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HISTORIA DO BRASIL
DO MESMO AUCTOR:
TO SIL
JOÃO RIBEIRO
Professor de Historia da Civili^^sçao e Historia do Brasil
do Gymnasio Nacional
.* EDIÇÃO
RIO DE JANEIRO
LIVRARIA CRUZ COUTINHO
D£ Jacintho Ribeiro dos Santos
1901
N,'
T. A. Araripe Júnior,
Introducção do Auetor
k
XVIII INTRODUCÇAO
Em da historia pátria
geral, os nossos livros didácticos
dão excessiva importância á acção dos governadores e á ad-
ministração, puros agentes (e sempre deficientissimos) da
nossa defeza externa.
É certo e é diíTicilimo attender a todos os elementos
que entraram na composição do Brasil, marcar-lhes o grau
de collaboração em que agiram.
Seria preciso attender a um só tempo ao trabalho de
toda a cultura collectiva, na vida olíicial e na do povo.
A intelligeucia que podesse abranger todo esse syste-
ma de equações diíTerenciaes simultâneas, só essa teria o
exacto e perfeito sentimento da nossa historia, como disse
Du Bois Reymond, a propósito da historia do mundo.
Pelo exclusivo conhecimento das guerras nunca pode-
remos conhecer os povos, como nunca lograremos conhecer
a victima pelas informações do algoz.
jN"este livrinho, onde aliás não caberiam dissertações
philosophicas, creio que ha uma ou outra d'essas idéas ge-
raes. Liguei a historia das primeiras luctas internacionaes á
grande causa económica da expansão européa, á causa do
coramercio livre.
INTRODUCÇAO XIX
22 de Abril de 1900.
o DESCOBRIMENTO
i
HISTORIA DO BRASIL
Questões e duvidas
A primeira exploração
O Brasil esquecido
brasil.
O vácuo produzido por esse desdém ori-
ginou as aventurosas próprias dos
lendas
paizes primevos e sem historia, e assim for-
mou-se a epopêa do Caramurií, o dragão
—
do mar um portuguez que naufraga na
Bahia e exerce grande predomínio sobre os
selvagens. Na lenda, o segredo d'esse predo-
mínio 6 a arma de fogo que atemorisa o gen-
tio. E' certo que Diogo Alvares (Corrêa) o
Caramboró ou Caramurú é um personagem
20 HISTORIA. DO BBASIL
Os Índios selvagens
i
HISTORIA DO BRASIL
A ethnologia brisilica
Tapuyas
Tvpis
Brasil,
4. Os Caribas. Os caribas, que ao tempo da
descoberta dominavam as Guyanas e haviam
conquistado as pequenas Antilhas, suppu-
nham-se provir do centro do Brasil, e já vi-
mos que o Dr. K. von den Stein locahsa a
pátria primitiva d'essa nação nas cabeceiras
do Xingu. Foi ahi que o illustre ethnologo
allemão encontrou varias tribus caribas, no
mais baixo degráo de cultura como os Nahu-
quas e os Bakairis, que não conhecem sequer
o ferro, nem as bebidas espirituosas, nem a
banana.
Pelos caracteres anthropologicos e liguis-
ticos essas tribus, aliás cercadas de tapuyas,
nu-aruaks e tupis, ligam-se ao grupo dos ca-
ribas, cuja massa principal deslocada para o
norte habita hoje a Guyana oriental.
Os Bakairis parecem ser os mais antigos
pelo estado puro e rude da lingua e da cultu-
ra mas ha ainda tribus de caribas no Ma-
;
10
11
i
HISTORIA DO BRASIL 51
fundação da Cidade
(francezes e hollandezes)
«Militaria»
A França Antárctica
Caracter de Villegagnon
Guerra de religião
1 E' um calvinista no
innegavel a execução de
Rio. Mas que fora João de Boles ou João
contesta-se
de Cointha, senhor de Boles, fidalgo francez e que é o
HISTORIA DO BRASIL lOi
França equinoccial.
A expansão geographica no limiar do novo século
a
HISTORIA DO BRASIL 107
(1624 — 1625)
10
(1630 — 1649)
11
^
Yerzuimd Braziel
A FORMAÇÃO BO BRASIL
(1600—1777)
A. A HISTORIA COMMUM
O
systema de divisões e subdivisões era o
mesmo praticado no México e Peru e Rio da
Prata pelo Governo da Hespanha.
O grande trabalho dos governadores é a
solução de dous problemas capitães: a ques-
tão dos Índios, cuja liberdade convinha ao rei
favorecer, e a questão da defeza contra os ini-
migos externos, mais temerosa e cheia de pe-
rigos. A primeira entretanto é que accende
discórdias constantes na colónia, sobretudo
entre colonos e jesuítas, e as quaes não raro
affectam o prestigio da administração, como
succedeu por mais de uma vez. Nas questões
externas, só em 1750 é que começa franca-
mente a acção diplomática com o antigo liti-
gio das fronteiras, antes d'isso entregues ao
systema de usurpações por occupação e re-
presálias.
