que ratas
3510 mg/kgOral > receberam 400 mg/kg do extrato
15 g/kg Subcutânea do 7º ao 17º dia de gestação.
> 10 g/kg
Em camundongos:
Intraperitoneal:
3140 mg/kgOral >
15 g/kg
Subcutânea =
8300 mg/kg

(6) Principles and Practice of x x x x x x


Phytoteraphy

Legenda: 0 = Existe informação sobre a planta pesquisada, porém não há dados sobre o item pesquisado X = Não há informação sobre a planta pesquisada. Fonte: Blumenthal
(1998) Blumenthal (2000), www.who.int; www.escop.com; www.micromedex.com; Mills e Bone (2000).
M. S. R. Turolla, E. S. Nascimento
TABELA III – Informações toxicológicas sobre Ginkgo biloba L. em bases de informações selecionadas

Fontes de Toxicidade DL50 Toxicidade Toxicidade Teratogenicidade Mutagenicidade


referência aguda subaguda crônica

(1) The Complete German Baixa toxicidade aguda Em camundongos: 0 Baixa toxicidade crônica Sem efeitos teratogênicos Sem efeitos
Commission E Monographs via oral: 7725 mg/kg mutagênicos
via intravenosa:
1100 mg/kg

(2) Herbal Medicines – Expanded Baixa toxicidade aguda Em camundongos: 0 Baixa toxicidade crônica Sem efeitos teratogênicos Sem efeitos
Commission E Monographs via oral: 7725 mg/kg mutagênicos
via intravenosa:
1100 mg/kg

(3) WHO Monographs on 0 0 0 0 Sem efeitos teratogênicos 0


Selected Medicinal Plants (1999/
2002)

(4) Monographs on the Medicinal X X X X X X


Informações toxicológicas de alguns fitoterápicos utilizados no Brasil

Uses of Plant Drugs (ESCOP


1999)

(5) Thomson MICROMEDEX – 0 0 0 0 0 0


Poisindex

(6) Principles and Practice of 0 Em camundongos: 0 Estudos de 27 semanas com Administração oral de doses de Estudos in vivo
Phytoteraphy via oral: 7,7 g/kg doses iniciais de 20 g e 900 e 1600 mg/kg/dia a coelhas e e in vitro não
100 mg/kg/dia aumentando ratas, respectivamente, não mostraram
gradativamente para 400 e causaram efeitos teratogênicos efeitos
500 mg/kg/dia: em ratos e nem afetaram a reprodução. teratogênicos.
cães não causaram danos
hepáticos ou renais.

Legenda: 0 = Existe informação sobre a planta pesquisada, porém não há dados sobre o item pesquisado X = Não há informação sobre a planta pesquisada. Fonte: Blumenthal
(1998) Blumenthal (2000), www.who.int; www.escop.com; www.micromedex.com; Mills e Bone (2000).
295
296
TABELA IV – Informações toxicológicas sobre Aesculus hippocastanum L. em bases de informações selecionadas

Fontes de Toxicidade DL50 Toxicidade Toxicidade Teratogenicidade Mutagenicidade


referência aguda subaguda crônica

(1) The Complete Somente Via oral: 0 Em cães: doses >80 mg/kg 0 0
German Commission informa DL50 Em camundongos: 990 mg/kg por 34 semanas :irritação
E Monographs Em ratos: 2150 mg/kg gástrica; ratos: nenhuma
Em coelhos: 1530 mg/kg toxicidade observada com
Em cães: 130 mg/kg doses de até 400 mg/kg.

(2) Herbal Medicines – Somente Via oral: Em ratos, as doses Em cães: doses >80 mg/kg 0 0
Expanded informa DL50 Em camundongos: 990 mg/kg 9 e 30 mg/kg por por 34 semanas : irritação
Commission E Em ratos: 2150 mg/kg via intravenosa por gástrica; ratos: nenhuma
Monographs Em coelhos: 1530 mg/kg 8 semanas não toxicidade observada com
Em cães: 130 mg/kg produziram efeito. doses de até 400 mg/kg.