Não podiam mesmo as negociações diplo-
máticas iniciar-se mais cedo. Quando cessou
pela reforma o prestigio do Papa sobre os
povos, começou a balbuciar a doutrina do in-
ternacionalismo com Grotius no século xvii e
só no século seguinte é que por toda a parte
a diplomacia se organisa, na forma e pelos
processos que desde então conhecemos.
Ao passo que a coroa vai adquirindo por
compra e indemnisação ou tomando a viva
força as capitanias feudaes das mãos dos seus
donatários, os governadores do Brasil vão
pouco a pouco, como veremes opportuna-
mente, creando Capitanias reaes ou á'Fl-Reij
formadas dos territórios novos conquistados
aos Índios; estas ficam sob a jurisdicção do
Governador geral.
Paulatinamente a coroa vae assim des-
HISTORIA DO BRASIL 139
 zona da criação
Uma «Entrada»
As primeiras bandeiras
A escravidão vermelha
Ao
abrir-se o século xvii a questão capi-
tal para os paulistas é a escravisação dos Ín-
dios que, como ao norte, também abrasava o
sul.
Nessa era chegava ao auge. Não podiam
supportar os agricultores e colonos a presen-
ça de tantos Índios nos aldeiamentos dos je-
suítas e aos quaes com um simples aceno de
força poderiam coagir ao trabalho senão es-
cravisar totalmente. Sob pérfidos pretextos
procuravam attrahir os indígenas regulando
salários ou outras recompensas mas os je- ;
A escravidão negra
10
Á
HISTORIA DO BRASIL i99
11
A rebellião da Bahia
12
As minas
*
O Código mineiro elaborado em 1 603 (Filippe iii)
ficou na cancellaria de Lisboa até 1619, quando foi ex-
pedido; só se tornou publico no Brasil em 1G52.
mSTORIA DO BRASIL 205
13
(Mascates)
um século de tranquillidade.
14
FORMAÇÃO DO BRASIL
B. HISTORIA LOCAL
Historia local
surreição —
André Vidal de Negreiros. D'esse
domir.io geral destacaram-se emfiin autóno-
mos, Parabyba em 1799, Alagoas em 1817 e o
em 1820.
Rio Grande do Norte
A capitania de Pernambuco foi em todo o
curso da historia o exemplo da prosperidade.
Ao fechar-se o primeiro século, e em cincoen-
ta annos de colonisação, tinha uma popula-
ção branca de 2:000 homens, 4 a 5 mil escra-
vos sem falar em innumeros Índios a base da
:
(1750 e 1777)
V. o capitulo anterior.
HISTORIA DO BRASIL
o ESPIRITO DE AUTOMA
Os antecedentes
Os conspiradores
Conspiração mineira
A execução do Tiradentes
o ABSOLUTISMO E A REVOLUÇÃO
REPUBLICA E CONSTITUIÇÃO
1808-1817-1820
31
Refugio de D. João YI no Brasil
Reacção do absolutismo
O Constitucionalismo
O
absolutismo era principalmente antipa-
thico na America, onde o seu plano visivel
era o de suffocar a emancipação recente das
republicas hesjjanholas para restituil-as ao do-
mínio europeu.
No Brasil tão pouco poder-se-ia pensar
na monarchia como forma definitiva de go-
verno se um dia o paiz se emancipasse do ju-
go tradicional.
A revolução constitucional é, pois, de ori-
gem portugueza. Em Portugal, governava em
nome do rei o marechal Beresford, que esta-
va ausente e no Rio, quando a agitação po-
pular do Porto e de Lisboa, em 1820, recla-
mava o regimen da constituição, a exemplo
do que se vira succeder na Hespanha; com
isso não queriam mais que reviver o costume
antigo das cortes que para mais de um século
(1698) não se tinham mais convocado e re-
unido com grande prejuízo das liberdades pu-
PROGRESSOS DA DEMOCRACIA
1822-1831-1888-1889
à independência
A Constituinte
À abdicação
Ao
receber a resposta, o povo declarou-se
em revolução e a ella adheriram pouco leal-
mente os três irmãos Lima e Silva, generaes
de muita popularidade, e que deviam a for-
tuna ao Imperador. A adhesão do exercito,
objecto de desvelos e até causa da impopula-
ridade do monarcha, pareceria quasi uma trai-
ção e seria difficil ao historiador justifical-a,
quando nem mesmo duvidosamente se poderá
allegar o reclamo de patriotismo.