(3) WHO Monographs 0 0 0 0 Com o extrato alcoólico O extrato alcoólico 30%


on Selected Medicinal 40% não se observou tera- não mostrou evidência de
Plants (1999/ 2002) togenicidade ou embrio- mutagenicidade nos testes
toxicidade em ratos ou com cepas de S.
coelhos após 1,6 mg/kg. typhimurium TA98 e
TA100 (200 mcg/mL)

(4) Monographs on Somente Via oral: camundongos: Doses diárias de 9, Nenhum efeito tóxico Sem efeitos significativos Teste de mutagenicidade
the Medicinal Uses informa DL50 990 mg/kg; ratos: 2150 mg/kg, 30, 90 mg/kg via após 34 semanas via oral comparado aos animais de Ames com S. typhi-
of Plant Drugs coelhos: 1530 mg/kg, cobaias: intravenosa em em cães (20, 40, de controle com doses murium TA98 = resposta
(ESCOP 1999) 1120 mg/kg Via intraperitoneal: ratos de 8 80 mg/kg/dia 5 dias por diárias orais de 100 e negativa sem ativação;
camundongos: 342 mg/kg; Via semanas.: semana) e em ratos: 100, 300 mg/kg em ratos e fraca resposta positiva
intravenosa: camundongos: 90 mg/kg = 8 em 200 e 400 mg/kg. Dose coelhos, respectivamente. com ativação de S9 (fator
138 mg/kg; cobaias: 465 mg/kg, 30 morreram; máx. para cães e ratos Redução do peso dos 2-3). Sugere-se que a
ratos: 165 mg/kg. Em aves 9 mg/kg = bem igual a 8 e 40 vezes a dose fetos em coelhas que quercetina seja o
jovens de 2 semanas de idade = tolerado; terapêutica em humanos. receberam 300 mg/kg (30 princípio mutagênico,
10,6 g/kg e em hamsters: 30 mg/kg = dose vezes a dose terapêutica mas não é relevante em
10,7 g/kg ext. aquoso sem efeito em humanos) humanos.

(5) Thomson Somente Em aves jovens (via oral) dose 0 0 0 0


MICROMEDEX – informa DL50 única da porção hidrossolúvel:
Poisindex 10,6 g/kg

(6) Principles and Baixa toxicidade Em aves jovens (via oral) 0 Baixa toxicidade crônica 0 0
Practice of aguda, alto índice dose única da porção
Phytoteraphy terapêutico hidrossolúvel: 10,6 g/kg e
para semente seca após 2
doses consecutivas: 6,5 g/kg.
Legenda: 0 = Existe informação sobre a planta pesquisada, porém não há dados sobre o item pesquisado. X = Não há informação sobre a planta pesquisada.
M. S. R. Turolla, E. S. Nascimento

Fonte: Blumenthal (1998) Blumenthal (2000), www.who.int; www.escop.com; www.micromedex.com; Mills e Bone (2000).
TABELA V – Informações toxicológicas sobre Plantago ovata Forsk. em bases de informações selecionadas

Fontes de Toxicidade DL50 Toxicidade Toxicidade Teratogenicidade Mutagenicidade


referência aguda subaguda crônica

(1) The Complete German 0 0 0 0 0 0


Commission E Monographs

(2) Herbal Medicines – 0 0 0 0 0 0


Expanded Commission E
Monographs

(3) WHO Monographs on 0 0 0 0 Não há informações disponíveis Não há informações


Selected Medicinal Plants sobre o potencial teratogênico disponíveis sobre
(1999) mutagenicidade,
carcinogenicidade
ou efeitos sobre a
fertilidade

(4) Monographs on the 0 0 0 0 0 0


Medicinal Uses of Plant
Drugs (ESCOP 1999)
Informações toxicológicas de alguns fitoterápicos utilizados no Brasil

(5) Thomson 0 0 0 0 0 0
MICROMEDEX – Poisindex

(6) Principles and Practice of X X X X X X


Phytoteraphy

Legenda: 0 = Existe informação sobre a planta pesquisada, porém não há dados sobre o item pesquisado. X = Não há informação sobre a planta pesquisada. Fonte: Blumenthal (1998)
Blumenthal (2000), www.who.int; www.escop.com; www.micromedex.com; Mills e Bone (2000).
297
TABELA VI – Informações toxicológicas sobre Panax ginseng C. A. Meyer em bases de informações selecionadas
298
Fontes de Toxicidade DL50 Toxicidade Toxicidade Teratogenicidade Mutagenicidade
referência aguda subaguda crônica

(1) The Complete German 0 0 0 0 0 0


Commission E Monographs

(2) Herbal Medicines – 0 0 0 0 0 0


Expanded Commission E
Monographs

(3) WHO Monographs on Não foi relatada toxicidade 0 0 0 Não mostrou teratogenicidade in Não é mutagênico
Selected Medicinal Plants aguda nos diversos estudos vivo in vitro e não afeta a
(1999/ 2002) realizados em 5 modelos fertilidade.
diferentes de animais

(4) Monographs on X X X X X X
the Medicinal Uses of Plant
Drugs (ESCOP 1999)

(5) Thomson 0 Em ratos via oral: 0 0 0 0


MICROMEDEX – Poisindex 750 mg/kg; em camundongos
via oral: 200 mg/kg; em
camundongos via intra-
peritoneal: 54 mg/kg

(6) Principles and Practice of Possui baixa toxicidade. Em Não foram observadas 0 0 O extrato 5:1 foi estudado em 0
Phytoteraphy camundongos: o extrato 5:1 alterações de peso, consumo ratos via oral nas doses de 1,5, 5
mostrou-se seguro em doses de alimentos, parâmetros e 15 mg/kg/dia em machos e
de até 6 g/kg administrado hematológicos e bio- fêmeas e não foram observados
via intraperitoneal e também químicos ou achados efeitos em duas gerações.
em doses até 30 g/kg por via histopatológicos em estudos
oral em dose única com 1,5 – 15 mg/kg do
extrato de Panax ginseng

Legenda: 0 = Existe informação sobre a planta pesquisada, porém não há dados sobre o item pesquisado. X = Não há informação sobre a planta pesquisada. Fonte: Blumenthal (1998)
Blumenthal (2000), www.who.int; www.escop.com; www.micromedex.com; Mills e Bone (2000).
M. S. R. Turolla, E. S. Nascimento
TABELA VII – Informações toxicológicas sobre Piper methysticum G. Forst. em bases de informações selecionadas

Fontes de Toxicidade DL50 Toxicidade Toxicidade Teratogenicidade Mutagenicidade


referência aguda subaguda crônica

(1) The Complete German 0 0 0 0 0 0


Commission E Monographs

(2) Herbal Medicines – 0 0 0 0 0 0


Expanded Commission E
Monographs

(3) WHO Monographs on 0 0 0 0 0 Nos testes com S.


Selected Medicinal Plants typhimurium não foi
(1999/ 2002) observada mutage-
nicidade em doses
até 2,5 mg

(4) Monographs on the X X X X X X


Medicinal Uses of Plant Drugs
(ESCOP 1999)
Informações toxicológicas de alguns fitoterápicos utilizados no Brasil

(5) Thomson Somente Via oral em camundongos Para 0 0 Não há informação dispo- 0
MICROMEDEX – informa diidrocavaína: 920 mg/kg; nível sobre teratogenicidade
Poisindex DL50 Para dihidrometiscinina:
1050 mg/kg

(6) Principles and Practice of Somente Para diidrocavaína: 0 Doses de 50 mg/kg 0 0


Phytoteraphy informa 920 mg/kg (camundongos, via de diidrocavaína 3
DL50 oral); para a diidrometisticina vezes por semana
1050 mg/kg; para o extrato por 3 meses a ratos
padronizado (70% cavala- não resultou em
ctonas): 16 g/kg (em ratos, via sinais de toxicidade
oral); 370 mg/kg (em ratos, via
intraperitoneal).

Legenda: 0 = Existe informação sobre a planta pesquisada, porém não há dados sobre o item pesquisado. X = Não há informação sobre a planta pesquisada. Fonte: Blumenthal (1998)
Blumenthal (2000), www.who.int; www.escop.com; www.micromedex.com; Mills e Bone (2000).
299
TABELA VIII – Informações toxicológicas sobre Valeriana officinalis L. em bases de informações selecionadas
300
Fontes de Toxicidade DL50 Toxicidade Toxicidade Teratogenicidade Mutagenicidade
referência aguda subaguda crônica

(1) The Complete German 0 0 0 0 0 0


Commission E Monographs

(2) Herbal Medicines – 0 0 0 0 0 0


Expanded Commission E
Monographs

(3) WHO Monographs on 0 0 0 0 Administração oral Estudos in vitro mostraram


Selected Medicinal Plants prolongada dos valepotriatos toxicidade e mutagenicidade,
(1999/ 2002) não produziram efeitos porém não foram confir-
teratogênicos mados in vivo.