Foi mandado o major Miguel Frias aos
paços de S. Christovão, á meia noite, para
buscar a decisão imperial.
Com calma, frieza e indifferença, sentimen-
tos que acaso lhe dava a superioridade moral
da sua conducta, recebeu o Imperador a no-
ticia da infidelidade de suas tropas: «Não
quero, disse, que ninguém se sacrifique por
minha causa». E mandou com verdadeira
grandeza d'alma que um resto de tropa aquar-
telada em S. Christovão se fosse reunir aos
seus camaradas.
Duas horas depois, e sem ouvir o conse-
lho dos seus ministros, escreveu o seu acto de
abdicação « Usando do direito que a Cons-
:
nacional. Em
certo sentido o 7 de Abril é uma
repetição, uma consolidação de 7 de Setem-
bro. O Imperador era um adoptivo suspeito
de querer reunir as duas coroas (de Portugal
e Brasil. .) O fermento politico da revolução
.
hiu do Brasil.
«Bem como na ordem litteraria era preciso
que indivíduos sahidos do povo e inspirados
no seu sentir levantassem o brado contra o
servilismo do pensamento, assim na esphera
social era mister que um homem sahido das
classes populares, em nome da simples justiça
e bom senso do mesmo povo, se fizesse ado-
rado d'este, desse batalha aos poderosos do
dia, e desmantelasse as malhas do velho ser-
3oS HISTORIA. DO BR\STr.
A Regência
buco e em Minas.
Quando eleita regularmente pelas duas
camarás a Regência Permanente Trina (Brigadeiro
F. Lima e Silva, Costa Carvalho e Braulio
Muniz), continuaram com maior intensidade
HISTORIA DO BRASIL 361
O segundo reinado
Guerra do Paraguay
2«
382 HISTORIA DO BRASIL
A Abolição e a Republica
civis.
A lei que entre nós desde 1831 fi"'^liu o
trafico, só veiu a ser cumprida em 18 >0 (Eu-
sébio de Queiroz). Mas a suppressão ^ infa-
me commercio não extinguiu a escravidão.
A guerra civil dos Estados Unidos veiu
HISTORIA DO BRASIL 383
(PAG. 16 E seguintes)
Bibliograpliia
FINIS
índice geral
Pag.
Prefacio v
InTRODTJCÇÃO XVII
o descobrimento
II
Pag.
1. O triumpho da America 55
2. O Governo Geral. Thomé de Souza e Duarte
da Costa 58
3. A fundação da Cidade 63
4. As três raças. A sociedade 67
5. O elemento moral. Os jesuítas. Anchieta. . 74
6. A rehabilitação e a defeza 77
III
1. Militaria 85
2. A França Antárctica 90
3. Caracter de Villegagnon . 93
4. Expulsão dos francezes do Rio de Janeiro . 95
5. Guerra de religião 98
6. Origens do Rio de Janeiro 101
7. França equinoccial. A expansão geographica
no limiar do novo século 105
8. O verdadeiro antecedente da invasão hollan-
deza 112
9. Invasão. Perda e restauração da Bahia . . 116
10. Invasão de Pernambuco. Guerra da liberta-
ção 121
11. Verzuimd Braziel 127
índice 39
IV
1. A administração 135
2. A zona da criação 142
3. Uma «Entrada» 148
4. As primeiras bandeiras 153
5. A escravidão vermelha 162
6. O jesuita e o colono do norte 169
7. O jesuita e o colono no sul 175
8. A escravidão negra 181
9. A politica oceânica. O monopólio 190
10. Rebellião contra o monopólio. Bekman . . 195
11. A rebellião da Bahia 199
12. As minas 203
13. Revolução nativista pernambucana. . . . 213
14. Revolução nativista em Minas (Emboabas). 221
V
A formação do Brasil. BJ A liistoria local
VI
1. As fronteiras 263
2. As guerras do Sul. A Colónia do Sacra-
mento e as Missões do Uruguay .... 273
394 índice
VII
O Espirito de autonomia
Pag.
1. Os antecedentes 279
2. Os conspiradores 288
3. Conspiração mineira 293
4. A execução do Tiradentes ....... 297
VIII
IX
1. A Independência 331
2. A Constituinte 338
3. A abdicação 347
4. O Sete de Abril e Evaristo da Veiga . . . 353
5. A regência ... , 360
6. O segundo reinado 368
8. Guerra do Paraguay 373
9. A abolição e a repulica 382
IN FINE :
Nota 389
Bibliographia. ..... 389
/
F Ribeiro, João Felipe Sabóia
2521 Historia do Brasil 2. ed.
R5
1901
DO NOT REMOVE
PLEASE
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