(4) Monographs on the Baixa toxicidade Para o extrato 0 400 a 600 mg/kg em ratos 0 0
Medicinal Uses of Plant Drugs aguda etanólico via por via intraperitoneal por 45
(ESCOP 1999) intraperi- dias: sem alteração de peso,
toneal em sangue ou urina, comparado
camundongos: aos animais controle. Doses
3,3 g/kg. de 300 mg/kg e 600 mg/kg
do extrato etanólico em ratos
por 30 dias, sem diferenças
significativas no crescimen-
to, pressão arterial

(5) Thomson 0 0 0 0 0 Estudos in vitro mostraram


MICROMEDEX – toxicidade e mutagenicidade,
Poisindex porém não foram confir-
mados in vivo.

(6) Principles and Practice of Não foi verificada 0 0 0 Estudo com valepotriatos Os valepotriatos desenvol-
Phytoteraphy toxicidade aguda por 30 dias mostrou que as veram atividade mutagênica
para valtrato, doses orais foram inócuas a no teste de salmonela/
diidrovaltrato, ratas prenhas e suas crias. microssoma. In vitro,
acevaltrato em Entretanto, foram valtrato, isovaltrato e
camundongos após observados efeitos tóxicos acevaltrato foram os que
a administração oral por via intraperitoneal. mostraram maior toxicidade.
de até 4,6 g/kg

Legenda: 0 = Existe informação sobre a planta pesquisada, porém não há dados sobre o item pesquisado. X = Não há informação sobre a planta pesquisada. Fonte: Blumenthal (1998)
Blumenthal (2000), www.who.int; www.escop.com; www.micromedex.com; Mills e Bone (2000).
M. S. R. Turolla, E. S. Nascimento
TABELA IX – Informações toxicológicas sobre Hypericum perforatum L. em bases de informações selecionadas

Fontes de Toxicidade DL50 Toxicidade Toxicidade Teratogenicidade Mutagenicidade


referência aguda subaguda crônica

(1) The Complete German 0 0 0 0 0 0


Commission E Monographs

(2) Herbal Medicines – 0 0 0 0 0 0


Expanded Commission E
Monographs

(3) WHO Monographs on 0 0 0 0 Em um estudo de 26 semanas, a Mutagenicidade do extrato


Selected Medicinal Plants administração do extrato hidroalcoólico contendo 0,2 –0,3%
(1999/ 2002) hidroalcoólico em cães e de hipericina e 0,35 mg/g de
ratas (900 e 2700 mg/kg quercetina foi estudado em estudos
respectivamente) não demon- in vitro e in vivo. Todos os testes in
strou efeitos sobre a fertilidade, vivo foram negativos, indicando que
desenvolvimento dos embriões e o extrato hidroalcoólico não é
desenvolvimento pré e pós-natal. mutagênico em animais.

(4) Monographs on the 0 0 0 0 0 Todos os testes in vivo foram


Informações toxicológicas de alguns fitoterápicos utilizados no Brasil

Medicinal Uses of Plant Drugs negativos, indicando que o extrato


(ESCOP 1999) hidroalcoólico não é mutagênico em
animais

(5) Thomson Somente Em ratos via 0 0 Não há informação disponível Não foi demonstrado potencial
MICROMEDEX – informa DL50 intraperitoneal sobre teratogenicidade mutagênico para o extrato de H.
Poisindex > 1 g/kg; em perforatum
camundongos via
intraperitoneal
>1 g/kg

(6) Principles and Practice of 0 0 0 0 0 Não foi demonstrado potencial


Phytoteraphy mutagênico para o extrato de H.
perforatum

Legenda: 0 = Existe informação sobre a planta pesquisada, porém não há dados sobre o item pesquisado. X = Não há informação sobre a planta pesquisada. Fonte: Blumenthal (1998)
Blumenthal (2000), www.who.int; www.escop.com; www.micromedex.com; Mills e Bone (2000).
301
TABELA X – Informações toxicológicas sobre Cimicifuga racemosa (L.) Nutt. em bases de informações selecionadas
302
Fontes de Toxicidade DL50 Toxicidade Toxicidade Teratogenicidade Mutagenicidade
referência aguda subaguda crônica

(1) The Complete 0 0 0 0 0 0


German Commission
E Monographs

(2) Herbal Medicines – 0 0 0 0 0 0


Expanded Commission
E Monographs

(3) WHO Monographs on 0 0 0 0 A administração O extrato a 40% em


Selected Medicinal intragástrica da droga a álcool isopropílico não é
Plants (1999) ratas em doses até 2 g/kg mutagênico no ensaio
nos dias 7-17 da gestação com S. Typhimurium
não se mostrou terato- TA98 ou TA100.
gênica.

(4) Monographs on the X 0 0 0 0 X


Medicinal Uses of
Plant Drugs (ESCOP 1999)

(5) Thomson 0 0 0 0 0 Testes in vitro para


MICROMEDEX – carcinogenicidade em
Poisindex animais foram negativos

(6) Principles and Um dos constituintes isolados 0 0 A avaliação do X A avaliação do extrato


Practice of da fração clorofórmica do extrato padronizado quanto à
Phytoteraphy extrato da Cimicifuga padronizado atividade mutagênica e
(provavelmente a acteína) não quanto à genotóxica foi negativa.
provocou toxicidade aguda toxicidade
quando administrado por via crônica foi
intragástrica e hipodérmica a negativa.
coelhos. A dose mínima letal
maior que 1 g/kg foi
observada em ratos por via
intragástrica.

Legenda: 0 = Existe informação sobre a planta pesquisada, porém não há dados sobre o item pesquisado. X = Não há informação sobre a planta pesquisada. Fonte: Blumenthal (1998)
Blumenthal (2000), www.who.int; www.escop.com; www.micromedex.com; Mills e Bone (2000).
M. S. R. Turolla, E. S. Nascimento
TABELA XI – Informações toxicológicas sobre Rhamnus purshiana D.C. em bases de informações selecionadas

Fontes de Toxicidade DL50 Toxicidade Teratogenicidade Mutagenicidade


referência aguda subaguda

(1) The Complete German 0 0 0 0 0


Commission E Monographs

(2) Herbal Medicines – 0 0 0 0 Não há experimentos disponíveis


Expanded Commission E
Monographs

(3) WHO Monographs on 0 0 0 Aloína em doses de até Não há dados específicos sobre
Selected Medicinal Plants 200 mg/kg não mostrou carcinogenicidade e mutagenicidade. Um
(2002) evidências de efeitos dos metabólitos, a emoína, apresentou
teratogênicos, resultados positivos e negativos in vitro, e
embriotóxicos, resultados negativos in vivo. Foi
fetotóxicos em ratas mutagênica no ensaio da Salmonella/
microssoma, com resultados inconsistentes
nos ensaios de mutação genética.

(4) Monographs on the Estudos com aloína 0 0 Aloína em doses de até Em experimento em que a aloína foi dada a
Informações toxicológicas de alguns fitoterápicos utilizados no Brasil

Medicinal Uses of Plant indicaram baixa 200 mg/kg não mostrou camundongos na dose de 140 mg/kg/dia
Drugs (ESCOP-1999) toxicidade aguda em evidências de efeitos por 140 dias, não houve formação de tumor
ratos e camundongos teratogênicos, colorretal.
embriotóxicos,
fetotóxicos em ratas.

(5) Thomson 0 0 0 0 0
MICROMEDEX – Poisindex

(6) Principles and Practice of X X X X X


Phytoteraphy

Legenda: 0 = Existe informação sobre a planta pesquisada, porém não há dados sobre o item pesquisado. X = Não há informação sobre a planta pesquisada. Fonte: Blumenthal (1998)
Blumenthal (2000), www.who.int; www.escop.com; www.micromedex.com; Mills e Bone (2000).
303
304 M. S. R. Turolla, E. S. Nascimento

As fibras de Plantago ovata são também utilizadas e a Resolução - RE n. 90, publicadas em 16 de março de
há muito tempo na medicina tradicional na Ásia, Europa 2004, tratam do registro dos medicamentos fito-
e América do Norte. O grande risco associado ao seu uso terápicos e apresentam um guia para a realização de
está na ingestão insuficiente de líquidos com o medica- estudos de toxicidade pré-clínica de fitoterápicos, res-
mento, o que pode causar obstrução esofágica especial- pectivamente. A resolução RE n. 90 foi elaborada em
mente em pessoas idosas, que apresentam motilidade conformidade com as normas da Organização Mundi-
gastrintestinal prejudicada, segundo dados de Thomsom al de Saúde (OMS), e recomenda estudos de toxicidade
MICROMEDEX. aguda e de doses repetidas.
Outra planta utilizada tradicionalmente é o Panax Com relação ao estudo de toxicidade de doses repe-
ginseng, usada extensivamente pela Medicina Tradici- tidas, a OMS e a RE n. 90 de 2004 sugerem a utilização de
onal Chinesa na forma de chás e outras formas líquidas pelo menos duas espécies roedoras e não-roedoras, sendo
ou sólidas prescritas por acupunturistas e médicos na- porém o período de administração do produto nos animais
turalistas. A administração crônica de Panax ginseng baseado no período proposto para a utilização terapêutica
foi associada à ocorrência de sangramento vaginal, da substância, diferentemente das normas da OECD, que
mastalgia, alteração do estado mental. Também foi re- especificam o período de administração em 28 e 90 dias
latada síndrome de abuso por ingestão crônica de para espécies roedoras e 90 dias para espécies não-roedo-
Panax ginseng, podendo ocorrer hipertensão, nervosis- ras. Além disto, nem a OMS e nem a RE n. 90 de 2004,
mo, insônia, erupções cutâneas e diarréia matinal se- informam a concentração máxima da substância-teste que
gundo Thomsom MICROMEDEX. pode ser administrada nos ensaios de toxicidade aguda e
Em relação ao Hypericum perforatum, foram re- de doses repetidas.
latados efeitos adversos importantes. Nas bases de da- Além dos ensaios de toxicidade aguda e de doses
dos WHO Monographs e ESCOP há artigos que descre- repetidas, a RE n. 90 de 2004 também sugere estudos de
vem a fototoxicidade da hipericina, um dos principais genotoxicidade, quando houver indicação de uso contínuo
constituintes com atividade antidepressiva. Em estudos ou prolongado do medicamento em humanos, e a avalia-
com animais foi observada reação de fotossensibilidade ção toxicológica de fitoterápicos de uso tópico, porém não
em bovinos, ovinos e eqüinos, principalmente os de detalha os métodos para a realização destes testes. Assim,
pele mais clara, após a ingestão de grandes quantidades levando-se em consideração o estágio de desenvolvimento
de Hypericum perforatum (cerca de trinta vezes a dose que já foi atingido pelos protocolos da OECD, os quais
preconizada em humanos). Em estudos clínicos tam- especificam somente os testes de toxicidade para substân-
bém foi demonstrada fotossensibilidade em indivíduos cias químicas, ainda há dificuldades em se estabelecer os
sensíveis que foram expostos a radiações ultravioleta A testes mais adequados para os fitoterápicos, principalmen-
e B. te diante da dificuldade de padronização das preparações
Com relação ao Piper methysticum, seu uso foi re- fitoterápicas.
latado desde 1768, tendo sido utilizado em rituais das Apesar dos avanços já conquistados, a regula-
comunidades das ilhas do Pacífico Sul na forma de be- mentação dos medicamentos fitoterápicos permanece
bida, a qual causava sensação adstringente e sedativa, como uma questão em aberto, mesmo entre os países da
seguido por relaxamento, com diminuição da fadiga e União Européia, em especial na Alemanha e na França
ansiedade. Há relatos de que o consumo excessivo desta onde os fitoterápicos são mais comercializados. En-
bebida em doses elevadas por essas comunidades resul- quanto toda a legislação para os medicamentos de
tou em má nutrição, perda de peso, disfunções hepáti- fármacos sintéticos encontra-se bem estabelecida, os
cas e renais, entre outros. Entretanto, não se sabe ao medicamentos fitoterápicos ainda carecem de maior
certo se estes efeitos foram provocados somente pelo esforço regulatório.
Piper methysticum, ou se foram potencializados pelo Em contrapartida, os Estados Unidos consideram os
álcool (Mills, Bone, 2000). medicamentos fitoterápicos como suplementos nutri-
Como foi observado nas referências pesquisadas, cionais, não sendo necessário submeter dados de seguran-
o uso tradicional das plantas medicinais não garante a ça e eficácia ao FDA para sua comercialização. Assim, o
segurança do medicamento fitoterápico, sendo necessá- grande problema com relação aos suplementos nutri-
rio realizar ensaios pré-clínicos e clínicos. Os testes cionais é que não há controle de qualidade destes produ-
para avaliação de toxicidade das substâncias químicas tos, logo não há como provar que as substâncias e as quan-
estão bem detalhados segundo os protocolos sugeridos tidades declaradas nos rótulos estão presentes, bem como
pela OECD (1996). No Brasil, a Resolução RDC n. 48 não há controle sobre outras substâncias como fármacos
Informações toxicológicas de alguns fitoterápicos utilizados no Brasil 305

sintéticos ou outros contaminantes, que podem estar pre- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


sentes na formulação, os quais podem resultar em
interações indesejáveis. ASCHWANDEN, C. Herbs for health, but how safe are they?
Bull. W. H. O., Geneva, v.79, n.7, p.691-692, 2001.
CONCLUSÕES Disponível em: http://www.who.int/bulletin. Acesso em:
09 jan. 04.
A pesquisa apresentada neste trabalho mostrou que
poucos dados sobre a toxicidade pré-clínica das dez plan- BLUMENTHAL, M., ed. Herbal medicine: expanded
tas avaliadas estão descritos nas fontes de informações commission E monographs. Newton: Integrative
utilizadas. As monografias da Organização Mundial da Medicine Communication/American Botanical Council,
Saúde e da Comissão “E” contemplam as dez plantas ava- 2000. 519p.
liadas, porém apresentam poucos dados sobre as informa-
ções pesquisadas. De maneira geral, os experimentos em BLUMENTHAL, M.; BUSSE, W.R.; KLEIN, S., eds. The
animais revelam baixa toxicidade aguda, subaguda e crô- complete German Commission E monographs:
nica, bem como não demonstraram atividade mutagênica therapeutic guides to herbal medicines. Austin:
ou teratogênica para as dez plantas avaliadas. American Botanical Council, 1998. 685p.

ABSTRACT BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância


Sanitária. Legislação. Sistema de Legislação em Vigilância
Toxicological information of some herbal medicines Sanitária (VISALEIS). Resolução RDC n. 48 de 16 de
used in Brazil março de 2004. Disponível em: http://e-legis.bvs.br/leisref/
public/search.php. Acesso em: 25 jun. 2004.
Herbal medicines have been used with therapeutical
purposes for thousands of years. Its popular use has BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância
been transmitted across generations and is described in Sanitária. Legislação. Sistema de Legislação em Vigilância
the pharmacopeas. Since the development of organic Sanitária (VISALEIS). Resolução RE n. 90 de 16 de
chemistry, it became possible to obtain pure substances março de 2004. Disponível em: http://e-legis.bvs.br/leisref/
by isolating active substances from plants, among them, public/search.php. Acesso em: 25 jun. 2004.
digoxine and morphine, resulting in lack of interest for
research of substances originated from vegetals. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de
However, from the 1980´s onwards, new methods for Vigilância Sanitária. Consultas Públicas. Áreas de
isolating active substances were developed and it Atuação. Medicamentos. Legislação. Resoluções.
became possible to identify substances in complex Resolução – RDC no. 17 de 24 de fevereiro de 2000.
samples such as vegetal extracts, restoring the interest Disponível em http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/
for vegetally-originated compounds that could be used legis/resol.htm . Acesso em 24 jan 2004.
as prototypes for the development of new drugs.
Nowadays, in spite of the growing importance of herbal ELVIN-LEWIS, Memory. Should we be concerned about
medicines, relatively few studies have been performed to herbal medicines? J. Ethnopharmacol., Amsterdam,
prove efficacy and safety, while many plants are still used v.75, p.141-164, 2001.
on the basis of popular well-established use. The
objective of this paper is to assess the availability of pre- EUROPEAN SCIENTIFIC COOPERATIVE ON
clinical toxicity data for ten medicinal plants marketed PHYTOTHERAPY. Monographs on the medicinal
as herbal medicines in Brazil, in major databases and uses of plant drugs. Exeter: ESCOP, 1996. 1v.
public sources of information. Few data were found
regarding pre-clinical toxicity on the ten medicinal FISHER, A.A.; PURCELL, P.; LE COUTEUR, D.G.
plants surveyed, but, in general, experiments in animals Toxicity of Passiflora incarnata L. Clin. Toxicol., New
showed low acute, sub-acute and chronical toxicity and York, v.38, n.1, p.63-66, 2000.
did not show mutagenic or teratogenic toxicity.
IMS HEALTH. Intercontinental Marketing Services.
UNITERMS: Toxicological information. Herbal Company Information. Disponível em:
medicines. Medicinal plants. Pre-clinical toxicity. www.imshealth.com. Acesso em: 30 abr. 2005.
306 M. S. R. Turolla, E. S. Nascimento

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States: 1985-1994. J. Toxicol. – Clinical Toxicol., v.35, p. a pharmaceutical industry perspective. J. Nat. Prod.,
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